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Por que faço algo?

Porque, se não fizer o que faço, poderá advir outra coisa que não desejo.
Por que faço algo? Porque sou incitado a fazê-lo.

Sou incitado à permanecer afastando-me daquilo que não desejo.

Essa postura sugere que estou percorrendo caminhos de vida orientando-me pela repulsão aos
“locais” que não quero visitar.

Sugere que o objeto fundamental que guia minha atividade é “aquilo que não desejo”.

Mas se estivessemos falando de algo que atrai nossa atenção e mobiliza nossas capacidades, esse
algo também pode ser um “objeto de desejo”.

“Aquilo que não desejo”, assim como “objeto de desejo”, é uma projeção na imaginação. É algo
que poderá acontecer, ou não, numa escala de possibilidades. É o local para o qual me conduzo com
esperança de encontrar algo definido a priori. Algo já formado na imaginação.

Se representássemos uma história de vida como ocorrendo em cenários sucessivos, nesses cenários
constariam objetos de atração e repulsa dispostos conforme as espectativas do vivente representado.

Ouso maniufestar a ideia de que não há mundo da imaginação e mundo real distintos. Uso
instrumentos imateriais que potencialmente dão forma às ideias em fluxo. Realizo operações
intelectuais – distinguo e articulo coisas, observo padrões de processos que movimentam coisas,
prevejo alguns resultados e há ocasiões em que posso reajir voluntariamente, mesmo à surpresas.
Em outras palavras, opero intelecualmente para projetar imagens de contexto, ou cenários, para
instanciar minhas ações e dessa forma dirigir meus esforços para o imaginado acontecimento futuro.
Ajo por meio de imaginações.

A noção de desejo que cultivo é a

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