You are on page 1of 34

ICOMOS-PORTUGAL

http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007


PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE, APAP 2007

PAISAGEM CULTURAL:
UM CONCEITO EM (RE)EVOLUÇÃO
José Aguiar, ICOMOS-Portugal
c/ apoio da Arq.ª Rita Gonçalves
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O INTERESSE DO TEMA: PATRIMÓNIO PAISAGISTICO E TRANSVERSALIDADE


Mateus e Parque da Pena, fonte: IPA-DGEMN

A omnipresença do lugar, da terra e do verde na Arquitectura Portuguesa


As especiais relações da nossa arquitectura (erudita ou não) com a cultura
(também paisagística) dos lugares, num país que até há muito pouco tempo
permanecia essencialmente rural!

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

1
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O INTERESSE DO TEMA: PATRIMÓNIO PAISAGISTICO E TRANSVERSALIDADE

Palácio do Freixo; Quinta dos Marqueses de Fronteira; Quinta Cabral da Câmara Ota; Jardim de Queluz; Seteais; Estói. Fotos do autor e da DGEMN

As especiais relações da arquitectura com a cultura paisagística dos lugares; a


evidência do lugar, da terra e do verde, nas nossas arquitecturas.
Os PALÁCIOS que muitas verdes eram QUINTAS de uma nobreza convictamente rural.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O INTERESSE DO TEMA: PATRIMÓNIO PAISAGISTICO E TRANSVERSALIDADE

Tibães; Tomar;Bom Jesus; Fotos: IPA-DGEMN


Padornelo Ecce Homo Paredes de Coura.

A omnipresença do lugar, da terra e do verde na Arquitectura Portuguesa:


os conventos e mosteiros de um CLERO cujas cercas eram unidades
produtivas agrícolas e, como tal, profundamente “campo”.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

2
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O INTERESSE DO TEMA: PATRIMÓNIO PAISAGISTICO E TRANSVERSALIDADE

Passeio Público, Av. Liberdade; Choupal em Coimbra; Lino em Cascais e Sintra. Fotos: IPA-DGEMN e do autor.

A omnipresença do lugar, da terra e do verde na Arquitectura Portuguesa:


as casas, as aldeias, os rossios e as cidades de um POVO e de uma burguesia
profundamente enraizada (económica e culturalmente) no mundo “rural”!
A especial relação com o “campo” e uma permanência do verde na cidade, que agora
pouco a pouco perdemos.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O INTERESSE DO TEMA: PATRIMÓNIO PAISAGISTICO E TRANSVERSALIDADE

Portugal dos Pequenitos, Coimbra, Campanha Pró-vinho, 1928.


Um mundo que foi de um ruralismo bucólico, por vezes excessivamente sugerido!
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

3
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O INTERESSE DO TEMA: PATRIMÓNIO PAISAGISTICO E TRANSVERSALIDADE

Rio de Janeiro; São Luiz do Maranhão; Santo Amaro; Ilha de Moçambique; Ouro Preto; Paraty.
A imanência do Lugar, na Arquitectura de um povo que talvez não
tenha desenhado as mais belas cidades do mundo..mas que soube
escolher os melhores lugares do mundo!
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O INTERESSE DO TEMA: PATRIMÓNIO PAISAGISTICO E TRANSVERSALIDADE

Gulbenkian, Foto: J G Mota

As especiais relações da arquitectura erudita portuguesa com os lugares:


ontem mas também hoje!
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

4
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

como nasce uma cultura de “conservação” patrimonial?

OS IMPACTOS DA REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL

As tradições postas em causa pela revolução


industrial, mas, no momento em que se anuncia um
mundo novo, (re)descobre-se o valor do que se perde.

Dessa nova consciência histórica, nascerá a


necessidade de manter contacto com os testemunhos
culturais do passado.

A luta pela salvaguarda patrimonial coexistirá


intimamente com o advento da própria modernidade,
surgindo, como esclareceu Choay, a «consagração»
de um novo tipo de culto: o dos MONUMENTOS
(F. Choay, L´Allégorie du Patrimoine. Paris: Ed. Du
Seuil, 1992)
Violet-le-Duc, Entretiens…
Galerie des Machines, 1889

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

como nasce uma cultura de “conservação”?

«L´INDUSTRIE REPLACE L ´ART»

« À quoi servent ces monuments ? disent-ils.


Cela coûte des frais d’entretien, et voilà tout.
Jetez-les à terre, et vendez les matériaux.
C’est toujours cela de gagné.
Depuis quand ose-t-on, en pleine civilisation,
questionner l’art sur son utilité?
Malheur à vous si vous ne savez pas à quoi l’art
sert ! »

Victor Hugo: «Guerre au démolisseurs», em Revue de


Paris, 1829 e 1832

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

5
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

como nasce uma cultura de “conservação”?

DA AMPLIAÇÃO DO CONCEITO DE
“MONUMENTO”

William Morris, manifesto da Society for the


Protection of Ancient Buildings (SPAB), as bases
da noção de “património vernacular”:
«If, for the rest, it be asked us to specify what
kind of amount of art, style, or other interest in a
building, makes it worth protecting, we ansewer,
anything which can be looked on as artistic,
picturesque, historical, antique, or substantial:
any work, in short, over which educated, artistic
people would think it worth while to argue at all».
Cf. W. Morris, manifesto da Society for the Protection of Ancient
Buildings, Londres, SPAB, 1877.

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

como nasce uma cultura de “conservação”?


A regularização de Paris e o plano de Haussman!
A “VALORIZAÇÃO” DOS MONUMENTOS
RESTAURO VS RENOVAÇÃO:

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

6
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

da invenção do conceito de PATRIMÓNIO URBANO

O NOVO CONCEITO DE “PATRIMÓNIO URBANO”

Como nos esclareceu Choay, o conceito de


“Património Urbano” surge quatro séculos depois do
conceito de “património histórico” e é um contributo
específico da cultura europeia!
Ocorre em contra-corrente às transformações da
revolução industrial, no confronto com o inevitável
processo de urbanização moderna.
Ao surgir o “urbanismo” como disciplina surge
também, por contraste e diferença, um novo olhar
sobre a arquitectura da cidade pré-industrial.
F. Choay, L´Allégorie du Patrimoine, Ed. Du Seuil, Paris, 1992.

Hoje, ao “monumento” acrescentamos à cidade-


património, a paisagem cultural, dos territórios
humanizados e o património intangível (dos saberes).

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

A primeira das CARTAS

CARTA DE ATENAS DO RESTAURO, 1931


Conclusões da Conferência Internacional de Atenas sobre a Restauração dos
Monumentos, do Conselho Internacional dos Museus (antecessor directo do actual
International Council of Museums - ICOM, fundado em 1946). 20 países adoptam a
Primeira Carta Internacional do Restauro aprovada pelo Comité Internacional para
a Cooperação Intelectual e pela Liga das Nações, enquanto Recomendação aos
Estados-Membros (10 de Outubro de 1932).

Repercussões:
- uma nova praxis conservativa. O termo da fase de maior influência do restauro
estilístico, evoluindo-se, a partir daqui, no sentido da conservação estrita;
- o modelo de conservação pressuposto pela Carta influencia o processo de
reestruturação das políticas de conservação em diversos países europeus, como a
Itália (Carta del Restauro de 1931), ou Espanha (Lei de 13 de Maio de 1933).
- sob o ponto de vista paisagístico a Carta de Atenas do Restauro refere
muito claramente a necessidade de protecção das áreas envolventes dos
monumentos históricos.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

7
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

Da aversão do MODERNO à cidade histórica?

Plan Voisan, e Unité

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

Da aversão do MODERNO à cidade histórica?

Le Corbusier, legenda: como lidar com o “problema” dos centros históricos!


Em: Maneiras de Pensar o Urbanismo. Lisboa: Europa-América, 1977
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

8
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

CARTA DE ATENAS DO URBANISMO 1933


IV congresso do CIAM, Novembro de 1933:
Redacção do Grupo CIAM-France em 1941. Paris, Annales Techniques, 1945 (tradução livre):
O património arquitectónico [i.e. os monumentos] deveria ser salvaguardado:
- SE o seu valor arquitectónico correspondesse a um interesse geral;
- SE a sua conservação não provocasse o sacrifício das populações mantidas
em condições insalubres;
-SE fosse possível remediar a sua presença prejudicial por medidas radicais:
por exemplo o desvio de elementos vitais da circulação...)»
Sob o ponto de vista paisagístico, recomenda-se: «(...) a destruição de
acrescentos e construções de menor importância em torno dos
monumentos o que permitiria [sic] criar superfícies verdes>>.

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

A RENOVAÇÃO DEPOIS DA II GRANDE GUERRA


A necessidade de recuperar rapidamente as cidades europeias, para realojar
milhões de pessoas e permitir o relançamento da sua economia, obrigou a
actuações de extrema urgência e à aplicação de métodos expeditos de
reconstrução de monumentos (como Montecassino), ou de inteiras cidades
históricas destruídas pela guerra (como Varsóvia, Génova, Colónia, Bruxelas,
Nápoles, etc.). Daqui resulta, na prática, o abandono dos métodos de restauro
anteriores à guerra e a primazia de uma sistemática RENOVAÇÃO URBANA.

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

9
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

ZAC´s para Paris: Riquet

A CONSTRUÇÃO DO ADMIRÁVEL MUNDO NOVO


(quer dizer Moderno)

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

A CONSTRUÇÃO DO
ADMIRÁVEL MUNDO
NOVO
(quer dizer Moderno)

New Towns: LCC Architects, Alton East, Roehampton, London, 1950s


José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

10
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

A CONSTRUÇÃO DO ADMIRÁVEL
MUNDO NOVO (quer dizer Moderno)

Royston Estate
1969
Elgin Estate
Westminster, London,
1968
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

da NOSSA AVERSÃO ainda recente à cidade histórica

PORTO:
Planos de renovação urbana dos
anos 50 e 60 propondo a
DEMOLIÇÃO da Ribeira-Barredo,
hoje inscrita na Lista do Património
Mundial da Unesco.

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

11
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

A MUDANÇA DE PARADIGMAS: A LEI MALRAUX DE 1962


“Secteurs Sauvegardés”, “Plan de sauvegarde et mise en valeur”, os POS –
Planos de Ocupação do Solo. Operações-modelo de preservação de espaços
urbanos de grande valor, considerados como património nacional da França,
intervindo com grande profundidade e com vasto suporte financeiro, debaixo de
um forte controlo por parte do Estado central. Políticas restritivas quanto à
demolição, à reconstrução e possibilidades de alteração do existente.

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

INGLATERRA: 10 000 Conservation Areas!

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

12
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

Mas o que é hoje PATRIMÓNIO? Do MONUMENTO às PAISAGENS CULTURAIS

França: Loi des paysages e Loi du Litoral


Convenção dos Alpes, 1991, (Italia, Austia, França, Suiça, Alemanha, Eslovénia, Liechtenstein, Mónaco),
"protocoles d'exécution" (agricultura de montanha, protecção da natureza, transporte e turismo, etc.).
Convenção Europeia da Paisagem, 2000 (Conselho da Europa, ratificada por Portugal em 2005)
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

Mas o que é hoje PATRIMÓNIO? Do MONUMENTO às PAISAGENS CULTURAIS

O “NOVO” CONCEITO DE “PAISAGENS CULTURAIS”


(ou o reacender do drama no estudo das relações entre Homem e Natureza):
Origem disciplinar (a segunda metade do século XX?) na GEOGRAFIA
(dividida entre Geografia Física e Geografia Social) enquanto instrumento
de registo da acção e interacção do homem com o seu território
envolvente (natural ou não).
Relaciona-se hoje com o estudo de uma paisagem onde o homem deixa(ou)
as suas marcas (inscritas ou não), afectando a sua percepção.
Sobre estes conceitos e sobre o estudo da paisagem enquanto património, consulte-se a
utilíssima Revista Finisterra, nº 72 (disponível online):
http://www.ceg.ul.pt/finisterra/numeros/2001-72/index.html
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

13
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

Mas o que é hoje PATRIMÓNIO? Do MONUMENTO às PAISAGENS CULTURAIS

Fotos do autor.
PAISAGENS CULTURAIS
As Paisagens Culturais são um objecto científico de estudo que reflecte as interacções entre
homem e natureza, tendo como produto uma realidade física, ou uma construção social
ou cultural, são portanto um tema de natureza e focagem disciplinar muito diversa,
conforme a disciplina que estuda, no tempo em que estuda.
A recorrência actual ao conceito PAISAGENS CULTURAIS reflecte um síndrome sócio-
ecológico, o resultante das preocupações ambientais com as alterações ocorridas nos
ambientes e nas paisagens, causadas pelas modificações ocorridas nas formas de vida e
nos (e dos) usos tradicionais do território, durante a revolução industrial e depois dela.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O DESPONTAR DE UMA NOVA ATITUDE

A PAISAGEM ENQUANTO PATRIMÓNIO CULTURAL


Todas as paisagens possuem interpretações culturais pois todas são afectadas
pela percepção ou por acções directas do homem.
As paisagens fornecem informação acerca das relações que se estabeleceram ao
longo do tempo entre as sociedades e o meio natural, podendo como tal contribuir
para a compreensão da história, da ciência, da antropologia, da técnica, da
literatura, etc. É nesta perspectiva que faz sentido designar paisagens como
património cultural, na medida em que se trata de bens em constante evolução
que se herdam, se utilizam e se legam às gerações vindouras.

1962 – UNESCO
Recomendações para a salvaguarda da beleza e carácter
das paisagens e sítios
O Homem é já considerado como principal responsável pela deterioração do meio
natural e a sua obra de alteração ou construção da paisagem é reconhecida, pelo
que aqui se defende que não é somente importante proteger as paisagens e o
sítios NATURAIS, mas também aquelas construídas em parte ou na totalidade
pelo HOMEM.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

14
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O DESPONTAR DE UMA NOVA ATITUDE

1964, CARTA DE VENEZA - Carta Internacional sobre a Conservação


e o Restauro de Monumentos e Sítios (e o surgimento do ICOMOS)

(No Art. 1) - O conceito de monumento histórico passa a englobar, não só as


criações arquitectónicas isoladamente, mas também os sítios, urbanos ou
rurais, nos quais sejam patentes os testemunhos de uma civilização particular, de
uma fase significativa da evolução ou do progresso, ou algum acontecimento
histórico. Este conceito é aplicável, quer às grandes criações, quer às realizações
mais modestas que tenham adquirido significado cultural com o passar do tempo.

(No Art. 6) – Estabelece-se que a conservação de um monumento implica a


manutenção de um espaço envolvente (devidamente equacionado). Sempre
que o espaço envolvente tradicional subsista, deve ser conservado, não devendo
ser permitidas quaisquer novas construções, demolições ou modificações que
possam alterar as relações volumétricas e cromáticas.

Consultar: Henriques, F.; Jorge, V. - Textos Fundamentais, em Cadernos SPPC, nº 1, Janeiro. Évora: SPPC,
1996.

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O DESPONTAR DE UMA NOVA ATITUDE

ICOMOS une-se à Federação Internacional dos


Arquitectos Paisagistas (IFLA)

1970 Criação do Comité ICOMOS-IFLA


Objectivo: promover a conservação, recuperação e investigação dos
jardins históricos e das paisagens culturais.

1972 UNESCO
Convenção para a Protecção do Património Mundial,
Cultural e Natural (Convenção de Paris)
O património natural passa a ser considerado como parte integrante do
património da humanidade e fica estabelecida a sua inclusão na Lista do
Património Mundial, dentro das seguintes tipologias: importantes elementos
naturais, formações geológicas e fisiográficas e sítios naturais.

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

15
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O DESPONTAR DE UMA NOVA ATITUDE

1981 - CARTA DE FLORENÇA, Carta dos Jardins


Históricos

O JARDIM HISTÓRICO COMO UM “MONUMENTO VIVO”


Artigo 1 -"Um jardim histórico é urna composição arquitectónica e vegetal que
apresenta interesse público dos pontos de vista histórico e artístico. Nesse sentido
deve ser entendido como “monumento".

Artigo 2 -"Um jardim histórico é uma composição de arquitectura cujo material


constituinte é principalmente de origem vegetal, consequentemente vivo, e como
tal perecível e renovável". O seu aspecto resulta de um equilíbrio perpétuo entre o
movimento cíclico das estações, do desenvolvimento e decadência da Natureza e
da vontade artística e compositiva que tende a perpetuar a sua condição.

Artigo 3 -Enquanto monumento o jardim histórico deve ser salvaguardado de


acordo com o espírito da Carta de Veneza. Todavia, como "monumento vivo", a
sua salvaguarda decorre de regras específicas que constituem a presente Carta.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O DESPONTAR DE UMA NOVA ATITUDE

1985 - Convenção para a Salvaguarda do Património


Arquitectónico Europeu (Convenção de Granada).
Consideram-se três categorias no património arquitectónico:
monumentos, conjuntos e sítios, tomando a definição de sítios como:
“obras conjuntas do homem e da natureza” (Artigo 1.3)

1987 - CARTA DE WASHINGTON


Carta Internacional para a Salvaguarda das Cidades
Históricas
(art 2) Os valores a preservar são o carácter histórico da cidade e o conjunto dos
elementos materiais e espirituais que lhe determinam a imagem, em especial:
b) as relações entre edifícios, espaços verdes e espaços livres;
d) as relações da cidade com o seu ambiente natural ou criado pelo homem;

SPPC, Textos Fundamentais, em Cadernos SPPC, nº 1, Janeiro, Évora, SPPC, 1996


José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

16
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O DESPONTAR DE UMA NOVA ATITUDE: PAISAGENS CULTURAIS

Foto: Versalhes, do autor.

1992 – UNESCO, WORLD


HERITAGE CONVENTION

INSTITUCIONALIZAÇÃO DO CONCEITO
DE PAISAGENS CULTURAIS E
NOVOS CRITÉRIOS PARA A SUA
INSCRIÇÃO NA LISTA DO
PATRIMÓNIO MUNDIAL

Novos critérios e três categorias (parágrafos 35


a 39):
1. Paisagens desenhadas e criadas
intencionalmente pelo Homem -
compreendendo jardins e parques
construídos, muitas vezes associados a
edifícios monumentais ou religiosos e a
conjuntos.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O DESPONTAR DE UMA NOVA ATITUDE: PAISAGENS CULTURAIS

Fotos: IPA/DGEM; e Arq. Nuno Lopes

1992 – UNESCO, WORLD HERITAGE CONVENTION


2. Paisagens que evoluíram organicamente - resultado de imperativos sócio-económicos,
administrativos e/ou religiosos e que desenvolveram a sua forma actual em resposta ao
ambiente natural. Paisagens que reflectem o processo evolutivo através da sua forma e
dos componentes que integram. Distinguindo: Paisagem fóssil ou relíquia - aquela na
qual o processo evolutivo chegou ao fim numa determinada altura do passado, de forma
abrupta, ou durante um período. As distintas componentes que a caracterizam continuam
visíveis e materializadas. Paisagem em continuidade - aquela que mantém um papel
social activo na sociedade contemporânea, estreitamente associado a modos de vida
tradicionais e cujo processo evolutivo se encontra ainda em curso. Exibe evidências do
seu processo evolutivo ao longo do tempo.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

17
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O DESPONTAR DE UMA NOVA ATITUDE

Fotos: Uluru Kata Tjuta, Austrália; Tongariro, Nova Zelândia; Sukur, Nigéria

1992 – UNESCO, WORLD HERITAGE CONVENTION


Tipologias:
3. Paisagem cultural associativa – na existência de fortes valores relacionados com
associações religiosas, artísticas ou culturais a elementos naturais.

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O DESPONTAR DE UMA NOVA ATITUDE

Fotos: Qadisha, Libano. UNESCO

1992 – 2006, RESULTADOS DA CONVENÇÃO DO PATRIMÓNIO MUNDIAL


Como refere Metchild Rossler (avaliação das paisagens culturais inscritas como património da
humanidade no período 1992-2006) a inscrição no Património Mundial de sítios enquanto “Paisagens
Culturais” teve importantes efeitos na interpretação, apresentação, e gestão desses territórios. Os
processo de candidatura conduziram a uma melhor percepção dos seus valores nas comunidades locais,
muitas vezes devolvendo (ou dando novo) orgulho, permitindo o reviver e o reabilitar de tradições
ancestrais. Por vezes fez despontar novos problemas e perigos, como o turismo intrusivo e desregulado,
assim como processos de desenvolvimento urbano descontrolados. Em outros casos conduziu as
comunidades para modelos sustentáveis no usos dos solos, criando economias locais que integraram os
processos agrícolas tradicionais e fazendo reviver as artes e os ofícios.

As paisagens protegidas são paisagens culturais, donde co-evoluem com


as suas sociedades humanas. As qualidades das paisagens transformam e
são transformadas pelas gentes! Os processos de gestão têm de tomar
claramente esta realidade em conta.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

18
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

UM NOVO INSTRUMENTO EUROPEU!

2000, a Convenção Europeia da Paisagem


(Aprovada por Portugal em 2005, Decreto nº 4 de 14 de Fevereiro)

-Procura responder à degradação e perda de paisagens culturais na Europa.

-Propõe uma definição de paisagem centrada no social, tomando-a como «(…)uma


área tal como é percebida pelas pessoas e cujo carácter é o resultado da
interacção entre factores naturais e/ou humanos».

- As necessidades sociais e um desenvolvimento sustentável são entendidos como


fulcrais para a gestão das paisagens, assim como elementos fundamentais das
políticas nacionais e para uma democracia participativa.

- A implementação da Convenção focaliza-se e propõe políticas para a paisagem


de escala nacional, ao nível dos sistemas de protecção, gestão e planeamento.

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O PERCURSO PORTUGUÊS: OS PIONEIROS DOS ANOS 50 E 60

A CONSERVAÇÃO E AFIRMAÇÃO DA ARQUITECTURA PAISAGÍSTICA:


A gradual percepção do valor da paisagem cultivada, os primeiros projectos de
integração de arquitecturas históricas, o início da conservação e do restauro de
jardins históricos; a gradual evolução que, do jardim, evolui hoje para a protecção
de amplas paisagens.

Fotos: IPA-DGEMN

António Viana Barreto


envolventes da Torre de Belém e do Mosteiro da Batalha
Ribeiro Telles
Jardins do Palácio do Marquês de Pombal, Oeiras
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

19
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O PERCURSO PORTUGUÊS

1968 –DGSU, Serviço de Defesa e


Recuperação da Paisagem Urbana e do
Serviços de Ordenamento da Paisagem
Rural

Anos 60: Contacto com influência exterior


(Cullen; Lynch), estágios no estrangeiro de
quadros técnicos da DGSU, realização em
Portugal de eventos sobre Urbanismo com
os melhores especialistas mundiais.

Destes serviços saíram alguns dos técnicos


que, na Divisão de Estudos de Renovação
Urbana da DGPU (sucedânea da DGSU),
irão em 1985 lançar o Programa de
Reabilitação Urbana, criador dos GTLs.
E importa relembrar aqui o papel histórico
vital do Arq.º Cabeça Padrão!
(Fonte: Ana Pinho, LNEC)
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

O PERCURSO PORTUGUÊS
DGSU - Estudo de Prospecção e Defesa da
Paisagem Urbana do Algarve (1966-1970)
Previstos 49 volumes, 31 são entregues em
1970;
estudo precursor pelo valor que é reconhecido
aos tecidos urbanos e aos espaços públicos;
visão integradora do património no
ordenamento do território;
nunca foi aprovado;
desapareceram todos os volumes da DGSU
(hoje DGOT).
(Fonte: Ana Pinho, LNEC)

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

20
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO:
PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS
OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE,APAP
DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007
2007

A NOSSA EVOLUÇÃO:

1975, criação do Serviço Nacional de Parques, Reservas e


Património Paisagístico (SNPRPP), integrado numa Secretaria de
Estado do Ambiente, assumindo as responsabilidade das políticas
da conservação da natureza

1983, o SNRPP passa a designar-se por Serviço Nacional de


Parques, Reservas e Conservação da Natureza (SNPRCN) e é
tutelado por um Ministério do Equipamento Social e do Ambiente.

1993, criação do actual Instituto da Conservação da Natureza (ICN).

2005, aprovada em Portugal pelo Decreto nº 4 de 14 de Fevereiro da


Convenção Europeia da Paisagem (2000).
Consulte-se: A. Cancela de Abreu - Paisagem enquanto Património. Em: Património e Ambiente,
Revista Pedra & Cal, nº 34. Lisboa: GECORPA, 2007.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO:
PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS
OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE,APAP
DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007
2007

PORTUGAL:

Uma LeiQuadro da Conservação da Natureza, da


Biodiversidade e da Paisagem
Resolução do Conselho de Ministros n.º 152/2001

«b) Elaborar, no prazo de um ano, uma lei quadro de conservação da Natureza


que, definindo o regime jurídico fundamental da conservação da Natureza,
estruture também, de forma coerente e harmoniosa, o Sistema Nacional de Áreas
Classificadas; »

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

21
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: O CONHECIMENTO,COMO BASE DA CONSERVAÇÃO

NÃO SE PODE CONSERVAR SEM CONHECER OS


VALORES A PROPAGAR PARA O FUTURO:

CONTRIBUTOS PARA A IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA


PAISAGEM EM PORTUGAL CONTINENTAL
Alexandre Cancela d’Abreu - Teresa Pinto Correia - Rosário Oliveira
(Universidade de Évora) - Coordenação / DGOTDU 2004

Alexandre Cancela de Abreu; Teresa Pinto Correia;


Rosário Oliveira: Identificação e caracterização de
unidades de paisagem de Portugal
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: O CONHECIMENTO, COMO BASE DA CONSERVAÇÃO

DGEMN: SISTEMA DE INFORMAÇÃO E ARQUIVO (WWW.MONUMENTOS.PT)


José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

22
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

A CONSERVAÇÃO E SUA AFIRMAÇÃO EM PORTUGAL

RESTAURO DA CERCA DE TIBÃES: PRÉMIO SCARPA 1998!


O trabalho verdadeiramente notável a todos os títulos da equipa de projecto e gestão do
IPPAR (agora IGESPAR) coordenados pelos Arq. João Carlos Santos e Maria João Costa!
Veja-se a qualidade da informação disponível, por exemplo em: http://www.mosteirodetibaes.org/galeria.aspx?id=5&mid=99
Não esquecendo, por dever de justiça, o realce de outros projectos de restauro, como o Restauro do Jardim Histórico do
Palácio Queluz; do Paço Episcopal Castelo Branco; do Jardim Botânico em Coimbra, etc.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

TEMPO DE NOVOS PARADIGMAS: O “CEU” TEM UMA NOVA CARTA!

NOVA CARTA DE ATENAS 2003


Contradição estrutural: a cidade de amanhã já existe hoje!

A Nova Carta de Atenas 2003, A visão do C.E.U. sobre as Cidades do séc. XXI.
Lisboa, 20 de Novembro de 2003. Tradução portuguesa: Professor Paulo
Correia (coordenador do Grupo de Trabalho da Carta); e Dr.ª Isabel Costa Lobo.

O C.E.U. apresentou para o novo Milénio, e cito: «(…) uma Visão de uma rede
de cidades em que estas: Conservarão a sua riqueza cultural e a sua
diversidade, resultantes da sua longa história; (…) Contribuirão de maneira
decisive para o bem-estar dos seus habitantes e, num sentido mais lato, de todos
os que as utilizam»; (Introdução – 2 dos 4 pontos -, p. 5). «O planeamento
estratégico do território e do urbanismo são indispensáveis para garantir um
Desenvolvimento Sustentável hoje entendido como a gestão prudente do espaço
comum, que é um recurso crítico, de oferta limitada e com procura crescente
nos locais onde se concentra a civilização.» (Introdução, p.6).
A visão futura: uma cidade coerente no tempo!
«A cidade de amanhã já existe hoje».
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

23
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

E PORTUGAL HOJE?

PERANTE A INTENSIDADE DA MUDANÇA A ARQUITECTURA ENCERRA-


SE NA DISCUSSÃO ....DE TORRES E EMBRULHOS DE TITÂNIO EM
TECIDOS CONSOLIDADOS???

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL HOJE: PARECEMOS MUITO POUCO SUSTENTÁVEIS

The “Case” of Lisbon Adrian Atkinson - Local Agenda 21 and Future


Reality in Europe, in: http://mestrado-reabilitacao.fa.utl.pt/

Um país com uma ARQUITECTURA ecologicamente inconsciente, país


que importa 87% da sua energia (baseada em energia fóssil) sendo brutal
a nossa dependência de transportes particulares.

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

24
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

E PORTUGAL NAS ÚLTIMAS DÉCADAS?


País que sofre fluxos migratórios tardios e
dramáticas alterações na estrutura sócio-
económica;
transformações rápidas e profundas na
economia e na estrutura de ocupação do
território;
crescimento explosivo das áreas
metropolitanas e dos subúrbios;
proliferação de áreas urbanas simbólica e
fisicamente desqualificadas;
expulsão da população para “não-lugares”
periféricos

cidade que construímos sem desenho ou no


desenho deformado dos intervalos entre
rodovias e infra-estruturas (veja-se, como
prova, o último livro de Álvaro Domingues,
Cidade e Democracia). Foto: Filipe Lopes
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

E PORTUGAL HOJE?

Portugal: recordista Europeu?


Um dos países mais pobres da Europa mas com um dos maiores números de
fogos devolutos, sem uso previsível a curto prazo, dispondo de um dos
parques habitacionais mais recentes da Europa e do Mundo!

Lisboa, cidade com pouco mais de 560.000 habitantes e que tem


perdido população a um ritmo alarmante nas últimas décadas, a taxa de
ocupação completa dos fogos existentes, em construção, licenciados e/ou
projectados ultrapassa uma capacidade de 930.000 habitantes!
Temos metade da população e projectamos para o
dobro?

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

25
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

E PORTUGAL HOJE?

Vendendo hoje Renovação por Reabilitação: pouco a pouco estamos a


transfomar a cidade histórica num bem de consumo, onde explode a vulgata do
kitsch, dos «fast food´s», das lojas do atroz produto “típico”; a extrema banalização
do que era único e essencial!
NO SUCESSO DOS (mal “ditos”) CENTROS HISTÓRICOS O GERMEN DA
SUA DESTRUIÇÃO IDENTITÁRIA!
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: A DIMENSÃO TERRITORIAL DOS PROBLEMAS

POLÍTICAS AGRÍCOLAS DESADEQUADAS À GESTÃO DE PAISAGENS


CULTURAIS A mecanização que começa a destruir o sistema de organização
agrícola ancestral. Para permitir o acesso às máquinas …destroem-se os muros
de suporte que, contendo as terras, desenharam a paisagem essencial do Alto
Douro vinhateiro! Seria absolutamente incoerente o Estado financiar estas
destruições!

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

26
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: A DIMENSÃO URBANÍSTICA DOS PROBLEMAS

PAISAGENS CULTURAIS: A DIMENSÃO TERRITORIAL DOS PROBLEMAS

TEMOS CERTAMENTE AINDA ALGUNS PROBLEMAS PARA RESOLVER:


Por exemplo a salvaguarda exemplar de um palácio-quinta com valor histórico e
cultural comprometendo as sua relações com processos de desmesurada
alteração urbanística (o desaparecimento do campo de Benfica em processos de
urbanização acelerada e mais ou menos descontrolada).
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: A DIMENSÃO TERRITORIAL DOS PROBLEMAS

PAISAGENS CULTURAIS:
O QUE FAZER QUANDO TERMINA O USO!

Minas de São Domingos


Problemas da conservação de paisagens humanizadas:
uma paisagem que revela os impactos da
arquitectura industrial com o seu processo de
evolução interrompido abruptamente, onde ainda
restam vestígios do anterior destino, mas agora em
rápida alteração (com fulcrais transformações no
território, na povoação, nas arquitecturas).

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

27
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: A DIMENSÃO TERRITORIAL DOS PROBLEMAS

PAISAGENS CULTURAIS:
O QUE FAZER
QUANDO TERMINA O USO!

Espichel: Casa da Água

Uma paisagem relíquia, que respondia às peregrinações (de burro) e à


estadia dos peregrinos (estacionamento do próprio e do burro), hoje
abandonada e sem uso previsível.
Perdido os usos, qual pode ser o seu futuro?
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: A DIMENSÃO AMBIENTAL DOS PROBLEMAS

RE-EQUACIONAR AS RELAÇÕES: OS CASTELOS TAMBÉM NÃO SABEM


NADAR!
Paisagens Culturais que existem potencialmente:..o exemplo do Castelo da
Lousa, um património em sarcófago e uma Paisagem Cultural que um dia
podem reviver.

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

28
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: A DIMENSÃO AMBIENTAL E ECONÓMICA DOS PROBLEMAS

RE-EQUACIONAR AS RELAÇÕES ENTRE “AMBIENTE” E “CONSERVAÇÃO”


Mosteiro de Santa Clara: A alteração das condições ambientais acelera brutalmente os
processos de degradação. As bombas de água funcionam permanentemente, nasce
assim um pesadelo económico e para a conservação …processos insustentáveis a
médio prazo? Ou processos só sustentáveis se forem concluídos e bem sucedidos os
projectos integrados em curso?

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: A DIMENSÃO TERRITORIAL DOS PROBLEMAS


PAISAGENS CULTURAIS:

Relembrando as razões dos sucesso das


melhores cidades portuguesas, e nestas a
muito especial localização de Lisboa,

o estuário, as colinas, a riqueza dos solos, a


diversidade de habitats, clima ameno,
exposição solar, composição geológica
(basaltos e calcários) …tudo favorecendo a
biodiversidade…e o sucesso do homem!

Da necessidade de evoluirmos da
apreciação e salvaguarda exclusiva da
“Paisagem Urbana” como auge de um
projecto abstracto da construção
humana…para um novo e mais amplo
sistema que também integre o suporte
natural e as mais amplas relações e
condições biofísicas no cultural.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

29
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

E PORTUGAL HOJE? A DIMENSÃO TERRITORIAL DOS PROBLEMAS


O PATRIMÓNIO COMO MOTOR DE UM OUTRO DESENVOLVIMENTO
«A categoria de Paisagem Cultural dá-nos a possibilidade de articular questões como o
património construído, o património intangível, o ordenamento do território, a gestão dos
recursos, a participação das comunidades, o património ambiental, em suma, o conceito de
paisagem cultural encerra em si mesmo o pressuposto de um desenvolvimento durável.
(…)A sua relação clara com o conceito de desenvolvimento durável constitui assim um
instrumento privilegiado para promover a participação do património mundial nos processos
de desenvolvimento, uma vez que constituem sábias intervenções, com sucesso, no que diz
respeito ao ordenamento do território, à gestão inteligente dos recursos, a uma histórica
atitude ecológica face aos desafios do desenvolvimento. Todas estas características são
recursos para o nosso futuro.
(…) A Lista Indicativa Portuguesa [de bens a inscrever na Lista do património Mundial] pode
intervir na inclusão de categorias dentro das quais temos património representativo,
excepcional, de importância mundial, associado, por exemplo, a sectores estratégicos da
nossa economia (exemplo: a paisagem cultural do montado associada à liderança na
produção mundial de cortiça). Este exemplo, entre outros, permite-nos ter a certeza que
poderemos construir uma lista indicativa importante para o país, homogénea, correctora de
desequilíbrios e de assimetrias, contribuinte para um modelo de desenvolvimento durável».

Ana Paula Amendoeira (MAG-ICOMOS, Secretariado Internacional ICOMOS) - A propósito da elaboração


da lista Indicativa de Portugal, em: http://www.unesco.pt/pdfs/docs/APropLista.doc

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: A DIMENSÃO TERRITORIAL DOS PROBLEMAS

PAISAGENS CULTURAIS: da PAISAGEM DO MONTADO à institucionalização


da cultura piscícola, dos peixes que agora também VOAM… NO
ALENTEJO!

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

30
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: A DIMENSÃO TERRITORIAL DOS PROBLEMAS

PAISAGENS CULTURAIS: COMBATER O DESAPARECIMENTO DA PAISAGEM


DO MONTADO?
Problemas da conservação de paisagens humanizadas únicas.
A FORTE ALTERAÇÃO DA CULTURA DO SEQUEIRO no Alentejo, dos impactos
das searas no tempo do Estado Novo, à rápida explosão do regadio.
Fotos do autor: Alqueva.

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

E PORTUGAL HOJE? A DIMENSÃO TERRITORIAL DOS NOSSOS PROBLEMAS

Fotos do autor: o território a Norte da Serra d´Ossa.


José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

31
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: A DIMENSÃO TERRITORIAL DOS PROBLEMAS

PAISAGENS CULTURAIS:

Como sempre diz Nuno Portas: os problemas


também podem ser oportunidades!

A candidatura em série de Elvas e das cidades


fortificadas da RAIA PORTUGUESA E
ESPANHOLA a Património Mundial, suas
possíveis relações com os espaços culturais de
influência Luso-espanhois.
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL HOJE? A FUNDAMENTAL DIMENSÃO ECONÓMICA DOS PROBLEMAS

Fotografias de António Pedro Ferreira Expresso

PODE HAVER MORALIDADE DE GEOMETRIA VARIÁVEL NA CONSERVAÇÃO?


Sobre a alteração de partes do valiosíssimo património paisagístico da Quinta
da Bacalhoa em novas vinhas. Alguns títulos de jornais:
Publico 2001: «Como Se Transforma Um Laranjal em Vinha» e «Ippar Dá
Mais "Um Mês" para Remediar Atentado ao Património na Quinta da
Bacalhoa».
Expresso 2003: «O jardim de Berardo»
José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

32
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

E PORTUGAL HOJE: A HISTÓRIA É UM PROBLEMA OU UMA OPORTUNIDADE?

HISTÓRIA: PROBLEMA OU OPORTUNIDADE?

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

PORTUGAL: A DIMENSÃO GEOGRÁFICA DOS PROBLEMAS

“Afigura-se-me que há duas formas de


olhar para as rápidas transformações por
que o mundo passa. Muitos vêem
sobretudo o que muda, outros procuram
surpreender o que, a despeito delas
permanece”.

Orlando Ribeiro, 1945

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

33
ICOMOS-PORTUGAL
http://icomos.fa.utl.pt/index.html

PATRIMÓNIO PAISAGISTICO: OS CAMINHOS DA TRANSVERSALIDADE APAP 2007

ALGUMAS REFERÊNCIAS Comunicação disponível em: http://icomos.fa.utl.pt/


Amendoeira, Ana Paula - A propósito da elaboração da lista Indicativa de Portugal, em: http://www.unesco.pt/pdfs/docs/APropLista.doc
http://www.monumentos.pt/Monumentos/forms/002_C1.aspx
Cancela d’Abreu, A.; Pinto Correia, T., Oliveira, R. - CONTRIBUTOS PARA A IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM EM PORTUGAL
CONTINENTAL. DGOTDU, 2004
Aguiar, j., Cor e cidade histórica. estudos cromáticos e conservação do património. Porto, edições FAUP, 2003 (prólogo de Nuno Portas).
cancela de abreu, a. - paisagem enquanto Património. Em: Património e Ambiente, Revista Pedra & Cal, nº 34. Lisboa: GECORPA, 2007.
Carapinha, A. - Inventário da Arte Paisagista em Portugal. Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica. Évora, Universidade de Évora.
Departamento de Planeamento Biofísico e Paisagístico, 1985.
Fadigas, L. – Fundamentos Ambientais do Ordenamento do Território e da Paisagem. Lisboa, Edições Sílabo, 2007
Finisterra, nº 72 (disponível online): http://www.ceg.ul.pt/finisterra/numeros/2001-72/index.html
Goodchild, P. H. - Historic Landscapes and Gardens and their Conservation in Concerning Buildings: Studies in Honour of Sir Bernard Fielden, 1ª edição,
Butterwoth Heinenam, 1996.
Henriques, F.; Jorge, V. - Textos Fundamentais, em Cadernos SPPC, nº 1, Janeiro. Évora: SPPC, 1996.
ICOMOS – FILA, Jardins et sites historiques. Madrid, ICOMOS, 1993
Marques, T. P. - A Structural and Conceptual Frame Work for Garden Conservation; what Portugal can learn from U. K. , MPhil, Universidade de Sheffield,
2000.
Paiva, J.; Aguiar, J.; Pinho, A., Guia Técnico de Reabilitação Habitacional. Lisboa; LNEC-INH, 2006.
Pereira, P. Intervenções no Património. Lisboa: Ministério da Cultura, 1997.
Pereira, P. – Património Edificado. Pedras angulares. Lisboa, Aura Ensaios, 2004.
Ribeiro, Orlando, Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico, da Coimbra Editora, 1945. (2ª e 3ª edições revistas e actualizadas, Lisboa: Livraria Sá da Costa,
1963 e 1967).
Rossler, M. – World Heritage Cultural Landscapes: A UNESCO flagship Progrmme 1992-2006. Em: Landscape Research, Vol 31, Nº 4, 333. Routledge,
2006
CARTAS E REUNIÕES INTERNACIONAIS
VENICE CHARTER (1964) http://www.international.icomos.org/icomos_venice.htm
BURRA CHARTER (1979, 1981 e 1988 http://www.icomos.org/docs/burra_charter.html
FLORENCE CHARTER (1981) http://www.international.icomos.org/icomos/e_floren.htm
CONVENTION FOR THE PROTECTION OF THE ARCHITECTURAL HERITAGE IN EUROPE, Convenção de Granada (1985)
http://www.culture.coe.fr/Infocentre/txt/eng/econ121.html
WASHINGTON CHARTER (1987) http://www.international.icomos.org/icomos/e_towns.htm
CHARTER FOR THE CONSERVATION OF PLACES OF CULTURAL HERITAGE VALUE (1992) http://www.icomos.org/docs/nz_92charter.html
MEETING OF THE EXPERT GROUP ON CULTURAL LANSDCAPES, La Petite Pierre (1992) http://www.unesco.org/whc/archive/pierre92
EXPERT MEETING ON EUROPEAN CULTURAL LANDSCAPES OF OUTSTANDING UNIVERSAL VALUE, Vienna (1996)
http://www.unesco.org/whc/archive/europe7
EXPERT MEETING ON EVALUTION OF GENERAL PRINCIPLES AND CRITERIA FOR NOMIATIONS OF NATURAL WORLD HERITAGE SITES. (1996)
http://www.unesco.org/whc/archive/vanoise

José Aguiar, com apoio de Rita Gonçalves, ICOMOS –Portugal

34

You might also like