Os sons percussivos são encontrados em quase todas as culturas do mundo e
existem desde antes de 6000 a.C. Eles tiveram associações cerimoniais, sagradas e simbólicas. O primeiro tipo de instrumento de percussão foi qualquer coisa que tocando produzisse som. A música percussiva foi usada por todas as grandes civilizações em todo o mundo. Os instrumentos de percussão têm fortes associações cerimoniais, sagradas ou simbólicas em quase todo o mundo. A música percussiva simboliza e protege a realeza tribal em grande parte da África. Eles também foram usados para transmitir mensagens por longas distâncias. Eles também desempenharam um papel importante na Europa medieval e renascentista. Alguns ritmos e instrumentos percussivos foram usados na guerra para enviar instruções codificadas aos soldados.
A música brasileira é composta pela mistura de diversos elementos culturais
europeus, africanos e indígenas. Suas tradições, danças, ritmos e instrumentos musicais gerou no Brasil, uma enorme diversidade de gêneros e ritmos únicos que estão vinculados com certas regiões e costumes distintos. Já inserido na cultura Brasileira, a música percussiva e a variedade de ritmos, acompanha a vida das pessoas desde muito cedo. Um dos objetivos de trabalhar a música percussiva, é apresentar um mundo musical forte no Brasil, vivida de forma muito sutil pelas crianças do nosso País.
A Rítmica não é um código rígido de ensino, mas um conjunto de
princípios norteadores da prática pedagógica a serem vividos com inteireza: “A Rítmica, antes de mais nada, é uma experiência pessoal” (JAQUES-DALCROZE, 1909, p. 66) Levando em consideração os argumentos de DALCROZE a música percussiva é vivida, precisa ser praticada para ser aprendida, os ritmos já estão inseridos nas crianças brasileiras, a educação musical tem o intuito de tornar isto concreto e significativo. Este objetivo pretende, além de proporcionar uma prática musical abrangente com relação aos estilos rítmicos, mediar, respeitar e valorizar os diferentes gostos pela música. As práticas musicais serão desenvolvidas a partir da formação de grupos de percussão, devido à riqueza deste aspecto nos ritmos que serão trabalhados. Através deste meio é possível proporcionar aos alunos uma grande possibilidade de exploração sonora, por ser relativamente fácil executar um instrumento de percussão do que um instrumento melódico e/ou harmônico. Também será proposto a leitura de partitura analógica, inserindo as crianças em um mundo não só pratica, mas também teórico.
A notação musical analógica, como o nome indica, baseia-se na
analogia entre propriedades do campo auditivo e do visual. Alto, baixo, horizontal, vertical, contorno, proporção e outras são qualidades compartilhadas por esses dois domínios perceptivos (Schafer, 1997, p. 176).
A atuação dentro de um grupo de percussão por si só, incentiva a interação entre
os alunos e com o professor, assim desenvolvendo suas habilidades interpessoais junto com a aprendizagem musical que por parte, também é adquirida através destas diversas interações. A construção, em grupo, de um repertório contendo diversos gêneros e estilos brasileiros será o resultado de um grande processo de mediação cultural envolvendo diversos aspectos musicais e sociais, respeitando as diferenças culturais e incentivando a apreciação da música e de outros meios artístico envolvidos.
BIBLIOGRAFIA:
BOZON, M. Práticas musicais e classes sociais: estrutura de um campo local. Em
Pauta, Porto Alegre, v. 11, n. 16/17, 2000. GOHN, Daniel M. Auto-aprendizagem musical: alternativas tecnológicas. São Paulo: Annablume / Fapesp, 2003.