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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre os temas gênero, diversidade e inclusão na
escola atual, para um maior conhecimento e embasamento teórico dos profissionais da
educação, já que o assunto se esgota em declarações e atitudes simplistas para com os
problemas envolvendo a temática. Apesar das discussões e debates, pouco ainda é feito para
que esses assuntos sejam realmente incorporados nas práticas de alunos e escolas. Assim, a
construção dos direitos humanos e do respeito à diversidade deve ser um processo de
transformação consciente que tem que começar por cada um, através de atitudes concretas e
éticas. Para tanto nos utilizados da pesquisa bibliográfica a luz de autores como Santos,
Carvalho e cadernos do MEC.
INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo refletir sobre questões de gênero, diversidade e inclusão
na escola atual já que para muitos profissionais da área ainda é um tema recente, necessitando
de um embasamento teórico maior. Esses temas englobam o que chamamos de direitos
humanos devendo ser posto em práticas por todos os cidadãos engajados na educação.
Nas últimas décadas, estamos presenciando um conjunto de mudanças educacionais
no que se refere principalmente aos parâmetros curriculares, mudanças nas leis de
1
Especialista em Psicopedagogia Clinica e Institucional pela Faculdade Católica do Cariri - FCC e
Professora da Rede Municipal de Ensino do Crato – raquelmateus.29@gmail.com
2
Especialista em Psicopedagogia Institucional pela Faculdade Integrada de Patos e Professora da Rede
Municipal de Ensino do Crato – polydossantos@yahoo.com.br
acessibilidade, na universalização da escola, na obrigatoriedade do ensino, enfim, mudanças
de um tipo de escola que sempre foi excludente, seletista e conservadora para outra que tem
como meta a inclusão, tolerância e respeito a todos.
As abordagens dos direitos humanos, gênero, inclusão e diversidade são recentes na
educação e tem como meta formar para aprendizagem, afirmar valores humanistas e para o
cultivo da cultura de paz. Ela deve ser norteadora dos currículos escolares. Não é uma
disciplina, pois faz parte da área diversificada do currículo, seu intuito na verdade é de colocar
os direitos humanos a serviço da educação em todas as aulas e disciplinas, levando os
educandos a criticidade no entendimento das diversas formas de ser, querer e poder. As
atitudes e discursos propostos pelo tema é de combate ao preconceito, racismo, homofobia,
discriminação social, cultural, religiosa, política, enfim, daquilo que é estranho aos olhos da
sociedade. Essa é premissa na construção do ser cidadão.
Historicamente, a escola foi concebida para alguns, excluindo desse processo negros,
pobres, homossexuais, deficientes. Contudo, foi sendo requisitada por aqueles as quais havia
sido negada precisando assim, ser diversa. Contudo, começa-se a evidenciar
institucionalmente que a discriminação e o preconceito são fatores determinantes no fracasso
escolar e na evasão de sujeitos negros e negras, lésbicas, gays, travestis e transexuais do
espaço escolar.
Nos ambientes escolares já se faz presente debates e reflexões sobre a questão de
gênero, diversidade e inclusão, mas se faz necessário que os mesmos sejam postos realmente
em prática, não dotado de cunho religioso ou de falso moralismo, mas dotado de criticidade,
de um olhar profundo a questão do outro, onde o diálogo constante entre gestores, educadores,
educandos e comunidade em geral seja estabelecido. É fundamental que as relações de
gênero, sexualidade, étnico – raciais e religiosas sejam incluídas no currículo de forma eficaz,
pois esses diálogos e conhecimentos contribuem para o acesso e permanência dos vários
sujeitos na escola e sociedade. E Guacira Lopes L compartilha;
Assim, a compreensão do sujeito enquanto ser que tem direitos e deveres, é fator
indispensável na educação escolar, pois quando o aluno abandona a escola, na maioria das
vezes e dos casos abandona também princípios éticos, morais, ambientais e de altruísmo. Sem
orientação e educação os jovens ficam propícios e há aumento nos índices de violência, tem-
se observado o agravamento na degradação da biosfera, a generalização dos conflitos, o
crescimento da intolerância, mostrando um descompasso entre os princípios legais dos
direitos humanos e sua efetivação.
Se perguntarmos as pessoas o que são direitos humanos certamente dirão que são
direitos de votar, de ter e seguir uma religião, de liberdade de expressão, mas o alcance do que
seja esses direitos é muito maior. Infelizmente a sociedade ainda desconhece quais seus
verdadeiros direitos, mal sabendo que esses envolvem questões como conseguir um trabalho e
de ser remunerado, de não poder ser despedido arbitrariamente, de lazer, instrução, de acesso
ao serviço público a propriedade e etc. Não é percebido pela população e principalmente as
mais carentes que caso não sejam ofertados esses direitos o Estado pode ser acionado para
garanti-lo.
Após a segunda guerra mundial em 1945, delegados de 50 países reuniram-se em San
Francisco onde foi formado um organismo internacional para promover a paz e prevenir
futuras guerras. O corpo internacional ficou conhecido por ONU (Organização das Nações
Unidas) no qual foi ganhando cada vez mais atenção mundial. Em 1948 elaborou a
Declaração Universal dos Direitos Humanos com o compromisso dos estados membros de
promover um mundo onde todos possam ser libertos do terror e da miséria, onde possam ser
livres de falar, crer e ser.
Os direitos humanos está baseado no princípio do respeito a cada pessoa, cada
indivíduo merecendo ser tratado com dignidade não importando quem sejam ou de onde
venham. Ela é a declaração mais universal que se tem, a qual delineia-se os direitos
fundamentais, formando uma base para sociedade democrática. No seu artigo 2º prescreve:
Muitas práticas sociais que violam direitos humanos podem ter indícios nos processos
de segregação social em que homens e mulheres com menor poder aquisitivo estão sujeitos e
são submetidos a todo tipo de violência: simbólica, física, social, cultural e humana. A
homossexualidade como por exemplo – é alvo de "noções herdadas" de algo que, de acordo
com Pierre Bourdieu (2007), seria uma espécie de "dominação pelo capital cultural" e que,
entretanto, expõe à margem da cidadania diversos grupos sociais que deveriam ter, por Lei e
pela própria constituição democrática de liberdade, seus direitos sociais, políticos, jurídicos,
sexuais e o direito a ter direito garantidos, o que, lamentavelmente, não vem ocorrendo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho de construção dos direitos humanos deve ser um processo de transformação
consciente que tem que começar por cada um, através de atitudes concretas e éticas. Dessa
forma, a inclusão pressupõe novos modos de ser e viver; de ser e respeitar; de ser e de olhar
para as diferenças como atributos somatórios à prática social da convivência na escola ou fora
dela. Ainda há muito para ser conquistado em termos de respeito à dignidade da pessoa
humana, sem distinção de raça, nacionalidade, etnia, gênero, classe social, região, cultura,
religião, orientação sexual, identidade de gênero, geração e deficiência. Da mesma forma, há
muito a ser feito para efetivar o direito à qualidade de vida, à saúde, à educação, à moradia, ao
lazer, ao meio ambiente saudável, ao saneamento básico, à segurança, ao trabalho e às
diversidades cultural e religiosa, entre outras.
É preciso buscar uma concepção multicultural de direitos humanos que nos auxilie no
enfrentamento das práticas discriminatórias. Entendemos que os conhecimentos de relações
de gênero, sexualidade e relações étnico-raciais incluídos no currículo da escola são
fundamentais. São conhecimentos que contribuem para a promoção da igualdade de
condições de acesso e permanência dos diferentes sujeitos na medida em que promovem o
respeito à diversidade cultural. O trabalho com esses conhecimentos no cotidiano da sala de
aula, instrumentaliza a reflexão e desnaturaliza a exclusão social. Reconhecer a sociedade,
suas relações e a historicidade das mesmas é um passo importante na busca de um
posicionamento crítico e transformador diante da realidade.
REFERÊNCIAS
Site:
http://www.direitoshumanos.usp.br/