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INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

FICHAMENTO

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO


Lei n.º 9.985 de 2000 e Decreto n.º 4.340 de 2002

JOÃO GUILHERME DE ALBUQUERQUE SANTOS

GUARATUBA
2010
Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC
Lei n.º 9.985 de 2000 e Decreto n.º 4.340 de 2002.

Como reflexo de uma sociedade que nitidamente preocupa-se com a situação


ambiental atual geral, fez-se notado esforço para o estabelecimento de legislações
específicas acerca da matéria, tendo a legislação ambiental passado por um período
de constantes atualizações.
No ano de 2000, o artigo 225, §1º, I, II, III e VII da Constituição Federal teve
sua regulamentação com a lei do SNUC (adotamos a partir daqui a sigla).
Os órgãos gestores do SNUC são: CONAMA, Ministério do Meio Ambiente,
Instituto Chico Mendes, IBAMA e órgãos estaduais e municipais. (Pág. 243, § 1º)
Não de maneira geral, mas de ordem excepcional, as UC´s podem integrar o
SNUC, quando for comprovado a falta de previsão de categoria na Lei 9.985. (Pág.
243, §3º)
Existem 02 (dois) tipos de uso: direto e indireto. “(...)Entende-se por uso
direto aquele que envolve coleta e uso dos recursos naturais. O uso indireto é
aquele que não envolve o consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos
naturais. (...)” (Pág. 243, §4º)
O SNUC compreende Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso
Sustentável, sendo determinante para a sua definição quais as possibilidades de
utilização de seus recursos naturais. (Pág. 243, §6º)
Para a preservação da natureza, criou-se as Unidades de Proteção Integral –
UPI, e compõe-na 5 categorias: Estação Ecológica; Reserva Biológica; Parque
Nacional; Monumento, e; Refúgio da Vida Silvestre. (Pág. 244, §1º)
Os recursos oriundos de visitação às UPI´s devem ser revertidos em prol das
próprias Unidades, com o objetivo de auto-sustentação afim de mantê-las em pleno
funcionamento.
No que tange às Unidades de Uso Sustentável – UUS’s, como o próprio nome
já exprime, o uso é permitido, desde que controlado e de forma auto-sustentável.
São 08 (oito) as categorias abrangidas pelas UUS’s, elencadas assim: Área de
Proteção Ambiental – APA; Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE; Floresta
Nacional – FloNa; Reserva Extrativista; Reserva de Fauna; Reserva de
Desenvolvimento Sustentável, e; Reserva Particular de Patrimônio Natural – RPPN.
(Pág.245, §3º)
Além das já citadas Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso
Sustentável, a lei do SNUC ainda prevê um outro tipo de unidade de conservação,
denominado Reserva de Biosfera.
“O art. 41 da Lei n. 9.985/2000 refere-se à Reserva da Biosfera, a qual é um
modelo internacional de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos
naturais. (...)” (Pág. 247, §6º) O grifo é deles.
O Brasil abriga 5 reservas da biosfera, e integra um grupo de 94 países que
detém tal tipo de unidade de conservação. O total de reservas desta espécie é de
411 em todo o mundo. (Pág. 247, §8)
Para que seja criada uma UC, são necessários diversos dados prévios,
obtidos por meio de estudos técnicos e consulta pública. No entanto, para a criação
de uma UPI, tal consulta não se faz necessária. (Pág. 248, §3º)
Requisito ainda para uma UC são zonas de amortecimento, ou seja, “(...) o
entorno de uma unidade de conservação, (...), visando minimizar os impactos
negativos sobre a unidade.(...)” Reza ainda acerca de corredores ecológicos, que
“(...) são ecossistemas que ligam unidades de conservação e possibilitam o fluxo e o
movimento da biota.” (Pág. 248, §6º)
Para a elaboração e implementação do Plano de Manejo em determinadas
Unidades de Uso Sustentável, devendo abranger a área da unidade, bem como as
zonas de amortecimento e corredores ecológicos, é garantida a partipação da
população residente, salvo nos casos que a permanência das populações
tradicionais seja proibida, onde estas serão reassentadas pelo Estado e indenizadas
ou compensadas pelas obras realizadas na área, no que se referir a benfeitorias.
(Pág. 248, §§7º, 8º, 9º)
“(...) o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de
uma Unidade de Proteção Integral.” (Pág. 249, §1º)
“A Lei n. 9.985/2000 prevê, em seu art. 30, a possibilidade de gerência das
unidades de conservação por organizações da sociedade civil de interesse público
(OSCIP) com objetivos afins aos da unidade.(...)” (Pág. 249, §4º)
“O Plano de Manejo poderá dispor sobre atividades de liberação planejada e
cultivo de organismos geneticamente modificados nas APA´s e nas zonas de
amortecimento das demais unidades de conservação (art. 27, §4º, Lei n.
9.985/2000)” (Pág. 249, § 6º)
“Depois de extensa decisão (...) do Supremo Tribunal Federal, na ADI 3.378
(...) sobre a compensação ambiental, prevista na Lei n. 9.985/2000, um novo cenário
se avizinha para o tratamento do assunto.” (Pág. 250, §1º)
“O Supremo Tribunal Federal julgou parcialmente procedente a ADI, (...),
entendendo inconstitucional o §1º do art. 36, em razão de estabelecer um
percentual mínimo de 0,5% dos custos totais do empreendimento como medida
compensatória.” (Pág. 250, §3º)
“Com a decisão, (...), caberá ao órgão licenciador, in casu, o IBAMA, em
razão de grandes impactos, aferir o valor de compensação ambiental, sempre atento
aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.” (Pág. 251, §5º)
“(...) a figura da compensação é posterior a um dano, nos casos e que o meio
ambiente não retorne ao status quo ante. Havendo possibilidade de retorno, haverá
reparação, ou restauração. Não havendo retorno, haverá compensação.” (Pág. 251,
§10)
Considerações Finais

Após esta leitura reflexiva, chego à conclusão que a lei do SNUC de fato é
prática, viável e, sobretudo, de profunda relevância em nosso ordenamento jurídico.
Diante de uma sociedade que parece esquecer de suas obrigações para com os
direitos difusos e coletivos, vivenciamos uma nova era legislativa, onde o bem maior
é o meio ambiente.
Ainda estamos distantes do ideal de conservação e proteção ambiental, e
prova disto são as constantes e lamentáveis queimadas que assolam regiões de
nosso país, bem como a falta de sistemas de esgoto, despejando dejetos em água
limpa. Porém, regulamentar em favor da fauna e flora brasileiras é obrigação
legislativa, que trás em seu escopo a visão de futuro viável à vida.
Com o advento da Lei n. 9.985, a natureza foi elevada a um grau acima de
salva-guarda, e cabe aos órgãos competentes garatir o cumprimento desta
legislação específica.
E no que tange a nós, como acadêmicos e futuros operadores do Direito,
temos obrigações para com a natureza, e começamos desde já, na compreensão de
legislações pertinentes.

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