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Quem já viajou pelo interior do Brasil, através de estados como

Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Mato Grosso ou Mato


Grosso do Sul, certamente atravessou extensos chapadões,
cobertos por uma vegetação de pequenas árvores retorcidas,
dispersas em meio a um tapete de gramíneas - o cerrado.
Durante os meses quentes de verão, quando as chuvas se
concentram e os dias são mais longos, tudo ali é muito verde. No
inverno, ao contrário, o capim amarelece e seca; quase todas as árvores e arbustos, por sua
vez, trocam a folhagem senescente por outra totalmente nova. Mas não o fazem todos os
indivíduos a um só tempo, como nas caatingas nordestinas. Enquanto alguns ainda mantém
suas folhas verdes, outros já as apresentam amarelas ou pardacentas, e outros já se despiram
totalmente delas. Assim, o cerrado não se comporta como uma vegetação caducifolia, embora
cada um de seus indivíduos arbóreos e arbustivos o sejam, porém independentemente uns dos
outros. Mesmo no auge da seca, o cerrado apresenta algum verde no seu estrato arbóreo-
arbustivo. Suas espécies lenhosas são caducifolias, mas a vegetação como um todo não. Esta
é semicaducifolia.

A vegetação do Bioma do Cerrado, considerado aqui em


seu "sensu lato", não possui uma fisionomia única em toda a sua
extensão. Muito ao contrário, ela é bastante diversificada,
apresentando desde formas campestres bem abertas, como os
campos limpos de cerrado, até formas relativamente densas,
florestais, como os cerradões. Entre estes dois extremos fisionômicos, vamos encontrar toda
uma gama de formas intermediárias, com fisionomia de savana, às vezes de carrasco, como os
campos sujos, os campos cerrados, os cerrados "sensu stricto" (s.s.). Assim, na natureza o
Bioma do Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas fisionômicas, ora manifestando-
se como campo sujo, ora como cerradão, ora como campo cerrado, ora como cerrado s.s. ou
campo limpo. Quando percorremos áreas de cerrado, em poucos km podemos encontrar todas
estas diferentes fisionomias. Este mosaico é determinado pelo mosaico de manchas de solo
pouco mais pobres ou pouco menos pobres, pela irregularidade dos regimes e características
das queimadas de cada local (freqüência, época, intensidade) e pela ação humana. Assim,
embora o Bioma do Cerrado distribua-se predominantemente em áreas de clima tropical
sazonal, os fatores que aí limitam a vegetação são outros: a fertilidade do solo e o fogo. O
clímax climático do Domínio do Cerrado não é o Cerrado, por estranho que possa parecer, mas
sim a Mata Mesófila de Interflúvio, sempre verde, que hoje só existe em pequenos relictos,
sobre solos férteis tipo terra roxa legítima. As diferentes formas de Cerrado são, portanto,
pedoclímaces ou piroclímaces, dependendo de ser o solo ou o fogo o seu fator limitante. Claro
que certas formas abertas de cerrado devem esta sua fisionomia às derrubadas feitas pelo
homem para a obtenção de lenha ou carvão.

De um modo geral, podemos distingüir dois estratos na


vegetação dos Cerrados: o estrato lenhoso, constituído por
árvores e arbustos, e o estrato herbáceo, formado por ervas e
subarbustos. Ambos são curiosamente heliófilos. Ao contrário do caso de uma floresta, o
estrato herbáceo aqui não é formado por espécies de sombra, umbrófilas, dependentes do
estrato lenhoso. O sombreamento lhe faz mal, prejudica seu crescimento e desenvolvimento. O
adensamento da vegetação lenhosa acaba por eliminar em grande parte o estrato herbáceo.
Por assim dizer, estes dois estratos se antagonizam. Por esta razão entendemos que as
formas intermediárias de Cerrado - campo sujo, campo cerrado e cerrado s.s. - representem
verdadeiros ecótonos, onde a vegetação herbácea/subarbustiva e a vegetação
arbórea/arbustiva estão em intensa competição, procurando, cada qual, ocupar aquele espaço
de forma independente, individual. Aqueles dois estratos não comporiam comunidades
harmoniosas e integradas, como nas florestas, mas representariam duas comunidades
antagônicas, concorrentes. Tudo aquilo que beneficiar a uma delas, prejudicará, indiretamente,
à outra e vice-versa. Elas diferem entre si não só pelo seu espectro biológico, mas também
pelas suas floras, pela profundidade de suas raízes e forma de exploração do solo, pelo seu
comportamento em relação à seca, ao fogo, etc., enfim, por toda a sua ecologia. Toda a gama
de formas fisionômicas intermediárias parece-nos expressar exatamente o balanço atual da
concorrência entre aqueles dois estratos.

Troncos e ramos tortuosos, súber espesso, macrofilia e


esclerofilia são características da vegetação arbórea e arbustiva,
que de pronto impressionam o observador. O sistema
subterrâneo, dotado de longas raízes pivotantes, permite a estas
plantas atingir 10, 15 ou mais metros de profundidade,
abastecendo-se de água em camadas permanentemente úmidas do solo, até mesmo na época
seca.

Já a vegetação herbácea e subarbustiva, formada também por espécies


predominantemente perenes, possui órgãos subterrâneos de resistência, como bulbos,
xilopódios, sóboles, etc., que lhes garantem sobreviver à seca e ao fogo. Suas raízes são
geralmente superficiais, indo até pouco mais de 30 cm. Os ramos aéreos são anuais, secando
e morrendo durante a estação seca. Formam-se, então 4, 5, 6 ou mais toneladas de palha por
ha/ano, um combustível que facilmente se inflama, favorecendo assim a ocorrência e a
propagação das queimadas nos Cerrados. Neste estrato as folhas são geralmente micrófilas e
seu escleromorfismo é menos acentuado.
Cerrado
Características do cerrado, tipos de vegetação, regiões, árvores típicas,
foto

Paisagem típica do cerrado brasileiro

Introdução

Podemos encontrar a vegetação de cerrado, principalmente, na região


centro-oeste do Brasil, ou seja, nos estados do Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Está presente também nas seguintes
regiões: oeste de Minas Gerais e sul do Maranhão e Piauí.

Infelizmente, em função do avanço da agricultura nesta região,


principalmente de soja, o cerrado vem diminuindo de tamanho com o
passar dos anos. O crescimento da pecuária de corte também tem
colaborado para a diminuição deste tipo de vegetação. Ambientalistas
afirmam que, nos últimos 50 anos, a vegetação do cerrado diminuiu para
a metade do tamanho original.

Características do Cerrado:

- presença marcante de árvores de galhos tortuosos e de pequeno porte;


- as raízes destes arbustos são profundas (propriedade para a busca de
água em regiões profundas do solo, em épocas de seca);
- as cascas destas árvores são duras e grossas;
- as folhas são cobertas de pêlos;
- presença de gramíneas e ciperáceas no estrado das árvores.

O cerrado é uma vegetação típica de locais com as estações climáticas


bem definidas (uma época bem chuvosa e outra seca) e regiões de solo
de composição arenosa.

Curiosidade:

- os principais arbustos encontrados no cerrado são: pau-santo, pequi e


lixeira.
ÁRVORES DO CERRADO

Abrangência do Cerrado no Brasil Aspecto


típico

Algumas considerações gerais sobre o Cerrado:

O cerrado é uma região característica da parte central do Brasil. Ocupa cerca


de 20% do território nacional, um total de 2.000.000 de Km2 (ver mapa de
localização ao lado)

A vegetação de cerrado, como o nome indica, exibe árvores de médio porte,


retorcidas, de folhas ásperas e casca grossa e rugosa. Normalmente não
formam grupos compactos, e sim entremeados de vegetação baixa como
grama e arbustos.

A causa do surgimento deste tipo de vegetação é explicada por vários


motivos, conforme os autores: Vão desde a pobreza do solo, normalmente
muito ácido; passando pela irregularidade das chuvas, com longos períodos
de seca; até a freqüência de queimadas. Realmente no Cerrado as queimadas
são comuns em determinada época do ano, e surgem até espontaneamente,
devido principalmente a raios (que nesta região são também muito
freqüentes), sem contar as provocadas pelo homem.

Estudam-se fatores na vegetação que estariam adaptados por seleção


natural a conviver bem com as queimadas, como a dureza e rusticidade de
folhas e tronco, sementes que resistem bem ao fogo, e até mesmo aquelas
que dependem dele para a quebra de dormência, de forma que estariam
prontas a germinar após a queimada, aproveitando o terreno limpo para seu
desenvolvimento.

Porém o Cerrado não é uma região uniforme quanto a vegetação. Existem ali
classificações diferentes de vegetação, conforme a densidade de árvores por
área. Esta classificação também varia de acordo com o autor:

- Campo limpo - com vegetação prdominante e quase exclusiva de


gramíneas

- Campo sujo - possui cerca de 15% de árvores e arbustos, os quais


concentram-se geralmente em "ilhas" de vegetação.
- Cerrado típico ou stricto senso - com árvores mais espaçadas e de menor
porte.
- Cerradão - com vegetação exuberante, composta de árvores médias e
altas, porém ainda com um percentual de vegetação baixa e arbustos.

- Matas de galerias ou ciliares – Matas fechadas que ocorrem em


nascentes ou ao longo de cursos d’água, em regiões mais férteis. Se
assemelham à região de Mata Atlântica, muitas vezes repetindo as mesmas
espécies desta, como Jequitibás.

- Veredas – Formação vegetal interessantíssima e típica da região. Ao


longo de brejos ou locais encharcados, forma-se um “caminho” de palmeiras
buritis, que só sobrevivem neste tipo de terreno, e se destacam na paisagem.
O título do livro de Guimarães Rosa, “Grande Sertão: Veredas” se refere a
esta formação. Os condutores de boiada de antigamente a procuravam para
definir de longe onde o gado deveria parar para beber água.
A diversidade das árvores do Cerrado é muito grande, e por esperarmos
sempre uma vegetação dura e de “casca grossa” em todos os sentidos,
sempre nos surpreendemos com flores de grande beleza e delicadeza.
Muitas vezes, na época de chuvas, as próprias folhas novas tem uma suave
tonalidade de flor, destacando-se na paisagem agreste.

Artigos publicados em 'Frutos do Cerrado'


09.04.08

Pequi - Caryocar brasiliense Camb.


por admin

Nomes populares: pequi, piqui, grão-de-cavalo,


amêndoa-de-espinho, piquiá-bravo, pequiá, pequiá-
pedra, pequerim, suari e piquiá. Nome científico:
Caryocar brasiliense Camb.

O pequizeiro é uma planta típica do Cerrado, que consiste num bioma de grande
variedade de sistemas ecológicos, tipos de solo, clima, relevo e altitude, e com uma
vegetação caracterizada por coberturas rasteiras, arbustos, árvores esparsas e tortuosas,
de casca grossa, folhas largas e raízes profundas, formando desde paisagens campestres
a florestas.

Com uma vida útil estimada de aproximadamente 50 anos, o pequizeiro atinge até 10 m
de altura. Sua fase reprodutiva inicia-se a partir do oitavo ano, com floração ocorrendo
normalmente entre os meses de setembro a novembro.

A frutificação acontece de outubro a fevereiro, produzindo frutos por 20 a 40 dias em


média, com produção variável podendo chegar a 1000 frutos por pé.

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