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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE.............................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
MEIO AMBIENTE ....................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
CAUSAS DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS ................................................................................. 24
CAPÍTULO 3
CONTROLE DA POLUIÇÃO........................................................................................................ 38
UNIDADE II
GESTÃO AMBIENTAL............................................................................................................................. 56
CAPÍTULO 1
SUSTENTABILIDADE................................................................................................................ 56
CAPÍTULO 2
GESTÃO AMBIENTAL EM EMPRESAS/INSTITUIÇÕES.............................................................. 64
UNIDADE III
VENTILAÇÃO INDUSTRIAL E AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA NO CONTROLE DE EMISSÕES ........... 97
CAPÍTULO 1
VENTILAÇÃO INDUSTRIAL E PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE .................................................... 97
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e
modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância –
EaD.
Provocação
Para refletir
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
A cada capítulo pensamos nas horas que você dedica ao trabalho destinado
às atividades educativas bem como às práticas desenvolvidas no cotidiano de
um ambiente universitário. Lembrando sempre de que você é protagonista
da história que estamos construindo a partir de agora.
Bons estudos!
Objetivo
» capacitar o aluno para compreensão das principais conceitos
associados à preservação do meio ambiente; à poluição
ambiental, ao desenvolvimento sustentável e aos
instrumentos de gestão ambiental.
PROTEÇÃO UNIDADE I
DO MEIO AMBIENTE
CAPÍTULO 1
Meio Ambiente
Introdução
O Engenheiro de Segurança do Trabalho tem um papel importante de avaliar a diversidade de
ambientes laborais e garantir que um ou mais trabalhadores tenham qualidade em sua
jornada de trabalho, para tanto uma das principais atribuições deste profissional visa:
Por meio deste arranjo de atribuições este profissional interage para que o meio ambiente do
trabalho esteja em conformidade com os conceitos atuais e em conformidade com a
legislação.
10
No entanto, o direito ao trabalho, encontra-se previsto no artigo 6o da Carta Magna, deve ser
interpretado à luz das diretrizes fundamentais da dignidade da pessoa humana e do valor
social do trabalho.
Logo, a todo cidadão tem o direito de possuir um trabalho digno ou decente, ou seja, que
corresponda às condições mínimas de higiene, de saúde e de segurança, até porque a redução
dos riscos inerentes ao trabalho também configura direito social constitucionalmente
atribuído à classe trabalhadora (CF/1988, art. 7o, XXII).
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do indivíduo, é natural admitir que o homem passou a integrar plenamente o meio ambiente
no caminho para o desenvolvimento sustentável preconizado pela nova ordem ambiental
mundial. Grott (2003), afirma que o meio ambiente do trabalho faz parte do conceito mais
amplo de ambiente, de forma que deve ser considerado como bem a ser protegido pelas
legislações para que o trabalhador possa usufruir de uma melhor qualidade de vida.
No quarto: cabe ao Ministério Público do Trabalho zelar pela defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais.
Existe uma sinergia entre o meio ambiente do trabalho, dentro da conceituação de meio
ambiente artificial. É o local onde o trabalhador exerce suas funções laborativas e que passa
grande parte de sua vida. Não necessariamente o ambiente de uma empresa ou fábrica, mas
o local onde se trabalha, que pode ser externo como o caso dos agricultores ou em máquinas
como carros e ônibus. Vejamos cada definição para compreender estas quatro vertentes de
meio ambiente.
Está explicitado mediatamente no Art. 225 da Constituição Federal, sendo que sua tutela
imediata se encontra no Parágrafo I, incisos I e VII do referido Artigo:
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se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.
(...)
Este patrimônio está previsto expressamente nos Artigos 215 e 216 da Constituição Federal:
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a
difusão das manifestações culturais.
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§ 3o - A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual,
visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do
poder público que conduzem à:
Deste modo, para que este local seja considerado adequado para o trabalho, deverá
apresentar além de condições salubres, ausência de agentes que coloquem em risco o corpo
físico e a saúde mental dos trabalhadores.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei:
(...)
Proteger o meio ambiente do trabalho significa proteção aos trabalhadores, mas também à
saúde de agentes indiretos (comunidades periféricas aos estabelecimentos de labor), posto
que um meio ambiente poluído por indústrias, por exemplo, afeta o meio ambiente interno e
externo.
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Para tanto, entender-se importante o estudo e a aplicação dos princípios da “prevenção” e da
“precaução” no âmbito do meio ambiente do trabalho. Necessário é distinguir tais princípios,
sabendo-se que a prevenção diz respeito aos danos previsíveis, e a precaução aos danos sobre
os quais ainda não há certeza científica.
Precaução e prevenção
O ordenamento jurídico brasileiro no âmbito do direito ambiental tem como pilares diversos
princípios, dentre eles os da prevenção e da precaução. Milaré (2005, p. 165) afirma que
especialistas fazem uso do princípio da prevenção, enquanto outros se reportam ao princípio
da precaução. “Outros, utilizam a ambas as expressões, supondo ou não diferença entre elas”.
Apesar de aparentemente terem o mesmo significado, são princípios distintos, mesmo que
sutilmente, possuem relação entre si de gênero e espécie. Como bem destaca Sirvinskas
(2008, p. 57):
15
O princípio da precaução, segundo Milaré (2005) a incerteza científica milita em favor do meio
ambiente, carregando-se ao interessado o ônus de provar que as intervenções pretendidas
não trarão consequências indesejadas para o meio ambiente. Por sua vez, o postulado da
precaução pretende-se evitar o risco mínimo ao meio ambiente, nos casos de incerteza
científica acerca de sua degradação (RODRIGUES, 2002).
A constituição federal, ao tratar especificamente da saúde em seu art. 196, deixa claro o
caráter preventivo das políticas públicas. Evidencia que as normas constitucionais impõem
16
caráter preventivo não só às políticas públicas diretamente relacionadas ao meio ambiente,
mas também àquelas que com ele se relacionam:
A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em seu capítulo V, dispõe sobre as normas de
segurança e a medicina do trabalho. De uma forma geral, esse capítulo se dedica a estabelecer
a necessidade de promover os direitos e deveres dos empregados e empregadores a todas as
normas legais vinculadas que tratem da segurança do trabalhador bem como da obrigação do
Estado de regular, coordenar e fiscalizar a aplicação dessa normatização.
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naturais para as atuais e futuras gerações. Logo esta ação é uma imposição constitucional. A
experiência jurídica brasileira, no entanto, demonstra que a norma constitucional tem
suscitado muitas dúvidas e divergências no que se refere a sua adequada compreensão
(ANTUNES, 2008). Assim, difícil é afirmar categoricamente que se trata de instituto preventivo
e de precaução que presta a tutelar com eficiência prática o meio ambiente do trabalho, dadas
as peculiaridades desse aspecto do meio ambiente e o fato de ter sido o EIA um instituto
pensado especialmente para o meio ambiente em seu aspecto natural, porém as normas
regulamentadoras buscaram tratar do assunto afim de, permitir que o meio ambiente do
trabalho possua os seus institutos conforme um Laudo Ambiental, PPRA, PCMSO, PGR e/ou
PCMAT.
A Política Nacional de Meio Ambiente, instituída pela Lei no 6.938/1981, escolheu como um
dos instrumentos de gestão ambiental as ações preventivas a serem realizadas pelo Estado,
dentre elas a avaliação de impactos ambientais para a instalação de obras ou atividades
potencialmente poluidoras. Milaré (2005, p. 482) ressalta que a avaliação de impacto
ambiental:
pode ser implementada tanto para projetos que envolvam execução física de
obras e processos de transformação como para políticas e planos que
contemplem diretrizes programáticas, limitadas ao campo das ideias, neste
caso denominada Avaliação Ambiental Estratégica.
Nos termos do art. 1o, III, da Resolução CONAMA no 23719/1997, a Avaliação de Impacto
Ambiental, por ela denominada de “Estudos Ambientais”, é gênero do qual são espécies todos
os estudos para análise da licença ambiental, tais como: relatório ambiental, plano e projeto
de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de
manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. Essas outras
espécies de Estudos Ambientais poderão ser requisitadas na hipótese de não se exigir o EIA.
Nesse contexto, a conteúdo previsto na NR nos 9, 15 e 16 pode ser considerada como uma
medida de avaliação de impacto sobre o ambiente do trabalho, funcionando como mecanismo
de prevenção e também de precaução, na medida em que pode se prestar a apontar situações
em que não se tenha certeza científica quanto aos possíveis danos ao ambiente e determinar
a aplicação de medidas preventivas e até corretivas.
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Meio Ambiente do trabalho e o princípio do poluidor
pagador
O conceito de Meio Ambiente do Trabalho, diferentemente das outras divisões didáticas do
Direito Ambiental, relaciona-se direta e imediatamente com o ser humano trabalhador no seu
cotidiano, em sua atividade laboral exercida em proveito de outrem. De acordo com Fiorillo
(2003) o local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais, sejam remuneradas ou
não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que
comprometem a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, independentemente da
condição individual (por gênero: homens ou mulheres, idade: maiores ou menores de idade,
vínculo empregatício: celetistas, servidores públicos, autônomos etc.)”.
Convém salientar que há distinção entre proteção ao meio ambiente de trabalho e a proteção
do direito do trabalho, pois, o primeiro tem por objeto jurídico a saúde e a segurança do
trabalhador, para que desfrute a vida com qualidade, por meio de processos adequados para
que se evite a degradação e a poluição em sua vida. Já o direito do trabalho vincula-se a
relações unicamente empregatícias com vínculos de subordinação (ENDO, 2014).
Dois são os patamares dessa regulamentação. Como ação imediata está inserida no art. 200,
VIII, que específica: Ao sistema único de saúde, compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei: VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho.
O artigo 225, caput , IV, VI e § 3o: afirma que Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações. (…)
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VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
Outras fontes que direcionam para a proteção do meio ambiente do trabalho são encontradas,
conforme a seguir:
» Constituição Federal.
» Código de Penal.
Destaca-se, portanto, como princípio basilar o art. 1o, III da referida Carta Magna, que é o
princípio fundamental da dignidade da pessoa humana. Portanto, todo ser humano tem
direito a uma vida digna, e o meio ambiente do trabalho deve tê-lo como parte integrante de
sua plataforma, pois, como preceitua o art. 225, a vida deve ser de qualidade, e para que o
trabalhador tenha uma vida com qualidade, torna-se necessário um trabalho decente e em
condições seguras (ENDO, 2014).
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A validação deste contexto depende da compreensão de alguns princípios, para tanto, eles
devem ser mencionados e avaliados, como o da Prevenção e da Precaução. Para Endo (2014)
prevenção significa adoção de medidas tendentes a evitar riscos ao meio ambiente e ao ser
humano. No meio ambiente do trabalho é o homem trabalhador que é atingido direta e
imediatamente pelos danos ambientais, portanto esse princípio é um dos fundamentais
previstos na Constituição Federal de 1988, inserido em seu artigo 7o, inciso XXII, que
estabelece como direito do trabalhador urbano e rural a redução dos riscos inerentes ao
trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança.
Assim, como indicam os índices, os acidentes do trabalho ocorrem por práticas inadequadas
no meio ambiente do trabalho, podendo-se mencionar:
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b. falta da criação do setor especializado em saúde e segurança do trabalho
(SESMT);
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Figura 1. Figura 2. Figura 3.
Fonte: <santanasegurancadotrabalho.
Fonte: <https://twitter.com/ Fonte: <http://www.espacoconsultoria. conectonline>
com.br>
com/texto.php?id=2>
Fonte: <http://segurancadotrabalhonwn.com/certificado-para-curso-de-nr-35-download/>
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Portanto, a impossibilidade de se assegurar um meio ambiente salubre e a apenas uma parte
de determinada coletividade, sem alcançá-la em sua plenitude. A observância do direito de
um perpassa necessariamente pelo cumprimento do direito de todos.
Faça uma avaliação do seu ambiente de trabalho. Como a instituição onde você trabalha
está atendendo a carta magna e as normas regulamentadoras?
Atividades complementares
Questão 1. Em sua opinião, como podemos atender aos requisitos da proteção do meio ambiente
do trabalho?
Questão 2. O que são ações Preditivas, preventivas e corretivas? Qual a sua importância na ótica da
proteção do meio ambiente do trabalho?
Questão 4. Você acha que os ambientes laborais estão inseridos no princípio do poluidor pagador?
Questão 7. Como profissionais de segurança do trabalho, apenas o uso do EPI ou a Proteção Coletiva é
o melhor meio para garantir às futuras gerações a qualidade de vida necessária?
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CAPÍTULO 2
Causa dos Problemas Ambientais
Introdução
A gestão ambiental deve ser entendida como uma atividade voltada para a formulação de
princípios e diretrizes, estruturação de sistemas gerenciais (como gestão de custos, de
recursos humanos...) e tomada de decisão (planejamento), tendo por objetivo final promover,
de forma coordenada, o uso, proteção, conservação e monitoramento dos recursos naturais
e socioeconômicos em um determinado espaço geográfico, com vistas ao desenvolvimento
sustentável1 .
Os níveis de degradação ambiental encontrados não podem ser justificados, apenas, pelo
estágio atual do conhecimento científico sobre o funcionamento dos ecossistemas e sua
interação com os sistemas econômicos e sociais e pela dificuldade de acesso a tecnologias de
prevenção e controle de danos ambientais. Nas condições atuais, certamente, o fator mais
importante a ser considerado são as inequações e falhas no próprio processo de gestão
ambiental, que dificultam ou impedem os diferentes agentes sociais de apossar-se do
conhecimento e das tecnologias disponíveis, aplicando-os no cotidiano da gestão.
1 É um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, a orientação dos investimentos e do desenvolvimento
tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e melhoram o potencial existente e futuro para satisfazer as
necessidades humanas. Sendo, portanto, o cenário que associa ao crescimento econômico atual e futuro, a equidade social e
a sustentabilidade ambiental.
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O quadro 1 mostra os problemas ambientais brasileiros, que permanecem sem solução, que
seriam passíveis de controle, ainda que muitas vezes, de forma parcial, se utilizados o
conhecimento e a tecnologia atualmente disponíveis.
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Antes de prosseguirmos, é necessário a fixação de alguns conceitos, para que a
linguagem seja a mesma:
IMPACTOS AMBIENTAIS
Antes de iniciar o estudo da gestão ambiental stricto senso, é preciso ter conhecimento dos
considerados cinco maiores impactos ambientais da atualidade, onde após analisar os
aspectos macro e suas consequências, poderemos fazer valiosas inferências no universo micro
(empresa, escola, em casa), alterando inicialmente o local em que vivemos e trabalhamos.
Neste caderno, voltaremos nossos esforços para os seguintes impactos ambientais: a explosão
demográfica, a poluição do ar, do solo e da água e o uso da energia. Esses impactos serão
discutidos um a um detalhando suas causas, seus efeitos e as suas formas de controle.
No início da era cristã, a população mundial era de apenas 200 milhões de pessoas, e essa
população cresceu vagarosamente demorando cerca de 1650 anos para atingir o número de
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500 milhões de habitantes sobre a Terra. O primeiro bilhão foi atingido em 1850, o segundo
bilhão foi atingido em 1930, em um intervalo de 80 anos e a população dobrou chegando aos
quatro bilhões de habitantes em 1975 em apenas 45 anos.
A população atual sete bilhões e a expectativa é de que em 2025 sejamos oito bilhões de
habitantes no planeta. Considerando que a capacidade de saturação da Terra é de 10 a 12
bilhões de pessoas, verificamos que temos de nos preocupar com medidas de controle para
estabilizar a população mundial de forma a reduzir com o crescimento populacional.
2 Situa a origem das doenças na má qualidade do ar, proveniente de emanações oriundas da decomposição de animais e plantas.
A malária, junção de mal e ar, deve seu nome a este modo de transmissão – Maurício Gomes Pereira – Epidemiologia Teoria
e Prática.
3 Teoria criada após o desenvolvimento do microscópio, em 1675, por Van Leeuwenhoek (1632 – 1723), que com este engenho
conseguiu visualizar pequenos seres vivos, aos quais denominou “animálculos”.
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DOENÇAS PAÍSES PAÍSES EM BRASIL4
DESENVOLVIDOS EM DESENVOLVIMENTO
% EM %
Doenças parasitárias e
5,2 40 5,3
infectocontagiosas
Câncer 15,9 5,0 16,5
Doenças do sistema
circulatório e 53 19 32,5
degenerativas
Problemas de parto e 0,5 9,1 1,1
puertério
Envenenamento e causas
6,0 5,0 14,5
externas
Outros 19,4 21,9 30,1
Louis Pasteur (1822 – 1895), considerado o pai da bacteriologia, foi quem assentou as bases
biológicas para o estudo das doenças infecciosas, onde caracterizou definitivamente de que
as doenças eram transmitidas por contagio. Pasteur isolou e identificou numerosas bactérias,
além de realizar trabalhos pioneiros em imunologia. Verificou que líquidos sem germes se
conservavam livres deles, quando devidamente protegidos de contaminação. Os trabalhos de
Pasteur, seguidos por Robert Koch (1843 – 1910), defendiam que as doenças poderiam ser
explicadas por uma única causa, o agente etiológico, possibilitando a comprovação
laboratorial da presença de um agente.
Tal descoberta alterou o quadro da saúde pública pois, quando a higiene passou a ser tratada
de forma importante, foram eliminados, carpetes, tapetes dos hospitais, a roupa dos médicos
e enfermeiros passou a ser branca e limpas com frequência, e no âmbito da cidade, fortaleceu
o trabalho de John Snow5, onde destacou a importância do saneamento adequado na baixa
taxa de incidência de doença.
A melhoria das condições sanitárias, nas cidades, nas fábricas, corroboradas com uma
legislação mais forte de saúde pública, fez com que os índices de mortalidade decrescessem
rapidamente no passar dos anos, enquanto as taxas de natalidade permaneciam altas,
devemos lembrar que era comum até meados do século XX, famílias com sete, nove, doze
irmãos, ou mais.
4 http://portaldocoracao.uol.com.br/materias.php?c=cardiologia-preventiva&e=2859
5 Inglês (1813 * 1858) que determinou que o consumo de água poluída era responsável pelos episódios da doença cólera e traçou
os princípios de prevenção e controle de novos surtos.
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» Melhoria do sistema de transporte:
Até o desenvolvimento e a proliferação de meios de transporte baratos e eficazes,
as cidades se resumiam a pequenos espaços urbanos, pois os cidadãos não podiam
se afastar muito do local de trabalho, se não tornaria inviável o seu deslocamento,
fazendo com que estas tivessem de certo modo um tamanho pré-definido. As áreas
destinadas à agricultura deveriam ficar próximas às cidades, pois os produtos
pereciam e deviam ser vendidos rapidamente, o que impedia uma atividade agrícola
muito distante dos centros urbanos. A maior cidade do mundo no início do século
XX, era New York, com pouco mais de um milhão de habitantes.
6 Até início do século XX, a gasolina não tinha nenhum valor comercial, pois o principal produto extraído do petróleo era o
querosene para iluminação pública, tornando deste modo, à gasolina um bem econômico muito barato, valendo a mesma
lógica para o diesel.
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» Produção Industrial Mecânica:
A lógica da produção industrial até fins do século XX privilegiava a força muscular e
não intelectual, fazendo com que a geração de filhos em uma família tivesse o
enfoque de criar mais uma fonte de trabalho e, consequentemente, de aumento na
renda familiar, fortalecendo uma cultura de família numerosa. Aliado a isso, os
trabalhadores rurais eram atraídos para as cidades pela expectativa de melhoria das
condições de vida e facilidades como acesso à educação, saúde e aposentadoria e
pelas dificuldades cada vez maiores de vida nas áreas rurais.
Atualmente, para cada 100 habitantes no Brasil, 84 vivem nas cidades contra 16 que
ainda se mantém nas áreas rurais. O estado do Maranhão é o estado mais rural com
uma população rural de 36,9% e o Distrito Federal o mais urbano, com 96,6% da
população vivendo na cidade.
» Revolução Verde:
Durante a 1a Guerra Mundial, vários compostos químicos foram desenvolvidos e
testados para serem utilizados como armas, tais como o THC e o gás mostarda. Com
o termino da guerra esta tecnologia desenvolvida, foi direcionada para o combate
de pragas da lavoura e no uso de fertilizantes químicos, onde o produto mais
conhecido foi o DDT. O uso destes produtos fez em alguns casos a produção crescer
mais que três vezes, quebrando a famosa teoria do Padre Maltus, onde a população
cresce em progressão geométrica e a população em progressão aritmética, fazendo
com que a disponibilidade de alimentos para a população mundial aumenta-se
sobremaneira. Tal fenômeno foi denominado revolução verde e teve seu ápice na
década de 1970, antes da primeira crise do petróleo.
31
A participação da mulher no mercado de trabalho e que tem acesso à educação, faz
com que tenha outros objetivos de vida, pensando não só no número de filhos, mas
na qualidade de vida dada a estes filhos, além de considerar que um filho adia os
planos de crescimento profissional e até mesmo pessoal. Uma mulher alijada do
sistema educacional e do mercado de trabalho, naturalmente vê o casamento e a
criação dos filhos motivo de vida. Para efeito de comparação, uma mulher brasileira
hoje tem em média 1,8 filhos (IBGE/2010) enquanto que uma do Iraque tem 4,54
filhos.
Em 1950, 33% da população mundial estava em países desenvolvidos, no ano 2000, esta
proporção foi reduzida para 20% e a estimativa para 2025 é de 16%
Principais Efeitos:
Segundo as Nações Unidas, um índice menor que 2.400 calorias diárias – cidadão médio
global – pode resultar em desnutrição, reservadas as diferenças climáticas. A disponibilidade
per capita de alimentos da população mundial considerando 1965 como o ano base, houve
um incremento de 50% na Ásia, 33% na Europa, 9% na América Latina e houve um
decréscimo de 30% na África. Na América do Norte o índice permaneceu estável.
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» Desemprego
Hoje já existe um déficit no número de empregos superior a um bilhão, e para
equacionarmos esses números de forma a zerar e acompanhar esse crescimento
populacional, seria necessário criar cerca de 38 milhões de empregos, por ano, nos
próximos 50 anos.
No Distrito Federal, de 1992 para 2001, a população economicamente ativa – PEA cresceu
42%, a taxa de vagas na construção civil (que absorve mão de obra menos qualificada), houve
redução de 32%, a de limpeza e conservação 8%, enquanto que o de serviços especializados
teve um incremento de 62% (fonte: PED-DF outubro de 2001, trabalhado por
GVST/DISAT/SES/GDF).
» Poluição
Com o aumento populacional cresce também a poluição em todo o meio ambiente,
o aumento da emissão de dióxido de carbono oriundo dos combustíveis fósseis,
termoelétricos, sistemas produtivos produz o efeito estufa. Os resíduos sólidos da
população lançados no meio ambiente poluem o solo e a água e os resíduos líquidos
descartados sem o devido tratamento poluem também o solo e a água.
» Agricultura Intensiva
Com a revolução agrícola os agricultores conseguiram obter uma quantidade maior
de alimentos com a mesma porção de terra porém os problemas decorrentes dessa
revolução também aumentaram: a degradação acelerada dos solos, a perda de sua
fertilidade natural, a contaminação do solo, das águas e do ambiente por
agrotóxicos e fertilizantes, o envenenamento dos alimentos e a extinção de plantas
e animais silvestres em consequência da destruição dos seus habitats naturais.
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Um terço dos habitantes da Terra não tem acesso à água limpa, com o crescimento
populacional esse número tende a crescer, e a qualidade de vida tende a cair.
Quadro 3. Ranking do Brasil comparados a 192 países do Mundo – colocação (2000 e 2010).
Item 2000 2010
Escolaridade 114 72
Economia 11 8
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» Igualdade entre os sexos
Com a participação cada vez mais ativa das mulheres na vida da sociedade, faz-se
necessário que ela tenha as mesmas oportunidades e direitos dos homens para que
elas realmente assumam o seu papel na sociedade como mulher, trabalhadora, mãe
e responsável pelo futuro da nação.
2.2. Energia
A primeira fonte de energia utilizada pelo homem foi o fogo produzido pela queima de
madeira, fornecendo calor para aquecer, cozinhar e espantar animais. Com o passar do tempo
o homem começou a “domesticar/ controlar” outras fontes de energia como: os ventos para
mover moinhos e embarcações e a água por meio das rodas d’água além da tração animal.
O grande problema é que cada vez que o homem utiliza uma fonte de energia em prol de sua
existência ele causa também um grande estrago na natureza com a poluição do meio
ambiente e a redução e/ou extinção dos recursos naturais limitados.
A matriz energética mundial está centrada hoje na utilização dos sequintes recursos
energéticos, classificadas de acordo com suas propriedades de transformação, sendo as mais
importantes:
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5. Hidroelétrica – devido a gravidade (mecânica eletricidade);
6. energia solar direta – devido à ação direta da radiação solar. Célula fotovoltaica (luz
eletricidade) e aquecedor solar (luz calor);
11. geotérmica – devido ao calor interno da terra. Geisers e erupções vulcânicas (calor
eletricidade);
A inclusão de biomassa como fonte de energia potencial química é devido à maneira como é
transformada em energia útil, mas também podia ser enquadrada como energia solar por
causa do modo como é produzida. Da mesma maneira, as energias hidráulicas, eólica e
marítima são resultados da ação atual do sol na atmosfera e na superfície da Terra. Já os
combustíveis fósseis são também resultado da ação do sol, mas os depósitos em exploração
foram formados a centenas de milhões de anos.
Composição do Petróleo:
NÚMERO DE ÁTOMOS DE CARBONO DERIVADO DE PETRÓLEO FORMADO
1a4 Gases (metano, butano – gás de cozinha, etano,
propano)
4 – 10 Gasolina
10 - 50 Óleos leves (diesel) e lubrificantes
51 – até centenas Óleos pesados, graxas e asfaltos
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O sistema de exploração de petróleo promove uma verdadeira cadeia de impactos ambientais:
potencial de poluição do mar (plataformas marítimas) e afundamento e vazamento de navios
cargueiros; poluição do solo, por derramamento de óleo cru ou de seus derivados após o uso;
poluição do ar no processo de craqueamento (quebra da molécula de hidrocarboneto) e na
sua queima já como combustível.
Além da poluição causada pelo seu uso, devemos considerar que a sua extração, além de
provocar desordem e impacto diretos no meio ambiente na qual se situa a mina, provoca
sérios problemas de saúde ocupacional, como a silicose, que leva o trabalhador de mina a se
aposentar com apenas 15 anos de serviço, sendo uma atividade extremamente insalubre.
HIDROELÉTRICA: Apesar de ser considerada uma fonte renovável de energia, a sua instalação
altera grandemente o ecossistema na qual está presente: impedimento de desova de peixes
(necessidade de construir escadas) rio acima; alagamento de grande área vegetal, provocando
potencial de extinção de espécies, desabriga a fauna ali existente, diminuição do raio de
comida para a fauna, empobrecendo a cadeia alimentar local; desvio de rios e córregos;
possibilidade de introdução de espécies exógenas aquele habitat; deslocamento de
populações humanas inteiras; necessidade de deslocamento da produção agrícola porventura
37
existente, ampliando o índice de desmatamento. Tais impactos não consideram ainda os
impactos causados pelas linhas de transmissão, que indicadores e estudos iniciais, sinalizam
para a propensão a câncer nas comunidades próximas aos fi os de alta tensão, devido a
radiação não ionizante gerada por estes.
NUCLEAR: Produz energia nuclear por meio da fi ssão ou da fusão dos núcleos dos átomos. A
fi ssão consiste na desintegração de um núcleo de um átomo pesado em núcleos mais leves,
acompanhada da liberação de nêutrons, enquanto a fusão é um processo em que núcleos
leves se juntam para formar um núcleo mais pesado. Em ambos os casos, a massa inicial do
processo é maior que a massa final, a diferença sendo transformada em energia, de acordo
com a celebre equação de Einstein, ΔE = Δmc2. A liberação de energia, por sua vez, acelera
violentamente as partículas finais, gerando calor.
O processo de fusão é o processo que ocorre no interior do sol e a energia liberada é sentida
na Terra na forma de luz e de ondas eletromagnéticas, processo este que está em estudos na
Terra, mas com a dificuldade de que só se consegue tais resultados em altíssimas
temperaturas, tornando este processo, no nosso estágio tecnológico inviável
economicamente.
Por outro lado, o processo de fissão, é o mesmo que ocorre na bomba nuclear ou dentro da
usina nuclear. O princípio básico de funcionamento consiste na captura desta energia liberada
na fissão nuclear que faz com que a água esquente a temperaturas de 300°C (mas que
permanece em estado líquido devido a pressão de 150 atm), e em contato com a câmara dos
geradores (turbinas) está água é descompresada tornando-se vapor o que faz girar as turbinas.
Os maiores impactos da energia nuclear, consiste no tempo de meia vida do rejeito radioativo
(maior que 200 anos), quando comparados a vida útil da própria usina (próximo dos 50 anos),
além do potencial de risco de vazamento no ar e na água, por acidente e como fornecedora
de plutônio matéria prima básica para a fabricação das bombas atômicas.
As outras formas de energia de certa forma tem reduzido impacto ambiental, até devido a
baixa participação na matriz energética mundial, que não ultrapassa a 1%, aconselhando uma
leitura complementar em publicação mais especializada.
38
CAPÍTULO 3
CONTROLE DA POLUIÇÃO
3.1. Poluição do Ar
O planeta Terra está completamente envolto por uma camada composta de uma mistura de
gases, dos quais, o nitrogênio é o mais abundante. A esta camada, que se estende a uma
modesta altura de cerca de 9.600 Km, damos o nome de atmosfera. A atmosfera terrestre é
composta de 75,51% de nitrogênio, 23,15% de oxigênio, 1,28% de argônio, 0,046% de dióxido
de carbono, 0,014% dos demais (esta distribuição está em peso e não em volume, se assim
fosse a distribuição seria 78,09%, 20,94%, 0,93%, 0,032% e 0,004%, respectivamente). O
conteúdo de vapor d’água é altamente variável, atingindo valores que vão de 0,02% em zonas
áridas até 6% em zonas equatoriais úmidas, e é este conteúdo que influenciará de maneira
significativa no comportamento da atmosfera no que se refere a movimento de massas de ar,
no espalhamento da luz, absorção de calor, e no comportamento aerodinâmico das partículas
em suspensão e sobre reações térmicas e fotoquímicas.
Existem referências a poluição da atmosfera, anteriores aos protestos feitos pela nobreza
contra o uso do carvão durante o reinado de Eduardo (1272 – 1309). No entanto, foi a
Revolução Industrial quem marcou o início do reconhecimento público dos chamados
episódios de poluição do ar e cujos exemplos históricos mais citados são os seguintes:
Principais episódios:
1. Duração: 5 dias.
39
2. Grande número de pessoas adoeceu com a seguinte sintomatologia: dores no peito,
tosse, dificuldade de respiração, irritação nasal e dos olhos.
4. Morte do gado.
1. Duração: 5 dias.
1. Duração: 25 minutos.
1. Duração: 5 dias.
40
4. Atribuiu-se o fato a presença de poeira em suspensão (4,46mg/m3) e de dióxido de
enxofre (3,75mg/m3).
1. Duração: 5 dias.
» Efeito Estufa
É o aumento de temperatura da Terra, pela emissão de toneladas de gases,
principalmente dióxido de carbono, resultante da queima de combustíveis fósseis.
41
Esses gases atuam como uma estufa de fl ores, permitindo a entrada da luz do sol,
mas impedindo a Terra de devolver esse calor ao espaço 7 , podendo provocar
aquecimento e alteração do clima, favorecendo a ocorrência de furacões
tempestades e até terremotos; o degelo das calotas polares elevando o do nível do
mar e inundando regiões litorâneas; afetando o equilíbrio ambiental com o
surgimento de epidemias.
» Chuva Ácida
A queima incompleta dos combustíveis fosseis (petróleo, carvão mineral) pelas
indústrias e pelos automóveis, resulta na emissão de gás carbônico junto com outros
gases, principalmente o dióxido de enxofre (SO2) e formas oxidadas de nitrogênio
(NOx) que são liberados para a atmosfera. O dióxido de enxofre junto com o vapor
d’água forma ácido sulfúrico que precipitando cai sobre a superfície terrestre em
forma de chuva ácida. Como consequência ocorre a acidez dos lagos ocasionando o
desaparecimento das espécies que vivem neles, o desgaste do solo pela acidificação
e diminuição e alteração da microfauna, na liberação de metais potencialmente
tóxicos (do solo) para o lençol freático, como chumbo, cádmio e alumínio, da
vegetação e dos monumentos, além de desgastar e corroer a infraestrutura baseada
em concreto armado ou outros metais. A chuva ácida pode ser reduzida, de forma
significativa, com a alteração do modo de produção industrial adotada, assim como
7 A energia solar que nos chega a Terra, vem em vários comprimentos de onda, variando de ondas com comprimento de microns
até de quilômetros, mas da faixa de comprimento dos 100mn até 1mm, com destaque para a luz visível (400nm até 700nm),
passa pela atmosfera terrestre sem problemas, mas quando absorvida pelo solo, ela é reenviada para a atmosfera em
comprimento de onda diferente, entre 750nm-1mm (infravermelho ou onda de calor), que devido a esta característica é
refletida pela molécula de CO2, ficando portanto, presa na atmosfera terrestre até perder sua energia, o que aumenta a
temperatura do planeta e quanto maior a quantidade de gás carbono, maior a intensidade de reflexão e “aprisionamento “
deste calor.
É bom lembrar que não é a luz solar incidente direta que aumenta a temperatura e sim a sua absorção/refl exão pela superfi
cie terrestre
42
a utilização em larga escala de filtros industriais compatíveis com a carga de poluição
emitida para a atmosfera.
Agricultura 3 8 2 13
Industria 2 22 24
Os maiores emissores de dióxido de enxofre (SO2), são: EUA com 21 milhões de toneladas,
ex-URSS com 18,0; a China com 14,0, a Alemanha com 6,7 e a Polônia com 3,9 milhões de
toneladas.
Os maiores emissores de dióxido de nitrogênio são: EUA com 19,8 milhões de toneladas ano,
seguido da Ex-URSS com 6,3; Alemanha com 3,7; Inglaterra com 2,7 e o Canadá com 1,9.
43
Podemos considerar este problema como uma grande vitória da humanidade em
relação ao meio ambiente, sendo que atualmente esse problema já está
equacionado, porém os efeitos da destruição dessa camada, ainda se mostrarão
presentes pelos próximos vinte anos.
Sabe-se hoje que os CFC demoram de dez a vinte anos para ser
transportados da superfície até a estratosfera, a partir do momento em
que são liberados. Isso significa dizer que os níveis medidos atualmente
dizem respeito a emissões dos anos 1980 e 1990, na melhor das hipóteses.
Revista Visão, 20 de maio de 1992.
44
Dioxinas e Furano. Queima incompleta de Câncer pela entrada e Mudança no padrão de
hidrocarbonetos (plástico bioacumulação no consumo.
e diesel) organismo.
Partículas Radioativas. Explosões e acidentes Chuva radioativa. Política de controle de
nucleares. armas.
Poeira em suspensão. Desmatamento, Problemas respiratórios. Política ambiental.
queimadas.
» Chuva Radioativa
A exposição de partículas radioativas no ar, seja por acidentes ou testes com bombas
nucleares, são levadas pelo vento e depositadas no solo com a precipitação pluviométrica.
O exemplo mais conhecido é o acidente em Chernobyl (1986), que provocou chuva
radioativa até no norte de Roraima, e que contaminou até hoje as pastagens de países
próximos como a Lituânia, Letônia, Estônia e Bielo Rússia, impedindo a exportação de carne
destes países. Mais recentemente temos o caso das usinas de Fukushima no Japão.
» Dioxinas e Furanos
As dioxinas e os furanos são gerados a partir do processo de queima de produtos,
principalmente nos processos de incineração.
Fontes de dioxinas: as PCDD/F não são substâncias naturais e sim um produto secundário
muitas vezes indesejável. As principais fontes para a formação de dioxina abrangem,
essencialmente, processos industriais como a indústria química (produção de clorofenois,
clorobenzenos, cloroalifaticos, entre outros), indústria de papel e celulose (principalmente
durante os processos de branqueamento), lavagem de roupa a seco entre outras, e os
processos de incineração de resíduos sólidos (GROSSI, 1993).
45
positiva, mas que estudos epidemiológicos em humanos mostram, ainda, uma evidência
inadequada ou uma ausência de dados satisfatórios.
Furano
Dioxinas
» Problemas respiratórios
As poeiras e os aerodispersóides presentes no ar podem provocar problemas
respiratórios, pois a entrada de partículas com diâmetro entre 10 a 50 micras
entopem os alvéolos pulmonares e, as menores de 10 micras entram nos alvéolos
danificando-os permanentemente, fazendo com que estes deixem de realizar as
trocas gasosas, tornando o pulmão menos eficiente.
46
QUADRO 6 – Dano da poluição do ar a vários materiais:
47
de técnicas atrasadas na agricultura, pela destinação final inadequada de
resíduos sólidos e líquidos industriais e domésticos, pelo desmatamento,
pelas queimadas, pelas chuvas acidas e radioativas e pela mineração, o solo
vai perdendo sua função filtradora, colocando em risco os lençóis freáticos
e atraindo doenças para toda a população.
A principal causa de poluição do solo é sem dúvida a destinação final inadequada de resíduos.
O problema da destinação final assume uma magnitude alarmante. Considerando apenas os
resíduos urbanos e públicos, o que se percebe é uma ação generalizada das administrações
públicas locais ao longo dos anos em apenas afastar das zonas urbanas o lixo coletado,
depositando-o por diversas vezes em locais absolutamente inadequados, como encostas de
florestas, manguezais, rios, baias e vales. Mais de 80% dos municípios brasileiros vazam seus
resíduos em céu aberto, em cursos de água ou em áreas ambientalmente protegidas, a
maioria com a presença de catadores, entre eles crianças, denunciando os problemas sociais
que a má gestão do resíduo sólido acarreta. Segundo os dados do SNIS- Sistema Nacional de
Informações em Saneamento, em 2015 através da coleta pública, cada brasileiro produz em
média 1 Kg de lixo domiciliar por dia, ou seja, 350 kg por ano. Se somarmos também o lixo
produzido pelas indústrias (principalmente da construção civil), comércios, hospitais,
restaurantes, escolas, escritórios etc. esse número sobe para mais de 500 Kg/hab/ano. Os
números são mais alarmantes quando verificamos que a quantidade de resíduos sólidos
recolhidos e tratados apropriadamente representa uma pequena parcela do produzido
porque de cada 100 Kg de lixo produzido, 66 Kg são lançados em córregos e rios, 34 Kg são
depositados em terrenos baldios e apenas 3 Kg são recolhidos, tratados e dispostos de forma
apropriada. A destinação final desses resíduos sólidos recolhidos é outro grande problema em
mais 80% dos municípios brasileiros esses resíduos são dispostos a céu aberto, em cursos
d’água ou em áreas ambientalmente protegidas.
48
forma é importante salientar que quando se diz “resíduo sólido” nem
sempre podemos associar de que o resíduo está no seu estado sólido.
Os resíduos sólidos podem ser agrupados em cinco classes, de acordo com sua origem, que
são:
49
Em 1961, com a publicação do Código Nacional de Saúde – Decreto no 49.974-A (BRASIL, 1961),
tal diretriz foi novamente confirmada, por meio do art. 40.
No final da década de 1970, por meio do Ministério do Interior – MINTER, foi baixada a Portaria
MINTER nº 53, de 1/3/1979 (BRASIL, 1979), que dispõe sobre o controle dos resíduos sólidos,
provenientes de todas as atividades humanas, como forma de prevenir a poluição do solo, do
ar e das águas. O Ministério do Interior abrigava àquela época a Secretaria Especial de Meio
Ambiente - SEMA, atualmente extinta e substituída pelo Ministério de Meio Ambiente – MMA.
A referida Portaria determina que os resíduos sólidos de natureza tóxica, bem como os que
contêm substâncias inflamáveis, corrosivas, explosivas, radioativas e outras consideradas
prejudiciais, devem sofrer tratamento ou acondicionamento adequado, no local de produção,
e nas condições estabelecidas pelo órgão estadual de controle da poluição e de preservação
ambiental.
A Portaria MINTER Nº 53, de 1o de março de 1979, em seu inciso X, determina também, que
os resíduos sólidos ou semissólidos de qualquer natureza não devem ser colocados ou
incinerados a céu aberto, tolerando-se apenas:
Essa Portaria veio balizar o controle dos resíduos sólidos no país, seja de natureza industrial,
domiciliar, de serviços de saúde, entre outros gerados pelas diversas atividades humanas.
Com a promulgação da Constituição Federal – CF, em 1988, a questão dos resíduos sólidos,
por meio de artigos relacionados à saúde e ao meio ambiente passou a ser matéria
constitucional. Em seu art. 23, verifica-se que é competência comum da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios: » proteger o meio ambiente e combater a poluição em
qualquer de suas formas, e o art. 200 determina que ao sistema único de saúde compete, além
50
de outras atribuições, nos termos da lei: “IV – participar da formulação da política e da
execução das ações de saneamento básico; VIII – colaborar na proteção do meio ambiente,
nele compreendido o do trabalho”.
Sendo assim, compete ao Poder Público no âmbito federal, estadual, distrital e municipal,
fiscalizar e controlar as atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, fixando normas,
diretrizes e procedimentos a serem observados por toda a coletividade.
No passado havia uma cultura bastante enraizada de que os resíduos sólidos, comumente
denominados LIXO, deviam ser dispostos em áreas alagadas, nos mangues, encostas, beiras
de rios e estradas, bem distante das áreas nobres residenciais. Hoje, sabe-se dos danos
causados pela má disposição desses resíduos, e tanto a nível legal como a nível técnico têm-
se feito grandes avanços. As prefeituras locais têm mudado de postura e buscado alternativas
de concepção e tecnológicas para o adequado manejo dos resíduos sólidos.
Algumas iniciativas foram surgindo no início de 1990, por meio de emendas parlamentares
destinadas a financiar a coleta e o tratamento de resíduos. Em 19 de setembro de 1990, foi
sancionada a Lei Federal no 8.080, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, que
regulamentou o art. 200, da Constituição Federal de 1988, conferindo ao SUS, além da
promoção da saúde da população, dentre outros, a participação na formulação da política e
na execução de ações de saneamento básico e na proteção do meio ambiente. Nessa época,
a FUNASA/MS iniciava os primeiros passos para apoiar os municípios na implantação de
unidades de compostagem em pequenas comunidades.
51
Na área da saúde, tornou-se imprescindível a adoção de procedimentos que visem controlar
a geração e disposição dos resíduos de serviços de saúde, principalmente devido ao crescente
aumento da complexidade dos tratamentos médicos, com o uso de novas tecnologias,
equipamentos, artigos hospitalares e produtos químicos, aliado ao manejo inadequado dos
resíduos gerados, como a queima a céu aberto, disposição em lixões, dentre outros. Assim
sendo, o Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, órgão consultivo e deliberativo do
Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, criado por meio da Lei Federal no 6.938, de
31/8/1981, aprovou a Resolução no 5, em 5/8/1993, que dispõe sobre o gerenciamento dos
resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais ferroviários e
rodoviários.
A Resolução CONAMA no 358/2005, traz em seu bojo alguns aspectos importantes que serão
elencados a seguir e estabelece a classificação para os resíduos gerados nos estabelecimentos
prestadores de serviços de saúde, em quatro grupos (biológicos, químicos, radioativos e
comuns).
Por sua vez a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, publicou a RDC no 306/2004,
que determina o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde.
“III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos
sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente;”
No artigo 7º, a Lei 11.445 especifica as atividades que constituem o serviço de limpeza urbana
e manejo de resíduos sólidos urbanos:
52
“I - de coleta, transbordo e transporte dos resíduos relacionados na alínea c do inciso I do
caput do art. 3o desta Lei;
“III - de varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e outros eventuais
serviços pertinentes à limpeza pública urbana.”
Em seu artigo 19, a Lei 11.445 estabelece que a prestação de serviços públicos de saneamento
básico observará plano, que poderá ser específico para cada serviço, o qual abrangerá, no
mínimo:
III - programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo
compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais
correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento;
A Lei 11.445 define que os planos de saneamento básico serão editados pelos titulares,
podendo ser elaborados com base em estudos fornecidos pelos prestadores de cada serviço.
A Lei 12.305, de agosto de 2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que
estabelece princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão e gerenciamento dos
resíduos sólidos, as responsabilidades dos geradores, do poder público, e dos consumidores,
bem como os instrumentos econômicos aplicáveis. Ela consagra um longo processo de
amadurecimento de conceitos: princípios como o da prevenção e precaução, do poluidor-
pagador, da eco-eficiência, da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto,
53
do reconhecimento do resíduo como bem econômico e de valor social, do direito à informação
e ao controle social, entre outros.
A Lei 12.305 estabelece uma diferenciação entre resíduo e rejeito num claro estímulo ao
reaproveitamento e reciclagem dos materiais, admitindo a disposição final apenas dos
rejeitos. Inclui entre os instrumentos da Política as coletas seletivas, os sistemas de logística
reversa, e o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas e outras formas de
associação dos catadores de materiais recicláveis.
Todos têm responsabilidades segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos: o poder público
deve apresentar planos para o manejo correto dos materiais (com adoção de processos
participativos na sua elaboração e adoção de tecnologias apropriadas); às empresas compete
o recolhimento dos produtos após o uso e, à sociedade cabe participar dos programas de
coleta seletiva (acondicionando os resíduos adequadamente e de forma diferenciada) e
incorporar mudanças de hábitos para reduzir o consumo e a consequente geração.
A Lei Federal 12.305, cria também uma hierarquia que deve ser observada para a gestão dos
resíduos: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, instituindo uma ordem de
precedência que deixa de ser voluntária e passa a ser obrigatória.
Os geradores ou operadores com resíduos perigosos estão obrigados, pela força da Lei 12.305,
a comprovar capacidade técnica e econômica para o exercício da atividade, inscrevendo-se no
Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos. Deverão elaborar plano de
gerenciamento de resíduos perigosos, submetendo-o aos órgãos competentes. O cadastro
técnico ao qual estarão vinculados é parte integrante do Cadastro Técnico Federal de
Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais.
54
intermunicipais, microrregionais, de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, além
dos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de alguns geradores específicos.
Vários são os agravos relacionados aos resíduos sólidos que podem causar efeitos indesejáveis
com possível repercussão na saúde. Embora do ponto de vista sanitário, a importância dos
resíduos sólidos como causa direta de doenças não esteja comprovada, como fator indireto,
os resíduos sólidos exercem grande importância na transmissão de doenças como, por
exemplo, por meio de vetores como artrópodes – moscas, mosquitos, baratas – e roedores
que encontram nos resíduos sólidos alimento e condições adequadas para proliferação
(Forattini, 1969; Oliveira, 1975; Najm, 1982; Bertussi Filho, 1994).
Considerando que as ações preventivas são menos onerosas e minimizam os danos à saúde
pública e ao meio ambiente (BRASIL, 1993), o estabelecimento de saúde
contemporaneamente é visto como uma unidade ou um conjunto de unidades produtivas
devendo funcionar com processos, produtos e procedimentos de produção limpa, utilizando
tecnologias limpas9. Ênfase no uso adequado e conservação de recursos ambientais, dentre
9 O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA conceitua tecnologias limpas ou ambientais como a aplicação,
de forma contínua, de uma estratégia ambiental aos processos e produtos, visando prevenir a geração de resíduos e
minimizar o uso de matériasprimas e energia, a fi m de reduzir riscos ao meio ambiente e ao ser humano.
55
eles, água e energia, além da instituição de processos, produtos e procedimentos econômicos
e ambientalmente adequados, inclusive no gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de
Saúde, por meio de não geração ou minimização dos mesmos, é uma nova forma de atuação
exigida pela sociedade que se impõe.
Na década de 1970, pensava-se na disposição correta dos resíduos. Na de 1980, o foco passou
a ser a reciclagem. Porém na de noventa o foco voltou-se para a minimização dos resíduos, ou
seja, reduzir o consumo de energia e matéria-prima em primeiro lugar, reutilizar em segundo
e, por fi m, reciclar. Portanto, as tecnologias limpas ou ambientais rompem com o modelo
tradicional, reordenam prioridades e sintetizam o desenvolvimento de políticas de gestão de
resíduos havidas nas últimas três décadas.
Infecções Hospitalares
O Sistema Único de Saúde – SUS tem gasto uma quantia considerável com doenças de possível
erradicação, provenientes do gerenciamento inadequado de resíduos, e com aquelas
causadas pela contaminação ambiental.
Investigações efetuadas em hospitais do Brasil e da Espanha estimam que entre 5% e 8,5% dos
leitos são ocupados por pacientes que contraíram alguma infecção hospitalar. A Associação
Paulista de Estudos de Controle de Infecções Hospitalares assegura que 50% desses casos são
atribuídos a problemas de saneamento e higiene ambiental, instalações inadequadas,
negligência dos profissionais de Saúde ao manipular materiais, tratar pacientes ou transitar
em lugares de risco e que o manejo inadequado dos resíduos é responsável direta ou
indiretamente por 10% das enfermidades adquiridas pelos pacientes durante o internamento.
As infecções hospitalares incrementam de maneira considerável os custos da atenção médica.
56
Segundo dados da OMS/OPAS, 50% das infecções hospitalares são evitáveis se houver
implementação de medidas adequadas de saneamento e manejo dos Resíduos de Serviços de
Saúde – Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (PERU, s.d.).
Entre as principais enfermidades ocasionadas pelo manejo incorreto dos resíduos sólidos e os
de serviços de saúde contaminados podemos mencionar: hepatite B e C, AIDS, tuberculose e
febre tifóide.
A hepatite viral é uma infecção de repercussão sistêmica que afeta principalmente o fígado,
causada pelo vírus hepatotropos, que tem uma afinidade especial pela célula hepática.
Identificou-se vários agentes virais denominados A, B, C, D, E, F e G, mas a nível infeccioso, os
mais frequentes são B e C.
A infecção pelo agente da hepatite B pode ocasionar casos graves, do tipo hepatite fulminante,
com destruição massiva do fígado, desenvolvimento clínico de coma hepático, com uma
mortalidade, neste caso, de aproximadamente 80%. A cirrose pode ser desenvolvida entre 5
a 10% dos infectados. Trata-se de uma enfermidade muito difundida no mundo, calculando-
se a presença de mais de 200 milhões de portadores. Existem vacinas disponíveis para a
imunização ativa desta enfermidade.
57
Quadro 8 – Comparação das hepatites mais comuns
CARACTERÍSTICAS HEPATITE A HEPATITE B HEPATITE C
INCUBAÇÃO 15-45 dias 30-180 dias 15-160 dias
COMEÇO (média 30) (média 60-90) (média 50)
IDADE Agudo Lento-Insidioso Insidioso
TRANSMISSÃO Crianças-jovens e adultos Qualquer idade Qualquer idade
PROFILAXIA Fecal-oral Pele perfurada Pele perfurada
Vacina Mucosa Mucosa
Pele não intacta Pele não intacta
Vacina Não tem
Fonte: Guia de Capacitación - Gestión y Manejo de Desechos Sólidos Hospitalarios (1996)
HIV é o agente da imunodefi ciência humana, um retrovirus conhecido desde 1981. Ainda que
seu índice de transmissibilidade seja relativamente baixo, comparado com outras
enfermidades infecciosas, tem um elevado impacto de ordem psicológica. O risco de contágio
nos estabelecimentos de saúde, como consequência de acidentes com perfurocortantes, é
muito baixo: menor de 0,4%.
Na maioria das pessoas infectadas se desenvolve lentamente, com períodos de incubação que
podem ultrapassar os 10 anos. Durante este tempo, os infectados não apresentam sintomas
(zero positivos), mas podem transmitir a infecção. Outras pessoas não apresentam sintomas
claros, e a doença é diagnosticada quando o sistema imunológico não pode defendê-las,
aparecendo então as enfermidades oportunistas ocasionadas principalmente, por vírus,
fungos e parasitas.
Febre tifóide é uma enfermidade muito frequente nos países em desenvolvimento, produzida
por uma bactéria (Salmonella typhy). Manifesta-se com febre, mal estar geral contínuo,
manchas vermelhas no tronco, tosse não produtiva e diarreia. Modo de transmissão: pela
água e pelos alimentos contaminados com fezes ou urina de um enfermo ou portador
assintomático.
As enfermidades citadas anteriormente são as que por sua gravidade e incidência são
consideradas geralmente as mais perigosas entre as relacionadas com Resíduos Sólidos de
58
Serviços de Saúde. Além destas, existem outras que podem ter a mesma ou maior incidência
percentual. Estas enfermidades se transmitem de acordo com o relacionado no Quadro 2.
As infecções mencionadas podem afetar também aos trabalhadores hospitalares que não
estão diretamente envolvidos no manejo de resíduos. Devem estabelecer, portanto,
programas para a busca de portadores e relação de acidentes, com a adequada vigilância
epidemiológica/ sanitária, suporte clínico, imunizações e as normas de proteção modernas
disponíveis.
59
mucosas ou pele não
intacta.
A segregação dos Resíduos Sólidos pode ser encarada como parte integrante do tratamento,
pois permite maior leque de opções na atividade de tratamento propriamente dita. A
finalidade de qualquer sistema de tratamento é eliminar as características de periculosidade
dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (Programa Regional de Desechos Sólidos
Hospitalarios, 1996). Para efeito de tratamento, merecem destaque os resíduos do Grupo A
(Resíduos Biológicos), do Grupo B (Resíduos Químicos) e do Grupo C (Rejeitos Radioativos).
Cada um desses grupos de resíduos tem características próprias, o que implica em tratamento
específico. O quadro 8, apresentado a seguir, resume os métodos de tratamento adequado
aos diversos grupos de resíduos.
60
Quadro 11 – Resumo dos métodos de tratamento e disposição final recomendados segundo o
grupo de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde perigoso.
GRUPOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
MÉTODOS DE
GRUPO A GRUPO B GRUPO C RESÍDUOS
TRATAMENTO RESÍDUOS RESÍDUOS RADIOATIVOS
BIOLÓGICOS QUÍMICOS
INCINERAÇÃO X X
AUTOCLAVE X
TRATAMENTO X
QUÍMICO
MICROONDAS X
IRRADIAÇÃO X
DECAIMENTO X
Nesta publicação, o termo tratamento está associado ao tratamento dos Resíduos Biológicos
(Grupo A). Todavia, é importante ressaltar que, no caso de incineração, esse método é
adequado ao tratamento dos Resíduos Químicos (Grupo B). Com essas considerações iniciais,
pode-se afirmar que os processos de tratamento dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde
se subdividem substancialmente em dois tipos (Gandolla, 1997):
61
Objetivo 1: esterilização do fluxo de saída (exemplo: sangue, restos da sala de cirurgia etc.).
Em muitos casos, o tratamento médico de pessoas com doenças infecciosas, ou
potencialmente infectadas, necessita de medidas concretas para evitar a transmissão da
infecção a outras pessoas.
Qualquer que seja o método de tratamento ou o equipamento escolhido, este deverá ser
de uso exclusivo para os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde.
Uma análise preliminar mostra que os procedimentos atuais de tratamento dos resíduos
infectantes se dividem em duas categorias: a esterilização e a incineração (Suíça, 1994).
Esterilização:
» Autoclave;
» Tratamento químico;
62
» Ionização;
» Micro-ondas.
Incineração:
» Incineração no hospital:
› Incineração centralizada para resíduos hospitalares de uma região;:
› Incineração para resíduos perigosos; ›
Usinas de incineração de resíduos
domésticos; › Novas técnicas.
Esterilização
Qualquer que seja o procedimento utilizado, a esterilização só pode ser obtida se existir um
contato efetivo entre o agente microbicida (físico ou químico) e os microorganismos.
63
» romper volumes fechados que poderiam se opor à penetração do vapor ou dos
agentes desinfetantes nos resíduos;
Autoclave
Todos os tipos de microorganismos podem ser mortos pelo calor (seco ou úmido), se eles
forem expostos a uma temperatura adaptada a seu nível de resistência. Para os esporos
bacterianos, trata-se de temperaturas superiores a 100ºC (Suíça, 1994).
A rapidez com a qual os microorganismos são mortos depende, em uma larga medida, do nível
de umidade relativa. Ela é máxima quando a umidade é 100% (atmosfera saturada em vapor
d’água).
64
Encontram-se disponíveis no mercado autoclaves de diferentes tamanhos que podem ser
selecionadas de acordo com a quantidade de resíduos gerados por um estabelecimento ou
grupo de estabelecimentos. As temperaturas de tratamento variam de 100 a 160ºC e a
duração do tratamento de 20 a 120 minutos. As capacidades são muito variadas, desde a
pequena instalação de 20 litros, até o contêiner de 800kg.
Os fatores principais que devem ser considerados quando se tratam resíduos biológicos
mediante a esterilização a vapor são (Programa Regional de Desechos Sólidos Hospitalarios,
1996):
» o tipo de resíduo;
» as embalagens e os recipientes;
65
» o volume de resíduos e o tipo de carregamento na câmara de tratamento.
Os resíduos biológicos de baixa densidade, tais como muitos materiais plásticos, são mais
adequados para a esterilização a vapor. Os resíduos de alta densidade, tais como partes
grandes de corpos e quantidades grande de matéria animal ou de fluidos, dificultam a
penetração do vapor e requer um tempo mais longo de esterilização. No caso em que se gere
uma grande quantidade de resíduos de alta densidade, deve-se considerar métodos de
tratamentos alternativos como, por exemplo, a incineração ou o uso prévio de trituradores
(Programa Regional de Desechos Sólidos Hospitalarios, 1996).
Na autoclave a vapor se deve utilizar recipientes que permitam a penetração do vapor sem
derretê-los.
Quando os recipientes utilizados para conter os resíduos biológicos não respondem a essas
características, deverá se proceder da seguinte forma:
Vantagens:
66
» é um equipamento conceitualmente similar a outros normalmente utilizados em
estabelecimentos de saúde (autoclaves para esterilização).
Desvantagens:
O pessoal envolvido com a esterilização a vapor deve ser educado em técnicas apropriadas
para minimizar a exposição pessoal a perigos que o uso da autoclave pode gerar. Estas técnicas
incluem uso de equipamento protetor, técnicas para reduzir ao mínimo a produção de
aerossóis e técnicas para a prevenção de derramamento de resíduos durante a carga da
autoclave (Programa Regional de Desechos Sólidos Hospitalarios, 1996).
Tratamento Químico
Quando se utiliza descontaminação química, deve ser levado em conta os seguintes fatores: o
tipo de microorganismo, o grau de contaminação, o tipo de desinfetante, o mesmo para a
concentração e a quantidade de desinfetante utilizado. Outros fatores podem ser pertinentes:
a temperatura, o pH, o grau de mistura e a duração do contato do desinfetante com os
resíduos contaminados.
67
O hipoclorito de sódio (água sanitária doméstica) é frequentemente utilizado como
desinfetante.
O óxido de etileno é um gás de efeito bactericida, mas precauções devem ser tomadas quando
for empregado. Ele pode causar queimaduras, mutagênese e provavelmente carcinogênese.
Um outro inconveniente do óxido de etileno é o risco de explosão. Para diminuir este risco,
ele é misturado com CFC-12 (diclorodifl uormetano) ou com produtos de substituição menos
nocivos para a camada de ozônio, conforme o protocolo de Montreal (por exemplo: HFC-
134a).
Apesar destas desvantagens, a esterilização por óxido de etileno é muito eficaz e atua a baixa
temperatura. É preciso ainda ressaltar que a concentração de óxido de etileno no ar ambiente
não deve ultrapassar 1ppm, e que este gás é inodoro, mesmo em fortes concentrações.
» baixo custo;
68
» as oportunidades de desinfectar quimicamente o interior de uma agulha ou
de uma seringa são muito baixas;
Ionização
Consiste em destruir os agentes patológicos presentes nos resíduos mediante sua exposição a
radiações ionizantes (Programa Regional de Desechos Sólidos Hospitalarios, 1996).
A irradiação é um processo de alta tecnologia que deve ser operado com grandes precauções
e necessita de estruturas físicas adequadas. Por tais razões não se recomenda, sobretudo, em
situações nas quais não haja técnicos disponíveis e bem capacitados, ou onde os acessórios
materiais de reposição não sejam fáceis de se obter.
Vantagens:
» contaminação mínima;
69
Desvantagens:
70
A higienização por micro-ondas não é uma esterilização no sentido restrito. Quando as
condições são preenchidas, os controles atestam a descontaminação eficiente dos resíduos,
tratando-se de bactérias ou de virus.
Os sistemas de desinfecção por microondas são muito utilizados para o tratamento local dos
resíduos de laboratório e são constituídos por fornos pequenos, cujo princípio de
funcionamento é o mesmo dos fornos de microondas de uso doméstico.
Nunca se deve colocar objetos metálicos nestes fornos, já que as microondas, ao atingirem
o metal, geram cargas elétricas entre estes e as paredes do forno. Por conseguinte, os
perfurocortantes, de forma alguma, devem ser tratados neste sistema.
Vantagens:
71
Os incineradores modernos são equipados com uma câmara primária e outra secundária de
combustão, providas de queimadores capazes de alcançar a combustão completa dos resíduos
e uma ampla destruição das substâncias químicas nocivas e tóxicas (dioxinas e furanos etc.).
Na câmara de combustão secundária se alcançam temperaturas em torno de 1.100ºC e opera
com um tempo de permanência de no mínimo dois segundos. Para tratar o fluxo de gases e
as partículas arrastadas, antes de serem liberadas na atmosfera, são agregados torres de
lavagem química, ciclones, filtros etc.
Os incineradores operam com uma máxima eficiência quando os resíduos que se queimam
têm um poder calorífico sufi cientemente alto, ou seja, dizer, quando a combustão produz
uma quantidade de calor sufi ciente para evaporar a umidade dos resíduos e manter a
temperatura de combustão sem adicionar mais combustível.
Vantagens:
72
» sob certas condições, permite o tratamento dos resíduos químicos e farmacêuticos;
» permite o tratamento dos resíduos anátomo-patológicos.
Desvantagens:
Incineração Centralizada
Neste caso, os Resíduos de Serviços de Saúde – Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde são
agrupados tendo em vista o seu tratamento em instalações de maior capacidade, que são
geralmente mais rentáveis e mais satisfatórias sob o ponto de vista da proteção do meio
ambiente (Suíça, 1994).
73
» tratamento em usinas de incineração de resíduos domésticos aptas a
incinerar Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde, podendo ser instalações
autônomas ou de linhas de fornos específicos localizados ao lado de usinas de
incineração de lixo doméstico, com tratamento conjunto dos gases.
Novas Técnicas
O princípio da tocha de plasma é produzir um gás a uma temperatura muito alta (podendo
atingir 10.000ºC), graças a um arco elétrico. Utilizado para incineração de resíduos, a tocha a
plasma não produz escórias nem cinzas voláteis tóxicas, mas um resíduo vitrificado inerte. A
temperatura de incineração varia entre 1.600 e 4.000ºC, assegurando assim a destruição das
moléculas tóxicas e vitrificação dos metais pesados.
Existe um tipo particular de tratamento térmico, de efeito pirolítico, que trata também
resíduos contaminados, que permite tratar os resíduos a uma temperatura elevada
produzindo escórias contendo teores bastante fracos de não incinerados.
» impacto ambiental;
74
» investigação dos locais e instalações disponíveis para o tratamento ou
eliminação dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde;
A partir destes dados, o responsável pelo planejamento pode desenvolver uma matriz de
alternativas que incorporem as avaliações técnicas, os planos e as análises econômicas que
conduzam a um grupo de opções apropriadas.
75
Quadro 12
– Comparação das características de alguns processos de tratamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde
A disposição final dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde se define como seu confinamento em aterro sanitário ou vala séptica, depois de
haverem sido submetidos a algum tipo de tratamento como a desinfeção, esterilização ou incineração (Programa Regional de Desechos Sólidos
Hospitalarios, 1996).
Quando se utiliza um processo de tratamento diferente à incineração, é conveniente, como medida de precaução, dispor os Resíduos Sólidos de
Serviços de Saúde em uma célula especial em aterro sanitário ou em vala séptica.
76
A disposição de resíduos infectantes, sem tratamento prévio, em células especiais deve se
constituir em um sistema independente, separado dos resíduos comuns e sem a utilização da
técnica de compactação, mas garantindo seu recobrimento imediato com terra, seguindo uma
metodologia de operação e controle próprios, visando evitar riscos para os operadores e
garantindo condições ideais de proteção ao meio ambiente.
Considerando que na grande maioria dos municípios brasileiros não existem aterros sanitários
e que os resíduos sólidos são dispostos em lixões, é importante fomentar a mudança de
atitude sobre a gestão dos aterros municipais, com o objetivo de garantir ao máximo a
segurança.
Aterro Sanitário
Uma vez que os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde tenham sofrido segregação prévia e
tratamento, o destino final do produto resultante é um aterro sanitário. Esse método de
disposição final consiste no confinamento dos resíduos, no menor volume possível, por meio
da compactação realizada por tratores esteiras ou rolos compactadores e no isolamento dos
detritos em relação ao ar livre, mediante sua cobertura diária com uma camada de solo,
preferencialmente argila.
» totalmente cercado (altura mínima de 2,5 metros) e vigiado 24 horas por dia para
evitar a entrada de pessoas não autorizadas;
77
» dispor de sistema de drenagem de águas pluviais;
Valas Sépticas
As valas sépticas são apontadas como uma das técnicas de engenharia para aterramento de
resíduos biológicos dos estabelecimentos de saúde.
Uma característica importante dessa técnica de disposição final é a sua utilização por
pequenos municípios brasileiros, principalmente, por ser considerada uma alternativa
simples, econômica e para pequenos volumes de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde com
características infectantes. Essa solução é possível quando há eficiência na segregação dos
resíduos biológicos pelas fontes geradoras, para que haja volumes reduzidos de Resíduos
Sólidos de Serviços de Saúde a serem confinados
Desde a antiguidade, o homem já lançava os seus detritos na água, porém, esse procedimento
não causava muitos problemas, pois os rios, oceanos e lagos têm o poder de autolimpeza.
Com o advento da Revolução Industrial, o volume de detritos despejados nas águas aumentou
bruscamente, comprometendo a capacidade de purificação dos rio, oceanos e lagos.
Diariamente são lançados cerca de 10 bilhões de litros de esgoto poluentes nas áreas de
78
mananciais, rios, lagos e oceanos, provocando um aumento no número de microrganismos
decompositores que consomem todo o oxigênio dissolvidos na água, com isso, os peixes que
habitam essas regiões podem morrer por asfixia ou pelo envenenamento.
A saúde humana pode ser afetada pela grande quantidade de bactérias anaeróbicas que são
capazes de viver sem a presença de oxigênio, e também pelas doenças transmitidas pela
poluição, como: disenteria, amebíase, esquistossomose, malária, leishmaniose, cólera, entre
outras.
Na agricultura, os fertilizantes, os pesticidas e herbicidas são levados para os rios pelas chuvas,
contaminando os rios e também o solo por onde passa, além de infiltrarem pelo solo podendo
contaminar os lençóis freáticos.
Controle:
79
Gestão
Ambiental UNIDADE II
CAPÍTULO 1
Sustentabilidade
3. uso sustentável, para indicar a utilização de recursos renováveis de acordo com a sua
capacidade de reprodução.
Para estas entidades, o desenvolvimento deve apoiar-se nas pessoas e suas comunidades e na
conservação da biodiversidade e dos processos naturais que sustentam a vida na Terra, tais como
os que reciclam a água, purificam o ar e regeneram o solo.
O conceito de sustentabilidade não pode se limitar apenas à visão tradicional de estoques e fluxos
de recursos naturais e de capitais, é necessário considerar simultaneamente as seguintes
dimensões (Sachs):
80
1. sustentabilidade social, com o objetivo de melhorar substancialmente os direitos e as
condições de vida das populações e reduzir as distâncias entre os padrões de vida dos
diferentes grupos sociais;
2. sustentabilidade econômica, viabilizada por uma alocação e gestão eficiente dos recursos e
por fluxos regulares de investimentos públicos e privados, baseada muito mais em critérios
sociais do que empresariais;
Desenvolvimento Sustentável
Substituiu a expressão eco desenvolvimento. A expressão surge pela primeira vez em 1980, no
documento denominado World Wildlife Fund (hoje, World Wide Fund for Nature – WWF), por
solicitação do PNUMA. Nele, uma estratégia mundial para a conservação da natureza deve
alcançar os seguintes objetivos:
81
Para a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), conhecida como
Comissão Brundtland, desenvolvimento sustentável é:
A Comissão Brundtland encerrou seus trabalhos, em 1987, e o seu relatório, denominado Nosso
futuro comum, tem como núcleo central a formulação dos princípios do desenvolvimento
sustentável. Conforme o relatório:
“...em essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual
a exploração dos recursos, a direção dos investimentos a orientação do
desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o
potencial presente e futuro, a fi m de atender às necessidades e aspirações humanas...”
A Comissão recomenda que sejam criadas ou garantidas condições políticas que assegurem a
participação de todos os cidadãos na busca das soluções para os problemas de desenvolvimento
82
das áreas comuns do globo, que se encontram fora das jurisdições nacionais, tais como, os
oceanos, o espaço cósmico e o Continente Antártico.
Agenda 21 Global
83
Diante de problemas como esses, “Nuestra Propria Agenda” recomenda as seguintes estratégias
para a região:
» erradicação da pobreza,
» ordenamento do território,
A Agenda 21 está voltada para os problemas prementes de hoje e tem o objetivo, ainda, de
preparar o mundo para os desafios do século 21. Ela conclama a todos para uma associação
mundial em prol do desenvolvimento sustentável.
Todos documentos do CNUMAD apontam para a necessidade de uma ampla revisão das ações
humanas com vistas a conceber novas teorias e práticas capazes de proporcionar um
desenvolvimento com equidade e compatível com a capacidade limitada dos recursos da Terra.
84
A Agenda 21 adotou uma postura cautelosa em relação aos temas polêmicos como: a questão da
dívida externa dos países em desenvolvimento e a proteção da propriedade intelectual na área
de biotecnologia.
O PROGRAMA 21
O Programa 21, nova denominação da Agenda 21, não é um tratado ou convenção capaz de
impor vínculos obrigatórios aos estados signatários; na realidade é um plano de intenções não
mandatório cuja implementação depende da vontade política dos governantes e da mobilização
da sociedade.
No Brasil, foi criada em 1994, no âmbito do Executivo Federal, a Comissão Interministerial para o
Desenvolvimento Sustentável (CIDES), com o objetivo de assessorar o Presidente da República
na tomada de decisão sobre estratégias e políticas nacionais necessárias ao desenvolvimento
sustentável, de acordo com a Agenda 21. O documento Agenda 21 Brasileira foi “oficializado” no
ano de 2001 e agora está se desdobrando, com discussões regionais, estaduais e municipais para
a elaboração das Agendas Locais.
A Agenda 21 também é clara quanto a necessidade de valorização das comunidades locais e dos
povos em geral. As tecnologias são partes fundamentais dos valores das sociedades que as
produzem, de modo que não é possível atribuir importância às comunidades locais sem respeitar
os seus conhecimentos e práticas. Alguns Capítulos da Agenda 21
85
Muito do que foi acordado na Agenda 21 Global ainda não saiu do papel, pois grande parte dos
países signatários pouco fizeram para implementá-la a nível nacional/local. A Agenda 21
Brasileira ainda não é uma realidade, apesar de ter sido criado um fórum de discussões que gerou
um documento-base, o qual foi “oficializado” pelo Governo Federal. A implementação das
diretrizes da Agenda 21 Brasileira no âmbito federal continua distante, pois será necessária uma
ampla revisão da regulamentação de diversas áreas.
Quase todos os capítulos da Agenda 21 Global trazem recomendações para as autoridades locais,
algumas de modo específico, outras que devem ser tratadas pelos diferentes níveis de governo
(governments at the appropriate level).
Apesar de todos os problemas que envolvem a sua implementação, o Programa Agenda 21 Local
constitui um grande guia para se alcançar o desenvolvimento sustentável. Ele é um grande
inventário dos problemas que a localidade enfrenta e das providências necessárias para enfrentá-
los. Quase sempre todo o esforço para solucionar estes problemas acaba confinado nas esferas
especializadas dos governos, distante, portanto, das populações que vivem o cotidiano desses
problemas.
86
A Agenda 21, transformada em Programa 21, instrumentaliza o ideal de pensar globalmente e
agir localmente. A instância local é a esfera apropriada para a implementação de ações e a
sociedade organizada, ao se “apropriar” do conteúdo deste Programa, terá nas mãos um
excelente instrumento de cobrança das providências às autoridades competentes e, certamente,
será mais ativa que os próprios governantes na implementação do Programa Agenda 21 Local.
Em função do desconhecimento de que a Agenda 21 Local pode e deve ser concebida em outras
áreas de atuação que não do meio ambiente, muitos programas/projetos são implementados
empiricamente, alguns com ações “pulverizadas”, sem nenhuma vinculação com a Agenda 21,
utilizando, entretanto, o mesmo enfoque. Estes programas apresentam, geralmente,
características de não sustentabilidade, pois, atuando sobre os efeitos permitem que os
problemas reapareçam, uma vez que a capacidade técnica local para enfrentá-los é limitada.
A instância local é a mais adequada para tratar de seus próprios problemas. Porém, alguns
obstáculos se interpõem, entre eles, o desaparelhamento das administrações, no que tange à sua
capacidade de planejamento e gestão, o que acaba influenciando negativamente a eficiência dos
seus produtos/serviços.
O Programa Agenda 21 Local deve aproveitar as experiências bem-sucedidas, que já estão sendo
implementadas na localidade, de programas similares, de forma a potencializar o
desenvolvimento sustentável da localidade por meio de arranjos institucionais para a
convergência e complementaridade das ações destes programas em uma mesma área de
intervenção.
Uma boa recomendação é sempre realizar um estudo comparativo entre o escopo da Agenda 21
Local e os programas de atuação similar que existam na área, propor arranjos institucionais para
a convergência e complementaridade das ações destes programas em uma mesma área de
intervenção.
87
CAPÍTULO 2
Gestão Ambiental em Empresas/Instituições
Existem diversas definições para meio ambiente, as mais recentes refletem uma “visão holística”
englobando fatores físicos, biológicos, sociais, econômicos e culturais.
Segundo a Lei no 6.938, de 31/10/1981, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente,
meio ambiente é:
Poluição Ambiental
“...a degradação da qualidade ambiental (entendida como a alteração das características do meio
ambiente) resultante de atividades que diretamente ou indiretamente:
“...§ 1º – sem obstar da aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor
obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos
88
causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério
Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade
civil e criminal por danos causados ao meio ambiente”.
Salubridade Ambiental
Saneamento Ambiental
“...o conjunto de ações que visam alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental,
por meio de abastecimento de água potável; coleta, tratamento e disposição sanitária
de resíduos líquidos, sólidos e gasosos, prevenção e controle do excesso de ruídos,
drenagem urbana de águas pluviais, promoção da disciplina sanitária do uso e ocupação
do solo, controle de vetores de doenças transmissíveis e demais serviços e obras
especializados”.
Crime Ambiental
A Lei nº 9.605/1998, denominada Lei de Crimes Ambientais ou Lei da Natureza, dispõe sobre as
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
Alguns artigos desta Lei merecem ser pesquisados, são eles: 29, 30, 32, 33, 38, 41, 54, 56 e 60.
São as que protegem o meio ambiente, são menos poluentes, usam todos os recursos de forma
mais sustentável, reciclam mais seus resíduos e produtos e tratam os despejos residuais de uma
maneira mais aceitável do que as tecnologias que vierem a substituir (analogia ao Cleaner
Production Programme, criado pelo PNUMA/1989).
Cleaner Production refere-se a uma abordagem de proteção ambiental mais ampla, pois
considera todas as fases do processo de manufatura e do ciclo de vida do produto, incluindo
desde o seu uso nos domicílios e locais de trabalho até o seu descarte (conhecida também com
abordagem de acompanhamento do produto “do berço ao túmulo”).
89
» conservar energia e matéria-prima;
É uma estratégia tecnológica de caráter permanente que se contrapõe às soluções que objetivam
apenas controlar a poluição atuando no fi nal do processo produtivo (end of pipe technology),
remediando os seus efeitos, mas sem combater as causas que os produziram (transferência de
poluição de um ambiente para outro).
Para uma área específica, deve ser elaborado e desenvolvido na forma mais adequada à realidade
do local (institucional, econômica, social etc.). Deve ser realizado um planejamento das etapas e
atividades que deverão ser desenvolvidas no programa com a participação da população do local,
estabelecendo prioridades e metas a serem alcançadas, bem como um cronograma físico-
financeiro a ser cumprido.
O cronograma é fundamental para uma efetiva implementação do programa, ele deve indicar
claramente os prazos para o desenvolvimento de cada etapa e os recursos necessários para o
cumprimento das metas estabelecidas.
Deve definir as estratégias e metodologias que serão utilizadas para o desenvolvimento das
atividades nele previstas, bem como a forma de registro, manutenção e divulgação dos
resultados obtidos.
Devem ser estabelecidas as estratégias que serão adotadas para cumprir as metas e alcançar os
objetivos do programa, assim como devem ser selecionadas as metodologias que forem mais
adequadas às condições existentes na localidade.
90
» do cumprimento das etapas;
Devido a sua utilização nas normas da série ISO, uma das formas mais difundidas de
gerenciamento de programas está baseada no ciclo PDCA.
91
Para se elaborar um SGA é necessário se conhecer muito bem o processo produtivo do local.
Deve, portanto ser feito um diagnóstico exato, e a melhor forma de fazê-lo é dividindo-o em duas
partes: (i) um diagnóstico observando a interação da área interna sob responsabilidade da
administração e sua circunvizinhança, que será denominado “diagnóstico de fora para dentro”;
e (ii) um diagnóstico centrado nas minúcias do processo produtivo, observando o diagrama de
processos do local, que será denominado “diagnóstico de dentro para fora”.
De posse do diagnóstico pode-se, então, elaborar o programa de gestão ambiental do local. Deve-
se lembrar que é um programa, portanto, deve conter metas, estratégias e um cronograma bem
definidos, além dos critérios de avaliação e controle.
O PGA inicialmente deve estar concentrado em ações que visem melhorar o desempenho
ambiental do local, conforme preconiza a abordagem de “tecnologia limpa”. Em uma abordagem
resumida/simplista, o PGA, portanto, deve pretender otimizar a produção, ou seja, para uma
92
mesma quantidade de insumos deve resultar uma quantidade maior de produtos e menor de
rejeitos.
Uma boa estratégia para atingir esta meta é desdobrar o PGA em vários programas específicos,
devido a facilidade de entendimento de suas atuações específicas. A sustentabilidade do PGA
está baseada em, no mínimo, 4 programas específicos:
Diagnóstico setorial
» Pontos de geração;
93
» Custo atual para descarte.
» revisão dos projetos dos produtos para facilitar a sua produção e ampliar o seu
desempenho;
» manutenção preventiva;
94
Educação ambiental – “conscientização”
» INFORMAR / CAPACITAR;
» TREINAR;
» FISCALIZAR.
Monitoramento e Avaliação
O segundo programa específico dentro de um PGA pode ser o programa de gestão da água. O
objetivo principal deste programa é reduzir o consumo e as perdas de água. Geralmente, após a
implantação eficiente deste programa específico é gerada uma economia razoável para a
administração nas contas relacionadas a prestação deste serviço (abastecimento de água).
O responsável pelo SGA deve procurar fazer uma ligação entre a receita proveniente desta
economia e os recursos necessários para investimento no SGA.
Sua implantação também deve observar, no mínimo, os mesmos 5 pontos principais do programa
de gestão de resíduos: (i) diagnóstico setorial; (ii) programa de ação; (iii) educação ambiental; (iv)
monitoramento e avaliação; e (v) programa de manutenção das instalações.
Diagnóstico setorial
» “SETORIZAÇÃO”;
95
» PONTOS DE MAIOR CONSUMO.
Programa de ação
Monitoramento e avaliação
O terceiro programa específi co dentro de um PGA pode ser o programa de gestão da energia
elétrica. O objetivo principal deste programa é reduzir o consumo de energia elétrica, bem como
gerar mais segurança à população do local. Geralmente, após a implantação efi ciente deste
programa específi co é gerada uma grande economia para a administração nas contas
relacionadas a prestação deste serviço (abastecimento de energia elétrica).
O responsável pelo SGA deve procurar fazer uma ligação entre a receita proveniente desta
economia e os recursos necessários para investimento no SGA.
Sua implantação também deve observar, no mínimo, os mesmos cinco pontos principais do
programa de gestão de água: (i) diagnóstico setorial; (ii) programa de ação; (iii) educação
ambiental; (iv) monitoramento e avaliação; e (v) programa de manutenção das instalações.
Diagnóstico setorial
96
» PERÍODOS DE MAIOR CONSUMO; » SEGURANÇA DOS CIRCUITOS.
Programa de ação
Monitoramento e avaliação
O quarto programa específico dentro de um PGA deve ser o primeiro programa de gestão
específico, cujo escopo deve ser definido de acordo com os potenciais/problemas da empresa na
área ambiental.
Sua implantação também deve observar, no mínimo, os mesmos cinco pontos principais do
programa de gestão de energia elétrica: (i) diagnóstico setorial; (ii) programa de ação; (iii)
educação ambiental; (iv) monitoramento e avaliação; e (v) programa de manutenção das
instalações.
Diagnóstico setorial
Programa de ação
Monitoramento e avaliação
97
VENTILAÇÃO INDUSTRIAL E
AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
COLETIVA NO CONTROLE DE
UNIDADE III
EMISSÕES
CAPÍTULO 1
Ventilação industrial e proteção do meio
ambiente
Introdução
O avanço industrial em conjunto com a adoção de novas tecnologias impulsionou todo processo
produtivo, no entanto, o aumento na produção impõe perdas ao meio ocupacional participado
pelas máquinas e operários. O que caracteriza as perdas está diretamente ligado ao meio
ambiente laboral, que são gerados resíduos em forma de particulados distintos conforme as
dimensões de fragmentação, na forma de aerossóis, tornam-se parte integrante do ar respirável
do trabalhador. Esta “nova” interação desencadeará em resultados negativos à saúde do
trabalhador.
98
A ventilação tem sido utilizada tradicionalmente no campo da higiene do trabalho não só para
evitar a dispersão de contaminantes no ambiente industrial como também para promover a
diluição das concentrações de poluentes e para a manutenção e promoção do conforto térmico.
Biologia pulmonar
O aparelho respiratório começa no nariz e na boca e continua pelas outras vias respiratórias até
aos pulmões, onde se troca o oxigênio da atmosfera com o anidrido carbónico dos tecidos do
organismo. Os pulmões são os dois maiores órgãos do aparelho respiratório; a sua forma é
semelhante a duas grandes esponjas que ocupam a maior parte da cavidade torácica. O pulmão
esquerdo é ligeiramente menor que o direito porque partilha o espaço com o coração, no lado
esquerdo do tórax. Cada pulmão está dividido em secções (lobos). O pulmão direito é composto
por três lobos e o esquerdo por dois (MERCK, 2014).
O ar entra no aparelho respiratório pelo nariz e pela boca e chega à garganta (faringe) para
alcançar a caixa que produz a voz (laringe). A entrada da laringe está coberta por um pequeno
fragmento de tecido muscular (epiglote) que se fecha no momento da deglutição, impedindo
assim que o alimento se introduza nas vias respiratórias (MERCK, 2014).
A traqueia é a maior das vias respiratórias; começa na laringe e acaba por se bifurcar nas duas
vias aéreas de menor calibre (brônquios) que conduzem aos pulmões. Os brônquios dividem-se
sucessivamente em um grande número de vias aéreas, cada vez de menor tamanho
(bronquíolos), sendo os ramos terminais mais finos (de apenas 5 mm de diâmetro). Esta parte do
99
aparelho respiratório é conhecida como árvore brônquica, pelo seu aspecto de árvore ao
contrário (MERCK, 2014).
A pleura é uma dupla camada de membrana serosa que facilita o movimento dos pulmões em
cada inspiração e expiração. Envolvem os dois pulmões e, ao dobrar-se sobre si própria, reveste
a superfície interna da parede torácica (MERCK, 2014).
100
Figura 16. Modelo esquemático do sistema respiratório.
» reações alérgicas;
101
» insuficiência respiratória;
Silicose
A silicose é a formação permanente de tecido cicatricial nos pulmões causada pela inalação de
pó de sílica (quartzo). Esta doença é a ocupacional mais antiga que se conhece, desenvolve-se
em ambientes com concentração de sílica prejudicial à saúde humana. A sílica pode ser
encontrada em atividades de mineração como extração de calcário, beneficiamento de
arenito/granito e na fabricação de cimento, vidro e no hidrojateamento.
A sílica presente nos pulmões promove a formação de tecido cicatricial nos pulmões. No
princípio, as zonas cicatrizadas são pequenas protuberâncias redondas (silicose nodular simples),
mas, finalmente, reúnem-se em grandes massas (conglomerados silicóticos). Estas áreas
cicatrizadas não permitem a passagem do oxigénio para o sangue de forma normal. Assim os
pulmões perdem elasticidade e requer-se mais esforço para respirar.
Prevenção
102
Tratamento
Bissinose
Embora a bissinose se verifique quase exclusivamente nas pessoas que trabalham com o algodão
em bruto, aqueles que trabalham com linho ou cânhamo podem também desenvolver este tipo
de afecção. Os operários que abrem fardos de algodão em rama ou que trabalham nas primeiras
fases do processamento do algodão parecem ser os mais afetados. Aparentemente, algum
elemento do algodão em rama provoca o estreitamento das vias aéreas nas pessoas propensas
(MERCK, 2014).
Sintomas e diagnóstico
A bissinose pode causar sibilos ao respirar e opressão no peito, geralmente durante o primeiro
dia de trabalho depois de um descanso. Ao contrário da asma, os sintomas tendem a diminuir
após uma exposição repetida e a opressão no peito pode desaparecer para o fim da semana de
trabalho.
No entanto, quando se trata de uma pessoa que trabalhou com algodão durante muitos anos, a
opressão no peito pode durar 2 ou 3 dias ou inclusive a semana completa. A exposição
prolongada ao pó do algodão aumenta a frequência dos sibilos, mas não evolui para uma doença
pulmonar incapacitante (MERCK, 2014).
103
Prevenção e tratamento
Pulmão negro
O pulmão negro (pneumoconiose dos carvoeiros) é uma doença pulmonar causada pela
acumulação de pó de carvão nos pulmões.
O pó de carvão não obstrui as vias respiratórias. Todos os anos, 1 % a 2 % das pessoas com pulmão
negro simples desenvolvem uma forma mais grave da doença, denominada fibrose maciça
progressiva, na qual se formam cicatrizes em áreas extensas do pulmão (com um mínimo de 1,5
cm de diâmetro). A fibrose maciça progressiva piora mesmo que a pessoa já não esteja exposta
ao pó de carvão. O tecido pulmonar e os vasos sanguíneos dos pulmões podem ficar destruídos
pelas cicatrizes (MERCK, 2014).
Na síndrome de Caplan (uma perturbação pouco frequente que pode afetar os mineiros do
carvão que sofrem de artrite reumatoide) desenvolvem-se, rapidamente grandes nódulos
redondos no pulmão. Tais nódulos podem formar-se nos indivíduos que sofreram uma exposição
significativa ao pó do carvão, inclusive sem ter pulmão negro (MERCK, 2014).
Sintomas e diagnóstico
O pulmão negro simples, geralmente, não produz sintomas. Contudo, a tosse e a falta de ar
aparecem, com facilidade, em muitos dos afetados com fibrose maciça progressiva, uma vez que
também têm enfisema (causado pelo fumo dos cigarros) ou bronquite (causada pelos cigarros ou
pela exposição tóxica a outros poluentes industriais). Por outro lado, na fase de maior gravidade
há tosse e, às vezes, uma dispneia incapacitante (MERCK, 2014).
104
Prevenção e tratamento
A prevenção é fundamental, pois não há cura para o pulmão negro. A pessoa que não pode
respirar livremente pode beneficiar dos tratamentos utilizados para a doença pulmonar crónica
obstrutiva, como os fármacos que permitem manter as vias aéreas abertas e livres de secreções.
Asbestose
A asbestose é uma formação extensa de tecido cicatricial nos pulmões causada pela aspiração do
pó de amianto.
O amianto é composto por silicato de mineral fibroso de composição química diversa. Quando se
inala, as fibras de amianto fixam-se profundamente nos pulmões, causando cicatrizes. A inalação
de amianto pode também produzir o espessamento dos dois folhetos da membrana que reveste
os pulmões (a pleura) (MERCK, 2014).
As pessoas que trabalham com o amianto correm o risco de sofrer doenças pulmonares. Os
operários que trabalham na demolição de construções com isolamento de amianto também
correm risco, embora menor. Quanto mais tempo um indivíduo estiver exposto às fibras de
amianto, maior é o risco de contrair uma doença relacionada com o amianto (MERCK, 2014).
Sintomas
Os grandes fumadores que sofrem de bronquite crónica juntamente com asbestose podem tossir
e ter uma respiração sibilante. A respiração torna-se, gradualmente, mais difícil. Cerca de 15 %
das pessoas com asbestose têm dispneia e insuficiência respiratória (MERCK, 2014).
105
Por vezes a inalação de fibras de amianto pode fazer com que se acumule líquido no espaço que
se encontra entre as camadas pleurais (cavidade pleural). Em raras ocasiões, o amianto causa
tumores na pleura, denominados mesoteliomas, ou em membranas do abdômen, chamados
mesoteliomas peritoneais (MERCK, 2014).
Os mesoteliomas causados pelo amianto são um tipo de cancro que não se consegue curar.
Geralmente, aparece depois da exposição à crocidolite, um dos quatro tipos de amianto. A
amosite, outro tipo, também produz mesoteliomas. O crisótilo, provavelmente, não produz
mesoteliomas, mas, às vezes, está contaminado com tremolite, e esta causa-os. Os mesoteliomas
desenvolvem-se, de modo geral, ao fim de 30 ou 40 anos de exposição ao amianto (MERCK,
2014).
O cancro do pulmão está relacionado, em parte, com o grau de exposição às fibras de amianto;
no entanto, entre as pessoas que sofrem de asbestose, o cancro do pulmão desenvolve-se quase
exclusivamente naquelas que também fumam cigarros, em especial nas que fumam mais de um
maço por dia (MERCK, 2014).
Diagnóstico
Nas pessoas com antecedentes de exposição ao amianto, o médico pode, às vezes, diagnosticar
asbestose com uma radiografia ao tórax que mostre as alterações características. De modo geral,
a função pulmonar da pessoa é anormal e, ao auscultar o pulmão, podem ouvir-se sons anormais,
as chamadas crepitações.
Para determinar se um tumor pleural é canceroso, o médico pratica uma biopsia (extração de
uma pequena porção de pleura para ser examinada ao microscópio). Pode-se também extrair e
analisar o líquido que rodeia os pulmões (um procedimento denominado toracentese); no
entanto, este procedimento não é habitualmente tão rigoroso como a biopsia (MERCK, 2014).
Prevenção e tratamento
Dado que o controlo do pó melhorou nas indústrias que utilizam o amianto, atualmente é menor
o número de pessoas que sofrem de asbestose, mas os mesoteliomas continuam a aparecer em
indivíduos que estiveram expostos até há 40 anos. O amianto deveria ser extraído por
106
trabalhadores especializados em técnicas de extração. Os fumadores que estiveram em contato
com o amianto podem reduzir o risco de cancro deixando de fumar.
A maioria dos tratamentos para a asbestose alivia os sintomas; por exemplo, a administração de
oxigênio alivia a dispneia. Drenar o líquido à volta dos pulmões pode também facilitar a
respiração.
Classificação de aerodispersóides
As substâncias emitidas no ambiente laboral geralmente estão na forma de partículas sólidas ou
líquidas (aerossóis) ou na forma gasosa (gases e vapores) ou ambos.
Poeiras
São formadas por partículas sólidas, com diâmetro geralmente superior a 1µm.
Resultante da desintegração mecânica de substâncias inorgânicas ou orgânicas.
Fumos
São partículas sólidas, geralmente com diâmetros < 10µm até 1µm. Resultam da condensação de
partículas em estado gasoso, após processo de volatilização de metais fundidos. Um exemplo:
Fumos metálicos provenientes do processo de soldagem (Cloreto de amônio).
107
Outro produto químico de risco é o Chumbo (Pb), ao derretê-lo, o seu vapor em contato com o
ar reagem formando o Óxido de Chumbo (PbO) uma partícula altamente tóxica.
Esta partícula é extremamente pequena em suspensão no ar.
Névoas e neblinas
São partículas constituídas por gotículas líquidas com diâmetro variável entre: 0,1µm e 100µm.
Resultantes da condensação de vapores (ex.: pulverização, nebulização).
Reações: Irritação nos olhos, dificuldade respiratória e comprometimento da visão.
Tipos de névoas: ácido sulfúrico, ácido crômico, câmaras de pinturas, entre outros.
Fumaça
Geralmente oriunda da queima de combustíveis fósseis ou de outro material com características
inflamáveis. Fuligem (partículas líquidas: madeira e carvão) + Fração Mineral (Cinzas – partículas
divididas finamente de produtos de queima de carvão e óleo combustível). Fornos, Fornalhas e
queimadores de caldeiras.
108
Quadro 2. Tamanho de Impureza em Suspensão no ar, método de controle, tipo de radiação conforme
comprimento de onda.
109
Ventilação industrial
A ventilação industrial tem o objetivo de fornecer ar por meio de meios naturais e mecânicos
para ambientes fechados afim de garantir o controle atmosférico de um ambiente
proporcionando condições de acesso aos trabalhadores e maior durabilidade de máquinas e
equipamentos.
Além das características acima a ventilação industrial auxilia no conforto térmico de ambientes
de trabalho. Plantas industriais antigas têm apresentado dificuldades de implantação de
ventilações industriais eficazes devido a falha de projeto, ausência do projeto de ventilação,
construção inadequada, funcionamento fora das condições de projeto, falta de manutenção e
falta de conhecimento do funcionamento do processo.
O responsável pela ventilação industrial deverá possuir conhecimento técnico para projetar a
vazão necessária do sistema de ventilação e desenvolver técnicas para o controle das correntes
de ar a serem introduzidas ou retiradas de um recinto para mantê-lo salubre.
110
Para instalações industriais a ventilação consiste em controlar concentrações de contaminantes,
poluentes e das condições térmicas geralmente ou ambos os casos. A ventilação pode consistir
em passar uma corrente de ar exterior (não contaminado) pelo interior do estabelecimento,
diminuindo a concentração do poluente ou contaminante a uma taxa aceitável pelo organismo
humano.
Poluentes Secundários – são aqueles formados na atmosfera por meio de reações químicas entre
os poluentes primários e secundários.
111
A elaboração e implantação de sistemas de ventilação industrial devem fazer parte do programa
de proteção respiratória visando a:
Tipo de ventilação
A definição para implantação do sistema de ventilação e/ou exaustão depende dos seguintes
critérios:
» tipo de poluente;
» concentração;
112
Figura 18. Ventilação Local Exaustora.
Fonte: <http://www.lincolnelectric.com/en-us/support/process-and-theory/Pages/controlling-welding-fume-detail.aspx>
Fonte: <www.ventec.com.br>.
Reaproveitamento de resíduos
Na indústria de cimento, os sistemas empregados visam aproveitar todo o particulado no
processo de produção.
Na indústria de cerâmica, a captação do particulado suspenso será utilizado como matéria prima.
Na indústria madeireira toda serragem e refugos oriundos no processo fabril são utilizados como
combustíveis.
113
Ventilação geral diluidora
A passagem de ar externo, não contaminado, para promover a purificação ou redução da
concentração de substâncias em ambientes contaminados é o objetivo principal da ventilação
geral diluidora. A sua aplicação deve-se ao fato do ambiente possuir uma grande quantidade de
fontes de contaminação e em baixas concentrações. A diluição do contaminante deve-se ao fato
da adição de ar no ambiente diminuindo-se a concentração presente.
Na ausência de contaminante a ventilação geral poderá ser utilizada para retirar calor do
ambiente, gerado por processos diversos em planta industrial ou por irradiação solar.
Existem dois tipos de ventilação, por insuflamento e por exaustão. A ventilação geral comumente
usada é a colocação de ventiladores que renovam o ar externo, este tipo de ventilação é baseia-
se no volume de ar necessário conforme o volume do ambiente a ser ventilado.
Fonte: <www.solerpalau.pt>
114
suspensas ou dispersas em um ambiente fechado por um determinado período de tempo onde
há ocupação humana e que esta relação cause efeito adverso ao organismo.
Macyntire (1990) afirma que o TLV-C conhecido como valor teto, não deverá exceder, nem
instantaneamente.
Áreas com manipulação de gases tóxicos devem receber atenção especial na disposição dos
ambientes a serem construídos, recomenda-se:
» manter cilindros em capelas com exaustão permanente, caso o recinto esteja fechado;
115
Quadro 4. Limites de Tolerância estabelecidos pela ACGIH (MESQUITA et al, 1988).
Irritação dos
Irritação dos olhos, nariz e Irritação dos
Aldeído Acético 200 brônquios e garganta Nenhum brônquios e
dos pulmões (odor dos pulmões
perceptível)
Irritação dos
olhos, nariz e Narcose,
Acetona 1.000 Narcose garganta Nenhum tontura e até
(odor inconsciência
perceptível)
Asfixia em
Diclorodifluor -
1.000 altas Nenhum Nenhum Nenhum
metano
concentrações
Câncer e
irritação dos
Niquelcarbonila 0,001 Nenhum Nenhum Nenhum
brônquios e
dos pulmões
* As trocas podem apresentar variações de acordo com o layout e com as barreiras (bancadas, móveis etc) disponível no ambiente.
Exercício de fixação
Caso considere que todos os participantes são fumantes teremos, 50 m³/h pessoa o que
representa um total de 60 x 50 = 3.000 m³/h
Outra forma de cálculo é basear na velocidade de 1,5 a 15 m/min. Considere duas áreas de
passagens de 4 x 10 = 40 m² x 2 = 80 m²
v=Q/A
Portanto,
Q = 1,5m/min x 80 m2
Q = 120m3/min
117
Transformando tem-se:
Q = 7.200 m3 /h
Conclui-se que 3.000 < 7.200 < 120.000 sendo, portanto, um valor aceitável.
Entretanto, sugere um valor na ordem de 72.000 m³/h o mais indicado, valor este
que representa 60% do valor máximo.
Onde:
MM – Massa Molecular.
B – Fator que considera a redução do LIE com o aumento da temperatura – B = 1 para T < 120 oC
e B = 0,7 para T ≥ 120 oC.
2 – Quatro litros de tolueno evaporam numa operação de secagem a 110o C. Sabe-se que a maior
parte do solvente evapora nos primeiros 10 minutos. Determine a taxa de ventilação necessária
para manter a concentração abaixo de 20% do LIE. Dados: LIE 1,27%; GE = 0,87; MM = 92.
118
Quadro 6. Características de substâncias químicas.
Ventilação exaustora
Objetivos
Os sistemas de ventilação por exaustão tem o objetivo de captar os poluentes diretamente na
fonte e inibir a dispersão deles no ambiente de trabalho. Para tanto, este sistema de ventilação
possui maior eficácia à proteção da saúde do trabalhador.
Os sistemas de exaustão são compostos por 5 (cinco) componentes. Captores – local de entrada
dos poluentes.
119
2. Filtros – sistema destinado à retenção/coleta do ar contaminado antes do seu
lançamento ou descarte na atmosfera ou área predefinida 10 . Estes sistemas
deverão estar em conformidade com a legislação ambiental federal e local.
3. Vazão de captação.
Com relação aos requisitos: forma e posicionamento em relação à fonte temos os seguintes
captores:
10 Geralmente, toda fonte de poluição do ar deverá ser provida de sistema de ventilação local exaustora e o lançamento na atmosfera
deverá ser realizado por meio de chaminé ou na existência de norma ou regulamento dele decorrente.
120
» Captores Cabines – possuem sistema de exaustão com grande abertura. Possuem
o ambiente enclausurado e necessitam de um ponto superior para exaustão. Um
caso típico são as câmaras ou cabines de pintura.
Fonte: <www.exausfibra.com.br>
Para pequenas vazões ou áreas com enclausuramento. Exemplo: capelas, balanças (pesagem de
material) etc.
Captor Receptor: usado nos casos de sucção de vapor, gases com material particulado (pó) onde
existe a manipulação do trabalhador no processo. Fluxo do ar: Horizontal.
121
Figura 23. Captor Tipo Bancada.
Fonte: <www.exausfibra.com.br>
O captor tipo coifa não deverá ser usado quando o poluente for tóxico e quando houver a
necessidade do trabalhador curvar-se sobre a estrutura (tanque).
Q = 1,4 P x h x V
Onde:
V – Velocidade de captura.
ΔP = 0,25 Pc
Onde:
ΔP – Perda de entrada.
A proteção do trabalhador em um ambiente laboral onde há riscos de inalação por meio das vias
aéreas dependerá do posicionamento e do tipo de captor (área de captação). A influência da
direção do fluxo do ar na vazão de exaustão uma vez posicionado adequadamente evitará que o
poluente passe primeiro pela via respiratória do operador, entretanto, o uso de coifas poderá
expor o operador a altas concentrações de poluentes devido a necessidade do mesmo se
posicionar (posição curva) para retirar os materiais do tanque.
123
anteriormente, quanto maior a distância entre o captor e a fonte maior a probabilidade de
interferência dos ventos e maior o dispêndio energético para a captação dos poluentes. As
principais vantagens do enclausuramento são: diminuição da área de captura, o uso de menor
vazão, ganho econômico, reaproveitamento no processo (quando possível). Abaixo representa a
situação comum em processos de carreamento de materiais sólidos em “rolos de retorno”, por
exemplo: esteiras de britagens, minérios e correias transportadoras.
Velocidade de captura
Captar os poluentes conduzindo-os para dentro do captor depende da velocidade de captura e
ela deve ser estabelecida no ponto de absorção mais desfavorável, desta forma todos os
poluentes serão captados.
» Toxicidade do Poluente.
» Tipo de Captor.
» Velocidade de Emissão.
124
» Tamanho do Captor.
» Quantidade Emitida.
Vazão de exaustão
De acordo com o volume ou massa de um determinado poluente emitido por uma fonte
poluidora devemos encontrar a vazão de exaustão que representará o volume de ar necessário
a ser movimentado para captar o poluente emitido.
Desta forma, o conjunto fonte-captador exige uma determinada vazão de exaustão, logo a vazão
total a ser movimentada será o somatório das vazões exigidas em cada captor.
De acordo com Macintyre (1990) os elementos que classificam uma boa exaustão:
» não deve ser utilizado para auxiliar em processos e operações, ex.: arraste de
matérias primas e produtos, diminuição da temperatura dos equipamentos etc.;
» deve possuir uma vazão econômica afim de atender apenas os requisitos acima.
Q = Ac x Vc
Onde:
125
Quadro 7. Condições de dispersão e Velocidade de Captura.
Condições de
Exemplos de
Dispersão de Velocidade (m/s)
Dispersão
Poluentes
Evaporação
Emissão com ar
(Tanques, 0,25 – 0,5
parado.
desengraxe)
Cabines de pintura,
Emissão em baixa Enchimento de
velocidade / Ar com Tanques de
0,5 – 1,0
velocidade Armazenagem
moderada. (intermitente),
Solda.
Emissão alta em Enchimento de
zona de ar com barris, carga de 1,0 – 2,5
velocidade alta. transportador.
Emissão em alta Esmeril, Jateamento
velocidade (inicial) com Abrasivos
2,5 – 10,0
em zona de ar com
velocidade alta.
Fonte: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/CapVentilacaoIndustrial_GERAL.pdf Com adaptações>.
Para cada categoria a definição dos valores na faixa depende dos seguintes fatores:
3. Alta Emissão.
126
Para captores do tipo enclausurantes a superfície de controle são as frestas conhecidas como
área de aberturas. No captor tipo cabine a superfície de controle é a área da face da cabine e a
área aberta que possa existir nas laterais da mesma. Nesses casos é fácil visualizar a superfície de
controle através da qual se impõe uma determinada velocidade de controle e assim, determina-
se a vazão.
Para os captores externos precisa-se de certo volume de ar passando pelo ponto mais
desfavorável de emissão de forma a capturar e arrastar os poluentes para o captor, conforme a
seguir.
Fonte: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/CapVentilacaoIndustrial_GERAL.pdf>
Para exemplificar apresentaremos o modelo matemático desenvolvido por Dalla Valle para a área
de superfície de controle para captores de abertura circular ou retangular. Considere um ponto
localizado a uma distância X ao longo do eixo de um captor de ar penetrando em sua face com
velocidade Vf. Segundo Dalla Valle, nessas condições a área da superfície de controle que passa
pelo ponto X é dada por:
Onde:
Estas equações são válidas somente para distâncias ≤ a 1,5d. Onde d é o diâmetro da face do
captor.
No caso de exaustão a velocidade do ar cai rapidamente à medida que se afasta da face do captor.
Geralmente, a velocidade a uma distância igual ao diâmetro da face do captor é de 10% da
velocidade da face do captor.
Nas condições de sopro (Jato), a velocidade cai paulatinamente atingindo o valor de 10% da
velocidade da face a distância de aproximadamente 30 vezes o diâmetro da face do captor.
TIPO/CAPTOR RAZÃO
DESCRIÇÃO VAZÃO
W/L
0,2 ou
COM FENDA Q = 3,7 L. V. X
Menor
0,2 ou Maior
ABERTURA SEM FLANGE (Serve para a Q = V (10 X2 A)
Circular)
0,2 ou Maior
ABERTURA COM FLANGE (Serve para a Q = 0,75 V (10 X22 A)
Circular)
0,2 ou Maior
CABINE (Serve para a Q = V A F V.W.H
Circular)
128
0,2 ou Maior Q = 1,4 P. H. V P –
COIFA (Serve para a Perímetro do
Circular) Tanque
Nota: vazão insuficiente significa captação deficiente e, portanto, maior poluição do ambiente de
trabalho.
O ambiente de trabalho que apresenta uma vazão deficiente necessita de avaliações periódicas
de forma que permita a exposição dos trabalhadores a níveis aceitáveis. Conhecer os limites de
tolerância e as concentrações permitidas por lei para a emissão de poluentes na atmosfera,
tornam o embasamento técnico para discernir se os trabalhadores devem ou não estar expostos.
Fonte: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/CapVentilacaoIndustrial_GERAL.pdf>
A distribuição uniforme do ar na região frontal do captor é muito importante e isso pode ser
realizado por meio da utilização de fendas.
129
Figura 29. Modelos de uniformização do ar em frente aos captores.
Fonte: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/CapVentilacaoIndustrial_GERAL.pdf>
Abaixo representa o tipo de captor em relação ao coeficiente de entrada (Ke) e perda de carga
(Kc).
11 Galvanoplastia.
130
Extremidade do Duto Flangeada 0,82 0,49
<http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/CapVentilacaoIndustrial_GERAL.pdf>
Dimensionamento de captores
O pré-requisito para o dimensionamento adequado de captores depende em regra geral
conhecer os tipos de operações poluidoras, as formas existentes de captores no mercado, o tipo
de ventilação aplicada no processo (caso exista), as operações realizadas in loco e os
equipamentos industriais existentes.
» Ventilação sopro-exaustora.
» Ventilação de tanques.
» Toxidade do poluente.
131
» Espaço físico disponível.
» Condições operacionais.
A posição do captor pode ser definida por 6 (seis) critérios, são eles:
<http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/CapVentilacaoIndustrial_GERAL.pdf>
A seleção do tipo de captor ideal para uma determinada fonte poluidora dependerá
exclusivamente do tipo de fonte, toxicidade do poluente emitido, condições operacionais
(manutenção preditiva, preventiva e corretiva) e condições restritiva de espaço. Desta forma, o
melhor captor é aquele que capta com eficiência desejada e que não ocasione problemas na
fonte e na qualidade de vida dos funcionários garantindo assim, o trânsito de pessoas no
ambiente laboral.
132
Além disso, os captores devem garantir a menor perda de carga e que necessitem a menor vazão
de captação, visto que o custo operacional será fundamental para a definição do custo final do
produto12 numa determinada organização.
Dimensionamento de dutos
Transporte de poluentes
Segundo Macintyre (1990) o transporte de poluentes por meio de dutos depende da velocidade
do ar na tubulação. Para poluentes gasosos a velocidade tem pouca importância uma vez que
não ocorre sedimentação na tubulação mesmo para velocidades baixas, neste caso são utilizadas
velocidades na faixa econômica, usualmente entre 5 a 10 m/s.
133
ventilado, desta forma, maior será o gasto energético aplicado no processamento industrial13 e
maior o custo para a chegada do produto final.
Esta definição poderá garantir o melhor uso das partículas geradas e a menor exposição dos
trabalhadores a ambientes anteriormente classificados como “insalubres”. Isto proporciona ao
SESMT a redução significativa do uso exagerado de equipamentos de proteção individuais e
promove a aplicação de uma gestão contínua baseada na prevenção de acidentes atuando no
comportamento dos funcionários por meio de treinamentos e campanhas educativas
Singularidade é qualquer elemento do sistema que causa algum distúrbio no fluxo de ar, como
por exemplo as junções, cotovelos e expansões. Elas representam pontos de perda de carga,
desta forma, estes elementos devem ser projetados de forma a garantir uma geometria que
ocasione a menor perda de carga possível.
13 Nos projetos de ventilação recomenda-se o uso de portas de inspeção em intervalos de 3 metros ou conforme a recomendação do
setor técnico em áreas onde há maior probabilidade de deposição de particulado (risco de formação de placas, crostas)
promovendo o entupimento do sistema.
134
Figura 33. Perda de carga em curvas (cotovelos).
Em relação ao sistema de ventilação, os filtros representam pontos de perda de carga que devem
ser levados em consideração no cálculo de pressão exigida pelo sistema e na determinação da
pressão e potência exigidas do ventilador e na potência do motor.
A perda de carga do filtro pode-se alterar com o tempo de operação conforme a sua
característica, nos filtros de manga, eles necessitam do acionamento do sistema de limpeza das
mangas de forma periódica visando retirar o material coletado nas mangas e evitando-se a
resistência excessiva. Outros sistemas filtrantes podem alterar devido a incrustação de poluentes
ou pelo desgaste das peças ou superfícies internas do filtro.
Uma forma de identificar a perda de carga limite nos filtros por meio de controle de pressões e
potências, dar-se através da instalação de manômetros em “U” de baixo custo e fácil instalação.
135
Conjunto ventilador-motor
O conjunto ventilador-motor fornece a energia necessária para movimentar o fluído e vencer
todas as perdas de carga (resistência) do sistema.
Através do ventilador é que criamos o diferencial de pressão por meio do sistema que faz o ar
fluir através do sistema. Para tanto, a seleção do ventilador é fundamental para garantir a melhor
efetividade do sistema.
Fonte: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/CapVentilacaoIndustrial_GERAL.pdf>
Fonte: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/CapVentilacaoIndustrial_GERAL.pdf>
Para aplicação de ventilação local exaustora os ventiladores mais utilizados são os centrífugos, os
quais estão disponíveis em quatro tipos segundo a classificação abaixo:
136
» Ventilador centrífugo radial – são ventiladores, robustos, para trabalho pesado e
destinados a movimentar fluidos com grande carga de partícula (poeiras),
partículas pegajosas (poeiras pegajosas) e corrosivas. Apresentam baixa
eficiência, na ordem de 60% e elevado nível de ruído. Possuem baixa
complexidade construtiva e alta resistência mecânica além de serem de fácil
reparação.
Fonte: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/CapVentilacaoIndustrial_GERAL.pdf>
» Ventilador centrífugo de Pás para trás – possuem alta eficiência chegando a atingir 80% em seu
funcionamento, equipamento possui baixa emissão de ruído. Este ventilador possui a
característica de autolimitação de potência o que evita uma sobrecarga do motor. Ele possui
dois tipos de pás, as aerodinâmicas e as planas. As pás aerodinâmicas são de grande
rendimento, pois permitem uma corrente mais uniforme. Estes ventiladores são empregados
nos casos de grandes vazões e pressões médias, sendo que a economia de potência compensa
o maior custo na aquisição. As pás planas podem ser utilizadas para transportar o ar sujo já
que apresentam a característica autolimpante, entretanto, apresentam uma eficiência menor
em relação aos de pás aerodinâmicas.
Fonte: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/CapVentilacaoIndustrial_GERAL.pdf>
» Ventilador centrífugo de pás curvadas para frente – estes modelos requerem pouco espaço
para instalação, apresentam baixa velocidade periférica e são silenciosos. Devem ser utilizados
137
para pressões baixas a moderadas. Estes modelos não são recomendados para movimentar
fluidos como poeiras e fumos devido a possibilidade de aderência do material ocasionando o
desbalanceamento do rotor e consequente vibração. Este modelo não possui autolimitação
de potência podendo sobrecarregar o motor. A eficiência desses ventiladores é menor que dos
ventiladores de pás para trás. Para tanto, recomenda-se o seu uso em sistemas de ventilação
geral e de ar condicionado onde a carga de poeiras e outras partículas é baixa.
Fonte: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/CapVentilacaoIndustrial_GERAL.pdf>
» Ventilador Radial Tip – são ventiladores de pás planas inclinadas para trás, no
entanto, com pontas que se curvam até chegarem a ser radiais. Este tipo de
ventilador possui queda de eficiência porém, proporciona maiores vazões. São
amplamente empregados em fornos de cimento e fábricas de celulose e papel.
Fonte: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/CapVentilacaoIndustrial_GERAL.pdf>
138
Classificação, vantagens e desvantagens dos
equipamentos de controle da poluição do ar
A escolha do equipamento de controle de poluição do ar, que melhor cumprirá sua função de
coleta, nem sempre é um problema de simples solução, tendo-se em vista o número de fatores
intervenientes (MUCCIACITO, 2016).
De uma forma geral, pode-se dizer que a escolha depende de fatores relativos às propriedades
do contaminante, relativos às propriedades do gás carreador e relativos a aspectos econômicos
e práticos. Há que se considerar na escolha de equipamentos de controle, vários fatores, como
segue (MUCCIACITO, 2016):
139
úmidos algumas vezes não podem ser utilizados devido a grande quantidade de
água que se evapora, e filtros podem ser danificados pela passagem de gases
excessivamente quentes.
» Reatividade Química: é importante em alguns casos como, por exemplo, quando se filtra um
gás contendo compostos de flúor com filtros de lã de vidro, danificando os mesmos. Em
geral, deve-se evitar reação entre gás e coletor.
Propriedades do contaminante
140
Figura 38. Representação esquemática de sistema de transporte e captação de poluentes.
141
Tamanho, forma e densidade de partículas
Estes são fatores fundamentais por exercerem influência sobre a eficiência de coleta de partículas
por quase todos os mecanismos utilizados na prática, podendo-se mesmo dizer que a variação
da eficiência com o tamanho da partícula é um dos aspectos mais importantes a serem
considerados na escolha do coletor (MUCCIACITO, 2016).
Casos inusitados devem ser resolvidos por verdadeiros especialistas, a fim de evitar danos
econômicos irreparáveis devido à escolha inadequada de um equipamento que, via de regra,
após instalado, não terá qualquer outra utilização a não ser aquela para a qual foi projetado
(MUCCIACITO, 2016).
Coletores úmidos
Princípio de funcionamento: O gás é forçado através de uma aspersão de gotas, com as quais as
partículas se chocam, se depositam por difusão, e também agem como núcleo de condensação
de água, consequentemente aumentando de tamanho, o que torna sua coleta mais fácil.
Portanto, podemos dizer que os quatro mecanismos de coleta mais importantes no coletor
úmido são impactação, a interceptação, a difusão e a condensação (MUCCIACITO, 2016).
142
Classificação: os tipos de lavadores de gases são inúmeros, havendo o contínuo aparecimento de
novos modelos de eficiências similares apresentando algumas vantagens e desvantagens.
N = 2,3log1/1 n
N =αδty
Onde:
Características Gerais: visa expressar o rendimento dos diversos tipos de lavadores de gases para
a coleta de material particulado.
Parâmetro Faixa
Vazão de gás > 70.000 pés³/min
Temperatura do gás 2.000 °F, reduzindo para 300
°F
Velocidade do gás 2 – 5 pés/s
Tempo de resistência 20 – 30s
Perda de carga 1 pol de H2O
Concentração Alta, > 5 grãos/pé³
Composição da partícula Sólido, líquido (corrosão)
Água recirculada 2 – 18 gal/1.000 pés³
Fonte: <http://www.meiofiltrante.com.br/edicoes.asp?id=384&link=ultima&fase=C&retorno=c> (com adaptações).
Essas relações variam para cada um dos tipos de lavadores mencionados, dependendo de como
se dá a aspersão do líquido, da direção e sentido do gás com relação ao líquido, entre vários
outros fatores.
143
O conceito de potência de contato afirma que, no contato gás-líquido, potência é dissipada em
turbulência dos fluidos e como calor.
Essa potência consumida em termos de potência por unidade volumétrica do gás é denominada
de potência de contato, não estando nela incluídas as potências por perdas elétricas e mecânicas,
nem por perdas por atrito nas partes secas do lavador. Esse conceito, apesar de carecer de maior
base teórica, tem se mostrado aproximadamente válido na prática. Matematicamente tem sido
apresentado em termos de número de unidades de transferência (eficiência) e potência de
contato (HP/1000 pés³/min).
Os lavadores úmidos são conhecidos também como equipamentos de controle de poluição que
usam o processo de absorção em líquido para separar os poluentes da corrente gasosa
(MUCCIACITO, 2016).
A absorção pode ser entendida como um íntimo contato dos gases com o líquido de absorção, o
que permite que os gases poluentes fiquem dissolvidos no líquido. O fator responsável por este
resultado é a solubilidade dos gases no líquido absorvedor, uma forma de demonstrar tal
ocorrência é vista nas partículas de aerossóis que são transferidas da suspensão da corrente
gasosa para o líquido de lavagem via mecanismos de impacto inercial, sedimentação
gravitacional, difusão Browniana, eletrostática, difusividade térmica e transporte de massa.
Vantagens Desvantagens
Possibilidade de geração de
Não gera fonte secundária de
problemas de poluição de
pó.
águas.
Necessidade de alto custo de
perda de carga para remover
Necessita de espaço pequeno.
material particulado fino com
alta eficiência.
Coleta gases e material Geração de resíduos úmidos.
particulado.
144
Oferece possibilidade de
Problemas de corrosão de
trabalho com correntes
forma severa em relação a via
gasosas de elevada
seca.
temperatura e umidade.
Tem custo baixo Opacidade da pluma de vapor
(desconsiderando o tratamento pode ser inconveniente.
de efluentes líquidos).
Geralmente a corrente gasosa já
está em alta pressão. Consumo de energia elevado.
Câmara de borrifo
É o mais simples dos coletores úmidos. As gotas, geralmente com diâmetro de 0,1 a 1 mm caem
e se chocam com as partículas em movimento ascendente, sendo o impacto o principal
mecanismo de coleta das partículas. São características gerais desses coletores:
Faixa
Parâmetro Tipo Pease –
Tipo Irrigado
Anthony
Vazão do gás Até 50.000 Até 25.000
pés³/min pés³/min
Temperatura do gás Ilimitada Pré-resfriamento
ou saturação
necessária.
Velocidade do gás 200 – 500 pés/min ------
Velocidade ----- 50 – 200 pés/s
tangencial
Perda de carga 2,5 – 6 pol de H2O 2 – 6 pol de H2O
Água recirculada 3-5 gal/1.000pés³ 3-10 gal/1.000pés³
Δp = f (vazão) Δp = KQ² -----
145
Potência ----- 1-3
HP/1.000pés³/min
Eficiência 90% ≥5µm 95% ≥5µm
Efeito da umidade Nenhum Nenhum
na eficiência.
Fonte: <http://www.meiofiltrante.com.br/edicoes.asp?id=384&link=ultima&fase=C&retorno=c> (com adaptações).
Lavadores ciclônicos
Nesses coletores úmidos, lança-se mão de um aumento da velocidade relativa entre as gotas e
as partículas. Dessa forma, consegue-se aumentar consideravelmente a eficiência de coleta em
comparação com a obtida em câmaras de borrifo (MUCCIACITO, 2016).
A coleta se dá principalmente por impactação, sendo que a difusão só é efetiva para as partículas
da ordem de 0,001 µm.
No segundo tipo, o movimento espiralado é provocado no gás por meio de sua passagem por
seções helicoidais: são os chamados lavadores ciclônicos irrigados.
O terceiro tipo é um ciclone convencional em que o gás entra tangencialmente pela base e a
injeção de água se faz na entrada. Nesses coletores, determinou-se experimentalmente que o
mais efetivo tamanho de gota é da ordem de 100 µm.
Por essa razão, não se recomenda sua utilização com fins de resfriamento, sendo mesmo
recomendado que os gases estejam saturados na entrada do coletor, particularmente se o gás
estiver a uma temperatura superior à do líquido (MUCCIACITO, 2016).
Lavadores autoinduzidos
São também chamados de lavadores inerciais de orifício. A aspersão de água é induzida pela
própria passagem do fluxo gasoso através do líquido, “quebrando-o” em gotas.
146
A quantidade de subtipos desses lavadores é imensa, indo desde o mais simples wet cap usado
no topo de fornos Cubilot até os tipos mais sofisticados. As velocidades de passagem por meio
do líquido variam de um tipo para outro, sendo uma faixa comum entre 50 e 200 pés/s.
Dados experimentais indicam que, para velocidades de 50 pés/s, as gotas formadas têm um
diâmetro de 300 a 400µm.
Faixa
Parâmetro
Wet cap Rotoclone N Em geral
Lavadores mecânicos
São também chamados de lavadores equipados com aspersores mecânicos. O mecanismo
predominante de coleta nesses lavadores é a impactação, os quais se valem de um dispositivo
mecânico para promover a formação das gotas. Uma vantagem desses lavadores, tal como nos
autoinduzidos, é o pequeno consumo de água e a pequena possibilidade de entupimento. Vale
frisar que, na maior parte da bibliografia existente, esses coletores são subclassificados
conjuntamente com os desintegradores e com os precipitadores dinâmicos úmidos.
147
Coletores úmidos de impactação
Os coletores de impactação são torres verticais equipadas com um ou mais obstáculos de
impactação. O obstáculo de impactação corresponde a um prato perfurado com 600 a 3000 furos
por pé², tendo sobre eles plaquetas a uma distância correspondente à seção da vena contracta
do fluido que passa pelos furos (seção de maior velocidade).
O fluxo gasoso entra pela base da torre, em uma câmara provida de bicos aspersores de baixa
pressão para, inicialmente, sofrer um processo de resfriamento, umidificação e coleta das
partículas mais grosseiras (MUCCIACITO, 2016).
O gás, passando por meio dos furos a velocidades entre 75 e 100 pés/s, atomiza o líquido
descendente em gotas da ordem de 100 µm.
Parâmetro Faixa
Concentração de poeira 40 grãos/pé³ (fácil tratamento)
Perda de carga 1,5 a 8 pol de H2O –
geralmente 4-6
Eficiência 95%, 4µm; 90%, 2µm; 80%,
1µm.
Consumo de água 0,25 gal/min para cada
1.000pés³/ min
Água recirculada 3 gal/min/1.000 pés³/min
Capacidade 500 – 40.000 pés³/min
Velocidade do gás nos furos 20 pés/s
Velocidade de formação de 75-100 pés/s
gotas
Fonte: <http://www.meiofiltrante.com.br/edicoes.asp?id=384&link=ultima&fase=C&retorno=c> (com adaptações).
A velocidade do gás, ao passar pelos furos, é da ordem de 20 pés/s. Convém salientar que a coleta
do material particulado ocorre predominantemente pela impactação com as gotas, e menos pela
impactação contra a plaqueta (cerca de 3/16 pol de dimensão).
Percebe-se que o diâmetro do corpo coletor é muito grande, no caso da plaqueta, sendo,
portanto, o parâmetro de impactação menor.
148
Lavador Venturi
Nesses lavadores o fluxo gasoso tem sua velocidade aumentada ao passar por meio de uma
constrição (garganta), onde o líquido é injetado e atomizado pela alta velocidade do gás. Os
principais mecanismos de coleta são impactação (mais importante), intercepção e condensação.
Perdas de carga entre 10 e 30 pol de H2O são valores comuns, mas perdas mais elevadas não são
raras e correspondem a maiores eficiências de coleta.
Desta forma, a partícula cresce, sua superfície molhada auxilia a aglomeração e sua posterior
coleta. Para maior compreensão das vantagens e desvantagens deste mecanismo .
Parâmetro Faixa
Ilimitada (conforme
Temperatura de gás
especificação)
149
Quadro 16. Vantagens e desvantagens dos lavadores tipo Venturi.
Vantagens Desvantagens
Alto consumo de energia
Alta eficiência de remoção de
devido à elevada perda de
material particulado.
carga.
Trabalha em processo de via
Consumo elevado de água.
úmida.
Parâmetros Faixa
Eficiência -------
150
Esses lavadores podem apresentar altas eficiências para altas perdas de carga, quando maiores
velocidades de passagem do gás criam gotas de menores dimensões.
Parâmetros Faixa
Parâmetros Faixa
Capacidade 1.200-25.000 pés³/min
Eficiência Aprox. 88% para névoa de
H2SO4
Perda de carga Calculada para torres de
absorção
Fonte: <http://www.meiofiltrante.com.br/edicoes.asp?id=384&link=ultima&fase=C&retorno=c (com adaptações)>.
O problema de entupimento é comum e, portanto, torres de enchimento são mais usadas para
coleta de névoas que de poeira. Uma variante utilizada são as torres com leito flutuante, onde o
enchimento é de material de baixa densidade e permanece continuamente em flutuação,
evitando o problema de entupimento (∆p = 4 pol de H2O).
151
Quadro 20. Características dos desintegradores.
Parâmetros Faixa
Eficiência Alta
Desintegradores
Para coleta de partículas da ordem de 1µm, as gotas devem ser de pequena dimensão, para
possibilitar a coleta.
Essas gotas podem ser obtidas nos desintegradores por meio da passagem do líquido injetado
axialmente entre o estator e o rotor (girando entre 350 e 750 rpm). As principais características
dos desintegradores serão mostradas a seguir.
Parâmetros Faixa
152
Lavadores de espuma
Para coletar partículas finas, lavadores de espuma têm sido considerados de alta eficiência, em
virtude da grande área superficial de coleta apresentada. Esses coletores geralmente possuem
um pré-coletor para reter as partículas mais grossas, sendo as mais finas coletadas por uma
camada de espuma. A espuma é geralmente obtida pela adição à água de 0,001 gal/1000pés³ de
gás de óleo à base de terebintina. Eliminadores de gotas são colocados em seguida ao
equipamento.
Precipitadores eletrostáticos
Removem o material particulado de uma corrente gasosa por meio da criação de alto diferencial
de voltagem entre eletrodos. Quando o gás com partículas passa entre os eletrodos, as moléculas
gasosas ficam ionizadas, resultando em cargas nas partículas. Logo, carregadas, são atraídas para
o “prato” de carga oposta e removidas enquanto o gás prossegue. Durante a operação, os pratos
devem ser limpos periodicamente para remover a camada de pó que fica sobreposta.
O acesso nestes locais deve ser controlado de forma sistêmica e precisam seguir os
procedimentos operacionais de segurança elaborados pelos responsáveis do processo de
produção. Qualquer acesso aos precipitadores eletrostáticos devem ocorrer somente com a
anuência da segurança do trabalho.
Vantagens Desvantagens
Alta eficiência de coleta de
Elevado custo de implantação
material particulado (fino e
(projeto, engenharia e
grosso), e consumo de energia
instalação).
relativamente baixo.
Alta sensibilidade às oscilações
das condições da corrente de
Coleta e disposição dos resíduos
gás (taxas de fluxo,
a seco.
temperaturas, composição do
gás e material particulado).
Baixa perda de carga (< 13 Baixa flexibilidade das faixas de
mmca) operação.
Dificuldade de remoção de
Capacidade de operação algumas partículas devido a
contínua com mínima propriedades resistivas
necessidade de manutenção. extremas (muito altas ou muito
baixas).
Necessidade de espaço
Baixo custo de operação (se
relativamente grande para
comparado a outros processos).
instalação.
153
Habilidade para trabalhar em Produção de ozônio pelo
altas pressões (10 atm) quanto eletrodo negativo durante a
em condições de vácuo. ionização do gás.
Manutenção relativamente
Possibilidade de ser operado
sofisticada e personalizada
em ampla faixa de temperatura
(para a segurança do trabalho,
e a altas (até 700° C).
possui elevado risco).
Incapacidade de controle das
Capacidade de tratar altas
emissões de poluentes gasosos
vazões de maneira eficaz.
(Davis, 2000).
Risco de explosão quando trata
gases ou partículas
combustíveis.
Necessidade de precauções
especiais para proteger pessoal
dos riscos de alta voltagem.
Fonte: <http://www.inf.ufes.br/~neyval/Rec_Atm(moduloVI).pdf> (com adaptações).
Filtros de mangas
Os filtros de mangas removem o pó da corrente de gás passando a corrente gasosa carregada de
material particulado por um tecido poroso (conforme descrição técnica do material/fabricante).
As partículas de pó formam uma torta de porosidade maior, menor ou igual à manga (tecido
poroso). Em geral, os métodos utilizados para limpeza são chacoalhar as mangas ou soprando ar
limpo em corrente contrária.
154
Quadro 23. Vantagens e desvantagens dos filtros de mangas.
Vantagens Desvantagens
Temperaturas acima de 300°C necessitam refratário mineral,
Alta remoção de material particulado
especial ou mangas metálicas que estão ainda em estágio de
grosso ou fino (submicrons).
desenvolvimento e valor elevado.
Capacidade de operar com grande Alguns pós podem requerer tratamento especial das mangas
diversidade de pós. para reduzir a infiltração de pó, ou, em outros casos, ajuda na
remoção do pó coletado.
Relativamente insensível a flutuação da Baixas concentrações de pó no coletor podem representar risco
vazão de gás. Eficiência e perda de carga de fogo ou explosão se uma faísca ou chama for introduzida
são pouco afetadas devido a grandes por acidente, as mangas podem queimar se pó oxidável já tiver
variações de carregamento de cinzas para sido coletado (ex.: Filtro de mangas de coque de petróleo).
filtros continuamente limpos.
Possibilidade de recirculação da saída de ar
do filtro pela planta para conservação de Elevado custo de manutenção (troca das mangas).
energia.
Material coletado seco, para subsequente Baixa vida útil em altas temperaturas e na presença de ácidos e
processamento ou disposição. bases ou na presença de gases específicos.
Não há problemas de disposição de
resíduos líquidos, poluição de águas ou
Não pode trabalhar com gases úmidos.
congelamento de líquidos, fator existente
nos lavadores úmidos.
Materiais hidroscópicos, condensação de mistura,
Em geral, corrosão e ferrugem não são
componentes de alcatrão podem causar torta incrustante ou
problemas.
tampão na manga. Necessário o uso de aditivos especiais.
Não há risco de alta voltagem, A substituição das mangas necessita de sistemas de proteção
simplificando a operação e manutenção, coletiva visando a proteção respiratória e uso de EPI conforme
além de permitir coleta de pó inflamável. avaliação do setor de segurança do trabalho.
Uso de fibras selecionadas e cuidados com
pré-coberturas de filtros granulares
permitem alta eficiência de coleta de O diferencial de pressão em média é de 100 a 250 mmca.
fuligem com dimensões de micrômetros e
também de gases contaminantes.
Filtros coletores possuem diversas
configurações possíveis, resultando em
As mangas podem ser destruídas em altas temperaturas ou na
dimensões e locais de flange de entrada e
presença de produtos químicos corrosivos.
saída diversos, atendendo às necessidades
de processo da instalação.
O tempo de limpeza do filtro necessita de um sistema paralelo
Operação relativamente simples.
para manter o regime permanente de operação.
Fonte: <http://www.inf.ufes.br/~neyval/Rec_Atm(moduloVI).pdf> (com adaptações).
Separadores inerciais
Possuem o princípio básico a separação inercial, na qual o gás carregado de material particulado
é forçado a mudar de direção. A inércia das partículas faz com que as mesmas sigam em frente
enquanto o gás muda de direção, separando as partículas do gás. Os ciclones são principais
separadores inerciais (mais comuns), nos quais o gás é forçado a girar em vórtex por meio de um
tubo.
155
Figura 41. Ciclones.
Fonte: <http://www.solerpalau.pt/formacion_01_37.html>.
Vantagens Desvantagens
Baixo custo de implantação e de manutenção. Difícil remoção de partículas finas (baixa eficiência p/
partículas finas).
Perdas de carga variam em média de 50 mmc H2O (baixa
Possibilidade de ser simples ou múltiplo.
eficiência) a 254 mmc H2O (alta eficiência) (DAVIS, 2000).
Capacidade de prolongar a vida útil dos filtros quando
usado para fazer a limpeza prévia.
Habilidade de remoção de partículas grandes e médias
com alta eficiência.
Construção simples.
Adsorvedores
156
inicialmente, os poluentes passam da corrente gasosa para a superfície externa da partícula
adsorvedora. Em seguida, as moléculas dos poluentes migram para a superfície interna porosa,
maior em relação a externa do adsorvedor. Por fim, as moléculas aderem na superfície dos poros.
(DAVIS, 2000). Os compostos e produtos com características adsorventes são:
» Bicarbonato de sódio.
Todos eles possuem área superficial específica entre 200 e 1.200m²/g (CALSSON, 2001).
Vantagens Desvantagens
A recuperação do adsorvedor
Possibilidade de reaproveitamento
requer processo de destilação e
do adsorvedor.
extração (elevado custo).
157
Figura 42. Etapas de adsorção.
Condensadores
Condensadores são trocadores de calor que promovem a mudança de fase dos poluentes
gasosos, possibilitando a sua remoção.
Vantagens Desvantagens
Lavadores a seco
Este processo visa injetar cal virgem (CaO) ou hidróxido de cálcio (CaOH) no vapor dos gases de
exaustão e é então capturada por filtro de mangas, formando uma camada de cal. No caso de
gases ácidos, principalmente o HCl são neutralizados pela camada de cal, formando água (em
processo de evaporação) e cloreto de cálcio.
158
A injeção de cal virgem (CaO) ou hidróxido de cálcio (CaOH) ajuda a neutralização de gases ácidos
e promove remoção de material particulado mais eficiente devido à formação de camada
filtrantes mais densa. No caso do Mercúrio, ele poderá existir na forma de vapor abaixo de 27°C,
desta forma, a injeção de carbono ou carvão ativado ajuda a adsorver o mercúrio de forma
eficiente.
A mistura de carvão ou carbono com cal virgem ou hidróxido de sódio ajuda também a controlar
orgânicos clorados, especialmente dioxinas e furanos (desde que o filtro de mangas não seja
operado aquecido). Para os filtros de mangas à quente, dioxinas e furanos que foram coletados
na torta do filtro podem revolatizar e serem emitidos para a atmosfera (ROBERTS et al, 1999).
Vantagens Desvantagens
Forma cloreto de cálcio junto
com cinzas, aumentando o
Não gera efluente líquido
volume total de resíduos para
disposição adequada.
Eficiente na remoção de
metais, inclusive mercúrio.
Catalisadores
O processo de lavagem de gases como HCl podem ser removidos da exaustão com soluções
alcalinas aquosas ou pós alcalinos, este processo é feito em incineradores de resíduos perigosos.
Um gás relativamente difícil de remoção é o NO2 ou NO. O principal controle para o NOX é
minimizar sua formação através da operação adequada dos queimadores e fornalhas. A formação
de NOX pode ser reduzida na zona de combustão por meio da redução do nível de oxigênio,
recirculação dos gases de queima, combustão homogênea e por seleção de redução não catalítica
com amônia, ureia, em temperatura aproximada de 950°C. Porém, para obter níveis baixos de 70
mg/Nm³ calculado como NO2, o método mais comum é o uso de catalisador conforme figura 28
localizado geralmente no final do processo de limpeza de gases.
159
Figura 43. Reações no catalisador de redução de NOX com amônia.
Atividade Complementar
1. Qual a necessidade de realizarmos uma avaliação ambiental para funcionários expostos a agentes
químicos? Que parâmetros deverão ser analisados? Quais as consequências a curto e longo
prazo? (Faça uma breve pesquisa a respeito).
2. Você considera uma ventilação industrial uma proteção coletiva? Por quê?
10.Filtros de mangas e eletrofiltros são aplicáveis em que tipo de processo industrial? Descreva
suscintamente o processo operacional de cada filtro.
160
Referências
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Brasileira de Higienistas Ocupacionais, 2007.
ANDRADE, Laura Martins Maia de. Meio ambiente do trabalho e a ação civil publica
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DANIELSON, J. A. Air Pollution Enginnering Manual. Ed. Public Health Service Publication -
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DAVIS, W.T. (ed.) Air Pollution Engineering Manual. 2nd ed. New York: John Wiley & Sons,
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163