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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

SUL – UNIJUÍ

CLEOMAR RONCAGLIO

CARACTERIZAÇÃO DO SOLO EM PASTAGEM PERENE DE CAPIM JIGGS


(Cynodon dactylon) EM PASTEJO ROTACIONADO EM SISTEMA IRRIGADO

Ijuí - RS
Dezembro – 2015
CLEOMAR RONCAGLIO

CARACTERIZAÇÃO DO SOLO EM PASTAGEM PERENE DE CAPIM JIGGS


(Cynodon dactylon) EM PASTEJO ROTACIONADO EM SISTEMA IRRIGADO

Trabalho de Conclusão de Curso de Agronomia


do Departamento de Estudos Agrários da
Universidade Regional do Noroeste do Estado do
Rio Grande do Sul.

Orientadora: Prof.ª Dra. Leonir Terezinha Uhde

Ijuí - RS
Dezembro – 2015
CLEOMAR RONCAGLIO

CARACTERIZAÇÃO DO SOLO EM PASTAGEM PERENE DE CAPIM JIGGS


(Cynodon dactylon) EM PASTEJO ROTACIONADO EM SISTEMA IRRIGADO

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia - Departamento de Estudos


Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido
perante a banca abaixo subscrita.

Banca examinadora

__________________________________________
Prof. Dra. Leonir Terezinha Uhde
DEAg/UNIJUÍ – Orientadora

__________________________________________
Engo. Agro., especialista Dejair Antônio Burtet
ERNS II – Agropecuária
ATR – Manejo de Recursos Naturais
Ascar/Emater – RS
Esreg- Ijuí

Ijuí, 14 de dezembro de 2015


Agradecimentos

Agradeço a Deus por me conceder a vida e por me ajudar em todos os momentos, aos
meus pais por tudo que me ajudaram e fizeram por mim, a todos os professores (as) e demais
funcionários (as) da UNIJUÍ, à Emater na pessoa do Sr. Dejair Antônio Burtet, ao Sr. Paulo
Guerim e sua família pela disponibilização de informações e da área para realização da
pesquisa, aos colegas, amigos e a todas as pessoas que contribuíram para a realização deste
trabalho.
RESUMO

A região noroeste é responsável por aproximadamente 2/3 da produção de leite do RS,


e praticamente todas as propriedades têm uma área destinada ao cultivo de pastagem perene.
A partir disso, evidencia-se a necessidade de caracterização dos atributos do solo para que se
possam ter maiores informações sobre os mesmos, em área irrigada e não irrigada. Portanto, o
objetivo do trabalho foi de caracterizar os parâmetros físicos e químicos de área de pastagem
de capim jiggs (Cynodon dactylon) em sistema irrigado e não irrigado e sob pastejo. O
trabalho de pesquisa se vincula às atividades/ações de extensão realizadas por um grupo de
extensionistas (ATER) da EMATER/RS – Escritório Regional de Ijuí, conduzido em uma
unidade de produção agropecuária no município de Catuípe (RS). Em 07 de abril de 2015, foram
realizadas coletas de amostra de solo para fins de manejo químico do solo em duas profundidades
0 a 10 e 10 a 20 cm, e para análise física do solo em duas (2) profundidades 0,0 a 5,0 e 5,0 a 10,0
cm. Ainda, foi realizada coleta para análise granulométrica de 0 a 50 cm, considerando a
distribuição dos solos na paisagem. Para a coleta das amostras de solo, separou-se em quatro
áreas: não irrigada e a irrigada (piquete Latossolo, área intermediária e pedregulho). Os
parâmetros físicos como densidade do solo, umidade gravimétrica, porosidade total, espaço aéreo
e umidade volumétrica foram determinados através do método de anel volumétrico. Considerando
os resultados obtidos, verifica-se que as áreas já apresentam sinalizações de compactação, o que
está diretamente relacionado com o manejo do solo/pastagem/animais sobre as mesmas. Os locais
com maior restrição são a não irrigada e a irrigada (pedregulho). Em termos gerais os nutrientes se
apresentam de forma adequada, pois os teores variaram de alto a muito alto. Com exceção, na área
irrigada (pedregulho), de 10 a 20 cm que apresentou o fósforo médio. Em relação à reação do solo
(pH) a área não irrigada apresentou pH muito baixo. Recomenda-se que na medida do possível o
agricultor e sua família incluam a sobressemeadura com espécies leguminosas para obter os
ganhos em relação à fixação biológica do nitrogênio, dessa forma poderão reduzir o uso de
fertilizantes nitrogenados, melhorando a sustentabilidade do sistema de cultivo.

Palavras-chave: Agricultura familiar. Amostras de terra. Compactação. Fertilidade do solo.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Resultados de densidade do solo (DS), densidade de partícula (Dp), umidade


gravimétrica (UG), umidade volumétrica (UV), porosidade total (PT), espaço aéreo (EA) e
grau de saturação (GS). ............................................................................................................ 21

Tabela 2. Atributos físicos analisados relacionados à sua classificação em área de capim Jiggs.
.................................................................................................................................................. 21

Tabela 3. Resultados dos atributos químicos do solo em área sem irrigação e com irrigação
em diferentes posições da paisagem, no ciclo de produção 2014/15. ...................................... 22

Tabela 4. Interpretação dos resultados dos atributos químicos obtidos no ciclo de produção
2014/15. .................................................................................................................................... 23

Tabela 5 Quantidade de calcário e adubação recomendada, para uma expectativa de


rendimento de 20 t ha-1 de massa seca/ano. .............................................................................. 24

Tabela 6. Nutrientes fornecidos pela adubação aplicada pelo produtor, no ciclo de produção
2014/15. .................................................................................................................................... 24
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Coleta de amostra de terra com pá de corte para realização de análise química. ..... 19

Figura 2. Visão parcial da área de pastagem de capim jiggs (Cynodon dactylon). .................. 19

Figura 3. Procedimento de coleta de amostra de terra pelo método do anel volumétrico para
realização de análise física. ...................................................................................................... 20

Figura 4. Coleta de amostra de terra com pá de corte para realização de análise


granulométrica. ......................................................................................................................... 20
LISTA DE ABREVIATURAS

cm: Centímetro
cm³: Centímetro cúbico;
cmolc dm-3: Centimol de carga por decímetro cúbico;
DP: Densidade de partícula;
DS: Densidade do solo;
EA: Espaço aéreo;
GS: Grau de saturação;
g: Grama;
g cm-3: Grama por centímetro cúbico;
kg ha-1: Quilograma por hectare;
mg dm-3: miligrama por decímetro cúbico;
ml: Mililitro;
MSS: Massa de solo seca;
MSU: Massa de solo úmida;
PT: Porosidade total;
PRNT: Poder relativo de neutralização total;
t ha-1: Tonelada por hectare;
UG: Umidade gravimétrica;
UV: Umidade volumétrica.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9

1 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 10


1.1 HISTÓRIA DA ATIVIDADE LEITEIRA NO ESTADO E PRODUÇÃO NA REGIÃO
NOROESTE DO RS................................................................................................................. 10
1.2 COMPORTAMENTO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS DO SOLO EM
ÁREAS DE PASTAGENS IRRIGADAS ................................................................................ 11
1.3 EFEITOS DA IRRIGAÇÃO SOBRE A PASTAGEM E O SOLO EM ÁREAS COM
PRODUÇÃO DE LEITE A PASTO ........................................................................................ 12
1.4 PARÂMETROS FÍSICOS DO SOLO ............................................................................... 12
1.4.1 Granulometria ............................................................................................................... 13
1.4.2 Densidade do solo .......................................................................................................... 13
1.4.3 Densidade de partícula .................................................................................................. 13
1.4.4 Porosidade do solo ......................................................................................................... 13
1.4.5 Espaço aéreo do solo ...................................................................................................... 13
1.5 PARÂMETROS QUÍMICOS DO SOLO .......................................................................... 14
1.5.1 Macronutrientes e micronutrientes ............................................................................. 14
1.5.2 Potencial hidrogeniônico - pH ...................................................................................... 14
1.5.3 Matéria orgânica............................................................................................................ 14
1.5.4 Capacidade de troca de cátions - CTC ........................................................................ 15
1.6 INFORMAÇÕES SOBRE O GÊNERO CYNODON E O CAPIM JIGGS ........................ 15

2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 17

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 21

CONCLUSÃO......................................................................................................................... 26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 27

APÊNDICES ........................................................................................................................... 30

ANEXOS ................................................................................................................................. 33
INTRODUÇÃO

A atividade leiteira familiar na região noroeste do Estado do RS é bastante


desenvolvida, sendo uma das regiões brasileiras com maior produção. O uso de forragem e o
pastejo direto como base da alimentação dos animais caracteriza os sistemas de produção de
leite da região. As pastagens constituem a fonte mais econômica para a alimentação dos
rebanhos, sendo que a produção de leite a pasto tem menor custo em relação aos sistemas
intensivos convencionais e também auxilia na preservação dos recursos renováveis.
O cultivo de plantas forrageiras perenes é importante para alimentação dos animais,
tanto é que, praticamente todas as propriedades da região destinam uma parcela da área para o
cultivo dessas espécies.
O solo pode sofrer alterações em função das práticas que são feitas sobre ele, por isso,
existe necessidade de fazer a caracterização física e química em áreas de pastagem submetidas
ao pisoteio animal, sendo que em sistemas de cultivos de pastagem mais intensivos há maior
possibilidade de modificações estruturais do solo, como a compactação, fator esse que tem
despertado a atenção de técnicos, pesquisadores e dos próprios agricultores, o que pode vir a
interferir na sustentabilidade desses sistemas.
O uso da irrigação, quando não empregada adequadamente em pastagens, pode elevar
a umidade do solo intensificando o efeito da compactação, sendo que em área com pastagem
perene, com maior teor de matéria orgânica, menor será o sinal da mesma.
Existe insuficiência de informações em relação ao comportamento do solo sob
irrigação e sob pastejo, por isso, há necessidade de maior conhecimento sobre o
comportamento do mesmo em áreas de pastagem irrigada.
Este trabalho tem como objetivo geral caracterizar os parâmetros físicos e químicos de
área de pastagem de capim jiggs (Cynodon dactylon), em sistema irrigado e não irrigado em
diferentes posições da paisagem e sob pastejo.
1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 HISTÓRIA DA ATIVIDADE LEITEIRA NO ESTADO E PRODUÇÃO NA REGIÃO


NOROESTE DO RS

A produção de leite no Estado existe desde a ocupação do território e introdução do


gado bovino. Contudo, tinha pouca importância econômica porque era considerado um
subproduto de uso restrito e com baixo valor de mercado, em comparação com o couro, o
sebo, a carne e os chifres originados da pecuária extensiva que predominava nos campos. As
poucas pessoas que tiravam o leite das vacas visavam atender ao consumo doméstico,
especialmente das crianças, pois os gaúchos consumiam pouco leite (LIMA et al., 2014).
Com a chegada dos imigrantes (alemães, italianos, poloneses, austríacos etc.) no
século XIX e maior povoamento do Estado, o produto passou a ser um importante alimento
para as pessoas. A criação de animais nas regiões coloniais tinha como funções o
fornecimento de força de tração (animais de trabalho) e alimentos (banha, carne, leite e
derivados) em rebanhos conjugados. O leite passou a ser consumido em maior quantidade,
seja "in natura" ou em forma de derivados (nata, queijo, manteiga, cremes etc.) de fabricação
caseira, mas ainda sendo uma atividade pouco especializada, ligada a uma dinâmica de
produção para consumo local (LIMA et al., 2014).
Com a concentração das pessoas nos grandes centros urbanos e que consumiam leite,
foi necessário aumentar a exploração intensiva do gado leiteiro com aprimoramento dos plantéis,
principalmente perto de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. Para levar o produto até às cidades,
os produtores, transportavam o leite cru diretamente dos locais de produção às casas dos
consumidores. E com o objetivo de vencer as distâncias e as dificuldades de conservação surgiram
pequenas unidades de processamento para a produção de alguns derivados, em especial a
manteiga e o queijo (CEDIC1 apud LIMA et al., 2014).
Os primeiros sinais de organização da atividade datam de 1936, com a fundação da
Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul, e em 1937 foi construído
o "Entreposto de Leite" (através do governo Estadual), onde a exploração foi entregue à
Sociedade Anônima Beneficiadora de Leite (SABEL), possibilitando à população da capital
consumir o leite pasteurizado, o que impulsionou a produção e consumo do produto (LIMA et
al., 2014).

1
CEDIC. Perfil do leite. Porto Alegre: CEDIC. 1974. p.14.
11

O leite e seus derivados são alimentos consumidos em grande escala pelas pessoas,
porém a produção e o consumo mundial são variados, porque existem países em que a
produção é altamente desenvolvida e o consumo é alto e têm países em que a produção é
pouco expressiva e o consumo está bem abaixo das recomendações de alimentação (LIMA et
al., 2014).
Com relação à produção, a região noroeste do RS é responsável por aproximadamente
60 % do leite produzido no Estado, sendo a mesorregião com a maior produção do país
(LIMA et al., 2014), o que representa um volume de cerca de 2,995 milhões de toneladas
(IBGE, 2013).

1.2 COMPORTAMENTO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS DO SOLO EM


ÁREAS DE PASTAGENS IRRIGADAS

Considerando o fato de os animais não permanecerem estáticos na área, é comum


observar em sistemas de pastejo, pontos mais compactados (correspondentes às marcas dos
cascos) distribuídos desuniformemente no solo e tratando-se de uma pastagem perene, que
cobre completamente a superfície do solo, permanece grande quantidade de resíduos pós-
pastejo, o que funciona como um “colchão” amortecendo o impacto.
No estudo realizado por Silveira Junior et al. (2010), sobre distribuição espacial de
atributos químicos do solo em áreas sob diferentes usos agrícolas, um dos resultados obtidos
foi de que a área irrigada teve uma grande capacidade de extração dos nutrientes do solo.
No trabalho feito por Torres et al. (2009), sobre resistência à penetração em área de
pastagem de capim tifton, influenciada pelo pisoteio e irrigação, foram obtidos resultados de
que a resistência mecânica do solo à penetração foi menor e a densidade foi maior na área
irrigada, em comparação com a área sem irrigação.
Crestani (2013), em seu trabalho sobre desempenho do tifton 85 sob diferentes doses
de nitrogênio, com e sem irrigação sob pastejo, obteve como resultados a densidade e o
espaço aéreo do solo em níveis próximos ao considerado como restritivo ao crescimento
vegetal, em profundidade inferior a 5 cm, sendo que provavelmente influenciaram na
diminuição da produtividade do tifton 85 no período chuvoso, e o aumento nas doses de N
criou dificuldades para um manejo adequado de pastejo, o que pode comprometer a
recuperação e a produtividade da pastagem.
12

1.3 EFEITOS DA IRRIGAÇÃO SOBRE A PASTAGEM E O SOLO EM ÁREAS COM


PRODUÇÃO DE LEITE A PASTO

Com a evolução da agricultura brasileira e mundial, a participação da irrigação no


agronegócio tem aumentado se tornando um elemento importante para o aumento da
produção, produtividade e rentabilidade da propriedade rural (VOLTOLINI et al., 2012).
A água é um dos principais elementos responsáveis pelo crescimento das culturas e a
irregularidade do regime pluviométrico constitui-se em forte restrição ao desenvolvimento
agrícola. A irrigação tem sido uma das técnicas mais usadas na agricultura para se conseguir
aumentos na produtividade (DRUMOND & FERNANDES2 apud CARVALHO, 2009).
Um bom sistema de irrigação deve aplicar água no solo de maneira uniforme, até
determinada profundidade, propiciando umidade necessária ao desenvolvimento normal das
espécies vegetais, e essa é conhecida como umidade na capacidade de campo. O
conhecimento da eficiência e da uniformidade de aplicação da água em sistemas de irrigação,
também, é de suma importância (DRUMOND & FERNANDES3 apud CARVALHO, 2009).
Em estudo realizado por Santos et al. (2007), sobre o efeito da irrigação sobre a taxa
de lotação em pastagens de capim-tanzânia utilizadas para produção de leite em São Carlos,
SP, os autores tiveram resultados de que a irrigação possibilita o uso do pasto como principal
fonte de alimento volumoso para rebanhos leiteiros a partir de setembro-outubro, prolongando
dessa forma o período de utilização das pastagens em 30 a 60 dias.
Em estudo sobre atributos físicos do solo em pastagem de tifton 85 sob pastejo,
irrigação e nitrogênio, foram obtidos resultados de que o solo da área avaliada não está
compactado, mas apresenta algumas limitações ao crescimento das raízes das plantas
(CARDOSO et al., 2014).
No trabalho sobre desempenho do tifton 85 sob diferentes doses de nitrogênio, com e
sem irrigação sob pastejo, Crestani (2013), teve como um dos resultados de que a irrigação
não influenciou na produtividade da pastagem, em um ciclo de produção onde o volume de
chuvas foi adequado, e a utilização da irrigação foi muito pequena.

1.4 PARÂMETROS FÍSICOS DO SOLO

2
DRUMOND, L. C. D., FERNANDES, A. L.T. Irrigação por aspersão em malha. Uberaba: UNIUBE, 2001.
84 p.
3
Id., ibdem. p. 12
13

1.4.1 Granulometria

É uma característica do solo que representa as proporções relativas das frações areia,
silte e argila do solo, não podendo ser mudada, porque é inerente ao solo e determina, em
grande parte, o valor econômico da área (KLEIN, 2008).

1.4.2 Densidade do solo

Definida como sendo o quociente de sua massa de sólidos por seu volume,
influenciada por cultivos que mudam a estrutura e, consequentemente, o arranjo e volume dos
poros. Sendo que, essas mudanças afetam propriedades físico-hídricas importantes, como o
espaço aéreo, a retenção de água no solo, a disponibilidade de água às plantas e a resistência
do solo à penetração (KLEIN, 2008).
Os solos têm densidades variadas, em função de diferenças em textura, tipos de
minerais argilosos e teor de matéria orgânica. As propriedades, como retenção de água e
intercâmbio de gases estão vinculadas com a densidade do solo, pela sua relação com a
quantidade e forma de poros (BARRIOS et al., 2011).

1.4.3 Densidade de partícula

Representa a relação entre a massa de solo seco em estufa e o seu volume de sólidos
ou partículas, sendo muito estável, cuja magnitude depende exclusivamente da composição
das partículas sólidas (MOZART, 2010).

1.4.4 Porosidade do solo

É o espaço do solo ocupado pelo ar e pela água. Sendo que os solos possuem
macroporos (diâmetro maior que 0,06 mm) e microporos (diâmetro menor que 0,06 mm) em
quantidade diferente. Solos argilosos apresentam maior porosidade total e uma grande
quantidade de microporos, já os solos arenosos têm mais macroporos (GIASSON, 2010).

1.4.5 Espaço aéreo do solo


14

Essa propriedade é determinada pela quantidade de macroporos (>0,05 mm) no espaço


poroso, facilitando o movimento de gases usados ou liberados pelas raízes das plantas e pelas
atividades dos organismos do solo. O espaço aéreo do solo (EA) corresponde ao volume
ocupado pelo ar do solo em relação ao volume de poros. Quando o solo estiver seco, o espaço
aéreo é igual à porosidade total, sendo que quando o mesmo se encontrar saturado com água o
espaço aéreo será nulo (AZEVEDO4 apud LONDERO, 2013). Na distribuição do espaço
poroso do solo é fundamental existir certa proporção de ar que deve ser no mínimo de 10%
(KLEIN, 2008), para evitar deficiência na aeração do sistema radicular das plantas.

Sendo que: EA= Porosidade total (PT) – Umidade volumétrica (Uv)

1.5 PARÂMETROS QUÍMICOS DO SOLO

1.5.1 Macronutrientes e micronutrientes

São considerados pelo menos 17 elementos como essenciais para o crescimento das
plantas. Sendo que três (carbono, oxigênio e hidrogênio) são obtidos do ar e da água,
constituindo 90% ou mais da massa produzida pelos vegetais. Os demais elementos são
retirados do solo. Nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre são os
macronutrientes (necessários em maiores quantidades). Boro, cobre, cloro, ferro, manganês,
molibdênio, zinco e níquel são os micronutrientes (requeridos em menores quantidades)
(GIASSON, 2010).

1.5.2 Potencial hidrogeniônico - pH

Indica acidez, neutralidade ou alcalinidade do solo, dentro de uma escala entre 0 e 14,
onde valor menor que 7 é ácido, igual a 7 é neutro e maior que 7 é alcalino (INFOESCOLA,
2015). Sendo que a maioria das plantas têm um bom desenvolvimento em solos com pH de
5,5 a 6,5 (SOCIEDADE..., 2004).

1.5.3 Matéria orgânica

4
AZEVEDO, Antonio Carlos de; DALMOLIN, Ricardo Simão Diniz. Solos e Ambiente: uma introdução. Santa
Maria: Ed. Pallotti, 2004.
15

Representa todos os compostos que contêm carbono orgânico no solo, incluindo


microrganismos vivos e mortos, resíduos de plantas e animais parcialmente decompostos,
produtos de sua decomposição e substâncias orgânicas microbiologicamente e/ou
quimicamente alteradas, sendo que os principais constituintes da matéria orgânica são o
carbono (52-58%), oxigênio (34-39%), hidrogênio (3,3-4,8%) e nitrogênio (3,7-4,15%)
(SILVA et al., 2010).

1.5.4 Capacidade de troca de cátions - CTC

É a quantidade de cátions que o solo pode reter na forma de complexos de esfera-


externa, representando indiretamente a quantidade de cargas negativas do solo, sendo
influenciada pelo tipo e quantidade de argilominerais, teor de matéria orgânica, pH da solução
do solo e adsorção específica de íons (MEURER et al., 2010).

1.6 INFORMAÇÕES SOBRE O GÊNERO CYNODON E O CAPIM JIGGS

Na análise botânica e taxonômica, o gênero Cynodon representa um grupo de


gramíneas pequeno e sistematicamente distinto dentro da subfamília Chloridoideae
(FONSECA; MARTUSCELLO5 apud CARVALHO, 2011). Porém, apesar de ser pequeno, é
formado por espécies de importância econômica, sendo que no mundo a área ocupada com
plantas desse gênero é de aproximadamente 10 milhões de hectares e no Brasil é mais
cultivado nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (PLANTAS DO
GÊNERO CYNODON, 2013).
Os capins do gênero Cynodon têm sido bastante estudados a nível mundial, devido às
suas características de versatilidade, flexibilidade de uso e contínuo lançamento de materiais
comerciais. Sendo que esse conjunto de gramíneas tem características muito chamativas para
a produção animal, tornando o gênero importante para a atividade pecuária (VILELA et al. 6
apud CARVALHO, 2011).
Jiggs é uma variedade de grama bermuda com origens desconhecidas, sendo que é
acreditado que tenha sido desenvolvida por produtores americanos, provavelmente um

5
FONSECA, D. M.; MARTUSCELLO, J.A. Plantas forrageiras. Viçosa: Editora UFV, 2010. v.1. 537 p.
6
VILELA, D.; RESENDE, J.C.; LIMA, J. Cynodon: forrageiras que estão revolucionando a pecuária brasileira.
Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2005. 250 p.
16

pecuarista do oeste do Texas chamado J.C. Riggs (BADE7 apud CARVALHO, 2011). Mas é
sabido que essa cultivar tem se espalhado pelo oeste dos EUA. E assim, como para outros
materiais de Cynodon, não se tem registros oficiais da introdução da variedade no Brasil
(CARVALHO, 2011). Essa cultivar tem elevada capacidade de suporte em períodos de
estiagem prolongados e apresenta crescimento superior ao das demais cultivares de grama
bermuda durante esses períodos. Apresenta características interessantes para as condições
climáticas brasileiras, com alto potencial de adaptação (FAEL, 2013).

7
BADE, D.H. Bermudagrass varieties - Tifton 85, Jiggs, World Feeder.
2 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado em uma unidade de produção familiar localizada no município


de Catuípe (RS). O foco do estudo foi uma área de 2,45 hectares (sendo que 2,30 ha são
irrigados e 0,15 ha não irrigado- que fica em um canto da área onde a irrigação não alcança)
que é cultivada com capim jiggs (Cynodon dactylon) irrigado e sob pastejo, sendo que uma
parte dela apresenta solo pedregoso e a outra parte Latossolo. No início do mês de outubro de
2013, foi iniciada a implantação da cultura de jiggs, sendo realizada subsolagem para preparar
o terreno onde as mudas foram plantadas, sendo que o plantio foi feito em etapas. O número
total de piquetes é de 14, com 1750 m² cada um, o gado bovino leiteiro (que no total é de 17
vacas em lactação) entra de manhã no piquete, fica o dia todo e volta para pernoitar e
depositar os dejetos na pastagem, o tempo de permanência dos animais em cada piquete é de
um dia e uma noite e é realizado um corte a cada 20 dias durante ciclo da Poaceae
(gramínea). De acordo com a quantidade de adubo aplicado pelo produtor no ciclo de
produção 2014/15, os valores de nutrientes são os seguintes:
160 m³ de esterco líquido de suínos em 2,45 ha:
kg de nitrogênio/m³= 1,4 * 160= 224 kg de N em 2,45 ha= 91 kg ha-1 de nitrogênio.
kg de P2O5/m³= 2,4 * 160= 384 kg de P2O5 em 2,45 ha= 157 kg ha-1 de P2O5.
kg de K2O/m³= 1,5 * 160= 240 kg de K2O em 2,45 ha= 98 kg ha-1 de K2O.
500 kg ha-1 de adubo formulado 05-20-20:
25 kg ha-1 de nitrogênio.
100 kg ha-1 de P2O5.
100 kg ha-1 de K2O.
500 kg ha-1 de ureia cloretada (30-00-20):
150 kg ha-1 de nitrogênio.
100 kg ha-1 de K2O.
Total:
Nitrogênio: 91 + 25 + 150= 266 kg ha-1
Fósforo: 157 + 100= 257 kg ha-1.
Potássio: 98 + 100 + 100= 298 kg ha-1.
Foram coletadas amostras de terra para determinação dos atributos físicos e químicos
do solo, sendo que para a análise física foi coletada nas profundidades de 0-5 e 5-10 cm com
estrutura preservada para determinação da umidade gravimétrica (UG), densidade do solo
(DS) e densidade de partícula (Dp), com o total de 09 amostras. A partir das determinações
18

foi calculado a umidade volumétrica (UV), porosidade total (PT), espaço aéreo (EA) e o grau
de saturação (GS). Para a análise química foi coletada nas profundidades de 0-10 e 10-20 cm
com pá de corte para determinação do teor de argila, de fósforo extraível pelo método
Mehlich-1 (P), potássio extraível (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e alumínio (Al) trocáveis,
enxofre (S), manganês (Mn), zinco (Zn), cobre (Cu), pH do solo (pH), matéria orgânica,
índice SMP, acidez potencial (H + Al), capacidade de troca de cátions a pH 7,0 (CTCpH 7,0),
CTCefetiva, saturação da CTCpH 7,0 por bases e saturação da CTCefetiva por alumínio, de acordo
com a metodologia proposta por (TEDESCO et al., 1995). As interpretações e recomendações
de adubação e calagem para as áreas analisadas foram realizadas de acordo com o Manual de
adubação e de calagem para os estados do RS e SC (SOCIEDADE..., 2004). As análises
químicas e físicas do solo foram realizadas no Laboratório de Solos do Departamento de
Estudos Agrários da UNIJUÍ.
Com as interpretações e recomendações realizadas, tem-se a perspectiva de diálogo
com o agricultor e sua família sobre as condições de fertilidade dos solos de sua área de
cultivo assim como as possibilidades de ajustes viáveis que podem ser realizados para
aumentar a produtividade do sistema, diminuindo o custo a ser investido, e visando maior
rentabilidade e sustentabilidade dos sistemas.
Para a interpretação dos resultados de análise física do solo pode-se estabelecer uma
relação dos valores de densidade do solo e espaço aéreo com o teor de argila, de acordo com a
classificação sugerida por Reinert & Reichert, 1999. Reichert et al. (2003) citaram o trabalho
de Reinert & Reichert (1999), através do qual foi estabelecido que os limites críticos de
densidade do solo são de 1,45 g cm-3 para solos com textura argilosa (>55% de argila), 1,55 g
cm-3 para textura média (20 a 55% de argila) e 1,65 g cm-3 para textura arenosa (< 20% de
argila).
As figuras 1, 2, 3 e 4 representam a coleta de amostra de terra para análise química,
uma visão parcial da área de pastagem do capim jiggs (Cynodon dactylon), a retirada da
amostra de terra do anel volumétrico para realização de análise física e a coleta de terra para
análise granulométrica, respectivamente.
19

Figura 1. Coleta de amostra de terra com pá de corte para realização de análise química.

Figura 2. Visão parcial da área de pastagem de capim jiggs (Cynodon Dactylon).


20

Figura 3. Procedimento de coleta de amostra de terra pelo método do anel volumétrico para realização
de análise física.

Figura 4. Coleta de amostra de terra com pá de corte para realização de análise granulométrica.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As tabelas 1 e 2 apresentam os resultados dos parâmetros físicos do solo em pastagem


de jiggs.

Tabela 1. Resultados de densidade do solo (DS), densidade de partícula (Dp), umidade gravimétrica
(UG), umidade volumétrica (UV), porosidade total (PT), espaço aéreo (EA) e grau de saturação (GS).

Identificação da Profundidade DS Dp UG UV PT EA GS
amostra cm g cm-3 %
0-5,0 1,54 2,67 24,5 37,7 42,2 4,4 89,5
Piquete sem
0-5,0 1,64 2,74 22,1 36,2 40,3 4,1 89,9
irrigação
5,0-10 1,60 2,74 22,7 36,3 41,7 5,4 86,9
Irrigado (piquete- 0-5,0 1,47 2,67 27,5 40,4 44,8 4,4 90,2
Latossolo) 5,0-10 1,55 2,67 24,2 37,5 41,9 4,4 89,4
Irrigado (área 0-5,0 1,38 2,70 37,7 52,0 49,0 00 100,0
intermediária) 5,0-10 1,55 2,56 28,8 44,7 39,4 00 100,0
Irrigado 0-5,0 1,62 2,67 26,8 43,4 39,2 00 100,0
(Pedregulho) 5,0-10 1,68 2,67 17,6 29,7 36,9 7,2 80,5

Conforme calculado, verificou-se que o espaço aéreo do solo está abaixo de 10 % para
todas as amostras, indicando restrições ao desenvolvimento de raízes das plantas. As raízes de
plantas adaptadas a solos não encharcados necessitam do oxigênio proveniente do ar do solo
para a sua respiração. Em solos com arejamento deficiente, a absorção da maior parte dos
elementos pelas raízes das plantas é bastante prejudicada.
Com relação ao grau de saturação, é possível afirmar que o solo está saturado,
significando que todos os poros estão preenchidos com água o que foi verificado em algumas
das áreas (intermediária - nas profundidades de 0-5,0 e 5,0-10 cm; e pedregulho - para a
profundidade de 0-5,0 cm). Sendo indicativo de que o solo estava saturado quando foram
feitas as amostragens.

Tabela 2. Atributos físicos analisados relacionados à sua classificação em área de capim Jiggs.

Matéria Classificação
Identificação das áreas Profundidade orgânica (0- DS Argila (Reinert &
10 cm) Reichert,
cm % g cm-3 % 1999)
0-5,0 1,54
Piquete sem irrigação 0-5,0 3,0 1,64 69,0 Restritivo
5,0-10 1,60
22

Tabela 2: Continuação.
0-5,0 1,47
Irrigado (piquete- Latossolo) 3,0 69,0 Restritivo
5,0-10 1,55
Não
0-5,0 1,38
Irrigado (área intermediária) 4,5 36,0 restritivo
5,0-10 1,55 Restritivo
0-5,0 1,62
Irrigado (Pedregulho) 4,9 26,0 Restritivo
5,0-10 1,68

Reinert & Reichert (1999) estabeleceram que os limites críticos de densidade do solo
são de 1,45 g cm-3 para solos com textura argilosa (>55% de argila), 1,55 g cm-3 para textura
média (20 a 55% de argila) e 1,65 g cm-3 para textura arenosa (< 20% de argila). Por isso,
conforme os resultados obtidos existem restrições para todas as áreas tanto na profundidade
de 0-5,0 cm como na profundidade de 5,0-10 cm, exceto para a área intermediária na
profundidade de 0-5,0 cm com solo de textura média, que não apresenta impedimento no que
se refere à densidade.
Os resultados do laudo da análise granulométrica até a profundidade de 50 cm no
Latossolo são os seguintes: 52 % de argila; 8 % de areia e 40 % de silte. Portanto, o solo é
classificado como tipo 3, de acordo com a Instrução Normativa nº 2, de 09 de outubro de
2006, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Com relação aos atributos químicos do solo as tabelas 3 e 4 apresentam os resultados e
a interpretação dos mesmos, respectivamente.

Tabela 3. Resultados dos atributos químicos do solo em área sem irrigação e com irrigação em
diferentes posições da paisagem, no ciclo de produção 2014/15.

Identificação
SI* 0- I* 0-
SI 10-20 I 10-20 P* 0-10 P 10-20
Atributos químicos 10 10
cm
Resultados analíticos
Teor de argila 69 70 36 38 26 27
Matéria orgânica 3 2,5 4,5 4 4,9 2,9
Saturação da CTC pH 7,0 por % 61,6 57,6 73,5 70,3 66,7 68,7
bases
Saturação da CTC efetiva por
3,7 10,6 0 0 0,9 1,8
Alumínio
pH 4,8 4,8 5,8 5,8 5,5 5,4
Índice SMP 5,9 6 5,9 5,8 5,8 5,9
23

Tabela 3: Continuação.

Cálcio 4,5 3,4 9,1 8,9 6,6 6,3


Magnésio 2,5 1,8 3,2 2,8 3,5 3,4
Alumíno trocável cmolc 0,3 0,7 0 0 0,1 0,2
Acidez potencial (H+ Al3+) dm-3 4,9 4,4 4,9 5,5 5,5 4,9
CTC pH 7,0 12,7 10,3 18,5 18,4 16,5 15,6
CTC efetiva 8,2 6,6 13,6 13 11,1 10,9
Fósforo 14,3 10,5 25,9 24,7 28,1 9,6
Potássio 333 287 508 494 357 406
Cobre 13 14,4 17,4 19,3 6,1 9,5
mg
Zinco dm-3 4,3 2,1 30,2 25,8 13,8 5,2
Manganês 46,3 42 12,6 10,7 17,1 26,9
Enxofre 28,5 39,2 10 10 15,3 23,2
Sódio NR NR NR NR NR NR
*SI- Área sem irrigação; *I- Área irrigada (intermediária); *P- Área irrigada (pedregulho).

Tabela 4. Interpretação dos resultados dos atributos químicos obtidos no ciclo de produção 2014/15.

Identificação
SI* 0-10 SI 10-20 I* 0-10 I 10-20 P* 0-10 P 10-20
Atributos químicos
cm
Resultados analíticos
Teor de argila Classe 1 Classe 1 Classe 3 Classe 3 Classe 3 Classe 3
Matéria orgânica Médio Baixo Médio Médio Médio Médio
Saturação da CTCpH 7,0 por
Baixa Baixa Média Média Média Média
bases
Saturação da CTC efetiva por Muito Muito
Baixo Médio Muito baixo Baixo
Alumínio baixo baixo
Muito Muito
pH do solo Médio Médio Médio Baixo
baixo baixo
Índice SMP Método de Recomendação de Calagem para os Estados do RS e SC
Cálcio Alto Médio Alto Alto Alto Alto
Magnésio Alto Alto Alto Alto Alto Alto
Alumínio trocável Sem interpretação
Acidez potencial (H+ Al3+) Médio Médio Médio Médio Médio Médio
CTCpH7,0 Média Média Alta Alta Alta Alta
CTCefetiva Sem interpretação
Muito Muito Muito
Fósforo Alto Muito alto Médio
alto alto alto
Muito Muito Muito Muito Muito
Potássio Muito alto
alto alto alto alto alto
Cobre Alto Alto Alto Alto Alto Alto
Zinco Alto Alto Alto Alto Alto Alto
Manganês Alto Alto Alto Alto Alto Alto
24

Tabela 4: Continuação.
Enxofre Alto Alto Alto Alto Alto Alto
Sódio - - - - - -
*SI- Área sem irrigação; *I- Área irrigada (intermediária); *P- Área irrigada (pedregulho).

Conforme as interpretações dos resultados das análises de solo foram calculadas as


quantidades de fertilizantes e de corretivo de acidez do solo (calcário) que pode ser aplicado
nas distintas áreas.
Na tabela 5 são apresentadas as recomendações de calagem e adubação de manutenção
para a cultura de Jiggs para as distintas áreas avaliadas, já na tabela 6 a quantidade de
nutrientes fornecidos pela adubação aplicada pelo produtor.

Tabela 5 Quantidade de calcário e adubação recomendada, para uma expectativa de rendimento de 20 t


ha-1 de massa seca/ano.

Identificação das áreas


SI* 0-10 I* 0-10 P* 0-10
cm
Calcário - PRNT de Quantidades equivalentes de
1,4 - -
70 % (t ha-1) adubos em kg ha-1
Nitrogênio (kg ha-1) 340-440 340-440 340-440 Ureia 756-958
Superfosfato
P2O5 (kg/ha) 140 140 140 342
triplo
Cloreto de
K2O (kg/ha) 220 220 220 379
potássio
*SI- Área sem irrigação; *I- Área irrigada (intermediária); *P- Área irrigada (pedregulho).

Tabela 6. Nutrientes fornecidos pela adubação aplicada pelo produtor, no ciclo de produção 2014/15.

Nitrogênio (kg ha-1) 266


P2O5 (kg ha-1) 257
K2O (kg ha-1) 298

Observações: Quando a quantidade de calcário a ser aplicada for menor que 2 t/ha, é
recomendado deixar até que a necessidade de calagem seja de no mínimo 2 t ha-1, por isso, na
área não irrigada (Latossolo) pode ser adiada a aplicação, porque a recomendação é de 1,4 t
ha-1.
É recomendado aplicar o adubo nitrogenado no final do inverno/início da primavera e
após cada período de utilização, dividindo o total em partes iguais, e o adubo fosfatado e
potássico no início da primavera.
25

A quantidade de nitrogênio aplicada atualmente é menor e a de fósforo e potássio é


maior do que o recomendado para uma produção de 20 t ha-1 de massa seca.
CONCLUSÃO

As áreas já apresentam sinalizações de compactação, o que está diretamente relacionado


com o manejo do solo/pastagem/animais sobre as mesmas. Os locais com maior restrição são a
área não irrigada e a irrigada (pedregulho). Em termos gerais os nutrientes se apresentam de forma
adequada, pois os teores variaram de alto a muito alto. Com exceção, na área irrigada
(pedregulho), de 10 a 20 cm que apresentou o fósforo médio. Em relação à reação do solo (pH) a
área não irrigada apresentou pH muito baixo. Recomenda-se que na medida do possível o
agricultor e sua família incluam a sobressemeadura com espécies leguminosas para obter os
ganhos em relação à fixação biológica do nitrogênio, dessa forma poderão reduzir o uso de
fertilizantes nitrogenados, melhorando a sustentabilidade do sistema de cultivo.
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APÊNDICES
31

APÊNDICE A - RESULTADOS DE MASSA DE SOLO ÚMIDA (MSU), MASSA DE


SOLO SECA (MSS) E UMIDADE GRAVIMÉTRICA (UG).

Vol.
Vol. de
Identificação Peso MSU MSS Vol. ocupado
Profundidade MSU MSS álcool
da amostra da lata + lata + lata anel pelo solo
gasto
(Vp)
cm G cm³ ml
0-5,0 68,4 365,1 306,8 296,7 238,4 154,5 42,5 7,5
Piquete sem
5,0-10 61,2 364,1 308,0 302,8 246,8 154,5 42,7 7,3
irrigação
0-5,0 67,7 376,5 320,5 308,8 252,8 154,5 42,7 7,3
Irrigado 0-5,0 67,8 357,6 295,1 289,8 227,3 154,5 42,5 7,5
(piquete-
Latossolo) 5,0-10 67,8 365,1 307,2 297,3 239,3 154,5 42,5 7,5
Irrigado (área 5,0-10 66,2 375,4 306,3 309,2 240,1 154,5 42,2 7,8
intermediária) 0-5,0 69,0 362,5 282,1 293,5 213,1 154,5 42,6 7,4
Irrigado 0-5,0 65,8 383,5 316,4 317,7 250,7 154,5 42,5 7,5
(Pedregulho) 5,0-10 65,6 371,6 325,8 306,0 260,2 154,5 42,5 7,5
32

APÊNDICE B - MODELO CONCEITUAL DO TCC.

Área cultivada com capim jiggs

Solo Latossolo Solo pedregoso

Recomendações em conjunto
com o produtor

Análises físicas e químicas do solo

UG, UV, DS, Dp, EA, PT e GS. Monitoramento da evolução

Macro e micronutrientes, Matéria física e química do solo


orgânica, pH, CTC etc.
ANEXOS
34

ANEXO A – LAUDOS DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE TERRA.


35
36
37
38
39
40

ANEXO B – LAUDO DA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DE TERRA.

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