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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA E GEOFÍSIC A

Interpretação
Integrada
Relações de velocidade
e porosidade

Prof. Wagner Moreira Lupinacci


Tendência da porosidade com a profundidade

Ilustração esquemática das tendências da porosidade-profundidade para arenitos e folhelhos:


(1) A porosidade deposicional de folhelhos é normalmente mais elevada do que a do
arenito.
(2) O gradiente da porosidade com a profundidade é mais íngreme para folhelhos do que
para os arenitos durante a compactação mecânica (ou seja, em profundidades rasas).
(3) O gradiente de porosidade com a profundidade será mais acentuada para os arenitos
do que para os folhelhos durante a compactação química (cimentação de quartzo dos
arenitos normalmente ocorrem em maior profundidade de soterramento, para além de
2-3 km).
Relações de velocidade-porosidade para o
mapeamento de porosidade e fáceis
Relações de velocidade e impedância com a porosidade e
mineralogia formam uma parte crítica na caracterização de fáceis e
porosidade.

Armadilhas: utilização de relações de velocidade e porosidade inadequadas.

Erro mais comum: relações de velocidade porosidade para rochas


excessivamente duras.

• É necessário tomar cuidado com a utilização da “porosidade sônica”.


1 1
∆t − ∆t gr −
∆s
φ= v= φ=
v vgr
∆t fl − ∆t gr ∆t 1 1

v fl vgr
Relações de velocidade-porosidade para o
mapeamento de porosidade e fáceis

Solução: análise da física de rocha usando perfis de poços e


análise de testemunhos, acoplado ao modelo geológico.

Importância de uma boa estimativa entre velocidade-


porosidade:

• O primeiro mapeamento sobre os dados dos fluidos;


• A análise das equações de Gassmann;
• Estudos de viabilidade 4D.
Modelos de Física de Rochas
Os modelos precisam especificar três tipos de informações:
a) as frações de volume dos diversos constituintes;
b) os módulos elástico das várias fases; e
c) os detalhes geométricos.

Os detalhes geométricos nunca são adequadamente incorporadas a um modelo


teórico. Sempre é realizado aproximações e simplificações.
Só podemos prever os limites superiores e inferiores dos módulos elásticos da
rocha .
Os limites elásticos são extremamente confiáveis, robustos e valiosas na física de
rocha.
Modelos de Física de Rochas
Os limites constituem um quadro útil para as relações de
velocidade-porosidade.

Modelo de contato Modelo de Inclusão


Modelo efetivo
médio

Tentam descrever o comportamento


dos contatos dos grãos elásticos
Limites Elásticos
Mistura de dois ou mais componentes
Em qualquer fração de volume dos componentes os módulos efetivos da mistura
estarão entre os dois limites, mas o seu valor exato depende dos detalhes
geométricos.

Fronteiras do módulo de bulk efetivo de uma mistura de


dois materiais.
Relações entre as constantes elásticas
Relações entre as constantes elásticas

Modulo de bulk (resistência a compressão)

P P
k=− = −V
∆V / V ∆V

Modulo de cisalhamento (resistência ao cisalhamento)

F/A Fh
µ= =
∆x / h ∆xA
Limite de Voigt
A fronteira superior de Voigt (1910) dos módulos elásticos efetivos, Mv , de
uma mistura de fases de materiais N é:
N
M V = ∑ fi M i
i =1

fi → Fração de volume do i enésimo componente

Mi → Modulo elástico do i enésimo componente

O limite de Voigt às vezes também chamado de média isostrain


(isodeformação).
Limite de Reuss
A fronteira inferior de Reuss (1929) dos módulos elásticos efetivos, MR , de
uma mistura de fases de N materiais é:

N
1 f
=∑ i
M R i =1 M i

O limite de Reuss às vezes é chamado a média isostress (isotensão).

O M pode ser: o módulo de bulk K, o módulo de cisalhamento μ, módulo de


Young E, etc.
Limite de Reuss
N
Exemplo: 1 f
=∑ i
M R i =1 M i
Módulos de Bulk e Cisalhante
Os limites dos módulos elástico e cisalhamento quando um dos
componentes é um líquido ou gás.

Limites superiores e inferiores dos módulos de bulk e cisalhamento para uma


mistura de dois materiais no qual um deles é um fluido. Fonte Avseth et al.
(2005).
Módulos de Bulk e Cisalhante
A média de Reuss descreve exatamente os módulos efetivos de uma
suspensão de grãos sólidos em um líquido. Base para descrever certos tipos de
sedimentos clásticos. Ele também descreve os módulos de materiais “quebrado”
quando os fragmentos sólidos são completamente rodeada pelo fluido dos
poros.
Em contraste com a média Reuss, que descreve uma série de sistemas físicos
reais, misturas isotrópicas reais nunca podem ser tão duro como o limite de
Voigt.
Modelos Velocidade-Porosidade
para Siliciclásticos
A velocidade da onda P versus porosidade
para uma variedade de sedimentos saturados
de água, variando a partir de suspensões do
fundo do oceano para arenitos consolidados.
Limites de Voigt e Reuss, calculados para as
misturas de quartzo e água.

4
K+ µ µ
VP = 3 VS =
ρ ρ
Velocidade da onda P versus porosidade para
uma variedade de sedimentos saturados com
água. Comparação com os limites Voigt-
Reuss. Os dados são de Yin (1992), Han
(1986) e Hamilton (1956).
Modelos Velocidade-Porosidade
para Siliciclásticos
Antes da deposição: os sedimentos existem como partículas em suspensão na água (ou ar) e suas
propriedades acústicas devem cair na média de Reuss do mineral com o fluido.

Baixas pronfundidades: esperamos que as suas propriedades elásticas continuem (ou quase) na
média Reuss, contando que eles são macios e não consolidados.

Porosidade crítica: arenitos bem selecionados perto de 40%. Arenitos mal selecionados são
depositados ao longo do limite de Reuss em porosidades inferiores. Os carbonatos são depositados em
altas porosidades iniciais, 55-65%.

Após o soterramento (tensão efetiva, compactação e cimentação) com o aumento da diagênese, a


trajetória das propriedades das rochas ficam mais íngreme quando comparada com trajetória que se
estende ao longo do limite de Reuss.
Limite de Hashin-Shtrikman
O limite superior é obtido quando a casca esférica é o material mais rígido e
o limite inferior quando o material mais rígido é o núcleo.

Interpretação física dos limites de Hashin-


Shtrikman para os módulos de bulk de um material
de duas fases. Fonte Avseth et al. (2005).
Limite de Hashin-Shtrikman (1963)
Limites para uma mistura elástica isotrópica, definido para dar o menor número
possível de módulos elásticos sem especificar as geometrias dos componentes.

f2
K HS ± = K1 +
( K 2 − K1 ) −1 + f1 ( K1 + 4 µ1 / 3) −1

f2
µ HS ± = µ1 +
( µ2 − µ1 ) −1 + 2 f1 ( K1 + 2 µ1 ) / [5µ1 ( K1 + 4µ1 / 3)]

K1 , K 2 → Módulos de bulk das fases individuais


µ1 , µ2 → Módulos de cisalhamento das fases individuais

f1 , f 2 → Volume fracionário das fases individuais


Limite de Hashin-Shtrikman
Os limites são bastante semelhantes quando é uma mistura de sólidos. Muitos modelos
assumem o módulo elástico dos minerais envolvidos na rocha como homogêneo:

( M HS + + M HS − ) / 2
Porém, quando os componentes são completamente diferentes, tais como os minerais e os
fluidos dos poros, então os limites tornam-se bem separados.

À esquerda, os limites superiores e inferiores ficam próximos, quando os componentes são


elasticamente semelhantes. À direita, uma mistura de um mineral e um fluido, os limites
superiores e inferiores estão muito distantes. Fonte Avseth et al. (2005).
Relações Empíricas de Han
Velocidades VP e VS versus porosidade: dados ultra-sônico de laboratório para arenitos saturados
com água (Han, 1986). Pressão efetiva de 40 MPa.
Decréscimo da velocidade com o aumento da porosidade.
Grande dispersão em torno da tendência que é bem correlacionada com o teor de argila.

VP = (5.59 − 2.13C ) − 6.93φ


VS = (3.52 − 1.89C ) − 4.91φ

Velocidade VP e VS versus porosidade em arenitos saturado com


água em uma pressão de 40MPa. Dados de Han (1986).
Relações Empíricas de Han
As relações de Han podem ser pensado como uma série de retas (tendências)
paralelas da velocidade com porosidade, cuja porosidade zero intercepta o eixo da
velocidade dependo do teor de argila.

VP = (5.59 − 2.13C ) − 6.93φ

Figura 9: Conjunto de dados de Han


da Figura 6, classificado por
conteúdo de argila. Fonte Han
(1986).
Relações Empíricas de Han
As equações de Han são mais significativas para os dados de onde foram
derivadas. É perigoso extrapolar para outras situações, embora os conceitos que a
porosidade e argila têm grandes impactos nas velocidades Vp e VS são bastante
gerais para as rochas clásticas.
Se duas rochas têm a mesma porosidade, mas diferentes quantidades de
argila, as chances são boas que a rocha com o menor teor de argila tem maior
velocidade.
Mas, se diminui a porosidade devido o aumento do volume de argila, a rocha
rica em argila pode ter uma velocidade alta.
Outros Modelos de Física de Rocha

• Kuster-Toksöz (1974);
• Differential Effective Medium (1992);
• Xu-White (1995);
• Xu-Payne (2009);
• Keys-Xu (2002) (aproximação);
• T-matrix (2003)
• Rock Fabric (Lucia, 2007)
Modelo de Kuster-Toksöz (1974)

Os autores afirmam equações de Kuster & Toksöz são aplicáveis somente


quando a porosidade é muito menor que a razão de aspecto do poro. Logo,
essas equações são aplicáveis somente em porosidades muito baixas.

Para contornar essa restrição foi utilizado o método de meio efetivo


diferencial de Berryman (1992) para aumentar a porosidade da rocha
gradativamente.
Equações de Kuster-Toksöz (1974)

P e Q só dependem somente
da razão aspecto!!!
Equações de Kuster-Toksöz (1974)

RESTRIÇÃO: As equações de Kuster-Toksöz são aplicáveis


somente em baixas porosidades
Differential Effective Medium (1992)


( )
K * (φ + dφ ) = K * (φ ) + K 2 − K * (φ ) P (*2)
(1 − φ )


µ * (φ + dφ ) = µ * (φ ) + ( µ 2 − µ * (φ ) ) Q (*2)
(1 − φ )

K * (0) = K 1 e µ * (0) = µ1 : matriz (fase 1)


K 2 e µ 2 : inclusão incremental (fase 2)
P e Q: fatores geométricos da inclusão
d φ representa o pequeno incremento na porosidade,
infinitesimal a cada iteração incremental K * (φ + d φ )
Modelo de Xu e White (1995)

• Originalmente aplicado para sistema areia-folhelho.


• Argilas induzem geometria de poros com baixa razão de aspecto.

Modelos utilizados:
• Kuster-Toksöz
• DEM
• Gassmann
Modelo de Xu e White adaptado (Xu e Payne, 2009)

Modelos utilizados:
• Kuster-Toksöz
• DEM
• Gassmann

Figura 1: Diagrama do modelo de inclusão de física de rocha


para carbonato (Fonte: Xu and Payne, 2009)
Modelo de Xu e White adaptado (Xu e Payne, 2009)

As curvas serão ajustadas por


fácies ou regiões

Figura 2: As linhas contínuas mostram as relações de Vp com


porosidade usando o modelo de Xu-White com diferentes razões
aspectos, pontos azuis (1737m-2300m) e vermelhos (2700m-
2900m) são dados de poço do campo em estudo.
Modelo de Xu e White adaptado (Xu and Payne, 2009)
Modelo de Xu e White adaptado (Xu and Payne, 2009)

Com o conhecimento do
tipo de poro presente
diversos estudos podem
ser realizados, tais como:
análise de substituição de
fluidos em tipos de poros
específicos, calculo da
porosidade efetiva que
em conjunto com o perfil
resistividade pode ser
usada para obter a
saturação.

Figura 3: Estimativa do tipo e porcentagem de cada poro usando o modelo adaptado


de Xu-White (Adaptado de Xu and Payne, 2009)
Modelo de Xu e White adaptado (Xu and Payne, 2009)
Modelo de Xu e White adaptado (Xu and Payne, 2009)
Velocidade e porosidade
Diferença entre a velocidade Logaritmo da
medida e a velocidade calcula Permeabilidade
Aproximação de Keys e Xu (2002)

Figura 4: Comparação entre o modelo adaptado de Xu-


White (linhas pretas contínuas) e a aproximação de
Keys e Xu (linhas pretas pontilhadas)
Formula empírica de Wyllie

Figura 7: Modelo de Lucia para diferentes quantidades de poro do


tipo separate-vug.
Xu-White x Wyllie

Preto: Xu-White
Vermelho: Wyllie
Pontos verdes: Poço A

Figura 8: Comparação entre o modelo de Xu-White e o modelo de Lucia.


Modelo T-matrix (2003)

Modelo Xu-White (Xu e Payne, 2009) Modelo T-matrix (Jakobsen, 2003)

Inclusões com poros modelados como elipse Inclusões com poros modelados como elipse
dada uma razão aspecto dada uma razão aspecto
Não inclui nenhum fluxo de fluido entre os Leva em consideração o fluxo (global ou
poros squirt) entre as inclusões conectadas
Usa as equações de Gassmann na substituição Não se baseia nas equações de Gassmann
de fluido

• Inclusões elípticas anisotrópicas em


uma matriz anisotrópica;

• Possível modelar a atenuação e


dispersão da velocidade
relacionada ao fluido;

Figura 5: Template física de rocha mostrando a resposta elástica para


carbonatos usando os modelos Xu-White (curvas pretas) e T-matrix
(curvas vermelhas). As relações foram calibradas usando valores de
perfis de poço (Fonte: Allo, 2011)
Modelo de Lucia (1983)
Impacto da Porosidade nas
Velocidades VP e VS.

• Geralmente, um aumento da porosidade resulta numa diminuição das


velocidades VP e VS.
• Para os arenitos, as argilas causam dispersão das tendências da velocidade-
porosidade. Essas tendências variam com retas paralelas dependo do conteúdo
de argila. Em arenitos consolidados, a argila tende a diminuir a velocidade.
• Variações na forma dos poros também causam variações nas tendências da
velocidade-porosidade.
Impacto da Porosidade nas
Velocidades VP e VS

• As relações de velocidade-porosidade descritas por Han (1986), Wyllie et al.


(1958) e Raymer et al. (1980) são controlados pelos processos diagéticos.

• Espera-se que tendências de velocidade-porosidade mais planas quando


ocorre variação textural provocada pelo grau de seleção e conteúdo de argila.
Distinção entre as tendências
diagenética e deposicionais
A inclinação da tendência velocidade-porosidade (ou impedância-porosidade) nas
rochas é muito variável e depende do processo geológico que está controlando a
porosidade.

Tendências íngremes velocidade-porosidade: controlada pela diagênese, ou seja,


redução da porosidade, devido a dissolução de minerais devido a pressão, compactação e
cimentação. Abrangem um alto intervalo de profundidade.

Tendências mais planas velocidade-porosidade: variações de porosidade controlada


pelas variações no ordenamento (seleção) e teor de argila. Referem-se as tendências
deposicionais. Conjuntos de dados de pequenos intervalos de profundidade ou
reservatórios individuais.
Distinção entre as tendências
diagenética e deposicionais
A evolução diagenética, que conectam os sedimentos mais novos aos mais antigos está
ligado com o limite modificado de Hashin-Shtrikman. As curvas mais fina e paralelas
representam as tendências diagenética para arenitos mais ricos em argila.

Modelo generalizado da velocidade-


porosidade para sedimentos
clásticos. Dados de Avseth (2005).
Distinção entre as tendências
diagenética e deposicionais
Limite superior de Hashin-Shtrikman modificado para incluir o estágio inicial da
cimentação. Modelo de Dvorkin “contact-cement”.

Modelo de Hashin-Shtrikman
modificado para incluir o efeito da
cimentação inicial em arenitos.
Dados de Avseth (2005).
Distinção entre as tendências
diagenética e deposicionais
Os dados de Han (1986), abrange uma variedade de profundidades, tendência mais íngreme
dominado pela diagênese. Dados do Troll (Blangy, 1992), Oseberg e dois campos do Mar do Norte "B" e
"C " tem tendências mais planas, dominadas por variações texturais controlada pela seleção.

Velocidade VP versus porosidade em diferentes


profundidades. Dados de Han (1986) e Blangy (1992).

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