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Os leucócitos têm como principal função proteger nosso organismo contra patógenos e
organismos estranhos. Eles atuam fagocitando as partículas invasoras ou produzindo
substâncias que vão agir destruindo ou inativando essas partículas.
Os eosinófilos são células que também possuem grânulos e estão relacionadas com a
fagocitose dos complexos antígeno-anticorpo. Sua forma é esférica e o núcleo, bilobado.
O número dessas células é aumentado durante respostas a infecções parasitárias e
reações alérgicas.
Os linfócitos T são divididos em duas classes: linfócito T citotóxico ou CD8, que atua
matando células infectadas, e o linfócito T auxiliar ou CD4, que atua coordenando a
resposta imunitária e ativando células de defesa, como os Linfócitos B e
macrófagos. Os linfócitos B diferenciam-se em plasmócitos, que têm por função a
produção de anticorpos.
http://www.brasilescola.com/biologia/leucocitos.htm
Fisiologia, Hematologia, Histologia, Infectologia
nov 5, 2011
Eduardo Botelho
1 Comentário
Os neutrófilos são células polimorfonucleares (seu núcleo tem vários lóbulos) ricas em
grânulos citoplasmáticos (por isso são chamadas de granulócitos) com a função de
fagocitar organismos invasores. Ao microscópio óptico possuem uma cor rosa-clarinho.
Eles representam a grande maioria dos leucócitos (70%) e sobrevivem somente 10 horas
na circulação e até 5 dias no tecido infectado, tempo suficiente para eliminar o agente
invasor.
Obs: A lobulação do núcleo não é o mesmo que divisão. É quase isso. As partes do
núcleo (lóbulos) ficam ligadas umas com as outras, não consistindo numa divisão
nuclear.
Os monócitos não são granulócitos (pelo contrário, são agranulócitos), e muito menos
polimorfonucleares, seu núcleo não tem nada de lobulação, ele possui uma forma oval
ou de um rim (reniforme). Eles são os famosos pau-pra-toda-obra, pois quando são
necessários, eles entram nos tecidos e se diferenciam em várias células gulosas, que tem
alto poder de fagocitose: macrófago (no tecido conjuntivo e baço), células de Kupffer
(no fígado), macrófago alveolar (no pulmão), micróglia (no cerébro), osteoclastos (nos
ossos), células de Langerhans (na pele), células dendritícas (no linfonodo) e células
mesangiais (no rim).
Obs: Lá em cima, você leu que os leucócitos e macrófagos são os atores do sistema
imunológico, dando a idéia de células diferentes, e aqui em cima você acabou de ler que
o monócito (um tipo de leucócito) se diferencia em macrófago. É isso mesmo, eu não
estou me contradizendo. Quem é leucócito é o monócito e não o macrófago, a partir do
momento que ele é transformado, já era, ganha outro tipo de estrutura, outra célula, ele
não é mais leucócito.
Os linfócitos são células com núcleo redondinho que ocupa quase toda a célula,
responsáveis pela resposta imunológica mais efetiva. São divididos em linfócitos B (ou
células B) e linfócitos T (ou célula T). Os linfócitos T ainda são divididos em células T
auxiliadoras (ou helper) que atua como intermediador na imunidade; e células T
citotóxicas, que destroem diretamente células do nosso corpo infectadas. Todas as
células T expressam um receptor, com um nome muito difícil, chamado Receptor de
Células T (TCR).
O MHC é a carteira de identidade das células. Nos macrófagos, ele realiza a função de
apresentar epítopos (pedaços de antígenos) para os linfócitos T auxiliares. Existem dois
tipos de MHC, o tipo I e o tipo II. O MHC tipo I se liga ao CD8 e o MHC tipo II se
liga ao CD4. Ao mesmo tempo em que esta ligação ocorre, o MCH se liga ao TCR do
linfócito T. O objetivo desta ligação do MHC é a leitura do epítopo pelo linfócito T.
(Para saber mais, leia o post sobre MHC)
Os macrófagos apresentam, através do MHC, os epítopos aos linfócitos T, por isso são
também chamadas Células Apresentadoras de Antígenos.
As células natural killer (NK) são um tipo de linfócito T citotóxico. E como você já
sabe, ele sabe mesmo é destruir! Portanto, as células NK destroem as células que
possuem uma característica interessante: ausência de MHC tipo I. Elas são
importantíssimas para a destruição do tumor e bactérias, pois as células tumorais e as
bactérias não expressam o MHC tipo I.
Os fisiologistas dividiram o sistema imunológico em imunidade natural e imunidade
adaptativa, para facilitar nosso entendimento (mas parece que fez foi complicar!).
Vamos tentar desenrolar isso.
A imunidade natural (ou inata) é a imunidade que já existe no nosso corpo, sem a
necessidade de nos expormos a um patógeno. Por exemplo, os epitélios dificultam a
entrada de organismos invasores, os macrófagos e neutrófilos fagocitam qualquer
coisa que entrar de estranho, as células NK destroem células que não expressam MHC
tipo I, além do sistema complemento, que destrói fagócitos que foram opsonizados por
anticorpos.
As células do sistema imunológico não possuem olho nem ouvido. Então vem a
pergunta: como elas se comunicam? Como uma entende o que a outra esta querendo
dizer? Muito antes de se criarem os torpedos SMS, o corpo tinha um mecanismo muito
melhor! As células quando são ativadas liberam substâncias na corrente sanguínea,
chamadas citocinas, que são como torpedos, que rapidamente enviam as informações
necessárias às outras células. Interferon, interleucina, fator de necrose tumoral, e outros
são exemplos clássicos de citocinas. Através destas substâncias, as células captam
exatamente a mensagem repassada, compreendendo o local da inflamação, e a
gravidade do evento.
Obs: Você já teve ter lido a palavra linfocinas. É a mesma coisa que citocina. Recebe
este nome, por que é a citocina liberada pelo linfócito.
Interessante! Os sinais de inflamação (rubor, calor, edema, dor e perda da função) são
todos provenientes da resposta imunológica. (Leia o post sobre Inflamação).
Bem, terminamos de saber quem é quem no sistema imunológico e suas funções. Agora
vamos entender como que eles trabalham juntos, como que ocorre a comunicação e
como que eles sabem que alguém de estranho entrou no nosso corpo.
Para aplicarmos e sedimentarmos estes conceitos que estudamos acima, dá uma lida
atenta nos exemplos abaixo:
Agora vamos imaginar que a imunidade inata não deu conta e estas bactérias invadiram
a corrente sanguínea. Os monócitos, circulantes no sangue, logo se diferenciam em
macrófagos e fagocitam rapidamente algumas bactérias. Eles então quebram a bactéria
fagocitada em vários pedaços, chamados epítopos, e expressam em sua membrana,
através do MHC tipo II. Os linfócitos T auxiliares não podem ver um epítopo exposto
que eles logo querem atuar! Então, os linfócitos T auxiliares, estimulados pelas
citocinas dos macrófagos, se ligam ao MHC tipo II através das moléculas TCR e CD4, e
então captam as informações do epítopo. Após isto os Linfócitos T auxiliares liberam
mais citocinas. Em resposta, os linfócitos B se diferenciam em plasmócitos para
produzir enormes quantidades de anticorpos específicos para aquele antígeno. Estes
anticorpos imediatamente neutralizam os antígenos livres (imunidade humoral). A
bactéria opsonizada (neutralizada pelos anticorpos) ativa o sistema complemento, que
amplifica a resposta imunológica e destrói por completo as bactérias.
Agora suponhamos que um vírus entre no seu corpo. Os macrófagos fagocitam o vírus e
expressam os seus epítopos através do MHC tipo II. Os linfócitos T auxiliares captam as
informações do epítopo pela interação de seu molécula TCR e CD4 com o MCH tipo II,
e liberam citocinas, que atraem os linfócitos T citotóxicos. Estas células se ligam aos
macrófagos pela interação de seu molécula TCR e CD8 com o MCH tipo I, e secretam
substâncias que destroem o macrófago infectado (ex: perforina), juntamente com o vírus
no seu interior.
Obs: Percebeu que o Linfócito T auxiliar está em quase tudo?! Ele atua auxiliando a
resposta inflamatória, recebendo informação e recrutando outras células para atuação.
Por isso, que a AIDS é uma doença avassaladora, pois infecta e destrói justamente o
linfócito T auxiliar (CD4).
Você deve estar pensando: “faltou falar dos eosinófilos e dos basófilos”. Tá bom. Já que
você ainda aguenta!
Os basófilos atuam, sobretudo, nas reações alérgicas, pois possuem em sua membrana a
imunoglobulina E (IgE). Substâncias com alto poder de provocar alergia (alérgenos) se
ligam a IgE dos basófilos e promovem sua desgranulação (liberação dos grânulos).
Imensas quantidades de bradicinina, uma substância vasodilatadora, são liberadas. As
manifestações alérgicas são decorrentes dos efeitos da bradicinina. Pessoas alérgicas,
geralmente, tem níveis altos de IgE.
É deste modo que nosso corpo atua. Estes mecanismos acontecem o tempo todo, pois
estamos muito expostos, quando inspiramos bactérias e vírus suspensos no ar, ingerimos
enormes quantidades de micróbios e parasitas, lesionamos a mucosa intestinal com os
alimentos, provocamos microtraumas em diversas partes do organismo. Graças a Deus,
enquanto dormirmos, todo este sistema bem organizado e planejado atua com todo
vigor, permitindo que estejamos saudáveis o suficiente para estudarmos… Medicina!
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