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Abelhas

seu
do
quintal

Foto: Adriana Tiba

Qual a primeira coisa que vem à sua cabeça


quando pensa em abelhas?
Seria o mel? Ou o ferrão? Pois estes
pequenos insetos são muito mais que
essas duas coisas e sua contribuição
para nosso ecossistema e a vida no
planeta vai muito além. As abelhas são
componentes importantes das
comunidades biológicas, não apenas
por seu papel como polinizadoras, mas
também porque podem ser muito
sensíveis aos efeitos de distúrbios
ambientais.

1. Por que existe abelha? Ilustração: Adriana Tiba

Foto: Adriana Tiba

A principal razão da existência das abelhas é a polinização. Sem pólen, sem


flor. Sem flor, sem abelha! As primeiras flores surgiram na Terra no período
Cretáceo; em seguida, insetos, como vespas e abelhas, fizeram sua entrada na
história da evolução. Abelhas são responsáveis por 70% de todas as
polinizações.

2. Quais são as abelhas nativas do Brasil?

Foto: Adriana Tiba

Existem atualmente cerca de 20 mil espécies catalogadas de abelhas no


mundo, sendo que os cientistas acreditam que há muito mais espécies para
serem descritas. No Brasil, estima-se a existência de 3.000 espécies, sendo que
85% delas são solitárias, que produzem mel para si e para as próximas
gerações; apenas os demais 15% das espécies brasileiras são meliponíneas, ou
seja, produzem mel e vivem em sociedades matriarcais. A maioria das pessoas
conhece as abelhas de mel, como a Apis, ou Abelha Europa, e a Jataí. A
espécie mais conhecida é a Apis, que é a Abelha Europa, que não é brasileira,
tendo sido introduzida no país pelos europeus, para ajudar na produção
agrícola. Mas o Brasil - e todas as florestas tropicais - é rico em espécies sem
ferrão. Assim, as abelhas nativas são as também chamadas de abelhas
indígenas, pois foram denominadas pelos índios, na língua Tupi-Guarani. Os
índios sempre tiveram contato e muito conhecimento destas abelhas, ao que
se deve a nomenclatura própria em espécies como Jataí, Manduri, Arapuá,
Guaxupé, Mombuca, Mandaçaia, Mandaguari, Uruçu, Borá, Guaraipo, entre
outras.

3. Você conhece a diferença entre abelhas sociais


e abelhas solitárias?

Foto: Adriana Tiba

Foto: Adriana Tiba Foto: Adriana Tiba

A abelha social é aquela que faz o ninho estruturado em uma comunidade, em


que há a rainha, as obreiras, as coletoras e os machos, que fertilizam a fêmea. É
uma formação social matriarcal, em que existe um grande número de abelhas.
A maior quantidade das espécies de abelhas é solitária, ou seja, cada fêmea do
gênero constrói individualmente o próprio ninho. Podem existir várias fêmeas
juntas num mesmo espaço, porém, uma não tem nada a ver com a atividade
da outra; cada uma apenas nidifica ao lado da outra, individualmente. Um
exemplo de abelha solitária é a Euglossa que, muitas vezes, divide um espaço
com outras, mas não divide tarefas: elas apenas coabitam onde cada abelha
cuida da sua prole, sem qualquer responsabilidade em coletar ou proteger a
cria da outra.

4. Nem só de pólen e néctar vive uma abelha.

Foto: Adriana Tiba Foto: Adriana Tiba

Abelhas precisam de resina para construir o ninho; outras, utilizam-se de


barro; algumas coletam óleo para se alimentarem; outras tantas recolhem
fibras vegetais; também bebem água. Todos estes materiais e substratos
fazem parte da coleta da abelha. O trabalho é intenso, muito além da
polinização.

5. Abelhas e seus curiosos ninhos.

Foto: Adriana Tiba Foto: Adriana Tiba

Os ninhos mais comuns de serem vistos são os ocos de árvores, muros e


fendas ou pequenos buracos. Existe uma quantidade enorme, contudo, de
abelhas de chão. Elas ocupam entradas terrestres, assim como as formigas,
podendo ser solitárias ou sociais. As abelhas ainda podem nidificar em
madeiras velhas, canos de ferro, mangueiras e tudo o mais que tenha um furo
e possibilite a elas depositar os ovos. Na cidade de Americana, no interior de
São Paulo, as abelhas Jataís dominam os muros. Como é na sua cidade?

6. Por que devemos ajudar as abelhas a construir


ninhos seguros?

Foto: Adriana Tiba

Abelhas necessitam de um habitat para nidificar, espaço cada vez mais raro
num mundo que não para de ser pavimentado. Como a maioria delas utiliza o
chão de terra para construir seus ninhos, é muito evidente a busca crescente
das abelhas por lugares inusitados para nidificar, colocando em risco a sua cria.
Assim, os ninhos pouco naturais, que não oferecem as mínimas condições de
sobrevivência para as abelhinhas, dificultam que elas cresçam e se
multipliquem. Se você construir e espalhar ninhos naturais em hortas, parques
e jardins você aumenta as condições de multiplicação das abelhas e,
consequentemente, a prosperidade destas vegetações e cultivos em geral.

7. Qual a razão de tantos pelos?

Foto: Adriana Tiba

A quantidade de pelos existente nas abelhas é para que elas cumpram a sua
função principal, que é a polinização. Além dos pelos, a capacidade de
vibração deles que algumas abelhas possuem proporciona a possibilidade de
polinização perfeita das plantas: quando ela vibra, chacoalha os pelos cheios
de pólen, distribuindo o pó fecundante por onde ele precisa chegar.
Normalmente, as flores maiores requerem a combinação entre pelos e vibração
para que a polinização cruzada seja efetiva e, por este motivo, abelhas como as
Mamangavas são tão peludas e barulhentas.

8. Existe um tamanho padrão para as abelhas?


Foto: Adriana Tiba

2mm

Foto: Adriana Tiba

Abelhas podem ser minúsculas, como as Nigriceps, que não passam de 2


milímetros; ou podem ser muito grandes, como a Xylocopa, que chega a 5
centímetros.

9. Qual a espécie mais exótica?

Foto: Adriana Tiba

As abelhas metálicas são bastante futuristas e exóticas. Devido à composição


química da sua casca, estas abelhas são muito coloridas, podendo ser lilases,
verdes, azuis e douradas.

10. Abelhas têm língua?

Foto: Adriana Tiba

A anatomia de certas flores dificulta o acesso da abelha, tornando a língua


essencial para algumas espécies, omo é o caso da Euglossa, um gênero de
abelhas que possui a língua maior que o próprio corpo.

11. Ervas daninhas são ótimos pastos para abelhas.

Foto: Adriana Tiba Foto: Adriana Tiba

Aquelas plantinhas que você vive querendo arrancar dos vasos, jardins e
quintais, que a gente julga não servirem para nada, constituem excelentes
fontes de néctar. Estas plantas normalmente são cheias de abelhas, que
coletam material para os seus ninhos.

12. Quais as diferenças entre abelhas e vespas?

Foto: Adriana Tiba

Foto: Adriana Tiba Foto: Adriana Tiba

Muita gente confunde vespas com abelhas e vice-versa, mas um pouco de


observação permite distingui-las, pois há características bem marcantes em
cada uma. A diferença principal está na alimentação. Enquanto as abelhas se
alimentam de pólen, que é proteína vegetal, as vespas consomem proteína
animal, encontrada em outros insetos. Se observarmos bem, as abelhas
possuem pelos plumosos, importantes para a aderência do pólen, além de
aparelhos específicos nas patas para o armazenamento e o transporte do
alimento.

13. Observar e ajudar.

Foto: Adriana Tiba

Onde há flores, há abelhas. Se você possui uma horta ou um jardim, procure


por elas, facilite a vida delas, disponibilize água, construa ninhos, diversifique a
vegetação... Você vai se surpreender com o resultado!

Adriana Tiba
Foto: Luciana Tiba

Adriana Tiba é ceramista e desde que se interessou por


abelhas passou a pensar na possibilidade de oferecer ninhos
em argila para que elas pudessem procriar com segurança,
num mundo em que estão cada vez mais escassos espaços
naturais para nidificação. Sua jornada teve início bem antes
dela própria se dar conta, no quintal da casa em que morava
com os pais quando criança, na cidade de Americana (SP),
repleto de plantas frutíferas, flores e vegetação selvagem. Mais
tarde, quando se descobriu artista, seu quintal se transformou
em ateliê de cerâmica, porém, com ampla preservação da flora
e das abelhinhas que vêm se mostrando a Adriana aos poucos,
na mesma medida em que suas pesquisas e observações
avançam no diverso e grandioso microcosmo desses insetos
admiráveis. Tornou-se especialista em construção de ninhos e
Abelhas do seu quintal ©2017 referência local na preservação e cuidado com abelhas, sendo
Todos os direitos reservados.
Um projeto grande incentivadora da observação e do registro fotográfico e
audiovisual da sua ação, possuindo um amplo acervo de belas
e encantadoras imagens de abelhas em ação.

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