A priori, pesquisa apresenta a existência de normas para direcionarem o profissional da
psicologia em relação a orientação sexual, onde a autora deixa explícito seu posicionamento relacionado a reorientação, dissertando e argumentando com leis judiciais. Lucena expõe um fato em que fora utilizado a consituição brasileira para justificar o ato de reorientação e o equívoco na interpretação da mesma, gerando discussões entre especialistas da área de psiocologia. É viável ressaltar que o ocorrido prossegue no processo de avaliação e decisão judicial, onde é apresentado na pesquisa os três requisitos para a aplicabilidade da tutela de urgência e o resultado da audiência que teve objetivo de analisar a constituição como objeto apresentado pela profissional acusada de trabalhar a reorientação que fora tomada a decisão coletiva de que há múltiplas interpretações possíveis e por fim, toma-se por resolução que a interpretação será a de não privar o psicólogo do estudo ou atendimento àqueles que buscarem, por livre e espontânea vontade, orientação referente a sua sexualidade. É viável ressaltar que a pesquisadora destaca que a decisão citada não tornou-se definitiva por haver questionamentos. Além disso, Lucena apresenta e destaca as metodologias de reorientação sexual, contendo diversos métodos e técnicas psicológicas, onde um dos métodos consiste em reprimir de forma negativa os desejos homossexuais e a líbido. A terapia comportamental aborda que o comportamento do ser humano segue um padrão, onde é ensinado, aprendido e por fim, reproduzido. Deste modo, existem quatro técnicas aplicadas pelo terapêuta comportamental que, em conjunto, contem o objetivo de ensinar o paciente a lidar com o próprio comportmento, associando as técnicas de relaxamento para resultar em uma nova atitude. A autora nos detalha o que é uma terapia de aversão e o quão prejudicial o resultado da mesma tende a apresentar, destacando que, nos Estados Unidos, aplicar este tratamento é considerado perigoso e uma violação de conduta profissional. Mostra-nos casos onde fora aplicado tal terapia e sua falha, como "O caso Masters e Johnson", em que um casal de estudiosos da sexualidade alegavam terem obtido êxito na conversão com 55 pessoas, porém, anos mais tarde surgiram provas de que não houve eficiência. Outro caso que a autora apresenta que é resultante em falha, é o do pesquisador Robert L. Spitzer, que aplicou a terapia na tentativa de converter 200 homossexuais em heterossexuais, concluindo eficiência e resistindo a críticas da comunidade científica durante 11 anos, até assumir publicamente o quão inoperante foi, desculpando-se. Em síntese, exibe-nos fatos históricos e a ineficácia de diversos métodos com a finalidade da conversão sexual, salientando os danos que podem ocorrer e a obrigatoriedade, por lei, da indenização. Contudo, defende a ideia de que, mesmo sendo voluntário optar pelo tratamento de reorientação sexual, é de suma importância uma análise da conduta do psicólogo que oferta. Pois, se o paciente está na busca por uma reversão, o mesmo está com uma vulnerabilidade psicológica, portanto, sujeito a riscos. Neste contexto, é defendido pela autora que não deve utilizar tratamento que não foi comprovado cientificamente, para evitar frustração ao paciente e agravamento da situação, caso haja ineficácia. Todavia, a pesquisadora expõe que o Magistrado decidiu que o Conselho Federal de Psicologia não deve privar os psicólogos de pesquisar ou atendimento profissional e que tal decisão ignorou na classificação internacional de doenças, o diagnóstico de orientação sexual Egodistônica, em que a pessoa não duvida de sua sexualidade, porém deseja modificá-la por associá-la a um distúrbio. Por este víés, é importante auxiliar o paciente a compreender que sua sexualidade é algo da natureza humana, não desordem psicológica. E consequentemente, aplicar apenas métodos comprovados cientificamente, o que não é o caso da terapia de reorientação sexual, apresenta a autora. Embora não seja mais realizadado estudos sobre este viés da sexualidade, entende-se que o profissional da psicologia que oferecer este tipo de tratamento não contem isenção de ser civilmente reponsabilizado, salvo quando o paciente atendido sofrer danos psicológicos. Por fim, a pesquisadora conclui em seu trabalho a hipótese de uma responsabilidade civil do profissional da psicologia que aplicar a reorientação sexual no ordenamento jurídico, ressaltando que a discussão não tende a ser encerrada brevemente e que seu objetivo foi atinigido, gerar uma discussão no âmbito científico sobre uma parcela da sociedade que é digna de respeito na mesma intensidade que a outrem, a comunidade homossexual.