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Pratos e eixo: este é o componente que mais chama a atenção.

Os pratos são os discos onde os dados são armazenados. Eles são feitos,
geralmente, de alumínio (ou de um tipo de cristal) recoberto por um material
magnético e por uma camada de material protetor. Quanto mais trabalhado for
o material magnético (ou seja, quanto mais denso), maior é a capacidade de
armazenamento do disco. Note que os HDs com grande capacidade contam
com mais de um prato, um sobre o outro. Eles ficam posicionados sob
um eixo responsável por fazê-los girar. Para o mercado de PCs, é comum
encontrar HDs que giram a 7.200 RPM (rotações por minuto), mas também há
modelos que alcançam a taxa de 10.000 rotações. Até pouco tempo atrás, o
padrão do mercado era composto por discos rígidos com 5.400 PRM. Claro
que, quanto mais rotações, melhor;

Cabeça e braço: os HDs contam com um dispositivo chamado cabeça (ou


cabeçote) de leitura e gravação. Trata-se de um item de tamanho bastante
reduzido que contém uma bobina que utiliza impulsos magnéticos para
manipular as moléculas da superfície do disco e assim gravar dados. Há uma
cabeça para cada lado dos discos. Este item é localizado na ponta de um
dispositivo denominado braço, que tem a função de posicionar os cabeçotes
acima da superfície dos pratos.

Olhando por cima, tem-se a impressão de que a cabeça de leitura e gravação


toca nos discos, mas isso não ocorre. Na verdade, a distância entre ambos é
extremamente pequena. A "comunicação" ocorre pelos já citados impulsos
magnéticos.

Nos HDs mais atuais, a cabeça de gravação conta com dois componentes, um
responsável pela gravação e outro direcionado à leitura. Em dispositivos mais
antigos, ambas as funções eram executadas por um único componente;

Atuador: também chamado de voice coil, o atuador é o responsável por mover


o braço acima da superfície dos pratos e assim permitir que as cabeças façam
o seu trabalho. Para que a movimentação ocorra, o atuador contém em seu
interior uma bobina que é "induzida" por imãs.

Note que o trabalho entre esses componentes precisa ser bem feito. O simples
fato de a cabeça de leitura e gravação encostar na superfície de um prato é
suficiente para causar danos a ambos. Isso pode facilmente ocorrer em caso
de quedas, por exemplo.

Gravação e leitura de dados


A superfície de gravação dos pratos é composta por materiais sensíveis ao
magnetismo (geralmente, óxido de ferro). O cabeçote de leitura e gravação
manipula as moléculas deste material por meio de seus polos. Para isso, a
polaridade das cabeças muda em uma frequência muito alta: quando está
positiva, atrai o polo negativo das moléculas e vice-versa. De acordo com esta
polaridade é que são gravados os bits (0 e 1). No processo de leitura de dados,
o cabeçote simplesmente "lê" o campo magnético gerado pelas moléculas e
gera uma corrente elétrica correspondente, cuja variação é analisada pelo
controlador do HD para determinar os bits.

Para a "ordenação" dos dados no HD, é utilizado um esquema conhecido


como geometria dos discos. Nele, o disco é "dividido" em cilindros, trilhas e
setores:

As trilhas são círculos que começam no centro do disco e vão até a sua borda,
como se estivessem um dentro do outro. Estas trilhas são numeradas da borda
para o centro, isto é, a trilha que fica mais próxima da extremidade do disco é
denominada trilha 0, a trilha que vem em seguida é chamada trilha 1 e assim
por diante, até chegar à trilha mais próxima do centro. Cada trilha é dividida em
trechos regulares chamados de setores. Cada setor possui uma capacidade
determinada de armazenamento (geralmente, 512 bytes).

E onde entra os cilindros? Eis uma questão interessante: você já sabe que um
HD pode conter vários pratos, sendo que há uma cabeça de leitura e gravação
para cada lado dos discos. Imagine que é necessário ler a trilha 42 do lado
superior do disco 1. O braço movimentará a cabeça até esta trilha, mas fará
com que as demais se posicionem de forma igual. Isso ocorre porque
normalmente o braço se movimenta de uma só vez, isto é, ele não é capaz de
mover uma cabeça para uma trilha e uma segunda cabeça para outra trilha.

Isso significa que, quando a cabeça é direcionada à trilha 42 do lado superior


do disco 1, todas as demais cabeças ficam posicionadas sobre a mesma trilha,
só que em seus respectivos discos. Quando isso ocorre, damos o nome de
cilindro. Em outras palavras, cilindro é a posição das cabeças sobre as
mesmas trilhas de seus respectivos discos.

Note que é necessário preparar os discos para receber dados. Isso é feito por
meio de um processo conhecido como formatação. Há dois tipos de
formatação: formatação física e formatação lógica. O primeiro tipo é justamente
a "divisão" dos discos em trilhas e setores. Este procedimento é feito na
fábrica. A formatação lógica, por sua vez, consiste na aplicação de um sistema
de arquivos apropriado a cada sistema operacional. Por exemplo, o Windows é
capaz de trabalhar com sistemas de arquivos FAT e NTFS. O Linux pode
trabalhar com vários sistemas de arquivos, entre eles, ext3 e ReiserFS.
Memória Flash

É onde os dados são armazenados. A memória flash, que é o


mesmo tipo de memória encontrada nas memórias USB (“pen
drives”) e cartões de memória de câmeras digitais, não perde o
seu conteúdo quando sua alimentação elétrica é cessada,
diferentemente do que acontece com a memória (RAM) do
computador. SSDs são caros porque utilizam muita memória
flash.

As memórias flash podem ser fabricadas com duas tecnologias


diferentes: NAND e NOR. O tipo usado em todos os
dispositivos listados acima é NAND e por essa razão você
poderá ver alguns fabricantes chamando memória flash de
“NAND”. A tecnologia NOR permite a execução de programas e
é basicamente usada em telefones celulares.

As memórias flash estão disponíveis em dois tipos diferentes


de densidade de memória: SLC (Single-Level Cell ou Célula de
Nível Único) e MLC (Multiple-Level Cell ou Célula de Múltiplos
Níveis). Nos chips SLC cada circuito de armazenamento dentro
do chip grava apenas um bit de informação, enquanto que nos
chips MLC cada circuito armazena mais de um bit de
informação. Por conta disso, os chips MLC são mais baratos do
que os chips SLC, já que um chip MLC pode armazenar mais
informações do que um chip SLC. Por esta razão, SSDs que
utilizam chips MLC são mais baratos, enquanto que unidades
mais caras utilizam chips SLC.

Apesar de em teoria MLC ser uma sigla que engloba chips de


memória de qualquer número de bits por célula, normalmente
ela é usada para referir-se a chips que armazenam dois bits
por célula, enquanto chips com densidade de três bits por
célula são chamados TLC (Triple-Level Chip).
Como os bits de dados dentro do chip estão mais próximos um
do outro, chips TLC apresentam uma taxa de erros maior que
chips MLC, que por sua vez apresentam uma taxa de erro
maior do que chips SLC. É importante notar que esses erros
não são percebidos pelo o usuário: o controlador do chip tem
um mecanismo de correção de erros que detecta tais erros e
os automaticamente corrige. No entanto, localizar e corrigir os
erros leva tempo, refletindo em um menor desempenho. Em
outras palavras: chips TLC são mais lentos do que chips MLC,
que por sua vez são mais lentos do que chips SLC.

Além disso, chips TLC têm uma vida útil menor do que chips
MLC, que por sua vez têm uma vida útil menor do que chips
SLC (memórias flash têm uma quantidade finita de vezes que
você pode gravar/apagar dados nelas). Normalmente chips
SLC permitem até 100.000 ciclos de apagamento/escrita,
enquanto que chips MLC permitem até 10.000 ciclos de
apagamento/escrita. Alguns chips MLC mais baratos e chips
TLC possuem um limite menor do que este.

Assumindo que você tenha uma unidade de 64 GiB, esses


limites permitem que você grave 64 GiB de dados 100.000
vezes em uma unidade SLC e 64 GiB de dados 10.000 vezes
em uma unidade MLC.

Mas qual será a durabilidade da unidade? Isto dependerá do


número de ciclos de escrita/apagamento que o usuário efetuar
por dia. Se assumirmos um usuário gravando 50 GiB de dados
todos os dias (que é um valor extremamente alto e colocaria o
usuário na categoria profissional, "heavy user" ou mesmo
corporativo), uma unidade com chips MLC de 64 GiB duraria 35
anos (64 GiB x 10.000 / 50 GiB / 365 dias) enquanto
uma unidade com chips SLC de 64 GiB duraria 350 anos (64
GiB x 100.000 / 50 GiB / 365 dias). É claro que para unidades
MLC/TLC com um número máximo de ciclos
de escrita/apagamento diferente você deverá ajustar as contas.

Obviamente dependendo do uso do computador você pode


escrever bem mais do que 50 GiB de dados por dia (por
exemplo, servidores), drasticamente reduzindo a vida útil da
unidade. É por isso que para o ambiente corporativo
(servidores) o tipo de SSD recomendado é o que utiliza chips
SLC. Desta forma, unidades usando chips SLC são
classificadas como "para ambientes corporativos", enquanto
que unidades usando chips MLC são classificadas como "para
consumidores" e unidades usando chips TLC são classificadas
como "de entrada".

Fabricantes de SSDs normalmente indicam a durabilidade da


unidade através de um parâmetro chamado TBW (Total Bytes
Written), que é a quantidade de bytes que o usuário pode
gravar antes de a unidade parar de funcionar. A quantidade de
dados que um usuário grava por dia depende exclusivamente
do usuário. Seguindo o mesmo exemplo dado, de 50 GiB de
dados gravados por dia em uma unidade com um TBW
rotulado de 100 TiB, temos que a vida útil esperada é de 2.000
dias (100 TiB / 50 GiB = 2.000) ou cinco anos e meio. Note que
50 GiB é uma quantidade colossal de dados, e
possivelmente apenas usuários profissionais que trabalham
com gravação de uma enorme quantidade de dados ou
servidores atingirão este valor. Um usuário comum
possivelmente grava menos de 2 GiB por dia, e nesta condição
teríamos uma vida útil de 50.000 dias ou 137 anos. Como você
pode ver, a vida útil depende da quantidade de dados que o
usuário grava por dia na unidade, sendo um parâmetro muito
difícil de prever, visto que cada usuário possui hábitos de uso
diferentes.

Apenas reforçando que apenas operações de escrita


(gravação) contam para o decréscimo da vida útil do SSD.
Operações de leitura não têm influência neste parâmetro.

Buffer de Memória

Um chip de memória SDRAM de baixo consumo é usado para


acelerar a comunicação entre o controlador e a interface de
comunicação. Nem todos os SSDs utilizam este recurso.

Controlador

Este é o coração do SSD e o componente que dirá o quão


rápido ele é. Algumas empresas fabricam este tipo de chip,
incluindo a Indilinx, a Intel, a Samsung, a JMicron, a Silicon
Motion, a Phision, a Marvell, entre outras. Os controladores
organizam o arranjo de memórias flash em “canais”, que em
teoria podem ser acessados independentemente, isto é, em
paralelo. Portanto um controlador com dez canais
provavelmente será mais rápido do que um controlador que
organiza a memória em oito canais. Nós dissemos
“provavelmente” porque o desempenho depende também de
outros fatores. O chip controlador pode ainda ser chamado
“SOC” ou “System on a Chip”.

Alguns controladores utilizam compressão de dados para


aumentar o desempenho da unidade. Com a compressão de
dados ativada, menos dados são transferidos e, portanto, o
desempenho é aumentado. Nem todos os dados são
"compactáveis" e, por isto, este ganho de desempenho só
ocorre quando são armazenados dados "compactáveis".

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