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Departamento de Química e Bioquímica

Licenciatura em Química

Métodos Instrumentais

DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA E
VARIAÇÃO DE ENTALPIA DE FUSÃO DO
ÁCIDO BENZÓICO E ALGUNS DOS SEUS
DERIVADOS POR DSC.

ESTUDO POR TG DA PERDA DA ÁGUA DE


HIDRATAÇÃO DO CuSO4.5H2O.

Ana Catarina Santos

Ana Filipa Ferreira

Beatriz Fernandes

PL3 G2

2017/2018

Trabalho experimental realizado no dia 8 de Novembro de 2017


Objetivo
Com este trabalho pretendeu-se estudar a relação entre o ponto de fusão e variação de entalpia de alguns compostos,
nomeadamente o benzeno e alguns dos seus derivados ácidos aminoetoxibenzóicos, tendo em conta as diferentes
posições dos substituintes no anel.

Determinação da perda de massa do sulfato de cobre hidratado quando uma amostra deste composto é aquecida de forma
controlada em atmosfera de azoto. Estes ensaios, seguidos também visualmente através de uma câmara de filmar,
permitirão determinar a quantidade de água perdida e as que temperaturas a que essa perda de água se verifica.

Material, Reagentes e Instrumentação


Para o DSC, foram necessários dois cadinhos, uma balança analítica e um calorímetro diferencial por varrimento Hitachi
DSC7020. Quanto aos reagentes, o nosso grupo testou o ácido 2-amino-5-metoxibenzóico.

Em TG, utilizou-se dois cadinhos, um termogravímetro STA7200RV e sulfato de cobre penta-hidratado.

Procedimento Experimental
Para a experiência de DSC, determinou-se o peso do cadinho vazio com a tampa para depois se calcular a massa da
amostra do ácido 2-amino-5-metoxibenzóico colocado de seguida. No lado direito do DSC colocou-se o cadinho com a
amostra e no esquerdo um cadinho vazio, como ponto de referência. Ligou-se o azoto com um fluxo de 50ml/min e
programou-se a temperatura no intervalo [130,175]°C. Realizou-se a experiência e anotou-se os resultados e guardou-se o
gráfico.

No caso do TG, repetiu-se a pesagem do cadinho vazio e calculou-se a massa da amostra do ácido 2-amino-5-
metoxibenzóico, colocando o cadinho num dos lados da balança e no outro colocando um cadinho vazio. Ligou-se o azoto
com um fluxo de 200ml/min e programou-se a para um aumento de temperatura de 25 a 400°C. Realizou-se a experiência
e anotou-se os resultados, guardou-se o gráfico e fotografou-se a evolução da desidratação da amostra ao longo do tempo.
Registo de Resultados
Calorimetria Diferencial por Varrimento

174mJ/mg
2.942min
153.5Cel
0.54mW
DSC mW

Composto Tf/°C Hf/mJ/mg


2A5M 153,5 174

Gráfico 1: DSC do ácido 2-amino-5-metoxibenzóico

Tabela 1: Dados referentes ao DSC

no DSC das aulas valores literatura


composto Tf /ºC ΔHfus /J*g -1
Tf /ºC ΔHfus /J*g-1
ácido Benzóico 121.7 148 122.35a 147.2a
ácido 2-amino-5-
153.3 172 151.8b 136.9b
metoxibenzóico
ácido 2-amino-3-
170.9 168 169.9b 144.8b
metoxibenzóico
ácido 3-amino-4-
207.1 186 204.7b 151.6b
metoxibenzóico
ácido 4-amino-3-
190 198 189.2b 151.2b
metoxibenzóico

Termogravimetria
14.22%

4.41mg
TG mg
TG %

14.40%

7.35%

4.46mg

2.28mg

Gráfico 2: Gráfico termogravimétrico do sulfato de cobre pentahidratado


Tabela 2: Dados referentes à termogravimetria

Percentagem mássica
Perda nº Intervalo de temperatura/°C Massa perdida/mg
perdida/%

1 55-100 14,22 4,41

2 100-140 14,40 4,46

3 205-260 7,35 2,28

Figura 1: Imagens referentes ao cadinho em diversos momentos, dos 2,5 aos 22,5 minutos

Discussão de Resultados
Variação das temperaturas de fusão e entalpias de fusão
no ácido benzóico e seus derivados
225
200
175
150
125
100
75
50
25
0

Tfusão

• Para a fusão do ácido 2-amino-5-metoxibenzóico obtivemos o valor de Tf de 153,5 ºC, próximo do valor de
referencia 151,8 ºC. Obtivemos um valor de 174 J*g-1 para a variação de entalpia, bastante elevado relativamente
ao valor de literatura.
o Em relação ao ácido benzoico verificamos que a adição de qualquer substituinte aumenta a sua
temperatura de fusão e entalpia de fusão. Esta alteração deve-se ao aumento da massa molecular do
ácido. Quanto mais estável é o composto, maior a sua temperatura de fusão e entalpia de fusão.
o No ácido 4-amino-3-metoxibenzóico o grupo metoxi, um grupo volumoso, encontra-se em posição para
em relação ao grupo carboxilato. Esta molécula é assim a que tem uma maior temperatura de fusão,
devida à sua enorme estabilidade.
o Nos outros derivados do ácido benzoico analisados, o grupo metoxi encontra-se sempre em posição orto
relativamente ao grupo carboxilato.
o Nos ácidos 4-amino-3-metoxibenzóico e 2-amino-3-metoxibenzóico os grupos amino e metoxi estão em
posição para entre eles. Isto confere-lhes bastante estabilidade. Porém, no ácido 4-amino-3-
metoxibenzóico o grupo amino está mais afastado do grupo carboxilato. Assim, este último é mais
estável, tendo uma maior temperatura de fusão.
o No ácido 2-amino-5-metoxibenzóico a proximidade do grupo amino ao grupo carboxilato e o afastamento
do grupo amino e do grupo metoxi levam a uma menor estabilidade, tendo este uma temperatura de
fusão inferior à dos outros derivados.
Concluímos que a proximidade dos grupos metoxi e carboxilato diminui a estabilidade, a proximidade dos grupos
amino e metoxi aumenta a estabilidade, e a proximidade dos grupo amino e carboxilato diminui a estabilidade.

• Para a desidratação do sulfato de cobre pentahidratado podemos concluir que existem 3 perdas, de frações
relativas 2, 2 e 1. Assim, concluímos que 5 moléculas de água tinham sido todas removidas quando a temperatura
atingiu cerca de 260ºC, tendo saído duas entre as temperaturas de 55ºC e 100ºC, outras duas entre o 100ºC e
140ºC e a última entre os 205ºC e os 260ºC.
A perda de água a diferentes temperaturas revela que as ligações entre o sulfato de cobre e a água não são todas
iguais. A saída das primeiras quatro águas é referente às águas que estão ligadas por forças de Van der Waals ao
cobre. A quinta molécula de água está ligada aos iões sulfato através de ligações de hidrogénio.

Bibliografia
aStandards, calibration and guidelines in microcalorimetry. Part 2.Calibration standards for Differential Scanning Calorimetry
(IUPAC Technical Report) G. Della Gata, M. J. Richardson, S. AN M. Sarge and S. Stolen. Pure Appl. Chem. 78, 1455-1476
(2006)

bThermodynamic Study on the Sublimation of Five Aminomethoxybenzoic Acids Manuel J. S. Monte, Ana R. R. P. Almeida,
and M. Agostinha R. Matos. J. Chem. Eng. Data 55, 419-423 (2010)

cAtkins, P. Princípios de Química, 3ª Ed., Porto Alegre: Bookman, 2006. (p. 106 e cap. 5.8)

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