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”
anos? Devemos renegociar os juros com a Europa?
“A nal o que é a dívida?” foi o tema do debate Fronteiras XXI no dia 5 de Abril de 2017, na
RTP3. ("https://fronteirasxxi.wpengine.com/divida/)
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07/04/2018 O debate sobre a dívida portuguesa em 20 perguntas | Fronteiras XXI
prepararam o país para um choque na economia como aquele que se veri cou em
2007/2008”.
3. A dívida nacional é composta sobretudo pela dívida das empresas não nanceiras
(40%) e do Estado (36%), enquanto as famílias representam apenas 24%…
A dívida das famílias é aquela com menor peso e tem vindo a ser reduzida, explica
Fernando Alexandre. Lembrando que 81% do valor da dívida é crédito à habitação, o
professor de Economia da Universidade do Minho adianta que as famílias têm feito um
grande esforço para cumprir os seus pagamentos, com “milhares de portugueses a
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emigrarem para poder continuar a pagar a casa”. O crédito das famílias deverá, aliás,
continuar a cair de forma substancial, defendeu, com as estimativas a apontarem para uma
quebra de 25% no crédito à habitação a cada 5 anos.
8. Mas é possível dissociar a dívida pública da dívida dos privados: banca, empresas ou
famílias?
A dívida do Estado “está intrinsecamente ligada” à dos privados, diz Paes Mamede. “A
montante da culpa dos bancos temos de pensar que foram os governos que decidiram
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conduzir a uma
privatização tão
acelerada [do
sector
nanceiro]”,
recorda. Para
Fernando
Alexandre a
forma como o
Estado cresceu
também
arrastou as
famílias e as
empresas.
“Grande parte do
endividamento na construção está nas parcerias público- privadas e o Estado teve culpa
nisso”, a rma. Já em relação à dívida pública, lembra que temos um Estado de primeiro
mundo, com infra-estruturas, um sistema de saúde e de educação muito bons, mas uma
economia que parou de crescer no novo milénio. “A economia não acompanhou a
materialização dos direitos dados aos portugueses”. Por isso, para o professor de
economia, “o resgate da Troika é a maior falha da democracia portuguesa: quando o
Estado falha os seus pagamentos, põe em causa os direitos da Constituição”.
9. Foi essa política de estímulo orçamental à economia que levou o Estado a perder o
Norte?
“Foi o passo para o abismo”, reconhece Fernando Alexandre. Mas o problema começou
antes. “O ano de 2002 foi muito importante, porque foi quando as despesas com
prestações sociais ultrapassaram as despesas com salários no Orçamento do Estado”,
explica, considerando que a di culdade não está nos salários, mas sim no controlo da
despesa com prestações sociais.
pública a partir de 2008 explica-se essencialmente com dois factores: por um lado, o
aumento do perímetro das contas públicas (dívida das empresas públicas passou a ser
considerada em Orçamento ) e o impacto tremendo que a crise internacional e o programa
de ajustamento tiveram nas mesmas contas.
14. O controlo da dívida não depende também de uma boa gestão da política
macroeconómica da Europa?
Esse é um dos problemas da arquitectura da União Europeia, reconhece Ricardo Paes
Mamede. O problema fundamental é a dívida externa, que nos leva à crise e no facto de, na
União Europeia, não existir uma solução para resolver estes problemas, argumenta.
“Infelizmente é mais fácil dar explicações absurdas como os países do Sul gastarem em
copos e mulheres, do que dar explicações realistas sobre a origem do problema”.
serviço público. “As primeiras auditorias externas foram realizadas. Claro que houve
resistências, claro que o ministro das Finanças saiu passado pouco tempo, por essa e por
outras razões”, recorda, acrescentando que essas auditorias teriam sido o primeiro grande
passo para a reforma estrutural do Estado.
16. Este ano está previsto em orçamento de Estado o pagamento de oito mil milhões de
juros. Não são insustentáveis?
Segundo Miguel Cadilhe essa é uma despesa corrente que o Estado não pode evitar.
“Portugal devia propor à Europa uma menor taxa de juro na parte que é nanciamento da
Europa. Porque não faz sentido que as instituições europeias ganhem algum dinheiro que
seja com a situação de necessidade que vivemos no país”. Por outro lado, adianta, o
Estado tem a facilidade de ter o BCE a comprar dívida, taxas de juro baixíssimas. Se as
taxas de juro subirem…
Alexandre.
“Temos um
stock imenso de
dívida que vai
ser pago por
cada vez menos
pessoas”, alerta.
O professor de
Economia cita
previsões do
Instituto
Nacional de
Estatística que
mostram que,
em 2050/2060,
40% dos portugueses terá mais de 65 anos. “Será uma população mais pequena e com
menor capacidade produtiva. Ou seja a dívida per capita será muito mais elevada”. Por
isso, remata, “este é um grande problema que deve ser tido em consideração”.
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