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Curso: Direito
Componente Curricular: Filosofia jurídica
Professor: Robson Tramontina
Período: 2º
Acadêmica: Eduarda Companhoni
Filosofia do Direito
Este trabalho tem como objetivo analisar e discutir sobre a filosofia do direito,
seus principais problemas e a sua história. A filosofia jurídica pode ser entendida
como uma abordagem filosófica do direito, ou ainda como o entendimento da
natureza e do contexto do empreendimento jurídico. Qual é o objetivo de se estudar
Filosofia do Direito? O que ela faz? Com o que se ocupa? Para que serve?
A axiologia jurídica estuda o direito como ele “deve ser”, não como ele é. A
axiologia é a ciência dos valores. Esses desempenham um papel orientador na
conduta dos homens e das sociedades. As ações humanas são orientadas por
valores. São exemplos de valores: justiça, verdade, beleza, bem, utilidade.
Exemplos de questões de axiologia jurídica: Qual a relação entre o direito e os
valores? Qual a finalidade do direito?
A moral e o direito não se diferem. Há uma conexão entre eles. Pode-se dizer que o
moral engloba o jurídico. O legal não é uma esfera independente.
Encerrado o período da Filosofia Grega, o grande movimento filosófico que o
sucede é a chamada Filosofia Medieval de caráter cristão. Os medievais, imersos na
atmosfera cristã e envolvidos nos novos cenários de organização sócio-política-
econômica vigentes, se ocuparam predominantemente dos temas cristãos.
A característica mais marcante da Filosofia Medieval foi, em função da força
da instituição religiosa cristã, o teocentrismo. Nesse período, hegemonicamente, são
defendidas as mesmas teses do período anterior. Entretanto, há algumas diferenças.
A primeira delas é a de que o direito natural tem ordem divina. Deus passa a
substituir a natureza. Temos assim, o Jusnaturalismo teológico.
A segunda diferença é que existem três tipos de leis: a lei eterna, a lei natural
e a lei humana (tipologia de São Tomás de Aquino). A lei eterna é própria vontade
de Deus, criador do Universo, enquanto rege a vida de todas as criaturas, racionais
e irracionais. Ela caracteriza-se por ser universal e imutável.
A lei natural é a participação do indivíduo na lei eterna. A participação da lei
eterna na criatura racional, enquanto regra do seu agir, é chamada de lei natural. Ela
é estabelecida pela razão e o primeiro preceito da lei natural é: deve-se fazer o bem
e evitar o mal.
A lei humana é produzida pelos homens com o propósito de manter a paz e
incitar a virtude. Como nem todos os homens agem de acordo com a razão e
procuram o bem, ou seja, alguns agem por paixão ou inclinação ao vício, é
necessário refreá-los, obrigando-os a agir por temos do castigo.
Para Tomás de Aquino, a lei humana só é lei quando deriva da lei natural,
caso contrário, é corrupção de lei.
No lugar do teocentrismo surge uma forte supervalorização do homem, que
passa a ocupar o centro das atenções. E esse homem é portador de uma Razão
confiável o bastante para poder descartar toda e qualquer realidade que não se
harmonizava com as ideias e com os valores encampados por essa Razão.
Nessa fase, conhecida como período moderno, ocorrem mudanças
significativas nos mais diversos campos, científico, cultural, religioso, econômico e
filosófico. O teocentrismo perde espaço para antropocentrismo, a fé para a razão.
Ocorre a fragilização da distinção entre direito natural e o direito positivo e
atribui-se um peso maior ao direito positivo. Por defenderem que o direito natural
tem como base o homem, mais precisamente, a razão humana, temos o
jusnaturalismo antropológico ou racionalista.
Um dos autores mais importantes desse período é Hobbes. De acordo com
ele existem as leis naturais, que vigem no estado de natureza e as leis civis,
vigentes no estado civil.
Outro autor significativo desse período é Kant. Para ele, a moral e o direito
tratam e referem-se à esferas diferentes. A moral, diz respeito a questões de
consciência e não é coativa e o direito trata de questões externas e caracteriza-se
pela coação. O que define uma ação moral é o móbil da ação, aquilo que a motivou,
enquanto que ação jurídica necessita ser conforme a lei, não importando o que levou
o indivíduo a agir daquela forma.
O período contemporâneo da filosofia do direito estrutura-se a partir da
positivação e posterior constitucionalização dos direitos e liberdades naturais. Aquilo
que era natural, positiva-se. Dois exemplos de documentos legais que positivam o
direito são: Habeas Corpus Act de 1679 (Inglaterra) e a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão de 1789 (França).
Nesse período não existe o direito natural, existe apenas o direito posto ou
reconhecido pelo Estado e o direito independe da moral. Não existe conexão entre
direito e moral.