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Adoro ler livros, desde pequena. Especialmente aqueles que me levam a sonhar, a
imaginar e a criar coisas novas.
Tenho muito boas recordações das leituras da minha infância. Não havia Natal em que
não recebesse, pelo menos, um livro, o que me deixava sempre muito feliz. Era capaz de o
devorar num piscar de olhos! Foi sempre assim, desde que me lembro. E não é por acaso, que
tenho uma pilha de livros na minha cabeceira. Por vezes, leio um livro de fio a pavio. Mas se me
apetecer leio um capítulo de um, um capítulo de outro, e satisfaço assim, a minha fome por
variedade.
(ligação)
Comprar um livro novo ou receber um, é sempre motivo de alegria para mim. Quem
não gosta de abrir um livro novinho em folha e cheirar aquele aroma delicioso a papel impresso?
É sabido que ler faz bem ao nosso intelecto, mas faz, também, maravilhas à alma. Eu faço
da leitura uma forma de meditação, um meio de me distanciar da realidade e de nutrir a minha
pessoa durante algumas – muitas - páginas.
(pausa)
Mas a razão porque escrevi este livro? Bom, existem livros maravilhosos sobre bem-estar,
auto-ajuda, mindfulness… Só ainda não tinha encontrado um que falasse sobre a nossa
“passagem” pelas quatro estações do ano.
Por vezes andamos tão distraídos com as nossas vidas, que as mudanças sazonais nos
passam quase despercebidas. E quando falo de mudanças, não me refiro apenas a tirar a roupa de
Inverno do armário, quando o tempo quente se vai embora, ou a comprar flores enquanto ainda
é Primavera. A mudança de estação é muito mais do que isso.
Quando passamos de uma estação para outra, fazemos pequenas adaptações à nossa
rotina diária, muitas vezes sem darmos por isso. É fácil habituarmo-nos aos dias festivos do
Verão, altura em que podemos vestir roupa leve, tomar um bom batido de morango e ser livres
durante as férias. Mais difícil, para algumas pessoas – não todas -, é despedir-se desta estação e
abrir os braços aos dias cinzentos que se avizinham. Estas mudanças podem tornar-se aborrecidas
ou mesmo incómodas, como se tivéssemos uma pedra dentro do sapato. Há até quem fique
depressivo, no sentido literal da palavra. Nem sempre a mudança é
Existem, contudo, pequenas coisas que podemos fazer para tornar estas transições confortáveis e
alegres. E o que proponho neste livro é celebrar as dádivas de cada nova estação, com pequenos
rituais, receitas e dicas para cada estação do ano.
Espero que gostem.
Ana
A estação das flores e do crescimento (aproveitar para crescer em todas as áreas – pessoal,
profissional, relações, etc.)
Corpo e mente
Muitas vezes, a saúde das pessoas fica comprometida na mudança de estação. Por
exemplo, no Inverno surgem as constipações, gripes, otites e uma série de inflamações que
acabam por ser despoletadas pelo frio ou por outros fatores, como a passagem de muito tempo
em locais fechados e pouco ventilados. Na Primavera, são as alergias que aparecem com a
libertação dos polens das flores. Mas todas estas enfermidades sazonais são não mais do que um
indicador de que o nosso corpo precisa de algo para aumentar a nossa imunidade.
Então, como ajudar o nosso corpo a adaptar-se a um ambiente sempre em mutação?
Receitas
Alimentos da estação:
Não misturar muitos alimentos de cada vez.
Bebida – Refresco de…
Prato –
Sopa –
Granola –
Rituais
Eu faço estes banhos em todas as estações do ano, pois todas elas são especiais e… diferentes…
Incenso de ervas aromáticas (smudge sticks) – purificar o ar com boas energias e aromatizar o
ambiente.
Meditação da primavera
Afirmações positivas
All year around
Respirar ar puro
Hidratação
Comer bem, conscientemente e sazonalmente (mastigar bem, almoçar e jantar cedo)
Mover o corpo (yoga, caminhar…)
Descansar o suficiente (corpo e mente)
Meditação
Ouvir boa música
Florais de Bach
Oil pulling
Banhos
Banho de floresta
E se não tivermos tempo para um passeio na floresta, que tal trazer a floresta até nós?
Um simples banho de imersão com ramos de pinheiro bravo, é uma boa forma de fazer
um banho relaxante de floresta, mas no conforto da nossa casa. É, simultaneamente, um banho
de recuperação e relaxamento.
As agulhas de pinheiro têm propriedades balsâmicas, anti-inflamatórias, rubefacientes,
analgésicas, expetorantes, descongestionantes, mucolíticas e antisséticas. Auxiliam em diversas
situações, tais como, infeções respiratórias (constipações, bronquites, faringites, tosse seca, tosse
irritativa, tosse com muco, rouquidão…), sinusites, dores reumáticas, cistites e problemas de pele.
Atuam, também, de forma benéfica em problemas do sistema cardiovascular e do sistema
nervoso, por terem um efeito calmante e sedativo no nosso corpo. Melhoram a nossa imunidade
pois são ricas em minerais, oligoelementos, vitaminas (B, C, K e P), taninos, caroteno,
antocianinas e alcalóides.
Para além de limparem o corpo de toxinas acumuladas, promovem, a um nível mais
espiritual, a concentração de mentes dispersas, o enraizamento, o alívio da ansiedade, fadiga
mental e depressão e clarificam sentimentos de angústia e de culpa.
Se for um purista, nada como ir até à floresta ou a um pinhal e recolher, com as próprias
mãos, as míticas agulhas de pinheiro bravo que irão ser utilizadas no banho. As agulhas podem
ser colhidas durante todo o ano, mas é no Inverno que as suas propriedades estão em plena
força.
Antes de começar este ritual de bem-estar, é bom ter em conta alguns conselhos:
A melhor altura para fazermos este banho é à noite, pelo menos, uma hora depois de um
jantar leve e antes de nos irmos deitar. É uma forma de relaxarmos o nosso corpo para
conseguirmos um sono reparador.
Para disfrutarmos em pleno deste banho, devemos tomar um duche para nos libertarmos
de toda a sujidade superficial acumulada no nosso corpo, ao longo do dia.
Devemos encontrar uma posição confortável para os nossos músculos e até podemos
colocar uma toalha dobrada sob a cabeça, que nos ajudará a ficar ainda mais relaxados.
Depois de secos, devemos envolver-nos numa manta quente, durante alguns minutos,
sem fazer nada, para finalizarmos o ritual de relaxamento.
Este banho pode ser feito até duas vezes por semana. Feito em demasia, pode
desencadear reações alérgicas na pele.
A versão mais rápida deste banho consiste em colocar bastantes agulhas de pinheiro
dentro de um saco de pano e coloca-lo na torneira, por onde passará a água corrente
quente, que encherá a banheira até que a água fique um pouco abaixo da altura do peito
(zona do coração).
Para uma versão mais elaborada, faz-se uma decocção de 150 g de agulhas de pinheiro
em 3 l de água, que ferverá durante 30 minutos. Depois, mistura-se este líquido
medicinal e as agulhas na água quente do banho. Podemos coar o líquido da decocção se
não quisermos sentir as agulhas na água.
A versão mais simples e económica, ou para quem só tem chuveiro em vez de banheira,
é fazer a decocção acima descrita e, depois do duche, verter o líquido morno pelo corpo,
com a ajuda de um pequeno recipiente. Não é realmente um banho, mas sim uma forma
de nos acalmarmos e libertarmos de energias mais pesadas.
Por vezes, não é fácil ausentarmo-nos da nossa rotina para irmos até à floresta, com a missão de
apanhar agulhas de pinheiro para o nosso banho reparador. Por isso, outra forma de trazermos a
floresta até nós, é usarmos o óleo essencial de pinheiro.
Para um banho aromático, adicionam-se 4 a 8 gotas deste óleo essencial numa banheira de água
morna. No caso de peles sensíveis, 3 a 5 gotas diluídas numa colher de chá de um óleo vegetal
leve, são o suficiente para um poderoso banho de imersão.