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All content following this page was uploaded by Francisco Correia de Oliveira on 12 January 2015.
Introdução
Este tópico explicita os elementos e conceitos centrais do campo da estratégia para que
se possa compreender como as prescrições deste campo se adaptam para as organizações
escolares. Deste modo, discutem-se significado de estratégia para as organizações e o
conceito decorrente de gestão estratégica e de seus componentes essenciais.
O conceito de estratégia remonta de vários séculos anteriores aos clássicos da teoria
das organizações. A palavra estratégia tem origem na Grécia e designava a arte dos generais
Os estrategos eram os comandantes supremos que eram escolhidos nas situações de guerra
(MAXIMIANO, 2000).
A apropriação metafórica pela literatura gerencial se dará principalmente a partir dos
anos 50, numa orientação contrastante com o discurso gerencial preponderante da
administração científica de Frederick Taylor e seus seguidores (GIMENEZ, 2000).
Maximiano (2000) identifica esta apropriação como tendo sido gerada pela necessidade das
empresas de realizarem objetivos em situações de concorrência semelhantes às situações de
guerra e de jogos. Deste modo, estratégia em negócios teria como significado a astúcia, a
tentativa de enganar ou superar o concorrente pela aplicação de um procedimento inesperado.
Desde então, são comuns nas obras de administração as referências às estratégias de linhas de
produtos, estratégias de marketing, estratégia empresarial, ao planejamento estratégico, e
outras.
O conceito passou por alguns aprimoramentos concernente a seu uso na administração
de negócios. A seguir serão expostas as definições de alguns dos principais autores desta área.
Chandler (1962) entende estratégia empresarial como o processo de estabelecer metas
e objetivos de longo prazo para a empresa, e de adotar cursos de ação e alocar recursos para
atingi-lo.
Ansoff (1977) identifica, a partir de autores que desenvolveram a teoria dos jogos,
dois conceitos para estratégia: o primeiro, que o autor chamou de estratégia pura, entende
estratégia como uma manobra ou um conjunto de manobras de uma empresa (como o
desenvolvimento de produtos ou a articulação de uma nova campanha de marketing); o
segundo conceito, chamado de estratégia maior ou mista, refere-se a uma regra estatística de
decisão para ajudar a escolher uma estratégia pura que a empresa deve adotar em uma
determinada situação.
Para Porter (1991), estratégias são posições genéricas, especificamente comuns e
identificáveis no mercado. Tais estratégias genéricas são divididas em três grupos:
diferenciação ou a procura pela característica distintiva dos produtos e serviços em relação
aos concorrentes; liderança de custo ou a oferta de produtos e serviços mais baratos; e
focalização, esta relacionada à identificação de um nicho para a exploração da melhor
maneira possível.
Mintzberg e Quinn (2001) discutem o conceito de estratégia agregando outras
dimensões e características na tentativa de entender o conceito em toda sua amplitude. Estes
autores procuram envolver várias abordagens para a definição de estratégia e optam por
apresentar cinco definições, nas quais a estratégia é apresentada conforme exposto a seguir:
Estes autores ainda apresentam algumas reflexões acerca da natureza da estratégia nas
organizações. Como áreas gerais a respeito da estratégia, os autores agregam que: a estratégia
refere-se tanto à organização quanto ao ambiente; é essencialmente complexa; afeta o bem-
estar de toda a organização; envolve questões de conteúdo e de processo; as estratégias não
são puramente deliberadas; existem diversos tipos de estratégias; e, finamente, as estratégias
envolvem vários processos de pensamento.
2.1 A gestão estratégica
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A gestão das organizações pela perspectiva estratégica é uma proposta coerente com o
ambiente turbulento no qual as organizações contemporâneas estão inseridas e que, apesar de
ter seu desenvolvimento metodológico inicialmente direcionado à grandes instituições
empresariais, pode ser aplicada à qualquer natureza de organização, inclusive as organizações
escolares públicas ou privadas, desde que resguardadas suas peculiaridades.
A consideração da conjuntura ambiental interna e externa, a determinação da missão e
a perspectiva de longo prazo deste modelo de gestão serão, portanto, adequados às
organizações escolares, na medida que possibilita o aprimoramento das atividades nos níveis
de decisões de relações externas, pedagógico-educativas e administrativo-gerenciais.
Assim, para as escolas de natureza privada, a metodologia da gestão estratégica é
aplicável sem restrições e já é possível a verificação de casos de aplicação deste modelo,
conforme comentado no texto (cf. item 3). Em nível de escola pública, a estrutura de
planejamento sugerida pelos órgãos de gestão da educação no Brasil já incorpora as
prescrições metodológicas do planejamento e da gestão estratégica.
Deste modo, a adaptação e aprimoramento das proposições da gestão estratégica
constitui elemento essencial para o modelo gestão escolar integrativo que contempla os vários
fatores incidentes sobre a gestão da instituição escolar, e que dê o suporte necessário para que
a escola desenvolva de forma satisfatória sua função secular de desenvolvimento e formação
do cidadão e da sociedade.
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