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PF ataca esquema bilionário de

exploração ilícita de madeira da


Amazônia
Operação Arquimedes, deflagrada nesta quinta-
feira, 18, mira interromper o fluxo do transporte
clandestino de madeira extraída ilegalmente da
floresta amazônica e destinada a grandes
comerciantes madeireiros no Brasil, na Europa e
nos Estados Unidos.
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/pf-ataca-esquema-bilionario-de-
exploracao-ilicita-de-madeira-da-amazonia/
Fausto Macedo e Julia Affonso
18 Janeiro 2018 | 08h53

A Polícia Federal, em conjunto ao Ibama e com apoio do Ministério


Público Federal, deflagrou nos portos de Manaus a Operação Arquimedes nesta
quinta-feira, 18. A ação mira interromper o fluxo do transporte clandestino de
madeira extraída ilegalmente da floresta amazônica e destinada a grandes
comerciantes madeireiros no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos.

Em nota, a Federal informou que os trabalhos já se estendem por mais de


trinta dias. A PF afirma que a operação, iniciada a partir de um alerta da Receita,
reteve com autorização judicial, até agora, 444 containers dos quais 20% já foram
periciados. O material apreendido até o momento, se colocado de forma linear,
cobriria um percurso de 1,5 mil quilômetros, o que equivaleria à distância entre
Brasília e Belém, aproximadamente.

Os policiais federais e fiscais do Ibama identificaram fraudes nos


Documentos de Origem Florestal (DOFs), que deveriam atestar a legalidade da
extração e da origem da madeira. Dentre as irregularidades, foram encontrados
DOFs cancelados ou falsificados, bem como diferenças substanciais entre o
atestado nos documentos e o conteúdo dos containers, entre elas volumetria e
descrição das espécies exploradas.

Segundo a PF, os dois portos são responsáveis pelo escoamento da quase


totalidade da produção de madeira extraída na Amazônia Legal. As madeiras
retidas por ilegalidade documental eram originárias de exploração nos estados de
Roraima, Rondônia e Amazonas e em torno de 50% delas teria como destino a
Europa e os EUA.

“As investigações, agora, visam a identificar as pessoas físicas e jurídicas


envolvidas na extração ilegal, no transporte e na comercialização do que está
sendo considerado pelas autoridades como uma das maiores apreensões
mundiais de madeira beneficiada realizada em portos”, diz a nota da PF.

Os envolvidos responderão pelos crimes contra a flora previstos na Lei de


Crimes Ambientais e receptação previsto no Código Penal podendo, inclusive,
haver responsabilização penal da pessoa jurídica conforme disposto na legislação
ambiental.

O nome da operação tem origem na cultura grega que relata a técnica


utilizada por um filósofo para encontrar volumes de materiais a partir da imersão
em um recipiente com água. Técnica que inspirou os peritos da Polícia Federal
para realizar a medição do volume do material apreendido.

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