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Como tecer a Introdução do TCC

Posted by Pablo Amorim | jan 12, 2018 | Teorias | 2 |


Eis abaixo um roteiro construído especialmente para meus alunos da
Universidade Católica de Brasília, na disciplina Metodologia de Pesquisa em
Comunicação, neste momento engajados na construção da Introdução de seus
Trabalhos de Conclusão de Curso, o TCC. Serve igualmente como roteiro básico
para quaisquer outras monografias, dissertações de Mestrado ou teses de
Doutorado:
por Hugo Studart

REFLEXÕES PRELIMINARES

Todo ato singular requer um tempo dedicado às preliminares. Um jantar


oferecido a alguém especial, por exemplo, exige uma reflexão sobre o cardápio,
desde os tira-gostos até a sobremesa e o vinho. Comprar os ingredientes, preparar
o jantar e arrumar a casa também faz parte das preliminares. Se contarmos no
relógio, muitas vezes o tempo ocupado nos preparativos é maior do que o usufruto
do ato em si, o jantar.

também deve ser a preparação de qualquer capítulo de um trabalho


acadêmico, começando pela Apresentação – também chamada de Introdução.

O mestre Umberto Eco sugere na obra Como se faz uma tese (São Paulo:
Perspectiva, 23ª Ed., 2010) que, antes de darmos início ao trabalho, deve-se definir
o seguinte:
a) Tema geral do trabalho – ou seja, exatamente qual assunto, em linhas gerais, o
pesquisador pretende tratar? Tomemos, a título de exemplo, o caso concreto da
minha aluna Evely Leão. Ela quer fazer um TCC sobre Jornalismo Investigativo. Mas
há muitas perspectivas sobre o assunto, como a análise de conteúdo de um caso
específico, ou compreender os parâmetros da investigação jornalística. Depois de
muita reflexão, Evely decidiu que gostaria de compreender o jornalista
investigativo, aquele sujeito obsecado pelo “furo”, que vive “farejando” notícias
inéditas, chamado pelos próprios coleguinhas de “perdigueiro”. Assim, no caso em
questão, ela decidiu qual será o tema geral do trabalho, que pode ser expresso da
seguinte forma: “Pesquisar e compreender quem são, o que pensam e como
trabalham os jornalistas investigativos brasileiros”.
b) Título do trabalho – depois de definir o tema geral do trabalho e pelo foco da
pesquisa, hora de sintetizá-lo em título e subtítulo. Assim, a título de sugestão:
“Nariz de perdigueiro: Quem são, o que pensam e como trabalham os jornalistas
investigativos brasileiros”.
c) Problemas – Hora de retornar à primeira infância, àquela fase dos “por quês”, e
fazer o maior número possível de perguntas sobre o tema escolhido. Quanto mais
perguntas e problemas forem apresentados, melhor. Um bom método de refletir
sobre os problemas é fazer as chamadas Indagações Fundamentais da Filosofia:
Quem sou? De Onde Vim? Onde estou? Para onde vou? Todo e qualquer tema
comporta essas indagações. No exemplo em questão: a) Quem são os principais
jornalistas investigativos brasileiros? b) De onde veio essa especialidade; c) Em que
ponto está? Ou seja, no atual momento, o Jornalismo Investigativo ainda está em alto
prestígio em matéria de salários e prêmios? d) Por fim, quais as tendências nos
próximos anos? Prossiga com as perguntas e a busca dos problemas. “O que leva um
jornalista à desejar tanto um furo?”; “Qual o método que usam para apurar uma
reportagem exclusiva?”; “Por que tantos deles trabalham no limite, até mesmo
relegando a segundo plano suas famílias ou colocando em risco a própria vida?”;
“Intuição versus razão: até onde funciona o faro do perdigueiro e quando é
necessário planejar racionalmente a reportagem?”.
d) Sumário indicativo – Umberto Eco sugere ainda que o pesquisador defina o
índice da pesquisa. Não se trata de um índice definitivo, mas tão-somente de um
roteiro prévio de trabalho. Definir o índice, explica Eco, força o pesquisador a refletir
sobre o que ele quer exatamente fazer, e qual caminho pretende seguir. Ou seja,
força um planejamento. Lembro que nem todos os problemas levantados no item
anterior precisam ser respondidos ou serem abordados no trabalho. No exemplo em
questão, a estudante Evely decidiu pelo seguinte roteiro prévio: 1) Definição e
discussão sobre que seria a especialidade do Jornalismo Investigativo e quais os
parâmetros básicos da investigação jornalística; 2) Levantamento histórico dos
principais casos de jornalismo investigativo no Brasil nos últimos 21 anos, a partir
do impeachment de Collor; 3) Inventário das premiações, os jornalistas mais
premiados e dos repórteres investigativos mais conhecidos do país e de Brasília; 4)
No limite: o Caso Tim Lopes e outros casos de jornalistas que arriscam a própria vida
por um furo 5) Os Perdigueiros: Estudos de caso com perfis-entrevistas com cinco
jornalistas investigativos; e) Conclusão.

A INTRODUÇÃO

Lembrem-se de que até este ponto apenas trabalhamos nas reflexões


preliminares, nos preparativos para o trabalho em si, que é a construção
da Introdução do TCC. Assim, cuidado para não confundir uma coisa com outra.
Planejar o cardápio de um jantar, fazer compras, arrumar a casa e cozinhar, tudo
isso faz partes das preliminares de um jantar oferecido a alguém especial. Mas o
jantar é o objetivo final. Assim, todo o resultado das reflexões preliminares não
precisa estar obrigatoriamente exposto na Introdução. Parte das reflexões será
aproveitada, outra parte descartada.
Outro ponto a tomar cuidado é o de não confundir a Introdução de um
trabalho acadêmico com a pesquisa em si. O trabalho está contido no conjunto dos
capítulos. A Introdução pode ser considerada o capítulo zero do trabalho. Trata-se
de um resumo sobre tudo o que será tratado ao longo do trabalho, com foco especial
na questão metodológica.
A partir deste ponto, tratemos de como tecer uma Introdução de um TCC – Trabalho
de Conclusão de Curso. Abaixo, encontra-se apenas o roteiro do capítulo
zero, Introdução, não o roteiro de todo o trabalho. Há alguns diferentes roteiros.
Esclareço que as indicações se encontram em sintonia com o Manual da
Universidade Católica de Brasília.

1. CABEÇALHO, TÍTULO, SUBTÍTULO, IDENTIFICAÇÃO


Comecemos pela capa: cabeçalho contendo a Universidade, curso, disciplina,
indicação do trabalho, identificação do aluno e do professor, etc.

Na sequência, título e subtítulo do trabalho. Para o TCC em si, serão


necessárias outras informações, como dedicatória, agradecimentos, Sumário, etc.
Mas para este trabalho em si, não precisa.

2. RESUMO

Explicar em poucas linhas do que trata o trabalho. Entre cinco e dez linhas é
de bom tamanho. Com as respectivas palavras-chave. O mesmo traduzido para o
inglês.

3. O OBJETO

Abrir a Introdução explicando o tema em linhas gerais. Se a Introdução pode


ser definida como o resumão do TCC, nesta parte deve-se fazer um resumo do
resumão.
Os acadêmicos mais tradicionalistas recomendam objetividade máxima, sem
qualquer literatura. Umberto Eco é um deles. Dentro da chamada Ciência Pós-
Moderna, ao contrário, estimula-se a chamada “narrativa” com viés literário. Minha
opção pessoal é pela narrativa, com textos caprichados, especialmente em se
tratando de Comunicação e Jornalismo. Mas essa opção deve ser tomada pelo
pesquisador em conjunto com seu orientador.

O essencial é deixar absolutamente explicitado, nessa parte inicial do capítulo


zero, Introdução, exatamente qual é o objeto central do TCC.
Também é necessário fazer a delimitação do assunto estudado, de forma objetiva e
clara. Todo trabalho acadêmico precisa ter um período delineado, um início e um
fim, tempo no qual a pesquisa vai se concentrar. Ainda que você não respeite por
inteiro os marcos temporais, é necessário explicitá-los.

É igualmente relevante, neste ponto, o estabelecimento dos objetivos geral e


específicos do trabalho.

Assim, retornemos ao exemplo usado acima, um TCC sobre o chamado Jornalismo


Investigativo:

a) O objeto a ser pesquisado são os jornalistas investigativos. Obviamente a autora


do trabalho vai explicar isso de forma mais detalhada e exuberante, de preferência
com um bom texto, como convém a um jornalista.

b) O objeto pode ser delimitado de duas maneiras. Primeiro, decidir se vai estudar
exclusivamente os jornalistas brasilienses, ou os brasileiros, ou ainda os
internacionais. No caso em questão, a aluna decidiu pelos brasileiros. Segundo,
delimitar o período a ser estudado. Nesse caso, o ideal é um período de 20 anos,
entre 1992, quando têm início as grandes reportagens investigativas que resultaram
a abertura do processo de impeachment do presidente Collor, em 2012. Pode
começar antes, em 1974, no Caso Watergate, marco mundial do Jornalismo
Investigativo, que levou o presidente Richard Nixon à renúncia. Mas nesse caso, o
Brasil vivia um período de censura prévia à imprensa. O Jornalismo Investigativo
tem início de fato no Brasil a partir do fim da censura, em 1979, e tem seu apogeu
no Caso Collor.

c) Quanto ao objetivo geral: “estudar e compreender quem são e o que pensam os


jornalistas investigativos brasileiros”. Podem ser definidos entre dois e cinco outros
objetivos específicos, como, por exemplo, explicar a metodologia de apuração de
alguns jornalistas premiados; delimitar os principais casos do jornalismo
investigativo brasileiro nos últimos 20 anos; identificar os jornalistas mais
premiados e/ou mais reconhecidos.

4. JUSTIFICATIVA
Explicado qual o objeto do trabalho, delimitado espaço e tempo e explicitado os
objetivos gerais e específicos, ora de justificar a escolha do tema, sua relevância e
contribuições. Em outras palavras, é preciso explicar por que o Objeto escolhido é
relevante para a sociedade.
Neste ponto, as reflexões preliminares serão extremamente úteis. Uma sugestão é
construir o texto a partir das indagações fundamentais da Filosofia, anteriormente
apresentadas. Ou seja, quem sou, de onde vim, onde estou e para onde vou?

a) Quem sou? – Ora, em nosso exemplo, pode-se iniciar a Justificativa escrevendo


sobre o arquétipo do jornalista farejador, o “perdigueiro”, internacionalmente
alastrado a partir do Caso Watergate e do exemplo do repórter Bob Woodward,
do Washington Post.
b) De onde vim? Apresentar um pequeno histórico do objeto escolhido. No caso em
questão, os jornalistas investigativos brasileiros, pode-se lembrar do fim da censura,
do fortalecimento da imprensa livre na década de 1980, do ápice do Jornalismo
Investigativo na década de 1990, a partir do processo de impeachment do Collor,
etc. É recomendável um pouco de dados e de estatísticas. Nesse caso, pode-se citar
a onda da criação de prêmios jornalísticos nesse período e, a título de exemplo,
informar qual o percentual de reportagens investigativas foi agraciada no período
no mais prestigiado dos prêmios, o Prêmio Esso de Jornalismo.
c) Onde estou? Qual a situação desse Objeto no presente? Fazendo uso do mesmo
exemplo, explicar se o Jornalismo Investigativo permanece com a mesma força e
prestígio de há 20 anos, ou estaria perdendo espaço para outras modalidades, como
as questões sociais?
d) Para onde vou? – Recomendável ainda uma breve análise sobre as perspectivas
do Objeto. No exemplo estudado, pode-se abordar a questão da censura indireta
através de processos judiciais, um freio à Liberdade de Imprensa e, em
consequência, ao Jornalismo Investigativo. Há várias outras maneiras de apresentar
uma análise sobre as perspectivas do tema escolhido.
e) Meu contato pessoal com o objeto – É recomendável também expor qual o
contato pessoal do investigador com o objeto escolhido e deixar claro por qual razão
esse objeto é relevante para mim. Lembro que, em muitos casos, o trabalho tem viés
essencialmente autobiográfico. Desde quando me interesso pelo assunto? O que já
conheço do tema? Quais contribuições eu posso dar para a sociedade pesquisando
esse tema? Recomendável não quer dizer obrigatório. Vai depender de cada caso.
Ressalvo que há inúmeras maneiras de apresentar esse item JUSTIFICATIVA. Acima,
apenas uma sugestão de roteiro.

5. PROBLEMAS E HIPÓTESE
Hora de apresentar as indagações que o tema levanta. Mesmo que você não
tenha as respostas. Mas apresentar, principalmente, as questões sobre as quais você
pretende buscar respostas
Ato contínuo, apresentar a Hipótese central da pesquisa. Quanto às hipóteses
secundárias, são optativas. Pode ressalvar que a Hipótese é apenas um Norte, não
um dogma a ser buscado e comprovado.

dentro do exemplo em questão, pode-se apresentar uma Hipótese bem


singela, do tipo: “Trabalho com a Hipótese de que os jornalistas investigativos são
essencialmente movidos pelos ideais de ajudar a construir um mundo melhor, ecos
do sistema de representações e de valores do Iluminismo”. Ou ainda: “Trabalho com
a Hipótese de que os jornalistas investigativos são movidos pela ambição do
reconhecimento público, buscando essencialmente premiações, aumentos salariais
e promoções na carreira”.

6. METODOLOGIA

Talvez seja a parte mais difícil da Introdução. Contudo, é também essencial.


É neste ponto que o autor do trabalho vai deixar claro como pretende viabilizá-lo.
Afinal, como você pretende construir seu Trabalho de Conclusão de Curso?

a) Coerência – O pesquisador precisa ter coerência com seu próprio sistema de


representações e de valores. “Conhece-te a ti mesmo”, ensina o velho Sócrates. É
preciso, portanto, que o pesquisador saiba se é herdeiro da clássica Academia de
Platão, que encarava o mundo como ideia, movido pelo idealismo; ou acaso
identifica-se mais com a Escola de Aristóteles, que buscava compreender o mundo
dentro dos sentidos da matéria –visão, audição, tato, olfato, paladar… O pesquisador
é um iluminista ou um relativista? Liberal, positivista ou marxista? Acredita na
objetividade das Ciências Sociais, entre elas a Comunicação, ou prefere buscar
compreender a Sociedade a partir das reflexões filosóficas? Pois se o autor da
pesquisa for um neoplatônico e iluminista, por exemplo, jamais se sentirá à vontade
trabalhando com as teorias da Escola de Frankfurt. Se, ao contrário, for um neo-
aristotélico, positivista ou marxista, dificilmente conseguirá navegar pelo
pensamento filosófico da Escola Francesa sobre as representações e o sistema de
valores. Enfim, é preciso que cada um encontre sua própria “turma”. Mas saiba que
todo e qualquer Objeto escolhido pode dialogar com reflexões de praticamente
todas as escolas teóricas. Não é necessário explicitar isso no texto. É optativo. Mas é
essencial que o autor faça essas reflexões.
b) Quadro teórico – É obrigatório a apresentação do Quadro Teórico. Explicitar a
escola teórica na qual vai trabalhar. No caso dos Estudos da Comunicação, temos
como principais escolas as de Chicago (semiótica, signo); Frankfurt (comunicação
de massa); Inglesa (estudos da Cultura); Francesa (a comunicação de massa revista
a partir da Cultura e de outros temas); Estudos da Comunicação Digital, etc.
c) Autores preferenciais – No caso de um TCC, basta citar um bom formulador
teórico. E explicar as linhas gerais do pensamento e as razões da escolha. Esclareço
que no exemplo do trabalho sobre os jornalistas investigativos brasileiros, a autora,
Evely Leão, uma neoplatônica, segundo ela própria se descobriu, optou pela Escola
Francesa, buscando dialogar com Roger Chartier e com seus estudos sobre
Representações, Valores e Imaginário.
d) A pesquisa – Será quantitativa ou qualitativa? Quantos serão pesquisados e
analisados? Ainda no exemplo em questão, sobre os jornalistas investigativos, a
pesquisa será quantitativa combinada com qualitativa. A autora pretende
inventariar todas as reportagens investigativas consagradas no Prêmio Esso, nos
últimos 20 anos, e analisar o conteúdo de cinco delas. Também pretende buscar o
ranking dos jornalistas mais premiados do Brasil nos últimos 50 anos, e depois listar
os 20 principais jornalistas investigativos ainda em atividade. Por fim, de posse
dessas duas listas, optou por entrevistar e tecer o perfil de cinco deles, em pesquisa
qualitativa, de acordo uma escolha pessoal que vai levar em conta o cruzamento do
trabalho deles com o acesso possível.
e) Fontes – Escritas ou orais? Documentos, livros, jornais, filmes, vídeos,
narrativas? O autor tem que deixar claro onde quais as fontes que pretende utilizar
e onde pretende consegui-las. Ainda no exemplo em questão, serão fontes escritas e
orais. No caso das escritas, a autora optou por pesquisar relação das reportagens
investigativas consagradas pelo Prêmio Esso, o mais antigo e prestigiado no país, já
com mais de 50 anos consecutivo. Também trabalhará com jornais, revistas e
televisão, onde foram publicadas as reportagens. Igualmente, trabalhará com fontes
orais, ou seja, as narrativas pessoais dos jornalistas escolhidos para que tenham
seus perfis traçados. Preliminarmente, a autora já definiu trabalhar com o jornalista
Lúcio Flávio, o mais premiado e conhecido repórter de seu Estado natal, Belém; com
dois jornalistas de Brasília; e com dois jornalistas de Estados próximos, Rio, São
Paulo ou Minas, a serem contatados. Enfim, essas definições precisam estar
explicitadas nessa parte da Introdução.
f) Citações – Atenção. Da Todo e qualquer trabalho acadêmico requer diálogo
teórico. Como toda e qualquer reportagem exige frases das fontes. As citações
acadêmicas, com as respectivas notas de rodapé, podem entrar na Justificativa. Mas
nesse item, Metodologia, são obrigatórias. Pelo menos na parte sobre a opção teórica
e os autores escolhidos.
g) Nota de Rodapé – Outro detalhe: trabalho acadêmico requer notas explicativas
de rodapé. Se o autor se referir ao “Prêmio Esso, o mais antigo e prestigiado prêmio
do jornalismo brasileiro”, deve incluir uma nota explicativa sobre quando foi
fundado, por quem, quais as categorias contempladas, etc. Sempre com a fonte de
informação, que pode até mesmo ser o site do Esso.

7. ORGANIZAÇÃO
A penúltima parte da Introdução é a indicação da organização do trabalho, isto é, das
partes que o compõem, não se trata de fazer um Sumário. É um pouco mais que isso.
O objetivo é explicar em linhas gerais, em três ou quatro linhas, o que pretende
abordar em cada um dos capítulos. Obviamente o autor vai partir do Sumário
Indicativo, anteriormente decidido durante das Reflexões Preliminares. Assim, e
ainda no mesmo exemplo:
No Capítulo 1. “O que é Jornalismo Investigativo”, planejo apresentar as diferentes
definições e levantar as discussões sobre que seria a especialidade do Jornalismo
Investigativo e quais os parâmetros básicos da investigação jornalística;

No Capítulo 2, “Breve História dos Grandes Furos”, pretendo fazer um levantamento


histórico dos principais casos de jornalismo investigativo no Brasil nos últimos 2o
anos, a partir do processo de impeachment do presidente Fernando Collor até 2012.
No Capítulo 3, (…) até o último capítulo, “Conclusão”.

8. BIBLIOGRAFIA INVENTARIADA

Por fim, apontar a bibliografia. Tanto a bibliografia utilizada para a construção do


capítulo zero, a Introdução, mas principalmente a bibliografia já identificada para a
construção do futuro TCC.
Ainda dialogando com o exemplo acima, há dois tipos de bibliografias a serem
inventariadas. Primeiro, livros que falem sobre a especialidade do Jornalismo
Investigativo. Segundo livros que contenham grandes reportagens investigativas.
Um livro obrigatório, obviamente, é o clássico dos clássicos do tema, Todos os
homens do presidente, de Bob Woodward e Carl Bernstein, no qual os dois repórteres
do Washington Post revelam os bastidores de como passaram dois anos apurando e
publicando a série de reportagens sobre o Caso Watergate, que levou o presidente
Richard Nixon à renúncia, em 1974.
Além dos livros e recortes de jornais e revistas sobre o tema escolhido para a
pesquisa, é preciso também inventariar os livros e autores teóricos pertinentes.
Nessa parte do trabalho, não é preciso ainda ler. Mas somente e tão-somente
pesquisá-los, descobrir o que existe, se existem, onde estão e como consegui-los.

Uma Introdução de trabalho acadêmico deve ter oito páginas em média. No


mínimo seis páginas, no máximo dez. Seguindo esse roteiro acima, apresentando
bem o que precisa ser apresentado, justificando com pertinência o que precisa ser
justificado, apresentando os problemas e hipótese, detalhando a metodologia, vai se
chegar a algo entre seis e oito páginas.

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