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DINAR CAMOTIM
CILMAR BASAGLIA
NUNO SILVESTRE
1. INTRODUÇÃO
Figura 1.2 – Edifícios (i) “Turning Torso” (Suécia) e (ii) “Burj Al Arab” (Dubai)
1
Estruturas Metálicas (de Aço)
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Estruturas Metálicas (de Aço)
3
Estruturas Metálicas (de Aço)
• Nesta disciplina apenas se vão abordar disposições contidas nas Partes 1.1 (regras gerais e
regras para edifícios), 1.5 (estruturas laminares planas) e, eventualmente, 1.8 (ligações).
Note-se que algumas das Partes referidas atrás não se encontram ainda traduzida em
português – encontram-se em vários “estágios de evolução” (muito provavelmente,
algumas delas não chegarão msmo a ser traduzidas).
• Apresentar-se-ão ainda vários anexos da Parte 1.1 da versão anterior do EC3 (ENV
– estatuto de Pré-Norma Europeia), os quais deixaram de figurar na nova versão (EN).
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Estruturas Metálicas (de Aço)
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Estruturas Metálicas (de Aço)
- Análise Elástica
Rígido-Plastica
- Análise Plástica Elástica-Perfeitamente Plástica (conceito de rótula plástica − RP)
Elasto-Plástica (espalhamento)
- Outros Fenómenos
corte
Parafusos tracção
- Ligações aparafusadas corte + tracção
Conjuntos de parafusos
Deslocamentos
- Estados Limites de Utilização (Serviço)
Vibrações
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Estruturas Metálicas (de Aço)
• Para combinações de acções que incluam uma acção sísmica, há ainda que satisfazer as
disposições relevantes do Eurocódigo 8 (EC8). Estas disposições serão abordadas na
disciplina de “Dinâmica e Engenharia Sísmica”.
(I) – (V)
Esforços de Dimensionamento
Comprimentos de Encurvadura
(VI) (VII)
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Estruturas Metálicas (de Aço)
• A geometria da secção transversal dos perfis é, muitas vezes, condicionada pelos requisitos
específicos de uma determinada aplicação, o que faz com que existam secções com uma
enorme variedade de formas e dimensões (sobretudo no caso dos perfis enformados
a frio). A figura 3.1 mostra as geometrias das secções de alguns dos perfis de aço utilizados
com mais frequência em estruturas de edifícios: secções em U, C, Z, “hat”, “rack” e I.
Elemento interior
Elementos salientes
Elemento interior
Figura 3.2 – Defnição dos elementos (paredes) interiores e salientes de uma secção
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Estruturas Metálicas (de Aço)
(σcr)EL
Encurvadura Local
4 3 2 1
ε
(i) Classe 1 – secções em que se pode atingir a resistência plástica e, para além disso,
existe capacidade de rotação suficiente para que se forme uma rótula plástica.
fy
M M
Mpl Mpl
EL EL
fy ϕpl ϕ ϕpl ϕ
Mpl
(ii) Classe 2 – secções em que se pode atingir resistência plástica, mas sem ser possível
garantir capacidade de rotação suficiente para que se forme uma rótula plástica
(é necessário efectuar a verificação, a qual depende da ordem de formação das rótulas
plásticas na estrutura m análise).
fy
M M
Mpl Mpl
EL
EL
fy ϕpl ϕ ϕpl ϕ
Mpl
9
Estruturas Metálicas (de Aço)
(iii) Classe 3 – secções onde se pode atingir apenas a resistência elástica (tensão de
cedência na fibra mais solicitada), em virtude de os fenómenos de encurvadura
local impedirem que se chegue à resistência plástica.
fy
M M
Mpl
EL EL
Mel Mel
fy ϕ ϕel ϕ
Mel
σmax < fy
M M
Mpl Mpl
Mel Mel
Mmax
EL EL
σ fy
σ fy
10
Estruturas Metálicas (de Aço)
11
Estruturas Metálicas (de Aço)
• A figura A.1 ilustra fenómenos de encurvadura local em barras de aço com secção em I.
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Estruturas Metálicas (de Aço)
σ/σcr
b
σ b σ
b
δ
• Em “placas longas” (a >>b − em termos práticos, basta que se tenha a > 4 b), como é o caso
das paredes das barras metálicas com secção de parede fina, os valores de σcr são
(praticamente) independentes do comprimento da placa (a) e do grau de restrição à
rotação dos bordos transversais (de comprimento b). Esta característica deve-se ao facto
de o modo de encurvadura da placa envolver uma combinação de (i) várias semi-ondas
longitudinais, de comprimento igual à sua largura, com (ii) uma única semi-onda
transversal. Deste modo, pode dizer-se que uma placa longa se comporta como um
“conjunto” de placas quadradas ligadas entre si, conforme mostra a figura A.3, o que quer
dizer que os resultados relativos a placas quadradas são também válidos para placas longas.
b a >>b
σ b σ σ b σ
b b b b b
b b
Figura A.3 – Modo de encurvadura de uma placa quadrada e uma placa longa
• A título de exemplo, a figura A.4 mostra dois elementos estruturais constituídos por
placas longas e submetidos a compressão: (i) uma coluna tubular e (ii) um painel reforçado.
Em ambos os casos, podem obter-se estimativas (em geral, conservativas) da tensão crítica
das placas/paredes através de (A.1), pois são placas longas cujos bordos longitudinais se
admitem (conservativamente) como simplesmente apoiados (i.e., sem restrição à rotação).
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Estruturas Metálicas (de Aço)
(a) (b)
Figura A.4 – Elementos estruturais constituídos por placas longas: (a) coluna tubular e
(b) painel reforçado.
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Estruturas Metálicas (de Aço)
σ/σcr
σcr
Figura A.5 – Distribuições das tensões de compressão na placa antes e depois da bifurcação
σ/σcr
Placa Trajectórias de
Pós-encurvadura
Coluna 1
Bifurcação
Trajectória
Fundamental
q/t
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Estruturas Metálicas (de Aço)
admitir que σcr é a máxima tensão (carga) que as colunas podem suportar, essa hipótese é
claramente demasiado (excessivamente) conservativa no caso das placas.
• A resposta mais lógica à questão colocada no ponto anterior consiste em admitir que o
estado limite último da placa corresponde a atingir-se a tensão de cedência (fy) na
fibra mais solicitada. Esta situação está representada na figura A.8. Note-se que, ao admitir
esta hipótese se está a desprezar a “reserva de resistência elasto-plástica” da placa (o
colapso dá-se quando se atinge um ponto limite da trajectória). Esta resistência adicional, de
difícil determinação (é necessário um método numérico que contabilize o espalhamento da
plasticidade), é pequena e pode ser encarada como um “factor de segurança” − a figura A.8
ilustra este facto.
σ
Colapso
Reserva de resistência
elasto-plástica
σmax = f y σmax = f y
Figura A.8 – Estado último (cedência da fibra mais solicitada) e colapso da placa quadrada
• Subsiste a (muito importante) questão de saber para que carga (isto é , em que ponto da
trajectória de pós-encurvadura) se tem σmax=fy. Para resolver este problema, von Karman
sugeriu uma metodologia aproximada baseada nas seguintes duas ideias fundamentais (uma
delas é uma hipótese simplificativa que foi posteriormente validada experimentalmente):
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Estruturas Metálicas (de Aço)
IDEIA 1: Substituir a secção bruta com uma distribuição de tensões variável por uma
“secção efectiva” submetida a uma distribuição de tensões uniforme (ambas estaticamente
equivalentes ao esforço de compressão actuante) − a secção efectiva obtém-se removendo
material da zona central da placa (a zona mais “fraca”). No estado limite último da
placa, o valore do esforço normal (Nu) é então dado por
fy fy fy fy
be /2
b
be /2
b
N u = ∫ σ ( y ) t dy = b t σ u (secção bruta) N u = be t f y (secção efectiva)
0
onde σ u é a tensão média da placa no estado limite último (ou “colapso”). Igualando as
duas expressões, obtém-se
be
σu = fy
b
be / b
1
0.5
1 σm / σcr
Figura A.9 – Variação da largura efectiva com a tensão actuante (placa simplesmente apoiada)
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Estruturas Metálicas (de Aço)
2
π 2E t
σ cr = 4 2
(placa real)
12(1 − v ) b
2
π 2E t
σ cre =4 (placa efectiva − fictícia)
12(1 − v ) be
2
be
σu = f y = σ cr f y
b
σ1 σ1
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Estruturas Metálicas (de Aço)
• A expressão (A.3) também se aplica a placas com outras condições de fronteira (apoio)
− é válida para placas com combinações arbitrárias de distribuições de tensões actuantes
e condições de apoio. Os valores de kσ podem ser encontrados na literatura,
nomeadamente nas tabelas 4.1 e 4.2 do EC3-1-5 (para duas condições de apoio: (i) quatro
bordos simplesmente apoiados e (ii) três bordos simplesmente apoiados e um bordo
livre). A tabela A.1 ilustra alguns valores de coeficientes de encurvadura.
Coeficiente de
Condições de Fronteira Carga
encurvadura (kσ)
Compressão
4.0
Uniforme
Compressão
0.43
Uniforme
• Tal como as restantes esbeltezas normalizadas (de coluna, de viga, etc.), a “esbelteza
normalizada de (uma) placa”, definida como
fy
λp =
σ cr
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Estruturas Metálicas (de Aço)
valor de λ p próximo de 1.0 significa que ambos os fenómenos têm uma influência
significativa no colapso da placa.
• No caso de uma placa constituída por uma aço com E=210 GPa (103 N/mm2), tomando
em consideração (A.3) e fazendo ε = [235 / f y ( MPa )] , o valor de λ p é dado por
0.5
b/t
λp =
28.4 ε kσ
be
N u = be t f y = b t f y = ρ N pl
b
• Com base neste conceito, von Karman propôs a seguinte fórmula para determinar a
resistência útima de uma placa (a qual corresponde à curva da figura abaixo)
ρ = 1 se λp ≤ 1
1
ρ = λ se λp ≥ 1
p
σ
ρ σcr
fy
σ
δ fy
σcr
1 δ
1 / λp
λp
1
Note-se que os dois troços da curva correspondem ao colapso de placas em que se tem
(i) σcr > fy (troço horizontal) e (ii) (i) fy >σcr (troço horizontal) expressão que figura
no EC3 e a partir da qual se obtém directamente o valor da largura efectiva da placa
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Estruturas Metálicas (de Aço)
no seu estado limite último (be). Para além disso, é importante realçar a semelhança
formal entre a fórmula de von Karman e a expressão da curva de dimensionamento
de colunas perfeitas, estudada na disciplina de Estruturas Metálicas. A única (e muito
importante) diferença reside na troca de “ 1 / λ 2 ” (colunas) por “ 1 / λ p ” (placas), o que
traduz o facto de o dimensionamento de colunas não contabilizar qualquer resistência
de pós-encurvadura (a curva de colunas fica “abaixo” da de placas − ver a figura A.11).
σ
Placa “ideal”
σcr σmax = fy
Placa “real”
Figura A.10 – Trajectórias de equilíbrio e estados limites últimos das placas “ideais” e “reais”
ρ = 1 se λ p ≤ 0.673
λ p − 0.22
ρ = se λ p ≥ 0.673
λp 2
21
Estruturas Metálicas (de Aço)
expressão que ainda hoje figura em vários regulamentos, nomedamente no EC3. Deve
referir-se, no entanto, que os valores do coeficiente 0.22 e da esbelteza limite 0.673
têm sofrido variações resultantes de estudos mais recentes (a título de curiosidade, é
interessante mencionar que Winter propôs originalmente o valor 0.25 para o coeficiente).
• Finalmente, a figura A.11 mostra uma comparação entre as curvas de dimensionamento (i)
de von Karman, (ii) de Winter e (iii) baseada na carga crítica de bifurcação (semelhante
à curva de dimensionamento de colunas). É interessante observar que, para valores de λ p
superiores a cerca de 1.3, a curva de Winter (placas “reais”) passa a estar acima da
curva baseada na tensão crítica de bifurcação (placas “ideais” ), facto que reflecte a
contabilização da resistência de pós-encurvadura (note que a diferença aumenta com λ p ).
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Estruturas Metálicas (de Aço)
• A classificação faz-se com base na esbelteza dos elementos b/t, envolve o parâmetro
ε = 235 / f y e o coeficiente de encurvadura kσ. Depende ainda do tipo de elemento, o
qual pode ser interior (tratado como simplesmente apoiado) ou saliente (tratado como
apoiado-livre).
• Os valores limites de esbelteza dos elementos comprimidos são fixados com base em
análises estatísticas de resultados experimentais e/ou numéricos, os quais contabilizam a
influência de imperfeições geométricas iniciais, tensões residuais, etc.
• A classe de uma secção é maior das classes dos seus elementos comprimidos.
• A classe de uma secção depende (i) dos esforços que nela actuam, no estado limite último,
e (ii) do aço que a constitui (ver tabelas).
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Estruturas Metálicas (de Aço)
Figura 3.2
24
Estruturas Metálicas (de Aço)
Figura 3.3
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Estruturas Metálicas (de Aço)
Figura 3.4
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Estruturas Metálicas (de Aço)
Figura 3.5
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Estruturas Metálicas (de Aço)
EXEMPLO ILUSTRATIVO
b=210mm
t f =17.2mm
IPE 550
d=468mm
Aço S235 (fy=235 MPa = 235N/mm2) ⇒ ε=1
t w =11.1mm
Área A=13440 mm2
RESOLUÇÃO
Compressão uniforme
b − t w 210 − 11.1
c= = = 99.45 (desprezando os raios de concordância)
2 2
c 99.45
= = 5.78 < 9ε = 9 ⇒ Banzo de classe 1
tf 17.2
• Classificação da Alma
c 468
= = 42.2 > 42ε = 42 ⇒ Alma de classe 4 à compressão pura (classificação conservativa)
t w 11.1
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Estruturas Metálicas (de Aço)
Parcela Parcela
fy da flexão da compressão
N Ed
h1 fy =σ f +
A Eliminando σf
h c N
ψ f y = −σ f + Ed
h2 A
2 N Ed 2 × 1300 × 10 3
ψ fy ψ = −1= − 1 = −0.177
A fy 13440 × 235
502.4
h1 = = 426.85 mm h2 = h − h1 = 75.55 mm
1.177
(75.55 − 17.2)
ψw = − = −0.141 > −1
(426.85 − 17.2)
c 42ε 42
= 42.2 < = = 67.36 ⇒ Alma de classe 3
tw 0.67 + 0.33ψ w 0.67 − 0.33 × 0.141
∴ Secção de classe 3
29
Estruturas Metálicas (de Aço)
Como Npl,w=1221kN > NEd=750kN, a linha neutra plástica cruza a alma, como mostra a figura
3.18. Assim, o primeiro passo consiste em determinar a zona plastificada da alma devido ao
esforço normal, i.e.,
750 × 10 3
N Ed = cN tw f y ⇒ cN = = 287.52mm
11.1 × 235
c cN 468 + 287.52
αC = + = = 377.76 mm
2 2 2
αC 377.76
α= = = 0.807 > 0.5
c 468
c 396 ε 396
= 42.2 > = = 41.7
tw 13α − 1 13 × 0.807 − 1
c 456 ε 456
= 42.2 < = = 48.05 ⇒ Alma de classe 2
tw 13α − 1 13 × 0.807 − 1
∴ Secção de classe 2
fy fy
fy
αc
h c cN
fy fy
Zona da alma plastificada Zona da secção plastificada
devido a NEd=750kN devido ao momento flector
Figura 3.6 − Zonas plastificadas da secção devido ao esforço normal e ao momento flector
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Estruturas Metálicas (de Aço)
• Secções de Classe 1 e 2
- Resistência Plástica
- Critérios (diagramas) de interacção não lineares
N / Npl
Resistência plástica (a forma do diagrama
1 varia de secção para secção)
Resistência plástica (aproximação
linear – conservativa)
Resistência elástica
1 M / Mpl
• Secções de Classe 3
- Resistência Elástica
- Critérios (diagramas) de interacção lineares equivalente a
σ x , Ed ≤ f yd , (3.10)
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Estruturas Metálicas (de Aço)
N / Nel
1
1 M / Mel
• Secções de Classe 4
• Equivalência a
σ x , Ed ≤ f yd f yd = f y / γ M 0 , (3.11)
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Estruturas Metálicas (de Aço)
d=hw=249.6mm A=45.94cm2
tw=6.6mm Wpl.y=484cm3
IPE 270
b=135mm Wpl.z=96.95cm3
tf=10.2mm
de aço S235 (fy=235MPa), sujeita aos esforços NEd=580kN, My,Ed=25.5 kNm e Mz,Ed=16.4 kNm
RESOLUÇÃO
Af y 4594 × 235 × 10 −3
N pl , Rd = = = 1079.59 kN
γ M0 1.0
hwtw f y 235
N Ed = 580 kN > 0.5 N pl , w, Rd = 0.5 = 0.5 × 249.6 × 6.6 × × 10 − 3 = 193.56 kN
γ M0 1
hwtw f y 235
N Ed = 580 kN > N pl , w, Rd = = 249.6 × 6.6 × × 10 − 3 = 387.12 kN
γ M0 1
α β
M y , Ed M z , Ed
+ ≤1
M N , y , Rd M N , z , Rd
onde (i) MN,y,Rd e MN,z,Rd são momentos plásticos reduzidos pela presença de NEd e (ii)
α e β são constantes que dependem do tipo da secção
Secção em I: α = 2 ; β = 5 n mas β ≥ 1
N Ed 580
n= = = 0.537 ⇒ β=2.685 > 1.0
N pl , Rd 1079.59
33
Estruturas Metálicas (de Aço)
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Estruturas Metálicas (de Aço)
35
Estruturas Metálicas (de Aço)
(1 − n )
M N , y , Rd = M pl , y , Rd
(1 − 0.5 a )
W pl , y × f y 484 × 10 3 × 235 × 10 −6
M pl , y , Rd = = = 113.74 kNm
γ M0 1.0
(1 − 0.537 )
M N , y , Rd = 113.74 = 65.87 kNm ( > M y , Ed )
(1 − 0.5 × 0.401)
n ≤ a: MN,z,Rd=Mpl,z,Rd
n − a 2
n > a: MN,z,Rd=Mpl,z,Rd 1 −
1 − a
W pl , z × f y 96.95 × 10 3 × 235 × 10 −6
M pl , z , Rd = = = 22.78 kNm
γ M0 1.0
0.537 − 0.401 2
M N , z , Rd = M pl , z , Rd 1 − = 21.61 kNm (> M z , Ed )
1 − 0.401
Finalmente, tem-se
α β 2.685
M y , Ed M z , Ed 2
25.2 16.4
+ ≤ 1 ⇒ +
65.87 21.61 = 0.15 + 0.477 = 0.627 < 1
M N , y , Rd M N , z , Rd
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Estruturas Metálicas (de Aço)
• A VS das secções de Classe 4 requer, no caso mais geral, o conhecimento dos valores
das seguintes características geométricas:
• Os valores de Aeff, eNy e eNz são determinados numa secção efectiva obtida admitindo
que na secção bruta actua apenas Nc,Ed (esforço nomal de compressão)
• O valor de Weff,y,min é determinado numa secção efectiva obtida admitindo que na secção
bruta actua apenas My,Ed.
• O valor de Weff,z,min é determinado numa secção efectiva obtida admitindo que na secção
bruta actua apenas Mz,Ed.
• Deste modo, constata-se que, no caso mais eral, existem três secções efectivas diferentes.
A figura 3.9 ilustra as secções efectivas de uma secção em I com banzos iguais.
37
Estruturas Metálicas (de Aço)
• Passos
(i) Determinar os valores de ψ (os quais definem o diagrama das tensões actuantes) nos
elementos (paredes) comprimidos paralelos ao eixo de flexão, com base nos valores dos
esforços actuantes e nas propriedades da secção bruta.
(ii) Determinar os valores e a localização das larguras efectivas nos elementos comprimidos
paralelos ao eixo de flexão, através do seguinte procedimento:
fy b/t
λp = = . (3.12)
σ cr 28.4 ε kσ
- Elementos Internos
λ p − 0.055(3 + ψ )
ρ= para λ p > 0.673 [com (3 + ψ ) ≥ 0 )]
λ p2
- Elementos Salientes
λ p − 0.188 )
ρ= ρ=1.0 para λ p > 0.748
λ p2
38
Estruturas Metálicas (de Aço)
39
Estruturas Metálicas (de Aço)
(d) Uma vez conhecido o valor de ρ, determinar os valores das larguras efectivas (bc,eff) dos
elementos comprimidos através das tabelas 4.1 e 4.2 do EC3-1-5 − a partir dos
valores de bc,eff , é imediato obter as respectivas áreas efectivas (Ac,eff).
(e) Se for necessário (i.e., se a largura efectiva não for “contínua”), determinar, a partir
de bc,eff, as parcelas que constituem a largura efectiva do elemento comprimido
(be1 e be2), também através das tabelas 4.1 e 4.2 do EC3-1-5.
(iv) Determinar os valores e a localização das larguras efectivas nos elementos comprimidos
perpendiculaes ao eixo de flexão, através do procedimento descrito em (ii).
N Ed M y , Ed M z , Ed f
+ + ≤ f yd = y . (3.13)
A Weff , y , min Weff , z , min γ M0
N Ed M y , Ed + N Ed eNy M z , Ed + N Ed eNz f
+ + ≤ f yd = y . (3.14)
Aeff Weff , y , min Weff , z , min γ M0
• OBSERVAÇÕES
(i) A aplicação das equações de interacção faz-se para a fibra mais solicitada pertencente
à reunião de todas (no máximo três) secções efectivas. Os valores de Weff,y,min e
Weff,z,min dizem respeito a essa fibra.
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Estruturas Metálicas (de Aço)
(ii) No caso de a fibra mais solicitada não pertencer a alguma das secções efectivas, o
valor da parcela associada ao esforço correspondente será nulo.
EXEMPLO ILUSTRATIVO
400
10
y 6
800
zG
10
z
300 (mm)
zG=444.32 mm (medido a partir da base)
formada por três chapas de aço S355 (fy=355MPa) soldadas entre si (cordões de soldadura de
largura a=6 mm), sujeita aos esforços NEd=390kN (compressão ou tracção) e My,Ed=630 kNm
(momento flector positivo)
RESOLUÇÃO
235 235
-ε= = = 0.814
fy 355
6 mm
a
- Cordões de soldadura: a=6mm ⇒ a = 6 2 = 8.49mm
a
41
Estruturas Metálicas (de Aço)
kσ=0.43 ⇒ λ p =
(c / t )
f
=
(188.51 / 10 )
= 1.244 > 0.748
28.4ε Kσ 28.4 × 0.814 × 0.43
λ p − 0.188
ρ= = 0.682
λ p2
kσ=0.43 ⇒ λ p =
(c / t )
f
=
(138.51 / 10 )
= 0.914 > 0.748
28.4ε Kσ 28.4 × 0.814 × 0.43
λ p − 0.188
ρ= = 0.869
λ p2
42
Estruturas Metálicas (de Aço)
kσ=4.0 ⇒ λ p =
(b / t )
w
=
(783.02 / 6 )
= 2.823 > 0.673
28.4ε Kσ 28.4 × 0.814 × 4
136.52
136.52
263.72
43
Estruturas Metálicas (de Aço)
- Cálculo de ψ na alma
280.1
σ1
σ2 = ψ σ1
A′ = ( 280.1 + 300 ) × 10 + 800 × 6 = 10601mm 2
(402.40 − 10 − 8.49 )
ψ =− = −0.962
810 − 8.49 − 402.40
- Cálculo de ρ na alma
kσ = 22.91 ⇒ λ p =
(b / t )
w
=
(783.02 / 6 )
= 1.179 > 0.673
28.4ε Kσ 28.4 × 0.814 × 22.91
b 783.02
bc = = = 399.09 mm
1 − ψ 1 + 0.962
44
Estruturas Metálicas (de Aço)
280.1
131.09
576.32
300
( I y )eff
(Weff , y , min )sup = = 2731561.72 mm 3
(820 − 389.67 )
( I y )eff
(Weff , y , min )inf = = 3016585.714 mm 3
(389.67 )
45
Estruturas Metálicas (de Aço)
• NEd=390kN (Compressão)
- Fibras superiores
• NEd=390kN (Tracção)
- Fibras superiores
N Ed M y , Ed 390 × 10 3 630 × 10 6
− + =− + = −0.093 + 0.650 = 0.557 < 1.0
Af yd (Weff , y , min )sup f yd 11800 × 355 2731561.72 × 355
N Ed M y , Ed 390 × 10 3 630 × 10 6
− + = + = 0.093 + 0.588 = 0.681 < 1.0
Af yd (Weff , y , min )inf f yd 11800 × 355 3016585.714 × 355
• NOTA: As fibra mais solicitada são as inferiores, que não correspondem ao valor mínimo do
módulo de flexão efectivo. Por outro lado, como a compressão é sempre mais penalizadora
que a tracção, não havia qualquer dúvida que a segurança da secção seria verificada.
EXEMPLO ILUSTRATIVO
46
Estruturas Metálicas (de Aço)
p Secção Transversal
b/2 c b c b/2
t
L=2.60 m
h y y
ZG
Betão
a
H a = 150.0mm b = 60.5mm h = 54.0 mm
H = 120mm c = 14.5mm t = 1.0mm
Figura 3.10 – Geometria, dimensões e acções da chapa de pavimento misto
47
Estruturas Metálicas (de Aço)
RESOLUÇÃO
(I) Dados
235
ε= = 0.857
320
Chapa Betão
Coeficiente de majoração
2.438 × 2.6 2
M y , Ed = 1.5 × = 3.09 kNm / m (momento máximo − meio vão)
8
- Área
14.5 54
α = arctg = 15.03º = 55.91mm (comprimento das paredes inclinadas)
54 cos15.03º
232.83
A= = 1552.2 mm 2 / m (área por metro de largura)
0.15 ( m )
- Centro de gravidade
- Momento de inércia:
c
b
a a
Ia=Ibcos2α + Icsen2α α
48
Estruturas Metálicas (de Aço)
115389.29
Iy = = 769261.9 mm 4 / m
0.15
kσ=4.0 ⇒ λ p =
(c / t )
f
=
(59.5 / 1.0 )
= 1.222 > 0.673
28.4ε Kσ 28.4 × 0.857 × 4.0
b e1 b e1
b e1 = be2 = 19.96mm
49
Estruturas Metálicas (de Aço)
σ2 − 24.02
ψ= = = −0.829
σ 1 (53 − 24.02)
kσ = 19.75 ⇒ λ p =
(b / t )
w
=
(54.91 / 1.0 )
= 0.508 < 0.673
28.4ε Kσ 28.4 × 0.857 × 19.75
• Cálculo de Weff,y,min
(zG)eff = 25.02 mm
60.5 × 1.0 3
( I y ) eff = + 60.5 × 1.0 × ( 25.02 − 0.5 ) 2 + 40.92 × 1.0 × (54.5 − 25.02) 2 +
12
[
+ 2 × (13584.79 + 0.313) + 55.91 × 1.0 × ( 27.5 − 25.02) 2 = ]
= 5.042 + 36374.439 + 33895.039 + 27857.944 = 98132.464 mm 4 ( por célula )
98132.464
( I y )eff = = 654216.427 mm 4 / m
0.15
M y , Ed 3.09 × 10 6
= = 0.443 < 1.0
Weff , y , mim f yd 320
21821.762 ×
1.0
• Secções de Classe 1, 2, 3 ou 4 (a classificação das secções não tem qualquer relação com
a resistência às tensões tangenciais)
50
Estruturas Metálicas (de Aço)
VEd
≤ 1.0 , (3.15)
Vc , Rd
Av ( f y / 3 )
Vc , Rd = V pl , Rd = , (3.16)
γ M0
τEd
≤ 1,0 , (3.17)
fy ( 3 γ M0 )
VEd S
τ Ed = . (3.18)
It
VEd
τ Ed = . (3.20)
Aw
51
Estruturas Metálicas (de Aço)
52
Estruturas Metálicas (de Aço)
53
Estruturas Metálicas (de Aço)
3.3.3 TENSÕES NORMAIS (NEd + My,Ed + VY,Ed) + TENSÕES TANGENCIAIS (VZ,Ed + VY,Ed)
• O EC3 estipula que, no caso de se ter VEd ≤ 0.5 V pl . Rd (o esforço transverso actuante não
excede 50% da resistência plástica da secção ao corte), a influência do esforço transverso
pode ser desprezada e a resistência da secção é condicionada unicamente pelas tensões
normais (situação já abordada na secção 3.3.1).
• Se Vz , Ed > 0.5 V pl , z , Rd e/ou V y , Ed > 0.5 V pl , y , Rd o EC3 preconiza que a influência do esforço
transverso (i) tem que ser considerada e (ii) pode ser traduzida por uma redução da tensão
de cedência do aço na(s) respectiva(s) área(s) de corte Av,z e/ou Av,y. Essa redução da
tensão de cedência é definida por:
2
2V
Av,z : fy → (1-ρz) fy com ρ z = z , Ed − 1 (3.21)
V
pl , z , Rd
2
2V
Av,y : fy → (1-ρy) fy com ρ y = y , Ed − 1 . (3.22)
V
pl , y , Rd
• Observe-se que a redução da tensão de cedência pode fazer baixar a classe da secção.
Para além disso, nas secções de Classe 4 (sem e com redução de fy), a presença de esforço
transverso superior a 50% da resistência plástica da secção influencia as propriedades
efectivas (“aproxima-as” das propriedades brutas).
fy
σ comp , Ed = σ Ed
2
+ 3σ Ed
2
≤ f yd = . (3.23)
γ M0
No caso das secções de Classe 4, o valor de σ Ed é nula nas zonas não efectivas da secção.
54
Estruturas Metálicas (de Aço)
55
Estruturas Metálicas (de Aço)
Verificar a segurança da secção de um perfil IPE 270 de aço Aço S235 (fy=fyd=235MPa)
cujas caracteristicas geométricas são
RESOLUÇÃO
Av , z ( f y / 3 ) 22.14 × ( 23.5 / 3 )
V pl , z , Rd = = = 300.4 kN ( > Vz , Ed )
γ M0 1.0
• No caso das secções em I com banzos iguais submetidas a flexão em torno do eixo de
maior inércia, o EC3-1-1 preconiza explicitamente a utilização da expressão
ρ A2
W pl , y − z w
4 tw
M y ,V , Rd = com Aw=hwtw (área da alma) − em geral, tem-se Aw < Av,z
γ M0
Como a aplicação desta disposição ao caso das secções de Classe 3 ou 4 parece não fazer
sentido (o momento resistente da secção sem esforço transverso é “elástico”), ela será
apenas considerada em secções de classe 1 e 2.
56
Estruturas Metálicas (de Aço)
57
Estruturas Metálicas (de Aço)
2
2Vz , Ed 2 × 210
2
ρz =
−1 = − 1 = 0.159
300.4
V pl , z , Rd
400
10
y 6
800
zG
10
z
300 (mm)
zG=444.32 mm (medido a partir da base)
É formada por chapas de aço S355 (fy=355MPa), tem cordões de soldadura de largura a=6 mm
e está sujeita a NEd=390kN (compressão), My,Ed=630 kNm (momento positivo) e Vz,Ed=800 kN.
RESOLUÇÃO
Av , z ( f y / 3 ) 4800 × (355 / 3 ) × 10 −3
V pl , z , Rd = = = 983.8 kN (> Vz , Ed )
γ M0 1.0
58
Estruturas Metálicas (de Aço)
2
2Vz , Ed 2 × 800
2
ρz =
−1 = − 1 = 0.3923
983.8
V pl , z , Rd
235
f y , w = (1 − ρ z ) f y = (1 − 0.3923) × 355 = 215.7 MPa ≡ f yd , w ⇒ ε w = = 1.044
215.7
235
f y , f = f y = 355 MPa ≡ f yd , f ⇒ ε f = = 0.814
355
kσ=0.43 ⇒ λ p =
(c / t )
f
=
(188.51 / 10 )
= 1.244 > 0.748
28.4ε f Kσ 28.4 × 0.814 × 0.43
λ p − 0.188
ρ= = 0.682
λ p2
kσ=0.43 ⇒ λ p =
(c / t )
f
=
(138.51 / 10 )
= 0.914 > 0.748
28.4ε f Kσ 28.4 × 0.814 × 0.43
λ p − 0.188
ρ= = 0.869
λ p2
59
Estruturas Metálicas (de Aço)
kσ=4.0 ⇒ λ p =
(b / t )
w
=
(783.02 / 6 )
= 2.200 > 0.673
28.4ε w Kσ 28.4 × 1.044 × 4
168.62
168.62
263.72
60
Estruturas Metálicas (de Aço)
- Cálculo de ψ na alma
280.1
σ1
σ2 = ψ σ1
A′ = ( 280.1 + 300 ) × 10 + 800 × 6 = 10601mm 2
(402.40 − 10 − 8.49 )
ψ =− = −0.962
810 − 8.49 − 402.40
kσ = 22.91 ⇒ λ p =
(b / t )
w
=
(783.02 / 6 )
= 0.9196 ≅ 0.920 > 0.673
28.4ε w Kσ 28.4 × 1.044 × 22.91
61
Estruturas Metálicas (de Aço)
b 783.02
bc = = = 399.09 mm
1 − ψ 1 + 0.962
280.1
160.78
620.86
300
62
Estruturas Metálicas (de Aço)
( I y )eff
(Weff , y , min ) f ,sup = = 2858021.995 mm3 (fibras superiores do banzo comprimido)
(820 − 399.9 )
( I y ) eff
(Weff , y , min ) w, alma = = 2927712.851 mm 3 (fibras superiores da alma)
( 820 − 399.9 − 10 )
(i) Determinar as tensões normais devidas a NEd + My,Sd, o que obrigaria a calcular
as propriedades efectivas da secção (tal como foi feito anteriormente).
(ii) Determinar as tensões tangenciais devidas a Vz,Ed, com base na secção bruta.
63
Estruturas Metálicas (de Aço)
3.3.4 TORÇÃO
• Uma barra com secção de parede fina aberta submetida a um momento torsor T exibe
(i) rotação φ das suas secções transversais em torno do eixo da barra e (ii) deslocamentos
axiais de empenamento u (a secção deixa de estar contida num plano).
φ
u
x
T
y u
• Se as secções puderem empenar livremente, isto é, se (i) os apoios da barra não impedirem
o empenamento e (ii) o momento torsor for constante, diz-se que a barra está submetida a
“Torção Uniforme” (ou “Torção de Saint-Venant”) – ver a figura 3.12.
64
Estruturas Metálicas (de Aço)
• Se (i) o empenamento for restringido (impedido) em alguma secção (e.g., num apoio) ou
(ii) o momento torsor for variável, diz-se que a barra está submetida a “Torção Não-
Uniforme” – ver a figura 3.13 (o empenamento está impedido no encastramento).
65
Estruturas Metálicas (de Aço)
• No caso da torção não uniforme, para além das tensões tangenciais τsv, desenvolvem-se
também (i) tensões normais σw (devidas à restrição ao empenamento), cuja resultante se
designa por bimomento (Bw) e (ii) tensões tangenciais τw (também devidas à restrição ao
empenamento) que equilibram as tensões normais σw. Deste modo, o momento torsor
resistente (TR) é constituído por duas parcelas (ver a figura 3.13)
TR = Tsv + Tw
Resultante Resultante
de τsv de τw
onde (i) Tsv=GJφ’ (torção uniforme) e (ii) Tw=–EIwφ’’’ (torção não uniforme) − φ é
o ângulo de rotação da secção em torno do eixo da barra. Conforme mostra a figura 3.13,
os valores relativos de Tsv e Tw variam ao longo do comprimento da barra.
Tw
T
Tsv
T=TR=Tsv+Tw
• O EC3 estipula que o momento torsor devido ao empenamento (Tw,Ed) pode ser desprezado
nas secções de parede fina fechada (por exemplo, secções RHS − secções tubulares
rectangulares). Em secções circulares tubulares circulares, Tw,Ed é mesmo nulo (devido à
simetria radial da secção).
66
Estruturas Metálicas (de Aço)
• O EC3 estipula também que o momento torsor de Saint-Venant (Tt,Ed) pode ser desprezado
nas secções de parede fina aberta (por exemplo, em I ou H). Neste tipo de secções a
resistência à torção é devida, quase unicamente, à resistência das secções ao empenamento.
• Como o comportamento das secções de parede fina aberta é bastante complexo (devido
ao empenamento), aborda-se aqui apenas a torção das secções de parede fina fechada.
• Sabe-se, da Resistência dos Materiais, que a tensão tangencial elástica devido à torção de
Saint-Venant, em secções tubulares circulares (CHS) e rectangulares (RHS), é dada por
Tt π Re
τt = r Ip = ( Re4 − Ri4 ) Ri
Ip 2
r
t
T
τt = t Am = (b − t )( h − t ) h
2 Am t Am
TEd
≤ 1.0
TRd
• Dimensionamento Plástico
- Secções circulares
f yd
f yd 2π 3 f
Tpl , Rd = ∫
Re
Ri
( × 2πr × r ) dr =
3
(Re − Ri3 ) yd
r
3
3 3
- Secções rectangulares
f yd f yd
Tpl , Rd = ( 2 Amt ) 3
3
67
Estruturas Metálicas (de Aço)
• Dimensionamento Elástico
- Secções circulares
I p f yd π f
Tel , Rd = = ( Re4 − Ri4 ) yd
Re 3 2 Re 3
Observe-se que, para um dado valor de Re, quanto maior for o valor de Ri (isto é, menor
o valor de t=(Re–Ri)), mais pequena é a diferença entre os valores de Tel,Rd e Tpl,Rd.
- Secções rectangulares
VEd
≤ 1.0
V pl .T . Rd
onde Vpl.T.Rd é o esforço transverso resistente (plástico) da secção reduzido pela presença das
tensões tangenciais de torção (τt,Ed − tensões elásticas). Nas secções tubulares, tem-se
τ t , Ed
V pl .T . Rd = V pl . Rd = 1−
( f y / 3)
γ M0
3.3.4.1.2 MOMENTO FLECTOR (MEd) + ESFORÇO TRANSVERSO (VEd) + MOMENTO TORSOR (TEd)
• Numa combinação MEd + VEd + TEd em que o nível de esforço transverso seja elevado em
relação ao esforço transverso reduzido pelas tensões tangenciais de torção (VEd > 0.5Vpl.T.Rd),
o factor de redução da tensão de cedência do aço na área de corte (ρ) +e dado por
2
2VEd
ρ = − 1
V pl .T . Rd
68
Estruturas Metálicas (de Aço)
69
Estruturas Metálicas (de Aço)
• Alternativamente, pode sempre recorrer-se ao critério de von-Mises, que neste caso toma
a forma
2 2
σ Ed
+ 3 τ Ed ≤ 1.0
f /γ f /γ
y M0 y M0
Como se trata de um critério de resistência elástica, a sua utilização é (i) rigorosa, nas
secções de Classe 3 ou 4, e (ii) conservativa, nas secções de Classe 1 ou 2.
RESOLUÇÃO
127
Re = = 63.5 mm Ri = Re − t = 63.5 − 10 = 53.5 mm
2
2π 3
Tpl , Rd = (Re − Ri3 ) f yd = 2π (63.53 − 53.53 )× 235 = 29.25 × 106 Nmm
3 3 3 3 × 1.0
π f yd π
Tel , Rd = (R
4
e − Ri4 ) = (63.5 4
− 53.5 4 )×
235
= 27.07 × 10 6 Nmm
2 Re 3 2 × 63.5 3 × 1.0
70
Estruturas Metálicas (de Aço)
RESOLUÇÃO
τ t , Ed
V pl ,T , Rd = V pl , z , Rd 1 −
( f y / 3 ) / γ M 0
Av , z f y
V pl , z , Rd =
3 ×γ M0
alma
A × h 11600 × 400
Av , z = = = 7733.3 mm 2 ≅ 380 × 10 × 2 = 7600 mm 2
b+h 200 + 400
7733.3 × 235
V pl , z , Rd = = 1049.2 kN
3 × 1.0
67.5
V pl ,T , Rd = 1049.2 × 1 − = 527.6 kN (redução de cerca de 50%)
( 235 / 3 ) / 1.0
2
2VEd 2 × 435
2
ρ =
−1 = − 1 = 0.424
526.7
V pl ,T , Rd
71
Estruturas Metálicas (de Aço)
4) Verificação da Segurança
235 135.6
M y ,V , Rd = ( 200 × 10 ) × 195 × 2 × + (190 × 10 ) × 95 × 4 ×
1.0 1.0
Banzos Almas
Wpl,y Wpl,y
72