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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITECTURA e

GEORRECURSOS
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO (2012/2013)

Prof. JOSÉ SALDANHA MATOS


Prof.ª FILIPA FERREIRA
AULA 1

• Apresentação do Docente e da Disciplina.


• Ciclo Urbano da Utilização da Água: Modelo institucional no
sector da água; ciclo da água e metabolismo urbano;
origens e qualidade da água; reutilização.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 2
PROGRAMA

I O CICLO URBANO DE UTILIZAÇÃO DA ÁGUA


I.1 Origens de água
I.2 Metabolismo urbano
I.3 Caracterização da qualidade da água nas origens (parâmetros e indicadores
de qualidade)
I.4 Reutilização de águas residuais
I.5 Destino final
II QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL. SITUAÇÃO DE PORTUGAL EM ETA E ETAR.

III OPERAÇÕES E PROCESSOS UNITÁRIOS


III.1 Precipitação química
III. 2 Oxidação química
III.3 Clarificação
III.3.1 Coagulação e floculação
III.3.2 Sedimentação e flotação
III.3.3 Filtração
III.3.4 Adsorção de compostos orgânicos
III.3.5 Desinfecção
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 3
PROGRAMA (CONT.)

IV CONCEÇÃO E DIMENSIONAMENTO DE ETA


IV.1 Considerações gerais
IV.2 Bases de dimensionamento (caudais de projeto, caracterização qualitativa da
água na origem e exigências de qualidade)
IV.3 Definição do esquema de tratamento
IV.4 Critérios de projeto e dimensionamento processual
IV.5 Implantação e perfil hidráulico
IV.6 Outros aspetos (arquitectura e enquadramento paisagístico, fundações
estruturais e infra-estruturas, equipamentos electromecânicos, instrumentação
e controlo)

V PROCESSOS BIOLÓGICOS UNITÁRIOS


V.1 Reatores aeróbios de biomassa fixa
V. 2 Reatores aeróbios de biomassa dispersa
V.3 Reatores aeróbios híbridos
V.4 Reactores anaeróbios

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 4
PROGRAMA (CONT.)

VI CONCEÇÃO E DIMENSIONAMENTO DE ETAR

VI.1 Considerações gerais


VI.2 Bases de dimensionamento (caudais de projeto, caracterização de efluentes,
limites de emissão)
VI.3 Definição do esquema de tratamento
VI.4 Critérios de projeto e dimensionamento processual
VI.5 Implantação e perfil hidráulico
VI.6 Outros aspetos (arquitectura e enquadramento paisagístico, fundações
estruturais e infra-estruturas, equipamentos electromecânicos, instrumentação
e controlo)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 5
VISITAS DE ESTUDO

Prevê-se a realização de visitas de estudo a instalações de tratamento de água (ETA) e


de águas residuais (ETAR), a terem lugar em um ou dois dias, em Novembro.

AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS
A avaliação de conhecimentos baseia-se na ponderação de uma nota de estudo/projeto
e de exame, ou seja:
- Conceção e dimensionamento de uma estação de tratamento de água ao nível de
Estudo Prévio (ETA);
- Tema relacionado com Tratamento de Águas Residuais (Monografia);
- Exame final;

A classificação final é obtida por ponderação dos valores da parte prática (com peso
relativo de 40% para o Estudo Prévio de ETA, 15% para a monografia - relatório e
apresentação oral - e 5% para o relatório da visita de estudo) e do exame final, com
peso relativo de 40%, exigindo-se, para aprovação na Unidade Curricular, a nota
mínima de 9,0 valores no exame final.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 6
MODELO INSTITUCIONAL NO SECTOR DA ÁGUA

No quadro jurídico, em Portugal, os sistemas de abastecimento de


água para consumo público e de saneamento de águas residuais
urbanas podem ser classificados como multimunicipais ou municipais.

SISTEMAS MULTIMUNICIPAIS

"... os que sirvam pelo menos dois municípios e exijam um


investimento predominante a efectuar pelo Estado em função de
razões de interesse nacional ..."

SISTEMAS MUNICIPAIS

"... todos os demais, bem como os geridos através de associações de


municípios (neste caso, envolvendo, portanto, dois ou mais
municípios, como sucede com os sistemas multimunicipais) . ...".

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 7
MODELO INSTITUCIONAL NO SECTOR DA ÁGUA

Os sistemas multimunicipais são objecto de exploração e gestão …


directamente efectuada pelo Estado ou atribuída, em regime de
concessão, a entidade pública de natureza empresarial ou a empresa que
resulte da associação de entidades públicas, em posição
obrigatoriamente maioritária no capital social, com entidades privadas .…
(Decreto-Lei nº 379/93, de 5 de Novembro).

A exploração e a gestão dos sistemas municipais e dos sistemas


intermunicipais ... pode ser directamente efectuada pelos respectivos
municípios e associações de municípios ou atribuída, em regime de
concessão, a entidade pública ou privada de natureza empresarial, bem
como a associação de utilizadores .... (Decreto-Lei nº 379/93, de 5 de
Novembro).

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 8
MODELO INSTITUCIONAL NO SECTOR DA ÁGUA

“Sistemas em alta"
Englobam as componentes do
abastecimento que respeitam à
captação, ao tratamento e à adução
e, por vezes, aos reservatórios de
entrega.

" Sistemas em baixa":


Englobam as componentes do
abastecimento que têm a ver com a
distribuição (redes), com os
respetivos ramais de ligação,
incluindo os reservatórios de
entrega nos casos em que eles, por
meras razões de acordos
estabelecidos, não façam parte da
"alta".

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 9
MODELO INSTITUCIONAL NO SECTOR DA ÁGUA

De modo semelhante, tem-se considerado de forma distinta, nos


sistemas de saneamento de águas residuais que servem vários
municípios, os sistemas "em alta" e os sistemas "em baixa", mas
aqui "em alta" equivalendo a jusante e "em baixa" correspondendo
a montante:

 nos sistemas "em baixa" incluem-se as redes de colectores com


os ramais de ligação correspondentes, e as estações elevatórias
inerentes a estas redes;

 nos sistemas "em alta" consideram-se, no todo ou nos trechos


de jusante, os emissários, interceptores e estações elevatórias
inerentes, e, ainda, as estações de tratamento e os dispositivos e
instalações de destino final dos efluentes.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 10
MODELO INSTITUCIONAL NO SECTOR DA ÁGUA

Os regimes jurídicos das concessões da exploração e gestão dos


sistemas multimunicipais de abastecimento de água e de
saneamento de águas residuais estão consagrados,
respectivamente, nos Decretos-Lei nº 319/94, de 24 de Dezembro, e
nº 162/96, de 4 de Setembro.

O regime jurídico das concessões da exploração e gestão dos


sistemas municipais e dos sistemas intermunicipais de
abastecimento de água e de saneamento de águas residuais está
estabelecido no Decretos-Lei nº 379/93, de 5 de Novembro, e nº
147/95, de 21 de Junho.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 11
MODELO INSTITUCIONAL NO SECTOR DA ÁGUA

Os municípios podem assegurar a exploração e gestão directas dos


sistemas simplesmente municipais e dos sistemas intermunicipais,
através de um dos seguintes modelos:

 serviços municipais;
 serviços municipalizados;
 empresas públicas municipais;
 empresas públicas intermunicipais.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 12
MODELO INSTITUCIONAL NO SECTOR DA ÁGUA

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 13
CICLO DA ÁGUA E METABOLISMO URBANO

Ciclo da Água e Metabolismo Urbano

Constância de volume na Terra. Constante


reutilização.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 14
CICLO DA ÁGUA E METABOLISMO URBANO

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 15
CICLO DA ÁGUA E METABOLISMO URBANO

Componentes dos sistemas de abastecimento de água

Componentes Órgãos Objectivo / função

Captar água bruta nas origens (superficiais e


subterrâneas) elegíveis nos termos do estipulado no DL
Captação Obras de captação
236/98, de 1 de Agosto, de acordo com as
disponibilidades e as necessidades.

Produzir a água potável a partir de água bruta,


Estações de tratamento de
Tratamento obedecendo às normas de qualidade (DL 306/2007, de
água (ETA)
27 de Agosto - Anexo I).

Estações elevatórias e Bombear água (bruta ou tratada) entre um ponto de cota


Elevação
sobre-pressoras mais baixa e um ou mais pontos de cota mais elevada.

Conjunto de obras destinadas a transportar a água


Adutores, aquedutos e desde a origem à distribuição. O transporte pode ser: em
Transporte ou adução
canais pressão (por gravidade e por bombagem); com superfície
livre (aquedutos e canais).

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 16
CICLO DA ÁGUA E METABOLISMO URBANO

Componentes Órgãos Objectivo / função

Servir de volante de regularização, compensando as


flutuações de consumo face à adução.
Constituir reservas de emergência (combate a
incêndios ou em casos de interrupção voluntária ou
Armazenamento Reservatórios
acidental do sistema de montante).
Equilibrar as pressões na rede de distribuição.
Regularizar o funcionamento das bombagens.

Conjunto de tubagens e elementos acessórios, como


sejam juntas, válvulas de seccionamento e de
descarga, redutores de pressão, ventosas, bocas de
Distribuição Rede geral pública de
rega e lavagem, hidrantes e instrumentação (medição
distribuição de água
de caudal, por exemplo), destinado a transportar água
para distribuição.

Asseguram o abastecimento predial de água, desde a


Ligação domiciliária Ramais de ligação rede pública até ao limite da propriedade a servir, em
boas condições de caudal e pressão.

Redes interiores dos Conjunto de tubagens e elementos acessórios para


Distribuição interior distribuição de água no interior dos edifícios.
edifícios

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 17
CICLO DA ÁGUA E METABOLISMO URBANO

FACTOS E DESAFIOS NO SECTOR DAS ÁGUAS EM PORTUGAL

1 FORTE EVOLUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SECTOR EM PORTUGAL


Evolução da preocupação “Higienista”(saúde pública), para a
preocupação “Ambiental” (1ª fase - protecção do meio receptor e 2ª
fase – evolução sustentável).
Aumento do nível de atendimento
Aumento de qualidade do serviço (papel da Entidade Reguladora)

QUADRO 1 – NÍVEIS DE ATENDIMENTO EM SANEAMENTO EM PORTUGAL.

Níveis de 1993 2002 2008 2013


Atendimento/Ano (INSAAR) (objectivo)
Abastecimento de Água 82% 87% 93% 95%
Drenagem de Águas 64% 68% 80% 90%
Residuais (70%)
Tratamento de Águas 32% 58% 70% 90%
Residuais (70%)
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 18
CICLO DA ÁGUA E METABOLISMO URBANO

2 FORTES PREOCUPAÇÕES COM A SUSTENTABILIDADE


(E3 Ecologia/Economia/Ética)
(Tarifário equilibrado: Protector do Ambiente; Socialmente aceitável;
Garante de continuidade e qualidade do serviço)

Economia
Resilência
E3
Ecologia Ética
R3
Robustez/ Redução/
Redundância Risco

3 RECONHECIMENTO DA IMPORTÂNCIA DA GESTÃO (INTEGRADA,


ESTRATÉGICA, DO RISCO, AVANÇADA, …)Versus CONSTRUÇÂO
4 IMPORTÂNCIA DA INTERLIGAÇÃO ÁGUA-ENERGIA-ALIMENTO

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 19
CICLO DA ÁGUA E METABOLISMO URBANO

Analogia com corpo humano. Metabolismo urbano - a cidade


(Corrente higienista, Séc. XIX, John Philips e Edwin Chadwick)

Materiais

Energia Resíduos Sólidos


Transformações
Água (processos artificiais) Resíduos Líquidos

Químicos Resíduos Gasosos

SISTEMA LINEAR INSUSTENTÁVEL


(PASSADO E PRESENTE) (SISTEMA ABERTO)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 20
CICLO DA ÁGUA E METABOLISMO URBANO

Materiais
Reutilização
Energia Produção de energia
Transformações
Reciclagem de materiais
Água Processos naturais

Químicos

CICLO NA CIDADE DO FUTURO


(SISTEMA NÃO LINEAR, SUSTENTÁVEL)
(SISTEMA FECHADO)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 21
ORIGENS E QUALIDADE DA ÁGUA. REUTILIZAÇÃO.

Origens e Qualidade da Água

I. Origem subterrânea
Poços e furos (profundos ou não profundos)
(incluindo equipamentos manuais ou electromecânicos)

II. Origem superficial


Rio (Secção montante)
Rio (Secção de jusante)
Lago (natural) ou albufeira (corpo de água fortemente
modificado)
Águas da chuva (e de condensação)
Águas marinhas ou salobras

III. Reutilização de efluentes tratados.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 22
ORIGENS E QUALIDADE DA ÁGUA. REUTILIZAÇÃO.

Origem subterrânea

Poços e furos
• Baixa turvação e índice de cor
• Baixa contaminação (riscos de nitratos e c. bacteriológica)
• Dureza elevada
• Concentrações elevadas de ferro e manganês

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 23
ORIGENS E QUALIDADE DA ÁGUA. REUTILIZAÇÃO.

Origem superficial
Rios
Montante Jusante
• Baixo índice de cor • Elevado índice de cor
• Turvação elevada • Turvação variável (condição do rio)
• Baixa contaminação • Elevada contaminação bacteriológica
bacteriológica • Contaminação orgânica e inorgânica

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 24
ORIGENS E QUALIDADE DA ÁGUA. REUTILIZAÇÃO.

Lago / Albufeira
• Baixa turvação
• Baixo índice de cor
• Baixa contaminação bacteriológica
(Qualidade: função de estratificação
térmica-termoclina)

Águas marinhas / Salobras


• Elevado teor de sais dissolvidos (salinidade)
• Baixa contaminação

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 25
ORIGENS E QUALIDADE DA ÁGUA. REUTILIZAÇÃO.

Reutilização.

Águas da chuva
• Turvação nula
• Índice de cor nulo
• Baixa contaminação bacteriológica
• Baixos teores de sais dissolvidos
Efluentes tratados
• Certo grau de contaminação bacteriológica
• Certo grau de contaminação orgânica e inorgânica

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 26
ORIGENS E QUALIDADE DA ÁGUA. REUTILIZAÇÃO.

Quadro - Qualidade da água nas origens: síntese dos aspetos gerais


Águas superficiais
cor

inorgânica
temperatura

cont. patogénica
turvação

cont. org. e
outros Observações

Rio (montante)    
Rio (jusante)   
na Primavera e Outono há períodos curtos de
tempo em que se dá a inversão térmica (a variação
Lagos e albufeiras    de temp. provoca uma mistura rápida)
Subterrâneas   constante @ nula  dureza;  Fe e Mn
 teor de sais dissolvidos e
Marinhas salinidade (@ 34,5 g/L)
Chuva @ nula @ nula  teor de sais dissolvidos

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 27
AULA 2

• Caracterização da qualidade da água nas origens


(parâmetros e indicadores de qualidade).

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 28
CONCEITOS GERAIS: LEGISLAÇÃO

Legislação

 DECRETO-LEI nº 236/98, de 1 de Agosto – Estabelece normas, critérios


e objectivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e
melhorar a qualidade das águas em função dos seus principais usos
• Classifica as origens de água em 3 classes:
A1 – exige tratamento físico e desinfecção
A2 – exige tratamento físico-químico e desinfecção
A3 – exige tratamento físico-químico, de afinação e desinfecção
>A3 – imprópria para produzir água para consumo humano

 DECRETO-LEI nº 306/2007, de 27 de Agosto – Estabelece o regime da


qualidade da água destinada ao consumo humano, revoga o Decreto-Lei
n.º 243/2001, de 5 de Setembro, que transpôs para a ordem jurídica
interna a Directiva n.º 98/83/CE, do Conselho, de 3 de Novembro

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 29
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

Parâmetros microbiológicos

 Caracterização biológica:
• Bactérias, vírus, protozoários, algas
• Coliformes totais - Inclui todas as bactérias gram-negativas
aeróbicas ou facultativas, que não formam esporos...
• Coliformes fecais - são um sub-grupo dos coliformes totais e
evidenciam mais fortemente a presença de
contaminação fecal;
- inclui, sobretudo, a Escherichia coli;

• Enterococos – bactérias gram-positivas; a maioria das espécies é


indicativa de contaminação fecal humana; causadores de infeções
urinárias, febre tifóide, gastroentrites e hepatite A

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO (DL 306/2007 – Anexo I) 30


PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 31
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

Parâmetros químicos (DL 306/2007 – Anexo I)



INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 32
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Pesticidas:
• Bioacumuláveis nos tecidos gordos e eventualmente tóxicos (e.g.,
DDT)
• Efeitos cancerígenos, teratogéneos, mutagéneos e de disrupção
endócrina

 Hidrocarbonetos:
• Hidrocarbonetos aromáticos policiclicos (HAC)
• Hidrocarbonetos clorados (tetracloroeteno e tricloroeteno)
•  potencial cancerígeno e/ou mutagéneo

 Selénio (Se):
• Elemento fundamental (a nível vestigial)
•  conc.  efeitos tóxicos, afectando sistema nervoso e respitarório,
disturbios gastrointestinais, hipertensão e dermatites

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 33
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Trihalometanos (THM):
• sub-produtos da cloração formados pela reacção do cloro com m.o.
(ácidos flúvicos e húmicos)
• cancerígenos, propensão para tecidos do sist. nervoso central, rim,
fígado e tecido adiposo

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 34
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

Parâmetros indicadores (DL 306/2007 – Anexo I)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 35
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Alumínio (Al3+):
• Elemento ubíquo das águas naturais ([] depende pH, temp., presença de outros
elementos)
• Na forma solúvel, extremamente tóxico para a vegetação
•  toxicidade para humanos mas bioacumulável, associado a casos de
demência senil (tipo Alzheimer)
• cancerígenos, propensão para tecidos do sist. nervoso central, rim,
fígado e tecido adiposo

 Ião amónio (NH4+):


• Indicador de poluição por degradação de m.o. azotada, fertilizanes ou
efluentes com azoto amoniacal
• Odor perceptível para [] ≥ 1.5 mg/l; sabor perceptível para [] ≥ 35 mg/l
•  eficiência da desinfecção (65% cloro reage com amónia)
• Argamassas de cimento usadas no revestimento de tubagens podem
libertar compostos amoniacais
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 36
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Cálcio (Ca2+):
• Principal elemento responsável pela dureza da água
• Origem: CO2 reage com rochas calcárias formando bicarboneto ou
carboneto de cálcio
• nec. 0.7 a 2 g/dia para Homem (insuficiência   incidência doenças
cardiovasculares)

 Cloretos:
• Indicadores de intrusão salina ou descarga efluentes
• [] > 250 mg/l  alteração paladar; implicações cardiovasculares

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 37
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Costridium perfringens:
• Bactéria gram-positiva de origem fecal
• Contribui para avaliar eficiência da remoção de microrganismos
resistentes à desinfecção (Giardia e Cryptosporidium)
• Dores abdominais e diarreia

 Cor: Constituinte Cor


Fe avermelhada
• Indicador da presença de compostos orgânicos Mn negra
ácidos húmicos amarelada
• Indesejável esteticamente
• Devido a subst. orgânicas, plâncton, escorrências de solo, metais
pesados, efluentes industriais…
• Não apresenta risco para saúde pública
• Eliminar turbidez antes de medir a cor
verdadeira (<< aparente; sobretudo devida subst. húmicas dissolvidas)
aparente
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 38
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Condutividade:
• Capacidade da água conduzir corrente eléctrica
• Indica presença de subst. químicas dissolvidas (iões)
• Conc.  caracteristicas corrosivas da água

 Dureza (hardness):
• Resulta da presença de catiões divalentes na água (iões de meais
alcalino-terrosos) sendo os mais importantes o Ca2+ e o Mg+.

temporária (devida iões de Ca e Mg; quando aquecidos precipitam)


permanente (compostos solúveis não removíveis por aquecimento)
total

• Pode ser expressa em: CaCO3 (mg/L ou meq/L); Graus franceses (ºF)

1°F= 10mg CaCO3/L


INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 39
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

• Relação Mg/Ca  aferir contaminação marinha (no mar, [Mg] >> [Ca])
• Alteração das características organolépticas da água
(sulfato de cálcio, principal responsável pela dureza não carbonatada, confere sabor
adstrigente)

Águas macias para dureza total<100 mg de CaCO3/L


Águas duras para dureza total >120 mg de CaCO3/L.

DUREZA ELEVADA:
 formação de produtos insolúveis com o sabão (problemas lavagem
industrial); > consumo de sabão
 formação de incrustrações
 formação de urólitos; efeitos laxativos ([Mg+]); protectoras contra
doenças cardiovasculares

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 40
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 41
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Alcalinidade (alkalinity):
• Medida total das substâncias presentes numa água capazes de
neutralizar ácidos (quantidade de subst. q actuam como tampão)
• Devida sobretudo ao carbonato e bicabornato, e secundariamente
aos iões hidróxido, silicato, borato, fosfatos e amónia
• Não prejudicial à saúde
• Essencial para eficiência de tratamentos de coagulação,
amaciamento e controlo da corrosão de condutas de distribuição
• Inclui a dureza total

Dureza e alcalinidade devem ser medidas


conjuntamente por forma a avaliar o conteúdo
mineral e propor o tratamento adequado

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 42
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 pH (potencial hidrogénio): pH = − log [H+]


• Usualmente, o pH da água não apresenta perigo para a saúde pública
(contacto directo ou ingestão)
• Valores fora dos recomendados  alter sabor e contribui para
corrosão sist. distribuição
• Influência a corrosão dos materiais metálicos, nomeadamente o ferro

 Ferro (Fe):
• Origem: telúrica, lixiviação de terrenos, poluição mineira/metalúrgica,
acção água sobre canalizações
• Em regra acompanhado pelo Manganésio (afinidade geoquímica)
• Facilmente oxidado a Fe+3 e precipitado (tx. oxidação varia c pH água).
• nec. 0.5 a 20 mg/dia para organismo humano mas VMR=200g/L
(sabor desagradável e prob. estéticos – precipita sobre loiças, roupas,...)

• Ingestão conc.   hemocromatose e danificação de tecidos


(necroses nas mucosas do estômago); pode ser letal
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 43
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Oxidação do ferro: Fe(s)  2H  



Fe 2
 H2 ou
2 Fe(s)  O 2  2 H 2 O 

2 Fe(OH)2

o pH baixo favorece a corrosão (as reacções de corrosão envolvem H+ (ou OH–) )

pH  4,5  corrosão rápida


pH neutro ou levemente alcalino  corrosão lenta

Em indústrias (alimentação de água de caldeiras), são utilizados fosfatos


para protecção anticorrosão.

Estratificação térmica: acompanhada por défice de O2 e/ou anóxia do


hipolímnio; as condições redutoras promovem a solubilização de metais e
nutrientes presentes nos sedimentos  degradação da qualidade da água. As
condições de mistura (cuirculação de água) promovem a precipitação desses
substratos nos sedimentos

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 44
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Magnésio (Mg2+):
• Elemento responsável pela dureza da água

 Manganésio (Mn):
• Elemento essencial
• Conc. de 0,2 a 0,4 mg/L  gosto desagradável e desenvolvimento de
organismos em sistemas de distribuição
• Conc.   tingimento roupas e loiças; danos neurológicos

 Microcistinas:
• Produzidas por cianobactérias
• Hapatoxicidade, promotores de tumores malignos, hemorragia e
necroso no fígado
• Bioacumulável em animais aquáticos  contaminação humana
indirecta
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 45
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Cheiro e sabor: Constituinte


cianobactérias
Cheiro
erva, mofo

• Devido a compostos naturais ou sintéticos  [] microalgas podre, a peixe, séptico


cloro lexívia

orgânicos: ácidos húmicos e fúlvicos


sintéticos: pesticidas, herbicidas, contaminantes industriais,
trihalometanos…

 Sulfatos (SO42-):
• efeito laxativo e diarreias para conc.> 250 mg/L
• o valor limite imposto pelas normas é devido ao sabor provocado
• sulfatos são corrosivos para estruturas betão e tubagens
(muito lenta em conc.<350 mg/L mas rápida para conc.>1 000 mg/L)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 46
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Sódio (Na-):
• Indicador de intrusão salina
• Afecta sabor da água, sist. nervoso, hipertensão arterial

 Indicadores de m.o.
• COT: - representa vários compostos presentes na água
passíveis de sofrer oxidação por processos biológicos
- avaliar o teor de m.o. presente na água;
- bom indicador de poluição

(a absorvância (UV), q pode ser continuamente monitorizada, é uma alternativa da COT,


sendo a correlação entre os 2 parametros >90%)

• CBO5: traduz o teor em m.o. facilmente biodegradável

• CQO: traduz o teor em m.o. e inorgânica passível de ser oxidada por


um oxidante forte (permanganato de potássio)
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 47
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Turvação (turbidity):
• Propriedade óptica de amostras que provoca a dispersão e adsorção
da luz não permitindo a sua transmissão.
• Permite avaliar o teor de partículas em suspensão na água
• Pode  a eficiência da desinfecção
(turvação deve ser < 1 NTU e nunca > 5 NTU!)

 Radioactividade:
• DIT= dose indicativa total (mede o impacto da exposição humana à radiação)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 48
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

Outros parâmetros
 Nitratos (NO3-):
• Produto final da oxidação do azoto orgânico (origem: fertilizantes ou
águas residuais)
• Altamente solúveis ( mobilidade no solo)  migram para os
aquíferos por percolação em solos com aplicação excessiva de
fertilizantes
• Nas águas superficiais, devem-se sobretudo às escorrências
superficiais de terrenos agrícolas
• Transformados em nitrosaminas (cancerígenas) no aparelho
digestivo; irritaçãomucosa intestinal e bexiga; diarreia
• valor limite de 45 mg/L  metahemoglobinemia infantil (doença azul)

 Nitritos (NO2-):
• 10 vezes mais potentes relativamente à metahemoglobinemia
(VMA=3 mg/L, segundo OMS )
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 49
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Azoto amoniacal (ião amónio e amónia, respectivamente NH4+ e NH3):


• indicador de m.o. em decomposição
• nutriente essencial
• Existe na massa líquida sob a forma de NH4+ e NH3, em função do pH
e da temperatura; se pH > 7 ou com temperaturas elevadas,
predomina a amónia (que é muito tóxica para os peixes).

 Azoto Kjeldahl (TKN):


• Teor em compostos azotados org. e inorgânicos, excluindo as formas
oxidadas (nitritos e nitratos)

 Fósforo (P):
• Com o azoto, associado ao estado trófico (oligotrófico ou eutrófico) da
água

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 50
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Oxidabilidade:
• Traduz o teor de compostos orgânicos e inorgânicos passíveis de
oxidação  permite avaliar expeditamente a qualidade da água
(integra ganrde parte da informação fornecida por outros parâmetros)

 SST:
• Maior potencial de formação de organoclorados  percursores estão
associados a material particulado (de que são indicadores a turbidez
e os SST)

 Fluoretos:
• prevenção contra a cárie numa dose correcta, pois 250 - 400 mg é
tóxico e 4 - 5 gr fatal
• Elevadas concentrações de flúor na água origina fluorose e
toxicidade.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 51
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

 Metais:
• contaminantes inorgânicos: arsénio, bório, cádmio, cobre, crómio,
chumbo, mercúrio, selénio e zinco

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 52
CONCEITOS GERAIS: AGRESSIVIDADE DA ÁGUA

Agressividade das Águas

 Pode ser relacionada com tendência para a corrosão dos materiais com
que são postas em contacto

 A correcção da agressividade da água pode ser feita através da adição de:


• Ca(OH)2 ou hidróxido de cálcio (“cal apagada”) – obtida, por reacção
com água, da “cal viva” (CaO).
• Permite fazer acerto de pH, estabelecendo um sistema tampão com
pH próximo da neutralidade.
• Como as solubilidades de CaCO3 e de Mg(OH)2 em água são baixas,
também vai permitir o controlo da dureza das água tratadas

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 53
CONCEITOS GERAIS: AGRESSIVIDADE DA ÁGUA

Índices de Saturação de CaCO3


 Índice de Langelier:
IL = pH – pHS (idealmente -0,5<IL<0,5)

(diferença entre o pH da água e o pH correspondente à saturação de CaCO3 dessa


água)

águas incrustantes  SI>0


águas agressivas  SI<0

 Para cada tipo de água, existe uma concentração de CO2 de “equilíbrio”:


• para concentrações de CO2 inferiores o CaCO3 precipita (águas
incrustantes);
• águas agressivas para concentrações de CO2 superiores

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 54
CONCEITOS GERAIS: EQUILÍBRIO CALCO-CARBÓNICO

EQUILÍBRIO CALCO-CARBÓNICO
 Pode ser descrito pelo conjunto das reacções seguintes:

H2O = H+ + OH-
hidrogenocarbonato
CO2 + H2O = H2CO3
ou bicarbonato H2CO3 = H+ + HCO3-
HCO3- = H+ + CO32-
CO32- + Ca2+ = CaCO3 carbonato de cálcio

carbonato CO32- + Mg2+ = MgCO3

Águas Incrustantes - mostram tendência para depositar carbonato de cálcio.


( rugosidade da tubagem com  capacidade de transporte; facilita desenvolvimento de biofilmes)

Águas Agressivas - mostram tendência para dissolver CaCO3.


(dissolve CaCO3 que existe nas tubagens de betão)

Será interessante conseguir uma situação de “equilíbrio”!


INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 55
CONCEITOS GERAIS: EQUILÍBRIO CALCO-CARBÓNICO

 Método de Hallopeau e Dubin

Diagrama tridimensional que permite


aferir a agressividade da água em
função do:

pH
Ca2+ (dureza)
concentração de carbonato
(alcalinidade).

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 56
AULA 3

• Legislação: caracterização de água na origem; normas de


qualidade.
• Esquema de tratamento.
• Operações e processos unitários utilizados em sistemas de
tratamento de água.
• Diagrama linear.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 57
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA NA ORIGEM

Caracterização de água na origem

• Normas de qualidade (i.e fixação de valores Limite VMR e VMA).

• Comparação de valores reais com valores normativos, para usos


especificados.

• Justificação para tipos de tratamentos


• Económicos: corrosão, dureza, sabor…
• Estéticos: cor, sabor e turvação.
• Higiénicos: remoção de bactérias e compostos nocivos.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 58
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto

Estabelece normas, critérios e objectivos de qualidade com a finalidade de


proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos
seus principais usos (consumo humano, suporte da vida aquícola, balneares
e rega). São, ainda, definidas as normas de descarga de águas residuais.

Este diploma define os requisitos a observar na utilização das águas para os


seguintes fins:

 águas para consumo humano (superficiais e subterrâneas);


 águas para suporte da vida aquícola (águas piscícolas e
conquícolas);
 águas balneares;
 águas de rega.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 59
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

São excluídas as seguintes categorias de água:

 águas minerais naturais;


 águas de nascente, nos parâmetros de qualidade que são
contemplados em legislação específica;
 águas utilizadas na recarga de lençóis freáticos;
 águas que, pelos usos específicos, requeiram características de
qualidade diferentes;
 águas para uso industrial, excepto aquelas a que se refere o
artigo 20º do diploma;
 águas destinadas a fins terapêuticos, a piscinas e a outros
recintos com diversões aquáticas;
 águas de bacias naturais ou artificiais utilizadas para a criação
intensiva de peixes.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 60
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

CLASSIFICAÇÃO

Águas superficiais
Consoante a sua qualidade, as águas superficiais, destinadas à
produção de água para consumo humano, são classificadas nas
categorias A1, A2 e A3, de acordo com as normas de qualidade fixadas
no Anexo I.

Águas subterrâneas
Considerar-se-ão aptas, para poderem ser utilizadas como origem de
água para a produção de água para consumo humano, as águas
subterrâneas que apresentem qualidade superior ou igual à da
categoria A1 das águas doces superficiais destinadas à produção de
água para consumo humano (Anexo I).

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 61
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Decreto-Lei nº 306/2007, de 27 de Agosto

Estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo


humano, procedendo à revisão do Decreto-Lei nº 243/2001, de 5 de
Setembro, que transpôs, para o ordenamento jurídico interno, a
Directiva nº 98/83/CE, do Conselho, de 3 de Novembro, tendo por
objectivo proteger a saúde hu-mana dos efeitos nocivos resultantes da
eventual contaminação dessa água e assegurar a disponibilização
tendencialmente universal de água salubre, limpa e desejavelmente
equilibrada na sua composição.

Este diploma estabelece, ainda, os critérios de repartição da


responsabilidade pela gestão de um sistema de abastecimento público
de água para consumo humano, quando a mesma seja partilhada por
duas ou mais entidades gestoras.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 62
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

A autoridade competente para a coordenação e fiscalização da


aplicação do Decreto-Lei é a Entidade Reguladora dos Serviços de
Águas e Resíduos (ERSAR).

Este Decreto-lei define a autoridade de saúde para a sua aplicação, na


componente de saúde pública, para os sistemas municipais, particu-
lares, multimunicipais ou intermunicipais.

A autoridade de saúde assegura de forma regular e periódica a


vigilância sanitária da qualidade da água para consumo humano
fornecida pelas entidades gestoras, bem como as demais funções
definidas no diploma.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 63
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

NORMAS DE QUALIDADE

A água destinada ao consumo humano deve respeitar os valores para-


métricos dos parâmetros constantes das Partes I, II e III, do Anexo I, do
diploma.

Quando a protecção da saúde humana assim o exija, a DGS fixa os


valores aplicáveis a outros parâmetros não incluídos no Anexo I, do
diploma, cujos valores paramétricos devem respeitar o disposto no n.º
2, do artigo 8.º.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 64
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

VERIFICAÇÃO DA CONFORMIDADE
O controlo da qualidade da água realiza-se de acordo com o Anexo II;

A verificação do cumprimento dos valores paramétricos fixados é feita:

 no caso da água fornecida a partir de uma rede de distribuição, no


ponto em que, no interior de uma instalação ou estabelecimento, saí-
das torneiras normalmente utilizadas para consumo humano;
 no caso da água fornecida a partir de fontanários não ligados à rede de
distribuição, no ponto de utilização;
 no caso da água fornecida por entidades gestoras “em alta”, nos pontos
de amostragem dos pontos de entrega aos respectivos utilizadores;
 no caso da água fornecida a partir de camiões, navios-cisterna e
reservatórios não ligados à rede de distribuição, no ponto de utilização;

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 65
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

 no caso da água destinada à venda em garrafas e outros recipientes,


com ou sem fins comerciais, no fim da linha de enchimento;
 no caso da água utilizada numa empresa da indústria alimentar, no
ponto de utilização.

No caso do primeiro ponto anterior, a responsabilidade das entidades gestoras


cessa sempre que se comprove que o incumprimento dos valores paramétricos
fixados no diploma é imputável ao sistema de distribuição predial ou à sua
manutenção, excepto nas instalações e nos estabelecimentos em que se
fornece água ao público, tais como escolas, hospitais e restaurantes, caso em
que deve esclarecer, por escrito, os responsáveis desses estabelecimentos ou
instalações sobre os incumprimentos dos valores paramétricos decorrentes dos
seus sistemas específicos, logo que deles tenham conhecimento.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 66
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

PROGRAMA DE CONTROLO DA QUALIDADE DA ÁGUA


(PCQA)
As entidades gestoras devem dispor, no início de cada ano civil, de um PCQA,
aprovado pela autoridade competente (por exemplo, a ERSAR).

O PCQA é elaborado nos termos definidos no Anexo III e deve ser submetido à
aprovação da autoridade competente:

 no caso das entidades gestoras “em alta”, até 15 de Setembro do ano


anterior ao período a que diz respeito;
 no caso das entidades gestoras “em baixa”, até 30 de Setembro do ano
anterior ao período a que diz respeito.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 67
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

O requerimento de aprovação do PCQA é apresentado em suporte informático e


através de uma plataforma informática que funciona no sítio da Internet da
autoridade competente, designada por PCQA-online, sendo as subsequentes
comunicações, no âmbito do respectivo procedimento, realizadas por meios
electrónicos.

O PCQA considera-se tacitamente aprovado na ausência de pronúncia da


autoridade competente no prazo máximo de 45 dias, contado a partir de 30 de
Setembro.

A não aprovação do PCQA não dispensa as entidades gestoras de realizarem o


controlo da qualidade da água para consumo humano, de acordo com o
disposto no diploma.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 68
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS


Os ensaios de controlo da qualidade devem ser realizados recorrendo a méto-
dos analíticos constantes do Anexo IV.

Os laboratórios de ensaios podem recorrer a métodos analíticos alternativos


aos especificados no n.º 1 do Anexo IV, desde que comprovem que os resulta-
dos obtidos são, no mínimo, tão fiáveis como os que seriam obtidos pelos méto-
dos especificados.

Para os parâmetros enunciados nos n.os 2 e 3 do Anexo IV, os laboratórios de


ensaios podem utilizar qualquer método, desde que comprovem que o mesmo
satisfaz os requisitos de desempenho analítico estabelecidos no referido anexo.

Para as colheitas de amostras e para os ensaios de controlo da qualidade para


os quais não estejam especificados métodos de recolha de amostras e análise
no Anexo IV, devem observar-se os métodos constantes de documentos norma-
tivos nacionais ou internacionais ou reconhecidos pela autoridade competente.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 69
ESQUEMA DE TRATAMENTO

Esquema de tratamento

O esquema de tratamento é o conjunto de acções passíveis de


serem realizadas em diversas operações e processos unitários, no
sentido de optimizar o tratamento da água, quer sob o ponto de vista
técnico, quer económico, tendo em conta as características físicas,
químicas e bacteriológicas da água bruta (de acordo com as
disposições dispostas no Decreto-Lei 236/98, de 1 de Agosto) e da
correspondente água tratada (de acordo com as disposições dispostas
no Decreto-Lei 306/2007, de 27 de Agosto).

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 70
ESQUEMA DE TRATAMENTO

Exemplo de ETA para águas superficiais

Exemplo de ETA para águas subterrâneas

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 71
OPERAÇÕES E PROCESSOS UNITÁRIOS

Operações (OU) e processos unitários (PU)

 Cada etapa de tratamento individual classifica-se em:


• Operação unitária – se assenta em princípios fisicos
• Processo unitário – se assenta em princípios químicos ou biólogicos

Operação unitária
UNIT OPERATIONS PURPOSE
Gradagem Separação de impurezas grosseiras
Microtamisação Remoção de partículas finas em suspensão
Desarenação Remoção de areias
Arejamento Remoção de voláteis e precipitação de metais
Floculação Aglutinação de partículas em suspensão
Sedimentação Remoção de partículas em suspensão
Filtração Remoção de partículas finas após sedimentação
Adsorção Remoção de substâncias dissolvidas
Armazenamento Conservação de água tratada antes da distribuição

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 72
OPERAÇÕES E PROCESSOS UNITÁRIOS

Processo unitário
UNIT PROCESSES PURPOSE
Coagulação Desestabilização de partículas coloidais
Estabilização Correcção de pH, alcalinidade e teor de cálcio
Desinfecção Remoção de microrganismos patogénicos
Fluoretação Adição de fluoretos à água tratada
Osmose inversa Remoção de teores elevados de iões dissolvidos
Electrodiálise Remoção de teores elevados de iões dissolvidos

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 73
OPERAÇÕES E PROCESSOS UNITÁRIOS

OU e PU utilizados em sistemas de tratamento de água


(Qasim et al., 2000)

CLARIFICAÇÃO

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 74
OPERAÇÕES E PROCESSOS UNITÁRIOS

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 75
OPERAÇÕES E PROCESSOS UNITÁRIOS

OU e PU adequados à remoção de contaminantes


(adaptado de Qasim et al., 2000)

Remoção de Contaminantes Processo de Tratamento Notas

Turbidity Clarification -
Turvação Filtração em linha ou assistida (G+J) Aplicação a água com baixo teor de turvação e cor.
Filtração directa (G+H+J) Aplicação a água com baixo-médio teor de turvação e cor (se
turvação < 15 a 20 mg/L ).
Convencional (G+H+I+J) Aplicação a água com baixo e elevado teor de turvação e cor.
Algas e Plancton Microtamisador (C) Não se aplica a remoção de areias, argila e outros materiais
abrasivos.
Convencional (G+H+I+J) Elevada densidade de algas e plancton é de difícil coagulação.
Normalmente flotam.
Cor Oxidação(03,Cl2,ClO2, KMnO4)(F) Aplicação a água com baixo teor em cor.
Coagulação (G+F) Aplicação a água com baixo a elevado teor em cor. (Sulfato de
aluminio é preferivel aos sais de ferro). pH óptimo: 5-6.

Adsorção (N) Aplicação a água, que apresenta periodicidade de cor baixa a


moderada.
Adsorção (N/CAG) Aplicação a água com teor moderado a baixo de cor, durante todo o
ano.
Permuta iónica (J+T1) Aplicação a remoção de cor resultante da presença de compostos
solúveis, de origem industrial. A resina sintética é utilizada a jusante
da filtração.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 76
OPERAÇÕES E PROCESSOS UNITÁRIOS

Remoção de Contaminantes Processo de Tratamento Notas

Cheiro e sabor - Medidas preventivas aplicadas na origem de água, podem reduzir a


proliferação de populações fitoplanctónicas principais responsáveis
pela presença de compostos causadores de sabor e cheiro.

Oxidação (D ou F) Utilização de arejamento na origem de água ou à entrada do sistema


de tratamento, pode induzir a redução destes compostos. A oxidação
por cloro induz a formação de trihalometanos.
Adsorção (N/CAP ou CAG) Utilização de carvão activado em pó em situações episódicas de
presença destes compostos. A utilização de filtros de carvão
activado, justifica-se quando a ocorrência é praticamente constante
(origem industrial), ou quando é cíclica mas a presença destes
compostos apresenta teores que o justifiquem.
- (processos que incluem pré-oxidação e adsorção em CA asseguram
eficiência @ 100%)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 77
OPERAÇÕES E PROCESSOS UNITÁRIOS

Remoção de Contaminantes Processo de Tratamento Notas

Iron / manganese Oxidation + removal by chemical


precipitation
Ferro e Manganês Oxidação (D+F+I) Remoção de Fe e de Mn por oxidação e precipitação.
(O Mn passa a Mn+4, precipitando; para tal é nec. tresidência > 2h, a
mont. filtração)
Precipitação (D+K) Remoção de Fe e de Mn por arejamento a pH elevado. O hidróxido
de cálcio é normalmente utilizado para elevar o pH.
Convencional (G+H+I) Remoção de Fe e de Mn por coagulação/floculação convencional.
Permuta iónica (T1) Remoção de Fe e de Mn. Aplicado a águas subterrâneas.
Dureza Precipitação (L) Aplicação a água com dureza moderada a dura
Permuta iónica (T1) A utilização de leitos de zeólito remove catiões bivalentes
adicionando Na+. Permutadores catiónicos e aniónicos removem
todos os iões
Microbiological parameters Oxidation + clarification+ disinfection
(chlorine)
Patogénicos Desinfecção (P) A utilização de cloro, potencia a formação de trihalometanos.
Trihalometanos Coagulação assistida (G+K+H+I) Adsorção Remoção eficiente de percursores de trihalometanos por redução de
(N) pH ou em conjunto com amaciamento.
Arejamento (O) Remoção de TOC (carbono orgãnico total), percursores de
trihalometanos, por utilização de CAP ou de CAG.
Pré-oxidação (F) Remoção de compostos orgãnicos voláteis.
Remoção de compostos percursores por oxidação com ozono,
peróxido de hidrogénio, cloraminas ou dióxido de cloro. Evitar
elevados teores de cloro residual livre.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 78
OPERAÇÕES E PROCESSOS UNITÁRIOS

Remoção de Contaminantes Processo de Tratamento Notas

Nitratos - Praticamente não removidos em sistemas convencionais


Desnitrificação (S) Remoção de nitratos por desnitrificação biológica.
Permuta iónica (T1) Remoção de nitratos por resinas selectivas.
Desmineralização (T2) Remoção de nitratos e outros iões, por processos de separação por
membranas.
Azoto aminiacal removido biologicamente dando origem a nitritos e nitratos
muitas vezes recorre-se ao CAG, que serve de suporte ao
desenvolvimento biológico, sobretudo quando precedido de
ozonização)
também pode ser oxidado pelo cloro (efic.@ 100%)
Total suspended solids Clarification (G+H+I+J) Eficiência de remoção @ 100%
SST a filtração, por si só, só assegura 10 a 95% remoção
Dissolved organic matter - Ozone, potassium permanganate, chlorine (but not as the first
treatment operation)
(F+G+H+I+J)
Oxidabilidade Eficiência de remoção de 80 a 95%
Indicativo da necessidade de pré-oxidação (para valores > 7mg/L,
usar ozono para evitar a formação de trihalometanos)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 79
OPERAÇÕES E PROCESSOS UNITÁRIOS

Remoção de Contaminantes Processo de Tratamento Notas

Synthetic organic compounds N GAC (granular activated carbon) adsorption; CAP (powered activated
(pesticides and herbicides) carbon) adsorption
Fluoretos Alumina activada (O) Remoção de flúor por alumina activada.
2-
Arsênio Precipitação (G+H+I) Remoção de arsenato As(V), HAsO4 com coagulação a pH elevado
como o amaciamento com cal.
Alumina activada (O) Aplicação na remoção de As, em águas subterrâneas.
Desmineralização (T2) Remoção de As conjuntamente com outros aniões nos processos de
separação por membranas.
Toxinas N Removidas por adsorção em CA (remoção @ 80%)
- A pré-ozonização com tempo de contacto superior a 5 min pode ser
suficiente para destruir as toxinas para valores não detectáveis
2-
Sulfatos (SO4 ) Permuta iónica (T1) remoção não assegurada por sistemas convencionais
-
Quando se usa sulfato de alumínio como agente coagulante, a água
tratada sofre um acréscimo de sulfatos de 20 a 50 mg/L
Cloretos remoção não assegurada por sistemas convencionais
- mecanismos electrolíticos, ou diluir com água com reduzido teor em
cloretos
Calcium-carbonic equilibrium K Addition of lime, crushed limestone chambers
Residual in treated water Chlorine addition
P (cloragem) Última operação quando a água jánão apresenta m.o.; o residual de
cloro deve ser 0,2 mg/L durante 4 h

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 80
OPERAÇÕES E PROCESSOS UNITÁRIOS

OU e PU adequados à remoção de outros metais

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 81
ESQUEMA DE TRATAMENTO

Esquema de tratamento

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 82
ESQUEMA DE TRATAMENTO

Exemplo de processo de tratamento

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 83
ESQUEMA DE TRATAMENTO

Exemplo de diagrama linear (process diagram)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 84
AULA 4

• Operações e processos unitários - captação, gradagem e pré-


oxidação.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 85
DESCRIÇÃO DETALHADA DOS PROCESSOS DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Descrição detalhada dos processos de tratamento de água

 Processos principais:
• Captação
• Remoção de sólidos
• Remoção de areias
• Pré-oxidação
• Clarificação
• Mistura rápida
• Floculação
• Flotação
• Sedimentação
• Filtração
• Desinfecção

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 86
CAPTAÇÃO

ATLL - AIGÜES TER LLOBREGAT (Espanha/BARCELONA)

CAPTAÇÃO

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 87
CAPTAÇÃO

Torre de tomada de água

ETA de AREIAS DO VILAR (BARCELOS)


ÁGUAS DO NOROESTE, S.A.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 88
REMOÇÃO DE SÓLIDOS E AREIAS

A remoção de sólidos é operada quase que


REMOÇÃO exclusivamente quando se pretende tratar água de
DE SÓLIDOS
origem superficial (tomadas de água em rios,
albufeiras, lagos naturais, entre outros);

A remoção de areias é operada quando se pretende


tratar água de origem superficial de sistemas lóticos
REMOÇÃO (água corrente - rios, nascentes, ribeiras e riachos);
DE AREIAS não é normalmente necessária em sistemas lênticos
(águas calmas: albufeiras, lagos naturais, lagoas,
charcos ou pântanos)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 89
PRÉ-OXIDAÇÃO

PRÉ-OXIDAÇÃO

 Objectivos:
• Remoção Fe e Mn;
• Oxidação de compostos orgânicos;
• Inactivação de população fitoplanctónicas e microbiológicas.

 Agente oxidante:
• ozono;
• dióxido de cloro; poder de oxidação decrescente
• cloro;
• clorominas;
• permanganato de potássio;
• peróxido de hidrogénio.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 90
PRÉ-OXIDAÇÃO

 Utilização de cloro (pré-coloração): Controlar a formação de


• Pode conduzir à formação trihalometanos  subprodutos da
desinfecção

• Exerce também a função desinfectante em tempo desfasado (deixa


residual)
• Reduzido custo

• Adicionar doses de 2 mg/l de cloro acima do valor determinado


laboratorialmente, e tempos de contacto superiores a 60 minutos.
• Melhora as condições de coagulação
(para tal, é necessário que haja um tempo mínimo de contacto de 15 minutos
desde que a água recebeu o cloro até ao início do processo de clarificação).

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 91
PRÉ-OXIDAÇÃO

 Utilização de ozono:
• usado sempre que a conc. de m.o. o justifica e ↓ teores de brómio
(na presença de brómio pode formar ião bromato (BrO3-))

• Oxida compostos orgânicos (torna-os mais biodegradáveis e inorgânicos)


 micropoluentes orgânicos, incluindo compostos responsáveis por
sabor e cheiro, compostos fenólicos e alguns pesticidas;
 macropulentes orgânicos, permitindo remoção de cor, aumento da
biodegradabilidade e redução da carência de cloro.

• Favorece a coagulação (formação flocos de maior dimensão e melhor


decantabilidade)   duração ciclos entre lavagens dos filtros

• Não garante residuais no sistema distribuição

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 92
PRÉ-OXIDAÇÃO

 Processo de ozonização (produção e utilização):


• produção de ozono (muito instável) por irradiação ultravioleta ou
descarga eléctrica sobre atmosfera de O2, sem humidade nem
poeiras  dispendioso!!!
• dispersar o ozono por difusores de bolhas pequenas 
contactadores de ozono

• destruição de ozono libertado (aquecimento de gás)


(o ozono ataca os pulmões e olhos, podendo ser letal para conc.>10000 ppm)
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 93
PRÉ-OXIDAÇÃO

 Taxa de ozono (doses típicas)


1 a 3 mg/L ou, se função do TOC:

 Tempo de contacto: TRH=V/Qdim


3 minutos é suficiente
10 a 15 min se existir muita m.o.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 94
PRÉ-OXIDAÇÃO

ETA da ASSEISSEIRA / EPAL - PORTUGUESA DAS ÁGUAS LIVRES, S.A.

Ozononizadores

Cisterna de ozonização

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 95
PRÉ-OXIDAÇÃO

Sistema de ozonização

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 96
PRÉ-OXIDAÇÃO

 Utilização de dióxido de cloro (ClO2):


• permite o controlo de crescimento de bactérias e algas;
• oxida partículas coloidais (melhor coagulação e remoção da turvação);
• mantém residuais;
• menos dispendioso que o ozono;
• tal como o ozono, a sua utilização como pré-oxidante permite
redução significativa de dosagem de sulfato de alumínio em águas
com organismos fitoplanctómicos;
• necessário controlar subprodutos formados ([Cltotal] < 1 mg/l)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 97
PRÉ-OXIDAÇÃO

ATLL - AIGÜES TER LLOBREGAT (SPAIN / BARCELONA)

Pré-oxidação por perrmanganato de potássio

Preparação do perrmanganato de potássio

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 98
AULA 5

• Operações e processos unitários (cont.): mistura rápida,


floculação, flotação, sedimentação.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 99
CLARIFICAÇÃO

Processo de clarificação

A clarificação é um passo essencial em uma ETA, incluindo geralmente


quatro etapas:

COAGULAÇÃO FLOCULAÇÃO SEDIMENTAÇÃO FILTRAÇÃO

Os processos de coagulação promovem a desestabilização de partículas e


posterior agregação em flocos, que podem ser subsequentemente removidos
por processos de sedimentação e/ou filtração.

Geralmente, é removida turbidez (argila e silte), matéria orgânica e outros


componentes associados, como contaminantes microbianos, metais tóxicos,
produtos químicos orgânicos sintéticos, ferro e manganês.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 100


COAGULAÇÃO

COAGULAÇÃO

 Objectivos:
• Desestabilização da suspensão coloidal (argilas, óxidos metálicos,
moléculas de proteínas e microrganismos, com carga superficial
usualmente negativa) para anular o efeito da carga negativa e
permitir a sua agregação

 Desestabilização assegurada por:


• Compressão de dupla camada;
• Adsorção com neutralização de carga;
• Adsorção com formação de pontes interpartículas;
• Aprisionamento das partículas num precipitado.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 101


COAGULAÇÃO

 Reagentes:
• Coagulantes – responsáveis pela desestabilização dos coloídes
 Inorgânicos – sais metálicos (sulfato de alumínio, cloreto de alumínio,
sulfato férrico, cloreto férrico, sulfato cúprico …)
 Orgânicos – poliectrólitos (poliacrilamina, por ex.)

• Alcalinizantes – conferem alcalinidade


(cal, hidróxido de cálcio, hidróxido de sódio)

• Adjuvantes – melhoram a coagulação e floculação


(sílica activada e polielectrólitos)

 Determinação da dose óptima de coagulante – jar test

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 102


COAGULAÇÃO

concept developed by Camp and Stein in 1943

 Mistura rápida :
• Para adição do agente coagulante (em solução ou suspensão)
• tempos de retenção muito curtos (1 a 2 segundos)
• gradientes de velocidades elevados (usualmente a G = 1000 s-1),
para garantir dispersão rápida e uniforme

 Hidráulica - chicanas, em canais com ressalto hidráulico, em Parshal


(ΔH@0,5 m )
 Mecânica - com dispositivos de hélice ou pás de turbina

Mistura rápida mecânica: Back-Mix

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 103


COAGULAÇÃO

Mistura rápida mecânica:


misturadores em linha

Mistura rápida mecânica: misturadores do


tipo injector instantâneo (flash mixer)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 104


MISTURA RÁPIDA

ETA da ASSEISSEIRA

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 105


FLOCULAÇÃO

FLOCULAÇÃO

 Objectivos:
• aglomeração de partículas previamente destabilizadas em flocos
através de mistura lenta.
G = 10 a 60 s-1
tempo de residência = 15 a 45 minutos

• usualmente a água passa por uma sequência de 3 ou mais tanques


com agitadores transversais ou munidos de chicanas, ou assegurado
por turbulência hidráulica,
sem consumo de energia.

Deflectores (chicanas) horizontais


INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO
ou verticais 106
FLOCULAÇÃO

EX. de uma câmara de floculação

ETA da ASSEISSEIRA

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 107


FLOCULAÇÃO

 Desenvolve-se em dois estágios:


• 1º) Floculação pericinética: devido ao movimento Browniano das
partículas, ocorre imediatamente após
a destabilização (as partículas < 1 m
estão sujeitas a este tipo de floculação.)

• 2º) floculação ortocinética: induzida por gradientes de velocidade


(G) aplicados (afecta principalmente as
partículas maiores)

 Floculantes :
• adjuvantes de coagulação ou de filtração, tornam a floculação mais
rápida ou aumentam a qualidade do floco (peso, coesão e volume)
Ex: sílica activada;
minerais (argilas, CAP, …)
polieléctrolitos

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 108


CLARIFICAÇÃO / FLOCULAÇÃO - COAGULAÇÃO
FLOTAÇÃO

FLOTAÇÃO

 Objectivos:
• Separar graviticamente as fase sólida-líquida
• Usado especialmente para remoção de algas e fitoplâncton (que
decantam mal!)
• Pode ser alternativa ou complementar à sedimentação

• Recorrem à introdução de bolhas de ar na água (no fundo do


tanque) que arrastam as partículas até à superfície do tanque onde
são removidos

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 109


FLOTAÇÃO

ETA da ASSEISSEIRA

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 110


SEDIMENTAÇÃO

SEDIMENTAÇÃO

 Objectivos:
• separar graviticamente as partículas ou flocos em suspensão (com
densidade > à da água) de modo a obter a máxima separação
sólido-líquido
• particularmente necessário em águas com elevada turvação e/ou cor

anteparo perfurado
na zona de entrada

Zonas constituintes de todos os decantadores

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 111


SEDIMENTAÇÃO

 Tipos de sedimentação:
• de partículas discretas (que conservam as suas propriedades físicas
iniciais)
• de partículas floculantes (partículas que se aglomeram)
• em manto de lamas (partículas que se aglomeram e sedimentam
como um todo)
• em compressão (no fundo dos decantadores)

 Dimensionamento baseia-se na carga hidráulica (Ch)


as partículas com velocidade de decantação > carga hidráulica são
retidas
Ch = Qafluente/ Adecantação

Adecantação – área útil superficial do decantador ou, se se tratar de


decantação acelerada, área relativa ao sistema de módulos ou placas
(lamelas) incorporados no decantador.
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 112
SEDIMENTAÇÃO

 Tipos de decantadores:
• Convencionais
 Rectangulares, de escoamento horizontal (+ estáveis
hidraulicamente)
 Circulares, de escoamento radial (+ afectados por ventos cruzados)
Ch = 20 a 60 m3/(m2.dia)

• Não convencionais com tubos e lamelas


 permitem aumento significativo da área de sedimentação (espaço entre
separadores ≥ 5 cm para acumular lamas)
 muito usado na reabilitação/aumento de capacidade do sistema
existente
 promovem a estabilidade de fluxo

Ch = 2,5 a 9,2 m3/(m2.h)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 113


SEDIMENTAÇÃO

Decantador rectangular, de escoamento horizontal

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 114


SEDIMENTAÇÃO

Decantador circular, de escoamento radial

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 115


SEDIMENTAÇÃO

Decantadores não convencionais com tubos

Decantadores não convencionais com lamelas

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 116


SEDIMENTAÇÃO

Caleiras interiores (para aumentar o


comprimento do sistema de descarga)

Estruturas tubulares para


sedimentadores não convencionais
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 117
SEDIMENTAÇÃO

 Notas:
• A sedimentação pode ser dispensada a montante da filtração
(turbidez < 15 a 20 mg/L)  Filtração directa.
• A pré-sedimentação pode ser usada à cabeça duma ETA para
permitir a decantação gravítica de sólidos densos que não
necessitam de coagulação/ floculação para serem removidos.
• Causas de decantação deficiente:
 curto-circuitos hidráulicos e turbulência
 deficiente distribuição de caudais afluentes
 vento
 existência de bolhas de ar ascendentes
 diferenças de densidade causadas por gradientes de
temperatura ou concentração

 Importância do tamanho e forma dos decantadores, dispositivos de


entrada e saída de caudal, deflectores, …
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 118
AULA 6

• Operações e processos unitários (cont.): filtração e desinfecção.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 119


FILTRAÇÃO

FILTRAÇÃO

 Objectivos:
• remoção de partículas em suspensão através da passagem da água
por uma ou mais camadas de material poroso
• Efeito adicional de remoção de m.o. e microrganismos
• pode ser usada como operação de remoção primária da turvação
(filtração directa)

 Constituição do leito filtrante:


• areia;
• antracite;
• carvão activado granulado (CAG) - assegura a adsorção para
remoção de compostos orgânicos solúveis e voláteis
• brita calcária.
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 120
FILTRAÇÃO

Diâmetro efectivo
Coeficiente de uniformidade
• Caracterizado por:
Esfericidade
Porosidade

 Mecanismos de filtração:
• Separação mecânica
• Sedimentação
• Impacto (com os grãos do material filtrante)
• Intercepção (por contacto com os grãos do material filtrante)
• Adesão
• Actividade biológica (reduz os poros do material filtrante,
intensificando os processos anteriores)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 121


FILTRAÇÃO

 Constituição de um filtro :

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 122


FILTRAÇÃO

• Base ou sistema de drenagem


 Suporta o leito filtrante e a água; colecta a água tratada e
distribui uniformemente a água de lavagem
 Tipos: drenos laterais com orifícios ou com bocais de injecção
de ar; blocos/tijolos vitrificados, de cimento ou de plástico; bocais
de plástico, .etc….

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 123


FILTRAÇÃO

• Camada de suporte:
 Retém o material filtrante e melhora a distribuição da água de
lavagem
 Gravilha, cascalho ou pedregulho (h @ 40 a 60 cm; no topo  2,5
a 5 mm; no fundo  40 a 60 mm)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 124


FILTRAÇÃO

 Leito filtrante:
• De camada simples
 Areia de granulometria uniforme
 Remoção de sólidos ocorre nos estratos superiores  H
aumentam rapidamente

• De camada dupla
 Geralmente antracite (@ 30 a 60 cm;  0,9 a 1 mm ) e areia
(h @ 15 a 40 cm;  0,5 a 0,55 mm)
 Retardam o desenvolvimento de H  >ciclos de filtração
e caudais de lavagem

• Multicamada
 3 ou mais camadas
 Material + denso e grosseiro no topo; o + fino no fundo
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 125
FILTRAÇÃO

Tipos de filtração

 Filtração rápida:
• O mais comum (usado a jusante de coagulação, floculação e sedimentação)
• Taxa de filtração = 5 a 12 m3/m2/h
• Duração de um ciclo de filtração @ 24 a 72 horas
• Lavagem em contra-corrente

• Regimes de filtração rápida (operação):


 Filtração rápida a caudal decrescente: o nível da água acima do
leito filtrante mantém-se constante; a perda de carga por acumulação de
sólidos vai aumentando, o caudal tende a decrecer.
 Filtração rápida a caudal constante: o aumento da perda de carga é
compensado pelo aumento progressivo do nível da água acima do leito
ou pela abertura progressiva da válvula de saída da água tratada e
manutenção do nível de água acima do leito (Hmáx=2,5 m)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 126


FILTRAÇÃO

• Lavagem:
 em contra-corrente (por inversão do sentido do escoamento, de
modo a expandir o leito em cerca de 50%)

 Lavagem com água: taxa de aplicação de água de 630 l/min/m2

 Lavagem com ar e água: primeiro, lavagem com ar e água (cerca de


7 a 10 min) e depois só com água (cerca de 1 a 3 min), para purgar o
ar retido. A utilização de ar comprimido para auxiliar a lavagem, o que
reduz para metade a quantidade de água requerida.

Após várias lavagens o meio filtrante torna-se estratificado,


não uniforme, com partículas mais finas à superfície, o que
tem reflexos na perda de carga

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 127


FILTRAÇÃO

Operação e lavagem de um filtro - abertura progressiva da válvula


de saída da água tratada e manutenção do nível de água acima do leito
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 128
FILTRAÇÃO

ETA da ASSEISSEIRA
Filtração rápida / Operação normal

Filtração rápida / Lavagem em contracorrente

Filtração rápida / Equipamento de controlo

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 129


FILTRAÇÃO

 Filtração lenta:
• Taxa de filtração = 0,10 a 0,54 m3/m2/h
• Favorece-se o desenvolvimento, à superfície, duma camada densa
de microrganismos, o que aumenta a eficiência da filtração
• Requer áreas e volumes de enchimento superiores
• Operação simples e de baixo custo
• Duração de um ciclo de filtração @ 40 a 60 dias
• Limpeza manual

O nível de água aumenta à medida que as camadas


superiores de areia ficam colmatadas.
Quando sobrenadante atinge 1,25 a 2 m  proceder à
limpeza (remover 12 a 50 mm de areia com biofilme;
repor areia quando se tiver retirado cerca de 0,5 m)!

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 130


FILTRAÇÃO

 Filtração sob pressão:


• No interior de cilindros metálicos fechados
• Água injectada sob pressão
• Usado em ETA pequenas, piscinas e unidades industriais

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 131


DESINFECÇÃO

DESINFECÇÃO

 Objectivos:
• Inactivação de microrganismos patogénicos
• Tratamento mais importante (4000 crianças morrem por dia por
consumo de água contaminada)

 Agentes desinfectantes:
• Cloro
os mais usados!
• Dióxido de cloro (ClO2)
• Ozono
• Cloraminas
• Radiação ultravioleta

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 132


DESINFECÇÃO

 Critérios de selecção de agente desinfectante:


• ser tóxico para os microrganismos, a baixas concentrações (não ser
tóxico para o Homem, ou outros animais);
• ser solúvel em água;
• ser eficaz na gama de temperaturas normais da água (0 a 25º);
• assegurar a inactivação de 99,9% de cistos de Giardia lamblia e, ou
de 99,99% de vírus;
• ser estável, possibilitando a permanência de um residual durante um
período de tempo alargado;
• minimizar a formação de subprodutos indesejáveis;
• não interferir com metais e tecidos;
• eliminar cheiros;
• existir em grandes quantidades e ser economicamente acessível;
• ser fácil de manipular e de reduzida perigosidade;
• ser fácil determinar a sua concentração, permitindo a
correspondente monitorização.
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 133
DESINFECÇÃO

 Observações:
• A eficácia da desinfecção depende do tempo de contacto, nº de
microrganismos presentes, conc. do desinfectante, temperatura da
água

• Dose e tempo de contacto – estimados empiricamente mas deviam


ser avaliados e controlados in situ
• A presença de compostos orgânicos e inorgânicos redutores
acarreta sobredosagens (os agentes desinfectantes são consumidos
preferencialmente nas aduções de oxidação destes compostos).

• EPA impõe a necessidade de todos os sistemas de tratamento de


água contemplarem pelo menos as etapas de filtração e
desinfecção.
(o residual desinfectante deve ser de 0,2 mg/l durante 4 horas).

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 134


DESINFECÇÃO

 Utilização de cloro:
• inicialmente, em 1900, era usado o hipoclorito de sódio (NaOCL)
• actualmente, usa-se cloro gasoso, NaOCL e hipoclorito de cálcio

Curva de cloração ao ponto crítico (break point)

Obter concentrações residuais livres ≥ 0,5 mg/l de Cl2 em


INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO qualquer ponto da rede de abastecimento 135
DESINFECÇÃO

 Desinfectante residual:
• Combater contaminações futuras
• Limiar de detecção de sabor do cloro = 0.5 ppm
• Conc.   corrosão do sistema de distribuição

• A ausência de CT não é suficiente para assegurar a eficiência da


desinfecção  usar indicadores não biológicos, como o cloro residual
e a turvação, para avaliar a qualidade virulógica e parasitológica da
água

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 136


DESINFECÇÃO

 Injecção e mistura de soluções cloradas:


• Efectuada num ponto em que a turvação < 1 NTU
• Introduzidas directamente na água com bomba alimentadora (a
incorporação do cloro gasoso na água é realizada por difusão)
• Misturadas hidraulicamente ou com ajuda de um agitador

Sistemas de mistura da solução clorada na água

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 137


DESINFECÇÃO

ETA da ASSEISSEIRA

Armazenamento de Cloro

Cisterna de água tratada

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 138


AULA 7

• Operações e processos unitários (cont.): amaciamento.


• Tratamento de lamas.
• Exemplos de casos reais.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 139


AMACIAMENTO

AMACIAMENTO

 Objectivos:
• Eliminação parcial ou total da dureza da água
Uma água com uma dureza inferior a 30-50 mg/L (água macia) possui
características agressivas. Águas duras (> 150 mg CaCo/L) provocam
incrustações, maiores consumos de sabões de detergentes,... devendo
ser amaciadas para valores de 50 a 150 mg CaCo /L.

 Tipos de dureza:
• Dureza cálcica ou magnésica (devida aos iões Ca2+ e Mg2+)
• Dureza carbonatada ou temporária – corresponde à alcalinidade
• Dureza não carbonatada ou permanente – devida aos cloretos,
nitratos, sulfatos, etc

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 140


AMACIAMENTO

 Processos de amaciamento:
• Permuta iónica
• Precipitação química (adicionar cal à água, por ex.)

Esquema de sistema de amaciamento por


adição de cal em excesso
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 141
TRATAMENTO DE LAMAS

Linha de tratamento de lamas

 Produção de lamas:
• Devidas ao teor em SST da água bruta e aos reagentes adicionados
(coagulantes, etc…)
• Concentração das lamas = 2%

 Cisterna de água da lavagem dos filtros de areia e cisterna de lamas

 Linha de tratamento de lamas


• processo de desidratação das lamas realizado usualmente em duas
etapas - espessamento e centrifugação
• a água recuperada durante este processo é reencaminhada para o
reservatório de água bruta, ou seja, para o início do processo de
tratamento de água

 Transporte para destino final adequado (deposição em aterro, reutilização


na agricultura, incorporação em argila utilizada na produção de tijolo e telha, …)
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 142
TRATAMENTO DE LAMAS

 Espessamento gravítico
• Carga em sólidos = 12 a 40 kg SST/m2 área.hora
• Concentração das lamas espessadas = 5 a 9%

 Desidratação de lamas
• Filtros prensa
• Centrifugação

Espessador Filtros prensa

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 143


TRATAMENTO DE LAMAS

 Lagoas de lamas
• Tempo de retenção = 5 dias
• Profundidade do líquido = 1,0 a 1,5 m

 Leitos de secagem
• Altura da camada de lamas = 0,20 m
• Tempo de secagem = 5 dias
• Carga de sólidos = 1 a 2,5 g SST/m2

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 144


Exemplos de casos reais

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 145


CASOS REAIS - EXEMPLOS

AQUEDUTO DA PRATA, ÉVORA


Abastecimento a Évora (séc. XV)

Aqueduto Aqueduto

Aqueduto com edificações posteriores Praça do Giraldo – fontanário (terminal


INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO sistema de abastecimento) 146
CASOS REAIS - EXEMPLOS

ETA DE MONTE NOVO

Empresa: Águas do Centro Alentejo


Municípios servidos: Évora, Mourão e Reguengos de Monsaraz
População servida: 70 000 e.p.
Custo: 5 milhões de euros (aumento de 600 m3/h para 1100 m3/h e
beneficiação do tratamento).

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 147


CASOS REAIS - EXEMPLOS

FASE LÍQUIDA
 Chegada de água bruta;
 Ozonização
 Regulação de equilíbrio calco-carbórico (CO2)
 Eliminação de toxinas e odores (carvão activado em pó)
 Coagulação
 Floculação
 Flotação/decantação
 Eliminação de manganêz
 Filtração
 Desinfecção e correcção final de pH

FASE SÓLIDA
 Equalization and homogenization of sludge
 Sludge gravity thickening
 Sludge Dehydration and storage
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 148
CASOS REAIS - EXEMPLOS

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 149


CASOS REAIS - EXEMPLOS

Edifício de exploração Edifício de exploração

Armazenamento O2 Tomada de água

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 150


CASOS REAIS - EXEMPLOS

Floculador

Operação de remoção de escumas

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 151


CASOS REAIS - EXEMPLOS

Lagoa de homogeneização de lamas

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 152


CASOS REAIS - EXEMPLOS

EPAL – EMPRESA PORTUGUESA DAS ÁGUAS LIVRES, SA

A EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres, SA é uma sociedade anóni-


ma de capitais integralmente públicos, detida a 100% pela AdP - Águas de
Portugal, SGPS, SA.

A Empresa é responsável por um sistema de abastecimento que se desenvolve


ao longo de mais de 2 100 km, desde a albufeira de Castelo do Bode até à
cidade de Lisboa.

A EPAL abastece cerca de 3 milhões de pessoas, de 35 concelhos da margem


norte do rio Tejo, correspondendo a uma área total abastecida de cerca de
7090 km².

Mantém relações contratuais com cerca de 350 mil clientes directos, do


concelho de Lisboa, onde assegura o abastecimento domiciliário de água.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 153


CASOS REAIS - EXEMPLOS

O sistema de produção e transporte é


constituído por 3 sub-sistemas que se
desenvolvem ao longo de mais de 700 km
de adutores, com uma capacidade nominal
de produção que pode atingir 1 000 000
m³/dia e uma capacidade de reserva de
cerca de 337 230 m³.

Estes subsistemas são dotados de 2 ETA


(Asseisseira e Vale da Pedra), 32 EE, 36
reservatórios e 19 postos de cloragem.

A água produzida pelos 3 sub-sistemas é aduzida pelos respe-ctivos adutores


de Castelo do Bode, do Tejo e do Alviela e, ainda, pelo adutor Vila Franca de
Xira-Telheiras, com uma capacidade de transporte de 240 000 m³/dia, e pelo
adutor de Circunvalação, com uma capaci-dade de transporte na ordem dos
410 000 m³/dia.
INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 154
CASOS REAIS - EXEMPLOS

Passadiço

WATER INTAKE

RESERVOI
R

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 155


CASOS REAIS - EXEMPLOS

Chaminé de equilíbrio

Conduta adutora

EE de Castelo do Bode

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 156


CASOS REAIS - EXEMPLOS

Barragem de Castelo do Bode

EE de Castelo do Bode

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 157


CASOS REAIS - EXEMPLOS

Edifício de exploração
Oficinas

P de transformação
Mistura rápida

Edifício dos reagentes Floculadores

Desidratação de lamas Filtros

Espessadores
Armazenamento da água
de lavagem do filtros
Armazenamento de cloro e CO2

Cisterna de água tratada

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 158


CASOS REAIS - EXEMPLOS

A rede de distribuição de água desen-


volve-se ao longo de mais de 1 400 km,
abrangendo uma área de 83 km² e
servindo uma população residente de 564
000 habi-tantes

A gestão da rede de distribuição é


suportada por um conjunto de infra-
estruturas e órgãos, designadamente 14
reservatórios, 9 estações elevatórias, 60
grupos electrobomba, 4 postos de clora-
gem e 93 000 ramais de ligação domici-
liária.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 159


CASOS REAIS - EXEMPLOS

ÁGUAS DO ALGARVE, SA

A Águas do Algarve, SA é uma sociedade anónima de direito privado com


capitais maioritariamente públicos criada pelo DL 168/2000, de 5 de Agosto, por
fusão das sociedades Águas do Sotavento Algarvio, SA e Águas do Barlavento
Algarvio, SA.

Abastece “em alta” os concelhos de Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim,


Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel, Silves,
Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António, estando previsto o
abastecimento também ao município de Monchique.

O objecto social da sociedade é a exploração e gestão dos Sistemas


Multimunicipais de Captação, Tratamento e Abastecimento de Água ao
Sotavento e Barlavento Algarvios, criados pelo DL 379/93, de 5 de Novembro,
ficando, pela deliberação da Assembleia Geral de 5 de Março de 2001, a
exercer também a actividade de exploração e gestão do Sistema Multimunicipal
de Saneamento do Algarve.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 160


CASOS REAIS - EXEMPLOS

ETA BELICHE

ETA ALCANTARILHA

ETA FONTAÍNHAS ETA TAVIRA

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 161


CASOS REAIS - EXEMPLOS

ALCANTARILHA WTP

A ETA de Alcantarilha tem uma capacidade máxima de tratamento de 259 000


m3/dia, repartida por três linhas, tratando água superficial proveniente da
albufeira do Funcho e água subterrânea das captações de Vale da Vila e de
Benaciate, prevendo-se captar água na albufeira de Odelouca, a partir de
2012.

Esta ETA situa-se a cerca de 10 km de Silves e a 12 km da barragem do


Funcho, junto à localidade de Alcantarilha - Gare. A sua construção iniciou-se
em Outubro de 1998 e concluiu-se no final de 1999.

A capacidade máxima de produção é de 259 000 m3/dia, correspondente a


um caudal de 3 m3/s, equivalente a uma população de 620 000 hab, prevista
para o ano de 2025. Devido ao carácter flutuante da população a servir, a
ETA é constituída por três linhas de tratamento em paralelo, por forma a
responder às necessidades de abastecimento de água, tanto em época alta
como em época baixa.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 162


CASOS REAIS - EXEMPLOS

A água tratada nesta ETA destina-se ao abastecimento “em alta” dos


concelhos de Albufeira, Aljezur, Lagoa, Lagos, Monchique, Portimão, Loulé
(Oeste), Silves e Vila do Bispo, todos pertencentes ao Sistema Multimunicipal
de Abastecimento de Água ao Algarve, podendo, se necessário, através da
estação elevatória reversível, abastecer também o Sotavento Algarvio.

O esquema geral do tratamento foi concebido para dar resposta a situações


adversas, no respeitante às características da água captada na origem, de
forma a garantir a qualidade necessária para consumo humano.

A captação, de água superficial, é efectuada a partir da albufeira do Funcho e


futuramente da albufeira de Odelouca. A adução de água à ETA de
Alcantarilha efectua-se graviticamente, através de uma conduta com 2,5 m de
diâmetro e cerca de 12 km de extensão.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 163


CASOS REAIS - EXEMPLOS

LINHA DE TRATAMENTO DE ÁGUA


 Chegada da água bruta;
 Pré-oxidação;
 Mistura rápida;
 Coagulação / adsorção / floculação / decantação;
 Filtração;
 Desinfecção;
 Água tratada.

LINHA DE TRATAMENTO DE LAMAS

 Cisterna de água da lavagem dos filtros de areia e cisterna de lamas;


 Desidratação de lamas (filtros prensa);
 Cisterna de águas da lavagem das prensas e cisterna do filtrado da prensa;
 Decantadores de águas residuais de processo.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 164


CASOS REAIS - EXEMPLOS

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 165


CASOS REAIS - EXEMPLOS

FONTAÍNHAS WTP

A ETA das Fontaínhas trata água superficial proveniente da albufeira da


Bravura e tem uma capacidade de produção de 29 000 m3/dia. Abrangendo
especialmente os concelhos de Aljezur, Lagos e Vila do Bispo, serve uma
população aproximada de 52 000 hab.

A ETA das Fontaínhas, infra-estrutura integrada no Sistema Multimunicipal de


Abastecimento de Água do Algarve, está localizada na freguesia de
Mexilhoeira Grande, concelho de Portimão. Tem uma capacidade de
tratamento de, aproximadamente, 26 000 m3/dia (300 L/s) e produz água, em
conjunto com a ETA de Alcantarilha, para os municípios de Aljezur, Lagos e
Vila do Bispo.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 166


CASOS REAIS - EXEMPLOS

LINHA DE TRATAMENTO DE ÁGUA

 Chegada da água bruta;


 Pré-oxidação;
 Coagulação / floculação / adsorção;
 Decantação;
 Filtração;
 Desinfecção;
 Ajuste final de pH;
 Água tratada.

LINHA DE TRATAMENTO DE LAMAS

 Cisterna de água da lavagem dos filtros de areia e cisterna de lamas;


 Desidratação de lamas (filtros prensa);
 Cisterna de águas da lavagem das prensas e cisterna do filtrado da prensa;
 Decantadores de águas residuais de processo.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 167


CASOS REAIS - EXEMPLOS

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 168


CASOS REAIS - EXEMPLOS

BELICHE WTP

A ETA do Beliche, localizada junto à barragem com o mesmo nome, tem uma
capacidade de 13 000 m3/dia. Abrangendo os concelhos de Castro Marim e
Vila Real de Santo António, esta ETA serve uma população máxima de,
aproximadamente, 60 000 hab.

A ETA do Beliche está integrada no Sistema Multimunicipal de Abastecimento


de Água do Algarve e trata água superficial proveniente das albufeiras de
Odeleite e Beliche. Os processos de tratamento adoptados permitem obter
uma água de excelente qualidade. As técnicas utilizadas são extremamente
eficazes na remoção de substâncias indesejáveis na água de origem.
(natureza biológica, microbiológica e química). Somente desta forma é
garantido um tratamento de uma água com elevada qualidade e de
excelentes características organolépticas.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 169


CASOS REAIS - EXEMPLOS

LINHA DE TRATAMENTO DE ÁGUA


 Chegada de água bruta;
 Ozonização;
 Remineralização;
 Coagulação;
 Adsorção;
 Decantação;
 Filtração;
 Afinação final de pH;
 Desinfecção;
 Água tratada.

LINHA DE TRATAMENTO DE LAMAS


 Cisterna de águas sujas e cisterna de lamas;
 Espessador de lamas;
 Desidratação de lamas (centrifugação).

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 170


CASOS REAIS - EXEMPLOS

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 171


CASOS REAIS - EXEMPLOS

TAVIRA WTP

A ETA de Tavira está integrada no Sistema Multimunicipal de Abastecimento


de Água do Algarve tratando água superficial proveniente das albufeiras de
Odeleite e Beliche e tem uma capacidade máxima de produção de 190 000
m3/dia, repartida por duas fases, com capacidade de 95 000 m3 cada.

A população máxima servida actualmente é da ordem dos 460 000 hab,


esperando-se que venha a atingir os 530 000 hab, no ano 2024.

A água tratada nesta estação de tratamento destina-se à produção “em alta”


para os concelhos de Alcoutim, Castro Marim, Faro, Loulé, Olhão, S. Brás de
Alportel, Tavira e Vila Real de Santo António, todos pertencentes ao Sistema
Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve, podendo, se
necessário, através da estação elevatória reversível, abastecer, a partir do
Sotavento Algarvio, conforme tem sido prática nos últimos anos devido à
escassez de água, a qual só virá a ser ultrapassada com a conclusão da
barragem de Odelouca, no Barlavento Algarvio.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 172


CASOS REAIS - EXEMPLOS

Os processos de tratamento adoptados permitem obter uma água de


excelente qualidade. As tecnologias utilizadas são extremamente eficazes na
remoção de substâncias indesejáveis na água de origem, caso ocorram
(natureza biológica, microbiológica e química). Somente desta forma é
garantida uma produção de uma água com elevada qualidade e de
excelentes características organolépticas.

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 173


CASOS REAIS - EXEMPLOS

LINHA DE TRATAMENTO DE ÁGUA


 Chegada de água bruta;
 Ozonização;
 Remineralização;
 Coagulação;
 Adsorção;
 Decantação lamelar;
 Filtração;
 Desinfecção;
 Ajuste final de pH;
 Água tratada.

LINHA DE TRATAMENTO DE LAMAS


 Cisterna de águas residuais do processo e lamas;
 Floculação / decantação / espessamento de lamas (Densadeg);
 Espessador de lamas;
 Desidratação de lamas (filtros prensa).

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 174


CASOS REAIS - EXEMPLOS

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 175


SOLUÇÕES COMPACTAS

ETA compactas

• Baseadas em processos de tratamento convencionais:

• Produção de água para consumo humano a partir de origens superficiais ou


subterrâneas
• Caudais de 5 a 720 m3/h
• Vantagens:
 Compacto
 Instalação rápida
 Modular
 Fácil de operar e manter
 Adaptável às condições locais (pouca necessidade de construção civil)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 176


SOLUÇÕES COMPACTAS

ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 177


SOLUÇÕES COMPACTAS

EXEMPLOS

Nizip (Turquia) Ocotal (Nicarágua)

Bagdad (Iraque)

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 178

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