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Ano 11
Nº 51
Mar/Abr 2014
ISSN 0100-1485
entrevista
Gutemberg de
Souza Pimenta,
ex-presidente da
ABRACO
inibidores
inibidores de
de corrosão
corrosão
eficiência e proteção
ambiental
Sumário51:Sumário/Expedient36 4/29/14 6:43 PM Page 1
Sumário
Vice-presidente
4
Dra. Denise Souza de Freitas – INT Editorial
Diretores INTERCORR: tudo pronto para a largada
Aécio Castelo Branco Teixeira – química união
Eng. Aldo Cordeiro Dutra
Cesar Carlos de Souza – WEG TINTAS
M.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta – CENPES
Isidoro Barbiero – SMARTCOAT 5
Eng. Pedro Paulo Barbosa Leite
Dra. Simone Louise Delarue Cezar Brasil ABRACO Informa
ABRACO amplia seu leque de atuação
Conselho Científico
M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRN
M.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTEC
M.Sc. Hélio Alves de Souza Júnior
Dra. Idalina Vieira Aoki – USP 6
Dra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTEC
Eng. João Hipolito de Lima Oliver – Entrevista
PETROBRÁS/TRANSPETRO Um profissional eclético
Dr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPE
Dr. Luís Frederico P. Dick – UFRGS
M.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPT
Dra. Olga Baptista Ferraz – INT
Dr. Pedro de Lima Neto – UFC 8
Dr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – França
Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ Inibidores de Corrosão
Eficiência e proteção ambiental
Conselho Editorial
Eng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRO
Dra. Célia A. L. dos Santos – IPT
Dra. Denise Souza de Freitas – INT
Dr. Ladimir José de Carvalho – UFRJ 33
Eng. Laerce de Paula Nunes – IEC
Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ Notícias do Mercado
Simone Maciel – ABRACO
Dra. Zehbour Panossian – IPT
Revisão Técnica 34
Dra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPT
Dra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPT Opinião
M.Sc. Anna Ramus Moreira – IPT
M.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPT Mudasil
M.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT Juós
Redação e Publicidade
Aporte Editorial Ltda.
Rua Emboaçava, 93
São Paulo – SP – 03124-010
Fone/Fax: (11) 2028-0900
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Diretores Artigos Técnicos
João Conte – Denise B. Ribeiro Conte
Editor 16 24
Alberto Sarmento Paz – Vogal Comunicações Perfil de rugosidade de superfícies de Sensores de monitoramento do risco
redacao@vogalcom.com.br
aço-carbono x espessura de corrosão nas estruturas de concreto
Repórter de pintura: um tema importante atmosféricas
Carlos Sbarai
para ser debatido Por Adriana de Araújo e Zehbour
Projeto Gráfico/Edição
Intacta Design – julio@intactadesign.com Por Celso Gnecco e Fernando L. de Panossian
Fragata
Gráfica
Ar Fernandez
Carta ao leitor
Boa leitura!
Os editores
ABRACO Informa
Entrevista
Gutemberg de
Souza Pimenta
Um profissional eclético
Passando por todos os segmentos da indústria de petróleo, Gutemberg de Souza Pimenta esteve
sempre na linha de frente de diversas pesquisas voltadas para a prevenção e o combate
à corrosão e hoje dedica-se ao transporte de petróleo e seus derivados
m dos mais proeminentes ações relevantes para a consoli- desempenho tive a oportunidade de
pesquisadores que atuam dação da entidade. entrar no Centro de Pesquisas da
na área de corrosão, Gu- Nesta entrevista, Gutemberg Petrobras e a vaga era para traba-
temberg é graduado em Enge- conta um pouco de sua história. lhar com pesquisas na gerência res-
nharia Mecânica pela Pontifícia ponsável pela corrosão.
Universidade Católica do Rio de Conte um pouco da sua opção
Janeiro – PUC-RJ, com mestra- pela engenharia e a especializa- Quais foram seus mestres e co-
do em Engenharia Metalúrgica e ção em corrosão? mo eles lhe influenciaram?
Ciência dos Materiais pela Uni - Gutemberg Pimenta – Desenvol- Pimenta – Isto teve um grande
versidade Federal do Rio de Ja- ver e construir sistemas de testes peso na minha decisão de traba-
neiro – COPPE. Desde 1979, sempre foi um exercício que prati- lhar com corrosão, pois sempre fi-
trabalha na área de corrosão, cava muito na minha adolescência, quei ligado aos mestres que eram
quando ingressou no Centro de razão pela qual optei pela mecâ- referência em corrosão na Petro-
Pesquisas da Petrobras – CEN- nica. Ainda na PUC, participei bras, no Brasil e no mundo.
PES, onde seguiu carreira até como monitor de dois laboratórios Aprendi muito com eles os quais
chegar, no ano 2000, ao cargo de novos e tinha como tarefa principal também confiaram no meu traba-
Consultor Sênior da Petrobras. estudar e especificar procedimentos lho, na postura profissional e na
Desde 2006, é responsável de testes para as aulas práticas do vontade de atuar com pesquisas em
pela implantação da Rede Temá- departamento. Isto me fez buscar temas ainda desconhecidos na dé-
tica de Materiais e Corrosão (rede conhecimentos necessários para as cada de 1980. Devo muito aos
de pesquisa de desenvolvimento atividades através de pesquisas, meus três grandes mestres: o Dr.
interligada por vários centros consultas a normas técnicas, além Paulo Cesar Loyola, o Dr. Marcio
avançados de estudos), projeto de conhecer no mercado do Rio de Almeida Ramos e o Dr. Fernando
desenvolvido pela Petrobras e Janeiro empresas que trabalhassem Benedito Mainier.
ANP (Agência Nacional de Pe- com os sistemas que eu estava mon-
tróleo) nas universidades e ins- tando. Outro fato importante foi o Quais as principais linhas de
titutos de pesquisas do Brasil. meu trabalho final de curso, no pesquisa a que se dedicou?
Gutemberg também é um qual tive como responsabilidade o Pimenta – Sempre procurei tra-
incentivador da participação projeto de uma esteira rolante, que balhar com pesquisas de alto risco
dos profissionais em associações me levou a fazer também uma e grande valor agregado para as
técnicas. Ele mesmo atua ativa- grande pesquisa na literatura exis- atividades da empresa. Comecei
mente na ABRACO, Associa - tente e conhecer máquinas e aces- minha linha de pesquisa em sis-
ção Brasileira de Corrosão, on- sórios existentes no mercado. Ao temas de produção, plataformas
de foi presidente durante os término do curso de engenharia fixas, estudando os efeitos do H2S
anos de 2001 e 2002, e hoje passei por outros na Petrobras, o de na corrosão sob tensão nos mate-
integra a diretoria, além de par- Engenharia e Inspeção de Equipa- riais de linha de produção. Parti-
ticipar de diversas formas – pa - mentos, e lá tive diversas matérias cipei da construção de um siste-
lestrante, congressista ou orga- de corrosão que não existiam na ma “mooring de corrosão” para
nizador – de diversos eventos e universidade. Em razão do meu estudar a performance da prote-
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Entrevista51:Entrevista36 4/29/14 4:35 PM Page 2
ção catódica e corrosão sob fresta tura. No exterior, além de apresen- todos os cursos existentes de corrosão
em até mil metros de profundi- tarem equipamentos de pesquisas pela ABRACO e pelas entidades de
dade. Outro projeto de pesquisa de última geração, os pesquisadores pesquisas externas: INT e IPT.
foi a de estudar inibidores de cor- ainda têm como característica Meu crescimento na carreira de
rosão para poços onshore, onde apresentarem pesquisas com um corrosão também teve como grande
aumentamos a vida útil das co- custo baixo, função esta devido ao input os cursos gerenciais e de rela-
lunas. Coordenei o projeto de pes- apoio muito maior dos órgãos go- cionamento com empresas e pessoas.
quisas de corrosão sob tensão em vernamentais nos EUA e Europa. A participação nesses cursos associ-
etanóis, mostrando que o meca- ada a outros diversos que fiz na
nismo de falha que estava ocor- O senhor tem uma destacada Petrobras (passando pela produção,
rendo nos EUA não acontecia em atuação associativa. Na sua vi- transporte e refino de petróleo e seus
etanol de cana-de-açúcar, par- são, qual a importância de par- derivados, biocombustível e gás e
ceria realizada com o INT, IPT ticipar ativamente de associa- energia), foi de extrema importân-
e UFGRS. Também coordenei o ções profissionais? cia para a evolução da minha car-
projeto de corrosão e medidas pre- Pimenta – A associação deve ter reira e, por isso, considero-me um
ventivas em dutos e tanques onde sempre como meta principal a di- Engenheiro de Corrosão completo.
foram geradas várias soluções para vulgação dos temas ligados a suas Parte disso vem desse conhecimento
os nossos sistemas, evitando falhas e atividades, como congressos, semi- adquirido via ABRACO e, depois
melhoria da nossa logística de nários, cursos e normas técnicas. de algum tempo, passei a orientar
transporte e armazenamento de pe- Tudo isto só é possível se tivermos cursos e palestras como uma forma
tróleo e seus derivados. Esta ati- uma equipe de trabalho muito boa levar meu conhecimento à comu-
vidade teve como grande parceiro o e que consiga sempre enxergar no nidade.
IPT. Minhas principais linhas de mercado os temas que estão em
pesquisa foram o monitoramento e pauta. Eu tenho esta característica Conte sobre sua experiência na
gerenciamento e inibição da cor- e gosto de estar sempre em contato Rede Temática de Corrosão.
rosão. Passei por todos os segmentos com os pesquisadores e manter-me Pimenta – Antes da criação da
da indústria de petróleo. Hoje eu atualizado na atividade. É através Rede Temática de Corrosão eu já
estou voltado mais ao transporte de da associação que devemos realizar havia tido uma grande experi-
petróleo e seus derivados, etanol, este trabalho. Fui um dos princi- ência na construção de dois labo-
biodiesel e produtos ácidos gerados pais articuladores de trazer o LA- ratórios de corrosão: um com a
pelas petroquímicas. TINCORR para o Brasil, assim UFRJ e o outro em Natal, RN. A
como da elaboração do COTEQ, escolha de outras entidades para a
O que se discute hoje a respei- onde participam a ABRACO, construção dos laboratórios foi
to da corrosão? ABENDE e IBP, evento bianual fácil, pois eu já conhecia, por
Pimenta – Meio ambiente e quali- que é realizado nos anos impares. meio dos Congressos de Corrosão,
dade do produto são dois fatos que os pesquisadores das universidades
no Brasil sempre estão em pauta. O De quais associações partici- e institutos de pesquisas que tra-
valor do ativo, equipamentos e pou e quais cargos ocupou? balhavam com o tema assim co-
acessórios, fica em segundo plano. A Pimenta – Participei sempre da mo a experiência de cada pesqui-
ação corrosiva degenera o produto e ABRACO e ocupei todos os cargos sador. Ficou apenas como tarefa
o vazamento de fluidos, por exem- nela existentes: diretor, vice-presi - ver e conhecer as especialidades de
plo, em dutos pode causar proble- dente, presidente e ainda coorde- cada entidade e o que já tinha de
mas graves ao meio ambiente. nei o projeto de recuperar a via - infraestrutura implantada. Par-
bilidade financeira da entidade. ticipei de todos os projetos. Hoje
O país está no mesmo patamar Este foi meu grande legado na já temos uma infraestrutura sufi-
do que os países mais desen- associação. ciente para atender as demandas
volvidos? Como o senhor ava - de pesquisas em todas as ativi-
lia essa questão? Sobre a ABRACO, conte como dades da Petrobras, com a exceção
Pimenta – No que se refere à com- e porque chegou à entidade, e o da capacitação nos processos de
paração entre os pesquisadores do que destacaria em sua atuação uma indústria de petróleo. Esta
Brasil e no exterior estamos no à frente da associação. demanda é atendida com a con-
mesmo patamar. O nosso grande Pimenta – Este foi o meu destino, tratação de projetos, onde os pes-
problema ainda é o apoio do go - não vejo muita explicação. Após a quisadores são então treinados
verno em pesquisa e a infraestru- entrada no setor de corrosão fiz nestas atividades.
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Inibidores de Corrosão
TABELA 1 – AVALIAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA DE AÇO-CARBONO – NACE TM-0172 (2001) próprio para utilização em dutos
Avaliação Porcentagem da superfície corroída (%) de transporte de claros, ser efi-
A 0
ciente em baixas concentrações,
B++ Menos que 0,1 (2 ou 3 manchas de não mais que 1 mm de diâmetro)
fácil aplicação sem a necessidade
B+ Menos que 5
de pré-diluição, o filme deve ter
B 5 a 25
uma boa permanência na pare-
C 25 a 50
de do duto, não deve promover
D 50 a 75
alterações na qualidade do pro-
E 75 a 100
duto transportado, insolúvel na
fase aquosa, dispersível na fase
aquosa e totalmente solúvel no
das nas formulações utilizadas”, comenta Marco Antônio Moraes de Barros, acrescentan- combustível.
do que os produtos IVC atualmente disponíveis para consumo atendem às normas A eficiência de um inibidor
nacionais e internacionais, mesmo assim pesquisas em novos componentes para substitui- de corrosão é verificada por meio
ção destes estão sendo feitas, e o impacto da nanotecnologia nesta área de atuação tende do ensaio NACE TM-0172
a trazer grandes vantagens. (2001) intitulado Determining
Corrosive Properties of Cargoes in
Legislação Petroleum Product Pipelines. O
De acordo com o engenheiro Marcelo Schultz da Petrobras, o mais importante quan- ensaio NACE avalia a corrosivi-
to às normas vigentes são as novas legislações colocadas em vigor, para o setor de óleo e dade do derivado em condições
gás, pela Agência Nacional de Petróleo – ANP. Todos os regulamentos em vigor, sejam o não estagnadas e na presença de
SGSO (Sistema de Gestão de Segurança Operacional), o RTSGI (Regulamento Técnico água aerada, condição esta co-
do Sistema de Gerenciamento de Integridade), o RTDT (Regulamento Técnico de Dutos mum em dutos. “Neste ensaio
Terrestres), quanto outros ainda em elaboração, visam a implantação da gestão de segu- verifica-se as alterações visuais
rança operacional, obrigando os operadores a um processo de adequação à nova legislação. que ocorrem em corpos de prova
“Neste caso em especial, não terão futuro próspero os inibidores de corrosão que sejam de aço-carbono padronizados
prejudiciais ao homem e ao meio ambiente”, comenta Schultz. imersos durante quatro horas,
com agitação, no derivado de pe-
Eficiência tróleo em estudo no qual são adi-
Para Lorena Cristina de Oliveira Tiroel, engenheira de Terminais e Dutos TRANSPE- cionados 10 % de água (com
TRO/PRES/SE/ENG/STSPPCO/INSP, na aplicação em dutos de transporte, os ini- pH = 4,5)”, explica Lorena.
bidores de corrosão são utilizados em dutos ou polidutos de transporte de claros (óleo “Por meio da porcentagem
diesel, nafta e gasolina). “Estes produtos, quando isentos de inibidores de corrosão, pos- da área corroída (ver Tabela 1), e
suem um alto potencial de corrosividade devido à água residual que pode decantar na ge- não da intensidade da coloração
ratriz inferior em pontos baixos do duto e ser um meio de transporte de íons dispersos no dos produtos de corrosão ou da
combustível. Estes íons dispersos em contato com a parede do duto formam uma célula perda de massa, avalia-se a cor-
eletrolítica desencadeando um processo corrosivo na parede interna do duto. De todos os rosividade do derivado, atribu-
derivados claros transportados o mais agressivo para os dutos de transporte é a nafta-petro- indo-se a esta porcentagem um
química porque ela é capaz de dissolver grandes quantidades de O2 e CO2 da atmosfera grau de corrosividade. Cabe ci-
e alimentar a fase aquosa com estes gases, de modo a estabelecer condições aeradas, cau- tar, que a água é adicionada, pois
sando a corrosão do ferro tendo a reação de redução do oxigênio como a principal reação a corrosividade dos derivados de
catódica. Devido a esta agressividade a nafta petroquímica é o derivado padrão utilizado petróleo é devida à presença da
nos processos de qualificação de inibidor de corrosão. A dosagem de inibidor de corrosão água de formação proveniente
definida para a nafta-petroquímica é adotada para todos os demais derivados claros”, do processo de extração/refino
comenta Lorena. do petróleo e da água incorpora-
“A eficiência destes produtos é satisfatória no combate ao processo corrosivo interno da durante o armazenamento em
de dutos de transporte desde que sejam observadas algumas condições tais como: produ- tanques não herméticos. Este
to correto, ou seja, um produto próprio para dutos de transporte de claros, dosagem cor- ensaio é feito de forma periódica
reta, aplicação contínua e sem interrupção, tempo de contato suficiente para a formação e os pontos de amostragens
do filme na parede do duto, ausência de produtos que possam desativar o inibidor de cor- localizam-se ao longo do duto.
rosão, ausência de produtos que tenham uma ação inibidora e que possam competir com Os níveis aceitáveis de corrosivi-
o inibidor comercial e monitoramento contínuo da eficiência do produto. Quando a apli- dade para um produto com
cação do produto é feita de uma forma adequada a vida útil do duto pode ser ampliada e inibidor de corrosão são as classi-
os prazos de inspeções internos podem ser estendidos, reduzindo o custo de manutenção”, ficações (A ou B++)”, acrescenta
comenta a engenheira. Lorena.
Lorena Tiroel avalia que a escolha de um inibidor de corrosão deve ser um produto Ainda sobre o processo de
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qualificação de um inibidor de de corrosão tem sido um grande aliado das empresas no controle
corrosão para utilização em dutos dos processos de corrosão, em particular para minimizar problemas
de transporte de claros, gostaria de corrosão interna de dutos de transporte. A indústria de tintas
de ressaltar que para estabelecer anticorrosivas é também um campo de aplicação. Outra aplicação
um inibidor de corrosão para uso importante dos inibidores, neste caso dos inibidores voláteis de cor-
em oleodutos de transporte um rosão, é nas embalagens de peças e equipamentos para exportação.
produto deve possuir as caracte- Enfim, na maioria dos casos onde a corrosão está presente, os ini-
rísticas já comentadas e passar bidores são considerados como uma alternativa eficaz de controle”.
por um processo de qualificação. Para Neusvaldo, um dos principais fatores para se avaliar a eficiên-
“Neste processo os fabricantes cia dos inibidores, é saber qual a aplicação específica e a que se destina.
que possuem inibidor de corro- Em função da aplicação é que se define a metodologia de avaliação, que
são para dutos são convidados a são várias. Outro aspecto a ser considerado é a concentração que deve
participarem deste processo. Os ser utilizada, pois os inibidores têm que ser eficientes em concentrações
interessados devem ceder amos- mais baixas possíveis. Ser eficiente em altas concentrações inviabiliza o
tras de produtos informando a uso. “Já sobre o impacto ambiental, acredito que a evolução neste seg-
dosagem mínima que atenda os mento é como em todos os demais setores, onde há uma busca per-
níveis aceitáveis de corrosividade manente por tecnologias consideradas não agressivas ao meio ambi-
NACE. As amostras são enviadas ente. Atualmente já existem várias tecnologias que foram desenvolvidas
para um laboratório idôneo e com esta preocupação. É certo que ainda temos vários deles para os
com qualificação técnica na avali- quais não foram desenvolvidos substitutos. Mas é um processo. Ainda
ação de inibidores de corrosão nesse sentido, a utilização de nanotecnologia é um assunto um tanto
onde são dosadas em nafta-petro- quanto controverso no que diz respeito às questões ambientais. Existem
química e posteriormente sub- grupos que estão estudando este assunto e certamente deverão surgir
metidas ao ensaio de corrosivida- respostas a estas questões. Elas são importantes e de certa forma
de ao aço-carbono NACE TM- urgentes porque os estudos de aplicações de nanotecnologia seguem
0172 (2001) intitulado Deter- em alta velocidade. Com relação ao uso de extratos naturais, hoje no
mining Corrosive Properties of Brasil, em particular na Universidade Federal do Ceará há um grupo
Cargoes in Petroleum Product envolvido com este tema; inclusive devemos ter alguns trabalhos no
Pipelines. Estes ensaios são reali- INTERCORR, em maio em Fortaleza”, explica o pesquisador.
zados em duplicatas e triplicatas e Sobre as demandas dos usuários finais, assim como as exigências
o(s) produto(s) que atingir(em) com o cuidado ambiental e eficiência, Neusvaldo avalia que é evi-
os padrões de aceitabilidade (A dente que a primeira está relacionada com a eficiência, mas a questão
ou B++) com a menor dosagem ambiental e a eficiência têm que andar juntas. “Não se concebe usar
são qualificados para utilização um inibidor de baixo desempenho só porque é ecologicamente cor-
nos dutos”, conclui Lorena. reto. Então o caminho é continuar desenvolvendo tecnologias ino-
vadoras, que estejam em sintonia com estas questões. Do lado de nor-
Aplicações mais relevantes mas e legislações, desconheço que existem legislações que regulam a
Para o pesquisador e chefe produção de determinadas classes de inibidores no Brasil. No caso da
do Laboratório de Corrosão e indústria de tintas, este assunto tem evoluído tanto pelo lado dos fa-
Tratamento de Superfície do bricantes como dos consumidores mais importantes. Agora se com-
Instituto de Pesquisas Tecno - pararmos às tecnologias disponíveis no Brasil com países mais indus-
lógicas do Estado de São Paulo trializados, eu diria que praticamente não há diferenças. Mas eu não
– IPT, Neusvaldo Lira de Al- sei se isto é importante. Hoje, no mundo em que vivemos, esta
meida, os inibidores de corro - questão tem que ser relativizada”.
são encontram um amplo e Segundo informações da pesquisadora do IPT, Anna Ramos Mo-
muito diversificado campo de reira, a corrosão metálica é a transformação de um metal (ou liga
atuação, mas certamente o seu metálica) em um íon metálico pela sua interação (através de reações de
maior uso é na indústria quí - oxirredução de natureza química ou eletroquímica) com o meio em
mica e petroquímica. “Nesses que se encontra no Metal (ou liga metálica) + Meio, Íons metálicos +
segmentos os problemas de Energia, Interação química ou eletroquímica. Sendo assim, as quatro
corrosão são mais numerosos formas de combate à corrosão são modificar o metal: substituir o metal
e, portanto, medidas preven - (ou liga) por um outro que não reaja com o meio ou reaja com veloci-
tivas são mandatórias. Nos sis- dade de reação desprezível ou modificar o meio: condicionando o
temas de transportes e armaze - meio, por exemplo, com adição de inibidores. Cabe ressaltar que este
namento de petróleo e seus tipo de procedimento é adequado a sistemas fechados ou interpor bar-
derivados, o uso de inibidores reira entre o metal e o meio: aplicação de revestimentos orgânicos (tin-
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tas, óleos, materiais a base de borracha) ou inorgânicos (metálicos e de de oleodutos, torres de resfria-
conversão) e finalmente fornecer energia nos processos de corrosão mento, hibernação de torres de
espontâneos, o sistema metal/meio perde energia, podendo-se inter- destilação, vasos e caldeiras, pro-
romper esta interação fornecendo energia ao sistema. Como exemplo, teção de fundos e topos de tan-
cita-se a aplicação de um sistema de proteção catódica. Dessa forma, a ques atmosféricos de armazena-
utilização de inibidores de corrosão se constitui em uma das maneiras mento de petróleo, uniões flan-
possíveis de se combater a corrosão. Os inibidores de corrosão são subs- geadas, válvulas e instrumento
tâncias químicas que, sob determinadas condições e num meio que seja etc. A indústria automobilística é
corrosivo, eliminam ou pelo menos reduzem significativamente a in - um setor industrial ousado e co-
tensidade do processo corrosivo. Portanto, de grande importância no meçou a utilizar largamente ini-
combate e na prevenção da corrosão”. bidores de corrosão na expor-
tação de componentes metáli-
Fabricantes de inibidores de corrosão cos, eliminando um grande pas-
sivo que é o óleo protetivo no iní-
Avaliação da eficiência cio da década de 90. Na indústria
Na visão de Ronnie Singh, da empresa Zerust Prevenção de Cor- de O&G, os inibidores de corro-
rosão, é importante definir que um inibidor de corrosão é uma subs- são são utilizados para mitigar
tância química que, quando adicionados em pequenas concentrações a principalmente os processos cor-
um meio ambiente corrosivo que envolve o metal, minimiza ou reduz rosivos relacionados ao sulfeto de
a taxa de corrosão. “As aplicações dos inibidores de corrosão são muito hidrogênio (H2S), dióxido de
amplas, e novas áreas de aplicação são descobertas todos os anos. Tra- carbono (CO2) e ácidos gerados
dicionalmente, os inibidores de corrosão são utilizados na indústria de ao longo dos processos de pro-
óleo e gás, siderúrgica, automobilística, metalmecânica, e mais recente- dução e refino”.
mente novos setores estão sendo explorados como a da construção civil, Singh avalia que a eficiência
mineração, etc. As aplicações são as mais amplas, como na preservação dos inibidores pode ser quantita-
Proteção total
para diversas estruturas
A WEG possui uma linha completa de produtos em
tintas líquidas e em pó para proteção anticorrosiva
de estruturas e perfis metálicos, estruturas offshore,
máquinas e equipamentos nas mais diversas aplicações.
tiva ou qualitativa. “Do ponto de muito grande na seleção, transporte, armazenamento e uso destas
vista quantitativo, podemos clas- soluções químicas que, apesar do resultado obtido na redução da taxa
sificar os inibidores segundo a de corrosão e/ou na manutenção da proteção que proporciona a
quantidade dosada, no caso de inibição do processo de corrosão, requerem um cuidado meticuloso.
inibidores líquidos, para atingir a A denominação “inibidores verdes” ou “green inhibitors” foi cria-
meta de redução da taxa de cor- da para caracterizar inibidores de corrosão que seguem certos re-
rosão segundo prescrito em nor- quisitos ambientais. Esses requisitos ambientais ainda estão sendo
ma e manutenção desta taxa discutidos e desenvolvidos, mas alguns elementos foram estabelecidos
abaixo do valor máximo admiti- como o BOD (Biological Oxygen Demand). A biodegradação ou a
do. Entretanto, em casos particu- demanda de oxigênio biológico (BOD), deve ser de pelo menos
lares, pode-se assumir uma taxa 60 %, e os inibidores devem ser não tóxicos. “A BOD é uma medi-
mais alta do que é prescrito em da de quanto tempo o inibidor vai persistir no meio ambiente. A to-
norma em função de uma análise xicidade é medida como LC50 ou EC50. LC50 é a concentração do
técnica-econômica, prevendo-se inibidor necessária para matar 50 % da população total da espécie em
uma vida útil menor, porém com contato com o inibidor. O EC50 é a concentração eficaz de inibidor
ganho na redução da quantidade de capaz de afetar adversamente 50 % da população. Há uma procu-
de inibidor dosado. Outra forma ra crescente de inibidores de corrosão que são menos tóxicos e biode-
de se avaliar a eficiência dos ini- gradáveis em comparação com as formulações tradicionais. Inibido-
bidores é pela análise qualitativa e res verdes exibindo substancialmente melhores propriedades de im-
comparativa entre inibidores de pacto ambiental serão os inibidores mais amplamente utilizados no
diferentes fornecedores, na qual futuro”, explica Ronnie Singh.
se avalia quais serão mais efi- Singh não tem dúvida de que os processos de inibição da corrosão
cientes na redução da taxa de cor- de materiais metálicos e suas ligas não têm que necessariamente
rosão, mesmo que não se consiga agredir o meio ambiente. Segundo ele, a sociedade e a indústria já
atingir o patamar desejado e pres- não admitem mais a utilização de substâncias como DICHAN (dici-
crito em norma. Em todas estas clohexilamina), nitrosaminas, aminas secundárias, que eram muito
análises são utilizados, normal- utilizadas na passivação de metais ferrosos e suas ligas. Clientes,
mente, corpos de prova de meta - fornecedores e o meio acadêmico vêm trabalhando nos últimos anos
lurgia similar ao equipamen- no desenvolvimento de novas formulações que não agridam o ser
to/tubulação/duto em questão humano e o meio ambiente. Esse é um dos desafios da indústria de
de modo que se possa medir a inibidores de corrosão: desenvolver novos produtos de alta perfor -
taxa de corrosão do corpo de mance que não afetem o meio ambiente e principalmente o ser hu-
prova em teste, fazendo-se uma mano. “Acredito ainda que novas fronteiras de pesquisa e desenvolvi-
inferência a partir deste ponto de mento em diferentes áreas de inibidores de corrosão estão exploran-
que o mesmo possa estar aconte- do novos métodos de aplicação e formulações. Inibidores inorgânicos
cendo no equipamento/tubula- convencionais continuam sendo um componente importante em
ção/duto. Novos e mais eficazes muitas combinações de inibidores patenteados”.
inibidores de corrosão têm sido “As patentes mais recentes tratam principalmente de novos méto-
desenvolvidos como resultado de dos de aplicação. Poucas patentes estão explorando, por exemplo, a
seu desempenho em laboratório, nanotecnologia para melhorar o efeito de inibição de corrosão. Novas
no entanto, muitos não têm con- tecnologias em embalagens foram patenteadas nos últimos três anos
seguido uma performance com - utilizando a tecnologia dos inibidores voláteis de corrosão. O desen-
parável no campo. A incapacida - volvimento de novos inibidores como o caso dos extratos naturais
de de reproduzir e transferir o ainda é incipiente, porém já é uma realidade. A Escola de Química
desempenho dos inibidores do da UFRJ fez uma pesquisa científica com extrato de repolho roxo e
laboratório para o campo con- concluiu que a inibição de um determinado processo corrosivo foi
tinua a ser um desafio hoje”. atingindo pelo uso deste extrato”, conclui Ronnie Singh.
Ronnie Singh acredita que Antonio Ricardo Pereira de Carvalho, diretor técnico da Kurita do
um dos grandes desafios de se tra- Brasil , acredita que quando se tem em um mesmo sistema água e aço-
balhar com inibidores de corro - carbono (ou outros metais como cobre, alumínio, e diversas ligas
são é que a grande maioria dos metálicas), a corrosão é uma preocupação constante. “A utilização de
inibidores é produzido a partir de inibidores de corrosão solúveis em água tem aplicação nos mais diver-
soluções químicas, algumas não sos processos, como sistemas de resfriamento, caldeiras, processos pe-
compatíveis com o homem e o troquímicos, siderúrgicos, de produção de papel e celulose, galvano-
meio ambiente. Por isso, deve-se plastia, entre outros. A corrosão é um processo espontâneo e, assim
ter normalmente um cuidado sendo, é praticamente impossível na maior parte dos casos torná-la zero
12 C & P • Março/Abril
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ou inexistente. Desta forma, nas condições de processo (temperatura, descarte de efluentes. Estes dois
pressão, concentração de sais e contaminantes etc.), a função dos ativos são muito utilizados para
inibidores de corrosão é minimizar o processo corrosivo e prolongar a inibir corrosão com elevada efi-
vida útil dos equipamentos. Dependendo da aplicação, há testes ciência, e são considerados como
padronizados para avaliação da eficiência dos produtos anticorrosivos elementos químicos essenciais à
utilizados”, comenta Carvalho. vida. Porém, em altas concen-
Carvalho acredita que, no caso de produtos químicos para trata- trações em ambientes aquá-
mento de água, a preocupação é com o descarte dos efluentes líquidos. ticos, podem ocasionar proble-
“A legislação de descarte de efluentes vem se tornando cada vez mais mas como a eutrofização em la -
restritiva, no Brasil e no mundo. Este fato tem reflexo imediato nos gos e envenenamento em pei -
inibidores de corrosão, pois o tratamento químico da água do sistema xes”, revela Carvalho.
de resfriamento de uma indústria (por exemplo, por se tratar em algu- O diretor da Kurita também
mas empresas de uma parcela expressiva do efluente total gerado) não confirma que as exigências estão
pode ter parâmetros em desacordo com a legislação vigente de descarte focadas na eficiência e no cuida-
de efluentes da região onde a mesma está instalada. E as restrições na do ambiental. O atendimento é
legislação têm levado a empresas como a Kurita a desenvolver novos feito com pesquisa e desenvolvi-
produtos para atendimento a estas legislações”, acrescenta Carvalho. mento de produtos (e tecnologia
“Não há duvida que hoje os inibidores de corrosão obrigatoria- de aplicação) compatíveis com a
mente não podem agredir o meio ambiente. Ainda nesse sentido den- demanda (não só dos usuários,
tre os principais itens, destaco o desenvolvimento específico de produ- como de toda a sociedade) por
tos para indústrias alimentícias e bebidas (onde há maiores restrições, um maior cuidado e respeito ao
pois os inibidores de corrosão podem ter contato direto com ali- meio ambiente. “O desenvolvi-
mentos), onde as exigências são cada vez mais elevadas. Também pro- mento tem maior impacto na
dutos para tratamento de sistemas de resfriamento isentos de fósforo e utilização final dos nossos produ-
zinco (non-P/non-Zn), em função de legislação mais restritiva para tos por parte dos usuários, com a
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aplicação que proporcione maior contato com o combustível. Já sobre a questão da eficiência dos inibi-
eficiência, menor custo e com dores, eu acredito que efetivamente eles protegem os equipamentos dos
tecnologia mais amigável ao meio efeitos da corrosão. Ao escolher uma das formas de proteção, define-se
ambiente. Há países com legis- quais fatores serão críticos para avaliação da eficácia do inibidor de cor-
lação mais restritiva que o Brasil, rosão. Os inibidores de corrosão têm acompanhado a redução no con-
sendo o melhor exemplo os paí- teúdo de enxofre e uma nova geração de inibidores de corrosão sintéti-
ses da União Europeia. Porém, cos tem como objetivo a redução do problema de formação de depósi-
também nessa área avanços fo- tos em motores, reduzindo as emissões de gases”, esclarece Jaconi.
ram feitos, tanto por parte do “Já sobre a questão do meio ambiente acredito que haja uma ligação
governo (via legislações) quanto entre proteção ao meio ambiente e inibição da corrosão. Em nosso caso
por parte das empresas (algumas de proteção de pipelines, ao evitar que essas linhas tenham um alto ín -
adotam limites mais restritivos dice de corrosão, reduz-se o risco de vazamentos e a necessidade de
que a legislação; filiais brasileiras substituição das partes etc. Quanto às demandas, elas estão muito fo-
de multinacionais europeias são cadas em manutenção dos ativos. Realmente, o usuário quer garantir
exemplos desta postura)”, con- que os equipamentos permanecerão em seu melhor estado de conser-
clui Carvalho. vação, não questionando problemas ambientais. Todavia quanto às
Segundo o diretor de vendas normas e legislações, há redução do conteúdo de enxofre no diesel. Os
da Innospec Fuel Specialties, Adri- problemas advindos dessa redução de enxofre tem afetado essa indús-
ano Jaconi, existem vários tipos tria. Os inibidores agora possuem, no máximo, 15 ppm de enxofre e
de inibidores de corrosão. “Os temos partido para produção de inibidores sintéticos para melhorar a
aplicados em combustíveis tem o performance e principalmente a interação com outros aditivos e outros
objetivo de proteger os ativos de contaminantes presentes no combustível. Ainda se compararmos o
problemas com corrosão. Por Brasil em relação aos países mais industrializados, temos uma indústria
exemplo, pipelines, fittings, e ou - com grande conhecimento sobre inibidores de corrosão. Infelizmente,
tros equipamentos que tenham não existe produção local de inibidores de corrosão para pipelines com
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certificação militar, mas o usuário tem um bom conhecimento e a in - Brasil existe resolução federal que
dústria se preocupa com o uso e com a boa manutenção dos seus limita o descarte do zinco
ativos”, conclui Jaconi. (< 5,0 ppm); na Europa já se limi-
O gerente da Nalco, Paulo Sergio Soares Santiago, acredita que os ta o uso de molibdato e se
inibidores de corrosão têm inúmeras aplicações no mercado industrial, restringe o uso de inibidores à ba-
tanto na parte de processos como em tratamento de água. “Especifica- se de fosfato. A redução do im-
mente falando de inibidores usados no tratamento de água industrial pacto ambiental tem levado ao
utilizada em sistemas de resfriamentos, são aplicados para prevenir des- desenvolvimento pela Nalco de
gaste por processo corrosivo em diversas metalurgias normalmente novas tecnologias como o PSO
usadas em sistemas de resfriamento de aço-carbono, aço galvanizado, (oligômero do ácido fosfino-suc-
cobre e suas ligas, entre outros. O principal objetivo de um inibidor de cínico) como substituto tanto do
corrosão é passivar uma superfície metálica. A passivação é uma zinco como do molibdato. E está
condição da superfície metálica onde a taxa de corrosão é muito baixa em curso o desenvolvimento de
e onde ocorre uma diminuição da reatividade química que poderia le- tecnologias phosphate-free para
var ao processo corrosivo”, comenta Santiago. atender às novas demandas ambi-
“A natureza da passivação pode ser descrita como a formação de um entais”, ressalta Santiago.
filme protetor de óxido metálico que reduz as taxas de corrosão (fatores A sustentabilidade é uma
cinéticos). Há metais que são autopassivantes, como o aço inoxidável, das principais demandas dos
mas metais de uso mais comum, como o aço-carbono, não o são. Então usuários finais e hoje existe tec-
existe uma variedade de inibidores de corrosão, tanto oxidantes (nitri- nologia suficiente para atendê-
to, por exemplo) como não-oxidantes (fosfatos, fosfonatos, zinco) que la, sem comprometer a busca da
podem ser aplicados. De forma geral estes inibidores reagem com o eficiência produtiva e a manu-
Fe+2 dissolvido da superfície metálica (produto do processo corrosivo) tenção ou mesmo melhoria dos
para formar um filme inibidor insolúvel. E esta passivação é mantida índices de avaliação de perfor-
com a aplicação continuada destes inibidores”, explica Santiago. mance (KPI) do processo onde
Normalmente são utilizados cupons-teste da metalurgia que se quer se aplica o tratamento químico
avaliar (aço-carbono, aço inoxidável, cobre e suas ligas, alumínio) e que para inibição da corrosão. “O
são adaptados em uma árvore de medição de corrosão por um período Brasil tem acompanhado as li-
de medição que varia de 30 a 90 dias; este cupom é pesado antes e após mitações de descartes dos países
o período de medição e com isto determina-se a chamada taxa de cor- mais desenvolvidos, sendo que
rosão média generalizada, que costuma ser medida em unidades de mpy há estados nacionais onde estes
(milésimo de polegada por ano). “Existem outras metodologias mais efi- limites são ainda mais restritos
cientes onde é utilizada a medição desta taxa de corrosão pela medição do que se observa mundialmen-
da resistência por polarização linear, com eletrodos de metalurgia especí- te. Isto ajuda a desenvolver no-
fica (aço-carbono, cobre); esta medição pode ser feita em linha, de forma vas tecnologias de produtos e
contínua, indicando de forma imediata se ocorrem distúrbios no sis- equipamentos visando a mini-
tema que possam afetar a sua tendência corrosiva, o que permite a mizar o descarte de água (con-
adoção de ações corretivas mais imediatas”, acrescenta Santiago. servação) e ao seu reaproveita-
Quanto à preocupação com o desenvolvimento de produtos que mento (reuso e reciclo) de for-
minimizem o impacto ambiental, Santiago comenta que esta preocu- ma mais intensa. Certamente,
pação existe e tem se ampliado mundialmente, embora a maioria dos meio ambiente será favoreci-
produtos inibidores usados no mercado sejam biodegradáveis. “No do”, conclui Santiago.
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Artigo Técnico
Resumo surface roughness profile of metal lente aderência inicial não sig-
É amplamente conhecido substrates , especially carbon steel, nifica que o mesmo irá apresen-
que o perfil de rugosidade dos is an important factor to provide tar um bom desempenho, haja
substratos metálicos, em especial good adhesion to paints and paint vista que este pode ser afetado,
os de aço-carbono, é um fator systems. A typical criterion used to de forma negativa, por outros fa -
Por Celso Gnecco importante para proporcionar establish the roughness profile is tores como, por exemplo, pela
boas condições de aderência às that it is comprised 1/4 to 1/3 of presença de contaminantes sali-
tintas e aos esquemas de pintura. the thickness of the coating. nos e de óleos e gorduras na
Um critério utilizado, ainda que However, with the development of superfície 1,2. Porém, um revesti-
antigo, para se estabelecer o per- new paint technologies, there has mento com fraca aderência ini-
fil de rugosidade, é que este este- been a substantial change in their cial pode vir a apresentar falhas
ja compreendido entre 1/4 a 1/3 physico chemical properties such as prematuras em curto espaço de
Fernando de L. da espessura do revestimento. higher solids content and high tempo, principalmente quando
Fragata Com o desenvolvimento de no- coat thicknesses. Thus, the thick- exposto a condições de imersão
vas tecnologias de tintas, houve ness of organic coatings increased ou a meios com alta umidade re-
uma mudança substancial nas dramatically, while the roughness lativa. Nestes casos, um dos
propriedades físico-químicas das of the substrate changed little. Due primeiros “sintomas” é o apareci-
mesmas como, por exemplo, to these factors, a survey was done mento de bolhas (empolamento)
maior teor de sólidos e altas to investigate the thickness of cer- no revestimento e, posterior-
espessuras por demão. Com isso, tain paints and paint systems and mente, descascamento e/ou cor-
a espessura dos revestimentos the surface roughness profile rosão, dependendo da agressivi-
por pintura aumentou de forma required for the application. The dade do meio. Mesmo quando a
expressiva, enquanto a rugosida- results showed the necessity of con- superfície pintada não estiver em
de do substrato alterou pouco. ducting a debate on the subject in condições de imersão, mas ex-
Diante destes fatos, foi feito um question, with the participation of posta ao tempo com variação de
levantamento para se conhecer a professionals and companies in- temperatura entre dias e noites
espessura de certas tintas e esque- volved in the application of paints que podem ser significativas, a
mas de pintura e o perfil de and paint systems. The aim of this consequente alteração dimensio-
rugosidade exigido para a apli- debate is to establish technical cri- nal do substrato nestas condições
cação dos mesmos. Os resultados teria for specification roughness pode levar a tinta ou o esquema
obtidos mostraram a necessidade profile, depending on the thickness de pintura a apresentar falhas se
da realização de um amplo deba - and the technical characteristics of destacando, se o mesmo não esti-
te sobre o tema em questão, com anticorrosive coatings. ver bem ancorado (com perfil de
a participação de profissionais e rugosidade adequado).
empresas envolvidas com a apli- Introdução Um dos fatores mais impor-
cação de tintas e esquemas de É amplamente conhecido tantes para se obter uma boa
pintura, com o objetivo de se es - que a aderência é uma proprie- aderência dos revestimentos por
tabelecer critérios técnicos bem dade essencial à durabilidade dos meio da pintura dos substratos,
fundamentados para a especifica - revestimentos por pintura, espe- sem dúvida alguma, é a prepa-
ção do perfil de rugosidade, em cialmente aqueles utilizados na ração da superfície. No caso de
função da espessura e das carac- proteção anticorrosiva de subs- chapas e perfis de aço-carbono
terísticas técnicas dos revesti - tratos metálicos, embora se re- novos, temos que considerar
mentos anticorrosivos. conheça que ela por si só não é também a presença de carepa de
responsável pelo desempenho laminação que deve ser removida
Abstract dos mesmos. Logo, o fato de um por jateamento abrasivo com
It is widely known that the revestimento possuir uma exce- pressão ou com turbinas cen-
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TABELA I – RUGOSIDADE E ESPESSURA INFORMADAS NAS RESPECTIVAS FICHAS TÉCNICAS DAS TINTAS ANALISADAS
Espessura Faixa de Proporção
Tinta Função média da rugosidade aproximada
película (µm) (µm) (**)
1. Epóxi 100% sólidos DF* 175 25 a 50 1/7 a 1/3,5
2. Epóxi surface tolerant DF* 185 25 a 50 1/7,4 a 1/3,7
3. Epóxi novolac DF* 325 50 a 100 1/6,5 a 1/3,3
4. Epóxi secagem rápida DF* 500 50 a 75 1/10 a 1/6,7
5. Epóxi novolac + flocos de vidro DF* 875 75 a 125 1/11,7 a 1/7
6. IMO PSPC MSC.215 (epóxi) DF* 300 30 a 75 1/10 a 1/4
DF*(dupla função): Pode ser aplicada diretamente sobre o substrato e atuar como tinta de fundo e acabamento.
(**) A proporção foi obtida dividindo-se a espessura média pelos dois valores da faixa de rugosidade.
trífugas para criar o perfil de ru- Um exemplo típico é a aderência Por isso, a tendência é que quan-
gosidade adequado. que ocorre quando se aplica um to maior for o número de grupos
A limpeza de superfície é wash-primer (tinta condiciona - polares na resina melhor será a
uma etapa da preparação do dora de aderência que contém em aderência dos revestimentos aos
substrato para a pintura que visa sua composição, dentre outros substratos metálicos. Por exem-
remover os contaminantes da su- constituintes, ácido fosfórico, plo, as resinas epóxis possuem ex-
perfície como, por exemplo, óle- tetroxicromato de zinco e resina celente aderência aos substratos
os, graxas, sais, produtos de cor- de polivinilbutiral (ver nota) so- de aço carbono. Um dos fatores
rosão e pintura envelhecida não bre superfícies de aço galvanizado. que contribui para isso é a pre-
aderente e/ou com fissuras, que A reação química do ácido fos- sença de grupos hidroxila (-OH)
são extremamente prejudiciais ao fórico com o revestimento de na estrutura da resina epóxi. É
desempenho dos revestimentos, zinco, de forma conjunta com o importante destacar que somente
principalmente em relação à pro- tetroxicromato de zinco e com a a aderência polar pode não ser
teção anticorrosiva e criar con- resina de polivinilbutiral, conduz suficiente, em muitos casos, para
dições adequadas para a aderên- à conversão superficial do metal garantir uma longa durabilidade
cia dos mesmos aos substratos, fazendo com que uma fina cama- aos revestimentos por pintura,
independentemente do mecanis- da de tinta fique aderida quimica- pois as forças de Van der Waals e
mo de aderência envolvido. mente ao substrato. London envolvidas são fracas e
Existem, basicamente, três Nota: por causa do cromo com isso as ligações podem ser
mecanismos pelos quais os reves- que é um metal pesado, esta tinta destruídas com maior ou menor
timentos por pintura podem não está mais sendo utilizada. grau de dificuldade, em função
aderir aos substratos metálicos, a Aderência polar: neste caso, a das condições de agressividade do
saber: aderência ocorre devido à atração meio no qual os revestimentos
Aderência química: ocorre entre grupos polares das molé- ficarão expostos 3,4.
quando a tinta reage quimica- culas da resina com grupos pola- Aderência mecânica: este ti-
mente com o substrato metálico. res, de carga oposta, do substrato. po de aderência, motivo da reali-
TABELA II – RUGOSIDADE E ESPESSURA INFORMADAS NAS NORMAS N 2680 6 E N 2912 III 7, PARA A
REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS DE DESEMPENHO DAS RESPECTIVAS TINTAS EM LABORATÓRIO
DF*(dupla função): Pode ser aplicada diretamente sobre o substrato e atuar como tinta de fundo e acabamento.
(**) A proporção foi obtida dividindo-se a espessura média pelos dois valores da faixa de rugosidade.
sura de tinta muito baixa, ou até em questão, tendo como base as tintas epóxis mencionadas. Além
mesmo descobertos, o que se informações contidas nos boletins disso, a diferença entre este cri-
constitui num ponto vulnerável técnicos de alguns produtos co- tério e os valores de rugosidade
para o aparecimento prematuro merciais e em esquemas de pin- indicados nas fichas técnicas dos
de pontos de corrosão. Já uma tura normalizados pela Petrobras. produtos tende a ser maior com
rugosidade muito baixa pode o aumento da espessura. Logo, é
prejudicar a aderência dos reves- Espessura versus Perfil um ponto importante para ser
timentos aos substratos. Logo, a Observando-se as informa- discutido entre os profissionais
rugosidade ideal é aquela que ções de fichas técnicas de produ- da área de pintura anticorrosiva.
propicia boas condições de ade- tos e itens de normas, constatou- Isto fica bem evidenciado no
rência e boa cobertura aos picos se que a espessura das tintas e dos caso da tinta 5 (epóxi Novolac
do perfil de rugosidade. esquemas de pintura tem au- com flocos de vidro). Se o cri-
Na norma ABNT NBR mentado sistematicamente. Há tério de 1/4 a 1/3 fosse utilizado,
7348:07 5, versão corrigida em cerca de 50 anos atrás a espessura para a espessura de 875 µm, a
2010, no item 6.2.2.1, há uma máxima das tintas eram da or- rugosidade teria que estar com-
informação de que o valor médio dem de 50 micrometros, depois preendida entre 219 µm e
do perfil de rugosidade deve estar vieram as tintas HB – High 292 µm, que é totalmente dife-
compreendido entre 1/4 e 1/3 da Build, cujas espessuras eram de rente do valor especificado,
espessura total do esquema de 75 µm a 120 µm por demão. Em 75 µm a 125 µm. Logo, isto
pintura. Assim, se um esquema seguida, surgiram as tintas com, reforça a necessidade de se deba-
de pintura possuir espessura total aproximadamente, 400 µm por ter o tema em questão.
de 120 µm (duas demãos com demão e atualmente tem-se as Outro fato que chama a
60 µm por demão), o perfil de tintas com 800 µm até 1250 µm atenção diz respeito às faixas de
rugosidade deverá estar com- por demão. Quanto ao perfil de rugosidade das tintas 3 (epóxi
preendido entre 30 µm e 40 µm, rugosidade, o aumento foi feito Novolac) e 4 (epóxi de secagem
conforme ilustrado na Figura 6. mais na base do "sentimento" do rápida). No primeiro caso, para a
Nessa norma há também du- que com base em algum critério espessura de 325 µm, é exigida
as notas que dizem: técnico bem estabelecido, con- uma faixa de rugosidade de
a. em caso de longo intervalo de forme poderá ser constatado nos 50 µm a 100 µm. No segundo,
tempo entre a primeira e a se - exemplos a seguir. para uma espessura de 500 µm, a
gunda demãos, em ambiente rugosidade exigida é de 50 µm a
corrosivo, pode-se adotar um Tintas comerciais e perfis de 75 µm. De imediato, observa-se
perfil de rugosidade de aproxi- rugosidade exigidos que há uma inversão nos valores
madamente 2/3 da espessura Na Tabela I, mostram-se os de rugosidade em relação à espes-
da primeira demão; perfis de rugosidade exigidos por sura. Embora sejam tintas com
b. para esquemas de pintura de alguns fabricantes e/ou normas características diferentes, as mes-
alta espessura (> 300 µm), o técnicas para a aplicação de di- mas são de mesma natureza quí-
perfil de rugosidade deve ser versos tipos de tinta epóxi. mica. Logo, verifica-se que não
estabelecido através de acordo Pelos resultados apresentados há um critério bem estabelecido
entre as partes envolvidas no na Tabela I, observa-se que o cri- para definir a rugosidade da
processo de pintura. tério de 1/4 a 1/3 da espessura superfície em função da espessu-
No item a seguir, serão mos - do revestimento para se estabele- ra do revestimento. Isto fica bem
trados os resultados de um levan- cer a rugosidade do substrato evidenciado pelas próprias faixas
tamento feito a respeito do tema não se enquadrou nos casos das de rugosidade. No caso da tinta
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Fragatta51:Cristiane43 4/29/14 7:22 PM Page 5
(*) Por se tratar de uma condição que difere totalmente das demais, pois o revestimento é decorrente da aplicação
de duas demãos de tinta indicadora de temperatura, que possui características muito específicas, as informações não
serão analisadas.
mendar que, acima de 300 µm de rentes como, por exemplo, no ca - dem a espessura do revestimento
espessura, o perfil de rugosidade so das condições 6 (espessura de acima dos picos. Com isso, teori-
seja acordado previamente entre 800 µm), 7 (espessura de camente, não há risco dos picos
as partes envolvidas na aplicação 190 µm) e 13 (espessura de mais altos ficarem com menor es-
dos esquemas de pintura. 170 µm). Do ponto de vista téc- pessura de revestimento.
Outro aspecto que chama a nico, os esquemas das duas últi- Porém, há que se ter em
atenção para um debate, tal como mas condições não são afetados mente que um perfil muito eleva-
mencionado em itens anteriores, em termos de proteção anticorro- do pode ocasionar um consumo
é a utilização da mesma faixa de siva, uma vez que os medidores adicional de tinta de fundo e com
rugosidade para esquemas de pin- de espessura que atuam pelo prin- isso aumentar o custo da pintura.
tura com espessuras muito dife- cípio de indução magnética, me- Utilizando-se metodologia de cál-
Figura 6 – Perfis de rugosidade para atender ao requisito de 1/4 a 1/3 da espessura total do esquema de
pintura (120 µm), previsto na ABNT NBR 7348 5
culo de rendimento prático de mente, se manteve em valores questões necessitam ser debati-
tintas publicado pelo GCOI próximos dos convencionais de das, como, por exemplo:
(Eletrobras) 9, um perfil de ru- alguns anos atrás. As faixas de • Quais são os fatores que devem
gosidade médio de 85 µm pode rugosidade sofreram poucas alte- nortear a seleção do perfil de
ocasionar um consumo adi- rações. Na época em que a areia rugosidade?
cional de tinta de fundo da or- podia ser utilizada como abrasivo, • Qual a influência das pro-
dem de 12 %, em relação a um o perfil de rugosidade exigido por priedades físico-químicas da
perfil médio de 45 µm. Por- algumas empresas era de 30 µm a tinta de fundo na seleção do
tanto, é uma diferença que não 70 µm e, no caso da granalha de perfil de rugosidade?
pode ser desprezada. aço, 30 µm a 85 µm. Posterior- • Como estabelecer o perfil de
mente, em função do surgimento rugosidade baseado numa fai-
Considerações finais de novas tecnologias de tintas, o xa de valores mínimo e máxi-
Com a apresentação deste tra- perfil passou a ser de 40 µm a mo, ou, fixando apenas o va-
balho não se pretende de forma 85 µm, depois de 50 µm a lor mínimo?
alguma fazer quaisquer críticas às 100 µm e atualmente, em certos Portanto, um debate neste
recomendações dos fabricantes de esquemas de pintura, de 70 µm a sentido certamente traria uma
revestimentos e nem às especifi- 100 µm. É importante destacar contribuição muito importante
cações das empresas. O objetivo é que estes dados são específicos da para todos os órgãos e profissio-
mostrar a necessidade de se deba- Petrobras em função dos esque- nais envolvidos com a proteção
ter um tema importante que é o mas utilizados pela empresa e, anticorrosiva, por meio de reves-
binômio espessura do revestimen- portanto, não podem ser utiliza- timentos orgânicos, no Brasil.
to x perfil de rugosidade do subs - dos de forma indiscriminada. Além de gerar critérios técnicos
trato. Nos últimos anos, como Além dos fatos mencionados, para se estabelecer o perfil de ru-
comentado ao longo deste traba- há certos valores de rugosidade gosidade, permitiria obter dados
lho, os avanços tecnológicos no que geram algumas dúvidas, co- para a seleção de abrasivos e da
setor de tintas anticorrosivas no mo, por exemplo, o esquema de granulometria mais adequada
Brasil foram marcantes, especial- pintura da condição 6 da Tabela para se atingir os valores deseja-
mente impulsionados pela Petro- 3, cuja espessura do revestimento dos de rugosidade.
bras, através de seu Centro de Pes - é de 800 µm e o perfil de rugosi-
quisas (CENPES). Neste aspecto, dade exigido é de 50 µm a Conclusões
as tintas modernas são mais ade - 100 µm. O esquema de pintura Baseado nos resultados apre -
rentes, mais coesas, mais imper- 7, cuja espessura é de 190 µm, o sentados, na discussão dos mes-
meáveis, de menor impacto am - perfil exigido é o mesmo, ou seja, mos e considerando a importân-
biental e permitem a obtenção de 50 µm a 100 µm. Será que para cia da rugosidade do substrato na
altas espessuras por demão. Por 190 µm de espessura necessita-se aderência dos revestimentos anti-
isso, pode-se especificar e aplicar de um perfil alto, igual ao do corrosivos, pode-se concluir que:
esquemas de pintura com altas revestimento com 800 µm? Co- a. Em função das novas tecno -
espessuras (até 1250 µm) e com mo se sabe, o perfil alto gera um logias de tintas que surgiram
menor número de demãos. maior consumo de tinta e isto nos últimos anos, é importante
Diante do que foi apresenta- significa gasto de dinheiro. Ou a realização de debates, com a
do, observa-se que as espessuras então, será que o perfil estabeleci- participação de empresas e
dos revestimentos aumentaram do é suficiente para um revesti- profissionais envolvidos com a
enquanto a rugosidade, pratica- mento de 800 µm? Estas e outras pintura anticorrosiva, no senti-
22 C & P • Março/Abril • 2014
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Artigo Técnico
Sensores de monitoramento do
risco de corrosão nas estruturas
de concreto atmosféricas
Sensors for monitoring the risk of corrosion in atmospheric concrete structures
ples e versátil, tendo-se grande da extremidade da fibra resul- Acredita-se que, no futuro
confiabilidade nos resultados e, tou na inutilização do sensor. próximo, haverá disponível no
ainda versatilidade de configu- Três sensores de fibra óptica mercado uma ampla gama de
ração do sensor. com a mesma finalidade foram sensores de melhor relação cus-
Tais vantagens estão rela- desenvolvidos por Zhao et al. 36. to /benefício e com eletrônica
cionadas às características das Esses sensores apresentavam embarcada, o que facilitará a
fibras ópticas, como por exem- uma fibra óptica enrolada em monitoração permanente das
plo, pequena dimensão, flexi- barra de aço-carbono polido. estruturas de concreto. Isso
bilidade, resistência à corrosão, Os autores correlacionaram o deve refletir positivamente no
imunidade a ruídos eletromag- estiramento da fibra, em conse- mercado nacional, incentivan-
néticos e transporte de feixes quência do aumento do volume do tanto a pesquisa como o uso
luminosos por longas distâncias da barra (acúmulo de produtos de sensores em muitas cons-
com perdas desprezíveis 33-34. de corrosão), com a intensidade truções, especialmente naquelas
Devido a tais características, da corrosão. expostas à elevada agressividade
nas últimas décadas tem-se in- Fuhr e Hustonn 34 fazem ambiental, recuperadas ou com
tensificado o estudo de sensores considerações sobre o uso de restrição da realização de ma -
de fibra óptica para avaliação sensores ópticos no monitora- nutenções periódicas.
do risco de corrosão nas estru- mento da corrosão em estrutu-
turas de concreto. Esses estudos ras de concreto (pontes e viadu- Referências bibliográficas
e aplicações pontuais em cam- tos). Esses autores citam a apli- 1. MCCARTER, W.J.; VENNES-
po indicam a eficiência desse cação de um programa de com- LAND, O. Sensor systems for use in
tipo de sensor no monitora- putador específico para moni- reinforced concrete structures. Construc-
mento, por exemplo, do pH e torar a evolução da corrosão de tion and Building Materials, v.18,
da umidade do concreto, da armaduras ao longo do tempo. p.351-358, 2004.
concentração de íons cloreto e Além disso, é referenciado o 2. SCHIESSL, P.; RAUPACH, M.
da corrosão das armaduras. acoplamento de um alarme so- Instrumentation of structures with sen-
No caso específico da cor- noro ao sensor para alertar sors – why and how? In: DHIR, R.K.;
rosão das armaduras, o uso de quando um nível pré-determi- JONES, M.R. (Eds.) Concrete repair,
sensores ópticos complementaria nado de corrosão é atingido. rehabilitation and protection. London:
as técnicas eletroquímicas. Essas E & FN Spon, p.1-15, 1996.
técnicas, segundo Wheat e Liu 35 Conclusão 3. POLDER, R. et al. Use of advanced
poderiam inclusive ser substituí- No exterior, sensores são corrosion monitoring for risk based
das pelo uso dos sensores de fibra amplamente usados em sis- management of concrete structures.
óptica, particularmente na avali- temas de monitoração perma- Heron, v.52, n.4, p.239-250, 2007.
ação de componentes críticos da nente do risco de corrosão em 4. GOLTERMANN, P.; JENSEN, F.;
estrutura ou em situações em estruturas de concreto. O mes- ANDERSEN, M.E. Smart structures:
que as medições eletroquímicas mo não ocorre no Brasil, sendo possibilities, experiences and benefits
são impraticáveis. os sensores pouco conhecidos e from permanent monitoring. In:
Zheng, Sun e Lei 33 desen- utilizados. Esse fato está rela- International Conference on Bridge
volveram um sensor de fibra cionado com a restrição de tec- Maintenance, Safety and Management,
óptica que monitora a corrosão. nologia nacional e de pessoal 1., 2002. Proceedings... Barcelona:
Em ensaio com barra de aço- qualificado. Isso abre um novo IABMAS, 2002.
carbono embutida em concreto campo de investigação muito 5. SCHIEGG, Y.; STEINER, L. Cost
exposto à solução salina, foi promissor. effectiveness and application of online
verificada a deformação do sen- Devido às particularidades monitoring in reinforced concrete struc-
sor em consequência do acú- de cada estrutura de concreto e tures. Materials and Corrosion, v.61,
mulo de produtos de corrosão dos diferentes ambientes de n.6, p.490-493, 2010.
da barra. Isso foi observado exposição, a implantação de sis- 6. HA, T-H. et al. Role of sensors in corro-
pelo monitoramento da refle- temas de monitoramento com sion monitoring in concrete structures:
xão de feixes luminosos emiti- uso de sensores embutidos no the state of the art. Sensors and
dos pela extremidade da fibra concreto de cobrimento não é Materials, v.16, n.3, p.133-158, 2004.
em contato com a superfície da uma tarefa fácil. Isso também é 7. BÄSSLER, R. et al. Use of embeddable
barra. Com o aumento do acú- válido para a análise dos dados sensors in an integrated monitoring sys-
mulo dos produtos de corrosão obtidos pelos sensores, que tem for reinforced concrete structures.
na superfície da barra (corrosão requer profissionais especializa- In: NACE Conference, Annual
severa), a deformação excessiva dos em corrosão. Corrosion, 9., 2003. Proceedings...
San Diego: NACE, 2003. (Paper 16. SENSORTEC. Anode ladder. 2010. sortec. de/multiring-elektrode-mul-
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Philadelphia, 2009. 6p. 2010. Disponível em: www.sen- Waveguide Methods. In: Sensory
Notícias do Mercado
Opinião
David Akka
esistência a mudanças, ní- usarem seus próprios aparelhos e de usarem dos serviços de nuvem pri-
vel de riscos e investimen- vados. Isto requer mudança de pensamento para garantir os processos.
to necessário são apenas No caso de celulares, há uma série de maneiras de se conseguir isto,
algumas das razões pelas quais a desde adotar senhas, soluções MDM (Gerenciamento do Aparelho
maioria dos departamentos de Móvel) e recursos para o aparelho, até acesso seguro aos aplicativos
TI adiam os projetos de integra- através de controle. E, finalmente, garantindo que o dado que não
ção de sistemas. Porém, com a fique armazenado no aparelho.
mobilidade corporativa, a cola-
boração on-line e serviços em nu- 4. Ferramentas relevantes de integração
vem, há a necessidade de atuali- Entenda perfeitamente o que se necessita hoje e o que será neces-
zar os sistemas de forma segura e sário amanhã, para poder escolher as mais relevantes. Há dois tipos
eficiente. principais de ferramenta de integração: as de sincronização/atualiza-
Aqui estão seis dicas para se ção de dados; e as de integração baseada em processo. Ferramentas de
obter uma integração de sistemas terceiros têm a vantagem de estarem otimizadas, mas elas também
bem-sucedida. estão otimizadas para integrarem-se entre os conjuntos. Se você está
pensando em integrar tecnologia de fornecedores variados – ou quer
1. Contrate os líderes manter suas opções em aberto para o futuro –, vale a pena dar uma
Os gestores precisam serem olhada nas ferramentas independentes.
vistos como parceiros importan-
tes. Evite a cultura da culpa e 5. Monitoramento e gerenciamento de desempenho são cruciais
promova a visão estratégica do Resiliência, elasticidade, recursos de monitoramento e gerencia-
projeto, cooperação e resolução mento de desempenho são chaves adicionais para soluções de inte-
de problemas através dos gestores gração. A garantia de entrega de mensagens significa que o monitora-
e departamentos, debatendo as mento é vital. Se um sistema falha durante a transmissão, a ferramen-
complexidades com fornecedores ta de integração precisa reconhecer quando ela pode reenviar a men-
para que obstáculos possam ser sagem. Além disso, os recursos de monitoramento permitem que o
evitados. sistema armazene as transmissões que não puderam ser feitas e conce-
da recursos adicionais para lidar com picos de demanda repentinos.
2. Obtenha uma série de
pequenos sucessos 6. Justifique os custos
Projetos de integração são A integração não deve ser considerada como custo apenas, em
tipicamente complexos. O suces- função dos benefícios devido à recepção de dados em tempo real a fim
so depende da divisão do projeto de melhorar os processos de negociação. Eu trabalhei com uma grande
em pequenas etapas, onde cada seguradora de transporte que se beneficiou do uso de dados em tempo
possui um determinado valor. real para reduzir sua taxa de roubos e perdas, o que reduziu seus cus-
tos. Projetos de integração de sistemas podem ser os mais difíceis de
3. Certifique-se de tratar planejar, executar e gerenciar. Porém, quando simples diretrizes são
cada desafio de segurança seguidas, os riscos são minimizados e a empresa pode beneficiar-se da
As informações agora são tecnologia e dos aplicativos melhores.
acessíveis on-line e é vital deter-
minar quem e quando uma in -
formação pode ser acessada. Os David Akka
riscos de violação são ainda mai - CEO da Magic Software UK
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