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SEL-0437

Eficiência Energética

Introdução à Eficiência
Energética

Prof. José Carlos de Melo Vieira Júnior


Leandro Dias Rosa

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Tópicos de Hoje
Evolução do consumo energético

Recursos energéticos

O que é Eficiência Energética?

Auditoria Energética

Incentivos à Eficiência Energética no Brasil

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Evolução do Consumo de Energia
Na antiguidade, antes de utilizar qualquer artefato para atender suas
necessidades, o homem necessitava de aproximadamente 2.000
kcal/dia (100 W) para sobreviver.

Com o domínio do fogo, o Homem aprendeu a usar a energia


proveniente do calor para atender algumas necessidade específicas.

Entretanto, essa fonte de energia não era suficiente para atender


outras necessidades do Homem, à medida em que a raça humana se
desenvolvia.

Posteriormente, com o desenvolvimento da agricultura e a


domesticação de animais, o Homem sentiu dificuldades nos processos
de transporte e elevação de cargas. Criou então, mecanismos que
usava sua própria força muscular ou a força dos animais.

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Evolução do Consumo de Energia
Com isso, o Homem aperfeiçoou o uso da energia mecânica para
executar suas tarefas: a utilização de polias, uso do plano inclinado
etc. Mais tarde, começou a utilizar a energia proveniente das águas e
do vento para substituir o esforço braçal e animal. Surgiram então,
mecanismos como moinhos de vento, bombas etc.

Até o início do século XVIII a madeira era um dos principais recursos


energéticos da humanidade, usada sobretudo para produção de calor
para produção de ferro.

Com o surgimento das máquinas a vapor, a lenha perdeu lugar para


o carvão mineral.

O desenvolvimento de motores à combustão interna foi outra etapa


importante no aumento das necessidades energéticas da humanidade.
Uso de derivados do petróleo como combustível.
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E nos dias atuais?
O uso da eletricidade é responsável por grande parte do
consumo energético do Homem moderno, que é, em média 10.000 W.

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Evolução do Consumo de Energia
Percebe-se que o uso da energia é um fator de suma importância para
o desenvolvimento da Humanidade. Isso se reflete, naturalmente, no
desenvolvimento econômico dos países e nos padrões de vida da
população.

Eventos políticos, como as crises do petróleo na década de 70 e a


Guerra do Golfo Pérsico em 1991, e os recentes apagões de energia
elétrica no Brasil e em outras partes do mundo mostraram o quanto a
energia é importante para a sociedade.

Durante as duas últimas décadas o consumo mundial de energia


aumentou 25%, sendo que muito desse crescimento foi verificado nos
países em desenvolvimento.

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Evolução do Consumo de Energia
Como exemplo, cita-se a China cujo consumo de energia primária
cresceu 15% de 2003 a 2004. Cenário semelhante tem ocorrido na
Índia.

Movido pelo crescimento de consumo de energia nesses dois países,


previsões de agências especializadas montam a um aumento anual de
1,6 a 2,5% no consumo mundial de energia

A demanda global por energia triplicou nos últimos 50 anos e pode


triplicar novamente nos próximos 30 anos. A maioria dessa demanda
no passado ocorreu nos países industrializados, e 90% dela foi
satisfeita por combustíveis fósseis.

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Evolução do Consumo de Energia

Fonte: MME/2010

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Recursos Energéticos
No Brasil: oferta interna de energia em 2015

Fonte: MME/2016

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Recursos Energéticos
Petróleo: Em 2015 as reservas mundiais de petróleo registraram 1697,6
bilhões de barris, sendo suficientes para atender a produção global por mais 50,7
anos se for considerada a atual produção. A Figura 1 apresenta a distribuição
destas reservas por região e fornece um comparativo com os dados registrados
em 1995 e 2005.

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Figura 1 - Reservas de petróleo registradas nos anos de 1995, 2005 e 2015.


Recursos Energéticos
Petróleo:

Em 2015 houve um acréscimo de 1,9 milhão de barris por dia (b/d) no


consumo de petróleo, enquanto em 2014 o aumento foi de 1,1 milhão de b/d.

A produção mundial de petróleo aumentou mais rapidamente do que o


consumo pelo segundo ano consecutivo, registrando 2,8 milhões de b/d, o
maior crescimento desde 2004.

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Recursos Energéticos
Gás Natural: As reservas mundiais de gás natural em 2015 registraram
186,9 trilhões de m³ suficientes para atender por mais 52,8 anos se for
considerada a produção atual. A Figura 2 apresenta a distribuição destas
reservas por região e fornece um comparativo com os dados registrados em
1995 e 2005.

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Figura 2 - Reservas de gás natural registradas nos anos de 1995, 2005 e 2015.
Recursos Energéticos
Carvão Mineral: O consumo e a produção de carvão mineral em 2015
diminuíram 1,8% e 4%, respectivamente. O declínio na produção foi o primeiro
desde 1998, e foi registrado em todas as regiões. As reservas de carvão mineral
registraram 891,53 bilhões de toneladas em 2015 e estima-se que este montante
seja suficiente para atender a produção global por 114 anos.

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Figura 3 - Reservas de carvão mineral registradas nos anos de 1995, 2005 e 2015.
Recursos Energéticos
Combustível Nuclear:

De acordo com World Nuclear Association (2016), estima-se uma


reserva mundial de Urânio igual a 5,7184 milhões de toneladas. Os
países que possuem as maiores reservas deste minério são listados
na Figura 4. O Brasil se encontra em sétimo lugar, porém, segundo o
IBRAM (2012), apenas 30%, aproximadamente, de seu território foi
pesquisado. Existem estimativas que o território brasileiro possua
mais de 800 mil toneladas de Urânio

O consumo mundial atual é de cerca de 63 mil toneladas por ano


e, com os recursos disponíveis, estima-se que o Urânio pode ser
suficiente para atender a demanda por cerca de 90 anos.

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Recursos Energéticos
Combustível Nuclear:
Total: 5,7184 milhões de toneladas.

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Figura 4 – Ranking dos países com maiores reservas de Urânio. Fonte: World Nuclear
Association
Recursos Energéticos
Fontes Renováveis de Energia:

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Recursos Energéticos
Fontes Renováveis de Energia: os dados da tabela anterior foram
retirados das seguintes fontes bibliográficas

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Recursos Energéticos - Análise
As fontes de energia alternativas, renováveis ou não, figuram como
uma opção interessante para redução do uso das fontes convencionais
para fins energéticos sem degradar o meio ambiente. Contudo ainda
existem barreiras políticas, econômicas e sociais à sua plena expansão.

Para contribuir com os objetivos nobres de produção/fornecimento de


energia, preservação dos recursos energéticos não-renováveis e
redução da poluição ambiental, práticas de uso eficiente da energia
mostram-se, em muitos casos, como alternativas mais rápidas,
simples e mais abrangentes.

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Eficiência Energética
O que é?
Energia Primária
Energia Secundária Serviço de Energia
Não Fósseis Fósseis
Queda d’água Carvão álcool Calor
Vento Petróleo gasolina Frio
Biomassa Gás Natural eletricidade Transporte
Solar diesel Luz
Urânio

Sociedade

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Eficiência Energética
O que é?

Redução da energia para a realização de um mesmo serviço, sem


qualquer prejuízo ao mesmo. Por exemplo, é possível ter o mesmo
conforto luminoso substituindo uma lâmpada incandescente por uma
fluorescente de mesma luminosidade, mas que consome menor
quantidade de energia.

Melhorar a eficiência energética de um processo ou serviço


provoca a redução no consumo da energia primária necessária para
produzir um determinado serviço de energia.

Basicamente, as principais práticas envolvem o combate ao


desperdício de energia e o aproveitamento da energia “perdida”
(calor) nos processos de conversão.

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Eficiência Energética
Eficiência Energética é igual a Racionamento de Energia?????

Não.

O racionamento de energia é a redução do serviço energético, o


que causa algum prejuízo ao processo envolvido. Por exemplo,
desligamento de motores de uma determinada linha de produção
para atingir uma meta do consumo de energia.

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Eficiência Energética
Em linhas gerais, projetos de uso eficiente da energia envolvem duas
abordagens:

Um “ajuste técnico”: uso mais eficiente do combustível para


desempenhar a mesma tarefa (aspectos tecnológicos);

Uma “mudança no estilo de vida”: utilização consciente de uma


menor quantidade de combustível para realizar as mesmas
tarefas.

Quais as implicações das abordagens acima?


Investimento inicial pode ser elevado, mas o retorno financeiro
aparece a médio ou longo prazo
Postergação na construção de novas fontes (custo das medidas
de conservação de energia é menor do que o de produção de
energia)
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Eficiência Energética
O aumento da ênfase na conservação da energia é baseado em
alguns argumentos convincentes:

Investimentos em conservação de energia podem gerar um


retorno mais rápido do que o investimento em suprimentos de
energia

Ampliação da duração dos recursos energéticos não renováveis

Redução da poluição ambiental

As tecnologias de conservação de energia podem ser colocadas


em prática muito mais rapidamente do que as tecnologias para
aumentar o suprimento de energia

Medidas de conservação de energia podem ser prontamente


praticadas de alguma maneira por qualquer indivíduo. 23
Eficiência Energética
Algumas barreiras:

Equipamentos mais eficientes tendem a ser caros

Resistência a mudanças no estilo de vida

Expectativa de tempo de retorno rápido para investimentos em


eficiência energética, o que nem sempre acontece

Preços muito baixos de combustíveis fósseis

Carência de normas claras e de incentivos governamentais

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Eficiência Energética

Projeção da demanda total

Conservação

Auto produção

Projeção da demanda a ser atendida pela


rede

O papel da eficiência energética e da geração distribuída (pelos


consumidores) deverá (e tem que) crescer nos próximos anos. 25
Auditoria Energética
O que é?

Análise detalhada das condições de utilização de energia em


uma determinada instalação procurando conhecer:

Onde, quanto e como a energia é utilizada


Como estão as condições dos equipamentos
Onde se encontram os desperdícios de energia

Proposta de soluções para corrigir/melhorar a utilização de


energia de um modo geral

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Auditoria Energética
Itens a serem analisados

1. Sistemas Elétricos:

Carga elétrica instalada


Análise das condições de suprimento (fator de potência,
transformadores, qualidade de energia)
Estudo do sistema de distribuição da energia elétrica:
variações da tensão, conexões elétricas, desequilíbrios de
tensões e correntes etc
Sistema de iluminação
Motores elétricos e demais cargas

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Auditoria Energética
Itens a serem analisados

2. Sistemas Térmicos e Mecânicos:

Sistemas de ar condicionado e de exaustão


Sistema de geração e distribuição de vapor: desempenho da
caldeira, perdas térmicas, condições de manutenção e
isolamento
Sistema de bombeamento e tratamento de água
Sistema de refrigeração
Fornos: isolamento, perdas térmicas, etc

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Auditoria Energética
Subsídios primordiais

Consumos mensais de água, energia elétrica e combustível


dentro de um horizonte de tempo significativo. Normalmente,
utiliza-se um ano

Plantas, desenhos e esquemas detalhados da edificação

Temperaturas e pressão nos principais pontos, valores medidos e


de projeto

Características elétricas dos equipamentos e valores medidos


associados

Instrumentação necessária para cada caso

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Incentivos – Caso Brasileiro
PROCEL (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica)

Criado pelo governo federal em 1985

Promove o consumo racional de energia elétrica, para combater


o desperdício e aumentar a eficiência energética

Em 2010: economia de cerca de 6,16 bilhões de kWh

Equivale a 3,3 milhões de residências

696 milhões de Reais economizados na expansão da


geração de energia elétrica

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Incentivos – Caso Brasileiro
“O contrato de concessão firmado pelas empresas concessionárias
do serviço público de distribuição de energia elétrica com a ANEEL
estabelece obrigações e encargos perante o poder concedente. Uma
dessas obrigações consiste em aplicar anualmente o montante de, no
mínimo, 0,5% de sua receita operacional líquida em ações que
tenham por objetivo o combate ao desperdício de energia elétrica, o
que consiste no Programa de Eficiência Energética das Empresas
de Distribuição – PEE”. (http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=27&idPerfil=6)

Em 2010, isso correspondeu a 336 milhões de Reais.

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Próxima Aula
O PROCEL

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