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Por sugestão do Eng. Renato Zuccolo foi realizado estudo para estimar as tensões de
tração atuantes na cúpula do Panteão romano. Para a tarefa, Zuccolo nos forneceu vasto
e interessante material sobre a história da estrutura, características do edifício, métodos
construtivos e outras construções da época do império romano, além de outras análises já
realizadas por outros engenheiros (inclusive pelo próprio Zuccolo, o que o motivou a nos
solicitar este breve estudo). Algumas informações foram fornecidas pelo Eng. Francisco
Rodrigues Andriolo. A principal referência utilizada para este estudo foi o artigo de Mark e
Hutchinson – “On the Structure of the Roman Pantheon”.
O Panteão é uma estrutura construída entre os anos 118 e 128, durante o império de
Adriano e refletiu a experiência romana de construção de cúpulas anteriores. Na
construção desse edifício os romanos empregaram todo o conhecimento sobre construção
em concreto que possuíam na época, bem como toda a experiência com construção em
alvenaria estruturada por arcos. Com 43,4 m, a cúpula do Panteão foi por mais de mil anos
o maior vão livre do mundo, permanecendo funcional até hoje, quase dois milênios depois
de construída.
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O concreto romano era feito com cal, pozolana (cinzas do Vesúvio) e pedras,
portanto apresenta características diferentes do concreto de cimento Portland moderno,
tornando difícil a adoção de seus parâmetros. Para os pesos específicos, foram adotados
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a malha mais refinada no domo. A seguir são apresentadas algumas figuras do modelo
desenvolvido.
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Dessa forma, a máxima tensão de tração encontrada foi de 0,82 kgf/cm², localizada
na face externa e próxima ao início da curvatura.
As tensões são pequenas e, por si só, não parecem ter sido responsáveis pela
fissuração existente. Há várias hipóteses para a causa dessa fissuração e algumas podem
ser simultâneas e de intensidade diferente. Uma delas é a diferença de temperatura entre
a face superior e inferior. Num dia de extremo calor, se a diferença de temperatura externa
x interna chegar a 10º C, poderão ocorrer tensões de tração da ordem de 10 kgf/cm² na
face interna e tensões pequenas de compressão na face externa. Se a origem for essa as
fissuras podem não ser passantes. Outra hipótese é que tenham sido originadas pela ação
de sismos. Pela localização em todo perímetro das fissuras não parece ser uma causa
provável. Acelerações horizontais deveriam produzir fissuras assimétricas e aceleração
vertical não seria a causa pela ordem de grandeza das tensões que seriam geradas
quando comparadas com as obtidas só com o peso próprio. A estrutura não apresenta
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volumes significativos. Os volumes diários concretados também devem ter sido pequenos.
Sabe-se também que concretos pozolânicos desenvolvem baixo calor de hidratação, mas
não se sabe se os romanos curavam o concreto. Então outra hipótese é que podem ter
ocorrido tensões devidas à retração do concreto já nas primeiras camadas concretadas
que são as mais espessas da cúpula. Essas fissuras podem ter se propagado para as demais
camadas superiores.
Bibliografia:
2) On the Structure of the Roman Pantheon – Robert Mark and Paul Hutchinson