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Alexandre Nápoles – Estatuto da Criança e do Adolescente

Isolada de ECA

INTRODUÇÃO

• Criança (Art. 2º) – até 12 anos incompletos


• Adolescente - entre 12 e 18 anos de idade.

OBS: Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU, art. 1º, estabelece que toda pessoa menor de 18
anos é criança.

A distinção no ECA traz algumas consequências, por exemplo:

1) Medida socioeducativa – não se aplica tal medida contra criança infratora, somente ao adolescente
infrator (art. 112). À criança aplica-se medida de proteção (art. 101).
2) Adoção – o adolescente deve ser necessariamente ouvido (art. 45, §2º). A criança poderá ser ouvida,
mas sua opinião não impedirá que seja colocada em família substituta.

Aplica-se o ECA às pessoas entre 18 e 21 anos?

Sim, em caso de medida excepcional ou em casos expressos em lei, apesar de já ser considerado
ADULTO (§único, art. 2º).
Ex: Ato infracional cometido por adolescente com 17 anos e 11 meses. Ele ficará internado até os 21
anos de idade, quando haverá a desinternação compulsória (art. 121, §5º).

CUIDADO: Segundo o STF (HC 94938/RJ), a emancipação civil não altera a incidência do ECA, uma vez
que a proteção integral é devida em função da faixa etária da pessoa, utiliza-se o critério objetivo-
cronológico.

O CC de 2002 alterou o ECA para reduzir a maioridade civil de 21 anos para 18?

A doutrina majoritária, o STJ (HC 180.066/RJ e RHC 27535) e o STF (HC 97.539/RJ) entendem que o CC
não interferiu no ECA, já que este é lei especial.
Assim, o Novo Código Civil não revogou o art. 121, § 5.º, do ECA, devendo permanecer a idade de 21
anos como limite para a liberação compulsória de adolescente em cumprimento de medida
socioeducativa, pois leva-se em consideração apenas a idade do adolescente ao tempo do fato (§
único, art. 104), sendo irrelevante o adolescente atingir a maioridade civil ou penal durante seu
cumprimento.

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PRINCÍPIOS

Os princípios devem ser interpretados em consonância com as garantias fundamentais previstas em


favor das crianças e adolescentes.

1) Da Prioridade Absoluta
A proteção da criança e do adolescente é dever da família, da sociedade e do Estado. Nestes termos,
o art. 227 da CF, c/c art. 4º do ECA, estabelece:
“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.”

A garantia de prioridade compreende (§ único, art. 4º ECA):


a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à
juventude.

ATENÇÃO: O STF (AgRg no RE 410715/SP) entendeu não ser possível opor a tese da reserva do possível
em face desse princípio.

2) Da Proteção Integral
Lançado no art. 1º do ECA, se opõe à ultrapassada doutrina da situação irregular prevista no Código
de Menores (Lei nº 6.697/79) que focava a atenção da norma somente nos menores em situação
irregular. Ou seja, a proteção integral contempla diversas políticas públicas a todas as crianças e
adolescentes, não reduzindo a intervenção a apuração de atos infracionais.

Aspectos da proteção integral (arts. 3º e 4º):


1) Sobrevivência (Direito à vida, à saúde e à alimentação)
2) Desenvolvimento pessoal e integral (Direito à educação, à cultura, ao lazer e à profissionalização)
3) Respeito à integridade física, psíquica e moral (Direito à liberdade, respeito, dignidade, convivência
familiar e comunitária)

3) Da Brevidade e da Excepcionalidade
Devem ser aplicados quando da imposição de qualquer medida privativa de liberdade, conforme
dispõe o art. 227, §3º, V, da CF.
Segundo o princípio da brevidade a manutenção de uma medida privativa de liberdade deve durar
somente o prazo necessário para a ressocialização do adolescente.
O princípio da excepcionalidade impõe que a aplicação da privação de liberdade apenas deva
ocorrer se não houver outra mais adequada, dando preferência às medidas em meio aberto.

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4) Do interesse superior da criança ou do adolescente
Levando em consideração que são sujeitos de direitos, o interesse superior do público infanto-
juvenil deve ser respeitado em qualquer situação, e não apenas quando haja ameaça/violação de
direitos.
Segundo o art. 100, IV, do ECA, quando da aplicação de medidas de proteção a intervenção deve
atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
consideração que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses
presentes no caso concreto.

5) Da condição peculiar de pessoa em desenvolvimento


Previsto no art. 6º do ECA, significa dizer que toda e qualquer medida aplicada à criança e ao
adolescente deverá considerar que eles estão experimentando um processo de formação e
transformação psíquica e física.

6) Da participação popular
Fica garantida a participação popular na formulação das políticas públicas e no controle das ações
vinculadas à infância e à juventude através de organizações representativas (art. 227, §§ 3º e 7º c/c
art. 204, II, ambos da CF).

(TRT-SP/Juiz do Trabalho/2012) A garantia de prioridade absoluta assegurada à criança e ao adolescente


concernente a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização e à cultura, dentre outros, compreende:

a) Procedência de atendimento apenas nos serviços públicos.


R: ERRADA. Não somente nos serviços públicos, mas também nos de relevância pública (§único, “b”,
art.4º).
b) Primazia de receber proteção e socorro em circunstâncias pré-estabelecidas pelo Poder Público.
R: ERRADA. O socorro é assegurado em quaisquer circunstâncias (§único, “a”, art.4º).
c) Preferência exclusiva na formulação das políticas sociais públicas.
R: ERRADA. A preferência na formulação e também na execução das políticas públicas (§único, “c”,
art.4º).
d) Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à
juventude.
R: CORRETA. (§único, “d”, art.4º).
e) Apenas os deveres da família e do poder público na adoção destas medidas prioritárias.
R: ERRADA. A comunidade e a sociedade em geral também têm o dever de assegurar essas medidas
(art.4º).

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(CESPE/TJ-AC-Juiz/2012) No que tange aos princípios gerais orientadores do ECA, assinale a opção
correta.

a) O princípio da prioridade absoluta não pode ser interpretado de forma isolada, devendo ser
interpretado de forma integrada aos demais sistemas de defesa da sociedade. Dessa forma, a
decisão do administrador público entre a construção de uma creche e a de um abrigo para idosos,
ambos necessários, deverá recair sobre a segunda, dada a prevalência da lei mais recente, no caso,
o Estatuto do Idoso.

R: ERRADA. O art. 4º, §único, “c” do ECA impõe que a garantia de prioridade compreende a
preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas ou de relevância pública.
Portanto, a decisão do administrador público deverá recair na construção de uma creche.

b) Buscando efetivar o princípio da prioridade absoluta, o legislador incluiu no ECA um rol taxativo de
preceitos a serem seguidos.

R: ERRADA. Não há um rol taxativo, mas exemplificativo, basta fazer a leitura do art. 3º do ECA que
estabelece que “sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por
lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de
dignidade”.

c) O princípio do melhor interesse tem aplicação limitada ao público infanto-juvenil cujos direitos
reconhecidos no ECA forem ameaçados ou violados por ação ou omissão da sociedade ou do Estado,
ou por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável.

R: ERRADA. O princípio do melhor interesse não se limita a um público infanto-juvenil que se


encontra em situação de risco, mas a todos os infantes. Lembre-se que o ECA garante,em seu art.
1º, a proteção integral à criança e ao adolescente.

d) De acordo com o princípio da centralização, inovação promovida pelo ECA, a União tem competência
para criar normas gerais e específicas de atendimento a crianças e adolescentes para sanar omissão
dos governos estaduais e municipais.

R: ERRADA. O ECA estabelece o princípio da descentralização político-administrativa, conforme seu


art, 88, III, e não da centralização. Ademais, a CF/88 em seu art. 24, XV, estabelece a competência
concorrente da União, dos Estados e do DF em legislar sobre a proteção à infância e à juventude; o
§ 1º desse artigo explicita que no âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-
se-á a estabelecer normas gerais.

e) Com importância reconhecida desde o século XIX, o princípio do melhor interesse foi adotado pela
comunidade internacional, em 1959, na Declaração dos Direitos da Criança e, por esse motivo,
malgrado a diferença de enfoque, foi incluído no Código de Menores de 1979, ainda que sob a égide
da doutrina da situação irregular.

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R: CORRETA. O Código de Menores (1979) incluiu o princípio do melhor interesse da criança em
seu Art. 5º nos seguintes termos: “Na aplicação desta Lei, a proteção aos interesses do
menor sobrelevará qualquer outro bem ou interesse juridicamente tutelado.”

DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS - VIDA E SAÚDE

O ECA garante à criança e ao adolescente o direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação
de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso,
em condições dignas de existência (Art. 7º).

Nesse sentido o ECA prevê vários direitos, quais sejam:


• Atendimento à gestante (art. 8º e 10º):
a) Via SUS no período pré e pós-natal;
b) atendimento obedecendo-se aos princípios de regionalização e hierarquização do Sistema;
c) A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-
natal.
d) apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem.
e) assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, para prevenir ou minorar as
consequências do estado puerperal. Essa assistência também deverá ser prestada a gestantes ou
mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção.
f) Os hospitais públicos e particulares são obrigados a:
I - manter registro, através de prontuários individuais, pelo prazo de 18 anos;
II - identificar o recém-nascido e a mãe;
III - proceder a exames sobre o metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV - fornecer declaração de nascimento;
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
• Atendimento à criança e ao adolescente:
a) será integral, por intermédio do SUS, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para
promoção, proteção e recuperação da saúde (art. 11).
b) o poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento,
inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade (art. 9º c/c inciso L, do art.
5º da CF).
c) Criança com deficiência tem direito à receber atendimento especializado (§1º, art. 11).
d) É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias (§ único,
art. 14).
e) Medicamentos, próteses e outros tratamentos serão fornecidos gratuitamente pelo poder público (§
2º, art. 11).
f) Casos de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho
Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais (Art. 13).

g) nos casos de internação os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições


para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável (art. 12). Os Hospitais
também deverão manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à
mãe (V, art. 10).

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(IX EXAME) Assegurar o direito fundamental à vida e à saúde da criança e do adolescente é dever da
família, da sociedade e do Poder Público. Acerca da regulamentação desses direitos pelo Estatuto
da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.

A) Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são


obrigados a manter os prontuários individuais, pelo prazo de dez anos, assim como fornecer
declaração de nascimento.

R: ERRADA. Segundo o art. 10, I, os hospitais estão obrigados a manter os prontuários por 18 anos.
O inciso IV, destaca que na declaração de nascimento deve constar as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato.

B) Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e
pós-natal, salvo se a mesma manifestar interesse em entregar seus filhos para adoção, quando será
assegurada assistência psicológica pré-natal apenas.

R: ERRADA. Conforme estabelece o §5º, do art. 8º, essa assistência também deve ser assegurada às
gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção. Tais medidas são
para prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal.
Elas serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude (§ único, art. 13,
introduzido pela Lei nº 12.010/2009).

C) A gestante tem direito ao acompanhamento pré-natal, sendo-lhe assegurado o direito de ser atendida
no parto pelo mesmo médico que a acompanhou, assim como de optar pelo tipo de parto a que
será submetida.

R: ERRADA. O ECA não salvaguarda direito da gestante de optar pelo tipo do parto. Ademais, o §2º
do art. 8º estabelece que preferencialmente a parturiente será acompanhada pelo mesmo médico
que fez seu pré-natal.

D) O atendimento pré-natal à gestante inclui o dever do poder público de propiciar apoio alimentar à
gestante, como forma de assegurar o direito à vida e à saúde do nascituro.

R: CORRETA. Previsto no §3º, art. 8º.

(MPE-RO/2008) Como forma de proteção à criança, o ECA estabeleceu normas de proteção à gestante e
à nutriz. No que concerne a essas normas, assinale a opção incorreta.

A) A gestante tem direito, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), ao atendimento pré e perinatal.

R: CORRETA. Previsto no art. 8º.

B) A parturiente deve ser atendida, preferencialmente, pelo mesmo médico que a acompanhou na fase
pré-natal.

R: CORRETA. Art. 8, §2º.

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C) É dever do poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem.

R: CORRETA. Art. 8, §3º.

D) Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos ou particulares, são


obrigados a manter alojamento conjunto, que possibilite a permanência do neonato junto à mãe.

R: CORRETA. Art. 10, V. Os hospitais também são obrigados: I - manter registro das atividades
desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;

II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão


digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa
competente;
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do
recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto
e do desenvolvimento do neonato;

E) O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento


materno, excluídas as penitenciárias femininas, pois é vedada permanência de bebês no ambiente
carcerário.

R: ERRADA. O aleitamento materno também deve ser assegurado às detentas (art. 9º c/c art. 5º, L,
da CF).

DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS - CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

• Espécies de Família:
1) Natural – é a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes (art. 226, §4º, da
CF, c/c art. 25 do ECA).
2) Família extensa ou ampliada - se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal,
formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos
de afinidade e afetividade (§ único, art. 25 do ECA).
3) Substituta - para a qual o menor deve ser encaminhado de maneira excepcional, por meio de qualquer
das três modalidades possíveis, que são: guarda, tutela e adoção (art. 28 do ECA).
• A regra é que a criança e o adolescente seja criado e educado no seio da sua família e,
excepcionalmente, em família substituta em ambiente livre da presença de pessoas dependentes
de substância entorpecentes (art. 19).
• É dever do Estado assegurar assistência à família criando mecanismos para coibir a violência no
âmbito de suas relações (§ 8º, art. 226, CF).

Deveres dos pais:


• sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a
obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais (art. 22). A CF também estabelece
o dever de assistir, criar e educar os filhos menores (Art. 229).

poder familiar:

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• É o poder-dever dos pais de criarem e educarem seus filhos. Assim, é função típica dos pais,
exercido igualmente pelo pai e pela mãe, e deve durar por toda a menoridade (até os 18 anos), não
sendo suscetível de renúncia voluntária, aliás essa função é irrenunciável, inalienável e indelegável.
• A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais
e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos
(Art. 1.632 do CC). As novas núpcias de um dos pais não dá ao novo cônjuge poder familiar quanto
aos filhos do relacionamento anterior (Art. 1.636 do CC).
• Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação (Art. 20).

Extinção, suspensão e perda do poder familiar:


• Não há poder familiar absoluto. Assim, em casos expressos em lei poderá haver a extinção,
suspensão ou perda do poder familiar.
• A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a
suspensão do poder familiar (art. 23 ECA).

Extingue-se o poder familiar (Art. 1.635 do CC):


1) pela morte dos pais ou do filho;
2) pela emancipação;
3) pela maioridade;
4) pela adoção;
5) por decisão judicial no caso de perda do poder familiar.

Suspende-se o poder familiar (Art. 1.637 do CC):


1) por abuso de autoridade dos pais;
2) por dilapidação dos bens dos filhos;
3) quando o pai ou a mãe forem condenados por sentença irrecorrível em virtude de crime cuja pena
exceda a 2 anos de prisão.

Perde-se o poder familiar (Art. 1.638 do CC):


1) castigar imoderadamente o filho;
2) deixar o filho em abandono;
3) praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
4) incidir, reiteradamente, nas faltas que causem suspensão do poder familiar

Perda x Extinção
• Perda é uma sanção imposta por sentença judicial, enquanto a extinção são atos ou fatos jurídicos
que naturalmente colocam fim ao poder familiar.
ATENÇÃO: A perda é uma modalidade de extinção do poder familiar.

Procedimentos para extinção, suspensão e perda do poder familiar


1) No caso de extinção: Em se tratando de fatos jurídicos (morte e maioridade) não há procedimentos, a
extinção é automática.
No caso da emancipação poderá ser feita pelos pais ou por um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o
tutor, se o menor tiver 16 anos completos (art. 5º, §único, I do CC)

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2) No caso de perda ou suspensão (arts. 157 a 163 do ECA):
I. provocação do MP ou de quem tenha legítimo interesse. Não poderá se iniciar de ofício pelo magistrado;
II. Ouvido o MP, poderá o juiz decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o
julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea,
mediante termo de responsabilidade;
III. Citação pessoal do Requerido para, no prazo de 10 dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas
a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos;
IV. Não sendo contestado o pedido, o juiz dará vista dos autos ao MP, por 5 dias, salvo quando este for o
requerente, decidindo em igual prazo.
V. O juiz determinará a realização de estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou
multidisciplinar, bem como a oitiva de até 10 testemunhas (juiz pode limitar a até 3 testemunhas)
que comprovem a presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar;
VI. Audiência de instrução e julgamento. É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem
identificados e estiverem em local conhecido ;
VII. Sentença em até 120 dias que será averbada à margem do registro de nascimento da criança.

OBS: as ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de custas e
emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé (artigo 141, §2º)

Do acolhimento familiar ou institucional (art. 28 e parágrafos).


• É medida de proteção temporária e excepcional, pois a preferência é a manutenção ou reintegração
do infante à sua família (§1º e 3º art. 34).
• O acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucional (§1o, art. 34).
• Reavaliação - no máximo, a cada 6 meses, devendo o magistrado, com base em relatório elaborado
por equipe interprofissional, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração
familiar ou colocação em família substituta (guarda, tutela ou adoção).
• Tempo máximo de acolhimento - 2 anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.

Das entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional


• PRINCÍCIPIOS (Art. 92 do ECA):

I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;


II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família natural
ou extensa;
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
V - não desmembramento de grupos de irmãos;
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes
abrigados;
VII - participação na vida da comunidade local;
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo.

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• Dirigente da entidade
1) Status jurídico - é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito.
2) Deveres:
a) Respeitar os princípios previstos no art. 92 do ECA;
b) remeter à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 meses, relatório circunstanciado acerca da
situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação.

PROCEDIMENTOS PARA O ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

• Conselho Tutelar ou MP requer ao Magistrado.


• Expedição de Guia de Acolhimento pela autoridade judiciária;
• A entidade após receber o infante deve elaborar um plano individual de atendimento (PIA), visando
à reintegração familiar, ressalvada ordem escrita e fundamentada em contrário do magistrado;
• Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de acolhimento
familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista MP, pelo
prazo de 5 dias, decidindo em igual prazo.
Acolhimento sem determinação judicial – é uma exceção utilizada em caso de urgência, mas as
entidades devem fazer comunicação do fato em até 24 horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob
pena de responsabilidade (art. 93).

Reconhecimento de filhos

• O reconhecimento poderá ser feito pelos pais, de maneira conjunta ou separadamente, no próprio
termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer
que seja a origem da filiação.
• O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele
deixar descendentes (art. 1.609, § único, do CC e art. 26 do ECA).
• O reconhecimento é irrevogável e incondicional, sendo considerado ineficaz qualquer condição
inserida no ato de reconhecimento do filho. É direito personalíssimo, indisponível e imprescritível,
podendo ser exercido contra os pais ou seus herdeiros (Art. 27 do ECA).

(XIII EXAME) Vilma, avó materna do menor Oscar, de quinze anos de idade, pretende mover ação de
suspensão do poder familiar em face de Onísio e Paula, pais do menor. Argumenta que Oscar estaria
na condição de evasão escolar e os pais negligentes, embora incansavelmente questionados por
Vilma quanto as consequências negativas para a formação de Oscar. Considere a hipótese narrada e
assinale a única opção correta aplicável ao caso.

A) Do ponto de vista processual, Vilma não tem legitimidade para propor a ação que deve ser movida
exclusivamente pelo Ministério Público, diante da indisponibilidade do direito em questão, a quem
a interessada deve dirigir a argumentação para a tomada das medidas judiciais cabíveis.

R: ERRADA. Vilma, o MP ou quem tenha o legítimo interesse podem propor a ação (vide art. 1.637
CC c/c Art. 155 do ECA).

B) Do ponto de vista material, os elementos indicados por Vilma são suficientes ao pleito de suspensão
do poder familiar, do mesmo modo que a falta ou a carência de recursos materiais são, ainda que
isoladamente, justo motivo para propositura da medida de suspensão do poder familiar.

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R: ERRADA. Apesar do art. 22 ECA, incumbir aos pais o dever de sustento, guarda e educação dos
filhos menores, o art. 23, destaca que a falta de recursos materiais, por si só, não autoriza a medida
de suspensão do poder familiar, devendo a criança permanecer na família de origem, a qual deverá
ser incluída em programas de oficiais de auxílio.

C) Do ponto de vista material, os argumentos indicados por Vilma são irrelevantes a dar ensejo à medida
de suspensão de poder familiar, medida grave e excepcionalmente aplicada, mas são suficientes ao
pleito de aplicação de multa e repreensão aos pais negligentes, por se tratar de infração
administrativa.

R: ERRADA. O artigo 24 ECA determina expressamente que a perda e a suspensão do poder familiar
serão decretadas judicialmente na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e
obrigações a que alude o artigo 22 ECA, dentre os quais está o dever de educação dos filhos menores
(entenda-se educação formal).

D) Do ponto de vista processual, Vilma possui legitimidade para propor a ação de suspensão do
poder familiar e, tramitando o processo perante a Justiça da Infância e da Juventude, é impositiva a
isenção de custas e emolumentos, independente de concessão da gratuidade de justiça, conforme
dispõe expressa e literalmente o ECA.

R: CORRETA. Segundo o art. 155 ECA e 1.637 do CC, qualquer parente da criança ou adolescente
pode requerer ao juiz a suspensão do poder familiar. No que diz respeito às custas, o artigo 141, §2º
determina expressamente que as ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da
Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.

(CESPE/OAB/2009.2) No que se refere ao direito à convivência familiar e comunitária, assinale a


opção correta com base no ECA.

A) O pátrio poder não poderá ser exercido, simultaneamente, pelo pai e pela mãe. Em caso de
discordância quanto a quem caberá titularizá-lo, a ambos será facultado o direito de recorrer à
autoridade judiciária competente para a solução da divergência.

R: ERRADA. O poder familiar será exercido em igualdade de condições pelo pai e pela mãe (art. 21).
A expressão pátrio poder foi alterada por poder familiar pela Lei nº 12.010/2009.

B) Na ausência dos pais, o pátrio poder poderá ser delegado, nessa ordem: ao irmão mais velho,
desde que já tenha alcançado a maioridade, ao tio paterno ou ao avô paterno. Na ausência de
qualquer um desses, o pátrio poder poderá, excepcionalmente, ser delegado à avó materna.

R: ERRADA. No ECA e no CC não há previsão de delegação do poder familiar. O poder familiar é


irrenunciável, inalienável e indelegável. Nesse sentido, o CC estabelece, no art. 1.631, que compete
o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com
exclusividade.

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C) Toda criança ou adolescente tem direito à educação no seio da sua família e, excepcionalmente, em
família substituta, assegurada a participação efetiva da mãe biológica no convívio diário com o
educando, em ambiente livre da presença de pessoas discriminadas.

R: ERRADA. Primeira parte está correta. Será assegurada a convivência familiar e comunitária, em
ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substância entorpecentes (art. 19).

D) Os filhos, havidos, ou não, da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

R: CORRETA. Texto expresso do art. 20.

(EXAME 2010.3) Com relação aos procedimentos para a perda e a suspensão do poder familiar regulados
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que

A) a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, poderá decretar liminar ou incidentalmente a


suspensão do poder familiar, independentemente da gravidade do motivo.

R: ERRADA. Somente se houver motivo grave poderá haver a suspensão do poder familiar. A criança
ou adolescente ficará confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade (art. 157).

OBS: A suspensão é ato temporário e atinge somente o exercício e não a titularidade da função
paterna, esta permanece intacta.

B) o procedimento para perda ou suspensão do poder familiar dispensa que os pais sejam ouvidos, mesmo
se estes forem identificados e estiverem em local conhecido.

R: ERRADA. É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem identificados e estiverem em
local conhecido (ECA, art. 161, § 4°).

C) o procedimento para perda ou suspensão do poder familiar terá início por provocação do Ministério
Público ou de quem tenha legítimo interesse.

R: CORRETA. Tanto o MP quanto qualquer interessado podem dar início ao procedimento para perda
ou suspensão do poder familiar (art. 155, ECA).

D) em conformidade com a nova redação dada pela Lei 12.010, de 3 de agosto de 2009, o prazo máximo
para a conclusão do procedimento de perda ou suspensão do poder familiar será de 180 (cento e
oitenta) dias.

R: ERRADA. Afronta o art. 163, ECA, que determina prazo máximo de 120 dias para a conclusão do
procedimento de perda ou suspensão do poder familiar.

Colocação em família substituta


• É medida excepcional e somente existem três formas: guarda, tutela ou adoção. Pode ocorrer
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente (art. 28 ECA).

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• Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de
afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida (§3º, art. 28).
• Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe
interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada (§ 1º, art. 28).
• Tratando-se de maior de 12 anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em
audiência. (§ 2º, art. 28).
• Os grupos de irmãos serão colocados na mesma família substituta, ressalvada a comprovada
existência de risco de abuso ou outra situação, procurando-se sempre evitar o rompimento
definitivo dos vínculos fraternais (§4º, art. 28).
• A luz do princípio da proteção integral, não se deferirá colocação em família substituta à pessoa que
demonstre, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza do instituto ou que não ofereça
ambiente familiar adequado (art. 29).
• Preparação gradativa e acompanhamento posterior será necessária para a colocação em família
substituta, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de
garantia do direito à convivência familiar (§5º, art. 28).
• A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na
modalidade de adoção (Art. 31).
• No caso de criança ou adolescente indígena ou quilombola é ainda obrigatório (§6º, art. 28):

I - que sejam respeitadas sua identidade social e cultural, costumes, tradições e instituições, desde que
não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos pelo ECA e CF.
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da
mesma etnia;
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no
caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou
multidisciplinar que irá acompanhar o caso.

(XIV EXAME) A Declaração Universal dos Direitos da Criança reconhece como necessária ao
desenvolvimento completo e harmonioso das crianças e dos adolescentes a necessidade de
cuidados e um ambiente de afeto e de segurança moral e material, o que prioritariamente deve
ocorrer na companhia e sob a responsabilidade dos pais. Mas, em circunstâncias excepcionais, a
criança ou o adolescente podem ser confiados às chamadas famílias substitutas. A respeito da
colocação de criança ou adolescente em família substituta, segundo os termos do Estatuto da
Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.

A) O ECA disciplina procedimento específico para a colocação em família substituta de criança ou


adolescente indígena, que requer, obrigatoriamente, a intervenção e oitiva de representantes de
órgão federal responsável pela política indígena e de antropólogos.
R: CORRETA. Também abarca quilombolas. O § 6º, do art. 28 ainda prevê: I – o respeito a identidade
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições; II – prioridade de
colocação no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia.

B) A criança ou adolescente será prévia e necessariamente ouvida pela equipe interprofissional no curso
do processo, dispensando-se o consentimento da criança ou adolescente, que será substituído pelo
parecer da equipe.

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R: ERRADA. O §1º, do art. 28, estabelece que SEMPRE QUE POSSÍVEL o infante será previamente
ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
compreensão sobre as implicações da medida. Também indica que a sua opinião será devidamente
considerada, não sendo substituída por parecer da equipe.
Lembre-se que se for maior de 12 anos de idade, será NECESSÁRIO seu consentimento, colhido em
audiência (§2º, art. 28).

C) A colocação da criança ou adolescente em família substituta, por ser de caráter provisório e precário,
exime o guardião ou o tutor dos deveres de companhia e guarda, que poderão ser transferidos a
terceiros.

R: ERRADA. O guardião e o tutor estão obrigados a prestação de assistência material, moral e


educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,
inclusive aos pais (art. 33). Lembre-se que a tutela implica necessariamente o dever de guarda
(§único, art. 36).

D) A guarda e a tutela são as únicas modalidades de colocação da criança ou adolescente em família


substituta, que pode ser nacional ou estrangeira, sendo a adoção medida de colocação em família
definitiva, não em família substituta.

R: ERRADA. Adoção também é uma das forma de colocação em família substituta (art. 28). A adoção
é medida excepcional e irrevogável (§1º, art. 39) e poderá haver, excepcionalmente, na modalidade
internacional.

(IX EXAME) A respeito da família substituta, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente,
assinale a afirmativa correta.

A) A colocação em família substituta de maior de doze anos de idade far-se-á mediante consentimento do
menor, colhido em audiência.

R: CORRETA. Previsão do §2º, art. 28. Ademais, sempre que possível, a criança ou o adolescente será
previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada
(§1º, art. 28).

B) Os grupos de irmãos serão sempre colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta.

R: ERRADA. Sempre não. Poderá ser em famílias distintas se comprovada existência de risco de
abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade da solução, procurando-se,
em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais (§ 4º, art. 28).

C) A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na


modalidade de tutela.

R: ERRADA. É medida excepcional, mas somente é admissível na modalidade de adoção (art. 31).
• Adoção internacional - aquela na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora
do Brasil (art. 51).

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D) A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, sendo esta limitada
pela situação jurídica da criança ou adolescente.

R: ERRADA. Primeira parte está correta (art. 28). Mas, a colocação será independentemente da
situação jurídica da criança ou adolescente (art. 28, caput), ou seja, tanto faz se a criança ou
adolescente está numa família ou numa entidade sob acolhimento.

Guarda
• É modalidade de colocação em família substituta confiada à terceiros sempre que os pais não
possuem condições de exercer o poder familiar.
• Diferencia-se da tutela e da adoção, em especial, por não pressupor destituição ou suspensão do
poder familiar dos pais (família natural).

• Obriga a prestar assistência material, moral e educacional, conferindo a seu detentor o direito de
opor-se a terceiros, inclusive aos pais (art. 33).
• A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente,
nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros (§1º art. 33).

Espécies de Guarda:

1) De fato – Quando há criança ou adolescente que já esteja sendo criado por alguém, mas que não
possui o termo de guarda. Assim, irá tornar de direito uma situação meramente fática. O ECA não
considera a guarda de fato como uma espécie, mas como uma finalidade para da guarda de direito,
ou seja, regularizar situação de posse de fato (art. 33, §1º).

2) Provisória – Ocorre quando, durante o processo de tutela ou adoção, os futuros tutores ou pais
adotivos solicitam a guarda da criança ou adolescente. Poderá ser deferida liminar ou
incidentalmente.

3) Permanente – É medida excepcional deferida fora dos casos de tutela e adoção para atender eventual
ausência dos pais ou responsável ou outra situação peculiar (§2º do art. 33).

4) Especial – É o acolhimento estimulado pelo poder público, sob a forma de guarda, de criança ou
adolescente afastado do convívio familiar (art. 34). Será concedido incentivos fiscais e subsídios.

Guarda Previdenciária?
A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de
direito, inclusive previdenciários (§3º, art. 33). Mas, não se pode deferir a guarda tão somente para
fins previdenciários, pois configura desvio de finalidade da guarda (STJ RESP 696204). Deve existir
guarda de fato, para então ser concedido o benefício previdenciário à criança e ao adolescente.

• ATENÇÃO: Qualquer espécie de guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato
judicial fundamentado, ouvido o MP (art. 35).
• Visitação e Alimentos - o deferimento da guarda a terceiros não impede o exercício do direito de
visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos (§4º, art. 33).

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Tutela

• É uma das formas definitivas de colocação em família substituta.


• Pressupõe a morte dos pais, sua declaração de ausência, ou prévia decretação da perda ou
suspensão poder familiar (ex: castigo imoderado, abandono, abuso de autoridade) e implica
necessariamente o dever de guarda (§único, art. 36 do ECA, c/c art. 1.728 do CC).
• O Tutor terá poderes para reger e administrar os bens do infante.
• Idade limite para tutela - será deferida a pessoa de até 18 anos incompletos.

Adoção

• A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os
recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa (§1º do art. 39).

• Idade mínima do adotante - 18 anos, independentemente do estado civil (art. 42).


• Idade máxima do adotando - 18 anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela
dos adotantes (Art. 40).
Se for maior de 18 anos a adoção tramitará na Vara de Família e será regida pelo CC, aplicando-se o
ECA subsidiariamente. Salvo se o menor já estava sob a guarda ou tutela do adotante e o processo
tenha iniciado até os 21 anos do adotado, quando a competência será da Vara da Infância e da
Juventude.

• Diferença de idade entre adotante e adotado – O adotante há de ser, pelo menos, 16 anos mais
velho do que o adotando (§3º, art.42).
• Restrições para adotar:

1) É vedada a adoção por procuração (§2º, art. 39);


2) Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando (§1º, art. 42). ATENÇÃO à Tio pode adotar
sobrinho, pois não existe proibição de que colaterais adotem;
3) Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador
adotar o pupilo ou o curatelado (art. 44).

• Formas de adoção:
1) Adoção conjunta - é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união
estável, comprovada a estabilidade da família (§ 2o , art. 42).

2) Adoção por casais separados - Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros


podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde
que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja
comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda
(§4º, art. 42).

3) Adoção unilateral – é permitido que o cônjuge ou concubino adote o filho do outro, caso em que são
mantidos os vínculos de filiação entre o adotado e o pai/mãe biológico e os respectivos parentes (§
1º, art. 41).

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4) Adoção post mortem – poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade,
vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença (§ 6º, do art. 42).

5) Adoção em união homoafetiva – O STJ, no Resp 889852/RS, permitiu a adoção por casais que vivam
em união homoafetiva. O fundamento da decisão foi a análise da adoção apresentar reais vantagens
para o adotando, conforme estabelece o art. 43 do ECA.
O STF, na ADI 4277/DF e na ADPF 132/RJ, já reconheceu a união estável para casais do mesmo sexo.
Nesse sentido, o CNJ aprovou a resolução nº 175 que obriga os cartórios de todo o país a celebrar
o casamento civil e converter a união estável homoafetiva em casamento.

6) Adoção por estrangeiros - aquela na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora
do Brasil (art. 51). É medida excepcional (art. 31).
Requisitos:
a) que a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso concreto;
b) que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família
substituta brasileira, após consulta aos cadastros;
c) que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao seu
estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer
elaborado por equipe interprofissional.

OBS: Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção
internacional de criança ou adolescente brasileiro (§2º, art. 51).

• Efeitos da Adoção:

1) A adoção é irrevogável, por isso que a morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais
naturais (arts. 39, §1º e 49).

2) Atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios,
desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais (art.
41).

3) É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes,
descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária (§2º, art. 41).

4) O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao
processo, após completar 18 anos. O acesso ao processo também poderá ser deferido ao menor de
18 anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica (art. 48).

5) O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante
mandado do qual não se fornecerá certidão. A inscrição consignará o nome dos adotantes como
pais, bem como o nome de seus ascendentes (art. 47).

• O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado e a pedido do
adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua
residência (§§ 2º e 3 º do art. 47).

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• Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro (§ 4º do art.
47).

• A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá


determinar a modificação do prenome (§ 5º do art. 47).

(XII EXAME) Paulo, de 4 anos, é filho de Carla e não teve a sua paternidade reconhecida. Cláudio, avô de
Carla e bisavô de Paulo, muito preocupado com o futuro do bisneto, pretende adotá-lo, tendo em
vista que Carla ostenta uma situação financeira precária e, na opinião do avô, não é muito
responsável. Acerca da possibilidade de adoção de Paulo por Cláudio, assinale a afirmativa correta.

A) Cláudio sendo bisavô de Paulo e membro de sua família extensa, terá prioridade na adoção da
criança, exigindo-se, contudo, que Carla, mãe de Paulo, autorize e que o adotando dê o seu
consentimento em juízo.

R: ERRADA. Cláudio não poderá adotar Paulo, pois é vedado os ascendentes adotar, bem como os irmãos
do adotando (§1º, art. 42). Ademais, o consentimento do Paulo somente será imprescindível a partir
dos 12 anos de idade (§2º, art. 45).

B) Cláudio, por ser bisavô de Paulo, não poderá adotá-lo, mesmo que Carla consinta, já que tal medida
excepcional não é permitida quando o adotante é ascendente ou irmão do adotando.

R: CORRETA.

C) Como Cláudio só poderá adotar Paulo se Carla for destituída do poder familiar exercido em favor da
criança, a medida, dada a sua excepcionalidade, só se justificaria na hipótese de adoção bilateral.

R: ERRADA.

D) Claudio, por ser bisavô de Paulo, por um lado, tem prioridade na adoção da criança, mas, por outro, só
poderá adotá-lo se Carla, além de autorizar a medida, for destituída do poder familiar.

R: ERRADA.

(X EXAME) Acerca da colocação da criança ou do adolescente em família substituta na modalidade


adoção, assinale a afirmativa correta.

A) A adoção extingue os vínculos pretéritos entre o adotado e a família anterior, porém,


excepcionalmente, no caso de falecimento dos adotantes, o poder familiar dos pais naturais poderá
ser restabelecido, se atender ao melhor interesse do menor.

R: ERRADA. A adoção é irrevogável (§1º, art. 39). A morte dos adotantes não restabelece o poder
familiar dos pais naturais (art. 49).

B) A adoção produz os seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença declaratória do estado
de filiação, porém, se o adotante vier a falecer no curso do procedimento os efeitos retroagirão à
data do óbito.

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R: ERRADA. A sentença é constitutiva, não declaratória, conforme dispõe o art. 47, §7º. Ademais,
deve haver inequívoca manifestação de vontade de adoção pelo adotante no curso do
procedimento (§ 6º, art. 42).

C) A adoção depende do consentimento do adotando, se maior de 12 anos de idade, e dos pais do


adotando ou do representante legal deste ou do guardião legal ou de fato, na falta dos primeiros.

R: ERRADA. O ECA não prevê o consentimento do guardião, somente dos pais e do representante
legal (art. 45).

OBS: O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam
desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar (§1º, art. 45).

D) A adoção produz os seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, porém, se
o adotante vier a falecer após inequívoca manifestação de vontade no curso do procedimento, os
efeitos retroagirão à data do óbito.

R: CORRETA. Texto expresso do § 7º, art. 47 - Adoção post mortem.

(VI EXAME) Um famoso casal de artistas residente e domiciliado nos Estados Unidos, em viagem ao Brasil
para o lançamento do seu mais novo filme, se encantou por Caio, de 4 anos, a quem pretende adotar.
Caio teve sua filiação reconhecida exclusivamente pela mãe Isabel, que, após uma longa conversa
com o casal, concluiu que o melhor para o filho era ser adotado, tendo em vista que o famoso casal
possuía condições infinitamente melhores de bem criar e educar Caio. Além disso, Isabel ficou
convencida do amor espontâneo e sincero que o casal de imediato nutriu pelo menino. Ante a
situação hipotética, é correto afirmar que

A) a adoção só é concedida quando for impossível manter a criança ou o adolescente em sua família,
razão pela qual o consentimento de Isabel é irrelevante para a apreciação do pedido do famoso
casal, que será deferido caso represente o melhor interesse de Caio.

R: ERRADA. Apesar de se levar em consideração as vantagens reais para Caio e os motivos legítimos
(art. 44), a adoção dependerá do consentimento de Isabel (art. 45), já que ela não foi destituída do
poder familiar.

• LEMBRE-SE: Se Caio fosse maior de 12 anos de idade, seria também necessário o seu consentimento
(§2º, art. 45 c/c III, art. 51).

B) independentemente da manifestação de vontade de Isabel, o famoso casal terá prioridade na adoção


de Caio, depois de esgotadas todas as possibilidades de colocação de Caio em uma família brasileira.

R: ERRADA. A manifestação de Isabel será relevante (art. 45). A adoção internacional somente será
deferida se, após consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, não for encontrado
interessado com residência permanente no Brasil (§ 10º art. 50 c/c II, art. 51).

C) Tendo em vista o consentimento da mãe de Caio, o famoso casal terá prioridade em sua adoção em
face de outros casais já previamente inscritos nos cadastros de interessados na adoção, mantidos
pela Justiça da Infância e da Juventude.
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R: ERRADA. Quem terá prioridade na adoção serão os casais brasileiros cadastrados e habilitados
com residência permanente no Brasil (§ 10º art. 50 c/c II, art. 51).

D) a adoção internacional é medida excepcional; entretanto, em virtude do consentimento de Isabel


para a adoção de seu filho pelo famoso casal, este só não terá prioridade se houver casal de
brasileiro, residente no Brasil, habilitado para a adoção.

R: CORRETA. (art. 31 c/c art. 45 e §10º, art. 50).

(V EXAME) Fernando e Eulália decidiram adotar uma menina. Iniciaram o processo de adoção em
maio de 2010. Com o estágio de convivência em curso, o casal se divorciou. Diante do fim do
casamento dos pretendentes à adoção, é correto afirmar que

A) a adoção deverá ser suspensa, e outro casal adotará a menor, segundo o princípio do melhor interesse
do menor, pois a adoção é medida geradora do vínculo familiar.

R: ERRADA. Fernado e Eulália poderão realizar a adoção conjunta se acordarem sobre a guarda e o
regime de visitas, já que o estágio de convivência iniciou enquanto casado. Mas, deverá ser
comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda
(§4º, art. 42).

B) a adoção poderá prosseguir, contanto que o casal opte pela guarda compartilhada no acordo de
divórcio, mesmo que o estágio de convivência não tenha sido iniciado na constância do período de
convivência.

R: ERRADA. O estágio de convivência deve se iniciar ainda enquanto casados. Ademais, desde que
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada (§ 5º, art. 42).

• LEMBRE-SE: A regra é que para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados
civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família, sendo exceção a
adoção entre divorciados.

C) a adoção será deferida, contanto que o casal acorde sobre a guarda, regime de visitas e desde que o
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja
comprovada a existência de vínculo de afinidade e afetividade com aquele que não seja o detentor
da guarda que justifique a excepcionalidade da concessão.

R: CORRETA. Conforme estabelece o §4º, art. 42.

D) a lei não prevê tal hipótese, pois está em desacordo com os ditames constitucionais da paternidade
responsável.

R: ERRADA.

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DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS – EDUCAÇÃO

• A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa,
preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes (art. 53):

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;


II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

• Direito à participação das propostas educacionais - É direito dos pais ou responsáveis ter ciência e
participação do processo pedagógico (§ único do art. 53).

• Repartição de competências:

1) União - sistema federal de ensino e o dos Territórios (§ 1º, 211, CF);


2) Estados e o DF - prioritariamente o ensino fundamental e médio (§ 3º, 211, CF);
3) Municípios - prioritariamente o ensino fundamental e a educação infantil (§ 2º, 211, CF).

• É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente (Art. 54):


I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade
própria. Esse direito é público subjetivo (§ 1º, art. 54) . O não oferecimento do serviço ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da autoridade competente (§ 2º, art. 54) .
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino (art. 54, III, c/c art. 208, III, CF);
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a 5 anos de idade (art. 208, IV, da CF - EC nº
53/2006). No ECA a idade é até 6 anos (art. 54, IV).

CUIDADO: A CF foi alterada e agora destaca que a educação básica será obrigatória e gratuita dos 4 aos
17 anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso
na idade própria (art. 208, I, CF – Ec nº 59/2009). Haverá também progressiva universalização do
ensino médio gratuito (art. 208, II, CF – EC nº 14/1996).

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

• Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de
ensino (Art. 55).

• Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos


de (Art. 56):
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
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III - elevados níveis de repetência.

(VII EXAME) Com forte inspiração constitucional, a Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990, consagra a
doutrina da proteção integral da criança e do adolescente, assegurando - lhes direitos fundamentais,
entre os quais o direito à educação. Igualmente, é - lhes franqueado o acesso à cultura, ao esporte
e ao lazer preparando - os para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, fornecendo
- lhes elementos para seu pleno desenvolvimento e realização como pessoa humana. De acordo com
as disposições expressas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que

A) Toda criança e todo adolescente têm direito a serem respeitados por seus educadores, mas não
poderão contestar os critérios avaliativos, uma vez que estes são estabelecidos pelas instâncias
educacionais superiores, norteados por diretrizes fiscalizadas pelo MEC.

R: ERRADA. A primeira parte está correta, prevista no art. 53, II. Porém, o ECA garante o direito à
contestar os critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores (III, art. 53).

B) é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente o ensino fundamental, obrigatório e gratuito,


mas sem a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio.

R: ERRADA. Há o direito ao ensino fundamental obrigatório e gratuito (prevista no art. 54, I). Mas, o
ECA expressamente prevê que o ensino médio terá uma progressiva extensão da obrigatoriedade
e gratuidade (II, art. 54).

C) Não existe obrigatoriedade de matrícula na rede regular de ensino àqueles genitores ou responsáveis
pela criança ou adolescente que, por convicções ideológicas, políticas ou religiosas, discordem dos
métodos de educação escolástica tradicional para seus filhos ou pupilos.

R: ERRADA. É dever dos pais matricular os filhos na rede regular de ensino (art. 55). Os pais podem
inclusive responder criminalmente por abandono intelectual (art. 246, CP).

D) Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos


de maus-tratos envolvendo seus alunos, a reiteração de faltas injustificadas e a evasão escolar,
esgotados os recursos escolares, assim como os elevados níveis de repetência.

R: CORRETA. Previsto no Art. 56.

DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS - PROFISSIONALIZAÇÃO E PROTEÇÃO NO TRABALHO

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O que é aprendizagem?

• É a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de


educação em vigor (art. 62 do ECA). Essa formação obedecerá aos seguintes princípios (art. 63):
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III - horário especial para o exercício das atividades.

• Bolsa de aprendizagem – assegurada ao aprendiz (cuidado com Art. 64).

• Direitos trabalhistas e previdenciários – são assegurados ao adolescente aprendiz, maior de 14 anos


(Art. 65).

• Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido (Art. 66).

(IV EXAME) Washington, adolescente com 14 (quatorze) anos, movido pelo desejo de ajudar seus
genitores no sustento do núcleo familiar pobre, pretende iniciar atividade laborativa como
ensacador de compras na pequena mercearia Tudo Tem, que funciona 24h, localizada em sua
comunidade. Recentemente, esta foi pacificada pelas Forças de Segurança Nacional. Tendo como
substrato a tutela do Estatuto da Criança e do Adolescente no tocante ao Direito à Profissionalização
e à Proteção no Trabalho, assinale a alternativa correta.

A) Washington poderá ser contratado como ensacador de compras, mesmo não sendo tal atividade de
aprendizagem, pois, como já possui 14 (quatorze) anos, tem discernimento suficiente para firmar o
contrato de trabalho e, assim, prestar auxílio material aos seus pais, adotando a louvável atitude de
preferir o trabalho às ruas.

R: ERRADA. Por 2 motivos: 1) A atividade de ensacador não é enquadrada como de formação


técnico-profissional, não sendo atividade de aprendiz; 2) Washington não poderá laborar à noite até
completar 18 anos, nem em trabalho perigoso ou insalubre (art. 7º, XXXIII, CF, c/c art. 60 e 67 do
ECA).

B) Como a comunidade onde reside Washington foi pacificada pelas forças de paz, não há falar em local
perigoso ou insalubre para o menor; assim, poderá o adolescente exercer a carga horária laborativa
no período das 22h às 24h, sem qualquer restrição legal, desde que procure outra atividade
laborativa que seja de formação técnico-profissional.

R: ERRADA. É vedado o trabalho noturno aos menores de 18 anos (art. 7º XXXIII, CF). É considerado
noturno o trabalho das 22h às 5h (art. 67, I, ECA).

C) Washington não poderá trabalhar na mercearia como ensacador de compras, pois tal atividade não é
enquadrada como de formação técnico-profissional; portanto, não se pode afirmar que o menor
exercerá atividade laborativa na condição de aprendiz.

R: CORRETA.

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D) Na condição de aprendiz, não é necessário que o adolescente goze de horário especial compatível com
a garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular.

R: ERRADA. Constitui-se como princípio da formação o acesso e frequência obrigatória ao ensino


regular; que a atividade seja compatível com o desenvolvimento do adolescente e em horário
especial (art. 63).

DA PREVENÇÃO ESPECIAL

• Diversões e espetáculos públicos - O poder público regulará informando sobre a natureza deles, as
faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre
inadequada (Art. 74).
Deverá ser afixada pelos responsáveis das diversões e espetáculos públicos, em lugar visível e de
fácil acesso, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no
certificado de classificação.

• Acesso de acesso às diversões e espetáculos públicos - Toda criança ou adolescente terá acesso de
acordo com a classificação da sua faixa etária. As crianças menores de 10 anos somente poderão
ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou
responsável (art. 75).

Quais os produtos proibidos de venda à criança ou ao adolescente?


I - armas, munições e explosivos;
II - bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização
indevida;
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de
provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
V - revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado. Estas deverão ser comercializadas
em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo. As que contenham mensagens
pornográficas ou obscenas devem ser protegidas com embalagem opaca (art. 78);
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.

OBS: Em caso de descumprimento o ECA prevê sanções penais e administrativas.

• Hospedagem de criança ou adolescente (Art. 82) - É proibida em hotel, motel, pensão ou


estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável
(namorado não é responsável).

Autorização para Viajar

• Viagem Nacional – Adolescente não precisa de autorização para viajar. A criança precisará de
autorização judicial para viajar para fora da comarca onde reside, se estiver desacompanhada dos
pais ou responsável (art.83).

• A autorização não será exigida quando (§1º, art. 83):


a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou
incluída na mesma região metropolitana; E

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b) a criança estiver acompanhada:
I) de ascendente ou colateral maior, até o 3º grau, comprovado documentalmente o parentesco; OU
II) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

OBS: A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por
2anos.

• Viagem internacional – a regra é que a criança ou adolescente precisará de autorização judicial. Esta
será dispensável, se a (art. 84):
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; OU
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento
com firma reconhecida.

Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território
nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior (Art.
85).

(VIII EXAME) João e Maria, ambos adolescentes, com dezessete e dezesseis anos, respectivamente,
resolvem realizar uma viagem para comemorar o aniversário de um ano de namoro. Como destino,
o jovem casal elege Armação dos Búzios, no estado do de Janeiro, e efetua a reserva, por telefone,
em uma pousada do balneário. Considerando a normativa acerca da prevenção especial contida na
Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, assinale a afirmativa correta.

A) O casal poderá hospedar-se na pousada reservada sem quaisquer restrições, já que ambos são maiores
de dezesseis anos e, portanto, relativamente capazes para a prática desse tipo de ato civil, não
podendo ser exigido que estejam acompanhados dos pais ou responsáveis nem que apresentem
autorização destes.

R: ERRADA. João e Maria devem ter autorização ou estar acompanhados pelos pais ou responsável,
pois é proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou
estabelecimento congênere (Art. 82).

B) O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe apenas a hospedagem de crianças e adolescentes em


motel, desacompanhadas de seus pais ou responsável, sendo permitida a hospedagem em hotéis
ou estabelecimentos congêneres, uma vez que este são obrigados a manter regularmente o registro
de entrada de seus hóspedes.

R: ERRADA.

C) A proibição da legislação especial refere - se apenas às crianças, na definição do ECA consideradas como
as pessoas de até doze anos de idade incompletos, sendo, portanto, dispensável que os adolescentes
estejam acompanhados dos pais ou responsáveis, ou, ainda, autorizados por estes para a regular
hospedagem.

R: ERRADA.

D) O titular da pousada, ou um de seus prepostos, pode, legitimamente e fundado na legislação especial


que tutela a criança e o adolescente, negar - se a promover a hospedagem do jovem casal, já que
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ambos estão desacompanhados dos pais ou responsável e desprovidos, igualmente, da autorização
específica exigida pelo ECA.

R: CORRETA. Art. 82.

(XIII EXAME) João e Joana são pais de Mila, 9 anos, e de Letícia, 8 anos. João mudou-se para Maringá
depois do divórcio, e levou sua filha mais nova para morar com ele. Nas férias escolares, Letícia quer
ir ao Rio de Janeiro visitar sua mãe, enquanto Mila deseja passar seus dias livres com seu pai em
Maringá. Avalie as situações apresentadas a seguir e, de acordo com o Estatuto da Criança e do
Adolescente, assinale a afirmativa correta.

A) Letícia poderá viajar sem autorização judicial se a sua prima, Olívia, que tem 19 anos, aceitar
acompanhá-la. Mila poderá viajar sem autorização, se a sua avó, Filomena, a acompanhar.

R: ERRADA. Mila poderá viajar com sua avó, sem autorização judicial, pois está acompanhada de
ascendente. Mas, Letícia não poderá viajar, porque Olívia é prima. Poderia se estivesse
acompanhada de ascendente ou colateral maior, até o 3º grau (tio, irmão) comprovado
documentalmente o parentesco; ou se estivesse acompanhada de pessoa maior, expressamente
autorizada pelo pai, mãe ou responsável (art. 83, §1º, b).

B) Se houver prévia e expressa autorização dos pais ou responsáveis, Letícia e Mila ficam dispensadas da
autorização judicial e poderão viajar desacompanhadas dentro do território nacional.

R: ERRADA. Elas podem ficar dispensadas da autorização judicial, se estiverem acompanhadas de


pessoa maior de idade, já que possuem autorização expressa dos pais ou responsável.

C) Letícia poderá viajar desacompanhada dos pais por todo território nacional se houver autorização
judicial, que poderá ser concedida pelo prazo de dois anos. Mila não precisará de autorização judicial
para ir a Maringá se seu tio José aceitar acompanhá-la.

R: CORRETA. Previsão art. 83. Cabe um destaque quanto a Mila. Realmente ela não precisará de
autorização judicial para ir a Maringá se seu tio José aceitar acompanha-la, pois o tio é parente
colateral de 3 ̊ grau, desde que ele seja maior e o parentesco esteja comprovado
documentalmente.

D) Mila poderia aproveitar a ida de sua vizinha Maria, de 23 anos, para acompanhá-la, desde que
devidamente autorizada por seus pais, enquanto Letícia não precisaria de autorização judicial se seu
padrinho, Ricardo, primo do seu pai, a acompanhasse.

R: ERRADA. Mila poderia viajar nessas condições. Mas, Letícia não, pois precisaria de autorização
judicial para viajar com Ricardo, pois o mesmo não é colateral até o 3º grau.

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MEDIDAS DE PROTEÇÃO

São aplicáveis sempre que os direitos das crianças e adolescentes forem ameaçados ou violados
(art. 98):
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.

Parâmetros para aplicação das medidas (art. 100):


1) as necessidades pedagógicas;
2) preferência por medidas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

• Princípios que regem a aplicação das medidas (§único, art. 100):

- condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos;


- proteção integral e prioritária;
- interesse superior da criança e do adolescente;
- intervenção precoce e mínima pelas autoridades e instituições.
- responsabilidade primária e solidária do poder público;
- responsabilidade parental.

• As medidas de proteção são (rol não taxativo - art. 101):

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade (Ex: infante em


situação de rua);
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários (Ex: infante com os vínculos familiares
fragilizados);
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental (Ex:
infante não matriculado em escola);
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente (Ex:
família sem condições financeiras);
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial (Ex: infante com alguma enfermidade sem receber tratamento);
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos (Ex: infante viciado em drogas);
VII - acolhimento institucional (Ex: infante com os vínculos familiares fragilizados ou rompidos);
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX - colocação em família substituta.

• As medidas protetivas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a
qualquer tempo (Art. 99).

ATENÇÃO: O acolhimento institucional e o familiar são medidas provisórias e excepcionais,


utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para
colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade (§ 1º, art. 101).

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• Caberá ao Conselho Tutelar aplicar as medidas previstas nos itens I a VII (Art. 136, I). No caso dos
itens VIII e IX somente o magistrado tem competência para aplicá-las.

(XI EXAME) A interpretação e aplicação da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA)
deve perseguir os objetivos de proteção integral e prioritária dos direitos das crianças e dos
adolescentes, que deles são titulares. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta.

A) A aplicação das medidas específicas de proteção previstas pelo ECA pode se dar cumulativamente,
devendo a autoridade competente escolher a mais adequada diante das necessidades específicas
do destinatário.

R: CORRETA. Art. 99 c/c VIII, §único, art. 100. Deve-se levar em conta as necessidades pedagógicas,
preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

B) Se Joana, que tem 09 anos, tiver seus direitos violados por ação ou omissão do Estado, serão cabíveis
as medidas específicas de proteção previstas pelo ECA que, dependendo das circunstâncias, não
deverão ser aplicadas ao mesmo tempo.

R: ERRADA. As medidas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas
a qualquer tempo (art. 99).

C) Se Júlio, que tem 09 anos, tiver seus direitos violados por abuso ou omissão dos pais, não serão
aplicáveis as medidas específicas de proteção, mas, sim, medidas destinadas aos pais ou
responsável, previstas pelo ECA.

R: ERRADA. As medidas de proteção também são aplicáveis quando seus direitos são violados por
falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável, bem como da sociedade, do Estado ou de sua
própria conduta (art. 98).

D) As medidas específicas de proteção previstas pelo ECA devem ser aplicadas de modo a afastar uma
intervenção precoce, efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida, sob pena de
responsabilidade primária e solidária do poder público.

R: ERRADA. Trata-se de um princípio que a intervenção das autoridades competentes deva ser
precoce, efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida (VI, §único, art. 100).

MEDIDA SOCIOEDUCATIVA

Medidas socioeducativas (Art. 112 – rol exaustivo):


I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semi-liberdade;


VI - internação em estabelecimento educacional;

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Autoridade competente para aplicação da Medida Socioeducativa

• É o Juiz da Infância e da Juventude, por se tratar de atividade tipicamente jurisdicional (art. 146 e
Súm. 108 do STJ).

Requisitos para aplicação da Medida Socioeducativa (Art. 114)

reparação do dano
prestação de serviços à comunidade
liberdade assistida
regime de semi-liberdade
internação

advertência

É possível cumular medidas de proteção com medidas socioeducativas?


• Sim, sempre que o adolescente se encontre em situação de risco (art. 112, VII).
• As medidas socioeducativas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
substituídas a qualquer tempo (art. 113).

Quais os critérios para a aplicação da medida socioeducativa?


• O Juiz da Infância e da Juventude levará em conta a capacidade do adolescente de cumprir a
medida, as circunstâncias e a gravidade da infração para que se possa aferir a proporcionalidade da
atuação Estatal (art. 112, §1º).

Adolescente com doença ou deficiência mental que comete ato infracional


• A doença mental impede a aplicação da medida socioeducativa ao adolescente devido à
incapacidade do indivíduo de cumpri-la (art. 112, §1º). Será aplicada medida de proteção, como
tratamento psiquiátrico ou psicológico (art. 101, V / STJ HC 54.961/SP).
• Receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições (art. 112,
§3º).
• O adolescente não se sujeita a medida de segurança.

Medida de Advertência (Art. 115)

• Consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada pelo Juiz da Infância e
Juventude, MP, pelo adolescente e seus pais ou responsáveis.

• A competência para aplicação dessa medida é exclusiva do Juiz da Infância e da Juventude (S. 108
do STJ).

• Poderá ser aplicada em sede de remissão (art. 127).

• Basta haver indícios de autoria e prova da materialidade do ato infracional para se aplicar essa
medida (§único, art. 114). Uma parte da doutrina alega a inconstitucionalidade desse dispositivo por
ferir o princípio da presunção da inocência (art. 5º, LVII, da CF).

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Medida de Reparação do dano (Art. 116)
• Será aplicada quando o ato infracional tiver reflexos patrimoniais. Então, o Juiz da Infância e da
Juventude poderá determinar, se for o caso, que o adolescente:
1) restitua a coisa;
2) promova o ressarcimento do dano; ou,
3) compense o prejuízo da vítima.

• Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada.
• Em sede de remissão, a obrigação de reparar o dano pode ser aplicada (art. 114 c/c art. 127 do ECA).
Prestação de serviço à comunidade X Trabalho forçado

• Prestação de serviço à comunidade - consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral,


por período não excedente a 6 meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, durante jornada máxima de 8 horas
semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a
freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho (art. 117 do ECA).

• Trabalho forçado - não será admitido em hipótese alguma e sob pretexto algum (art. 112, § 2º do
ECA c/c art. 5º, XLVII, “c”, da CF/88).

Medida de Liberdade Assistida (Art. 118 e 119)


• É a medida mais rigorosa em meio aberto. Será adotada sempre que se afigurar a medida mais
adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. Pode ser aplicada no âmbito
da remissão.
• O Juiz da Infância e da Juventude designará pessoa capacitada para acompanhar o caso
(orientador), a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.
• Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos
seguintes encargos, entre outros:

I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se


necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua
matrícula;
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de
trabalho;
IV - apresentar relatório do caso.

Prazo de duração da medida

• A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de 6 meses, podendo a qualquer tempo ser
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o MP e o defensor.

• O ECA não prevê expressamente o prazo máximo de duração da medida. Por analogia, uma parte
da doutrina entende ser o prazo de 3 anos estabelecidos para as medidas de semiliberdade e
internação (arts. 120, §2º, e 121, §3º do ECA).

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Medida de Semiliberdade (art. 120)

• É modalidade de medida socioeducativa privativa de liberdade que possibilita a realização de


atividades externas, independentemente de autorização judicial.

• O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para
o meio aberto.

• São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados
os recursos existentes na comunidade.

• A medida não comporta prazo determinado. Limite máximo de aplicação são 3 anos, devendo ser
reavaliada a cada 6 meses (art. 121, §2º).
ATENÇÃO: Nunca poderá ser aplicada em sede de remissão, por se tratar de medida privativa de
liberdade (art. 127).

Medida de Internação (art. 121 a 125)

• Medida socioeducativa mais grave, sendo modalidade de privação de liberdade que nunca poderá
ser aplicada em sede de remissão.

Princípios aplicados à medida de internação (art. 227, §3º, V, da CF/88 c/c art. 121 do ECA).

• Brevidade (limite cronológico), excepcionalidade (limite lógico) e respeito à condição peculiar de


pessoa em desenvolvimento (limite ontológico).

Realização de atividades externas


• Será permitida, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em
contrário (§1º, art. 121).

Prazo de aplicação
• A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante
decisão fundamentada, no máximo a cada 6 meses (§2º, art. 121).

• Nunca o período máximo de internação excederá a 3 anos (§3º, art. 121).

• Atingido o limite de 3 anos, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-
liberdade ou de liberdade assistida (§4º, do art. 121).

• A liberação será compulsória aos 21 anos de idade (Prescrição etária - § 5º, do art. 121). Essa
liberação independente de decisão judicial (Res. 165/2012 do CNJ).
ATENÇÃO: O Código Civil de 2002 ao reduzir a idade da capacidade civil para 18 anos não revogou o
art. 121, §5º do ECA.

• Desinternação - será sempre precedida de autorização judicial, ouvido o MP (§ 6º).

Cabimento da medida de internação (Art. 122 – rol taxativo):


I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa (Ex: Homicídio
doloso, roubo, extorsão, estupro);

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• OBS: A conduta definida como tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à
aplicação da internação (S. 492 do STJ).
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves (Ex: Tráfico de drogas, furto qualificado
e porte ilegal de arma de fogo).
• A doutrina entende crimes graves são os previstos no CP sujeitos a pena de reclusão. Os crimes cuja
pena mínima cominada seja igual ou inferior a 1 ano não podem ser considerados graves.

III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta (Internação-


sanção).

• OBS: O prazo da internação-sanção não poderá ser superior a 3 meses, devendo ser decretada
judicialmente após o devido processo legal.

• O STJ vem entendendo que não resta configurado o descumprimento reiterado se o adolescente
descumpriu apenas uma única vez a medida socioeducativa (STJ HC 50.777/DF).

Direitos dos adolescentes internados (art. 124):


• entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
• peticionar diretamente a qualquer autoridade;
• ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
• ser tratado com respeito e dignidade;
• ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
• habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
• receber escolarização e profissionalização;
• realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
• ter acesso aos meios de comunicação social;
• receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;
• manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los, recebendo
comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;
• receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.

Pode haver incomunicabilidade?

Em nenhum caso haverá incomunicabilidade (§ 1º, art.124).

Poderá suspender a visita?

A autoridade judiciária poderá temporariamente suspender, inclusive de pais ou responsável, se


existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente (§ 2º, art.
124).

(X EXAME) Com relação à internação, observado o que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente,
assinale a afirmativa correta.
A) Deve obedecer ao período determinado de um ano e meio, prorrogável por igual período, para atos
infracionais praticados com emprego de violência.

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R: ERRADA. A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo a cada 6 meses (§ 2º, art. 121). Em nenhuma hipótese
o período máximo de internação excederá a 3 anos (§ 3º). A liberação será compulsória aos 21 anos
de idade (§ 5º). A internação está sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito
à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento (art. 121, caput).

MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO

B) Deve obedecer ao período determinado de um ano, prorrogável por igual período, para atos
infracionais praticados sem emprego de violência.

• R: ERRADA.
C) Não comporta período determinado e não pode ultrapassar o máximo de três anos, independente do
emprego ou não de violência no ato infracional praticado.

• R: CORRETA. Art. 121, §2º e 3º.


D) Não pode ultrapassar o período máximo de três anos, quando o adolescente deverá ser colocado em
liberdade com o dever de reparar o dano no caso de ato infracional com reflexos patrimoniais.

• R: ERRADA.

(VII EXAME) Joana tem 16 anos e está internada no Educandário Celeste, na cidade de Pitió, por ato
infracional equiparado ao crime de tráfico de entorpecentes. O Estatuto da Criança e do Adolescente
regula situações dessa natureza, consignando direitos do adolescente privado de liberdade. Diante
das disposições aplicáveis ao caso de Joana, é correto afirmar que
A) Joana tem direito à visitação, que deve ser respeitado na frequência mínima semanal, e não poderá ser
suspenso sob pena de violação das garantias fundamentais do adolescente internado.

• R: ERRADA. O direito à visita é garantido (VII), mas o juiz poderá suspendê-lo temporariamente,
inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos
interesses do adolescente (§2º, art. 124).
B) É expressamente garantido o direito de Joana se corresponder com seus familiares e amigos, mas é
vedada a possibilidade de avistar - se reservadamente com seu defensor.

• R: ERRADA. Ambos os direitos são protegidos pelo ECA nos incisos VIII e III do art. 124.
C) A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, exceto de pais e responsável, se
existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.

• R: ERRADA. Poderá ser suspensa também a visita dos pais e responsáveis (§2º, art. 124).

D) As visitas dos pais de Joana poderão ser suspensas temporariamente, mas em tal situação permanece
o seu direito de continuar internada na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de
seus pais

• R: CORRETA. VI, art. 124.


ATENÇÃO: Em nenhum caso haverá incomunicabilidade (§1º).

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(VI EXAME) Considerando os princípios norteadores do Estatuto da Criança e do Adolescente, a prática
de atos infracionais fica sujeita a medidas que têm objetivos socioeducativos. Nesse sentido, é
correto afirmar que

A) Se Aroldo, que tem 11 anos, subtrair para si coisa alheia pertencente a uma creche, deverá cumprir
medida socioeducativa de prestação de serviços comunitários, por período não superior a um ano.

• R: ERRADA. Por ser criança, o ato infracional praticado por Aroldo não estará submetido às medidas
socioeducativas, mas às medidas de proteção previstas no art. 101 (art. 105). Ademais, a prestação
de serviços à comunidade não pode exceder o prazo de 6 meses (art. 117).

B) a obrigação de reparar o dano causado pelo ato infracional não é considerada medida socioeducativa,
tendo em vista que o adolescente não pode ser responsabilizado civilmente.

• R: ERRADA. É considerada medida socioeducativa (art. 112, III). Se o ato infracional tiver reflexos
patrimoniais, a autoridade poderá determinar que o adolescente restitua a coisa, promova o
ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima (Art. 116). Havendo
manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada (§único, art. 116).

C) o acolhimento institucional e a colocação em família substituta podem ser aplicados como medidas
protetivas ou socioeducativas, a depender das características dos atos infracionais praticados.

• R: ERRADA. O acolhimento institucional ou familiar e a colocação em família substituta são medidas


protetivas que não podem ser aplicadas quando praticado ato infracional (art. 112, VII).
D) a internação, como uma das medidas socioeducativas previstas pelo ECA, não poderá exceder o período
máximo de três anos, e a liberação será compulsória aos 21 anos de idade.

• R: CORRETA. Art. 121, §3º e §5º.

MEDIDA SOCIOEDUCATIVA

(EXAME 2010.3) Considerando a prática de ato infracional por criança ou adolescente, é correto afirmar
que

A) a prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por
período não excedente a 1 (um) ano, em entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
• R: ERRADA. O período não pode ser excedente a 6 meses (Art. 117), durante jornada máxima de 8h
semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência
à escola ou à jornada normal de trabalho.
B) em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o
caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma,
compense o prejuízo da vítima.
• R: CORRETA. Consiste na obrigação de reparar o dano (art. 116). Se o adolescente não puder
ressarcir, a medida poderá ser substituída por outra adequada.
C) a internação, por constituir medida privativa de liberdade do menor, não poderá exceder o período de
5 (cinco) anos.

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•R: ERRADA. Não poderá exceder a 3 anos (§3º, art. 121). A medida não comporta prazo
determinado (§2º). A liberação será compulsória aos 21 anos de idade (§5º).
D) entre as garantias processuais garantidas ao adolescente encontra-se o direito de solicitar a presença
de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento. Contudo, não poderá o menor ser
ouvido pessoalmente pela autoridade competente, devendo em todo o caso ser assistido pelos
genitores.
• R: ERRADA. Primeira parte está correta, prevista no inciso VI, art. 111. O adolescente tem direito de
ser ouvido pessoalmente pela autoridade, conforme inciso V.
• Também são direitos: conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente; igualdade na relação processual, e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
defesa técnica por advogado; assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados

MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO

(IV EXAME) No tocante às normas contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar
que
A) A medida socioeducativa de internação aplicada em razão do descumprimento reiterado e injustificável
da medida anteriormente imposta ao adolescente infrator não poderá ser superior a três meses.
• R: CORRETA. Art. 122, §1º. Deve ser decretada judicialmente após o devido processo legal.
• ATENÇÃO: A medida de internação só poderá ser aplicada quando: I - tratar-se de ato infracional
cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; II - por reiteração no cometimento de
outras infrações graves; III- descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente
imposta
B) o adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será imediatamente encaminhado ao Juiz de
Direito em exercício na Vara da Infância e Juventude, que decidirá sobre a necessidade ou não de
seu acautelamento provisório.

• R: ERRADA. Apreendido em flagrante será encaminhado à autoridade policial competente (art.


172). Se fosse apreendido por força de ordem judicial seria, então, encaminhado à autoridade
judiciária (art. 173).
C) a concessão da remissão, que prescinde da homologação da Autoridade Judiciária, é medida que o
membro do Ministério Público atribuído poderá adotar no processamento de ato infracional.

• R: ERRADA. A remissão concedida pelo MP deverá ser remetida à Justiça da Infância e da Juventude
competente para homologação (art. 181).
D) ao ato infracional praticado por crianças corresponderão as seguintes medidas socioeducativas:
advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida
e inserção em regime de semiliberdade.

• R: ERRADA. Faltou a questão indicar a internação em estabelecimento educacional e qualquer uma


das previstas no art. 101, I a VI (art. 112).

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(CESPE/OAB/2009.1) Acerca da medida socioeducativa de internação, prevista no ECA, assinale a opção
correta.

A) No processo para apuração de ato infracional de adolescente, não se exige defesa técnica por
advogado.
• R: ERRADA. Constitui-se como garantia processual a defesa técnica por advogado (art. 111, III).
Outras garantias são: I- conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente; II- igualdade na relação processual, podendo produzir todas as provas necessárias à sua
defesa; III- assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados; IV- direito de ser ouvido
pessoalmente pela autoridade competente; V- direito de solicitar a presença de seus pais ou
responsável em qualquer fase do procedimento.

B) A medida socioeducativa de internação não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção
ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada 6 meses.
• R: CORRETA. Art. 121, §2º.
C) Comprovada a autoria e materialidade de ato infracional considerado hediondo, tal como o tráfico de
entorpecentes, ao adolescente infrator deve, necessariamente, ser aplicada medida socioeducativa
de internação.
• R: ERRADA. Segundo a Súm. 492 do STJ, o “ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só,
não conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do
adolescente”.

•LEMBRE-SE: Para se aplicar a medida de internação os requisitos são (art. 122):


I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
D) O adolescente que atinge os 18 anos de idade deve ser compulsoriamente liberado da medida
socioeducativa de internação em razão do alcance da maioridade penal.
• R: ERRADA. A liberação deve ser compulsória aos 21 anos (art. 121, § 5º).

DO CONSELHO TUTELAR

• É órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente (Art. 131).

• Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1


Conselho Tutelar, composto de 5 membros, escolhidos pela população local para mandato de 4
anos, permitida 1 recondução, mediante novo processo de escolha (Art. 132).

Principais atribuições do conselho tutelar (art. 136):

• atender as crianças e adolescentes quando seus direitos estiverem ameaçados ou violados, bem
como atender as crianças que cometerem atos infracionais aplicando-lhes as medidas protetivas;

• atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas de responsabilização quando


necessário;

• promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:

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a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e
segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas
deliberações.

• encaminhar ao MP notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos
da criança ou adolescente;

• providenciar a medida protetiva estabelecida pela autoridade judiciária;

• assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas
de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

• representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos

• representar ao MP para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas
as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.
• ATENÇÃO: As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária
a pedido de quem tenha legítimo interesse (Art. 137).

Da Escolha dos Conselheiros


• O processo de escolha será de responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, e a fiscalização do MP.
• Data unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos
• É vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de
qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor.

• Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos (art.
133):
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a 21 anos;
III - residir no município.

• É assegurado aos Conselheiro o direito a (art. 134):


I - cobertura previdenciária; II – férias remuneradas + 1/3;
III - licença-maternidade; IV - licença-paternidade;
V - gratificação natalina.

(VIII EXAME) Acerca das atribuições do Conselho Tutelar determinadas no Estatuto da Criança e do
Adolescente, assinale a alternativa correta.

• O Conselho Tutelar, considerando sua natureza não jurisdicional, destaca- se no aconselhamento e


na orientação à família ou responsável pela criança ou adolescente, inclusive na hipótese de inclusão
em programa oficial ou comunitário de auxilio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos.

• R: CORRETA. Art. 131 c/c Art. 136, II. É órgão permanente e autônomo, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.

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B) O Conselho Tutelar, em consequência de sua natureza não jurisdicional, não é competente para
encaminhar ao Ministério Público as ocorrências administrativas ou criminais que importem
violação aos direitos da criança e do adolescente.

• R: ERRADA. Essa atribuição é prevista no art. 136, IV.

C) O Conselho Tutelar pode assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária
para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente, em decorrência
de sua natureza jurisdicional não autônoma

• R: ERRADA. Pode fazer esse tipo de assessoramento (IX, art. 136), mas sua natureza é não
jurisdicional e autônoma (art. 131).

D) O Conselho Tutelar não poderá promover a execução de suas decisões, razão pela qual só lhe resta
encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal
contra os direitos da criança ou adolescente.

• R: ERRADA. Poderá sim promover a execução de suas decisões, podendo para tanto (III, art. 136): a)
requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e
segurança; b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado
de suas deliberações.

(CESPE/DPE-PI/2009) Quanto aos conselhos tutelares (CTs), assinale a opção correta.

A) Os CTs são órgãos contenciosos não jurisdicionais, encarregados de zelar pelo cumprimento dos
direitos da criança e do adolescente, particularmente por meio da aplicação de medidas especiais
de proteção a crianças e adolescentes com direitos ameaçados ou violados e por meio da aplicação
de medidas especiais a pais ou responsáveis.

R: CORRETA. Art. 131 c/c art. 136. CT é órgão permanente e autônomo.

B) Os CTs são entidades de proteção responsáveis pelo planejamento e pela execução de programas de
proteção e socioeducativos destinados a crianças e adolescentes.

R: ERRADA. As entidades de atendimento que têm essa responsabilidade (art. 90).

C) Somente o CT tem competência para apurar os atos infracionais praticados por adolescente, aplicando-
lhe medidas específicas de punição, previstas em lei, a serem cumpridas segundo requisições do CT.

R: ERRADA. CT não tem essa competência, ele não é órgão jurisdicional. Cabe ao CT providenciar a
medida de proteção estabelecida pela autoridade judiciária para o adolescente autor de ato
infracional (art. 136, VI).

D) Além das atribuições previstas no ECA, os CTs podem instituir novas atribuições em regimento interno
ou em atos administrativos de quaisquer outras autoridades.

R: ERRADA. Não podem, as atribuições do CT estão todas previstas no ECA, art. 136.

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E) Verificada a prática de ato infracional, cabe aos CTs aplicar e executar as medidas socioeducativas de
advertência, prestação de serviços à comunidade e internação em estabelecimento educacional à
criança e ao adolescente infratores.

R: ERRADA. A aplicação das medidas socioeducativas são de competência da autoridade judiciária e


a execução pelas entidades de atendimento.

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