Professional Documents
Culture Documents
dos materiais rochosos. Esta reciclagem pode ser ilustrada através do ciclo litológico ou ciclo das
rochas.
Neste ciclo está integrado o conjunto de transformações relacionadas com o ambiente metamórfico
que se pode considerar intermédio entre o ambiente sedimentar (externo) e o ambiente
magmático (interno).
Ciclo litológico
O metamorfismo:
– ocorre normalmente sem que haja fusão das rochas e, por vezes, verifica-se em estados de
deformação dúctil, pois é frequente o metamorfismo estar associado a dobras;
– é característico de determinados contextos tectónicos, como, por exemplo, ao nível das zonas de
subducção e em zonas de formação de cadeias montanhosas;
– pode ser mais ou menos acentuado, consoante a diferenciação que uma rocha metamórfica
apresenta relativamente à rocha que lhe deu origem, definindo assim o grau de metamorfismo;
Fatores de metamorfismo
temperatura:
altera ou quebra as ligações químicas que definem a estrutura cristalina dos minerais levando à
recristalização, que origina novos minerais estáveis nas novas condições;
para que ocorra metamorfismo, varia de 200 a 800 ºC;
tensão:
tensão litostática:
– induz a formação de minerais com estrutura cristalina mais compacta, originando rochas mais
densas;
– é uma tensão dirigida ou orientada em que as forças em atuação não são iguais em todas as
direções;
– altera a textura das rochas metamórficas pois alinha paralelamente os minerais constituintes,
desenvolvendo foliação;
tempo:
– pode estabelecer-se uma relação direta entre o tempo decorrido e o grau de metamorfismo;
– circulam no interior das rochas – circulação intra-rochosa –, e são responsáveis por muitas
das alterações químicas e mineralógicas que ocorrem durante o metamorfismo;
– podem ser libertados por um magma e são, normalmente, ricos em iões; ou podem ser
formados durante o metamorfismo devido, por exemplo, à evaporação de água presente nas
rochas;
– reagem com as rochas em que penetram trocando átomos e/ou iões e podem levar à
substituição completa de um mineral por outro, alterando a composição e o arranjo original da
rocha;
Mineralogia do metamorfismo
Quando as rochas sofrem metamorfismo, experimentam condições diferentes daquelas em que foram
originadas e, como tal, os seus minerais tornam-se instáveis.
Nas novas condições ocorre recombinação dos constituintes químicos das rochas que
por recristalização, formam novas associações minerais compatíveis com as condições
termodinâmicas do novo ambiente.
Transformações ocorridas durante o processo metamórfico.
Nas rochas metamórficas existem minerais comuns às rochas magmáticas, como o quartzo e os
feldspatos e às rochas sedimentares, como a calcite e a dolomite; mas também existem minerais
exclusivos deste tipo de rocha. Estes minerais, indicadores de metamorfismo, só se formam em
condições bem definidas de pressão e temperatura, variáveis dentro de limites muito restritos. Então,
as rochas metamórficas podem distinguir-se pela sua mineralogia típica.
– instabilidade entre dois ou mais minerais, levando à formação de novos minerais sem que ocorra
variação na composição química global da rocha;
– alteração da estrutura cristalina do mineral sem variação da composição química através de uma
transformação polimórfica:
A presença de determinado mineral metamórfico numa rocha pode fornecer informações sobre as
condições em que a rocha se formou e, de igual modo, permite identificar diferentes graus de
metamorfismo.
Estes minerais são designados minerais-índice, uma vez que definem os limites de pressão e de
temperatura em que a rocha foi gerada, funcionando como paleobarómetros ou paleotermómetros.
Grau de metamorfismo:
à medida que aumenta, aumenta também a granularidade da rocha devido aos intensos
fenómenos de recristalização;
as diversas zonas metamórficas são delimitadas por superfícies de igual grau de metamorfismo –
as isógradas:
definem-se pelos pontos onde ocorrem pela primeira vez determinados minerais-índice;
A cartografia dos diferentes tipos de rocha que se encontram à superfície e a determinação da sua
composição mineralógica são fundamentais para se determinar o grau de metamorfismo que afeta
uma determinada região.
Tipos de metamorfismo
Metamorfismo regional:
– pode formar diferentes tipos de rochas como a ardósia, o filito, o micaxisto e o gnaisse
– algumas rochas formadas podem possuir xistosidade, devido à conjugação da deformação com a
recristalização;
– se forem ultrapassados determinados valores de tensão e temperatura (superior a 800 °C) inicia-se
o magmatismo e a rocha entra em fusão parcial – anatexia
Metamorfismo de contacto:
Metamorfismo de contacto
– forma uma zona denominada auréola de metamorfismo, que é a orla de rochas próximas da
intrusão que foram fortemente aquecidas e sofreram metamorfismo. A extensão da auréola depende
do tamanho da massa magmática, da sua temperatura, da quantidade de água existente nas rochas e
da profundidade a que ocorre o contacto;
– o grau de metamorfismo das rochas da auréola é tanto menor, quanto maior for a distância à
intrusão magmática;
– a variedade de rochas resultantes depende do tipo de rocha que é intruída, da quantidade de fluidos
circulantes e da temperatura da intrusão;
*A designação corneanas pode ser atribuída a qualquer rocha que se forme nas zonas mais próximas da intrusão
magmática.
A textura das rochas metamórficas é determinada pelo tamanho, forma e arranjo dos minerais que
as constituem. O tamanho dos grãos é também importante na determinação da textura.
Podem distinguir-se dois grandes grupos de rochas metamórficas: as rochas foliadas e as rochas
não foliadas ou granoblásticas.
A foliação:
– é qualquer estrutura planar de uma rocha que pode ser originada durante os processos de
metamorfismo e resulta, quer de um alinhamento preferencial de certos minerais anteriores ao
metamorfismo, quer da orientação de novos minerais formados durante os processos de
recristalização;
– está relacionada com a presença de minerais com hábito tabular, como as micas e a clorite, que
tendem a ficar orientados numa posição perpendicular à da tensão compressiva que afetou a rocha;
Existem três tipos de foliação muito característicos em rochas de baixo, médio e alto grau de
metamorfismo, que são respetivamente, a clivagem xistenta, a xistosidade e o bandado gnaissico:
As rochas com textura não foliada ou granoblástica:
– são constituídas, essencialmente, por minerais com dimensões semelhantes a grânulos, não sendo
tabulares nem alongados;