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Coleção Fábulas Bíblicas volume 19

DEUS NÃO EXISTE


Todo crente é enganado com mentiras

JL
Sumário
Introdução ....................................................................................................... 4

1 - Características do deus bíblico ................................................................... 5


1 - Onipotência. ........................................................................................... 5
2 - Onisciência. ............................................................................................ 7
3 - Onipresença. .......................................................................................... 9
4 - Imutabilidade. ...................................................................................... 10
5 - Sabedoria infinita. ................................................................................. 12
6 - Justiça infinita. ...................................................................................... 13
7 - Verdade Infinita .................................................................................... 15
8 - Amor Infinito. ....................................................................................... 16
9 - Perfeição Absoluta. ................................................................................ 18
2 - Paradoxos e contradições: Deus não existe >>> ........................................ 21
1 - Onipotência .......................................................................................... 22
2 – Onibenevolencia ................................................................................... 23
3 - Onipresença ......................................................................................... 25
4 - Onisciência ........................................................................................... 25
5 - Perfeição absoluta ................................................................................. 28
3 - Doze provas contra a existência de deus ................................................... 30
Primeira parte – Contra o deus criador ............................................................. 30
Prova 1: A ação de criar é inadmissível ......................................................... 30
Prova 2: O Espírito puro não pode determinar o Universo ................................ 33
Prova 3: O perfeito não produz o imperfeito .................................................. 38
Prova 4: Se Deus existe é eterno, ativo e necessário. ..................................... 43
Prova 5: O ser imutável nunca criou. ............................................................ 45
Prova 6: Deus não pode ter criado sem motivo .............................................. 47
Segunda parte – contra o deus governador ...................................................... 53
Prova 7: O Deus-Governador nega a perfeição do Deus-Criador ....................... 53
Prova 8: A multiplicidade dos deuses prova que não existe nenhum ................. 55
Prova 9: Deus não é infinitamente bom. O inferno é a prova ........................... 58
Prova 10: O problema do mal ...................................................................... 63
Terceira parte – contra o deus justiceiro .......................................................... 69
Prova 11: O homem não pode ser castigado nem recompensado...................... 69
Prova 12: Deus viola as regras fundamentais de equidade ............................... 74
Sobre Sébastien Faure ................................................................................ 78
4 - Advertências ao crente ............................................................................. 82
1 - Ebooks recomendados ........................................................................... 82
2 - Mais conteúdo recomendado ................................................................... 84
3 - Livros recomendados ............................................................................. 85
4 - Fontes: ................................................................................................ 93

3
Introdução

4
1 - Características do deus bíblico

É importante tratar de entender “O que é e como é esse Deus”, já que o conceito de


Deus varia muito entre as pessoas. Para muitos Deus é somente uma espécie de
“Energia Universal”, para outros, Deus somos nós mesmos e inclusive para muitos
outros Deus poderia ser definido como a natureza que nos rodeia. Todas essas
definições não são de nosso interesse; no Ocidente, quando alguém diz que é ateu e
que não acredita em Deus se refere ao Deus Judaico-cristão, o Deus que nos descreve
a Bíblia e que é adorado pela maioria da civilização ocidental. É sobre este Deus que
tratamos no presente trabalho. Ainda que em essência a argumentação contra Deus
se possa transferir ao resto dos Deuses que existem e existiram no mundo, não são
de nosso interesse aqui e agora. Sei que a muitos cristãos não lhes agrada a ideia de
“conceitualizar” o seu Deus, já que segundo eles a essência divina está acima disso e
Deus é indefinível. Sem dúvida a melhor maneira de conhecer Deus é através do que
a Bíblia nos diz sobre ele. Por sorte a Bíblia descreve em numerosas ocasiões como é
Deus e que características possui o que deixa relativamente simples a nossa tarefa de
defini-lo. Essas qualidades divinas são por todos conhecidas, mas é importante defini-
las e estabelecer os limites correspondentes. Segundo a Bíblia algumas das
características de Deus são:

1 - Onipotência.

Começaremos agora a analisar as diferentes características ou qualidades que possui


Deus com o objetivo de delimitar e conhecer de maneira mais clara como se
apresenta este ser divino. Além disso, argumentaremos porque não acredito que Deus
seja um ser onipotente nem acredito que Deus seja o criador de todas as coisas.
Imagino que nenhum crente cristão se atreveria a duvidar desta qualidade divina, já
que é uma das mais abundantes e claras em toda a Bíblia. Nomear todos os versículos
bíblicos que afirmam que Deus é todo poderoso seria uma tarefa titânica. Todos os
cristãos creem sem nenhuma dúvida que Deus é todo poderoso e que é o criador de
todas as coisas. Só citaremos um versículo Bíblico para estarmos seguros desta
qualidade:

 Genesis 17:1
 1 - Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o SENHOR a
Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em minha presença e
sê perfeito.

Não há nenhuma razão para acreditar que do ponto de vista racional e lógico Deus
seja um ser “todo poderoso” e “criador de todas as coisas”:

A criação do mal.

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Se for verdade o que diz a Bíblia, que Deus criou todas as coisas, então Deus também
criou o mal e as calamidades humanas. Se pararmos para pensar, isto é contraditório
porque se pode dizer que tudo o que Deus criou é bom e de suas criações não pode
sair o mal. Ainda que não acreditem, na Bíblia se diz em varias ocasiões que Deus
criou o mal e as calamidades:

 Isaías 45:6-7
 6.Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de
mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro. 7.Eu formo a luz, e crio as
trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas
coisas.
 Jó 42:11
 11. Então vieram ter com ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e
todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa;
condoeram-se dele, e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia
enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro e um pendente de
ouro.
 Jó 5:18
 18. Pois ele fere, mas dela vem tratar; ele machuca, mas suas mãos também
curam.
 Gênesis 2:16
 16 - E o Senhor Deus ordenou ao homem: "Coma livremente de qualquer
árvore do jardim, 17 - Mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do
mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá".

Como podem ver nestes exemplos, sem dúvida Deus criou o mal e as enfermidades.
Também é conhecido o ditado popular “o mal não existe, é só a ausência do bem”,
isto não tem sentido, já que a Bíblia trata e nomeia o mal como algo bem definido e
não como a ausência do bem.

 Literalidade.

Deus não pode “literalmente” ser o criador de todas as cosas. Há coisas que por
definição Deus não as criou, o homem as criou. Por exemplo: Deus não criou o aço
que não existe na natureza, pois é a combinação de ferro, carbono e outros tantos
elementos. O homem criou o aço, não Deus. Claro que o crente dirá: “Mas Deus criou
o ferro, o carbono e também o homem, portanto Deus é o criador indireto do aço e de
todas as coisas que o homem inventa e fabrica”, aqui temos a palavra clave:
“indireto”. Se a premissa acima é correta: então Deus é o “Criador indireto de todas
as coisas”, o que deixa a sua perfeição muito limitada.

 Lógica.

Um argumento que os nós ateus usamos com frequência para demostrar à falta de
lógica ao afirmar que Deus é todo poderoso é o famoso argumento da “pedra pesada”.
Se Deus é todo poderoso e pode criar o que deseje, Poderia Deus criar uma pedra tão
pesada que nem ele mesmo pudesse levantá-la? Por simples lógica, Deus não pode

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fazê-lo. Isto seria o mesmo que afirmar que “Deus não pode evitar que a soma de
uma unidade mais outra unidade de como resultado duas unidades”, esta é uma
abordagem matemática básica e não pode ser quebrada nem mesmo por Deus. Diante
disso os crentes responderão: “Deus só pode fazer coisas dentro da lógica”. Isso que
dizer que Deus tem um limitante “A Lógica”, convertendo-se assim em um ser
limitado a algo superior a ele e perderia sua essência perfeita. A característica divina
ficaria assim: “Deus é o criador de todas as coisas logicamente possíveis”.

 Leis naturais.

Este é um argumento levantado por Bertrand Russell: “as leis naturais são
independentes da criação divina” Deus deve acatar as leis naturais, portanto estão
acima de Deus. Vejamos um par de exemplos: A lei da gravidade (9,8 mts/seg2) é a
velocidade com que a terra atrai os objetos para o seu centro; e o oxigênio que forma
o ar que respiramos (O2). A pergunta é a seguinte: Porque Deus criou as leis naturais
assim e não de outra forma? Deus poderia ter feito a gravidade com valores mais
baixos, desta forma poderia evitar milhões de mortes por quedas, fraturas, acidentes
etc. Também Deus poderia fazer-nos respirar nitrogênio e não oxigênio, já que o
nitrogênio é mais abundante no ar que o oxigênio, assim evitaria milhares de mortes
por asfixia. O crente cristão tem três possíveis respostas a isto:

o “Deus fez dessa maneira por que era o melhor para o mundo”: O
melhor? Tantas mortes por culpa da gravidade e tantas asfixias são o
melhor que Deus poderia fazer?
o “Deus fez assim porque ele faz o que deseja”: isto equivale a dizer que
“Deus faz o que lhe dá na cabeça” Que sentido tem adorar um Deus
caprichoso que faz as coisas só porque lhe dá na telha?
o “Deus fez dessa maneira porque tinha que fazer assim”: Deus está
submetido às leis naturais. Esta é a única maneira de que Deus poderia
fazê-lo. Deus não poderia criar a gravidade com um valor menos ou nos
fazer respirar nitrogênio porque as leis naturais o impediam. Ou seja,
Deus deve cumprir e acatar essas leis naturais. Um Deus que está
submetido a leis superiores a ele, perde sua essência de perfeição
absoluta.

Existem inumeráveis razões que nos indicam que a onipotência de Deus está muito
comprometida. Mas acredito que estas abordagens são suficientes para abrir uma
base de opiniões a respeito com o crente cristão que deseje aprender mais sobre o
Deus que adora.

2 - Onisciência.

Seguindo com a análise das qualidades de Deus veremos agora a característica mais
polêmica e controversa de Deus: sua onisciência ou a capacidade de saber tudo.
Tampouco acredito que algum crente seja capaz de por em duvida esta qualidade.
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Deus sabe tudo. Sabe nosso passado, conhece nosso presente e sabe o que nos
acontecerá no futuro. Deus conhece tudo sobre todos nós e sobre o mundo. O
problema desta característica celestial é que em muitas das minhas conversas com
crentes cristãos parece que não entendem muito bem o que significa e tendem a mal
interpretá-la. A melhor maneira de eliminar as dúvidas sobre isso é investigar o que
diz a Bíblia a respeito. Existem vários versículos que esclarecem sobremaneira este
ponto:

 Jó 14:16
 16.Mas agora contas os meus passos; porventura não vigias sobre o meu
pecado?
 Jó 23:10
 10.Porém ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro.
 Jó 42:2
 2.Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser
impedido.
 Salmos 44:21
 21.Porventura não esquadrinhará Deus isso? Pois ele sabe os segredos do
coração.
 Isaías 46:10
 10.Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que
ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a
minha vontade.
 Jó 23:14
 14.Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como
estas ainda têm consigo.
 Lucas 12:7
 7.E até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois;
mais valeis vós do que muitos passarinhos.

Como podem ver há muitíssimos versículos que asseguram que Deus sabe tudo. O
problema começa quando se afirma que o homem tem “Livre arbítrio”, ou seja, que o
homem tem liberdade para escolher o que deseja. Este é um dos pontos mais quentes
da conversação Ateu-Cristã. É muito difícil harmonizar a ideia de que podemos
escolher livremente e que Deus já sabe todo nosso futuro e que nossa historia está
escrita de antemão. Sem dúvida, amigo crente, para você Deus já sabe quem será
salvo e quem não será. Isso Deus sabe, já que sabe tudo. Mas como posso eu
escolher se o meu destino já esta escrito? Segundo essa premissa, não importa o que
eu decida, sempre terminarei cumprindo o que Deus escreveu para mim. Não tenho
saída. Muitos crentes tentam responder a isso dizendo: “Deus pode saber o nosso
futuro, mas nós não sabemos”, saiba ele ou não isso não tem absolutamente
nenhuma influência nos acontecimentos futuros, já que irremediavelmente acabarei
cumprindo o que Deus quer. Além disso, existem também vários versículos que
negam que Deus seja onisciente e que saiba tudo. É um tema espinhoso e
controverso que se levará varias linhas para debatê-lo e o trataremos em numerosas
oportunidades. Eu, por ser ateu não acredito que o meu destino esteja escrito nem

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em nada do tipo. Ninguém sabe o meu futuro. O futuro não existe, o vamos criando
dia após dia através de nossas decisões. Considero-me um ser livre e não estou nesta
vida para cumprir nenhum livro. Sei que você, amigo crente, se considera livre para
escolher o que deseja, porém isso não contradiz tudo que existe na sua Bíblia sobre
Deus e sua onisciência?

3 - Onipresença.

Deus está em toda parte, o tempo todo. Isto sabe qualquer crente. Mas
lamentavelmente a Bíblia não é muito clara a respeito e existem poucos versículos
que nos indicam isto de forma pontual. Ao dizer que Deus se encontra em todo lugar
se assume outra característica divina: a Invisibilidade. Deus é em essência um ser
invisível e etéreo. Claro, tem que ser; nada que seja visível está em todo lugar ao
mesmo tempo. A imaterialidade é um requisito obrigatório para cumprir esta
premissa. As qualidades de onipresença e invisibilidade trazem consigo vários
problemas ao tentar entender isto de forma racional. Apesar de que Deus está em
todo lugar, a Bíblia nos diz que Deus foi visto de maneira precisa em varias
oportunidades; inclusive até falou com varias pessoas em determinadas ocasiões; isto
significa que para ser visto e escutado em um momento e lugar preciso deveria estar
ali e não em todos os lugares. Também, fazer-se visível para varias pessoas sem
dúvida deixou de ser invisível, já que as coisas invisíveis não se podem ver. É
impossível dizer com toda segurança que Deus é invisível, já que foi visto em várias
oportunidades:

Gênesis 32:30
30.E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face
a face, e a minha alma foi salva.
Êxodo 24:10-11
10.E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma
pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade.
11.Porém não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel, mas viram
a Deus, e comeram e beberam.
Êxodo 31:18
18.E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas
do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.
Êxodo 33:11
11.E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo;
depois se tornava ao arraial; mas o seu servidor, o jovem Josué, filho de Num, nunca
se apartava do meio da tenda.
Êxodo 33:23
23 - E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; mas a minha face não
se verá.

1. Então, Deus é invisível ou não?

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2. Ou só é invisível às vezes?

Há outra coisa que atenta contra a invisibilidade e o caráter etéreo de Deus, é que
Deus tem dedos, cara e costas (Gênesis 32:30; Êxodo 31:18; Êxodo 33:23) isto
equivaleria a dizer que Deus está composto por algo físico que se pode ver o que
atentaria contra a sua condição de ser espiritual o imaterial.

 É muito difícil sustentar que Deus é um ser espiritual e invisível quando a


própria Bíblia nos diz o contrario.

Como ponto final, quero fazer uma observação à maneira de piada:

1. Porque quando o crente quer referir-se a Deus sempre olha ou aponta para
cima, para o céu?
2. Se Deus está em todo lugar, não tem sentido busca-lo no céu nem entre as
nuvens – ELE ESTÁ EM TODO LUGAR. Ou não?
3. Curioso não?

4 - Imutabilidade.

Uma qualidade divina que parece estar muito claramente estabelecida nas “Santas
Escrituras”, mas que por sua vez a própria Bíblia se contradiz é a: Imutabilidade. Isto
em poucas palavras é: “Deus é o mesmo desde sempre, ele não muda.”. Ser imutável
significa ser sempre o mesmo, sem experimentar nenhum tipo de mudança ou
alteração. Não mudam nem Deus, nem seus desígnios. A Bíblia nos diz em varias
oportunidades que isto é correto, Deus não muda:

 Salmos 102:27
 27.Porém tu és o mesmo, e os teus anos nunca terão fim.
 Salmos 33:11
 11.O conselho do SENHOR permanece para sempre; os intentos do seu coração
de geração em geração.
 Tiago 1:17
 17.Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das
luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.
 1 Samuel 15:29
 29.E também aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende;
porquanto não é um homem para que se arrependa.
 Malaquias 3:6
 6.Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois
consumidos.
 Hebreus 13:8
 8.Mas, do Filho, diz: O Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos;
Cetro de equidade é o cetro do teu reino.

E muitos outros.

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Apesar de todos estes versículos que sem dúvida afirmam que Deus é Imutável,
também em varias ocasiões a própria Bíblia parece afirmar o contrario que Deus muda
de opinião e não é o mesmo desde sempre:

 Gênesis 6:6-7
 6.Então se arrependeu o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e
pesou-lhe em seu coração. 7.E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei
de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à
ave dos céus; porque me arrependo de havê-los feito.
 Êxodo 32:14
 14.Então o SENHOR arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao
seu povo.
 Jonas 3:10
 10.E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e
Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez.
 2 Samuel 24:16
 16.Estendendo, pois, o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para destruí-la, o
SENHOR se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a destruição
entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do SENHOR estava junto
à eira de Araúna, o jebuseu.

Podemos ver claramente duas coisas aqui:

1. Ou a Bíblia se contradiz em varias ocasiões,


2. Ou isso da “Imutabilidade Divina” é algo ambíguo e não deve ser levado muito
a serio.
3. Em qualquer dos casos Deus parece meio fora da casinha.

Outro fator que compromete a Imutabilidade de Deus é o fato que no passado ele
mesmo cometeu atos reprováveis e logo depois mudou de caráter com respeito às
suas ações. Por exemplo, todos nós recordamos os fatos ocorridos durante o diluvio
universal ou na destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, ambos os fatos
narrados no Gênesis. Nestas duas situações houve uma destruição total dos seres
humanos incluindo crianças e animais inocentes, ao que parece foram realizados
diretamente por Deus para erradicar o mal de ambos os lugares. Imagino que o
crente estará de acordo comigo de que em ambos os fatos morreram crianças
completamente inocentes dos pecados de seus pais. Claro, você também dirá que
Deus teve suas razões para fazê-lo. Em todos os casos em varias oportunidades Deus
no Antigo Testamento se nos apresenta como um Deus combativo e vingativo, que
promoveu múltiplas guerras e inclusive assassinou em varias ocasiões pessoas por
sua própria conta. Já no Novo Testamento vemos um Deus completamente diferente,
um Deus que é todo amor e ternura e que parece esquecer seu passado quando era
chamado “Deus dos Exércitos”.

 Se isto não é mudar, não sei o que seria!

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5 - Sabedoria infinita.

A sabedoria de Deus é uma das características divinas mais conhecidas pelo crente.
Deus é infinitamente sábio e nunca se equivoca. A Bíblia é bem específica em
centenas de versículos.

 Jó 9:4
 4.Ele é sábio de coração, e forte em poder; quem se endureceu contra ele, e
teve paz?
 Jó 12:13
 13.Com ele está a sabedoria e a força; conselho e entendimento têm.
 Isaías 40:28
 28.Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da
terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento.
 Daniel 2:20
 20.Falou Daniel, dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a
eternidade, porque dele são a sabedoria e a força;

Como é lógico pensar, a Bíblia ao ser totalmente inspirada por Deus, não tem erros;
nem Jesus, a materialização física de Deus, tampouco se equivoca ou jamais se
equivocou. Bom, descrever todos os erros e contradições da Bíblia levaria muito
tempo, já que são muitos, descrever os erros de Jesus também, assim para não fazer
um cansativo trabalho de análise citaremos apenas uns “pequenos equívocos” de
Jesus tal como se encontra na Bíblia:

 Mateus 16:28
 28 - Em verdade vos digo que alguns há dos que aqui estão que não provarão a
morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.

Isto, tomado de forma literal é um erro, pois morreram todos os dessa geração e
Jesus ainda não voltou. Morreram várias gerações e o esperado regresso de Jesus não
aconteceu. Claro, você como crente dirá: “não se deve entender isso de modo literal”,
sim, é fato que Jesus usava parábolas para exemplificar algumas partes de sua
doutrina; porém quando fazia isso ele declarava antecipadamente. Em nenhuma parte
se assume que isto é uma parábola. Outros crentes afirmam que a geração a que se
refere o versículo não é literal e logo começam a procurar cálculos de anos e a fazer
estranhas explicações do que poderia ser uma “geração”. Os próprios crentes tratam
logo de consertar esse equívoco evidente, sem sucesso é claro.

 Mateus 12:40
 40 - Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim
estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.

Este é um dos equívocos mais claros e evidentes de Jesus-Deus. Neste versículo


profetizou que ressuscitaria depois de três dias e três noites. Todos nós sabemos que
Jesus esteve no túmulo no máximo por um dia e meio, morreu em uma tarde de
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sexta-feira e já na manhã de domingo foi ressuscitado. Para cumprir o que o verso diz
ele tinha que ter saído do túmulo na manhã de segunda-feira. Não há praticamente
nenhuma explicação razoável para isso, a menos que você amigo cristão comece de
novo a fazer cálculos para dar aos "três dias e três noites” significados diferentes.

 Marcos 7:14-15
 14.E, chamando outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós, todos, e
compreendei. 15.Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa
contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem.

Eu sei que os crentes cristãos têm dado milhares de interpretações a estas palavras
de Jesus, alguns dizem que se refere ao pecado, à palavra ou a centenas de outras
coisas. Mas a verdade é que Jesus quis fazer uma comparação de qualquer uma
destas interpretações possíveis com o que entra literalmente no homem (comida, por
exemplo) e o que sai (fezes). Certamente, Jesus ao possuir sabedoria infinita deveria
saber que existem milhões de coisas que, quando ingeridas podem contaminar o
corpo causando doenças e até a morte. Portanto, esta besteira de que "Nada existe
fora do homem e que ao entrar nele o possa contaminar” é um erro gigantesco.

Estes são apenas três exemplos e como dissemos anteriormente, citar todos seria
tarefa impossível. Em muitas oportunidades analisaremos outros tantos erros com
mais calma e atenção.

Certamente que o leitor crente cristão deve ter muitas respostas premeditadas para
poder a duras penas justificar todos estes erros, a desculpa mais comum utilizada
nesses casos é: “a Bíblia necessita ser interpretada”, claro, com esta resposta podem
responder a todos os erros que aparecem nas santas escrituras. Você amigo crente já
usou esta desculpa alguma vez?

6 - Justiça infinita.

Agora comentaremos brevemente sobre uma característica divina que a meu modo de
ver é uma das mais citadas na Bíblia, mas por sua vez é uma das que menos atenção
recebe, “A Justiça eterna de Deus”.

A “santa palavra” afirma em numerosas ocasiões que Deus é infinitamente justo e que
dará a cada um, o que merece.

 Deuteronômio 10:17
 17.Pois o SENHOR vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores,
o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem
aceita recompensas;
 1 Pedro 1:17
 17 - E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo
a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação,
 Gálatas 2:6

13
 6 - E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro
tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo,
que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram;
 1 João 3:7
 7 - Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo, assim como
ele é justo.

… e muitos outros.

Apesar de todos estes inumeráveis versículos que avaliam a justiça divina, às vezes
paramos para pensar se isso tem algum fundamento. É verdade que deus é um ser
justo e que sua criação é justa? Certamente é necessária muita ingenuidade para
pensar que o mundo é ou alguma vez foi um lugar justo. Praticamente tudo o que nos
rodeia está cheio de injustiças: vemos dia a dia como gente desonesta progride na
vida enquanto gente honesta sofre desgraças não merecidas. Observamos como os
desastres naturais tiram a vida de milhões de pessoas inocentes; sobretudo as
maiores vítimas da injustiça humana, as crianças, são elas que normalmente sofrem
as maiores consequências da falta de justiça a cada momento. Se o crente leitor ainda
acredita que a história bíblica do dilúvio é correta, terá que admitir que neste caso
tivessem que morrer crianças inocentes sem absolutamente nenhuma culpa dos erros
de seus progenitores. Dessa história absurda surge uma grande dúvida, uma dúvida
que deve corroer até o cérebro de muitos crentes: Por que se Deus é justo, tiveram
que morrer crianças inocentes nesse dilúvio? Jamais se obteve uma resposta
convincente de qualquer crente, mas certamente muitos se consolam com o
conhecido autoengano de que “Deus é misterioso e sabe o que faz”, mas lá no fundo
sabem não é uma resposta para nada.

Amigo crente, vejamos um exemplo clássico, que certamente você acredita que pode
ocorrer: Vamos supor que um ateu qualquer, por exemplo, da Suécia (utilizo este país
como exemplo porque é um dos países com maior porcentagem de ateus e menos
crimes), esta pessoa ateia tem uma ficha de vida inatacável, nunca cometeu um crime
nem qualquer coisa reprovável, bom esposo e grande pai, um bom amigo; com
problemas e defeitos, claro, como todos nós, mas em termos gerais e diante da
sociedade é um cidadão íntegro. Coloquemos no outro extremo, um assassino em
série, violador e pedófilo (esta classe de criminosos lamentavelmente é comum) cuja
vida é uma desgraça, tanto para ele como para os que o rodeiam e que por seus atos
destruiu a vida de muitas pessoas. Imaginemos que ambos morrem. Coisa que
certamente ocorrerá algum dia, mas o ateu morre sem aceitar Jesus como seu
salvador e morre sendo ateu, apesar de ter sido bom em toda a sua vida; o assassino
momento antes de morrer se arrepende e aceita Jesus em seu coração, claro, me
refiro a uma conversão real, sincera e totalmente honesta, este assassino se
arrepende de verdade de seus pecados. Segundo a crença cristã (e você como crente
cristão estará de acordo) o ateu irá quase sem nenhuma dúvida ao inferno, ou ao
lugar de condenação que exista, pela simples razão de que rompeu nada mais nada
menos que o mandamento mais importante, “Amar a Deus sobre todas as coisas”. E
no segundo caso, o do assassino arrependido, irá ao paraíso ou a seu equivalente de
recompensa divina, por ele apenas ter tido a sorte de haver se arrependido a tempo.
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Estou certo de que o leitor cristão dirá: "Bem, cada um teve a oportunidade de
escolher e escolheu”; concordamos, mas essa não é a discussão, o que se discute é se
isto é justo ou não.

Sejamos sinceros, parece-lhe justa a condenação do ateu decente e o prêmio do


assassino arrependido? Sua resposta deveria oferecê-la aos familiares e seres
queridos das vítimas do assassino.

7 - Verdade Infinita

De fato, Deus não mente, ele é completamente verdadeiro e preciso em suas palavras. Sobre
isso concordam todos os crentes, este é, sem dúvida, um atributo essencial de Deus.
Vamos examinar brevemente alguns versos que dizem isso para ficarmos mais
seguros:

Tito 1:2
2.Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes
dos tempos dos séculos;
Romanos 3:4
4.De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso;
como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, E venças quando fores
julgado.

1. OK, este ponto está claro agora. Deus não mente.


2. Correto?

Sem levar em conta as numerosas contradições e erros que poderia ter a Bíblia, as
quais podem ser interpretadas como mentiras ou erros, há dois versículos onde de
fato confundem o leitor e parece que Deus mentiu de forma descarada, inclusive ele
mesmo descobrindo o engano.

 Jeremias 7:22
 22.Porque nunca falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito,
nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios.

Este é um versículo bastante comprometedor para Deus, porque afirma que não
decretou algumas ordens, das quais há milhares que confirmam que essas ordens
foram dadas. Citar aqui todos os versículos onde Deus ordenou fazer holocaustos e
sacrifícios seria um trabalho realmente esgotador devido à enorme quantidade deles.
Mas isso não é necessário, pois o próprio Deus responde a si mesmo confessando que
mentiu cinicamente.

Ezequiel 20:25-26
25.Por isso também lhes dei estatutos que não eram bons, juízos pelos quais não
haviam de viver; 26.E os contaminei em seus próprios dons, nos quais faziam passar
pelo fogo tudo o que abre a madre; para assolá-los para que soubessem que eu sou o
SENHOR.

15
 Aqui o mesmíssimo Deus reconhece que havia ordenado holocaustos e
sacrifícios, contradizendo o dito em Jeremias 7:22.

Mas uma das coisas mais curiosas sobre as “mentirinhas” de Deus é a famosa
“primeira mentira”. Este é um argumento muito usado pelos ateus porque é
interessante e sugestivo. Se perguntarmos a um crente medianamente informado
sobre o Gênesis e a origem do homem segundo a Bíblia:

Qual foi a primeira mentira?

Acredito que depois de pensar um pouco responderia:

“A primeira Mentira foi dita por Satanás a Eva”, e neste caso o crente estaria se
referindo a Gênesis 3:4-5 (4.Então a serpente disse à mulher: Certamente não
morrereis. 5.Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos
olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal..),

Mas esta é a primeira mentira? Não, a primeira mentira é esta: Gênesis 2:16-17 (16.E
ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás
livremente, 17.Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás;
porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.), obviamente isto é
mentira, no dia em que Adão comeu deste fruto não morreu. A prova está em Gênesis
5:3-5 (3.E Adão viveu novecentos e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança,
conforme a sua imagem, e lhe pôs o nome de Sete. 4.E foram os dias de Adão, depois
que gerou a Sete, oitocentos anos, e gerou filhos e filhas. 5.E foram todos os dias que
Adão viveu novecentos e trinta anos, e morreu.), ou seja, ele viveu muito tempo
depois que comeu o fruto da árvore.

Como se pode ver, a primeira mentira foi dita pelo próprio Deus e não por Satanás
como geralmente se costuma crer. Também sabemos que os crentes possuem
milhares de desculpas para justificar isto, sejamos sinceros, não é algo muito
suspeito?

 Deus é o pai da mentira?

8 - Amor Infinito.

Se existe uma frase que resume todos os sentimentos e pensamentos do cristão


sincero, esta frase é: “Deus é amor.” Palavras retiradas de 1 João 4:8 (8.Aquele que
não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.). Tenho absoluta certeza de que
o cristão acredita nesta frase. O cristão devoto, leal e convencido possui Deus e Jesus
como primeiro pensamento ao acordar e último ao dormir. Jamais duvida de sua
existência por um momento sequer e nem ao menos por um momento passa por sua
cabeça o pensamento de que Deus e Jesus não sejam puro amor e bondade. Ele
“sabe” que Deus é bom e que os maus somos nós e nossas decisões. Deus jamais tem
culpa de nosso comportamento.

16
 Esse comportamento não muda até que o crente passe a ler a bíblia de forma
imparcial e crítica, coisa que a grande maioria evita por medo de perder a fé,
pois é cada vez mais comum a frase “Deixei de ser cristão depois de ler a
Bíblia”.

Isso assusta os devotos, para eles perder a fé seria como perder o chão. Ele
perceberá e será obrigado a admitir que haja no mundo muitos males dos quais o
homem não tem culpa e terá que atribuir isso a Deus, o que é motivo de verdadeiro
pânico em sua estreita forma bíblica de pensar. Serão obrigadas a usar as famosas
desculpas: “Minha mente é limitada para entender a mente de Deus.” E a grande
pérola, “Os caminhos de Deus são misteriosos”.

A Bíblia diz em numerosas ocasiões que Deus é bondade, amor e misericórdia:

 João 3:16
 16.Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
 Tito 3:4
 4.Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para
com os homens,
 1 Timóteo 4:4
 4.Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo
recebido com ações de graças.

Se pensarmos um pouco notaremos de que esta concepção de “O Deus bom” vem


basicamente do Novo testamento, pois no Antigo Testamento Deus é um deus
guerreiro e na maioria dos casos assassino e sanguinário.

 Números 31:17-18
 17.Agora, pois, matai todo o homem entre as crianças, e matai toda a mulher
que conheceu algum homem, deitando-se com ele. 18.Porém, todas as meninas
que não conheceram algum homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para
vós.
 Deuteronomio 7:23
 23.E o SENHOR teu Deus as entregará a ti, e lhes infligirá uma grande confusão
até que sejam destruídas.
 Deuteronomio 28:63
 63.E será que, assim como o SENHOR se deleitava em vós, em fazer-vos bem e
multiplicar-vos, assim o SENHOR se deleitará em destruir-vos e arruiná-los; e
arrancados sereis da terra a qual passais a possuir.
 1 Samuel 15:2-3
 2.Assim fala o Senhor dos exércitos: Vou pedir contas a Amalec do que ele fez
a Israel, opondo-se lhe no caminho, quando saiu do Egito. 3.Vai, pois, agora e
fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes;
porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de
peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos.
 Isaías 37:36

17
 36.O anjo do Senhor apareceu no campo dos assírios e feriu cento e oitenta e
cinco mil homens. No dia seguinte, de manhã, ao despertar, só havia lá
cadáveres.

Vemos com assombro como Deus ordena fazer coisas verdadeiramente abomináveis e
ele próprio assassinou com suas próprias mãos a muitas pessoas, assim como
matanças onde morreram crianças inocentes (Sodoma, Gomorra e o Dilúvio Universal)
O verdadeiramente surpreendente disso é que se Deus é imutável, como afirmam as
escrituras (Salmos 102:27
– Salmos 33:11 – Tiago 1:17 – 1 Samuel 15:29 – Malaquias 3:6 – Hebreus 13:8
etc.), porque muda de um Deus de guerra e assassino para um Deus de amor e
bondade? Se Deus é imutável porque mudou? O que fez Deus mudar de opinião?
Sempre que perguntarmos sobre isso a um cristão devoto ouviremos pérolas como
“Deus não é responsável pelo mal, são os homens os culpados pelas tragédias do
mundo.” Hoje até mesmo a grande maioria dos cristãos sabe que isso não é correto. A
própria Bíblia nos diz que Deus é o criador do mal (Isaías 45:6-7 - Jeremias 18:11–
Amós 3:6) e que os homens não causam todas as tragédias, como os desastres
naturais (vulcões, terremotos e tsunamis), que são independentes da ação humana e
têm ocorrido desde sempre e, claro, as vítimas inocentes desses desastres são
inumeráveis. “Deus é amor”… pode ser… mas também, segundo a Bíblia, é um ser
que cometeu muitos assassinatos, injustiças e abusos. Ao que parece se pode ser
bom e mau ao mesmo tempo. Isso não é surpresa, assim somos todos nós, às vezes
bons, às vezes maus, mas sempre tentando inclinar a balança para a bondade. Será
que Deus é exatamente igual a nós? Pois a Bíblia afirma que “Fomos criados à sua
imagem e semelhança”.

Será que o correto não seria: “E criou o homem, deus à sua imagem e semelhança”.

Tudo leva a crer que sim!

9 - Perfeição Absoluta.

A “Perfeição” é a característica de Deus que resume todas as qualidades anteriores.


Ao dizer que Deus é perfeito, se assume que é um ser isento de falhas e erros. Um
estudo crítico da Bíblia vai nos dar dúvidas bastante sensatas sobre cada uma destas
qualidades, pelo que o termo “Perfeição Divina” se faz bastante débil, suscetível e
duvidoso. A Bíblia nos diz em várias oportunidades que Deus é perfeito:

 Mateus 5:48
 48.Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.
 2 Samuel 22:31
 31.Os caminhos de Deus são perfeitos; a palavra do Senhor é pura. Ele é o
escudo de todos os que nele se refugiam.
 Salmos 18:30

18
 30.Os caminhos de Deus são perfeitos, a palavra do Senhor é pura. Ele é o
escudo de todos os que nele se refugiam.

Se levarmos em conta todas as características e qualidades divinas se observa


dramaticamente que Deus é tudo menos um ser perfeito, vejamos este assunto desde
outra perspectiva:

1. Algo que seja “Perfeito” significa que está livre de erros, é algo que não
necessita de nada devido ao seu grau de perfeição.
2. Deus, por ser uma criatura absolutamente perfeita não deveria precisar de
nada, é um ser pleno e perfeito, sem mancha, portanto não necessita de
absolutamente nada.
3. Sabemos que não é assim, Deus necessita desesperadamente de nós, deseja
muitas coisas de nossa parte e temos a obrigação de dar-lhe ou pagaremos as
consequências.

Esta é uma pergunta que faço aos crentes:

1. Porque um ser que, em essência, é a perfeição absoluta necessita tantas coisas


de nós?
2. Deus necessita que o adoremos, necessita que o veneremos, necessita de
nossas orações, de nosso tempo, de nossas obras, enfim… Para um ser
totalmente perfeito, necessita de muitas coisas!

Comentar todos os versículos bíblicos que indicam coisas que Deus quer e necessita,
como rezas, orações, tributos, sacrifícios, holocaustos, mandamentos, estatutos,
atividades e tantos mais, seria muito extenso e a maioria os crentes os conhece. Só
comentaremos um que mostra como Deus deseja exasperadamente nossa humilhação

 1 Pedro 5:6
 6.Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele vos
exalte no tempo oportuno.

De fato, se você é um cristão devoto e trata de ser uma “pessoa em Cristo”, é muito
provável que desperdice grande parte de sua energia, tempo e inclusive dinheiro para
agradar esse Deus tão perfeito que não necessita de nada, porém deseja
desesperadamente um monte de coisas.

Imaginemos Deus antes da criação do mundo. Um Deus totalmente perfeito que de


repente necessita criar um mundo e enchê-lo de criaturas para que o adorem. É muito
estranho isso! Já que em seu estado de perfeição não deveria querer ou necessitar de
nada. O que levou Deus a criar este mundo e seus moradores se ele era perfeito?
Além disso, recordemos que Deus é onisciente e que Deus já devia saber sobre as
consequências deste mundo que criaria.

Falando sério, amigo crente, Nunca havias pensado nisso? Nunca lhe passou pela
cabeça estas coisas? Existem varias outras características sobre Deus, porém

19
guiando-nos pela palavra da Bíblia, estas resumem muito bem o que queremos dizer
quando falamos de Deus.

Quando digo que “Não creio em Deus” digo implicitamente que não creio que Deus
seja onipotente, nem que seja imutável, nem que seja amor ou perfeito, nem
qualquer dessas características. Obviamente o amigo crente não estará de acordo,
mas terá que conviver com o fato de que a Bíblia está a meu favor e contra as ideias
do crente acerca de seu próprio Deus.

20
2 - Paradoxos e contradições: Deus não existe >>>

Ao deus bíblico (e a qualquer outra deidade criada pela a mente humana) foi
adicionada uma série de paradoxos que torna impossível a sua existência. Quando os
autores destes seres mitológicos os criaram século após século, relato após relato,
não perceberam que estavam compondo um personagem tão carente de lógica, que o
crente teve que imaginar um ramo acadêmico que tentasse explica-lo; com raciocínios
filosóficos obtusos e enredados com o objetivo de demostrar a si mesmos, e ao resto
das pessoas, que esse personagem que lhes haviam vendido não podia ser una mera
fantasia (teologia).

Se usarmos as qualidades do deus bíblico em particular: onipresença,


Onibenevolência, onisciência, onipotência, etc., podemos observar facilmente a
impossibilidade de um ser com tais características. Este subproduto de divindades
anteriores, chamado Deus (do grego Zeus) e composto por duas deidades distintas (El
e Yavé) é um personagem impossível e autocontraditório. Ao crente religioso judaico-
cristão atual sé lhe resta como desculpa em defesa de suas crenças afirmarem que
estas contradições são “mistérios” e o comportamento deste ser literário “um caminho
21
misterioso” e “inescrutável”. (já conhecemos a facilidade que possui esse tipo de
pessoa para usar “tapa-furos” quando algo contraria suas crenças absurdas)

Para comprovar se esse “ser” pode existir ou não, o que faremos é presumir que esse
personagem literário existe e possui as qualidades que os autores que o compuseram
lhe atribuem.

1 - Onipotência

Paradoxo da onipotência (M. H. Swan):

1. Poderia deus criar uma pedra que nem ele mesmo poderia levantar?
2. Deus em sua infinita onipotência pode criar tal pedra, mas se o faz, deixará de
ser onipotente, já que não poderá levantá-la.

Adição ao paradoxo da onipotência (J. L. Cowan):

1. Ou Deus pode criar uma pedra que ele não pode levantar, ou ele não pode criar
uma pedra que não possa levantar.
2. Se Deus pode criar uma pedra que não é capaz de levantar, então Deus não é
onipotente (Já que ele não pode levantar a pedra em questão).
3. Se Deus não pode criar uma pedra que ele não possa levantar, então Deus não
é onipotente (Já que ele não pode criar a pedra em questão).
4. Portanto Deus não é onipotente.
5. Se Deus não é onipotente, não é Deus.

Contradição da onipotência com a Onibenevolência:

1. Se o mal é a ausência do bem e devido a isso Deus não pode atuar contra o
mal, não é onipotente.
2. Se puder atuar, mas não quer fazê-lo, não é onibenevolente.

Tentativas de solução

Para que o problema fosse resolvido, diversas tentativas foram elaboradas. Por
exemplo, poder-se-ia assumir que o deus onipotente também é capaz de aprender e
progredir, logo Ele criaria a pedra inamovível e em seguida já teria poder suficiente
para levantá-la, sendo assim omnipotente. Contudo este problema ainda não pode ser
resolvido desta maneira, pois com uma pequena alteração do questionamento, a
onipotência é colocada novamente em cheque: Deus poderia criar uma pedra que
nunca poderia mover?

Uma tentativa de solução relacionada ao problema, dentro dos padrões teológicos, é


arbitrariamente decretar que "Deus está acima da lógica humana, não estando
submisso a esta". Dessa forma, seria hipoteticamente possível que Deus fosse
onipotente e sua existência poderia ser cabível com o paradoxo da onipotência. Mas
tal afirmação é considerada uma variação da falácia argumento da ignorância.

22
Tomás de Aquino tentou responder esta questão de forma elaboradamente complexa.
Ele diz que a onipotência de Deus não está em fazer atos impossíveis, e sim poder
fazer todos os atos possíveis (Quem criou as coisas impossíveis até para Deus?).
Logo, há coisas que Ele mesmo não pode fazer, sem que com isso perca sua
onipotência, segundo a definição dada pelo filósofo. Poder-se-ia citar outras
capacidades impossíveis para Deus:

1. Deus não pode fazer eu alguém parado e correndo ao mesmo tempo (mesmo
corpo)
2. Deus não pode fazer um círculo ser ao mesmo tempo um triângulo.
3. Deus não pode fazer alguém mais poderoso que Ele (dizer que pode é o mesmo
que afirmar que Ele não tem poder extremo e que alguém pode ser superior a
Ele)
4. Deus não pode fazer o passado deixar de ter existido. Já era, se aconteceu, não
pode deixar de ter acontecido.

- São Tomás de Aquino se expressa nas seguintes palavras: Deus, pela perfeição do
seu poder, pode tudo, mas lhe escapa à potência o que não tem natureza de possível.
(Quem criou a natureza do impossível?) Assim também, se atendermos à
imutabilidade do seu poder, Deus pode tudo o que pôde; porém, certas coisas que,
antes quando eram factíveis, tinham a natureza de possível, já não a têm quando
feitas. E, então dizemos que não as pode, por não poderem elas ser feitas. Pode-se
concluir que Tomás de Aquino afirma que a onipotência não existe, e que Deus não é
onipotente.

- São Jerônimo diz: Deus, que pode tudo, não pode fazer que uma mulher violada
seja não-violada. Para o caso do passado deixar de ter acontecido diz: "O poder de
Deus, como dissemos, não abrange o que implica contradição. Ora, o passado não ter
sido implica contradição. Pois, assim como a implica dizer que Sócrates está e não
está sentado, assim também que esteve e não esteve sentado. Porque, se dizer que
esteve sentado é enunciar um passado, dizer que não o esteve é enunciar o que não
se deu. Por onde, não está no poder divino tornar inexistente o passado. E é o que diz
Agostinho: Quem diz: se Deus é onipotente torne o feito não feito, não vê que diz: se
é onipotente torne falso o que em si é verdadeiro. E o Filósofo: Deus só está privado
de tornar o feito não feito". Ou seja, São Jerônimo afirma que Deus está submisso ao
tempo e, portanto não tem poder sobre ele, então não sendo onipotente.

- Santo Agostinho diz: “Aquele que diz: ‘Se Deus é onipotente, faça que o que foi feito
não tenha sido feito’, não percebe o que está dizendo: ‘Se Deus é onipotente que ele
faça que o que é verdadeiro, enquanto tal, seja falso’.” “A Deus só lhe falta isso:
tornar não feito o que foi feito”. Afirmação que recorre ao mesmo erro de São
Jerônimo.

2 – Onibenevolencia

Paradoxo do mal (Epicuro):

23
1. Ou Deus quer evitar o mal e não pode;
2. Ou Deus pode e não quer;
3. Ou Deus não quer e não pode;
4. Ou Deus pode e quer.

Adição ao paradoxo do mal (Lactâncio):

1. Se Deus quer [evitar o mal] e não pode, então é impotente, e isto contraria a
condição de Deus.
2. Se Deus pode e não quer, então é mau, e isto é igualmente incompatível com
Deus.
3. Se Deus não quer e não pode, então é mau e impotente, e, portanto, não é
Deus.
4. Se Deus quer e pode… Então de onde vêm os males? E por que não acaba com
eles?

Paradoxo relativo à onisciência:

 Deus poderia eliminar sua onisciência?


 Se puder eliminar sua onisciência isto contraria sua condição de Deus, já que
uma das qualidades intrínsecas de Deus é sua onisciência. Se um deus não é
onisciente não pode ser deus.

Paradoxo relativo à sua eternidade e existência:

1. Deus poderia eliminar sua eternidade ou eliminar sua existência?


2. Se puder, então não seria eterno.
3. Se não puder, então não seria onipotente.
4. Se Deus pode eliminar sua eternidade não é Deus.
5. Se Deus não pode eliminar sua eternidade não é onipotente.

Paradoxo da autocontradição:

1. Deus poderia eliminar sua onipotência?


2. Se puder eliminar sua onipotência deixa de ser deus, já que uma das
qualidades para ser deus é ser onipotente. Um deus que pode NÃO ser
onipotente não pode ser deus.
3. Se não puder eliminar sua onipotência não é onipotente. Um deus que não é
onipotente não é deus.

Contradição entre a Onibenevolência e a onipotência:

1. Se o mal é a ausência do bem e deus não atua contra o mal,


2. Ou deus não pode atuar contra o mal porque não pode ter acesso (já que está
ausente), então não é onipresente e tampouco é onipotente.
3. Ou deus não pode atuar contra o mal porque não quer, então não é onipotente
e nem onibenevolente.

24
Adição como contradição entre Onibenevolência e onipresença:

 Ou deus não pode ter acesso ao mal porque não é onipresente.


 Ou deus não quer ter acesso ao mal porque não é onibenevolente.

3 - Onipresença

Paradoxo e contradição entre onipresença e onipotência:

1. Deus poderia NÃO estar em todas as partes?


2. Se puder NÃO estar em todas as partes, não é onipresente.
3. Se NÃO puder NÃO estar em todas as partes, é onipresente, mas NÃO é
onipotente.
4. Se, ao ser onipresente não puder ser onipotente, para que chama-lo deus?

Resposta à desculpa teológica sobre o paradoxo da onipresença:

1. Se o mal é a ausência do bem e o mesmo acontece com a onipresença, Deus


esta ausente em certas partes.
2. Se existem certas partes onde esse deus está ausente, esse deus NÃO é
onipresente.

Contradição com a Onibenevolência:

1. Poderia um ser onipresente e onibenevolente não atuar contra o mal?


2. Se deus é onipresente (está em todas as partes) e não atua contra o mal, não é
um deus onibenevolente.
3. Se deus é onipresente e não pode atuar contra o mal, não é onipotente.
4. Se deus é onipresente e não quer atuar contra o mal, não é onibenevolente.
5. Se não pode detectar o mal, não é onipresente nem onisciente.
6. Um deus com falta de alguma destas qualidades não é deus.

Extensão:

1. Se deus observa o mal e não atua, não é onibenevolente.


2. Se observar o mal e não puder atuar, não é onipotente.
3. Se observar o mal e for indiferente a ele, não é onisciente. (já que se fosse
onisciente saberia que é o mal e também saberia todas as suas implicações)

4 - Onisciência

Paradoxo da onisciência:

25
1. Se deus criou todo o conhecimento e ele tinha conhecimento de antemão, isto
implicaria em uma contradição circular: Deus não poderia ter sabido tudo antes
que existisse nenhum conhecimento para saber.

Paradoxo da predestinação (contradição com o arbítrio):

1. Se Deus pudesse saber tudo de antemão, seria necessário crer que todos os
acontecimentos possíveis de acontecer estariam predestinados.

Contradição com a Onibenevolência e a onipresença:

1. Se deus sabe que vai acontecer algo ruim e não o evita, não é onibenevolente.
2. Se deus sabe que vai acontecer algo ruim e o evita, o livre arbítrio não existe.
3. Se deus sabe que vai acontecer algo ruim e não pode evita-lo, não é
onipotente.
4. Se deus não sabe que vai acontecer algo ruim, não é onisciente.

Atuação

Contradição de sua onisciência com o livre arbítrio:

1. Se deus atua de determinada forma para conseguir um fim predeterminado (já


que deus sabe de antemão que consequências terão), o livre arbítrio não
existe.
2. Se deus não atua e com isso se consegue um fim predeterminado (que deus
sabe que acontecerá ao não atuar), o livre arbítrio não existe.

Contradição com sua equidade:

1. Se deus atua em determinado momento (sabendo, devido à sua onisciência, o


que acontecerá), mas não atua em outro, não é equitativo.
2. Se deus atua para conseguir uma determinada causa (sabendo, devido à sua
onisciência, qual será o fim), não é equitativo e contradiz o livre arbítrio.
3. Se existe um deus e este não pode atuar, não é onipotente.
4. Se existe um deus e não quer atuar, não é onibenevolente.

Justiça e equidade

Contradições com sua onisciência:

1. Se deus é onisciente e sabe o que vai acontecer de antemão, pode ser justo e
equitativo?
2. Se deus é eterno (está além do tempo e do espaço), não pode ser justo e
equitativo e ao mesmo tempo onisciente já que, se ao atuar de determinada
forma beneficiasse a uns prejudicando a outros, não poderia ser justo e
equitativo.
3. Se escolher a quem ajudar e a quem não ajudar, não é justo, nem equitativo,
nem onibenevolente.
26
4. Se não escolhe a quem ajudar (não ajudando ninguém), é justo e equitativo,
mas não é onibenevolente.
5. Se não pode escolher, não é onipotente.
6. Se puder escolher, não é justo e nem equitativo.
7. Se não pode ser justo e equitativo, não é onipotente.
8. Se carecer de alguma destas qualidades, não é deus.

Referência aos castigos:

 Se deus dá o livre arbítrio, não pode realizar nenhum tipo de justiça.


 Se deus realiza qualquer tipo de justiça, não existe o livre arbítrio. Já que se
existe o livre arbítrio, não existem causas negativas que o condicionem.
 Se deus não atua castigando, não existe justiça em seu comportamento.
 Se deus não pode realizar justiça, não é onipotente.
 Se deus não quer castigar (usando sua misericórdia - algunos alegam que esta
é infinita) não é justo.
 Se deus não é justo, não é deus.
 Se deus não pode ser justo, não é onipotente.
 Se deus usa sua onipotência para castigar, não é justo, nem equitativo e nem
misericordioso.
 Se deus castiga, não é onibenevolente.
 Se deus castiga sabendo de antemão que o faria (onisciência), não existe livre
arbítrio.

Relativo à sua misericórdia:

1. A misericórdia é a suspensão da justiça. Se a justiça é suspensa em


determinadas ocasiões, não existe equidade.

Paradoxo teológico do bem e do mal:

1. Se o mal é a ausência do bem, o bem é a ausência do mal. Se o mal está


ausente só existe o bem, se o bem está ausente só existe o mal.
2. Se deus existe e é onibenevolente, por que existe o mal? Se deus é
onibenevolente e está em todas as partes (onipresença), por que nem tudo é
bom?
3. Se nem tudo é bom, deus é mau?
4. Se for mau, não é onibenevolente?
5. Se deus está em todas as partes (onipresença), também está no mal?
6. Se deus está no mal, não é onibenevolente.

Contradição com a relatividade:

 Se o bem e o mal são relativos, deus também é relativo. Se deus é relativo,


não puede ser equitativo.
 Se deus não pode ser relativo, não é onipotente.
 Se deus não é equitativo, é injusto.

27
 Se deus é injusto, não pode ser onibenevolente.
 Se deus não pode ser onibenevolente, não é onipotente.
 A Onibenevolência (amor infinito) é uma qualidade de deus. Se este carece
dela, não é deus.

5 - Perfeição absoluta

1. Se deus existe, seu grau de perfeição deve medir-se (ou comparar-se) com
respeito a coisas que são tangíveis.
2. Se não existe nada para medir a perfeição desse deus, não se pode saber se é
absolutamente perfeito ou se poderia existir algo mais perfeito ainda.
3. Deus poderia ser absolutamente perfeito? Se a perfeição é um ideal (um estado
inalcançável, mas infinitamente aproximável) significa que deus jamais poderá
alcança-la.
4. Se não pode alcança-la não é onipotente.
5. Se existe a perfeição absoluta, não existe o ideal de perfeição.
6. Se não podemos saber se existe a perfeição absoluta, não podemos definir deus
com essa qualidade.

Relativo à criação:

1. A perfeição absoluta não pode existir, já que a sua existência é


autocontraditória com o ideal de perfeição.
2. Algo absolutamente perfeito pode criar algo imperfeito?
3. Se algo absolutamente perfeito cria algo imperfeito, significa que esse algo
absolutamente perfeito falhou, logo não é absolutamente perfeito.
4. Se deus cria algo imperfeito, deus não é absolutamente perfeito.
5. Se deus não é absolutamente perfeito, não é deus.
6. Se deus é absolutamente perfeito, não é possível produzir nenhum tipo de
paradoxo ou contradição relativa à sua existência.

Conclusão

A simples ausência ou contradição de uma só destas qualidades faz com que este
personagem literário e imaginário (que segundo seus autores existe e as possui) seja
uma impossibilidade.

Não são apenas qualidades contraditórias entre si, mas, além disso, são qualidades
autocontraditórias. Dito de outra forma, qualidades impossíveis de ter.

1. Qualidades inventadas pelas mentes que as imaginaram.


2. Apenas mentiras exageradas que se tornaram impossíveis de explicar.

Um exemplo simples à sua existência seria imaginar a possibilidade de existência de


um quadrado redondo. Podemos criar o conceito, mas não podemos imaginar nem

28
criar e nem demonstrar sua existência. E o conceito não deixa de existir como tal,
talvez porque “é um mistério” ou “nossa mente é limitada e finita”. É bem mais
sensato afirmar que são simples contradições, ainda que existam pessoas que
prefiram acreditar em sua existência e, por essa razão, deveríamos então criar um
ramo acadêmico para explicar porque devem existir quadrados redondos ou círculos
quadrados? Bem, pasmem, já existe! Chama-se teologia!

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3 - Doze provas contra a existência de deus

Primeira parte – Contra o deus criador

Prova 1: A ação de criar é inadmissível

Sébastien Fauré (Saint-Etienne, França, 6 de janeiro de 1858 - Royan, 14 de julho de 1942)

Embora do ponto de vista da lógica simples seja impossível provar a inexistência de


algo, vemos com satisfação que nos argumentos apresentados por Fauré se
demonstra de forma total e contundente que a possibilidade da existência de um ser
com a característica de Deus é praticamente zero. Que é criar? É valer-se de materiais
diferentes e utilizando certos princípios experimentais, aplicando certas regras
conhecidas, aproximar, agrupar, associar, ajustar esses materiais, a fim de fazer
qualquer cosa? Não! Isso não é criar. Exemplos: Pode dizer-se de uma casa que há
sido criada? Não! Há sido construída. Pode dizer-se de um móvel que há sido criado?
Não! Há sido fabricado. Pode dizer-se de um livro que há sido criado? Não! Há sido
composto e logo impresso. Assim, tomar materiais existentes e fazer com eles alguma
coisa não é criar... Que é, pois, criar?

Criar... A verdade é que eu estou hesitante em explicar o inexplicável, definir o


indefinível. Tentarei, no entanto, me fazer entender. É criar algo do nada, é formar o
existente do não existente. Por tanto, eu imagino que você não encontrará nem ao
menos uma só pessoa dotada capacidade média de raciocínio que acredite como se
possa fazer alguma coisa com nada.

Suponha um matemático. Procure o mais competente e ponha-o diante de um quadro


negro; peça-lhe para escrever zeros e mais zeros, e quando a operação terminar,
você pode multiplicar o que quiser dividir até cansar, fazer todos os tipos de
operações matemáticas, e jamais será extraída a partir do acúmulo de zeros uma
única unidade. Com nada, nada pode ser feito e de nada, nada pode ser obtido. O
famoso aforismo de Lucrécio, "ex nihilo nihil" é uma certeza e evidência óbvia. O
gesto criador é um gesto impossível de admitir, é um absurdo. Criar é, portanto, uma
expressão místico-religiosa, que pode ser de algum valor aos olhos de pessoas que
acreditam a quem a fé se impõe tanto mais quanto menos compreende. É, contudo,
uma contradição para todo indivíduo culto e sensato, para quem as palavras não têm
mais valor do que o que adquirem ao contato com a realidade ou uma possibilidade.

Por conseguinte, a hipótese de um Ser verdadeiramente criador é uma hipótese que a


razão rejeita. O Ser criador não existe, não pode existir.

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Como indicado pelo primeiro argumento, é impossível criar alguma coisa, a não ser
começando com materiais pré-existentes. A ação de "Criar" só é concebível em
qualquer caso, aos componentes primários do universo. Os átomos primordiais. Se
Deus "criou" algo, seriam esses átomos, o resto de sua atividade seria uma mera
construção ou a montagem de um “quebra-cabeça” atômico.

 O que seria correto dizer: "Deus criou os átomos, e depois construiu o


universo”.

Seria esta premissa aceitável a qualquer crente? Duvido muito. É difícil que o crente
veja Deus apenas como um montador de “maquetes”. As desculpas e argumentações
contra essa prova são abundantes, ainda que quase sempre erradas e distorcidas.
Leiamos uma que é clássica:

Notaram a falácia? A "primeira prova" de Fauré se pode reduzir ao seguinte: "Não se


pode criar algo de nada; portanto, Deus não pode criar algo de nada”.Naturalmente,
sua premissa "não se pode criar algo do nada" assume muitas coisas, inclusive que
Deus não exista. Ou seja, todo cristão admitirá que naturalmente não seja possível
criar algo do nada, no entanto, afirmará que Deus sim, pode fazê-lo
sobrenaturalmente.

No entanto, o ateu não quererá aceitar a possibilidade do sobrenatural, porém ao


fazer isso, tampouco aceita a possibilidade de que Deus exista.

É claro que, do ponto de vista ateu, não há nada por sobre o natural... Mas é o que
eles dizem. No entanto, o cristão não tem nem por um segundo porque considerar
isso como um requisito válido. Muito menos necessidade permitir que um ateu
redefina o que ele acredita, ou que dite as orientações sobre como um cristão deve
pensar ou discutir.

Assim, vemos que Fauré cria um espantalho, tem que inventar que o cristão afirma
que Deus cria coisas do nada naturalmente (o que é falso, já que o cristão afirma que
Deus o faz sobrenaturalmente), em seguida pretende negar que algo sobrenatural
possa sair do natural (com o que, portanto, o cristão comum concordaria).

Diante disso, o ateu poderia dizer: "se o sobrenatural existe, mostre-nos uma
evidência!". Em sua loucura, é claro, o ateu pede uma evidência natural,
empiricamente verificável, para algo sobrenatural e não comprovável pelos cinco
sentidos (embora seus efeitos sejam verificáveis). O cristão jamais deveria perder
tempo com requisitos ilógicos como esse, você só precisa lembrá-lo novamente e
mais uma vez que suas exigências só mostram a intenção de negar as evidências
encontradas. É como o que diz: mostra-me uma gota de água de uma polegada. Ao
não poder mostrar isso, pois a água não é medida em distância, dirá a pessoa que as
gotas de água não existem?

Mas vamos mais além e analisemos a premissa do ateu sob seus próprios méritos. O
ateu afirma que não se pode tirar algo do nada. Por extensão lógica, coerente, deve
também dizer que a matéria é eterna, sempre existiu, porque como você não pode
obter algo do nada, tudo tem que ter sempre existido.

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E se nós pedíssemos ao ateu uma evidência natural e empiricamente VERIFICÁVEL de
que a matéria sempre existiu, o que nos apresentaria? Dizer que simplesmente
sabemos isso, é falso, já que eu, por exemplo, não sei. (ainda não me apresentaram
evidências para apoiar essa afirmação... Por favor, leia o parágrafo abaixo para
entender o que quero dizer.) Dizer que tem que ser simplesmente assim até que se
prove o contrário (de novo) é absurdo no próprio sistema ateu. Não é isto "fé cega"?
Por acaso, no sistema ateu, não teríamos que verificar todas as proposições
naturalmente?

O ateu tem de nos mostrar, aos nossos olhos, em um laboratório, utilizando o método
científico, utilizando todos os requisitos que ele aceita como válidos e que exige de
outros, que a matéria sempre existiu e nunca teve uma origem. Se não pode fazer
isso, dentro doa mesmas exigências do ateísmo, sua premissa é inválida.

Um último que gostaria de ressaltar: O ateu tenta manipular-nos a aceitar a ideia de


que algo não pode vir do nada, e que o faz com base no que é observado
empiricamente. No entanto, observa-se também na ciência que um ser vivo nunca
parte de um objeto animado, mas sempre, em todos os casos, sem exceção, o faz a
partir de outro ser vivo. O que nos dirá o ateu? Mais uma vez, pela fé cega, nos dirá
que a vida simplesmente tinha que ter começado há milhões de anos e, se é honesto,
vai admitir que ele acreditasse que começou a partir de objetos sem vida.

Em resposta a isto, o cristão só tem que usar a mesma exigência do ateu. Mudando
as palavras de Fauré: "Isso, claro, imagino que não há uma única pessoa dotada de
razão possa conceber e admitir que de [um objeto inanimado, morto] se possa
conseguir alguma coisa [com vida]."

O que nos dirá o ateu? É compatível com as suas exigências, e aceitará que seu
mesmo sistema e requisitos negam a possibilidade de que ele esteja vivo hoje? Ou
dirá: "Olha, o fato é que sim, estamos vivos? Bem, se ele diz isso em resposta
poderíamos dizer: "veja, o fato é que sim, fomos criados!" O ateu não aceitaria essa
resposta de nós, e nós também não temos que aceitar isso de sua parte.

Esta abordagem por parte do crente é muito interessante, já que nos demonstra como
desviando o assunto e cometendo falsidades e usando dados errados (e muito falta
senso comum) se pode fazer crer que a balança se inclina para o lado cristão.

1. A base essencial de toda a argumentação de crente é muito simples:


2. “Deus pode criar do nada, já que Deus é Onipotente e seus atos são
SOBRENATURAIS”.

Claro! ... Com o argumento de que tudo o que entendemos por parte de Deus é
simplesmente um ato sobrenatural de sua parte e assim se solucionam todos os
problemas. Esse raciocínio pode ser aplicado a quase todos os aspectos obscuros ou
controversos de Deus e da Bíblia. Lembra-me de uma desculpa usada frequentemente
pelos crentes, dizendo que todos os acontecimentos descritos na Bíblia que
simplesmente não tinha testemunhas foram " inspirados pelo Espírito Santo ", de
modo que não importa o quão absurdo ou improvável seja o que nos diz a Bíblia,

32
sempre será um fenômeno sobrenatural (a onipotência de Deus) ou a ação do Espírito
Santo por trás dele. Círculo fechado.

O Crente levanta uma questão interessante:

“E se nós pedíssemos ao ateu uma evidência natural e empiricamente VERIFICÁVEL


de que a matéria sempre existiu, o que nos apresentaria”?

1. Então, alude que isso é impossível sem a intervenção de um evento


sobrenatural.
2. Este é um argumento muito falacioso, pois para responder isto devemos saber
de maneira científica e exata que ocorreu na origem do universo, algo que
ainda é objeto de estudo da ciência moderna.

Sabemos que as antigas experiências de Miller e Oparin já deram alguns resultados


interessantes de como a matéria inerte e sob condições de laboratório, pode, sob
certas condições similares à atmosfera primitiva, comportar-se como um proto-ser
vivo (possibilidade de se criar vida a partir de materiais inertes).

Além disso, há indícios de que a matéria sempre existiu. A primeira lei da


termodinâmica, também conhecida como a "Lei da conservação da energia" entre
suas muitas implicações, diz:

 "A massa total de energia no universo é constante"

Isso, em palavras simples é: toda a energia e massa do Universo sempre existiram e


sempre existirão e simplesmente se transformam. Se isto é verdade (na verdade é),
não há lugar para um criador, porque não haveria o que criar (a matéria e a energia
sempre existiram), um "deus criador" estaria fora do lugar. Seria sempre um "Deus
organizador" e não criador.

A réplica comum dos crentes a esta LEI é: se a matéria sempre existiu, então não
houve Big Bang.

Embora nos custe a entender, a evidência sugere que houve um Big Bang a partir de
um ponto primordial fundamental chamado "Singularidade", mas de acordo com a 1ª
lei da termodinâmica, esta singularidade e todas as características físicas associadas a
ela sempre existiram. Eu entendo que isso é muito difícil de entender (na verdade eu
não entendo muito bem) porque o nosso conhecimento do espaço-tempo é linear e
contínuo. Estão intrinsecamente incorporados na singularidade de maneira muito
diferente da forma que conhecemos o tempo e espaço. E falar de “inicio” não tem
sentido a este nível. Sem dúvida, enquanto mais avançam os estudos da astrofísica
moderna, irão surgindo respostas para isso.

Prova 2: O Espírito puro não pode determinar o Universo

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Aos crentes que, a despeito de toda racionalidade se obstinam em admitir a
possibilidade de criação, lhes direi que, em último caso, é impossível poder atribuir
esta criação a seu Deus. Seu Deus é o Espírito puro. Portanto, é impossível sustentar
que o espírito puro, o imaterial, haja determinado o Universo: o material. Veja aqui
por que:

O espírito puro não está separado do universo por uma diferença de grau, de
quantidade, mas por uma diferença de natureza, de qualidade. De modo que o
espírito puro não é, não pode ser uma amplificação do universo, tampouco o universo
poder ser uma redução do espírito puro. A diferença aqui não é apenas uma distinção,
é uma oposição, oposição de natureza, essencial, fundamental, irredutível, absoluta.
Entre o espírito puro e o universo não existe apenas um fosso mais ou menos largo ou
mais ou menos profundo, e que, a rigor, se poderia encher ou atravessar, NÃO, existe
um verdadeiro abismo, de uma profundidade tão imensa que por maior que seja o
esforço que se realize Ninguém NEM nada poderia encher ou atravessar”. Seguindo ao
meu raciocínio desafio o filósofo mais sutil, como o matemático mais competente, a
que estabeleça uma relação (seja qual for, e a melhor relação direta de causa e
efeito) entre o espírito puro e o universo.

O espírito puro não admite nenhuma relação material; não tem forma, nem corpo,
nem matéria, nem proporção, nem profundidade, nem extensão, nem volume, nem
cor, nem som, nem densidade, todas essas qualidades inerentes ao Universo e que
não poderiam ser determinadas pela abstração metafísica.

Chegando a este ponto de minha demonstração, estabeleço solidamente, nos


argumentos precedentes, a conclusão seguinte: Temos visto que a hipótese de um
poder verdadeiramente criador é inadmissível; que mesmo persistindo essa crença,
não pode admitir-se que o Universo, essencialmente material, tenha sido criado pelo
Espírito puro, essencialmente imaterial.

Mas se, como crentes, você persistir alegando que foi seu deus que criou o universo,
uma questão se impõe; na suposição de que foi Deus, onde estava a matéria em sua
origem, seu princípio?

E bem: de duas coisas uma: ou a matéria estava fora de Deus, ou era Deus mesmo
(não creio que você poderia colocar deus em terceiro lugar). Desta forma, no primeiro
caso, se estava fora de Deus, não teve este a necessidade de criá-la, posto que já
existisse, e se coexistia com Deus, não cabe a menor dúvida que estavam em
concomitância, do que se deduz que vosso Deus não é criador.

No segundo caso, ou seja, se não estava fora de Deus, é porque estava em Deus
mesmo, e neste caso, tenho a seguinte conclusão:

1. Que Deus não é o espírito puro, já que levava em si uma partícula de matéria;
E que partícula! A totalidade dos mundos materiais!
2. Que Deus, levando matéria em si mesmo, não teria a necessidade de criá-la,
dado que já existia e que existindo não fez mais que fazê-la sair, e neste caso a
criação deixa de ser um ato de verdadeira criação e se reduz a um ato de
exteriorização.

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3. A criação não existe em nenhum dos dois casos.

Ainda sobre o artigo anterior, presume-se pela definição de suas características


básicas, que Deus é algo imaterial, intangível e invisível e, portanto, não pode e nem
deve ter em sua essência nada material ou físico. Como bem esclarece o argumento:
Como pode Deus, ao carecer de elementos materiais, formar algo material como o
Universo? Deus e o Universo são essencial e intrinsecamente diferentes e não
relacionados.

Vejamos algumas desculpas e pretextos utilizados pelos cristãos para contestar esta
segunda prova da inexistência de Deus:

É irônico que sendo ateu, Faure começa seu segundo argumento oferecendo-nos uma
lição sobre ontologia (essência ou natureza) do Espírito. No entanto, note que, de fato
deu uma boa compreensão da diferença entre o espiritual e o material. Eu concordo
totalmente com a última frase deste parágrafo, que eu repito:

“O espírito puro não está separado do universo por uma diferença de grau, de
quantidade, mas por uma diferença de natureza, de qualidade.”

Se tivéssemos de dizer de outra maneira, poderíamos dizer que o Espírito, já que não
é apenas "mais" ou "superior" ou "mais distante" do que o material, mas
completamente diferente na natureza, não pode ser considerado, medido, ou
percebido pelos mesmos meios que o material.

Fauré continua a explicar o seu conceito do espiritual, como segue:

”Entre o espírito puro e o universo não existe apenas um fosso mais ou menos largo
ou mais ou menos profundo, e que, a rigor, se poderia encher ou atravessar, NÃO,
existe um verdadeiro abismo, de uma profundidade tão imensa que por maior que
seja o esforço que se realize Ninguém NEM nada poderia encher ou atravessar”.

”Nada nem ninguém”? Como sabe Fauré isto? Não é o que cremos nós, os cristãos,
mas uma posição que ele assumiu e defendeu.

Quer uma relação entre o espiritual e o material? Muito bem, aqui está: O Deus todo
poderoso pode eliminar esse “abismo”. Por certo, isto contradiz sua premissa de
“nada nem ninguém” defendida anteriormente, mas porque deve importar-me que a
verdade contradiga as premissas do ateu? Essa premissa de "Ninguém NEM nada” não
foi criada por um cristão, já que todo crente compreende as muitas maneiras como
Deus tem "atravessado" tal abismo: o fez na criação, o fez no jardim, o fez na sarsa,
o fez no torvelinho, o fez nas nuvens, e acima de tudo, o fez em Cristo (Filipenses
2:5-7).

Assim, Paulo também disse: “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para
habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os
limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o
pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos,
e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois
somos também sua geração.” (Atos 17:26-28).

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O ponto é que Deus não necessita cruzar grandes distâncias para alcançar o Universo,
já que no espiritual não existem distâncias ( o mesmo Fauré havia admitido no inicio
deste argumento e parece haver esquecido quase que imediatamente). Vivemos nos
movemos e existimos (somos) NELE. A tensão do ateu reside unicamente na premissa
de que "nada nem ninguém", na qual desejará apegar-se (na qual tem fé cega).

Como temos visto por meus comentários, seus dois argumentos na realidade não se
estabelecem sobre una base sólida. Tampouco temos visto como demostrou que o
material não possa surgir do imaterial. Estas são afirmações de vitória sem base
alguma.

Isso só mostra a tentativa desesperada do ateu de forçar o relato da criação sob um


sistema materialista e ateu. Naveguemos com cuidado através de suas conclusões.
Primeiro Fauré exige saber "onde" se encontrava a matéria antes de ser criada.
Admitimos que toda a matéria existente, por definição, pode ser localizada no espaço.
No entanto, perguntar onde está a matéria inexistente é um pedido irracional. Será
que sai Faure a procurar em que país se encontra cadeira que se sentou em um sonho
enquanto dormia? A matéria inexistente não existe, por tanto não pode ser
encontrada no espaço.

Claro, o dilema do ateu é que não pode aceitar o conceito de matéria inexistente, pois
para ele, por necessidade, toda a matéria é eterna. Mas ao fazer isso, mais uma vez
notamos que seu argumento é circular: "A matéria não foi criada, sempre existiu,
portanto a matéria não foi criada. O ateu pode repetir sua premissa quantas vezes
quiser, e nunca se tornará realidade.

Fauré, em seguida, apresenta um dilema absurdo sobre se a matéria se encontrava


dentro ou fora de Deus no princípio. Deixando de lado o fato de que a matéria
inexistente, por ser inexistente, não ocupa um espaço (que não está nem "dentro "ou"
fora"), pergunto, da onde é que o ateu tirou o seu conceito de "dentro" e “fora” Deus?
O que ele realmente quer dizer com isso?

Se o que quer dizer é que a matéria deve ser geograficamente dentro ou fora de
Deus, nós rejeitaremos sua pergunta por que você está falando de um deus
inventado. O Deus da fé cristã não tem "dentro" ou "fora", geograficamente falando,
mas só os ídolos são colocados no espaço. Os termos "onde", "local", "dentro" e "fora"
simplesmente não são aplicáveis ao espiritual.

Também é interessante notar como Fauré está desesperadamente agarrado à


suposição (por fé cega) de que a matéria é eterna, já que, ainda falando sobre a
matéria antes de ser criada, não a pode conceber de outra forma que não "uma
partícula" . Mas se a matéria existia sob a forma de uma partícula, então Fauré não
está falando de "antes que a matéria exista!" Decida-se afinal!

Outra coisa que acho curiosa é a noção de um ateu sobre a "pureza". Da onde é que a
tira? Em que baseia seu conceito de "pureza"? Como é que Fauré mede se algo
espiritual é "puro" ou não? Que sistema de medição objetivo e empiricamente
verificável possui para medir o “puro”? Podemos ver que a sua visão de "pureza" é
apenas uma preferência, uma ideia subjetiva e baseada no vazio. Deus poderia ter
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"uma partícula dentro de si”, seja como seja que entenda o ateu, e ainda ser
completamente puro. Se o ateu crê que Deus deve ser julgado por sua opinião
subjetiva do que significa "pureza", o ateu está falando de um deus que não é o que
reconhece a fé cristã. Nos uniremos com o ateu para negar a existência desse Deus,
aquele deusito que necessita inclinar-se para que o ateu o julgue e determine se ele é
digno de ser chamado puro ou não.

Sua segunda opção nos pretende dizer que se Deus tinha a matéria em si, não foi
criação, mas exteriorização. Mas o que seria se Deus fosse a própria matéria, mas em
sua mente (como revelado nas Escrituras)? O ateu vai dizer que uma ideia nunca
pode se tornar matéria, mas não temos de respeitar essa regra, já que, isto é verdade
de acordo com as leis naturais, e não sobrenaturais (que é o que estamos a falar
quando falamos de criação) . Novamente, o ateu continua sua argumentação circular,
e tentar impô-las.

Como vimos Fauré até agora não ofereceu uma única avaliação das reivindicações da
fé cristã, julgando-as por seus próprios méritos. Somente nos contou como Deus não
pode existir ou haver criado em um mundo sem Deus. Reduzindo os argumentos
ateístas, vemos claramente a circularidade de seus argumentos: "Deus não existe,
portanto Deus não existe." Falácia da petição de princípio.

Interessante desculpa utilizada esta vez pelo crente, baseada na premissa


fundamental:

 “Se não pode convencê-los, confunda-os”

A essência de sua contra argumentação é:

 O Deus todo poderoso pode atravessar esse “abismo”;

Ou o que é o mesmo que:

 “Deus pode criar desde seu estado puro coisas materiais porque é todo
poderoso e se o deseja o pode fazer” Ponto.

O resto é uma estranha e confusa análise e descrédito do argumento de Fauré,


baseado no conceito que tem o cristianismo de Deus e no conceito Bíblico e essencial
deste ser sobrenatural. E claro, como no caso anterior, ignora por completo a 1ª lei da
termodinâmica (Deus pode ignorar e romper as leis que quiser) Recordemos: “A
quantidade total de massa/energia no Universo é constante”. A partir da perspectiva
cristã e sua visão constante e linear do espaço-tempo, o esquema é o seguinte:

 Deus (Inicio) ---- Criação do universo material.

Portanto, não é de todo improvável perguntar-se:

 Da onde é que Deus (a partir do ponto de vista cristão) tirou os materiais


essenciais para criar o universo, se Deus é um ser imaterial puro e antes de
Deus não havia nada?

A reconfortante resposta cristã seria:

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 "Tudo isso Deus fez de forma sobrenatural porque ele é onipotente e só age sob
seus próprios desejos” ... Só eu vejo o argumento circular aqui?

O argumentador cristão também diz:

 Os termos “onde”, “lugar”, “dentro” e “fora” simplesmente não são aplicáveis


ao espiritual.

Como sabe? A Bíblia nos mostra a Deus e ao mundo espiritual de una maneira muito
precisa e exata; inclusive em várias oportunidades Deus é visível e se comporta como
um ser totalmente material. O cristão pretende dar ao mundo espiritual um carácter
abstrato e difuso valendo-se do conhecido axioma falacioso cristão: “A mente humana
é incapaz de entender a Deus”.

Nós, ateus, não cremos em mundos espirituais onde habitam deuses, anjos, virgens e
querubins; sem falar no resto como fadas, gnomos, ogros e monstros. Cremos em um
mundo material e no assombroso e quase inexplorado mundo do pensamento
humano.

O curioso e até engraçado é que o cristão admita que seja incapaz de conhecer a
Deus e seu mundo espiritual, e, no entanto faz todos os esforços possíveis para
acessar esse mundo sem nenhuma evidencia. Mas onde está a Bíblia? Isso de que
"Deus é um mistério" é uma falácia cristã. Deus não é nenhum mistério. A Bíblia
deveria ensinar-nos como é esse Deus (e de fato o faz). A Bíblia diz que Deus tem
certas características e qualidades que o identificam e nos descreve em suas palavras
sagradas como é o comportamento de Deus. A afirmação cristã de "Seguir a Deus
pela fé” é falsa, seguem a Deus baseando-se nas próprias palavras Dele, inspiradas e
plasmadas na Bíblia.

Então, amigos fiéis cristãos, isso de que "Deus é um mistério” não funciona, para isso
tem a sua Bíblia.

Prova 3: O perfeito não produz o imperfeito

Estou seguríssimo que se faço a um crente esta pergunta: O imperfeito pode produzir
o perfeito? Responder-me-ia sem a menor vacilação negativamente. O perfeito é o
absoluto; o imperfeito é o relativo; diante do perfeito, que significa tudo, o relativo, o
contingente, não significa nada, não tem valor, se eclipsa, e, portanto, não há nada
capaz de estabelecer relação alguma entre ambos; “a fortiori” sustentamos a
impossibilidade de evidenciar, neste caso, a rigorosa concomitância que deve existir
entre a causa e o efeito. É, portanto, impossível que o perfeito tenha podido produzir
o imperfeito. Pelo contrário, existe uma relação direta, fatal e até matemática entre
uma obra e seu autor. Pela produção se conhece o valor intelectual, a capacidade, a
habilidade do sábio, do pensador, do operário, do artista, assim como pela qualidade
do fruto se distingue a árvore a que pertence. A natureza é bela, o universo é
grandioso e o admiro apaixonadamente, tanto quanto qualquer outra coisa, o
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esplendor e a magnificência do que nos oferece um espetáculo ininterrupto. No
entanto, por mais entusiasta que eu seja das belezas naturais e por maior que seja a
homenagem que eu lhes renda, eu não ousaria afirmar que o universo é um trabalho
impecável, sem defeitos, perfeito. E não acho que exista alguém capaz de sustentar
tal opinião. Em conclusão: Ou Deus não existe ou não pode ser o Criador, essa é a
minha convicção. Ou: o universo, uma obra imperfeita, Deus não pode ser senão
imperfeito.

Silogismo ou dilema, a conclusão do argumento é a mesma.

 O perfeito não pode produzir o imperfeito.

Portanto, e assumindo que tanto Deus como todas suas criações são perfeitas, surge
espontaneamente a seguinte pergunta:

1. Que aconteceu com o plano divino de perfeição que veio todo abaixo?
2. Porque Deus, além de perfeito é também Onisciente. Não se pode culpar à
entrada do pecado (com a infantil fábula de Adão e Eva) já que Deus como ser
“Sabe tudo” e seguramente sabia que ambos pecariam e o pecado entraria no
mundo.

Agora fazemos a grande pergunta para os cristãos que creem nisso de “O pecado
original”:

1. Sabia Deus que Adão e Eva pecariam?


2. Se a resposta é “Não sabia”, equivale a dizer que Deus ignorava algo, pelo que
sua condição de onisciência se perderia (assim como sua perfeição);
3. Porém se a resposta é “Sim, sabia” chegamos à conclusão de que existe um
destino predestinado (redundante); e, sobretudo que o "plano perfeito" de Deus
parece ser este "mundo perfeito" que temos hoje.
4. Talvez para Deus tudo o que acontece no mundo, crimes, doenças, tragédias,
ódios, e todos os males e danos seja o seu conceito e ideia de perfeição.

Às vezes é muito difícil para o crente cristão de raciocínio mediano rebater um


argumento como este sem cair em uma argumentação circular ou algum argumento
falacioso. Vejamos algumas de suas desculpas e justificativas, obtidas do Yahoo
Answers; incluindo erros ortográficos.

Pergunta: O perfeito não produz o imperfeito... Que opinam?

_______________
Olá
Isso é de acordo com meu entendimento e raciocínio sobre o assunto.

o fato de que Deus é perfeito não significa que não é ruim ou que, não exista o
sentimento de maldade, porque se não soubesse o que é o mal não poderia uma de
suas criações ter se rebelado contra ele e ser tão malvada.

Acho que somos perfeitos e parte dessa perfeição é ter a liberdade de escolher o que
queremos fazer isso também porque temos do que é mau e bom, mas, infelizmente,
39
quase nunca escolhemos a fazer a coisa certa, então nós podemos ser perfeitos, mas
sempre optamos por fazer o mal, por quê? Porque somos influenciados pelas forças do
mal que vive nesta terra.

porque fomos criados? Isso sim, eu até agora eu ainda me pergunto.

Eu tenho um filho que uma vez me perguntou a mesma coisa, porque eu o trouxe a
este mundo? que não pediu para vir a este mundo e que se ele sofria de algo que eu
deveria ser o culpado.

então eu me lembrei do que eu questiono muitas vezes, porque estamos neste


mundo, se Deus realmente existe, porque nos colocou neste mundo e para qual
finalidade ?????

como tive uma resposta para dar ao meu filho também creio que deve haver uma
resposta para entender por que estamos neste mundo apenas que algum dia nós
saberemos.
Cumprimentos e bom dia!

E se o perfeito, possuidor de vontade deseja criar algo que pelo seu próprio esforço e
também vontade, alcance a perfeição.

Nem sempre o perfeito deseja criar a perfeição.. Porque seria muito fácil, o difícil é
transformar o imperfeito em perfeito. Um verdadeiro desafio.

Mas nunca o perfeito imperfeito sem ajuda do perfeito criará a perfeição... Porque não
sabe como criar

____________________

depende do enfoque que queremos dar. Deus fez as coisas perfeitas. o homem com
sua desobediência, trouxe a morte, é algo que pode entender quem tem fé, se não, a
razão nunca conseguirá entender. a fé está num nível superior à razão como forma de
conhecimento, na verdade, a razão está a serviço da fé.

_______________

É assim, perfeito é Deus e o imperfeito somos nós os homens. Deus deu ao homem a
possibilidade de se aproximar do Perfeito fazendo o que ele pede e do homem em sua
ignorância, arrogância, orgulho e desejo de poder e ambição se deixa levar pelo mal,
tornando-se cada dia mais imperfeito em vez de trabalhar espiritualmente para
desenvolver sabedoria e estar mais perto da perfeição.

Dizes ¨ Pelo contrário, existe uma relação direta, fatal e até matemática entre uma
obra e seu autor. Pela produção se conhece o valor intelectual, a capacidade, a
habilidade do sábio, do pensador, do operário, do artista, assim como pela qualidade
do fruto se distingue a árvore a que pertence.

Vamos ver ... Acho que você está se referindo a Deus.

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Digo-te que o imperfeito pode criar a perfeição. Por exemplo, na soma de todos nós
podemos criar a perfeição, mas cada um não tem em si mesmo.

Se você tiver as habilidades e ferramentas para criar, mas não é perfeito porque não
é Deus. Deus é tudo em si mesmo.

Eu vou tentar analisar o seu pensamento, como muitos também o farão...

Ao perfeito o chamo Deus, o imperfeito somos todos nós e cada um por sua vez. E eu
acho que é possível uma concomitância se nos sustentamos na perfeição, em uma
perfeição que aspiramos que não somos nós em si mesmos, mas é Deus com todos
nós, é essa “União”, que nos daria a capacidade de nos sustentar.

É, portanto, impossível que a perfeição tenha gerado a imperfeição. O seu raciocínio


faz sentido para mim, mas que não seja real. Pode ser concebido de outra forma.
Vamos ver... Por que Deus teria criado humanos autossuficientes? Para fazer isso não
precisaríamos casar ou desenvolver qualquer tipo de cultura, seríamos completos em
nós mesmos, não seria necessário nada mais. Seríamos de Deus.

Dizes: “Pelo contrário, existe uma relação direta, fatal e até matemática entre uma
obra e seu autor. Pela produção se conhece o valor intelectual, a capacidade, a
habilidade do sábio, do pensador, do operário, do artista, assim como pela qualidade
do fruto se distingue a árvore a que pertence”.

Vamos dizer que você está considerando que, como somos imperfeitos, Deus não
pode ser perfeito. É que a perfeição tem de ser criada no âmbito de nossa natureza,
se fôssemos perfeitos em nós mesmos, só seriamos seres “contemplativos”. Esta é a
minha lógica.

Então, para mim é a perfeição, mas com uma lógica diferente.

___________________________

O perfeito pode produzir tanto perfeito e imperfeito, se ele é mais do que apenas
"causa primeira " ou "motor imóvel" dos antigos filósofos. Basta que esse algo perfeito
seja alguma coisa ou alguém com a vontade, a sabedoria e poder absoluto para uq
etudo lhe seja possível, desde as leis naturais mais simples até a complexa
organização celular de criaturas tão maravilhosas como as aves, os seres humanos,
etc.
Enredar-se a procurar um gato de três pernas ou em elocubrações das grandes
discuções filosóficas pode ser um bom exercício intelectual, mas se você der uma
oportunidade para os grandes pensadores cristãos como Agostinho, Tomás de Aquino,
Erasmo de Roterdão, santa Teresa de Ávila, Santa Teresa de Lisieux, Edith Stein, João
Paulo II, etc, você obterá a essência de suas capacidades humanas. Experimente e
verás um grande avanço em sua vida.

Fonte (s):

Meu tempo na universidade.

olha, reconhece, pelo menos, que há um Deus, que já é algo em seu favor .....
41
1) Deus criou tudo que existe.
2) Ele o criou perfeito.
3) no momento da criação era perfeita toda a criação.
4) houve uma rebelião no céu, pelo pecado de Satanás.
5) Satanás trouxe o pecado para a terra, ela era perfeita.
6) seduziu a mulher a pecar e esta ao homem com seu pecado.
7) Deus os expulsou do Éden, o paraíso por seu pecado.
8) Deus amaldiçoou a terra por causa do pecado de Adão.
9) toda a criação foi afetada pelo pecado de Satanás e Adão
10) até a criação geme esperando a revelação dos filhos de Deus.

conclusão:

o perfeito só pode produzir o perfeito, Deus perfeito cria um universo perfeito;

imperfeição a que aludes é o efeito da causa do pecado, ou seja, a imperfeição do


pecado é que leva toda a criação ao seu fim.
só Jesus Cristo, em seu retorno apocalíptico, dará à criação, um novo começo, paz e
amor eterno nele ..
bênçãos.
______________

Deus faz tudo perfeito, ainda que a nós pareça imperfeito. Seus caminhos não são os
nossos caminhos.

São muito interessantes estas respostas; sobre tudo porque ao que parece é muito
difícil que um crente cristão entenda o que significa afirmar que Deus é perfeito e que
este mundo é imperfeito; é absolutamente incompatível com a essência divina e
perfeita de Deus. E segue repetindo o erro de crer que o culpado desta imperfeição é
o pecado cometido por dois personagens mitológicos evidentemente inexistentes. É
muito claro, sim vão utilizar a desculpa de Adão e Eva como os quebradores da
harmonia inicial divina… primeiro devem demonstrar que este par de pessoas existiu
de fato.

Recordemos que Deus criou o homem “À sua imagem e semelhança”, o que nos leva
a concluir que o mundo e os primeiros povoadores da terra (Adão e Eva) eram tão
perfeitos como o era Deus. A pergunta seguinte é óbvia:

1. Por que se Adão era tão perfeito como Deus, cometeu a estupidez de pecar?
2. Não parece por acaso contraditório isto?
3. Que tão perfeito e confiável é Deus quando alguém que é (segundo suas
próprias palavras) semelhante a ele pode ser tão tonto?

Há uma frase entre as curiosas respostas dos crentes cristãos que me chamou muito
a atenção:

 “O difícil é converter o imperfeito em perfeito”… se esta é a missão de Deus,


não a fez muito bem.

42
É inegável que as obras definem o autor… Como bem disse o próprio Jesus… “por seus
frutos os conhecereis” (Mateus 7:16 e 20)

Prova 4: Se Deus existe é eterno, ativo e necessário.

O ser eterno, ativo, necessário, não pode, em nenhum momento, ter estado inativo
ou ter sido desnecessário.

Eterno? – O é por definição. É a sua razão de ser. Não se pode conceber que ele
esteja enclausurado nos limites do tempo. Não se pode imaginar como tendo tido
começo e venha a ter fim. Não pode haver surgimento e desaparecimento. É desde
sempre.

Ativo? – É, e não pode deixar de ser. Segundo os religiosos, foi sua atividade que
engendrou tudo quanto existe, como foi a sua atividade que se afirmou pelo gesto
mais colossal e majestoso que imaginar se pode: a criação dos mundos.

Necessário? – É-o e não pode deixar de ser, visto que sem a sua vontade, nada
existiria: ele é o autor de todas as coisas, o ponto inicial de onde saiu tudo, a fonte
única e primeira de onde tudo emanou. Bastando-se a si próprio, dependeu de sua
vontade que tudo fosse tudo ou que fosse nada.

Ele é, portanto: eterno, ativo e necessário.

Mas eu pretendo e vou demonstrar que se Deus é eterno, ativo e necessário, também
deve ser eternamente ativo, e eternamente necessário. E que, por consequência, ele
não pôde, em nenhum momento, ter sido inativo ou inútil, e que enfim, ele jamais
criou. Negar que Deus seja eternamente ativo equivale o dizer que nem sempre o foi,
que chegou a sê-lo, que começou a ser ativo, que antes de o ser não o era. Dizer que
foi pela criação que ele manifestou a sua atividade é admitir, ao mesmo tempo, que
por milhares e milhares de séculos que antecederam a ação criadora, Deus esteve
inativo.

Negar que Deus seja eternamente necessário equivale a admitir que ele nem sempre
o fosse, que chegou a sê-lo, que começou a ser necessário e que antes de ser não o
era. Dizer que a criação proclama e testemunha a necessidade de Deus equivale a
admitir, ao mesmo tempo, que, durante milhares e milhares de séculos, que
seguramente precedeu a ação criadora, Deus era inútil.

1. Deus ocioso e preguiçoso! Deus inútil e supérfluo! Que triste postura para um
ser essencialmente necessário.
2. É preciso, pois, confessar que Deus está sempre ativo e é sempre necessário.

Mas então Deus não pôde criar, porque a ideia de criação implica, de maneira
absoluta, a ideia de começo, de origem. Uma coisa que começou é porque nem
sempre existiu. Existiu necessariamente num tempo em que, antes de “ser”, não

43
“era”. E, curto ou longo, este tempo foi o que precedeu a coisa criada; é impossível
suprimi-lo, visto que, de todos os modos, ele existe.

Assim, temos que concluir:

1. Ou Deus não foi eternamente ativo e eternamente necessário, e só


chegou a sê-lo por causa da criação (e, se é assim, antes da criação
faltava a este Deus dois atributos: a atividade e a necessidade; este
Deus era um Deus incompleto; era só um pedaço de Deus e mais nada,
que teve necessidade de criar para chegar a ser ativo e necessário, e
completar-se).
2. Ou Deus é eternamente ativo e eternamente necessário, e neste caso
tem criado eternamente. A criação é eterna, e o Universo jamais
começou – existiu em todos os tempos, é eterno como Deus, é o próprio
Deus, com o qual se confunde.
3. E, sendo assim, o Universo não teve princípio – não foi criado.

Em conclusão:

1. No primeiro caso, Deus antes da criação não era ativo nem era necessário: era
um Deus incompleto, quer dizer, imperfeito, e, portanto, não existia.
2. No segundo caso, sendo Deus eternamente ativo e eternamente necessário,
não pôde chegar a sê-lo, como não pôde criar. É impossível sair daqui.

Um argumento simples, eficiente e contundente:

1. Deus é eterno? Claro, sempre existiu e sempre existirá.


2. Será que Deus está ativo? Claro que sim. A cada momento intervêm na vida de
nós seres humanos, tanto que seu olhar nunca se desvia de nossa nuca. Um
vigilante permanente. "Nem uma folha cai de uma árvore sem a permissão de
Deus."
3. Deus é necessário? Óbvio. Sem a sua presença não existiríamos e graças a ele
vivemos. Sem Deus não haveria nem vida nem universo.
4. Assumindo que as três premissas anteriores são verdadeiras; e somando o fato
de que Deus é Imutável… Esteve Deus em algum momento sendo não eterno,
inativo, ou desnecessário?

Das duas últimas, há um ponto em que ambas são verdadeiras: Na época antes de
criar-nos, antes de conceber a ideia de criar um universo com os seres humanos nele.
Se Deus sempre foi eterno, é certo que já existia antes da criação dos mundos,
portanto nessa altura estava inativo (não fazia nada) e desnecessário (se não
existíamos, nos era inútil). Razão pela qual se quebra muita de sua essência
elementar e básica.

E claro… estamos assumindo que sempre foi eterno. Não é conveniente (para os
cristãos) cair na polêmica de “Que havia antes de Deus?” ou o famoso “Quem criou a
Deus?”... Este ponto me parece pessoalmente demasiado abstrato ilógico e absurdo,
que não vale a pena discuti-lo aqui.

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As desculpas cristãs neste caso são bastante escassas, já que é muito difícil encontrar
um crente cristão que negue as condições de eternidade, atividade e utilidade de
Deus. Fazê-lo equivaleria a negá-lo. Por esta razão as respostas se resumem a
argumentos circulares ou dúvidas disfarçadas de mistério.

Talvez a resposta mais interessante seja a que sugere que, embora não saibamos,
com certeza, Deus estava ocupado em alguma coisa antes de nos criar.
Absolutamente de acordo. Mas também é certo que em algum momento da suposta
eternidade de Deus houve um momento em que não havia criado nada. Uma das
características de Deus é ser o "Criador de todas as coisas", portanto, os paraísos e os
seres celestes devem ter tido um momento de criação, um começo.

A lógica argumental nos leva a questionar o seguinte:

1. O que fazia Deus antes de criar tudo isso?


2. O que fazia Deus antes de criar qualquer coisa?
3. ... a resposta deveria ser ... nada.

O que valida esta quarta prova da inexistência de Deus, porque se Deus não fazia
nada, estava inativo e desnecessário. Não sabemos o que fazia Deus antes de criar
este universo; a Bíblia não nos conta (o que é curioso já que a Bíblia deveria ser a
melhor maneira de compreender e conhecer a Deus)… Ou não? A Bíblia nos diz de
maneira surrealista e variada que Deus antes de criar-nos estava em uma espécie de
paraíso (ou céu) rodeado de anjos, filhos e espíritos santos (pois certamente Jesus
andava por aí).

Agora…

Que acontecimento teria induzido Deus em sua solidão para começar a criar, depois
de não haver feito nada durante eternidades? Se Deus é imutável… Por que mudou
depois de estar por milhões de anos sem humanos nem universos e de repente…
resolve criar-nos? Contradizendo desta maneira sua condição de Imutável. Ou é o
caso de que Deus necessitava de criaturas humanas para que o adorassem?... Um
Deus com necessidades mundanas e pecaminosas? Que Deus tão humano é este…!

Prova 5: O ser imutável nunca criou.

Se Deus existe, é imutável, não MUDA e nem pode MUDAR. Enquanto que, na
natureza, tudo se modifica e se transforma; pois nada é definitivo, nem chega a sê-lo,
Deus, ponto fixo, imóvel no tempo e no espaço, não sujeito a nenhuma modificação,
não se transforma, nem pode chegar a transformar-se. É hoje o que era ontem, será
amanhã o que é hoje. E tanto faz procurá-lo nos séculos passados, como nos séculos
futuros: ele é, e será constantemente idêntico em si. Deus é imutável.

45
 No entanto, se ele criou, não é imutável, porque, neste caso, mudou duas
vezes.

Determinar-se a querer é mudar de posição. Ora, é evidente que há mudança entre o


ser que quer uma coisa e o que, querendo-a, o põe em execução. Se eu desejo e
quero o que eu não desejava e nem queria a quarenta e oito horas, é porque se
produziu em mim, ou a minha volta, uma série de circunstâncias que me levaram a
querê-lo. Este novo desejo ou querer constitui uma modificação que não se pode por
em dúvida, que é indiscutível.

Paralelamente: agir, ou determinar-se a agir, é modificar-se.

Esta dupla modificação – querer e agir – é tanto mais considerável e corajosa quando
é certo que se trata de uma resolução grave e de uma ação importante. Deus criou,
dizem os, crentes. Então se modificou duas vezes: a primeira, quando tomou a
decisão de criar; a segunda, quando resolveu por em prática sua determinação,
completando o gesto criador.

1. Se ele mudou duas vezes, não é imutável. E, se não é imutável, não é Deus –
não existe.
2. O ser imutável não criou.

Deus não muda, essa é sua essência. É sempre o mesmo por séculos e séculos.
Entretanto quando Deus decidiu criar qualquer coisa, por menor que fosse;

 Deus mudou seu estado de não-criado pra criador. O que alterou a sua
condição de imutável.

Como já questionamos em provas anteriores: O que induziu Deus, depois de


eternidades sem criar a fazê-lo pela primeira vez?

O amigo crente deve recordar que Deus, para ser Deus como tal, deve cumprir certas
características que própria Bíblia nos indica. Se em algum momento Deus deixasse de
cumprir alguma destas qualidades, a essência e natureza intrínseca de Deus se
perderiam e deixaria de ser Deus. Explico-me melhor; se descobrimos que Deus não é
Todo poderoso, Onisciente ou que não é Imutável… não teria sentido chama-lo Deus
já que contradiz sua natureza e suas qualidades básicas.

 Ao descobrir que definitivamente Deus não é Imutável… podemos chegar à


conclusão de que Deus, tal como foi concebido, Não Existe.

O melhor exemplo da irregularidade do conceito de Imutabilidade e do possível


câmbio de opinião de Deus é a Oração. Quando oramos e pedimos a Deus que faça
algo (curar um enfermo, ajuda para um prova escolar, que uma mulher nos diga sim,
etc.) é pedir a Deus que “mude” o que já tinha escrito por algo que favoreça nossos
desejos.

 A prática da oração e a frase “Faça-se a Tua vontade” são diametralmente


opostas e uma imensa contradição.

46
Nunca entenderei porque os crentes pensam que Deus é imutável, e, no entanto, lhe
pedem que mude seus desígnios. Há que esclarecer…

 Nosso destino está escrito pela vontade de Deus ou nossas orações e palavras
podem fazê-Lo mudar?

Se você acredita que Deus é imutável, você já sabe que por mais que você rezar,
rezar, pedir e repetir orações... Deus nunca te escutará, porque seus projetos são
eternos e alguns meros mortais como nós não podemos intervir na vontade divina.
Assim, suas orações são desnecessárias e inúteis. É muito difícil para o crente cristão
tratar de conciliar a Imutabilidade de Deus com o destino ou com as suas lamúrias
nas orações, já que a contradição e falácia surgem geralmente de forma súbita para a
dura pena tentar relacionar ambas as posições.

Uma maneira muito fácil de entender é concluindo como bem diz a Bíblia: "Nós fomos
feitos à imagem e semelhança de Deus", em outras palavras, as criações de Deus
devem ser um reflexo Dele. Se Deus é imutável, suas criações devem ser assim
também. Desnecessário será dizer que não é. Nada é imutável, nem os homens, nem
o mundo, nem o universo, nem Deus. Tudo muda nada é estático.

Amigo crente, você deve ser muito claro sobre este ponto, deve tê-lo escrito em um
banner no teto acima de sua cama para não esquecer nunca mais: Deus é imutável.
Deus não muda. Essa é uma das qualidades de Deus que nenhum conceito pode
quebrar ou alterar. (Salvo, é claro se o seu Deus não existir). Cada vez que você
começar uma oração deitado na cama, olhe essas palavras escritas no teto e em sua
Bíblia.

1. Quando Deus há milhões de anos decidiu mudar de "não criador" para


“criador”, ISTO É MUDAR.
2. Quando Deus decide responder a alguma oração e mudar suas "decisões
imutáveis". ISTO É MUDAR.
3. Quando Deus permitiu no passado, os sacrifícios humanos e todas as leis
mosaicas e, em seguida, substitui pelo Novo Testamento, ISTO É MUDAR.

Para um ser imutável, Deus está mudando demais não é mesmo?

Prova 6: Deus não pode ter criado sem motivo

De qualquer forma que se pretenda examiná-la, a criação é inexplicável, enigmática,


sem sentido. Salta à vista de todos que: se Deus criou, é impossível admitir que
pudesse ter realizado este ato grandioso – cujas consequências deviam ser,
fatalmente, proporcionais ao próprio ato, e, por conseguinte incalculáveis – sem que o
fizesse determinado por uma razão de primeira ordem. Pois muito bem.

1. Qual foi esta razão?

47
2. Porque motivo tomou Deus a resolução de criar?
3. Que movimento o impulsionaria a isto?
4. Que desejo surgiu em seu cérebro?
5. Qual seria o seu intuito?
6. Que ideia perseguiu?
7. Que fim perseguiria?

Deus não experimenta nenhum desejo, visto que a sua felicidade é infinita. Não pode
perseguir nenhum fim, visto que nada falta à sua perfeição. Não pode ter nenhum
intuito, visto que nada falta ao seu poder. Não pode determinar-se a querer seja o
que for não tendo nenhuma necessidade.

Filósofos, pensadores e teólogos respondam-me:

1. Por que é que Deus criou o homem e o lançou-o no mundo!


2. Eu estou tranquilo. Vós não podeis responder, a não ser que digais: “Os
mistérios de Deus são impenetráveis”! – e aceitais esta resposta como
suficiente.
3. E fareis bem, abstendo-vos de qualquer outra resposta, porque esta outra
resposta – previno-vos caridosamente – cavaria a ruína de vosso sistema e a
queda vergonhosa de vosso Deus.
4. A conclusão impõe-se lógica e impiedosa: Deus, se criou, criou sem motivos,
sem saber por que, nem para que.

Sabeis aonde nos conduz as consequências de tal conclusão? Vamos vê-las.

O que diferencia os atos de um homem dotado de razão dos atos de um louco, o que
determina que um seja responsável e o outro irresponsável, é que um homem dotado
de razão sabe sempre – ou pode chegar o sabê-lo – quando realiza algo, quais são os
motivos que o impulsionam, quais são os motivos que o levaram a praticar aquilo que
pensava. Muito mais quando se trata de uma ação envolvendo grandes consequências
e graves responsabilidades, é necessário que o homem entre em posse de sua razão,
se concentre sobre si mesmo, se entregue a um sério, persistente e imparcial exame
de consciência, que pelas suas recordações, reconstitua o quadro dos acontecimentos
de que ele foi agente. Em resumo, é preciso que ele procure reviver as horas
passadas, para que possa discernir quais foram as causas e o mecanismo dos
movimentos que o determinaram a agir. Frequentemente, não pode vangloriar-se das
causas que o impulsionaram, e que, amiúde, o levam a corar de vergonha. Mas,
quaisquer que sejam os motivos, nobres ou vis, generosos ou grosseiros, ele chega
sempre o descobri-los em determinado momento.

Um louco, pelo contrário, precede sem saber por que; e, uma vez realizado o ato, por
grandes que sejam as responsabilidades que dele possam derivar-se, interrogai-o,
encerrai-o, se quiserdes, numa prisão, e apertai-o com perguntas: o pobre demente
não vos balbuciará senão coisas vagas, verdadeiras incoerências. Portanto, o que
diferencia os atos de um homem sensato de um homem insensato, é que os atos dos
primeiros podem explicar-se, tem uma razão de ser, distinguem-se neles a causa e o

48
efeito, a origem e o fim, enquanto que os atos do segundo não se podem explicar,
porque um louco é incapaz de discernir a causa e o que o leva a realizá-los.

1. Pois bem! Se Deus criou sem motivo, sem fim, procedeu como um louco.
2. E, neste caso, a criação aparece-nos como um ato de demência.

O resumo e conclusão desta prova da inexistência de Deus são muito simples por que.
Porque Deus tomou a decisão em um momento específico para criar os mundos
existentes com nós em um deles? Qual foi o motivo?

Pode haver duas respostas:

1. Porque devia fazê-lo assim. Certamente, Deus tinha uma razão convincente (e
quase obrigatória) para criar o universo. Se isso for verdade, então Deus estava
simplesmente obedecendo a um parâmetro ou lei préviamente estabelecida
tornando-se um mero executor de ordens, por isso não faz sentido considerá-lo
como poderoso e livre. O mesmo acontece no exemplo de "leis naturais". A
essência de Deus o impede de obedecer a uma medida ou lei anterior a Ele.
2. Deus fez o universo e os seres humanos simplesmente por decisão própria,
porque desejava assim e por um mero desejo. O que equivale a dizer de forma
coloquialual "Deus criou o universo porque lhe deu na telha e sem nenhuma
razão”... Existe realmente alguém que realmente acredita que esta é uma
resposta adequada a um Deus perfeito? É o reflexo de um Deus caprichoso,
volúvel e leviano. De um ser irracional.

Alguns crentes dizem que Deus criou o homem, a fim de receber a adoração pelo ser
humano... Pior ainda! Um Deus que "necessita" que o adorem e lhe rendam
reverência, e que cria seres para fazê-lo... E se essas criações decidem não adorá-lo
como ele quer simplesmente as destroi.

1. Isso é equivalente a procriar filhos como único propósito de me obedecer e me


adorar e se não obedecem ou não me adoram simplesmente eu os assassino.
2. Deus deve ter um comportamento superior ao de qualquer homem louco, mas
não tem.

Com este argumento, que completamos as 6 primeiras da inexistência de Deus e que


estão relacionados com a ação criadora de Deus. Fauré, em seguida, apresenta uma
breve revisão das desculpas e argumentos dos crentes.

Para acabar com o Deus da Criação, parece essencial examinar duas objeções. Você
pode pensar que as objeções abundam, por isso, quando falo de duas objeções, quero
me referir a duas que são clássicas. Estas acusações têm tanto mais importância
quanto o que se pode, com habilidade na discussão, englobar todas as outras nestas
duas.

1ª – NÃO É POSSÍVEL CONHECER A DEUS.

Se me dizem:
49
"Você não tem direito de falar de Deus da forma como faz. Não nos apresenta senão
uma caricatura de Deus, sistematicamente ás reduzidas proporções de pequenez do
seu entendimento. Esse Deus não é o nosso. O nosso você não pode concebo-lo, pois
é superior a você, pois você não O conhece. Saiba que o que é fabuloso ao home mais
forte e mais inteligente em todos os ramos do conhecimento, é para deus um simples
jogo de crianças. Não se esqueça de que a humanidade não pode mover-se no mesmo
plano da divindade. Não perca de vista de que é tão impossível ao homem
compreender a maneira como deus procede, como aos minerais imaginar como vivem
os vegetais, como aos vegetais imaginar o desenvolvimento dos minerais e aos
animais saber como vivem e agem os seres humanos.

Deus ocupa umas alturas às que você é incapaz de chegar, habita montanhas
inacessíveis para você. Saiba que qualquer que seja o grau de desenvolvimento de
uma inteligência humana, por maiores e intensos que sejam os esforços realizados
por esta inteligência, jamais poderá se elevar à altura de Deus.

"Note, finalmente, nunca o cérebro do homem, que é limitado, podendo abarcar um


Deus que é ilimitado. Confesse sinceramente não é possível entender ou explicar
Deus. Mas você não poder compreendê-lo ou explica-lo, não pense que isso lhe dá o
direito de negar a sua existência."

Minha resposta aos teístas:

Dais-me conselhos de humildade que estou disposto a aceitar. Fazeis me lembrar de


que sou um simples mortal, o que legitimamente reconheço e não procuro esquecer-
me. Dizeis-me que Deus me supera e que o desconheço. Que seja. Consinto em
reconhecê-lo; afirmo mesmo que o finito não pode compreender o infinito, porque é
uma verdade tão certa e tão evidente, que não está em meu ânimo fazer-lhe qualquer
oposição. Vede, pois, até aqui estamos de acordo, com o que espero, ficareis muito
contentes. Somente, senhores teístas, permiti que, por meu turno, eu vos dê os
mesmos conselhos de humildade, para terdes a modéstia de me responder estas
perguntas:

1. Vós não sois homens como eu?


2. A vós, Deus não os supera como a mim?
3. Não vos é inacessível como a mim?
4. Tereis vós a pretensão de vos moverdes no mesmo plano da divindade?
5. Tereis igualmente a mania de pensar e a loucura de crer que, de um voo,
podereis chegar às alturas que Deus ocupa?
6. Sereis presunçosos ao extremo de crer que o vosso pensamento, que é finito,
possa compreender o infinito?

Não quero vos fazer a injuria, senhores teístas, de acreditar que sustentais uma
extravagância tão banal. Assim, pois, tende a modéstia e a lealdade de confessar que,
se a mim me é impossível compreender e explicar Deus, vós tropeçais no mesmo
obstáculo.

50
Tende, enfim, a probidade de reconhecer que:

1. Se eu não posso conceber nem explicar Deus, não o podendo, portanto, negar.
2. Não vos é permitido concebê-lo e não tendes, por consequência, o direito de
afirmá-lo.

Não julgueis, no entanto, que, por causa disto, ficamos na mesma situação que antes.
Foste vós que, primeiramente, afirmastes a existência de Deus; deveis, pois, ser os
primeiros a pôr de parte vossas afirmações.

1. Sonharia eu, alguma vez, com negar a existência de Deus, se vós não tivésseis
começado a afirmá-la?
2. E se, quando eu era criança, não me tivessem imposto a necessidade de
acreditar nele?
3. E se, quando adulto, não tivesse ouvido afirmações nesse sentido?
4. E se, quando homem, os meus olhos não tivessem constantemente
contemplado os templos elevados a esse Deus?

Foram as vossas afirmações que provocaram as minhas negações. Cessai de afirmar


que eu cessarei de negar.

2ª objeção: “Não há efeito sem causa”

A segunda objeção parece-nos mais invulnerável. Muitos indivíduos consideram-na


ainda sem réplica. Esta objeção provém dos filósofos espiritualistas: Não há efeito
sem causa. Ora, o Universo é um efeito; e, como não há efeito sem causa, esta causa
é Deus. O argumento é bem apresentado; parece, mesmo, bem construído. O que
restou saber é se tudo quanto ele encerra é verdadeiro. Em boa lógica, este raciocínio
chama-se silogismo. Um silogismo é um argumento composto por três proposições: a
maior, a menor e a consequência, e compreende duas partes: as premissas,
constituídas pelas duas primeiras proposições e a conclusão, representada pela
terceira. Para que um silogismo seja inatacável, é preciso:

 1º - que a maior e a menor sejam exatas;


 2º - que a terceira proposição seja proveniente logicamente das duas primeiras.

Se o silogismo dos filósofos espiritualistas reúne estas duas condições, é irrefutável e


nada mais me resta senão aceitá-lo; mas, se lhe falta uma só dessas condições, então
o silogismo é nulo, sem valor, e o argumento destrói-se por si mesmo. A fim de
conhecer o seu valor, examinemos as três proposições que o compõe.

1ª proposição (maior): “Não há efeito sem causa”.

O efeito não é mais do que a continuação, o prolongamento, o limite da causa. Quem


diz efeito diz causa. A ideia de efeito provoca necessariamente e imediatamente a
ideia de causa. Se, ao contrário, se concebe um efeito sem causa, isto seria o efeito
do nada, o que equivaleria a crer no absurdo. Sobre esta primeira proposição,
estamos, pois, de acordo.
51
2ª proposição (menor): “O Universo é um efeito”.

Antes de continuar, peço algumas explicações:

1. Sobre o que se apoia esta afirmação tão categórica?


2. Qual o fenômeno, ou conjunto de fenômenos, na qual a verificação, ou conjunto
de verificações, que permitem uma afirmação tão rotunda?
3. Em primeiro lugar, comecemos suficientemente o Universo?
4. Temo-lo estudado profundamente, temo-lo examinado, investigado,
compreendido, para que nos seja permitido fazer afirmações desta natureza?
5. Temos penetrado nas suas entranhas e explorado os seus espaços
incomensuráveis? Já descemos a profundeza do oceano?
6. Conhecemos todos os domínios do Universo?
7. O Universo já nos declarou todos os seus segredos?
8. Já lhe arrancamos todos os véus, penetramos todos os seus mistérios,
descobrimos todos os seus enigmas?
9. Já vimos tudo, apalpamos tudo, sentimos tudo, entendemos tudo, observamos
tudo, afrontamos tudo?
10.Não temos nada mais que aprender?
11.Não nos resta nada mais que descobrir?
12.Em resumo, estamos em condições de fazer uma apreciação formal do
Universo?

Supomos que ninguém ousará responder afirmativamente a todas estas questões; e


seria digno de lástima todo aquele que tivesse a temeridade e a insensatez de afirmar
que conhece o Universo. O Universo! – quer dizer não somente este ínfimo planeta
que habitamos e sobre o qual se arrastam as nossas carcaças; não somente os
milhões de astros que conhecemos e que fazem parte do nosso sistema solar, ou que
descobrimos com o decorrer dos tempos, mas ainda, esses mundos, aos quais, com
conjectura, conhecemos a existência, mas cuja distancia e o número restam
incalculáveis! Se eu dissesse “o universo é uma causa”, tenho a certeza que
desencadeariam imediatamente contra mim as vaias e os protestos de todos os
religiosos; e, todavia, a minha afirmação não seria mais descabelada que a deles.
Essa é a verdade. Se eu estudo e observo o Universo, tanto quanto as circunstâncias
o permitem ao homem fazê-lo, verificarei que é um conjunto inacreditavelmente
complexo e denso, uma confusão impenetrável e colossal de causas e de efeitos que
se determinam, se encadeiam, se sucedem, se repetem e se interpenetram.
Observarei que o todo leva uma cadeia sem fim, cujos elos estão indissoluvelmente
ligados. Cada um destes elos é, por sua vez, causa e efeito: efeito da causa que o
determinou, causa do efeito que se lhe segue.

Quem poderá dizer: “Eis aqui o primeiro elo – o elo causa”?

1. Quem poderá afirmar: “Eis o último elo – elo efeito”?


2. E quem poderá ainda dizer: “Há necessariamente uma causa número um e um
efeito número… último”?

52
À segunda proposição, “ora, o Universo é um efeito”, falta-lhe uma condição
indispensável: a exatidão. Por consequência, o famoso silogismo não vale nada.
Acrescento ainda que, no caso em que esta segunda proposição fosse exata, faltaria
estabelecer, para que a conclusão fosse aceitável, que o Universo é o efeito de uma
Causa única, da Causa primeira, de uma Causa sem Causa, de uma Causa eterna.
Espero tranquilamente esta demonstração, porque embora muitos tenham tentado,
não conseguiram; é também uma demonstração, da qual se pode afirmar, sem receio,
que jamais poderá se estabelecer de uma forma séria, positiva e científica. Por último:
admitindo que o silogismo fosse irrepreensível, ele poderia voltar-se facilmente contra
a tese do Deus-Criador, colocando-se a favor da minha demonstração.

Expliquemos: “não há efeito sem causa!” – Seja! – “o Universo é um efeito!” – De


acordo! – “Logo este efeito tem uma causa e é esta causa que chamamos Deus”! –
Pois seja!

Mas não vos entusiasmeis, teístas; escutai-me, porque ainda não triunfastes.

Se for evidente que não há efeito sem causa, é também rigorosamente exato que não
há causa sem efeito. Não há, não pode haver causa sem efeito. Quem diz causa, diz
efeito. A ideia de causa implica necessariamente e chama a ideia de efeito. Porque
uma causa sem efeito seria uma causa do nada, o que seria tão absurdo quanto o
efeito do nada. Que fique, pois, bem entendido: não há causa sem efeito. Vós,
afirmais, enfim, que o Universo-efeito tem Deus como causa. Em sentido inverso,
podemos afirmar que a causa-Deus tem por efeito o Universo. Do que resulta
impossível separar o efeito da causa e vice-versa. Desta afirmação concluo que tanto
o Universo-Efeito como o Deus-causa são igualmente eternos. Se pudesse ser de
outro modo, quer dizer, se o Universo tivesse começado, durante os milhares e
milhares de séculos que, talvez, precederam a criação, Deus teria sido durante todo
esse tempo uma causa sem efeito, o que é impossível; uma causa de nada, o que
seria absurdo.

Em conclusão: se Deus é eterno, o Universo também o é: e, se o Universo também é


eterno, é porque ele nunca principiou, é porque jamais foi criado.

Está claro isso para você?

Segunda parte – contra o deus governador

Prova 7: O Deus-Governador nega a perfeição do Deus-Criador

São muitíssimos – formam legiões – os indivíduos que, apesar de tudo, se obstinam


em crer. Concebo que, a rigor, se possa crer na existência de um criador perfeito,
53
como também concebo que se possa crer na existência de um governador necessário.
Mas, o que me parece impossível é que, ao mesmo tempo, se possa crer
racionalmente num e noutro, porque estes dois seres perfeitos se excluem
categoricamente: afirmar um é negar o outro; proclamar a perfeição do primeiro é
confessar a inutilidade do segundo; sustentar a necessidade do segundo é negar a
perfeição do primeiro. Por outras palavras: pode-se crer na perfeição ou na
necessidade do outro; mas o que não tem a menor sombra de lógica é crer na
perfeição dos dois. É preciso, pois, escolher um deles. Se o Universo criado por Deus
tivesse sido uma obra perfeita; se, no seu conjunto, como nos seus pormenores, esta
obra não apresentasse nenhum defeito; se o mecanismo desta criação gigantesca
fosse irrepreensível; se a sua perfeição fosse de modo que a ninguém despertasse a
menor suspeita de qualquer desarranjo ou de qualquer avaria; se, enfim, a obra fosse
digna deste operário genial, deste artista incomparável, desse construtor fantástico a
que chamam Deus, a necessidade de um governador nunca teria sentido. É lógico
pensar que, uma vez que a formidável máquina fosse posta em movimento, nada
mais haveria a fazer do que abandoná-la a si própria, visto que os acidentes seriam
impossíveis. Não seria preciso este engenheiro, este mecânico, para vigiar a máquina,
para dirigi-la, para repará-la, para afiná-la, enfim. Não, este engenheiro seria inútil,
este mecânico não teria razão de ser. E, neste caso, o Deus-Governador seria
também inútil. Se o Governador existe, é porque a sua intervenção, a sua vigilância
são indispensáveis. A necessidade do Governador é como que um insulto, como um
desafio lançado ao Criador; a sua intervenção corrobora o desconhecimento, a
incapacidade, a impotência desse criador.

Deus está sempre conosco, nos vendo, nos observando, olhando por nós, ostentando
seu status de Onipresente, Deus está sempre ali para ouvir nossos problemas,
intervir, corrigir, guiar, orientar e tantas coisas para conseguir que os seres humanos
que escolheram acreditar e confiar nele tenha uma vida plena e feliz. Definitivamente,
Deus é o nosso governante supremo. O presidente vitalício e perpétuo.

1. A questão é por quê?


2. Por que Deus se deu a tarefa de vigiar e governar sua própria criação?

Lembre-se que Deus é perfeito e as suas criações também deveriam ser. Nenhum
crente sensato seria tonto de pensar que Deus criou o mundo, sabendo que,
eventualmente, seria imperfeito. Independentemente se ele era perfeito no começo e
depois se desequilibrou por causa de homem é certo que Deus estava ciente de que
essas "falhas" ocorreriam. Ou talvez Deus criasse o universo e os homens apenas
para satisfazer seu desejo de megalomania, ganância pelo poder e despotismo?

O que é realmente engraçado e irônico neste Deus-governador é que, embora não


importando se existe ou não, muitas pessoas o têm usado de forma muito
conveniente para governar e controlar pessoas bem-intencionadas e muitas vezes
iludidas que têm a infelicidade de acreditar nesse Deus. A crença em Deus tem sido o
instrumento de controle e domínio de massa de que se têm utilizado os grandes
líderes e políticos da história.

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Talvez Deus já tivesse planejado tudo isso. É provável que Deus criasse um mundo
"danificado" a fim de entreter-se, divertindo-se com ele para matar o ócio das
eternidades.

Prova 8: A multiplicidade dos deuses prova que não existe nenhum

O Deus-Governador é, e não pode deixar de ser, poderoso e justo; infinitamente


poderoso e infinitamente justo. Ora, eu afirmo que a multiplicidade das religiões
atesta que falta a este Deus poder ou justiça, se não, ambas as coisas. Isso sem
falarmos dos deuses mortos, de cultos abolidos e das religiões esquecidas, porque
estas são milhares.

Falemos somente das religiões de nossos dias. Segundo os cálculos mais bem
fundados, há, presentemente, oitocentas religiões, que disputam entre si o império
dos mil e seiscentos milhões de consciências que povoam o nosso planeta. Não há
dúvida de que cada um reivindica o privilégio que só o seu Deus é o verdadeiro,
autêntico, incontestável, o único e que todos os outros deuses são deuses de mentira,
falsos deuses, deuses de contrabando e de má qualidade, e que é um trabalho
piedoso esmagá-los. A isto, acrescento que se em vez de oitocentas religiões, não
houvesse senão cem ou dez, ou duas, o meu argumento teria o mesmo valor.

Pois bem, afirmo novamente que a multiplicidade destes Deuses atesta que não existe
nenhum, porque ao mesmo tempo certifica que Deus não é todo-poderoso nem
sumamente justo. Se fosse poderoso conseguiria falar a todos os indivíduos com a
mesma facilidade com que falou isoladamente a uns poucos. Ter-se-ia mostrado, ter-
se-ia revelado a todos sem empregar mais esforços do que o que empregou para se
apresentar a poucos. Um homem – qualquer que seja – não pode mostrar-se nem
falar senão a um número reduzido de indivíduos: os seus órgãos vocais têm uma
resistência que não pode exceder certos limites. Mas Deus… Deus pode falar a todos
os indivíduos – por maior que seja o número – com a mesma facilidade que falaria a
uns poucos. Quando se eleva, a voz de Deus pode e deve repercutir nos quatro
pontos cardeais! O verbo divino não conhece distâncias nem obstáculos. Atravessa os
oceanos, escala as alturas, franqueia os espaços, sem a menor dificuldade. E visto
que ele quis – a religião o afirma – falar com os homens, revelar-se lhes, confiar-lhes
os seus desígnios, indicar-lhes a sua vontade, fazer-lhes conhecer a sua lei, bem que
poderia fazê-lo a todos e não a um punhado de privilegiados. Mas não foi o caso
desde que alguns ignoram, outros negam e outros, enfim, estabelecem comparações
entre uns e outros deuses. E nestas condições, não é sensato pensar que ele não
falou com ninguém e que as múltiplas revelações atribuídas a ele são todas falsas, ou
ainda mais, que se falou apenas a alguns poucos foi porque era incapaz de falar a
todos? Sendo assim, eu acuso-o de impotência. E se não quiserdes que o acuse de
impotência, acuso-o de injustiça.

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1. Que pensar, de um Deus que se mostra a um reduzido número e que se
esconde dos outros?
2. Que pensar de um Deus que fala para uns e que, para outros, guarda o mais
profundo silêncio?

Não esqueçais que os representantes desse Deus afirmam que ele é o pai de todos: e
que todos somos também os filhos amados do pai que reina lá em cima, nos céus.

1. Pois, muito bem, que pensais desse pai que, exuberante de ternuras para
alguns privilegiados, revelando-se lhes a eles, lhes evita as angustias da
dúvida, as torturas da vacilação enquanto voluntariamente condena a imensa
maioria de seus filhos aos tormentos da incerteza?
2. Que pensais desse pai que, no meio de seu esplendor de Majestade, se mostra
a uma parte de seus filhos, enquanto que, para a outra, fica envolto nas mais
profundas trevas?
3. Que pensais desse pai que, exigindo de seus filhos a prática de um culto, lhe
renda respeito e adorações, e chama só alguns deles para escutarem a sua
verdadeira palavra, enquanto que, deliberadamente, nega aos demais esta
sorte, este favor?

Se julgardes que este pai é justo e bom, não vos surpreendas com a minha opinião,
que é muito diferente:

A multiplicidade de religiões proclama que a Deus faltou poder ou justiça. Ora, Deus
deve ser infinitamente poderoso e infinitamente justo – são os religiosos que o
afirmam. E se lhe falta um destes dois atributos – poder ou justiça – não é perfeito:
não sendo perfeito, não tem razão de ser, não existe.

A multiplicidade dos Deuses e das religiões demonstra que não existe nenhum deles.

É muito importante este argumento contra a existência de Deus porque afeta quase
todas as suas qualidades:

1. Onisciente: Deus sabe que há milhares de falsos Deuses e religiões. Deus sabe
tudo.
2. Onipresente: Deus está ou pode estar em todos os lugares.
3. Todo poderoso: Deus pode fazer tudo. Se deus desejasse poderia falar de
forma clara a todos e a cada um dos seres humanos que povoam a Terra para
deixar claro a sua existência e a falsidade do resto dos Deuses. Não há limites
para seu poder.
4. Justiça: Deus é infinitamente justo. Deus deveria falar com todos os seres
humanos e não só com uns poucos privilegiados.
5. Sabedoria infinita: Deus é superlativamente sábio e inteligente; deveria
compreender e solucionar todo esse assunto para evitar confusões e mal
entendidos.

Amigo crente, Como você sabe que o Deus que adora é o verdadeiro? Como pode
estar seguro disso?

Possíveis respostas cristãs:


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- "Porque a Bíblia diz". Isso não é uma boa razão, o Alcorão afirma que Alá existe, as
escrituras Vedas dizem que Buda é a verdadeira divindade, os hieróglifos egípcios
dizem que Amon-Rá é o Deus máximo. Sabemos também que a Bíblia não é um livro
confiável, pois mostra imprecisões históricas, contradições, falsidades, crimes, maus
conselhos, absurdos, etc. Se você diz "Deus é real, porque a Bíblia diz:" você também
deveria apedrejar gays ou teus filhos desobedientes, porque também a Bíblia diz. Ou
só crerá da Bíblia o que te convém?

- "Porque eu sinto no meu coração". Todos os seguidores das religiões do mundo,


antigas e modernas "sentem" em seu coração que seu Deus é o verdadeiro. Este
argumento é puramente psicológico e pessoal.

- "Para mim tem sido demonstrado através de milagres" Absolutamente todos os


deuses que existiram têm fábulas de milagres, o seu Deus não é o único iluminado e
milagroso. Além disso, você tem certeza que o que você chama de milagres realmente
o são?

Vejamos que responderia um crente comum ao responder a pergunta sobre qual Deus
é o verdadeiro, já que sabemos que existe uma infinidade de deuses modernos e
ainda “ativos” e deuses já caducos.

Qual é o Deus verdadeiro?

Como quer que ele seja chamado, Deus é um só, apenas com nomes diferentes.
________
Eu acredito que é um mesmo Deus, com nomes diferentes para criar fé em diferentes
culturas. Portanto, não importa, porque de acordo com o que eu acredito, todos esses
nomes são verdadeiros:)

________
Olha, eu sou um evangélico e eu acho que o único deus é Deus

________
Simplesmente "Deus Pai" porque ele é realmente assim, e nos voltamos a Ele, como
uma criatura diante de seu pai, Deus ama todo o simples, eu sou católico e a oração
que Jesus ensinou-nos começa com o "Pai Nosso que estais no céu .." também ao
chama-lo de Deus Pai não fazemos acepção de religiões, não há diferença entre
muçulmanos, judeus, protestantes, etc, e seria como nos unirmos todos como Deus
quer ao chamá-lo de "Pai", saudações e bênçãos em Cristo Jesus ¡¡¡¡¡¡¡ ¡¡¡¡¡¡¡

________
Olá, se você ler a Bíblia, como você diz, então você sabe que seu verdadeiro nome é
Jeová, o único e verdadeiro Deus, a Bíblia diz que ele é triuno (Deus Pai, Deus Filho e
Deus Espírito Santo), três distintos e um só Deus verdadeiro, Jesus Cristo (Deus Filho)
é o nosso salvador morreu na cruz por nossos pecados, se você reconhecê-lo e aceitá-
lo em seu coração, então você vai herdar a vida eterna, quer dizer, depois de deixar
este mundo, o Espírito Santo é ele que nos conforta e nos guia em toda a verdade,
quando Jesus subiu ao céu, vnos deixou para ele para nos orientar.

Fonte (s):
57
O melhor livro "A Bíblia"

________
Eu acho q como Mahatma q Deus é o mesmo, não importa o que você chamá-lo de
Manitou, curicaeri, chacrabarti, teotl,
Fonte (s):
Gandihi
________
Pois Deus tem muitos nomes, Javé, Jeová, Alá etc ...
Mas a Bíblia diz que quando se apresenta a Moisés;
EU SOU O QUE EU SOU
Uma vez que este seria o nome mais apropriado ...

Estranhamente muitas pessoas pensam que há um só Deus, e que a variedade que


conhecemos (Jeová, Buda, Confúcio, Alá, Osíris, Thor, etc.) são apenas
representações desse Deus único. Obviamente para o crente sensato (se existe isso)
isso não pode ser, pois a Bíblia indica precisamente a existência de outros deuses aos
quais adorar é proibido. Nós também sabemos muito bem as características de todos
os deuses para saber que a diferença é notável e marcante.

Porque não só está criado dilema de saber se Deus existe ou não, porque supondo
que Deus existe, devemos perguntar quais dos muitos deuses é real e verdadeiro.

Portanto, a pergunta obrigatória volta a ser: amigo crente cristão, como você está tão
certo de que o Deus que ama que reza e pede a cada dia, que tem colocado a sua
confiança como uma criança é o Deus verdadeiro?

Prova 9: Deus não é infinitamente bom. O inferno é a prova

O Deus-Governador ou Providência é, deve ser infinitamente bom, infinitamente


misericordioso. Mas a existência do Inferno demonstra-nos que não é assim.Seguindo
de perto ao meu raciocínio:

1. Deus podia – porque é livre – não nos ter criado; mas criou-nos.
2. Deus podia – porque é todo poderoso – ter-nos criado todos bons; mas criou-
nos bons e maus.
3. Deus podia – porque é bom – admitir-nos todos, após a morte, no seu Paraíso,
contentando-se, como castigo, com o tempo de sofrimento e atribulações que
passamos na Terra.
4. Deus podia, em suma – porque é justo – não admitir em seu Paraíso senão os
bons, recusando ali lugar aos perversos; mas, neste caso, deveria destruir
totalmente os maus com a morte, e jamais condená-lo aos sofrimentos do

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Inferno. E isto porque quem pode criar, pode destruir; quem tem poder para
dar a vida, também tem o poder para tirá-la, para aniquilá-la.

Vejamos: vós não sois deuses. Vós não sois infinitamente bons, nem infinitamente
misericordiosos. Sem vos atribuir qualidades que não possuís, eu tenho a certeza de
que, se estivesse em vossas mãos – sem que isso vos exigisse um grande esforço, e
sem que, de aí, resultasse para nós algum prejuízo moral ou material – evitar a um
ser humano uma lágrima, uma dor, um sofrimento, eu tenho a certeza, repito, que o
faríeis imediatamente, sem vacilar nem titubear. E, todavia, vós não sois
infinitamente misericordiosos.

Sereis, por acaso, melhores e mais misericordiosos que o Deus dos cristãos?

Porque, enfim, o Inferno existe. A Igreja faz alarde dele: é a horrível visão, com a
ajuda da qual semeia o pavor no cérebro das crianças e dos velhos, e entre os pobres
de espírito e os medrosos; é o espectro que se instala na cabeceira dos moribundos,
na hora em que a morte lhes tira toda a coragem, toda a energia, toda a lucidez. Pois
bem, o Deus dos cristãos, esse Deus que dizem cheio de piedade, de perdão, de
indulgência, de bondade e de misericórdia, precipita para todo o sempre, uma parte
dos seus filhos, num antro de torturas as mais cruéis, e de suplícios os mais
horrendos.

Oh! Como ele é bom! Como ele é misericordioso!

Vós conheceis certamente estas palavras das escrituras: “Muitos serão os chamados,
mas poucos os eleitos”. Bem sem abusar de seu valor, estas palavras significam que o
número de salvos será ínfimo, enquanto que o número de condenados há de ser
considerável. Esta afirmação é de uma crueldade tão monstruosa que os teístas têm
procurado dar-lhe outro sentido. Mas pouco importa: se o Inferno existe, é evidente
que os condenados – muitos ou poucos – aí sofrerão os mais dolorosos tormentos.

Agora, pergunto eu: a quem podem beneficiar os tormentos dos condenados?

 Aos eleitos? –
 Evidente que não.

Por definição, os eleitos serão os justos, os virtuosos, os fraternais, os compassivos: e


seria absurdo supor que a sua felicidade, já incomparável, pudesse ser aumentada
com o espetáculo de seus irmãos torturados.

 Aos próprios condenados?


 – também não, porque a igreja afirma que o suplicio desses desgraçados
jamais acabará; e que, pelos séculos dos séculos, os seus sofrimentos serão tão
horripilantes como no primeiro dia.

Então?… Então, aparte dos eleitos e aparte dos condenados, não há senão Deus, não
pode haver senão ele.

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 É, pois, Deus, quem obtém benefícios aos sofrimentos dos condenados?
 É, pois, ele, esse pai infinitamente bom, infinitamente misericordioso, que se
regozija sadicamente com as dores e que voluntariamente condena os seus
filhos?

Ah! Se isto é assim, esse Deus aparece-nos como carrasco mais feroz, como o
inquisidor mais implacável que se pode imaginar. O inferno prova que Deus não é
bom nem misericordioso – a existência de um Deus de bondade é incompatível com a
existência do inferno.

E de duas uma: ou o inferno não existe, ou Deus não é infinitamente bom.

ESTE É O FAMOSO E CONTUNDENTE ARGUMENTO DO INFERNO.

Pense novamente amigo crente cristão: Você não é Deus (eu tenho que lembrá-lo),
nem é todo-poderoso e infinitamente bom ou infinitamente sábio, mas com certeza se
lhe perguntasse se você gostaria que seu pior inimigo ou a pessoa mais má ou mal
intencionada do mundo sofresse um tormento eterno para sempre, eu tenho certeza
que você como um ser humano pensante, nobre e piedoso, não aceitaria. Agora
imagine aplicar esse castigo eterno para uma boa pessoa que quebra um dos
mandamentos de Deus, qualquer que seja, dizer "Ser ateu" (não crer em Deus), a
pessoa que se afirma ateia está a violar seguramente, nada menos que um grande
mandamento: "Amar a Deus sobre todas as coisas", porque de acordo com o seu
Deus que é todo amor e misericórdia, essa pessoa, não importa se é um cidadão
exemplar e respeitável, irá inevitavelmente ao inferno para sofrer o tormento eterno e
a dor eterna. Tenho certeza que você não gostaria desse destino para mim ou
qualquer dos meus colegas. Neste sentido, você é muito superior em bondade e
misericórdia, que o seu próprio Deus. Em outras palavras, você é mais perfeito que
Deus.

Claro, muitos dos crentes argumentam com a desculpa clássica e batida: "Nossa
mente não pode compreender o plano de Deus. Ele sabe por que faz as coisas dessa
maneira.” Nós já dissemos antes que SIM, se pode conhecer a mente e a vontade de
Deus. Não podemos passar a vida toda simplesmente atribuindo nossa ignorância às
barbaridades que (segundo a própria Bíblia) sabemos que Deus é capaz de fazer.

Um grande grupo de cristãos tem um conceito do inferno diferente do que a Bíblia diz.
Muitos não acreditam na existência literal do Inferno como um lugar de tormento
eterno, isso, obviamente, porque contradiz as características de bondade e
misericórdia de Deus. Protestantes chamados "Testemunhas de Jeová” dizem isso.
Segundo eles a punição para os pecadores após a morte e o julgamento é a total
escuridão, a morte eterna. O pecador é apenas "desligado". Uma espécie de "sono
sem sonhos." Este conceito de inferno é muito parecido com a ideia de que tem
alguns ateus sobre o que acontece após a morte (inclusive eu). Então... Qual é a
punição? Não ser capaz de desfrutar dos benefícios e da alegria que nos daria o
paraíso. Para mim, pessoalmente, isso não faz sentido, já que ao estar morto e sem
consciência não se pode estranhar ou desejar nada. Parece absurdo da mesma forma.

60
Muitos outros (como os entrevistados abaixo) têm a convicção de que o inferno que
os pecadores precisam passar é precisamente esta vida que vivemos agora na terra.
Que eu acho que é quase tão absurdo como no caso anterior, porque se isso fosse
verdade, tanto os bondosos quanto os maldosos iriam sofrer as punições do inferno,
então não faz sentido tentar ser bom se ele iria sofrer as mesmas sanções.

Aqui estão algumas respostas dos crentes cristãos à pergunta:

Você acha que existe inferno?

__________

Eu acredito em Jesus Cristo, e Ele disse que o inferno existia, mas disse que está
preparado para o diabo e seus anjos, não para nós. Mas, se decidimos não aceitar a
salvação que Deus nos dá por meio Dele, então iremos aquele lugar, mas não está
preparado para nós por Deus.

__________

claro que existe e a Bíblia o diz, mas há muitos que estão enganados pelo demônio
fazendo-lhes pensar que ele, o Diabo não existe, e muito menos o inferno

o que não existe é o Purgatório

__________

é claro. Há o bem e há o mal, há o preto e há o branco, há céu e há inferno, a Bíblia o


menciona muitas vezes. Isso não significa que seja um lugar físico onde as almas são
enviadas, pois as almas não têm corpo.

__________

Aqui na terra, neste mesmo lugar de onde fazendo chegar essa mensagem, aí onde
você está e os outros: a cada dia alguém morre de fome a cada dia há uma guerra,
todos os dias há desastres. Todos os dias há seres humanos que exploram os seus
semelhantes, todos os dias de cada ano, de todos os tempos este é o inferno no qual
vivemos.

__________

Muitos dizem que o inferno não existe, ainda há religiões que negam, mas a verdade
é que segundo a Bíblia é um lugar real.

Aqueles que negam que são como os que te convidam às drogas, que te dizem: Não,
vai te acontecer nada e podes deixar quando quiser etc. a piada é que quando você
perceber estás metido até o pescoço e nem sequer pode ver uma saída e vai dizer,
porque você nunca escutei os que disseram que as drogas matam?

Não se explicar, mas garanto-vos que o inferno se ela existir.

__________

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O chamado "inferno" é um termo abstrato para definir a sepultura comum da
humanidade.
Usamos o "inferno" para indicar que as pessoas estão mortas, não pensam ou sofrem.

Se você ou eu, ou alguém morre, de diz que "vai" para o inferno.

Deus vai ressuscitar todos os mortos estão no inferno.

__________

Eu acredito em céu e inferno, mas o inferno não me motiva a ser bom, para mim o
inferno é lá para os pecadores Eu sou guiado pela palavra de Deus e da Igreja.

__________

É interessante como de maneira breve e resumida a religião católica, nos descreve o


inferno e suas características. Vale a pena ler:

1. O que é o inferno? É chamado inferno o destino daqueles que morrem em pecado


mortal. É a sentença condenatória do julgamento de Deus. É a situação de punição e
sofrimento que aqueles que morreram sem se arrepender dos pecados graves.

2. Qual é a punição no inferno? Os sofrimentos do inferno são eternos, nunca acabam,


e geralmente se dividem em dois tipos:

* Pena de dano. - Separação de Deus, bem supremo. É o mais trágico do inferno.

* Pena de sentido. - Graves sofrimentos que incluem a presença e ódio de demônios e


outros condenados. É mencionado com um fogo especial.

3. Quem está agora no inferno? Agora, sofrem com esta situação, os homens que
morreram sem se arrepender de seus pecados e demônios. Entre os demônios se
conhece um particularmente malvado chamado de Satanás. Entre os condenados não
tem certeza do nome de ninguém, nem se sabe os nomes daqueles que estão no céu,
exceto os santos reconhecidos pela Igreja. Vários santos mencionar visões sagradas
de homens e demônios condenados no inferno, mas não dão nomes específicos.

4. “O Inferno é um autocondenação”? É em parte é uma autocondenação, pois cada


pessoa toma decisões deliberadas que levam a essa situação. Em parte, é uma
sentença divina (julgamento), porque o Senhor estabeleceu assim.

5. Se Deus é bom e misericordioso, como existe inferno? Este tema tem sido muito
discutido.

Vamos dar algumas respostas:

* Deus quis que a liberdade humana fosse real, de modo que não dá no mesmo fazer
o bem ou o mal. As nossas decisões determinam nosso destino.

* A bondade e a misericórdia divinas se mostram nas abundantes facilidades previstas


para a nossa salvação. Por exemplo: perdoar os pecados várias vezes, toda vez que

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recebemos o sacramento da confissão. Estes meios de salvação custaram sua paixão
e morte na Cruz.

* Provavelmente as dores do inferno são inferiores às que merecem os pecados.

6. Poderia ser o inferno de duração limitada? Os Anjos tem uma vontade muito forte e
as suas decisões são finais. Por isto os diabos não podem se arrepender das decisões
do mal que fizeram. O mesmo acontece com as almas dos condenados: Após a morte
sua vontade é firmemente direcionada para o mal e não podem se arrepender.

Amigos cristãos, nós ateus não acreditamos no inferno ou qualquer lugar de tormento
eterno. A lógica e o senso comum nos impedem de ter essa crença estúpida. É claro
que gostaríamos que os criminosos e bandidos que povoam este mundo tivessem a
sua punição. Vemos com angustia e impotência como muitas pessoas de coração
perverso e comprovada maldade, vivendo por muitos anos em abundância e
completamente fora da lei, enquanto nós também comprovamos que pessoas boas
sofrem muitas dificuldades e muitos problemas para enfrentar a vida. É muito injusto,
e não há nada que garanta que os maus ao morrer recebam uma punição compatível
com seus crimes. E pensar que o inferno os espera é simplesmente o nosso desejo de
justiça ampliado. Qual seria a solução para isso? Infelizmente temos que confiar e
tentar melhorar os métodos da justiça humana, decisões mais rápidas e mais eficazes.
Infelizmente os nossos métodos de punição para os infratores da lei são a prisão, a
pena de morte (em partes) e até mesmo tortura... Cada uma delas com seus prós e
contras, e suas respectivas controvérsias.

Prova 10: O problema do mal

É o problema do mal que me fornece material para o meu último argumento contra o
Deus-Governador, e, simultaneamente, para o meu primeiro argumento contra o
Deus-justiceiro.

Eu não digo que a existência do mal – mal físico e mal moral – seja incompatível com
a existência de Deus; o que digo é que é incompatível com o mal a existência de um
Deus infinitamente poderoso e infinitamente bom. O argumento é conhecido, ainda
que o não seja senão pelas múltiplas refutações – sempre impotentes – que se lhes
tem apresentado. Remontam-no a Epicuro. Tem, portanto, mais de vinte séculos de
existência: mas, por velho que seja, conserva ainda todo o seu vigor. Esse argumento
é o seguinte:

O mal existe. Todos os seres sensíveis conhecem o sofrimento. Deus, que tudo sabe,
não pode ignorá-lo. Pois bem, de duas, uma: Ou Deus quer suprimir o mal e não
pode; ou Deus pode suprimir o mal e não quer.

63
No primeiro caso, Deus pretendia suprimir o mal, porque era bom, porque
compartilhava das dores que nos aniquilam, porque participava dos sofrimentos que
suportamos. Ah! Se isso dependesse dele! O mal seria suprimido e a felicidade
reinaria sobre a Terra…

 Mais uma vez diremos que Deus é bom, mas não pode suprimir o mal.
 No segundo caso, Deus poderia suprimir o mal. Bastaria que quisesse para que
o mal fosse abolido. Ele é todo poderoso e não quer suprimir o mal; portanto,
não é infinitamente bom.

Aqui, Deus é todo poderoso, mas não é bom; lá, Deus é bom, mas não é todo
poderoso. Para admitir a existência de Deus, não basta que ele possua uma destas
perfeições: poder ou vontade. É indispensável que possua as duas.

 Este argumento nunca foi refutado.

Entendamo-nos: ao dizer nunca foi refutado quero dizer que, racionalmente, ninguém
ainda conseguiu refutar, embora tenham tentado isso muitas vezes. A tentativa de
refutação mais conhecida é esta:

“Vós apresentais em termos errôneos o problema do mal. É um equivoco atirar para


cima de Deus toda a responsabilidade. Bem, é certo que o mal existe – é inegável;
mas só o homem é responsável por ele. Deus não quis que o homem fosse um
autômato, uma máquina, que obedece cega e fatalmente. Ao criá-lo, Deus deu-lhe
completa liberdade – fez dele um ser inteiramente livre; e, conforme com essa
liberdade, que generosamente lhe outorgou, concedeu-lhe a faculdade de fazer dela,
em todas as circunstâncias, o uso que quisesse. E se o homem, em vez de fazer uso
nobre e justiceiro deste bem inestimável, faz dele um uso criminoso, porque seria
injusto: devemos acusar mais é o homem, o que é razoável”.

 Eis aí a objeção clássica.


 Quanto é que ela vale?
 Nada!

Eu explico-me: façamos distinção entre o mal físico e o mal moral. O mal físico é a
doença, o sofrimento, o acidente, a velhice, com o seu cortejo de vícios e
enfermidades; é a morte, que indica perda de seres que amamos. Há crianças que
morrem dias depois de seu nascimento sem conhecer outra coisa além de um
sofrimento permanente. Há uma enorme multidão de seres humanos para quem a
vida não é mais do que uma longa série de dores e aflições: para os quais seria
preferível que não tivessem nascido. E na ordem natural, as epidemias, os
cataclismos, os incêndios, as secas, as inundações, as tempestades, a fome e toda
essa enormidade de trágicas fatalidades que originam a dor e a morte.

1. Quem ousará dizer que o homem é o responsável por este mal físico?

64
2. Quem não compreende que se Deus criou o Universo, dotando-o com as
formidáveis leis que o regem, o mal físico não é senão uma destas fatalidades
que resultam de um jogo normal das forças da natureza?
3. Quem não compreende que o autor responsável destas calamidades é, com
toda a certeza, quem criou o Universo e quem o governa?

Suponho que, sobre este ponto, não há contestação possível. Deus que governa o
Universo é o responsável pelo mal físico. Esta resposta seria suficiente, e, no entanto,
vou continuar. etendo mostrar que o mal moral é tão imputável a Deus quanto o mal
físico. Se Deus existe, foi ele que presidiu à organização do mundo físico.

 Por consequência, o homem, vítima do mal moral, como do mal físico, não pode
ser responsável por um nem por outro.

Vamos, pois, ver agora na terceira e última série de argumento, o que tenho a dizer
sobre o mal moral. Para os Ateus este é o argumento a que mais aludimos nas nossas
discussões com os crentes, e por sua vez, é um dos argumentos que é mais dificil de
responder por aqueles que afirmam crer em Deus. A declaração do problema é
simples:

 Se Deus é onipotente e infinitamente bom. Por que há tanta maldade no


mundo?

Veja como seria desenvolver uma conversa crente/ateu sobre o assunto:

- Ateu: Se Deus é onipotente e infinitamente bom... Por que há tanta maldade no


mundo?
- Crente: Não sei por que os ateus sempre usam essa questão para negar a Deus
- Ateu: Porque é uma questão muito válida que pode provar que Deus não é Todo-
Poderoso ou não ou não é bom.
- Crente: Antes de tudo devo dizer que Deus não é responsável pelo mal no mundo, é
o homem que ao pecar trouxe o mal ao mundo. Lembre-se que Deus nos criou para
ser perfeito. É o homem com seu orgulho e ganância, que permitiu que o mal
dominasse.
- Ateu: Bem, na verdade, se Deus é o responsável pelo mal, porque, em teoria, Deus
é responsável por tudo, recorda o ditatado que os cristãos costumam repetir sempre:
"Nem uma folha cai de uma árvore sem a autorização de Deus”... Se isso for verdade,
seria como dizer: "Nem um homem peca no mundo sem a autorização de Deus”.
- Crente: Mas Deus não criou o mal. O mal é independente de Deus.
- Ateu: Esta afirmação não é de todo correta. A Bíblia diz em muitas ocasiões que
Deus é o criador do mal. Se você ler os versos a seguir, você vai perceber que Deus é
criador e do mal:

Êxodo 4:11
11.Disse-lhe o Senhor: “Quem deu boca ao homem? Quem o fez surdo ou mudo?
Quem lhe concede vista ou o torna cego? Não sou eu, o Senhor?”
Jó 30:23

65
23. Sei que me farás descer até a morte, ao lugar destinado a todos os viventes.
Jó 42:11
11. Então vieram ter com ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos
quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa; condoeram-se
dele, e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles
lhe deu uma peça de dinheiro e um pendente de ouro.
Isaías 45:6-7
6.Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não
há outro; eu sou o Senhor, e não há outro. 7.Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço
a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas.
Jeremias 18:11
11."Agora, portanto, diga ao povo de Judá e aos habitantes de Jerusalém: ‘Assim diz
o Senhor: Estou preparando uma desgraça e fazendo um plano contra vocês. Por isso,
converta-se cada um de seu mau procedimento e corrija a sua conduta e as suas
ações’.
Amós 3:6
6.Quando a trombeta toca na cidade, o povo não treme? Ocorre alguma desgraça na
cidade, sem que o SENHOR a tenha mandado?

Além disso, lembrem que Deus é o Criador de todas as coisas, TODAS, pois se me
dizes que Deus não criou o mal, então existiu algo que Deus não fez, isso, portanto,
quebrara a premissa de ser o criador de TUDO.Certo?

- Crente: Você não entende. É o homem o responsável.


- Ateu: Você sabe que simplesmente ignora o que eu estou dizendo?
- Crente: O quê?
- Ateu: Bem, esta conversa se tornou um pouco surreal... De volta para o pecado
original do homem, eu assumo que quando você diz que o homem é o responsável do
pecado estás admitindor a existência desses seres como Adão e Eva e, ao mesmo
tempo aceitando que todas as histórias do Gênesis são corretas e verdadeiras.
- Crente: É claro que havia Adão e Eva. A Bíblia diz isso.
- Ateu: Ok, com base nisso e se o mal entrou no mundo por causa do pecado original,
por acaso Deus não sabia que Adão e Eva pecariam?
- Crente: Bem, Deus sabia, ele é onisciente. Mas lembre-se que também nos deu o
livre arbítrio. Eles poderiam escolher não pecar
- Ateu: Espere, Deus sabia que eles pecariam, mas ao mesmo tempo eles escolheram.
Como podem escolher algo que Deus já sabia que aconteceria? Não é uma
contradição?
- Crente: É para alguns isso pode parecer estranho, mas lembre-se, Deus tem suas
razões para fazê-lo, jamais simples humanos como nós podemos compreender suas
decisões.
- Ateu: Deixe-me adivinhar, você diz: "Os caminhos de Deus são misteriosos" e que
suas dúvidas levarás ao seu líder espiritual da igreja.
- Crente: Claro...! Vejo que você está já compreedendo como Deus trabalha. Ainda
bem que o Espírito Santo começa a iluminar o seu entendimento...

Vejamos o que diz a doutrina católica sobre a existência do mal:


66
57. Se Deus é onipotente e providente, então porque existe o mal?

A pergunta, tão dolorosa quanto misteriosa, sobre a existência do mal só se pode


responder a partir do conjunto da fé cristã. Deus não é de modo algum, direta ou
indirectamente a causa do mal. Ele ilumina o mistério do mal no seu Filho Jesus Cristo
que morreu e ressuscitou para conquistar o grande mal moral que é o pecado dos
homens e que é a raiz dos outros males. (Catecismo da Igreja Católica, # 309-310
324, 400)

58. Por que Deus permite o mal?

A fé nos dá a certeza de que Deus não permitiria o mal se não fizesse sair o bem do
próprio mal. Deus fez isso admiravelmente e com a morte e ressurreição de Cristo: de
fato, do maior mal moral, a morte de seu Filho, Deus trouxe o maior bem, a
glorificação de Cristo e a nossa redenção. (Catecismo da Igreja Católica, 311-314 #
324)

(Extraído do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica)

É realmente incrível como os fiéis não só tentam justificar a existência do mal no


mundo, mas tratam de transformar Deus num ser bom e perfeito em qualquer
situação. Essas declarações só são aceitas por aqueles que por "fé" QUEREM aceitá-
las.

Leia um pouco mais:

Porque, se Deus nos ama coisas ruins acontecem?

Certamente, Deus nos ama e nos ama muito, muito mais do que podemos imaginar,
porque Ele nos ama infinitamente. Mas acontece que às vezes acreditamos que Deus
não nos ama porque Ele não nos ama como nós acreditamos que ele deve nos amar.

Na realidade o que acontece é que estamos pensando a mesma coisa quando éramos
crianças e nossos pais não nos davam tudo o que queríamos e isso era motivo de
reclamações de nossa parte. Ou estamos agindo como quando nos proíbem alguma
coisa e não gostamos. Ou quando nos causavam uma dor necessária para curar uma
enfermidade: um medicamento desagradável, um tratamento doloroso etc.
Protestávamos contra essas coisas “más” que eram na realidade eram boas.

Deus é Pai também. E é um Pai amantíssimo que é infinitamente mais sábio do que
nossos pais terrenos. Só Ele sabe o que é melhor para nós. E às vezes as coisas que
consideramos "más" são o oposto: muito boas. Talvez muito melhor do que aquelas
que consideramos "boas".

Não podemos medir as coisas de Deus com medidas terrenas, mas como a medida da
eternidade. Deus sabe melhor do que nós. Se os nossos pais sabiam o que era mais
adequado a nós quando crianças, como não confiar que Deus é quem sabe do que
melhor convém a cada um de nós!
67
O problema é que os planos de Deus são em longo prazo, em muito longo prazo, são
para a eternidade. E queremos reduzir Deus ao nosso tempo que é muito curto,
curtíssimo. Queremos reduzir a Deus a esta vida terrena, que é muito curtinha,
quando comparada com a vida na eternidade.

Para entender, ainda que pouco os planos de Deus, devemos começar a ver a nossa
vida aqui na terra com os olhos da eternidade. Assim, talvez possamos começar a
compreender como os planos de Deus fazem sentido e como as coisas que nós
acreditamos "ruins" não são tão ruins, mas boas.

Como é difícil para nós aceitar o sofrimento, a doença! E no plano de Deus muita coisa
provém do sofrimento. Vejamos Jesus Cristo: o seu sofrimento nos trouxe a salvação.
Pela morte de Cristo todos temos direito a uma vida de felicidade completa e total por
toda a eternidade.

Com certeza não foi assim o começo. Deus não criou os seres humanos para o
sofrimento. Mas ao nos opormos a Deus pelo pecado entrou no mundo o sofrimento, a
morte e a doença. E Deus que é infinitamente bom, muda as coisas “más” em boas,
muda o sofrimento em lucro para a vida eterna.

O sofrimento é um mistério. Como qualquer mistério não pode ser explicado de forma
satisfatória. Só vamos entendê-lo depois desta vida. Lá na eternidade
compreenderemos os planos de Deus muito melhor do que agora. Enquanto isso,
confiamos em Deus. É Ele que sabe.

É certo e inquestionável que coisas ruins e desagradáveis acontecem e seguirão


acontecendo. Há coisas que nos acontecem e vemos como mal, quando na realidade
não são mais que "efeitos colaterais" das consequências que inevitavelmente ocorrem
em desastres naturais. Não podemos culpar o homem da existência de terremotos e
vulcões. É a ação da natureza. Simplesmente nós somos afetados por esse
comportamento. O homem é sim responsável por muitas coisas ruins que nos
ocorrem: assassinatos, roubos, terrorismo, conspiração, atos contra a natureza e
todos os males gerados pela mente e ação humana. E o homem como responsável por
esses males deveria ser também o responsável pela solução deles com ações efetivas
e aplicáveis. Esperar que algum ser divino e invisível resolvesse ou que ao menos nos
ajudasse a resolver nossos problemas é simplesmente ingenuidade. Tudo isso sem
falar que muito do mal que tem ocorrido na história da humanidade foi criado
precisamente por esse tipo de crença em seres divinos, chamados deuses.

Nós os homens pensantes deveríamos aceitar e realizar as seguintes coisas para


melhorar o "mal" que existe no mundo: Em primeiro lugar, aceitar que, quando a
natureza age pode nos afetar negativamente. E, segundo, parar de culpar e buscar
soluções em Deuses e aceitar de uma vez por todas a nossa responsabilidade e agir
de maneira correta e eficiente para corrigi-las. E deixar de dar valor a “vozes” em
nossa cabeça, a escritos de um livro velho ou à voz de algum fanático religioso.

68
Terceira parte – contra o deus justiceiro

Prova 11: O homem não pode ser castigado nem recompensado

1. Que somos nós?


2. Presidimos às condições de nosso nascimento?
3. Fomos consultados sobre se queríamos nascer?
4. Fomos chamados a traçar o nosso destino?
5. Tivemos, sobre qualquer destas questões, voz ou voto?

Se cada um de nós tivesse voz e voto para escolher, desde o nascimento, a saúde, a
força, a beleza, a inteligência, a coragem, a bondade, etc., seguramente que todos
estes benefícios teríamos nos outorgado. Cada um de nós seria, então, em resumo de
todas as perfeições, uma espécie de Deus em miniatura.

1. Mas, afinal, que somos nós?


2. Somos aquilo que queríamos ser?
3. Não, incontestavelmente não.

Na hipótese Deus, somos – visto que foi ele que nos criou – aquilo que ele quis que
fôssemos. Deus, ao ser livre, podia não nos ter criado. Ou podia ter-nos criado mais
perfeitos, já que ele é bom. Podia ter nos dotado de todos os dons físicos, morais e
intelectuais, virtuosos, bem comportados, excelentes, etc. porque é todo poderoso.

Pela terceira vez: Que somos nós? Somos o que Deus quis que fôssemos, visto que
ele criou-nos segundo o seu capricho e o seu gosto.

Não se pode dar outra resposta a esta pergunta admitindo-se que Deus existe e Ele
nos criou. Com efeito, foi Deus que nos deu os sentidos, as faculdades de
compreensão, a sensibilidade, os meios de perceber, de sentir, de raciocinar, de agir.
Ele previu e desejou determinar as nossas condições de vida; coordenou as nossas
necessidades, os nossos desejos, as nossas paixões, as nossas crenças, as nossas
esperanças, os nossos ódios, as nossas ternuras, as nossas aspirações. Ele concebeu
e preparou o meio em que vivemos, determinou todas as circunstâncias que, a cada
momento, movem a nossa vontade e determinam nossas ações.

 Perante este Deus formidavelmente dotado, o homem é, portanto,


irresponsável.

Ele que não está sob a dependência de ninguém é eternamente livre; o que está um
pouco sob dependência de outro é um pouco escravo, só é livre pela diferença; o que
está muito sob a dependência de outro é muito escravo, e não é livre senão para o
resto; enfim, o que esta em absoluto sob a dependência de outro, é totalmente
escravo, não gozando de nenhuma liberdade.

69
 O homem existe como escravo da vontade divina e, sua dependência é tanto
maior quanto mais longe está de seu Mestre.

Se Deus existe, só ele sabe, pode e quer, só ele é livre. O homem não sabe nada, não
pode nada, não vale nada, sua dependência é completa. Se Deus existe, ele é tudo –
o homem, nada.

O homem, submetido a esta escravidão, aniquilado sob a dependência, plena e


completa de Deus, não pode ter nenhuma responsabilidade. E, se o homem é
irresponsável, não pode ser julgado. Todo o julgamento implica um castigo ou uma
recompensa; mas os atos de um irresponsável, não possuindo nenhum valor moral,
estão isentos de qualquer responsabilidade. Os atos de um irresponsável podem ser
úteis ou prejudiciais. Moralmente não são bons nem maus, como não são meritórios
nem responsáveis; julgados equitativamente, não podem ser recompensados nem
castigados. Portanto, Deus, erigindo-se como justiceiro, castigando e recompensando
o homem irresponsável, não é mais do que um usurpador, que se arroga um direito
arbitrário, usando dele contra toda a justiça.

Do que foi escrito, concluo:

1. Que a responsabilidade do mal moral é imputável a Deus, como igualmente lhe


é imputável à responsabilidade do mal físico;
2. Que Deus é um juiz indigno, porque, sendo o homem irresponsável, não pode
ser castigado nem recompensado.

Nós somos o que Deus quer que sejamos. Estamos sujeitos inteiramente à sua
vontade. Como o ditado popular: "Seja o que Deus quiser!" Sem dúvida, para o
crente, Deus é o guia e o motor da nossa vida até o ponto em que poderíamos ser
considerados seus marionetes ou brinquedos favoritos.

Ao escutar estas palavras, a maioria dos cristãos vai argumentar quase gritando: "Nós
não somos marionetes de Deus, temos livre arbítrio." Nós já conversamos sobre isso
de que o “homem decidiu seu destino" é uma completa contradição com onisciência
de Deus e com o nosso futuro que já foi escrito por ele desde sempre.

A Bíblia fala claramente de um "livro da vida" muito falado no livro do Apocalipse.

Se Deus fosse justo, todos os seres humanos seriam iguais. Embora se diga que
"somos todos iguais aos olhos de Deus", vemos que na prática não é assim, veja
como parece que Deus favorece alguns e, definitivamente, vira as costas para outros,
a tal ponto que com algumas pessoas honestas e visivelmente de bom coração,
parece que Deus perdeu o juízo e faz questão de proporcionar-lhes uma vida mais
dura e dolorosa.

Ainda vemos com espanto que em muitas ocasiões, muitos dos provados e
oficialmente "filhos de Deus" membros de religiões que dizem que seus membros são
"salvos", parece que Deus lhes coloca dificuldades levando-os a uma vida de

70
sofrimento e miséria. Às vezes, a sua fé e seu amor a Deus não parece ajudar a
tornar a vida mais alegre e feliz. E, ao contrário, os homens de reconhecida maldade
parecem ser recompensados com riqueza e felicidade até o fim de sua vida (lembrem-
se, muitos políticos e alguns presidentes de países conhecidos). O consolo desta
situação para o abnegado crente é "Deus vai lhes dar uma punição apropriada após a
morte." Que esperança mais ingênua!

Leia algumas impressões de crentes comuns sobre a justiça e a equidade de Deus.

Pergunta: Deus é justo?

Este é um mundo transitório. Estamos nele só para melhorarmos como ser humano e
como espírito que, em última análise é a essência. É um mundo de erros e habitado
por gente muito equivocada, entre as quais estamos nós, com mais ou menos erros
que os demais. O livre arbítrio torna possível enganar, ser hipócrita, mentiroso, etc.
Somos nós que fazemos nossa vida impossível e, em seguida queremos que deus
solucione tudo. Em primeiro lugar, se Deus aplicasse algum tipo de justiça, deveria
castigar alguns e Deus não castiga, se o fizesse quase todos seriam punidos e
ninguém é punido, pelo menos por Deus, e sim por nossos caprichos, imperfeições e
falta de e falta de fraternidade. A outra coisa é que o que temos de aperfeiçoar neste
mundo é o nosso espírito não nossa matéria.

Qualquer cristão sabe que a matéria é transitoria e o espírito permanece. Por último,
se Deus intervisse faria acepção entre uns e outros. Você me dirá que há muitos que
são maus. Sim precisamente, esta é uma das muitas oportunidades que lhes dá o
bem, se não a aproveitam seguem sendo responsáveis, aumentando o seu sofrimento
e prejudicando outras pessoas. Se a ti te tocou ser dos outros, dos que não fazem o
mal ou são justos e tratam de melhorar, bom para ti, está aproveitando esta vida e
semeando um futuro de pureza espiritual. E talvez os outros seres precisem mais de
ajuda do que a punição, pois só estão retardando em seu próprio desenvolvimento.

Fonte (s): Faculdade de Ciências basilio espiritual.

________________

Não vejas dessa forma, mas desta:

Todo o mal existe para apreciar as coisas boas.

Deus não decide por nós, nós criamos nosso destino com base em nossas
desisões.

Fuente(s): eu mesmo

________________

Deus é como um pai, ele deixa que seus filhos cometam seus próprios erros
para que assim aprendam com eles. Deus é justo e bom. É amor.

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________________

Claro que sim, deus é amor, só que as vezes tem que castigar os filhos quando se
portam mal.

________________

Ainda que assim seja, Deus é justo e bomdoso de qualquer forma.

________________

Amigo, SIM, Deus é justo e sua justiça é para sempre. E Deus fez uma criação pura e
justa para um homem que era espírito e era bom, mas o homem exigiu viver nas
condições que tu apresenta, portanto essas condições desastrosas de viver são as
condições que nós escolhemos. E que culpa tem Deus se alguns escolheram nascer
em berçs de outro e outros na miséria? Que culpa tem Deus das enfermidades, da
dor, da aflição e da morte? O presente m undo não representa em nada o mundo que
Deus criou para o homem viver. Quando chegamos neste mundo temos a opção de
buscar a Deus, mas desafortunadamente não o buscamos. ///QUE PODE FAZER DEUS
ALÉM DE VER COMO NOS DESTRUÍMOS? Ele tem uma solução/// Um mundo melhor e
este presente mundo será destruído com fogo, agora não será com ágoa, mas com
fogo e depois deus estabelecerá seu novo mundo com todas as pessoas de todas as
gerações que o buscaram e aceitaram/// Essa é a verdade.!!!

________________

Os que nascem com enfermidades são assim porque Deus quer e isso temos que
respeitar e cuidado para não dizer que são erros porque Deus não comete erros como
os deficientes. Os da áfrica estão assim por nossa culpa porque o mundo está mal
organizado com uns países tão ricos e outros tão pobres, porém não por culpa de
Deus e sim por culpa do pecado humano porque muitos só pensam em ter dinheiro (e
eu me incluo), comprar um carro, uma casa...sem parar para pensar que há pessoas
que não tem nem o que comer. Todas essas pessoas que vivem na rua não é por
injustiça de Deus, mas por milhares de motivos, mas não por culpa de Deus porque
Deus é amor. Isso de pessoas que vivem na rua é injustiça e eu não penso nunca que
é injustiça de deus. Recorda que Deus é amor e nunca nos dá carga que não podemos
suportar. Ainda que há coisa que não podemos entender como as pessoas que vivem
na rua lembra que NADA é por culpa de Deus, lembra que sua máxima expressão de
amor foi quando mataram seu fliho e pagou por nossos pecados. Deus nos ama e não
quer nada de mal para seus filhos amados. Saudações!

___________

A única coisa que te posso dizer é que quem se atreve a por em dúvida a justiça
divina, tem que pedir perdão por suas palavras já que se Deus não fosse justo este
mundo não funcionaria desta forma.

72
Agora leia um tipo de louvor ou um poema dedicado a Deus e a sua justiça infinita. Eu
imagino que para os fieis estas palavras são reveladores, brilhantes e gratificantes,
mas para mim e acho que para muitos incrédulos que nos fará esboçar um sorriso
eleve negação com a cabeça ao descobrir o absurdo do parágrafo e o absurdo de que
algumas pessoas o achem iluminador.

Deus é justo

Deus é um Deus muito justo, misericordioso e amoroso.


Trata seus filhos com muito amor, tolerância e paciência.
Porém o faz com firmeza e às vezes rigorosamente, se necessário.
É um Deus de amor e também um bom pai que sabe nos castigar por nossos erros.
Às vezes nos golpeia com a vara do pastor para nos fazer marchar pelo caminho reto
ou para deixarmos o caminho errado.
E ainda que os açoites de Deus ás vezes sejam difíceis de aceitar, é demonstração de
Seu amor, um castigo necessário que nos faz bem se nos ajuda a corrigir-nos e assim
recuperar a harmonia com o Senhor e nossos semelhantes.
Muitas vezes nos castiga para nos submetermos a Ele, para nos humilhar e nos fazer
mais obedientes, contritos e submissos à sua vontade.
“E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu,
não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores
repreendido;”
“Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho.” (Heb.
12:5-6)
Os açoites de Deus demonstram Seu amor!
Demos graças a Deus por sua vara de castigo, que todos temos experimentados se
somos filhos.
Que reconfortante é saber que somos Seus filhos!
http://www.motivaciones.org/ctosediosesjusto.htm

Sabemos muito bem que segundo nosso comportamento só temos duas opções de
castigo/recompensa: paraíso ou inferno.

1. Porém Deus não pode e não deveria castigar-nos por nossos atos já que,
segundo o que sabemos de Deus, tudo o que ocorre é simplesmente sua
vontade.
2. Deus não deveria nos castigar se simplesmente cumprimos o que ele quer que
façamos, assim como seria injusto se nos premiasse por fazer o que ele já sabe
que faríamos (tudo isso de acordo com a sua qualidade de ONISCIENTE).
3. Portanto isso de recompensas e castigos é uma falácia vulgar ou uma piada de
mau gosto de Deus.

Amigo crente, DEUS NÃO PODER SER AO MESMO TEMPO JUSTO, BONDOSO E TODO
PODEROSO, já que essas características ou bem se contradizem de maneira
fulminante ou, se são certas, todos os seres humanos viveriam em um mundo onde
as coisas boas e más seriam distribuídas igualmente entre todos. A amarga realidade

73
da vida nos faz refletir sobre se essas qualidades que deus alega possuir as têm todas
ao mesmo tempo.

Ou Deus só é Todo Poderoso ocasionalmente (como quando criou o mundo) ou só é


Onisciente em certas ocasiões (como quando escuta nossas orações). Sob essa
perspectiva não seria tão absurdo crer em um Deus que só é Perfeito em raras
ocasiões.

Prova 12: Deus viola as regras fundamentais de equidade

Admitamos por um instante que o homem é responsável, e veremos como, dentro


desta hipótese, a justiça divina viola constantemente as regras mais elementares da
equidade. Se admitirmos que a prática da justiça não possa ser exercida sem
qualquer penalização e sem que o magistrado a estabeleça, há, portanto méritos ou
culpabilidade e deve haver castigo e recompensa. O magistrado que melhor pratica a
justiça é aquele que proporciona o mais exatamente possível a recompensa ao mérito
e o castigo à culpabilidade. E o magistrado ideal, impecável, perfeito, seria aquele que
estabelece uma relação rigorosamente matemática entre o ato e a sansão. Eu penso
que esta regra elementar de justiça é aceita por todos.

 Pois bem, Deus, distribuindo o Céu e o Inferno, finge conhecer esta regra e
viola-a.

Qualquer que seja o mérito do homem, esse mérito é limitado (como é o próprio
homem); e, no entanto, a sanção da recompensa não o é: o Céu não tem limites,
ainda que não seja apenas pelo seu caráter de perpetuidade. Qualquer que seja a
culpabilidade do homem, esta culpabilidade é limitada (como é o próprio homem); e,
no entanto, o seu castigo não o é: o Inferno o é: o Inferno é ilimitado, julgado seu
caráter de perpetuidade.

Logo, não existe relação entre o mérito e a recompensa, e há uma desproporção entre
o castigo e a falta: já que o mérito e a falta são LIMITADOS, enquanto que a
recompensa e o castigo são ILIMITADOS. Desproporção sempre.

 DEUS VIOLA AS REGRAS MAIS FUNDAMENTAIS DA EQUIDADE.

Finda aqui a minha tese. Resta-me apenas recapitulá-la e conclui-la.

Recapitulação

Prometi uma demonstração terminante, substancial, decisiva, da inexistência de Deus.


Creio poder afirmar que cumpri esta promessa.

74
Não percais de vista que eu não me propus dar-vos um sistema do Universo que
tornasse inútil todo o recurso à hipótese de uma Força sobrenatural, de uma Energia
ou de uma Potência extra mundo, de um Princípio superior ou anterior do Universo.
Tive a lealdade, como era o meu dever, de vos dizer com toda a franqueza:
apresentado assim, o problema não admite, dentro dos conhecimentos humanos,
nenhuma solução definitiva; e que a única atitude que convém aos princípios
refletidos e razoáveis é a expectativa.

O Deus que eu quis negar e do qual posso dizer que neguei a possibilidade é o Deus,
é o Deus das religiões, o Deus Criador, Governador e Justiceiro, o Deus infinitamente
sábio, poderoso, justo e bom, que os padres e os pastores se jactam de representar
na Terra e que tentam impor a sua veneração. Não há, não pode haver equívoco. E
este Deus que é preciso defender dos meus ataques. Toda a discussão sobre outro
terreno – e previno-vos disto, porque é necessário que vos ponhais em guarda contra
as insídias do adversário – será apenas uma diversão, e, ainda mais: a prova provada
de que o Deus das religiões não pode ser defendido nem justificado. Provei que Deus,
como criador, é inadmissível, imperfeito, inexplicável; estabeleci que Deus, como
governador, é inútil, impotente, cruel, odioso, despótico; demonstrei que Deus, como
justiceiro, é um magistrado indigno, pois que viola as regras essenciais da mais
elementar equidade.

Conclusão

Tal é, portanto, o Deus que, desde tempos imemoriais, nos têm ensinado e que ainda
hoje se ensina às crianças, tanto nas escolas como nos lares. E que de crimes se tem
cometido em nome dele! Que de ódios, guerras, calamidades tem sido furiosamente
desencadeados pelos seus representantes! Esse Deus que de tanto sofrimento tem
sido a causa! E quanto mal provoca ainda hoje!

 Há quantos séculos a religião traz a humanidade curvada sob a crença,


espojada na superstição, prostrada resignadamente!

Não chegará jamais o dia em que, deixando de crer na justiça eterna, nas suas
sentenças imaginárias, nas suas recompensas problemáticas, os seres humanos
começam a trabalhar com um ardor infatigável pelo vento de uma justiça imediata,
positiva e fraternal sobre a Terra? Não soará jamais a hora em que, desiludidos das
consolações e das esperanças falazes que lhes sugere a crença de um paraíso
compensador, os seres humanos comecem a fazer do nosso planeta o Éden de
abundância, de paz e de liberdade, cujas portas estejam fraternalmente abertas para
todos?

Há muito tempo que o contrato social é inspirado num Deus sem justiça, como há
muito tempo que ele se inspira numa justiça sem Deus. Há muito tempo que as
relações entre os países e os indivíduos dimanam num Deus sem filosofia, como há
muito tempo que elas dimanam uma filosofia sem Deus. Há muitos séculos que
monarcas, governos, castas, padres, condutores do povo e diretores de consciências,

75
tratam a humanidade como um vil rebanho de cordeiros, para, em último lugar,
serem esfolados, devorados, atirados ao matadouro.

Há séculos que os deserdados suportam passivamente a miséria e a servidão, graças


ao milagre procedente do Céu e à visão horrorosa do inferno. É preciso acabar com
este odioso sortilégio, com esta burla abominável. Tu, leitor, que me lês, abres os
olhos, examina, observa, compreende. O Céu de que te falam sem cessar; o Céu com
a ajuda do qual procuram insensibilizar a tua miséria, anestesiar os teus sofrimentos e
afogar os gemidos que, apesar de tudo, saem do teu peito, é um Céu irracional, um
Céu deserto. Só o seu inferno é que é povoado, que é positivo.

 Basta aos lamentos: os lamentos são inúteis! Basta de prosternações: as


prosternações são estéreis! Basta de preces: as preces são impotentes!

Levanta-te homem! E, direito, altivo, declara guerra implacável a Deus que, há tanto
tempo, impõe aos teus irmãos e a ti próprio uma veneração embrutecedora!

 Desembaraça-te deste tirano imaginário e sacode o jugo dos indivíduos que


pretendem serem os representantes dele na Terra!
 Mas, lembra-te bem, que, com este gesto de libertação, não terás cumprido
senão uma das tarefas que te incumbe.
 Não te esqueças de que de nada servirá quebrar as cadeias que os Deuses
imaginários, celestes e eternos, têm forjado contra ti, se não quebrares
igualmente as cadeias que, contra ti, tem forjado os Deuses passageiros da
Terra.
 Estes Deuses giram em torno de ti, procurando envilecer-te e degradar-te.
Estes Deuses são homens como tu.
 Ricos e governantes, estes Deuses da Terra tem-na povoado de inúmeras
vítimas, de tormentos inexplicáveis.
 Possam, enfim, um dia, os condenados da Terra insurgirem-se contra os seus
verdugos, para fundarem uma Cidade na qual não possa haver destes
monstros.

Quando te tiveres emancipado dos Deuses do Céu e da Terra, quando te tiveres


desembaraçado dos chefes de cima e dos chefes debaixo, quando tiver levado a
pratica este duplo gesto de libertação, então, mas então somente, ó meu irmão,
sairás do Inferno em que te encontras para entrar no Céu que tu realizarás! Deixarás
as trevas da tua ignorância, para abraçar as puras claridades da tua inteligência,
desperta já, das influências letárgicas das religiões!

A justiça humana é muito clara com respeito às magnitudes das transgressões às leis.
“Equidade”. Tratar de que o infrator pague as consequências dos seus atos com um
castigo equivalente. Daí que um simples roubo poderia nos custar um par de anos na
prisão e um assassinato uma pena muitíssimo maior. Claro que a dimensão e dureza
do castigo dependerão do país e da cultura que o aplique. Alguns nos parecerão
extremamente rigorosos e outros brandos. Porém em termos gerais são equivalentes
ao delito cometido.

76
No nível de Deus não funciona assim. Para Deus, que em teoria é infinitamente justo,
todos os delitos tem o mesmo castigo, o “inferno” ou a pena correspondente. Dou um
exemplo: a pessoa pode ter sido um excelente ser humano, inclusive um cristão
exemplar, porém se antes de morrer incorre em algum “delito” Bíblico menor e não se
arrepende, irá seguramente ao inferno sem importar a insignificância da infração.

Ou um ateu decente, como a grande maioria. Um ateu que levou uma vida exemplar,
inatacável de qualquer ponto de vista, cujo único delito, que o levará ao inferno, é não
crer em um ser que a todas as luzes é irracional e de existência improvável.

Amigo crente é justo isso?

 É digno de um ser infinitamente justo castigar a todos da mesma forma sem


importar a intensidade do delito?

Imagino que sua resposta será:

 “Deus sabe o que faz” ou “Nunca entenderemos as razões de Deus”.

Alguns crentes defendem que Deus planejou uma forma de limpar os pecados
pequenos antes de entrar no paraíso. Disso surge o conceito católico de purgatório.

O que é o purgatório?

“É um lugar e um estado de castigo temporal no outro mundo. O purgatório é o lugar


onde a alma é limpa dos pecados veniais que não foram perdoados. Só as pessoas
com pecados mortais vão ao inferno e, por outro lado, ninguém pode entrar no céu
com o mínimo pecado. Portanto no outro mundo tem que existir um lugar onde as
almas são limpas dos pecados menores. Deus exige que sejas castigado por eles, que
pague por eles, seja nesta vida ou na próxima. No purgatório as almas sofrem muito.
Pode se encurtar a permanência das almas no purgatório rezando-se missas para
elas, rezando por elas ou fazendo boas ações por elas”. (Catecismo Breve para
Adultos, por Fr. William J. Cogan, pp.36-38).

1. A Igreja Católica ensina que há um lugar para onde as pessoas vão depois da
morte e que não é o céu nem o inferno. Eles chamam de purgatório. É para os
que não são suficientemente maus para o inferno e nem suficientemente bons
para o céu.
2. Sem dúvida é uma maneira prática e ingênua de resolver este problema. Então
cometamos pecados, para isso existe o purgatório!
3. Claro que deveria existir uma lista de pecados que são lavados no purgatório e
quais dariam uma condenação eterna.
4. Isso seria muito útil para esses crentes que dizem que não cometem pecado
porque Deus os castigaria.
5. Inclusive afirmam que não matam só porque Deus os impede. A FAMOSA
MORAL BASEADA NA BÍBLIA.

77
6. Fica claro que o Deus cristão fundamenta seu doutrinamento em uma simples
palavra: “MEDO”.
7. Ou seja, seus seguidores ao cometer o mínimo pecado irão diretamente a um
castigo eterno. Isso não é mais que uma manipulação baseada no medo e no
terror.
8. Não só nos assustam com as crueldades eternas do castigo “post mortem”,
como com a possiblidade de irmos para lá por qualquer besteira.
9. Ao “Deus” e a seus líderes religiosos interessa manter-nos assustados para que
assim permaneçamos ligados e unidos à sua ideologia por toda a vida.
10.A verdade para mim e clara, tudo isso é uma bobagem ridícula, não existe
prova de nenhum lugar como o inferno (fora as que existem num livro velho e
arcaico).

Por isso prefiro não crer e basear meus atos na bondade e na ética inatas que
possuímos e desligar-me dessas crenças dantescas e absurdas que não fazem outra
coisa além de roubar a liberdade e desprezar a única e curta vida que temos. Prefiro
ser livre.

Sobre Sébastien Faure

78
Sébastien Faure foi um destacado membro do movimento anarquista francês durante
meio século e um dos mais eficazes de todos os propagandistas anarquistas, apesar
de ser pouco conhecido fora da França.

Auguste Louis Sébastien Faure nasceu em 1858 em uma família católica de classe
media em Saint-Etienne (perto de Lyon no centro da França). Foi muito bem educado
em escolas jesuítas destinadas para o sacerdócio, porém depois da morte de seu pai
entrou no negocio de seguros. Depois do serviço militar, passou um ano na Inglaterra.
Casou-se e se mudou para Burdeos (no sudoeste da França). De imediato perdeu a fé
e se converteu em um socialista. Propôs-se, se sucesso, como candidato do Partido
Trabalhador (o marxista Partido dos Trabalhadores) em Gironde nas eleições de 1885,
porém sob a influência de Peter Kropotkin, Élisée Reclus e Joseph Tortelier, mudou
para o anarquismo.

Em 1888, ele rompeu com os socialistas, ele se estabeleceu em Paris, e dedicou o


resto de sua vida a uma carreira como propagandista de tempo integral para o
anarquismo. Ele e sua esposa se separaram, mas reconciliou após muitos anos.
Tornou-se um escritor e orador muito ativo, para ganhar a vida dando conferências
em todo o país.

Ele nunca pretendeu ser um pensador original, mas foi um divulgador efetivo das
ideias dos outros. Tomou uma linha moderada no movimento, e defendeu uma
abordagem eclética, que buscava unir todas as tendências. Ele não estava convencido
do novo movimento sindical em fins 1890, mas foi um ativo sindicalista. Não era um
individualista, mas levou a sério o individualismo. Não apoiava métodos violentos,
mas simpatizava com aqueles que os usavam. Ele não era um simples teórico de
poltrona, foi dos mais procurados, detido, processado e ocasionalmente, encarcerado
por suas atividades.

No início, era intimamente associado com Louise Michel, mas logo se tornou uma
figura importante por seu próprio mérito, e um dos mais conhecidos anarquistas no
país. Em 1894 ele foi um dos acusados no "Julgamento dos trinta", quando as
autoridades francesas tentaram, sem sucesso, suprimir o movimento anarquista no
relacionamento de seus líderes em conspirações criminosas, e foi absolvido. Esteve
envolvido em vários jornais em diversas ocasiões, em várias partes da França, o mais
importante dos quais era "Le Libertaire" (O Libertário), que começou com Louise
Michel, em novembro de 1895 e foi publicada uma vez por semana até Junho de
1914. Foi ativo no movimento de Dreyfusard em substituição ao "Le Libertaire" com o
jornal “Diário do Povo” em 1899. Ele também produziu "Le Quotidien" (O Diário), em
Lyon, em 1901-1902. Desde 1903 era um ativista do movimento de controle da
natalidade. De 1904-1917 trabalhou em uma escola liberal chamada La Ruche (A
Colméia), em Rambouillet (perto de Paris).

79
Toda a obra, que contém cerca de 3.000 páginas, consistiu em uma referencia geral
alfabética com a colaboração dos principais escritores anarquistas de todo o mundo.
Faure foi o editor-chefe, e também o autor de muitos dos artigos mais importantes. O
folheto “Douze preuves de l'inexistencia de Dieu”, ("Doze provas da inexistência de
Deus"), que está baseado em conferências que deu em muitas ocasiões, se publicou
pela primeira vez em Paris em 1914. Foi reimpresso com frequência, também
traduzido em varias ocasiões. Justo antes de sua morte, uma tradução de Aurora
Alleva y DS Menico foi publicada nos Estados Unidos como Existe Deus? Ele foi um
adversário moderado da Primeira Guerra Mundial, e lançou um manifesto Vers la Paix
(Rumo a Paz), em finais de1914. Produziu um semanário de esquerda, o "Ce qu'il faut
dire" abril 1916 a dezembro de 1917. Em 1918 e 1921, ele foi brevemente preso por
delitos sexuais por envolvimentos com jovens, isto o prejudicou, mas não destruiu sua
carreira.

Após a guerra ele reviveu o "Le Libertaire", que durou de 1919-1939. Em 1921, ele
liderou um movimento anarquista francês reacionário contra a ditadura comunista de
crescimento da União Soviética. Em janeiro de 1922 ele começou a "La Revue O
Anarquista", revista mensal líder no movimento anarquista francês entre as duas
guerras mundiais. Na década de 1920 se opôs ao sectarismo, tanto dos plataformistas
autoritários como de seus críticos, e defendeu o que chamou de um “anarquista de
síntese”, em que o individualismo, o comunismo libertário e o anarco-sindicalismo
poderiam coexistir. Em 1927 ele liderou a secessão da União Anarquista nacional, e
em 1928 ajudou a fundar a Associação de Anarquistas Federais e iniciar seu trabalho,
"La Voix Libertaire", que durou de 1928-1939. Reconciliou-se com a organização
nacional e "Le Libertaire" em 1934. Durante a década de 1930 participou do
movimento pela paz como um membro proeminente da Liga Internacional de
Combatentes pela Paz. Em 1940 ele fugiu da guerra para Royan (perto de Bordéus),
onde morreu em 1942. Além dos inúmeros artigos e palestras (muitos dos quais
foram impressos como panfletos e alguns dos quais foram recompilados como livros),
e várias folhetos anarquistas e ateus, seu trabalho principal foi uma trilogia ambicioso
de livros “La Douleur universelle: Filosofia Libertaire”, uma peça sobre os problemas
causados pela autoridade, que foi publicado em 1895; “Medicastres: Libertaire
Philosophie”, um relato das falsas soluções para os problemas causados pela
autoridade, que não foi publicado, e “Communisme Mon: Le bonheur universel”, um
relato romanceado da revolução libertária, que foi publicado em 1921. Em 1923 ele

80
publicou “L'religieuse Impostura” (A enganação religiosa), um grande ataque à
religião (uma edição revista surgiu em 1948). Em 1926 começou seu projeto mais
ambicioso: A preparação da Enciclopédia Anarquista, uma das publicações liberais e
mais valiosa e impressionante já produzido. Este surgiu em 1927 como uma série de
peças separadas e depois em 1932 em um conjunto de volumes maciços. Todo o
trabalho, que contém quase 3.000 páginas, consistiu de uma referência geral em
ordem alfabética com a colaboração dos principais escritores anarquistas de todo o
mundo. Faure foi o editor-chefe, e também o autor de muitos dos itens mais
importantes. A brochura “Douze preuves de l'inexistência de Dieu” ("Doze provas da
inexistência de Deus"), que é baseado em palestras que proferiu em muitas ocasiões,
publicado pela primeira vez em Paris em 1914. Ele foi reimpresso e também traduzido
várias vezes. Pouco antes de sua morte, uma tradução de Aurora Alleva e Menico DS
foi publicada nos Estados Unidos como “Deus existe”?

Download: Click na imagem:

Fontes:

http://ateismoparacristianos.blogspot.com/
Obra de Faure
http://rapidshare.com/#!download|871tl|425684828|Faure__Sebastian_-
_12_Pruebas_de_la_inexistencia_de_Dios.pdf|285

http://recollectionbooks.com/bleed/Encyclopedia/FaureSebastien.htm
http://www.iniciatives.net/a/panteismo.htm
http://es.wikipedia.org/wiki/De%C3%ADsmo
http://filosofia.idoneos.com/index.php/Problemas_filosoficos/Qu%C3%A9_es_el_pante%C3%ADsmo%3F
http://es.wikipedia.org/wiki/Pante%C3%ADsmo
Bíblia Reyna Valera (espanhol)
Bíblia Católica
Outras Bíblias
http://www.bandoli.no
http://pt.wikipedia.org

81
4 - Advertências ao crente

1 - Ebooks recomendados

82
83
2 - Mais conteúdo recomendado

84
3 - Livros recomendados

570 páginas 317 páginas 600 páginas 600 páginas

Mentiras Fundamentais Com grande rigor


da Igreja Católica é histórico e acadêmico “Dois informadíssimos volumes de Karlheinz
uma análise profunda Fernando Vallejo Deschner sobre a política dos Papas no século
da Bíblia, que permite desmascara uma fé XX, uma obra surpreendentemente silenciada
conhecer o que se dogmática que durante peols mesmos meios de comunicação que
deixou escrito, em que 1700 anos tem tanta atenção dedicaram ao livro de João
circunstâncias, quem o derramado o sangue de Paulo II sobre como cruzar o umbral da
escreveu, quando e, homens e animais esperança a força de fé e obediência. Eu sei
acima de tudo, como invocando a enteléquia que não está na moda julgar a religião por
tem sido pervertido de Deus ou a estranha seus efeitos históricos recentes, exceto no
ao longo dos séculos. mistura de mitos caso do fundamentalismo islâmico, mas
Este livro de Pepe orientais que chamamos alguns exercícios de memória a este respeito
Rodriguez serve para de Cristo, cuja são essenciais para a compreensão do
que crentes e não existência real ninguém surgimento de algumas monstruosidades
crentes encontrem as conseguiu demonstrar. políticas ocorridas no século XX e outras tão
respostas que sempre Uma obra que atuais como as que ocorrem na ex-Jugoslávia
buscaram e posaam desmistifica e quebra os ou no País Basco”.
ter a última palavra. pilares de uma
É uma das melhores instituição tão arraigada
Fernando Savater. El País, 17 de junho de
coleções de dados em nosso mundo atual.
1995.
sobre a formação
mitológica do Entrevista com o autor
cristianismo no AQUI. “Este segundo volume, como o primeiro, nos
Ocidente. Um a um, oferece uma ampla e sólida informação sobre esse
magistralmente, o período da história da Igreja na sua transição de
autor revela aspectos uma marcada atitude de condescendência com
mais questionáveis regimes totalitários conservadores até uma postura
da fé judaico-cristã. de necessária acomodação aos sistemas
democráticos dos vencedores ocidentais na
Segunda Guerra Mundial”.

Gonzalo Puente Ojea. El Mundo, 22 de outubro de


1995.

Ler online volume 1 e volume 2 (espanhol). Para


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85
312 páginas 304 páginas 136 páginas 480 páginas
"Su visión de la historia de la "En temas candentes como los De una manera didáctica, el “Se bem que o cristianismo
Iglesia no sólo no es del control demográfico, el uso profesor Karl Deschner nos esteja hoje à beira da
reverencial, sino que, por usar de anticonceptivos, la ofrece una visión crítica de bancarrota espiritual, segue
una expresión familiar, ‘no deja ordenación sacerdotal de las la doctrina de la Iglesia impregnando ainda
títere con cabeza’. Su sarcasmo mujeres y el celibato de los católica y de sus trasfondos decisivamente nossa moral
y su mordaz ironía serían sacerdotes, la iglesia sigue históricos. Desde la misma sexual, e as limitações formais
gratuitos si no fuese porque anclada en el pasado y existencia de Jesús, hasta la de nossa vida erótica
van de la mano del dato bloqueada en su rigidez polémica transmisión de los continuam sendo basicamente
elocuente y del argumento dogmática. ¿Por qué esa Evangelios, la instauración as mesmas que nos séculos XV
racional. La chispa de su estilo obstinación que atenta contra y significación de los ou V, na época de Lutero ou de
se nutre, por lo demás, de la la dignidad y la libertad de sacramentos o la supuesta Santo Agostinho. E isso nos
mejor tradición volteriana." millones de personas? El infalibilidad del Papa. afeta a todos no mundo
Anticatecismo ayuda ocidental, inclusive aos não
eficazmente a hallar respuesta cristãos ou aos anticristãos.
"Soy partidario de incluir a esa pregunta. Confluyen en Todos estos asuntos son Pois o que alguns pastores
en el plan de estudios una esta obra dos personalidades estudiados, puestos en nômadas de cabras pensaram
asignatura acerca de símbolos de vocación ilustradora y del duda y expuestas las há dois mil e quinhentos anos,
y mitos religiosos comparados. máximo relieve en lo que, conclusiones en una obra de continua determinando os
Historia de la religión, bueno, desde Voltaire, casi constituye rigor que, traducida a códigos oficiais desde a Europa
catequesis obligatoria, no. Y, si un Género literario propio: la numerosos idiomas, ha até a América; subsiste uma
se empeña usted, acepto que crítica de la iglesia y de todo venido a cuestionar los conexão tangível entre as ideas
se insista sobre todo en la dogmatismo obsesivamente orígenes, métodos y sobre a sexualidade dos
historia de la Iglesia cristiana y <salvífico>. Aparte de un razones de una de las profetas veterotestamentarios
católica. Propongo un libro de desbordante caudal de instituciones más poderosas ou de Paulo e os processos
texto: Opus Diaboli, del conocimientos históricos, del mundo: la Iglesia penais por conduta desonesta
estudioso alemán Karlheinz ambos autores aportan un católica. em Roma, Paris ou Nova York.”
Deschner, recién traducido al desenfado jovial que, en último
castellano en Editorial Yalde. término, tiene que ver con el
En él se brinda abundante atenazamiento de las Karlheinz Deschner.
documentación sobre la conciencias, con una tremenda
trayectoria eclesial en relación batalla de fondo contra ideas
con temas como la guerra, el nutricias de la democracia. En
dinero, la sexualidad, la suma: un balance total de la
tolerancia, etcétera. Y jugosas historia del pasado y del
reflexiones sobre la actividad presente de la iglesia que
política de los papas modernos, conjuga eficazmente la
desde León XIII hasta el turista brevedad, el rigor, la agudeza
de Cracovia que actualmente y la aportación de datos
disfrutamos. Si tal es el texto básicos."
elegido como manual, no veo
más que ventajas en convertir
la asignatura de religión en
obligatoria. Y aun para
adultos."

Fernando Savater. El País,


20 de mayo de 1990

86
1 – (365 pg) Los orígenes, 2 - (294 pg) La época 3 - (297 pg) De la querella 4 - (263 pg) La Iglesia
desde el paleocristianismo patrística y la consolidación de Oriente hasta el final del antigua: Falsificaciones y
hasta el final de la era del primado de Roma periodo justiniano engaños
constantiniana

5 - (250 pg) La Iglesia 6 - (263 pg) Alta Edad 7 - (201 pg) Alta Edad 8 - (282 pg) Siglo IX: Desde
antigua: Lucha contra los Media: El siglo de los Media: El auge de la dinastía Luis el Piadoso hasta las
paganos y ocupaciones del merovingios carolingia primeras luchas contra los
poder sarracenos

Em 1970 Karlheinz Deschner começou sua obra mais


ambiciosa, a “Historia Criminal do Cristianismo”,
projetada em princípio a dez volumes, dos quais se
publicaram nove até o presente e não se descarta que se
amplie o projeto. Trata-se da mais rigorosa e implacável
exposição jamais escrita contra as formas empregadas
pelos cristãos, ao largo dos séculos, para a conquista e
conservação do poder.

Karl Heinrich Leopold Em 1971 Deschner foi convocado por uma corte em
Deschner Nuremberg acusado de difamar a Igreja. Ganhou o
processo com uma sólida argumentação, mas aquela
instituição reagiu rodeando suas obras com um muro de
silêncio que não se rompeu definitivamente até os anos
oitenta, quando as obras de Deschner começaram a ser
9 - (282 pg) Siglo X: publicadas fora da Alemanha (Polônia, Suíça, Itália e
Desde las invasiones Espanha, principalmente).
normandas hasta la
muerte de Otón III

87
414 páginas 639 páginas
LA BIBLIA DESENTERRADA EL PAPA DE HITLER: LA VERDADERA HISTORIA DE PIO XII

Israel Finkelstein es un arqueólogo y académico israelita, director ¿Fue Pío XII indiferente al sufrimiento del pueblo judío? ¿Tuvo
del instituto de arqueología de la universidad de Universidad de Tel alguna responsabilidad en el ascenso del nazismo? ¿Cómo
Aviv y co-responsable de las excavaciones en Mejido (25 estratos explicar que firmara un Concordato con Hitler?
arqueológicos, 7000 años de historia) al norte de Israel. Se le debe Preguntas como éstas comenzaron a formularse al finalizar la
igualmente importantes contribuciones a los recientes datos Segunda Guerra Mundial, tiñendo con la sospecha al Sumo
arqueológicos sobre los primeros israelitas en tierra de Palestina Pontífice. A fin de responder a estos interrogantes, y con el
(excavaciones de 1990) utilizando un método que utiliza la deseo de limpiar la imagen de Eugenio Pacelli, el historiador
estadística ( exploración de toda la superficie a gran escala de la católico John Cornwell decidió investigar a fondo su figura.
cual se extraen todas las signos de vida, luego se data y se
cartografía por fecha) que permitió el descubrimiento de la En los archivos vaticanos, donde tuvo acceso a documentos
sedentarización de los primeros israelitas sobre las altas tierras de desconocidos hasta ahora, encontró exactamente lo contrario de
Cisjordania. lo que buscaba: pruebas irrefutables de su antisemitismo y de su
responsabilidad en el estallido de las dos guerras mundiales.
Finkelstein y Neil Asher Silbermann (director histórico de el centro Lejos del sensacionalismo, esta devastadora biografía,
Ename de Bruxelas por la arqueología y la herencia publica) son los excelentemente escrita, examina la carrera eclesiástica de Pacelli
autores de Best Seller "La Biblia Desenterrada: una nueva visión con un impecable rigor, lo que hace aún más demoledoras sus
arqueológica del antiguo Israel y de los orígenes de sus textos conclusiones.
sagrados" y de "David y Salomón: en busca de los reyes sagrados
de la Biblia y de las raíces de la tradición occidental" El profesor Cornwell plantea unas acusaciones acerca del papel
de la Iglesia en los acontecimientos más terribles del siglo,
Es este un libro importante y de fácil lectura, así como el siguiente incluso de la historia humana, extremadamente difíciles de
sobre David y Salomón. Los autores con los métodos científicos refutar.
que utiliza hoy día la arqueología, ponen de manifiesto que lo que
se cuenta en la Biblia nada tiene que ver con la realidad histórica.
Nunca se encontraron rastros de la existencia de Moisés y el éxodo
no es mas que una invención seguramente apoyada en las batallas
de tribus nómadas buscando territorio. Ninguna prueba tampoco de
la existencia de los reinos de David y Salomón, que debieron ser
unos reyezuelos sin gran importancia en el contexto histórico de la
época.

La Biblia, como los autores explican, fue creada por Josias hacia el
-600, para reunir los reinos de Israel y Juda y apoyándose en el
nacionalismo declarar una guerra que al fin perdieron.

Es un libro que es necesario conocer, las mentiras en que se basa


el Antiguo testamento son las mismas que aparecen en el nuevo,
también los evangelios son mitos y leyendas, no hay que olvidar
que estos sucesos inventados ha servido y sirven ahora para
oprimirnos en nombre de un dios inventado y para los judíos
constituyen el pretexto del genocidio contra los palestinos, es
mejor saber el porque de tanto fanatismo.
Buena lectura, también ofrecemos cuatro documentales
presentados por los autores.

88
513 páginas 326 páginas 391 páginas 198 páginas
En esta obra se describe a Santos e pecadores: história La Iglesia esconde y minimiza Originally published as a
algunos de los hombres que dos papas é um livro que em este tremendo problema, pero pamphlet in 1853, and
ocuparon el cargo de papa. nenhum momento soa no estamos ante algo puntual expanded to book length in
Entre los papas hubo un gran pretensioso. O subtítulo é sino ante la consecuencia de 1858, The Two Babylons seeks
número de hombres casados, explicado pelo autor no sus graves errores to demonstrate a connection
algunos de los cuales prefácio, que afirma não ter estructurales. En Pederastia en between the ancient
renunciaron a sus esposas e tido a intenção de soar la Iglesia católica se analiza y Babylonian mystery religions
hijos a cambio del cargo papal. absoluto. Não é a história dos denuncia, con solidez y dureza, and practices of the Roman
Muchos eran hijos de papas, mas sim, uma de suas la realidad, causas y efectos de Catholic Church. Often
sacerdotes, obispos y papas. histórias. Vale dizer que o livro la pederastia clerical, se controversial, yet always
Algunos eran bastardos, uno originou-se de uma série para cuantifica su dimensión, y se engaging, The Two Babylons
era viudo, otro un ex esclavo, a televisão, mas em nenhum muestra que la cúpula de la comes from an era when
varios eran asesinos, otros momento soa incompleto ou Iglesia, incluido el Papa, disciplines such as archeology
incrédulos, algunos eran deixa lacunas. mantiene una legislación and anthropology were in their
ermitaños, algunos herejes, canónica que obliga a encubrir infancy, and represents an
sadistas y sodomitas; muchos y perdonar los delitos del clero. early attempt to synthesize
se convirtieron en papas many of the findings of these
comprando el papado Seu título me deu a impressão, Pepe Rodríguez demuestra que areas and Biblical truth.
(simonía), y continuaron quando o li, que se tratava de encubrir esos delitos es una
durante sus días vendiendo uma espécie de enciclopédia, práctica cotidiana en las
objetos sagrados para forrarse contando sobre a vida dos diócesis católicas, aportando un
con el dinero, al menos uno era papas individualmente. Não gran número de casos bien
adorador de Satanás, algunos obstante, ao folhear o livro, significativos, con nombres y
fueron padres de hijos percebi que estava enganado. apellidos, de España, Francia,
ilegítimos, algunos eran No entanto, isso não foi motivo Italia, Alemania, Austria,
fornicarios y adúlteros en gran para que eu me decepcionasse. Polonia, Gran Bretaña, Irlanda,
escala... Eamon Duffy, católico Estados Unidos, México,
assumido, em nenhum Centroamérica, Costa Rica,
momento tenta adular os Puerto Rico, Colombia,
pontífices, tampouco tenta Argentina, Chile... Australia; y
fazer saltar aos olhos suas en su "decálogo de los prelados
falhas de caráter. Para não cair para el encubrimiento" aflora
na armadilha de deixar-se levar las vergonzosas maniobras que
por lendas e boatos de éstos realizan a fin de proteger
opositores de alguns papas, o al clero pederasta. Pero,
autor deixa de lado muitos aunque el objetivo del libro es
escândalos do papado, atendo- demostrar la inmoralidad del
se apenas àqueles aonde de gobierno de la Iglesia ante este
fato foi possível se comprovar problema, el autor no olvida lo
o que foi dito. fundamental, eso es, la
situación psicológica y social de
las víctimas y sus familiares,
aportando las recomendaciones
indispensables para poder
detectar y protegerse del clero
agresor.

89
576 páginas 380 páginas 38 páginas
First published in 1976, Paul La Biblia con fuentes reveladas An Atheist Classic! This Robert Ambelain, aunque
Johnson's exceptional study of (2003) es un libro del masterpiece, by the defensor de la historicidad
Christianity has been loved and erudito bíblico Richard
brilliant atheist Marshall de un Jesús de carne y
widely hailed for its intensive Elliott Friedman que se
research, writing, and ocupa del proceso por el
Gauvin is full of direct hueso, amplia en estas
magnitude. In a highly cual los cinco libros de la 'counter-dictions', historical líneas la descripción que
readable companion to books Torá (Pentateuco) llegaron evidence and testimony hace en anteriores
on faith and history, the a ser escritos. Friedman that, not only casts doubt, entregas de esta trilogía (
scholar and author Johnson has sigue las cuatro fuentes del but shatters the myth that Jesús o El Secreto Mortal
illuminated the Christian world modelo de la hipótesis there was, indeed, a 'Jesus de los Templarios y Los
and its fascinating history in a documentaria pero se
Christ', as Christians Secretos del Gólgota) de un
way that no other has. diferencia
significativamente del
assert. A dynamic and Jesús para nada acorde con
Johnson takes off in the year modelo S de Julius courageous, Free Thinking la descripción oficial de la
49 with his namesake the Wellhausen en varios Atheist dares to rip the iglesia sino a uno rebelde:
apostle Paul. Thus beginning an aspectos. Bible story of 'Jesus Christ' un zelote con aspiraciones
ambitious quest to paint the to shreds - using history, a monarca que fue
centuries since the founding of logic and common sense! mitificado e inventado, tal y
a little-known 'Jesus Sect', A En particular, Friedman está
de acuerdo con Wellhausen Gauvin will take you on a como se conoce
History of Christianity explores
to a great degree the evolution en la fecha del journey through history actualmente, por Paulo,
of the Western world. With an Deuteronomio (el tribunal and mercilessly expose the quién, según Ambelain,
unbiased and overall optimistic de Josías , c. 621 a.s.C. o difference between science, desconocía las leyes
tone, Johnson traces the 622), pero coloca a la which depends on reason, judaicas y dicha religión, y
fantastic scope of the fuente sacerdotal en la
observation, and quien además usó todos los
consequent sects of Christianity corte de Ezequías y su
secuencia de las fuentes por experience and religion, arquetipos de las religiones
and the people who followed
lo tanto son J (Jahvista), E which merely believes. If que sí conocía y en las que
them. Information drawn from
extensive and varied sources (Elohista), S (Sacerdotal) y you're looking for an alguna vez creyó (las
from around the world makes D (deuteronomista) . excellent, humorous, and griegas, romanas y persas)
this history as credible as it is Friedman, como no-nonsense work that will arropándose en los
reliable. Invaluable Wellhausen, ve una provide you with the conocimientos sobre
understanding of the redacción final en el tiempo
ammunition you need to judaísmo de personas
framework of modern de Esdras , c. 450 a.s.C.
refute the 'friends of the como Filón para crear a ese
Christianity - and its trials and
invisible son', then look no personaje. Este extrajo de
tribulations throughout history El núcleo del libro, teniendo
- has never before been
more! A must for every cada religión aquello que
casi 300 de sus casi 380
contained in such a captivating truth-seeker's library! Add atraería a las masas para
páginas en la edición de
work. bolsillo, es la traducción del
it to your collection today! así poder centralizar su
propio Friedman de los nueva religión en sí mismo
cinco libros del Pentateuco, como cabeza visible de una
en la que las cuatro fuentes jerarquía eclesiástica
más las contribuciones de totalmente nueva que no
los dos redactores (de la hacía frente directo al
fuente de JE combinada y
imperio pero si a quienes
las que más tarde usó el
redactor del documento
oprimían al pueblo
final) se indican valiéndose de la posición
tipográficamente. Las que les había concedido
secciones restantes dicho imperio (el consejo
incluyen una breve judío).
introducción que esboza la
tesis de Friedman, una
“recolección de pruebas”, y
una bibliografía.

90
391 páginas 639 páginas
PEDERASTIA EM LA IGLESIA CATÓLICA EL PAPA DE HITLER: LA VERDADERA HISTORIA DE
PIO XII
En este libro, los abusos sexuales a menores, cometidos
por el clero o por cualquier otro, son tratados como ¿Fue Pío XII indiferente al sufrimiento del pueblo judío?
"delitos", no como "pecados", ya que en todos los ¿Tuvo alguna responsabilidad en el ascenso del nazismo?
ordenamientos jurídicos democráticos del mundo se ¿Cómo explicar que firmara un Concordato con Hitler?
tipifican como un delito penal las conductas sexuales con Preguntas como éstas comenzaron a formularse al
menores a las que nos vamos a referir. Y comete también finalizar la Segunda Guerra Mundial, tiñendo con la
un delito todo aquel que, de forma consciente y activa, sospecha al Sumo Pontífice. A fin de responder a estos
encubre u ordena encubrir esos comportamientos interrogantes, y con el deseo de limpiar la imagen de
deplorables. Eugenio Pacelli, el historiador católico John Cornwell
Usar como objeto sexual a un menor, ya sea mediante la decidió investigar a fondo su figura.
violencia, el engaño, la astucia o la seducción, supone,
ante todo y por encima de cualquier otra opinión, un En los archivos vaticanos, donde tuvo acceso a
delito. Y si bien es cierto que, además, el hecho puede documentos desconocidos hasta ahora, encontró
verse como un "pecado" -según el término católico-, jamás exactamente lo contrario de lo que buscaba: pruebas
puede ser lícito, ni honesto, ni admisible abordarlo sólo irrefutables de su antisemitismo y de su responsabilidad
como un "pecado" al tiempo que se ignora en el estallido de las dos guerras mundiales. Lejos del
conscientemente su naturaleza básica de delito, tal como sensacionalismo, esta devastadora biografía,
hace la Iglesia católica, tanto desde el ordenamiento excelentemente escrita, examina la carrera eclesiástica
jurídico interno que le es propio, como desde la praxis de Pacelli con un impecable rigor, lo que hace aún más
cotidiana de sus prelados. demoledoras sus conclusiones.
La existencia de una cifra enorme de abusos sexuales
sobre menores dentro de la Iglesia católica es ya un hecho El profesor Cornwell plantea unas acusaciones acerca del
innegable, que no es puntual, ni esporádico, ni aislado, ni papel de la Iglesia en los acontecimientos más terribles
está bajo control, antes al contrario. Tampoco es, ni del siglo, incluso de la historia humana, extremadamente
mucho menos, producto de una campaña emprendida difíciles de refutar.
contra la Iglesia por oscuros intereses. Los mayores
enemigos de la Iglesia, mejor dicho, del mensaje
evangélico que dicen representar, no deben buscarse en el
exterior, basta y sobra con los muchos que existen entre
su clero más granado. La pérdida de creyentes y de
credibilidad tan enorme que está afectando a la Iglesia
católica, desde hace algo más de un siglo, no obedece
tanto a la secularización de la sociedad como a los
gravísimos errores de una institución que ha perdido pie
en el mundo real.

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A BÍBLIA DESENTERRADA – DOCUMENTÁRIO (espanhol)
OS PATRIARCAS – 1 OS REIS – 2

O ÊXODO – 3 O LIVRO - 4

A BÍBLIA DESENTERRADA – DOCUMENTÁRIO (inglês)


The Patriarchs – 1 The Exodus – 2

The Kings – 3 The book – 4

A BÍBLIA FOI ENTERRADA PELA ARQUEOLOGIA.

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4 - Fontes:

http://ateismoparacristianos.blogspot.com/
http://www.ateoyagnostico.com/
http://godisimaginary.com/
Bíblia Sagrada
About the Holy Bible by Robert Green Ingersoll (1894)
http://www.joaodefreitas.com.br/religiao.htm
http://www.xr.pro.br/CRIAXEVO/BIBLEXCIEN.HTML
Obra de Fauré
http://ateus.net/
http://pt.wikipedia.org
www.ceticismo.net

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