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Qualidade de vida e atividade física...

Envelhecimento e planejamento do
ambiente construído: em busca de
um enfoque interdisciplinar
Aging and the design of the built environment: an
interdisciplinary approach
Sérgio Luiz Valente Tomasini*

Resumo
A população de idosos tem crescido o artigo procura discutir o potencial do
rapidamente em todo o mundo. Esse fe- método de planejamento denominado
nômeno é particularmente preocupante “design social” para produzir ambientes
junto aos países em desenvolvimento, mais adequados às reais necessidades
uma vez que a velocidade de cresci- de usuários idosos.
mento dessa população é bastante alta
se comparada à que ocorreu nos países Palavras-chave: envelhecimento, idosos,
desenvolvidos, que tiveram mais tempo gerontologia ambiental, ambiente cons-
para se preparar para o envelhecimento truído, design social.
de sua população. Dentre as inúmeras
preocupações relacionadas ao desafio de
proporcionar qualidade de vida adequa-
da a essa população, destaca-se aqui o
oferecimento de ambientes mais ade-
quados às reais necessidades dos idosos.
Nesse sentido, o presente artigo procura
apresentar reflexões sobre possíveis ba-
ses teóricas capazes de suportar inter-
venções para melhor adequar esse am-
biente às suas necessidades. Para isso,
reporta-se, inicialmente, à colaboração
da gerontologia ambiental como campo
de pesquisa dentro do enfoque geronto-
* Engenheiro-agrônomo, mestre em Engenharia Civi, dou-
lógico a se dedicar à compreensão das torando pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia
interações dos idosos com seus cenários Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
físicos e sociais. Sobre essas reflexões,
Recebido em nov. 2004 e avaliado em dez. 2004

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Envelhecimento e planejamento do ambiente construído...

Introdução transição demográfica pelos meios de


comunicação, observa-se uma crescente
O envelhecimento populacional é hoje preocupação com a qualidade de vida do
um fenômeno observado mundialmente e idoso também na pesquisa científica. A
que teve início nos países desenvolvidos esse respeito é interessante citar o estudo
ainda no começo do século XX. Nos países realizado por Goldstein (2002) a respeito
em desenvolvimento, pode ser observado da produção de teses e dissertações sobre
somente a partir de 1950, porém num o processo de envelhecimento e a velhice
ritmo bem mais acelerado. De acordo com com enfoque gerontológico entre 1975 e
Freitas (2004, p. 20), atualmente cerca de 2002. A autora levantou um total de 511
60% das pessoas com sessenta anos ou trabalhos realizados por pesquisadores
mais vivem em países em desenvolvimen- brasileiros nesse período, dentre os quais
to, devendo atingir 75% em 2025. 431 são dissertações de mestrado, 75,
Essa situação é bastante preocupante teses de doutorado e cinco, teses de livre
quando se pensa no despreparo das estru- docência. Observando a evolução dessa
turas econômicas, sociais e políticas desses produção na Figura 1, pode-se verificar
países para lidar com os impactos dessa um aumento significativo no número de
transição demográfica, de forma a garantir trabalhos realizados no início da década
uma qualidade de vida adequada à cres- de 90 e, no final desta mesma década, um
cente população de idosos. Freitas (2004, incremento extremamente brusco dessa
p. 20) lembra que, nos países em desen- produção.
volvimento, os fatores mais determinantes
para a mudança do perfil demográfico
Mestrado Doutorado Livre docência
foram os avanços tecnológicos aplicados 243
250
à medicina, não o aumento do nível de
qualidade de vida da população. 200

O Brasil encontra-se entre os países da 150


América Latina que têm experimentado 100
um maior aumento na população de ido- 57 56
36
50 26
sos. Atualmente, apresenta um percentual 7 1 2 11
0 1 4 1
15
0
16
1 0
de 8,6% de sua população constituída por 0
1975- 1980- 1985- 1990- 1995- 1999-
indivíduos com idade igual ou acima de 1979 1984 1989 1994 1998 2002
sessenta anos, ou seja, 14,1 milhões de Fonte: Goldstein, 2002.
idosos, o que o posiciona em sétimo lugar Figura 1. Produção científica brasileira na área da
entre os países que apresentam as maiores gerontologia entre 1975 e 2002
populações de idosos no planeta – deven-
do ainda passar para a sexta colocação em A autora salienta ainda a grande am-
2025, com 33,4 milhões de idosos (WHO, pliação no leque de áreas de conhecimento
2002, apud FREITAS, 2004, p. 23-24). envolvidas nessa produção, principal-
Associado ao envelhecimento da po- mente no final do século 20. Assim, os
pulação brasileira e à difusão dessa primeiros trabalhos começaram nas áreas

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da psicologia, sociologia, serviço social e de ambientes mais inclusivos nas escolas
enfermagem; dez anos depois, começaram de engenharia e arquitetura e, também,
a surgir nas áreas de educação e educação o despertar dos profissionais das áreas
física. Em 89 apareceram pesquisas nas relacionadas para o grande potencial de
áreas de fonoaudiologia, comunicações e mercado representado pelo usuário idoso.
direito e, em 94, na área de administra- No entanto, a tarefa de projetar ambien-
ção. Por fim, no final da década de 90, o tes para usuários idosos ainda é tratada
leque se abriu ainda mais, encontrando-se de forma bastante superficial, visto que
estudos nas áreas de farmácia, engenharia as suas necessidades são quase sempre
de produção, lingüística aplicada, história comparadas e reduzidas às necessidades
e turismo. dos portadores de deficiência. Urge, por-
Se, por um lado, o trabalho de Golds- tanto, uma maior integração dessas áreas
tein (2002) revela um crescente interesse com outras mais tradicionais nos estudos
no âmbito das universidades e um consi- do envelhecimento e da velhice, a fim de
derável volume de resultados nacionais se atingir uma maior compreensão sobre
produzidos recentemente sobre os temas esses fenômenos e suas implicações para
envelhecimento e velhice, por outro, per- o projeto do ambiente construído.
mite questionar sobre o grau de integração Este artigo parte, portanto, do pres-
entre as diferentes áreas envolvidas nesses suposto de que essa integração depende
estudos, no sentido de se buscar a inter- de uma maior participação das áreas
disciplinaridade necessária ao enfoque relacionadas ao ambiente construído na
gerontológico. Citando as palavras de Doll construção do enfoque interdisciplinar da
(2004, p. 98), “o aspecto da interdiscipli- gerontologia. Por outro lado, acredita-se
naridade não é uma questão periférica que a pesquisa e a aplicação voltadas à
para a gerontologia, mas trata-se de um produção de ambientes mais adequados
dos seus fundamentos principais”. aos idosos podem ser profundamente
Essa preocupação é particularmente enriquecidas pela contribuição teórica
importante no que diz respeito às áreas da gerontologia, particularmente de uma
emergentes relacionadas ao estudo da ve- de suas linhas ainda pouco conhecida no
lhice e do envelhecimento com pouca tra- Brasil: a gerontologia ambiental. Dessa
dição na investigação desses temas. Den- forma, o artigo procura, em sua primeira
tre essas destacam-se aqui aquelas ligadas parte, apresentar a gerontologia ambiental
ao planejamento do ambiente construído, em seu histórico, abrangência, principais
foco do presente artigo. Nos últimos anos, preocupações e alguns fundamentos teóri-
a mídia tem veiculado, com bastante fre- cos. Na segunda parte, são feitas algumas
qüência, informações sobre adaptações discussões sobre as implicações das teorias
no ambiente construído (especialmente em gerontologia ambiental para o planeja-
nas edificações residenciais) para melhor mento do ambiente construído. Com base
atender às necessidades dos idosos. A vei- nessas discussões, o artigo procura refletir
culação de tais informações reflete o cres- sobre como um método de planejamento,
cimento das preocupações com a produção denominado “design social”, poderia vir

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ao encontro das teorias em gerontologia produziu uma série de traduções das prin-
ambiental a fim de gerar ambientes mais cipais descobertas da gerontologia para a
adequados às reais necessidades dos aplicação ao planejamento e ao design do
idosos. espaço construído.
Ao procurar delimitar o campo de
trabalho da gerontologia ambiental, Wahl
Gerontologia ambiental e Weisman (2003, p. 617) apontam os se-
A gerontologia ambiental é a área guintes tópicos de interesse da área:
da gerontologia que se concentra na • as possibilidades de moradia para
descrição, explicação e modificação (ou idosos em termos de composição da
otimização) das relações entre idosos e habitação, propriedades, padrões
seus contextos socioespaciais. Dessa for- de moradia, tempo de residência e
ma, desempenha um importante papel satisfação residencial;
dentro do empreendimento gerontológico • a natureza e o impacto de modifica-
ao explicitar considerações do ambiente ções no lar, incluindo tanto modelos
sociofísico1 na teoria e pesquisa sobre teóricos e diretrizes de planejamento
envelhecimento (WAHL e WEISMAN, necessários para reformular os lares
2003). como o escopo da institucionaliza-
Pode-se dizer que, dentro da evolução ção da velhice, desde aspectos como
da gerontologia, a gerontologia ambiental relocação até o design de unidades
teve seu nascimento em 1959, através da para idosos com demência ou outros
publicação do Handbook of Aging and the cenários especializados;
Individual, do qual um dos capítulos, es- • o papel das vizinhanças e sua influên-
crito por Kleeimer (1959, apud WAHL e cia nas oportunidades e limitações
WEISMAN, 2003, p. 618), trata especifi- para seus residentes, e também o lu-
camente das questões que envolvem as re- gar do envelhecimento numa ampla
lações entre o comportamento de idosos e perspectiva social e política.
os seus ambientes. Durante as décadas de Como conseqüência dessa diversidade
60 e 70 do século XX, a gerontologia am- de interesses, abordagens teóricas e estra-
biental passou por uma intensa atividade tégias de pesquisa empírica em gerontol-
em termos de produção teórica. Assim, em gia ambiental são desafiadas a trabalhar
1973, Lawton e Nahemow apresentaram em níveis de análise muito diferentes,
o modelo da “pressão competência”, que tanto em relação ao tipo de lugar e escala
se tornou um marco para os trabalhos de- de agregação social – do lar à vizinhança,
senvolvidos na área. Essa atividade teórica à cidade e à região rural, bem como do
atingiu seu auge na década de 80, quando indivíduo ao grupo, à organização –, como
Lawton, Windley e Byerts (1982, apud ao tipo de processo envolvido, tais como
WAHL e WEISMAN, 2003) publicaram a perceptivo, afetivo ou cognitivo (WAHL
obra Aging and the environment: theoretical e WEISMAN, 2003).
aproaches. Nesse mesmo período, Lawton A partir de uma pesquisa quantita-
(1980, apud WAHL e WEISMAN, 2003) tiva da produção de estudos empíricos

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em gerontologia ambiental entre 1989 e Sobre a produção de estudos durante
2000, Wahl e Weisman (2003) procuraram a década de 90, Whal e Weisman (2003),
identificar tendências quanto aos temas referem ainda que, nesse período, houve
estudados para a pesquisa na área no uma tendência ao maior desenvolvimento
início deste novo milênio. Para tanto, os de pesquisas em áreas mais aplicadas,
autores dividiram essa produção em três como a arquitetura e o design de interiores.
grandes temas que consideram clássicos De acordo com os autores, se, por um lado,
para os estudos de gerontologia ambien- essa produção resultou de uma preocupa-
tal: – o ambiente doméstico ou privado, ção geral da gerontologia ambiental em
os ambientes planejados (instituições) transformar a teoria em prática, por
e as decisões residenciais (referentes às outro, esteve muito pouco articulada à
opções de moradia, envolvendo mudanças teoria já existente, utilizando-a muito
de uma residência para outra, de uma pouco e contribuindo muito pouco para
residência para uma instituição, entre o seu incremento. A seguir, procura-se
instituições, ou, ainda, de instituições para apresentar a essência dessa teoria a fim de
residências). A evolução da produção nesse facilitar as discussões que serão feitas no
período para os três grandes temas citados título seguinte, o qual procurará explorar
pode ser visualizada na Figura 2, observan- possíveis relações entre a teoria existente
do-se que o interesse pelo tema “decisões com a tarefa de produzir ambientes mais
residenciais” teve um crescimento a partir adequados às necessidades dos idosos.
de 1993 e 1994. Verifica-se também uma
redução dos estudos relacionados aos
ambientes planejados, porém o interesse Teorias em gerontologia ambiental
sobre o ambiente doméstico ou privado Dentre os diversos modelos teóricos
parece ter sido recuperado entre 1995 e têm sido desenvolvidos com o intuito
1998, após ter sofrido um decréscimo nos de explicar as relações dos idosos com o
anos anteriores. ambiente destacam-se o modelo ecológico
e o modelo da congruência entre o idoso
e o ambiente. Ambos partem do princí-
pio comum de que, na idade avançada,
o ambiente deve servir como facilitador,
amortecedor e atenuador das dificuldades
encontradas, propiciando as adaptações
necessárias para a continuidade de uma
vida independente e satisfatória.
O modelo ecológico da compreensão
da interação ambiente/idoso, proposto
por Lawton (1990, apud CUPERTINO,
1996, p. 13), resulta em duas proposições:
Fonte: adaptado de WAHL e WEISMAN, 2003.
a proposta da docilidade do ambiente e
Figura 2. Evolução da produção de estudos empíricos a proposta do ambiente pró-ativo. A pri-
em gerontologia ambiental entre 1989 e
meira proposta é clara para idosos com
2000
déficits diversos, visto que o ambiente

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equipado com auxílio protético estaria menor variedade de ambientes, ao passo


interferindo nos resultados adaptativos que o oposto aconteceria com aqueles com
do idoso; a segunda proposta, do am- capacidade funcional mais intacta.
biente pró-ativo, defende que, conforme O modelo da congruência, proposto
o idoso é fortalecido em sua capacidade por Carp e Carp (1984, p. 279-336), está
de desempenho, a possibilidade de que o fortemente baseado no modelo ecológico
utilize para atender às suas necessidades de Lawton e é apresentado em duas par-
pode igualmente aumentar, ou seja, o tes, diferenciadas de acordo com o nível
ambiente pró-ativo destaca, sobretudo, a de necessidade ou o tipo de congruência
possibilidade de que os idosos, apesar das entre o idoso e o ambiente.
perdas biológicas que lhes são inerentes, A primeira parte do modelo concentra-
mantenham a capacidade de engajamen- se nas necessidades de ordem básica ou
to satisfatório com os ambientes físico e de manutenção da vida. Neste nível, as
social. As duas propostas consideram a características da pessoa e do ambiente
capacidade de funcionamento do idoso, facilitam, permitem ou inibem a satisfa-
indo de um extremo a outro, tendo em ção das necessidades básicas através do
comum que o ambiente deve se adequar desempenho adequado ou não das ativi-
às características deste, ou seja, mesmo dades da vida diária necessárias para a
quando o idoso se encontra fragilizado continuidade de uma vida independente.
e com a capacidade cognitiva e social Em outras palavras, constituem as compe-
atingida, experimentando uma redução tências pessoais e os recursos/barreiras do
do espaço de atuação, o ambiente pode ambiente relevantes para o desempenho
favorecer uma continuidade na rede de das atividades da vida diária. Neste caso,
relações com os outros e com o mundo, a congruência é o grau de complementa-
bem como a experiência de satisfação ridade entre as competências pessoais e os
(LAWTON, 1990 apud CUPERTINO, recursos/barreiras do ambiente relevantes
1996, p. 13). para o desempenho das atividades da vida
Lawton (1990, apud CUPERTINO, diária. Por exemplo, quando as competên-
1996, p. 13) afirma que cada indivíduo cias pessoais são muito limitadas, pode ser
tem um nível ou zona de demanda am- necessário auxílio protético para atingir
biental que, sendo atendida, poderia um nível adequado de complementarida-
conduzir ao alcance de níveis ideais de de com o ambiente.
ajustamento, conforto e desempenho. Nesta parte do modelo, tanto pessoa
Em caso contrário, quando a demanda como ambiente são variáveis que afetam
sai do ideal, seja para mais ou para me- diretamente os resultados de congruên-
nos, aconteceria o comportamento menos cia esperados, isso é, algumas pessoas
eficiente. Independentemente do nível são capazes de se adaptar a uma grande
de capacidade funcional restante, o idoso variedade de ambientes diferentes, ao
deve permanecer ativamente engajado e passo que outras somente se adaptam
ser solicitado pelo meio, buscando opor- a poucos ambientes. Da mesma forma,
tunidade de alcançar a satisfação através alguns ambientes podem facilitar o de-
deste. Na compreensão de Lawton, os ido- senvolvimento normal das atividades
sos mais debilitados adaptar-se-íam a uma diárias para uma grande gama de pessoas

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com necessidades diferentes, ao passo que Planejamento do ambiente
outros incluem demandas ou barreiras
que somente se adequam às capacidades construído e necessidades dos
de poucas pessoas (CARP e CARP, 1984, idosos
p. 281-282).
O planejamento do ambiente cons-
A segunda parte do modelo trata das
truído em função das necessidades dos
necessidades pessoais de ordem mais ele-
vada (higher order needs) e das característi- usuários vem ganhando grande destaque
cas do ambiente que facilitam, permitem no cenário da construção civil através da
ou inibem a satisfação dessas necessida- abordagem conhecida como “desempe-
des. O conceito de congruência neste nível nho das edificações”. Essa abordagem,
difere do nível anterior e corresponde à que hoje é o centro das discussões sobre
similaridade entre o grau de necessida- tecnologia da construção em nível inter-
de em relação a um fator ambiental e o nacional, significa, em primeiro lugar, e
suporte oferecido pelo ambiente. Aqui, acima de tudo, trabalhar pensando antes
as variáveis pessoa e ambiente não são em fins do que em meios, isto é,
positivas nem negativas do ponto de vista [...] preocupa-se com o que se exige de uma
adaptativo. Por exemplo, não é melhor edificação ou produto e não em prescrever
nem pior para uma pessoa ter maior ou em como este será construído. Isto não
menor necessidade de privacidade, ou significa que os meios – tipo particular de
para um ambiente proporcionar mais ou construção, produtos ou materiais – não
menos condições nesse sentido. O melhor sejam considerados; eles são, mas estrita-
encaixe entre pessoa e ambiente se dá mente no sentido de que estes meios irão
pela similaridade entre uma necessidade atingir os fins. Esta abordagem implica
e o suporte oferecido pelo ambiente – um ainda dizer que a função ou fim de um
ambiente que proporcione um alto grau determinado produto é satisfazer as exi-
de privacidade para uma pessoa que te- gências ou necessidades de seus usuários
(CONSEIL, 1982).
nha uma alta necessidade nesse sentido
(CARP e CARP, 1984, p. 281). Quando se pensa em projetar ambien-
Em suma, o modelo da congruência tes para idosos, essa abordagem apresenta-
assume que o bem-estar é influenciado se particularmente pertinente, tendo em
pela extensão com que as competências vista que o processo de envelhecimento
pessoais encontram as demandas am- modifica profundamente as relações do
bientais necessárias para a continuação indivíduo com o seu ambiente. Essas no-
de uma vida independente e, ainda, pela vas relações implicam necessidades que
extensão com que os recursos do ambiente dificilmente são contempladas pelos am-
encontram as necessidades pessoais, não bientes construídos das cidades, os quais
somente aquelas necessárias à sobrevivên- são quase sempre projetados tendo-se em
cia, mas também aquelas mais subjetivas, vista o usuário jovem.
como socialização, privacidade e experiên- De acordo com Cupertino (1996, p. 3),
cia estética. as transformações e modificações restri-
tivas e limitadoras da velhice provocam

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a emergência de algumas questões que Sabe-se que o processo de envelheci-


assumem uma importância relativa bem mento é um fenômeno bastante complexo
maior do que em outras fases do desenvol- e que ocorre de forma muldimensional.
vimento humano. Um aspecto que ganha Toda e qualquer intervenção que vise
relevância no período do envelhecimento aumentar a qualidade de vida dos idosos
refere-se à questão do local de moradia. deve ter em vista essa complexidade, o
É na velhice que o local de moradia atua que exige, necessariamente, uma visão
como uma dimensão que intervém e que interdisciplinar. Como pode ser visto no
pode atender, ou não, às novas necessida- capítulo anterior, a gerontologia ambien-
des emergentes. Na realidade do idoso, o tal, pela diversidade de pontos de vista
ambiente, nos seus aspectos físico e social, abrangidos por suas preocupações, apre-
surge como um ponto decisivo para o senta a necessária interdisciplinaridade
desenvolvimento e a manutenção de um no estudo das relações dos idosos com seus
estilo de vida adequado, que promova ambientes. Por outro lado, como também
a satisfação com a vida, a preservação foi discutido anteriormente, os estudos
da capacidade funcional e a autonomia desenvolvidos em áreas aplicadas, como
(CUPERTINO, 1996, p. 3). engenharia e arquitetura, utilizam muito
Para Lehr (1999, p. 24), com a dimi- pouco o referencial teórico disponível nes-
nuição do preparo físico, o meio ambiente sa área, o que gera uma lamentável lacuna
passa a determinar o comportamento dos entre teoria e aplicação.
indivíduos. O meio ambiente físico pode Essa lacuna leva a sérias limitações
contribuir para a dependência e a restri- no planejamento de ambientes que pre-
ção do espaço de vida ou pode ser favorá- tendem satisfazer às necessidades dos
vel e adaptável, estimulando atividades e idosos. Uma das limitações mais comuns
aumentando as competências existentes, resulta de imagens preconceituosas sobre
assim como os recursos pessoais. a velhice, como a associação imediata
A compreensão dessas novas relações e simplista das necessidades dos idosos
que os indivíduos passam a desenvolver com as necessidades dos portadores de
com os seus ambientes à medida que deficiência. Essa associação reflete uma
envelhecem é, portanto, de fundamental visão precipitada e incompleta sobre a
importância para a tarefa de identificar velhice e o processo de envelhecimento,
as necessidades dos idosos em relação ao que leva, com muita freqüência, o proje-
ambiente construído. Conforme afirmado tista a concentrar-se excessivamente em
anteriormente, este artigo parte do pres- preocupações com acessibilidade e segu-
suposto de que a contribuição dos estudos rança, negligenciando outros aspectos
em gerontologia ambiental pode represen- importantes.
tar um referencial valioso no sentido de Analisando o modelo ecológico de
estimular e fundamentar teoricamente a Lawton (1990, apud CUPERTINO, 1996),
pesquisa e a aplicação preocupadas com compreende-se que, embora o ambiente
a produção de ambientes físicos mais deva compensar as perdas advindas do
adequados aos idosos e suas necessidades envelhecimento, um ambiente que “faz
específicas.

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tudo por ele”, que pressupõe sua depen- ciências comportamentais a arquitetura e
dência, pode ser igualmente prejudicial. urbanismo. Sommer procura caracterizar
O ambiente deve ser também estimulante, o design social da seguinte forma:
incentivando o idoso a manter sua capa- Design social significa trabalhar com as
cidade funcional. pessoas ao invés de trabalhar para elas;
Também o modelo de Carp e Carp envolver as pessoas no planejamento e ma-
(1984) traz implicações de grande relevân- nejo dos espaços nos quais estão inseridas;
cia para o trabalho do projetista. Assim, educá-las para utilizar o ambiente de forma
preocupações com o caráter dos ambientes sensata e criativa para atingir um balanço
são importantes no sentido de produzir harmonioso entre ambiente social, físico
ambientes que complementem as necessi- e natural; desenvolver uma consciência
dades de uma maior gama de idosos pos- de beleza e um senso de responsabilidade
para com o ambiente do planeta e para
sível – dessa forma, quanto mais suporte
com outras criaturas vivas; gerar, compilar
esse ambiente oferecer, mais inclusivo e tornar disponíveis informações sobre
ele será. Por outro lado, o projetista deve os efeitos de atividades humanas sobre
estar atento para a multidimensionali- o ambiente físico e natural, incluindo os
dade do processo de envelhecimento e, efeitos do ambiente construído sobre seres
conseqüentemente, para a diversidade humanos. Designers sociais não podem
da velhice, o que implica necessidades atingir estes objetivos sozinhos e sim com a
mais subjetivas (higher order needs) e muito participação de estruturas de organizações
variáveis de indivíduo para indivíduo. A maiores, que incluem as pessoas para quem
compreensão dessas necessidades deve o projeto está sendo desenvolvido (p. 7).
guiar o projetista na concepção de am- O processo de design social envolve as
bientes personalizados. seguintes fases: programação, design, cons-
Feitas essas considerações, procura- trução, uso e adaptação e avaliação pós-
se, a seguir, apresentar um método de ocupação. A programação ainda consiste
planejamento participativo do ambiente de três etapas: estudo das necessidades
construído, denominado “design social”, dos usuários, envolvimento dos usuários
bem como algumas reflexões sobre o seu nas possibilidades de design e tradução de
potencial para a aplicação ao planejamen- suas necessidades em orientações de design
to de ambientes para idosos. (GIFFORD, 1997).
A primeira etapa da programação en-
Design social volve o discernimento das necessidades
dos usuários através de levantamentos e
Sommer (1983) defende que o ambien- entrevistas, de observações de seus com-
te construído deveria ser projetado com portamentos e estudo de traços físicos
uma maior participação do usuário a fim deixados pelas pessoas. A segunda etapa
de melhor atender às suas necessidades. envolve a participação direta do usuário no
Dessa forma, propõe uma forma participa- processo de design, incluindo a motivação,
tiva de projetar, à qual denomina “design o acionamento e a educação dos usuários.
social”, que resultaria da ligação entre as A terceira etapa envolve o estabelecimento

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de diretrizes específicas para o design da das possibilidades de design, representa


edificação. Transformar essas diretrizes uma oportunidade de educar os idosos
em planos e em realidade é o trabalho para as novas relações com os espaços
de arquitetos e construtores (GIFFORD, físicos que ocorrem em função do envelhe-
1997). cimento. Esse trabalho, necessariamente
Na fase de design propriamente dita, as interdisciplinar,2 pode auxiliar o idoso a
orientações de design serão transformadas compreender como pode utilizar e adaptar
em projetos para as edificações, ou para o o espaço para suas novas necessidades,
ambiente construído em questão. Após a possibilitando-lhe aumentar suas com-
construção e a ocupação das edificações, petências pessoais em relação aos seus
o projetista retorna para monitorar o ambientes.
comportamento do usuário e as possíveis A participação do idoso no processo de
alterações que estes possam ter realizado planejamento dos espaços a ele destinados
nas novas edificações, levadas a cabo na exige uma mudança de postura do proje-
fase de uso e adaptação. A avaliação pós- tista, que está relacionada à própria ima-
ocupação será realizada, então, a fim de gem estereotipada que a sociedade faz da
examinar a eficácia da programação e do velhice, a qual pressupõe a dependência e
design, utilizando, para isso, uma série de a incapacidade do idoso de se autodeter-
ferramentas ligadas às ciências sociais. A minar. A esse respeito, é interessante citar
avaliação pós-ocupação é a investigação, as discussões apresentadas no trabalho
ou exame, da eficácia de ambientes ocupa- de Domingues e Queiroz (2000) sobre a
dos para com seus usuários. Esse tipo de tendência dos profissionais da área da
avaliação difere daquela baseada apenas saúde de adotar uma postura semelhante
na leitura do design e na visão estética nesse sentido. Assim, as autoras procuram
do arquiteto. Em contraste, na avaliação refletir sobre como deveria ser a atitude
pós-ocupação, as edificações são julgadas desses profissionais, em contraste com a
com base nas impressões e no comporta- atitude estereotipada comumente adotada
mento do usuário no ambiente avaliado no trabalho com idosos, baseando-se no
(GIFFORD, 1997). modelo proposto por Brower (1996, apud
Refletindo-se sobre a aplicação do mé- DOMINGUES e QUEIROZ, 2000) (Tabe-
todo de design social para o planejamento la 1). Esse modelo poderia ser transferido
de ambientes destinados a idosos, pode-se também para o trabalho do projetista,
pressupor uma série de resultados positi- quando pensa no projeto do ambiente
vos no sentido de produzir ambientes mais construído como uma intervenção que
congruentes com as necessidades desse visa aumentar a qualidade de vida do
grupo de usuários. idoso – especialmente daquele que reside
A participação dos usuários em todas numa instituição de longa permanência
as fases do processo, especialmente du- ou se encontra em situação de maior
rante o seu envolvimento na determinação fragilidade.

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Tabela 1. Modelo sobre o estereótipo do atendimento do profissional frente ao idoso contrapondo-se com a atitude
mais desejável
Atitude estereotipada Atitude desejável
Idoso Profissional Idoso Profissional, família e apoio
comunitário
O profissional age Sou responsável O profissional age comigo, Somos co-responsáveis pelo
por mim pelo idoso com minha família e tratamento e intervenção
apoio comunitário
O profissional acha É triste vê-lo tão O profissional avalia Sensibiliza, agrega familiares,
que sou incapaz de desprotegido; vou minhas capacidades, e dá apoio comunitário e,
agir sozinho ajudá-lo juntos veremos o que juntos, constroem uma
sozinho posso fazer relação de ajuda
Sinto-me impotente O cliente é Sinto-me respeitado pelo O cliente conta com o
e incapaz incapaz e que sou e valorizo meu respaldo familiar e, juntos,
impotente em face potencial são potentes para resolver
da situação situações-problema
Fonte: BROWER (1996, apud DOMINGUES e QUEIROZ, 2000).

Um novo olhar sobre o idoso aplicado Considerações finais


ao processo de planejamento pode também
produzir importantes resultados sobre a Ao apresentar informações sobre o cam-
geração e o acúmulo do conhecimento po da gerontologia ambiental e discutir o
destinado a orientar futuros projetos para potencial de sua contribuição teórica a fim
este mesmo tipo de público. Seguindo esse de orientar o planejamento de ambientes
raciocínio, os idosos são quem melhor mais voltados às necessidades dos idosos,
conhece o processo de envelhecimento e o artigo procurou salientar a necessidade
como este tem impacto nas suas relações de uma maior integração das disciplinas
com o ambiente construído. Portanto, são de engenharia e arquitetura com o enfo-
eles que orientam o trabalho do projetista, que gerontológico. Acredita-se que dessa
podendo lhe fornecer importantes insights integração possam decorrer importantes
e, até mesmo, apresentar-lhe soluções de benefícios para o fortalecimento do status
projeto que lhe seriam impossíveis de científico da gerontologia, especialmente
conceber sozinho. Por fim, o método de no Brasil, onde as disciplinas ligadas ao
design social, através da avaliação pós- ambiente construído não têm tradição nos
ocupação (a última etapa do processo), estudos sobre a velhice e o envelhecimento
permite ainda avaliar o projeto em seu (e, por isso, apresentam uma colaboração
funcionamento, constatando soluções ainda muito restrita para essa ciência).
bem-sucedidas e identificando falhas a Porém, como afirma Both (2001, apud
serem corrigidas em outros projetos. DOLL, 2004, p. 99), a maior integração
e colaboração entre ciências dependem,
sobretudo, da disposição dos parceiros
para o diálogo e para a aprendizagem.

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Envelhecimento e planejamento do ambiente construído...

Sobre essa integração é importante countries if compared to what happened


salientar ainda que, se, por um lado, in developed countries, which had more
as áreas aplicadas necessitam de maior time to prepared for the aging of their po-
embasamento teórico para a sua atuação pulations. Among several concerns related
tanto em pesquisa quanto em projeto, por to the challenge of providing appropriate
outro, verifica-se uma necessidade de que quality of life to the elderly, the offer of
as áreas mais relacionadas à produção de more adequate environment adapted to
conhecimento teórico apresentem esse co- older adults’ needs must be highlighted.
nhecimento de forma mais legível para os Therefore, the objective of this article is
profissionais responsáveis pela aplicação to present an analysis of possible theore-
desse conhecimento. Uma tarefa urgente tical principles that may be the basis for
para a pesquisa no Brasil seria, portanto, practical actions to improve the adequacy
além da tradução de obras relacionadas às of built environments according to the
teorias da gerontologia ambiental para a population’s needs. In order to reach this
língua portuguesa, a apresentação dessas goal, environmental gerontology is pre-
teorias numa forma mais compreensiva sented as a research field of the gerontolo-
aos profissionais ligados ao ambiente gical approach that aims at understanding
construído. the interactions of the elderly with their
O artigo procurou apresentar ainda o physical and social settings. Based on this
método de design social como uma alter- analysis, the author intends to discuss the
nativa para o planejamento de ambientes possibility of the planning method, the
voltados a usuários idosos. Com base nas so-called social design, of producing built
reflexões apresentadas, esse método teria environments better adapted to the needs
um grande potencial de integração entre of elderly users.
disciplinas e, também, de articulação com
os principais fundamentos teóricos da Key words: aging, elderly, environmental
gerontologia ambiental. Antes, porém, de gerontology, built environment, social
se pensar na aplicação desse método pelo design.
projetista, o seu potencial integrador e
teórico, e os seus efeitos sobre a qualidade
de vida dos idosos (especialmente institu- Referências
cionalizados) devem ser investigados pela CARP, F. M.; CARP, A. A complementary con-
pesquisa científica. gruence model of well-being for the community
elderly. In: ALTMAN, I.; LAWTON, M. P.;
WOHLWILL, J. F. (Ed.) Elderly people and the
Abstract environment. New York: Plenum Press, 1984.
The elderly population has been gro- CONSEIL INTERNATIONAL DU BÂTI-
MENT. Working with the Performance Approach in
wing fast all over the world. This pheno-
Building. Rotterdam: CIB, 1982, Publication 64.
menon raises special concerns in develo-
CUPERTINO, A. P. F. B. Avaliação pós-ocupação
ping countries because the increase of this
de instituições para idosos no Distrito Federal. 1996.
age group is much faster in developing Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Instituto

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Janeiro: NAU, 2004.
DOMINGUES, M. A.; QUEIROZ, Z. P. V. Ati- Notas
tudes, mitos e estereótipos relacionados ao en-
velhecimento e a sua influência no atendimento 1
“Ambiente sociofísico” trata-se de um termo sugerido pela
domiciliar. In: DUARTE, Y. A. O. Atendimento psicologia ambiental a fim de procurar abranger toda a
complexidade envolvida nas inter-relações entre os am-
domiciliar: um enfoque gerontológico. São Paulo: bientes físico, social, organizacional e cultural (WAHL e
Atheneu, 2000. WEISMAN, 2003).
FREITAS, E. V. Demografia e epidemiologia
2
Nesta etapa do trabalho, abrem-se oportunidades para a
participação e integração de profissionais de formações
do envelhecimento. In: PY, L. et al. Tempo de bastante diversas relacionadas ao estudo do envelheci-
envelhecer: percursos e dimensões psicossociais. mento, especialmente daqueles de áreas ligadas à saúde e
Rio de Janeiro: NAU, 2004. à educação.

GIFFORD, R. Environmental Psychology: prin-


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LEHR, U. A revolução da longevidade: impacto
CEP 90035-190
na sociedade, na família e no indivíduo. Cadernos
de Envelhecimento, Porto Alegre: Ufrgs, v. 1, p. Porto Alegre - RS
7-35, 1999. Tel.: (51)3316 3518; Fax: (51) 316 4054
SOMMER, R. Social design. Englewood Cliffs, E-mail: sergiovtomasini@yahoo.com.br
NJ: Prentic Hall, 1983.

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