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DEFINIÇÕES DE DIREITO
Sempre que alguém nos pergunta sobre possíveis definições sobre o direito,
procuramos nos atentar para as concepções tidas como descritivas, pois estas tratam do
direito em seu sentido lexical tal como já se procede com as conceituações extraídas dos
dicionários. Vamos verificar algumas destas definições lexicais
a) Direito é justo, aquilo que uma pessoa deve fazer ou deixar de fazer em uma
sociedade ordenada e justa. Nota-se aqui a relevância do direito em considerar a
relação entre leis que existem ou estão em vigor num dado país e os ideais de
justiça a ela vinculados;
b) O direito implica em algo que alguém pode fazer exercendo para tanto uma
faculdade (direito de ir e vir ou votar nas eleições), pode exigir algo de alguém
(recebimento do preço após a comercialização de uma mercadoria), contemplando
também casos em que a conduta do agente deverá voltar-se a uma omissão
(exigência que os vizinhos deixem de incomodar ouvindo música após a meia-
noite para não produzirem barulho). Percebemos aqui que a percepção do
direito aqui se voltou ao sujeito, razão pela qual podemos inicialmente
enfatizar uma reflexão do “direito subjetivo”.
c) O direito pode caracterizar o estudo das normas jurídicas de tal maneira que a
análise de suas disciplinas jurídicas coincide com a avaliação das “ciências
jurídicas”.
Platão
- O princípio fundamental é dar a cada um aquilo que ele merece, devendo este
princípio ser guardado pelo Estado (posiciona-se em letra maiúscula por se identificar
como governo e aparelhos imbuídos do poder político).
- Estrutura do Estado condizente com três tipos de natureza humana: pessoas
movidas pelo desejo, pessoas movidas pela coragem e outras pessoas movidas pela razão.
Povo, militares e filósofos ganham destaque como personagens desta sociedade (com
preferência para os filósofos).
Aristóteles
Tomás de Aquino
Thomas Hobbes
Este filósofo inglês propõe uma reunião dos homens para a criação de sociedades
organizadas, abdicando de sues direitos naturais, entregando-os a uma autoridade central
com amplos poderes, qual seja o Estado. Cabem a este distribuir direitos e obrigações,
garantindo seu respeito mediante a ameaça de punições. Notamos com atenção que o
poder absoluto do Estado leva ao estabelecimento de leis pacíficas propiciando uma
convivência segura e harmônica. A constatação e aferição de justiça e correção em
cada uma das leis não se apresentam como argumento unânime na definição do
direito, extraindo-se desde então a ideia de que a afirmação do Estado é exercida
pelo poder de impor leis mesmo que distantes da origem do direito natural.
Samuel Pufendorf.
Para este filósofo de origem suíça (1712-1778) autor do prestigiado ensaio “Do
contrato social”, o cenário de extensas desigualdades e injustiças sociais poder ser
atribuída à propriedade privada que permite às minorias poderosas explorar e oprimir a
maioria.
-Em sua obra “Discurso sobre a desigualdade” Rousseau aponta que em conjunto
com a riqueza, a nobreza ou a posição, o poder e o mérito pessoal são em geral as
principais distinções pelas quais os homens se medem na sociedade. Observa ainda que
em sentido oposto a esta constatação que a origem natural do sentido da justiça faz com
que a ideia de propriedade possa nascer a partir da mão-de-obra, pois não se vê o que,
para apropriar-se das coisas que não fez, o homem pode introduzir além do seu trabalho.
Dar ao lavrador o direito sobre o solo pelo menos até a colheita faz com que este de ano
em ano possa ter uma posse contínua que transforme em propriedade. Note-se aqui que o
direito de propriedade origina-se do direito natural e não de uma acumulação de riqueza
capaz de distinguir pessoas que deveriam compartilhar de seus dons e talentos em favor
de seu semelhante.
Hans Kelsen
-Se para alguns outras disciplinas tão importantes como a sociologia, a história, a
ciência política e a psicologia podem interferir ativamente e eficazmente na definição do
direito, Kelsen edifica uma teoria do direito como organização da força ou ordem de
coação. Ao vigorar num determinado território o direito consegue ser politicamente
imposto e reconhecido pela maioria da população tendo. Já em relação as norma jurídicas
estas são obrigatórias e aplicadas mesmo em oposição à vontade dos cidadãos.
- Caso ainda remanesça a dúvida quanto a implicação dos fatos políticos e sociais
para a criação das normas constatamos preliminarmente que a fundamentação do direito
não se dá sob a interferência de tais fatores mas sim pela existência de uma norma
superior. Com ela verificamos a presença de autoridades competentes para criação das
normas sem contar a aplicação de procedimentos para a concretização do objetivo criador
do legislador.
Como vimos não se exibe como tarefa simples a conquista de uma definição
unânime do direito ou que venha ser aceita por uma parcela dos estudiosos de forma mais
benvinda quando comparada a outras ideias do direito igualmente partilhadas aqui.