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Programa:
Zoneamento Ecológico e Econômico (ZEE)
da Zona Costeira do Estado do Ceará
EQUIPE RESPONSÁVEL
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
TABELA 2.1 Comparativo dos comprimentos de onda (µ) das bandas. ................... 15
TABELA 5.1 Enquadramento das Unidades Geoambientais .................................. 202
6 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS............................................................................................... 04
LISTA DE TABELAS............................................................................................... 05
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 08
2 METODOLOGIA ........................................................................................... 12
2.1 Pesquisa bibliográfica ................................................................................ 12
2.2 Etapas de campo......................................................................................... 13
2.3 Reinterpretação das feições e unidades das imagens ............................ 13
2.4 Processamento digital de imagens (PDI).................................................. 13
2.5 Satélite landsat............................................................................................ 15
2.6 Interpretação da composição RGB 432 .................................................... 16
2.7 Interpretação da composição RGB 543 .................................................... 18
2.8 Interpretação da composição RGB 321 .................................................... 18
2.9 Interpretação da composição RGB 752 .................................................... 20
2.10 QuickBird..................................................................................................... 22
2.11 Delimitação das unidades geoambientais ................................................ 25
2.12 Mapa de zoneamento geoambiental.......................................................... 26
3 AMBIENTES E UNIDADES GEOAMBIENTAIS........................................... 28
3.1 Comentários gerais..................................................................................... 28
3.2 Frente marinha ............................................................................................ 35
3.2.1 Depósitos sedimentares submersos ............................................................. 42
3.2.2 Praias............................................................................................................ 46
3.2.2.1 Beachrocks (arenitos de praia) ..................................................................... 56
3.2.2.2 Bermas e falésias.......................................................................................... 67
3.2.2.3 Cordões litorâneos ........................................................................................ 73
3.2.2.4 Barras ........................................................................................................... 82
3.2.3 Terraços marinhos ........................................................................................ 83
3.2.4 Planície de deflação...................................................................................... 87
3.2.5 Dunas costeiras ............................................................................................ 97
3.2.5.1 Classificação de dunas ................................................................................. 97
3.2.5.2 Paleodunas ................................................................................................... 99
3.2.5.3 Dunas fixadas por vegetação...................................................................... 102
7 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
Tabela 2.1 - Comparativo dos comprimentos de onda (μ) das bandas espectrais dos
sensores LANDSAT.
Sensor 1 2 3 4 5 6 7 8
0.45 0.52 0.63 0.76 1.55 10.4 2.08 -
TM
0.52 0.60 0.69 0.90 1.75 12.5 2.35 -
0.45 0.53 0.63 0.78 1.55 10.4 2.09 0.52
ETM+
0.52 0.61 0.69 0.90 1.75 12.5 2.35 0.90
16 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Figura 2.1 - Composição RGB 432 do LANDSAT 7 ETM+ (agosto de 2002), Imagem da
desembocadura do rio Jaguaribe-CE.
Observar áreas de manguezais em tons de vermelho escuro na margem direita do rio.
17 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Os campos de dunas móveis são tipicamente marcados por cores que variam
do branco ao amarelo-claro, devido à presença de areias inconsolidadas e ausência
de vegetação, por vezes com formas de cordões e barcanas que denotam a
orientação dos ventos na região. As depressões interdunares e a planície de
deflação, com lagoas e/ou vegetação rasteira, mostram coloração marrom
avermelhadas.
As zonas de praias assumem cores que variam de branco, quando com areia
livre e seca, a marrom azulado, quando com alguma umidade ou ainda sob
influência das alturas das marés. As águas oceânicas apresentam coloração
variando de azul marinho, azul anil e azul claro à medida que se aproxima da faixa
litorânea, variação decorrente da diminuição da profundidade e aumento na
quantidade de sedimentos em suspensão próximo à linha de costa.
18 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Figura 2.2 – Composição RGB 543 do LANDSAT 7 ETM+ de 2001. As zonas alagadas têm
resposta espectral em tons lilás a róseo.
Figura 2.3 – Composição RGB 321 do LANDSAT 7 ETM+ 2001. No detalhe as plumas de
sedimentos em suspensão e realce da planície flúvio-marinha.
Figura 2.4 – Composição RGB 752 do LANDSAT 7 ETM+ 2001, imagem da região do estuário
do rio Coreaú, Camocim, Ceará.
2.10 QuickBird
O sensor mais recente capaz de capturar imagens da Terra com resolução
espacial de alta precisão. Foi lançado em outubro de 2001, e tem o objetivo de dar
suporte nas aplicações de gerenciamento urbano ou rural, avaliação de riscos
ambientais, levantamentos cadastrais ou mapeamentos em escala de detalhe dentre
outros mais específicos. O sistema é composto por três bandas espectrais do campo
visível, com resolução espacial de 2,4 metros, mais uma banda pancromática de
reduz o tamanho do píxel (unidade mínima que compõe a imagem) a 0,61 metros.
Apresenta 4 bandas multiespectrais: azul (450-520 nm); verde (520-600 nm);
vermelho (630 a 690 nm); Infravermelho próximo (760-900 nm), com resolução
espectral de 2,44 no nadir e 2,88 a 25º do nadir, reamostrado para 2,80 e
ortoretificado. A banda pancromática tem resolução espacial de 0,61 metros no nadir
e 0,72 a 25º do nadir.
Figura 2.6 – Extrato de uma imagem Quickbird de composição RBG 321 com resolução
espacial de 0,6 metro. Região próxima a foz do rio Acaraú e ao município de Itarema, Litoral
oeste do Ceará, 2003. Zona de mangue exposta diretamente ao mar. Região povoada e também
de com atividade de carcinicultura. Na ampliação foi aplicado um filtro de realce do tipo
Gaussiano diferenciando os tipos de vegetação de mangues pela variação das tonalidades de
verde.
24 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Resumo técnico:
Figura 2.7 – Estuário do rio Jaguaribe (CE), mapeado a partir da combinação entre as
composições coloridas RGB 543 e 432 LANDSAT 7ETM+, e fusão com a banda 8 (Resolução de
15m).
O Decreto no 5.300 em seu Art. 2o, item XV, define Unidade Geoambiental
como sendo a ”porção do território com elevado grau de similaridade entre as
características físicas e bióticas, podendo abranger diversos tipos de ecossistemas
com interações funcionais e forte interdependência”, ou seja, são faixas ou regiões
de mesmas características de origem e forma que podem ser individualizadas nos
mapeamentos, para se estabelecer os condicionamentos de uso e ocupação. Elas
podem pertencer a um único ambiente, ou fazer parte de meios diferentes. Daí a
necessidade de agrupá-las dentro dos ambientes de origem, onde há domínio de
uma dinâmica responsável por sua formação.
29 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Este autor sugere o uso de imagem de satélite, no lugar das fotos aéreas
convencionais, para mapeamento de terras úmidas. A padronização do banco de
dados do C-CAP para monitorar a cobertura e mudanças no habitat, nas regiões
30 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
costeiras dos Estados Unidos, leva em conta, para um melhor conhecimento de:
terras altas costeiras, terras úmidas e habitats submersos, além das divisões
administrativas, que, no nosso caso, seriam os municípios.
Figura 3.1 - Estrutura Física e Tempo em Escalas Múltiplas (Modificado de Federal Interagency
Stream Restoration Working Group, 2000).
32 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Matriz pode ser definida como uma cobertura de terra (land cover) que é
dominante e interconectada com a maioria das superfícies de terra. Comumente, a
matriz representa florestas ou campos cultivados, mas teoricamente pode ser
qualquer cobertura de terra.
Mancha (patch) é uma área não linear (polígono), que é menor do que a
matriz e se diferencia no seu interior.
completa, as linhas de praia foram trabalhadas pelas ondas. Já os baixos cursos dos
vales foram afogados, formando estuários e lagunas.
Foto 3.2 - Detalhe das marcas de abrasão marinha que ocorrem na caverna do afloramento de
quartzito na praia de Jericoacoara.
Foto 3.3 – Vista de outro ângulo da caverna resultante do processo de abrasão marinha
registrada na praia de Jericoacoara.
41 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.4 – Processo de abrasão marinha registrado no quartzito da praia de Jericoacoara, que
ocorre em cota inferior aos registros descritos anteriormente.
Foto 3.5 – Em primeiro plano, observa-se exposição do beachrock formado sobre o quartzito,
evidenciando, assim, o nível anterior do mar mais elevado.
42 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.6 - Duna recortada pelo rio, onde se observa afloramento de beachrock em seu interior,
revelando também nível do mar mais elevado. Localidade de Volta do Rio, no município de
Itarema.
Ainda de acordo com Tison (1964), sobre as bordas do avanço do rio no mar
se formarão depósitos de sedimentos grossos e areias, que constituirão, de início,
uma espécie de barras longitudinais. A medida que se processa o transporte e a
deposição do material pelas águas do rio, as barras ou dique vão aumentando de
tamanho, mas permanecendo parcialmente submersas por ação das ondas. Os
sedimentos mais finos ultrapassarão o topo destes diques e se depositarão na zona
de turbilhonamento depois destes. A formação de múltiplos braços entre os diques
se dá pelo rompimento deles, devido ao avanço do rio.
Estas areias e material mais fino, como a lama, formam corpos quase sempre
submersos em frente à costa, com as formas mais diferentes. No estado do Ceará,
merecem destaque os depósitos submersos em Icapuí, na região de Barra Grande
e, em Acaraú, na foz do rio de mesmo nome (Figuras 3.2 e 3.3).
Nos dois casos, os depósitos se distribuem logo após a uma forte inflexão da
linha de costa. O transporte potencial das ondas é diretamente proporcional ao
quadrado das alturas das ondas e ao ângulo de incidência.
Estes depósitos submersos fazem com que o mar recue, deixando barras e
cordões litorâneos que vão se soldando ao continente, para formar os terraços
marinhos.
Figura 3.2 – Imagem de Satélite de Icapuí, onde se observa uma inflexão da costa de NW-SE
para E-W, com a formação de depósitos submersos e laguna.
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Figura 3.3 – Imagem de Satélite, com os depósitos submersos na foz do rio Acaraú.
3.2.2 Praias
Foto 3.8 - Praia com falésia viva na localidade de Ponta Grossa, município de Icapuí.
49 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.9 - Vegetação pioneira no limite superior da Praia. Trecho entre a foz do rio Jaguaribe e
a localidade de Canoa Quebrada, município de Aracati.
Foto 3.10 - Praia limitada pelos Cordões Litorâneos e barras na localidade de Águas Belas,
município de Cascavel.
50 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.11 - Praia limitada por Dunas Móveis no litoral oeste do Ceará, em Paracuru.
As praias, quanto à morfologia, podem ser de três tipos com relação à ação
das ondas: reflectivas, intermediárias e dissipativas (Figura 3.5). Nas reflectivas, que
são normalmente constituídas de sedimento mais grosso, a inclinação mais forte faz
com que a arrebentação ocorra próximo à linha de costa e o espraiamento das
águas se dá com muita energia, ocasionando a reflexão quando as frentes de onda
são oblíquas, decompondo-se em duas correntes: uma longitudinal paralela à costa
e, outra, de retorno, perpendicular a mesma. (Foto 3.12).
51 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.12 - Praia classificada como Intermediária na localidade de Prainha, litoral leste do
Ceará, município de Aquiraz.
53 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.13 - Praia do tipo dissipativa na localidade de Arpoeiras, litoral oeste do Ceará,
município de Acaraú.
Mais na frente ele tenta explicar sua gênese: “Nesta costa, as correntes do
mar tendem lançar em frente ao continente, compridos esporões e barras de areia
inconsolidada, e em algum deles, parte da cidade de Pernambuco (sic) se situa. Em
épocas passadas um longo esporão da mesma natureza deles parece ter se tornado
57 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
consolidado por percolação de matéria calcária que depois foi sendo gradualmente
soerguido; as partes exteriores e soltas durante este processo tendo sido removidas
pela ação do mar, e o núcleo sólido tenha permanecido como vemos agora”.
Baseado nestes dados, estes autores sugerem que, numa primeira etapa, a
cimentação nos beachrocks estudados foi constituída de cimento micrítico de calcita
magnesiana devido à influência de microorganismos, possivelmente, cianobactérias.
Devido à presença destes microorganismos, a gênese deste cimento se deu em
condições de luz e, portanto, na parte mais alta do perfil do beachrock. Esta primeira
cimentação produziria a estabilização dos grãos mediante a ação cimentante e união
(“binding”) dos microfilamentos das cianobactérias. Apesar da alta energia do meio,
os teores de magnésio e sódio indicam que o cimento se originou a partir de águas
marinhas.
Mais recentemente, Maia et al. (no prelo), estudando os beachrocks dos rios
Pacoti, Cocó, Ceará e Cauhipe verificaram, pela composição isotópica dos cimentos,
que o cimento precipitado nos beachrocks reflete a característica de ambiente
marinho, consistindo de HMC com teores significativos de sódio e estrôncio, e
valores isotópicos de oxigênio próximos a zero e, de carbono, maiores que 2%.
Eles normalmente têm um leve mergulho para o mar e podem mesmo ser
confundidos com os eolianitos, tendo como distinção, a granulometria mais grossa,
com níveis conglomeráticos, constituídos de seixos de quartzo e restos de conchas
(Foto 3. 23).
Foto 3.23 – Em primeiro plano, Beachrocks exibindo mergulho para o mar e, em segundo
plano, falésia de eolianitos, a oeste da praia da Baleia, município de Itapipoca.
Esta mesma oscilação do nível do mar pode fazer com que os beachrocks,
formados na beira da praia, sejam encontrados mais para o interior do continente
como se pode observar na localidade de Volta do Rio, município de Itarema (Foto
3.25).
Foto 3.25 - Beachrock imerso nas areias das dunas da Volta do Rio, município de Itarema.
66 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.26 - Dois horizontes de beachrocks entre as praias do Futuro e Sabiaguaba, município
de Fortaleza.
Foto 3.27 – Afloramentos de beachrock que se estendem por vários quilômetros no mar de
Canoa Quebrada, município de Aracati.
67 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
É importante ressaltar o fato das bermas serem formadas pela ação das
ondas. Hesp (2000) refere-se também à berma como feição em forma de terraço,
construída pelas ondas (“A berm is a wave built terrace landform”...). De acordo com
Maia (apud Leal, 2003), na América do Norte, onde as tormentas lançam água do
mar até o sopé das dunas, as bermas ocupam toda a região pós-praia, mas no caso
do Ceará, a faixa de berma está restrita à porção compreendida entre os avanços do
mar rumo ao continente, ao longo do ano. Ela tem como feição mais conspícua, a
crista da berma, que marca o limite de maré alta (Foto 3.28).
As falésias são feições típicas do litoral, formadas pela ação erosiva das
ondas sobre formações geológicas com níveis topográficos mais elevados que as
praias atuais, e que recuam formando escarpas. As falésias podem ser consideradas
vivas ou mortas, conforme a erosão marinha esteja atuando ou não.
68 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Elas foram definidas por Guilcher (apud Derruau, 1966) como um “ressalto não
coberto de vegetação, muito inclinado (entre 15o e a vertical), de altura muito
variável, no contato da terra com o mar e devido a ação ou a presença do mar”. Ela
é formada pela ação mecânica das ondas, mas a natureza da rocha erodida é
também importante (Derruau, 1966). A morfologia das praias com falésias é
modelada pelas condições da onda local e o nível do mar. Quanto maior a energia,
maior é a capacidade de solapamento e transporte de sedimento, mas a direção das
ondas influencia também a taxa de erosão e a remoção do material tombado (Usaec,
2002).
Foto 3.28 – Bermas com as barras entre a lagoa e o mar, na Prainha do Canto Verde, município
de Beberibe.
Foto 3.29 - Falésia formada pelos sedimentos da Formação Barreiras (base) e a paleoduna
(topo) na praia de Sucatinga, no município de Beberibe.
Foto 3.31 - Falésia morta, onde se observa o contato entre as Formações Açu (base) e
Barreiras (topo), em Retiro Grande, município de Icapuí.
praia das Fontes até a praia de Morro Branco, as falésias vivas, ou mortas, são
constituídas de arenito da Formação Barreiras na base e paleodunas no topo. Na
localidade de Morro Branco, são encontrados os últimos remanescentes das falésias
vivas do litoral leste do estado do Ceará. Do referido ponto, até Fortaleza, somente
são observadas as falésias mortas da Formação Barreiras entre Morro Branco e a
margem direita do rio Choró, Barra Nova, Barra Velha (possivelmente, também de
paleodunas), Caponga, Balbino, Iguape e Prainha.
No trecho do litoral entre Taíba (Foto 3.24) e Bitupitá (Foto 3. 32) são comuns
os recifes de arenito da Formação Barreiras dentro do mar. Estes arenitos resistiram
à erosão marinha pela maior percentagem de cimento ferruginoso, que forma
verdadeiras crostas limoníticas sobre a superfície da rocha evitando, assim, a
desagregação dos grãos do sedimento. Seriam antigas falésias que resistiram ao
avanço do mar, por sua maior resistência à erosão marinha, permanecendo como
testemunho do avanço do mar. Além da região oeste, estes recifes da Formação
Barreiras são encontrados na Volta da Jurema, em Fortaleza (Foto 3.14), e na praia
da Barra do Correia, em Beberibe.
73 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.32 – Recife de arenito da Formação Barreiras no mar de Icaraí de São Bento de
Amontada.
Em termos de avanço do mar, com erosão das praias, além das porções do
litoral sem falésias vivas é possível destacar a margem direita do rio Pirangi (Fortim),
Parajurú e Prainha do Canto Verde (Beberibe), Caponga (Cascavel), Fortaleza,
Iparana, Pacheco, Icaraí (Caucaia), Pecém (São Gonçalo do Amarante), Mundaú,
Imboaca e Fleixeiras (Trairi), Mulher de Areia e Volta do Rio (Itarema) e Camocim.
Foto3.33 – Cordões litorâneos nos dois lados da laguna formando um inlet em Requenguela,
município de Icapuí.
No rio Pirangi, estes Cordões Litorâneos e Barras fizeram com que a foz do
rio fosse deslocada vários quilômetros para oeste. Entre as bocas dos rios Choró e
Malcozinhado, os cordões litorâneos intercalados com barras são contínuos, alguns
trechos com mais de um cordão com no caso da foz do rio Malcozinhado. (Foto
3.34). No rio Pacoti, sua foz está quase fechada por beachrocks e um Cordão
Litorâneo.
77 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.35 - Cordão Litorâneo obstruindo a foz do rio Curú, no município de Paracuru.
78 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.36 - Cordões Litorâneos barrando o rio Mundaú na sua foz, entre os municípios de Trairí
e Itapipoca.
Foto 3.37 – Cordão Litorâneo separando o rio Aracatiaçu do mar em Moitas, município de São
Bento de Amontada.
Foto 3.38 - Cordão Litorâneo na foz do Aracatimirim, em Itarema, sendo trabalhado pelo vento.
80 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Na região litorânea que vai desde Itarema até a foz do rio Acaraú, os Cordões
Litorâneos se estendem quase continuamente, formando, às vezes, uma sucessão
deles que já foram soldados ao continente, constituindo um Terraço Marinho.
Alguns, mesmo na praia estão sendo trabalhados pelo vento (Foto 3.39).
Foto 3.39 - Típico Cordão Litorâneo da praia de Almofala, município de Itarema, sendo
trabalhado pelo vento.
Foto 3.40 - Cordão Litorâneo da foz do riacho Forquilha em Guriú entre os municípios de Jijoca
de Jericoacoara e Camocim.
Foto 3.41 - Cordão Litorâneo da margem direita do rio Palmeiras, município de Barroquinha.
82 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.42 - Cordão Litorâneo da margem direita do rio Timonha, município de Barroquinha.
3.2.2.4 Barras
De acordo com este autor, para formar uma barra na embocadura de um rio,
é suficiente ter fluxo de água que possa transferir os sedimentos do rio. A ação da
onda no processo da formação de barras é um efeito complexo e contraditório. A
ação de ondas alarga as barras e aumenta a profundidade das águas depois delas.
Nas tormentas, as barras são transportadas para o continente e as ondas
transportam o material acumulado depositando em outros locais, mudando a
configuração original das barras.
83 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
podem ter largura de 400 a 3.000 metros e estão presentes em planícies costeiras
com ausência de dunas atuais.
Foto 3.43 - Terraço Marinho de Icapuí exibindo ondulação devido às cristas dos cordões
litorâneos, soldados ao continente.
85 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.44 - Terraço Marinho no município de Icapuí, observando-se falésias mortas e dunas
vegetadas no topo, em segundo plano.
86 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.46 - Terraço Marinho na localidade de Cruz das Almas, município de Barroquinha.
Foto 3.47 - Planície de Deflação originada pelo avanço do Campo de Dunas Móveis entre a
localidade de Canoa Quebrada e a foz do rio Jaguaribe, município de Aracati.
Esta planície de deflação vai sendo erodida e rebaixada pelo vento, até atingir
as proximidades do nível do lençol de água. Neste estágio, a umidade, que pode
ascender por capilaridade, impede a retirada da areia pelo vento, a superfície se
estabiliza e começa a desenvolver a vegetação pioneira, constituída de gramíneas
adaptadas às condições de praia.
Mesmo que o nível do lençol freático não seja atingido, a Planície de Deflação
pode ser estabilizada, se a erosão eólica atingir um horizonte de sedimento de
granulação mais grossa, composto de seixos ou de conchas, com cimento ou nível
argiloso compacto, como é o caso da planície fluvial do rio Jaguaribe, onde o vento
não tem energia suficiente para transportar os sedimentos argilosos. Ao se formar a
cobertura vegetal, a areia passa a ser retida pelas raízes das plantas, mesmo que o
lençol de água seja rebaixado, no período seco. Porém, nos casos que a deflação
atinge o lençol freático, podem formar grandes lagoas nestas planícies. (Foto 3.48).
90 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.48 – Planície de Deflação com lagoa freática cuja origem está associada à erosão eólica,
localizada entre Prainha do Canto Verde e Barra do Correia no município de Beberibe.
O termo blowout, foi traduzido por Maia (apud Leal, 2003), como “corredor
preferencial de deflação”. De acordo com Carter et al. (1990), “O termo genérico
blowout é normalmente empregado para descrever uma cavidade, depressão,
buraco ou baixada dentro de um complexo dunar”. Melton (1940) usou o termo para
descrever dunas parabólicas, geradas por deflação de superfícies de areia. Já
Bagnold (1941) o define como uma abertura escavada pelo vento no lado oposto
(otherwise) de uma duna transversa contínua. Os corredores preferenciais de
deflação (blowouts) formam-se rapidamente em dunas vegetadas, onde morfologias
estáveis e instáveis podem coexistir (Carter et al., 1990) (Figura 3.6).
91 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.49 – Blowout iniciado na Planície de Deflação e se estendeu até o Campo de Dunas, em
Canoa Quebrada, município de Aracati
Outros fatores que dão início aos blowouts são: o aumento da velocidade do
vento que sopra na praia, ou erosão de costa com avanço do mar para o continente.
Em todos os casos, no entanto há sempre uma influência externa. Na realidade, na
literatura geológica, os blowouts designam, cavidades, depressões ou calhas dentro
da planície costeira. Estes corredores ocorrem não apenas nas planícies de
deflação, mas também em dunas fixadas por vegetação ou móveis. Eles podem ser
cavidades rasas de forma oval ou de molheira, as bordas com forte inclinação e
deposição de areia em forma de uma cauda do lado do transporte do vento. (Foto
3.50).
Foto 3.51 – Rebdous típico de erosão eólica na Planície de Deflação de Barra Nova, município
de Cascavel.
Foto 3.52 – Planície de Deflação com lagoa, falésia morta da Formação Barreiras e Campo de
Dunas no topo, entre Morro Branco e o rio Choró, município de Beberibe.
Foto 3.53 – Planície de Deflação vegetada entre as localidades de Preá, município de Cruz e
Jericoaocara, município de Jijoca de jericoacaora.
95 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.55 - Planície de Deflação entre Tatajuba e Camocim (PTO10) com blowout e marcas de
onda, evidenciando a deflação.
Foto 3.56 - Processo de desenvolvimento de uma Planície de Deflação, sobre a Planície Fluvial,
em frente à sede da cidade Camocim.
97 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.57 – Planície de Deflação gerada pelo avanço das Dunas Móveis em Bitupitá, município
de Barroquinha.
O somatório das dunas móveis e fixas que ocorrem numa mesma célula
costeira são os campos de dunas. As células costeiras correspondem a trechos do
litoral cujos limites são definidos por acidentes geográficos, como estuários,
promontórios, dentre outros.
98 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
3.2.5.2 Paleodunas
Foto 3.58 – Paleoduna recoberta por duna móvel na localidade de Baleia, município de
Itapipoca.
101 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.59 - Paleodunas maciças entre a localidade de Preá e Jericoacoara, município de Cruz.
Foto 3.60 - Estratificação cruzada na duna de uma geração posterior à paleoduna (em segundo
plano) na entrada de Morro Branco, município de Beberibe.
102 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Autores como Pye & Tsoar (1990), consideram que a vegetação é o principal
fator de controle da forma das dunas costeiras. As dunas fixadas por vegetação mais
comuns são dunas hummock, parabólicas e lineares vegetadas. As dunas
hummocks são montes de areia de forma irregular com a superfície parcial ou
totalmente vegetada e altura média inferior a 10 metros, embora possam atingir até
30 metros. Dentro deste tipo de dunas, Pye e Tsoar (1990) englobaram hedgehogs,
shadows dunes, coppice dunes, nebkas e rebdous. Elas são mais comuns em áreas
de erosão eólica, como as planícies de deflação, e não podem ser mapeadas na
escala utilizada. (Foto 3.62).
Foto 3.62 - Rebdou fixado por mangue, localizado em frente à sede do município de Camocim.
104 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.63 – Dunas parabólicas vegetadas entre as localidades de Iguape e Batoque, município
de Aquiraz.
Foto 3.64 - Duna parabólica gerada por um blowout entre as localidades de Icaraí e Moitas, no
município de São Bento de Amontada.
105 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
3.2.5.4 Eolianitos
O termo eolianito foi originalmente utilizado por Sayles (1931, apud Pye &
Tsoar, 1990), para descrever “rochas sedimentares consolidadas que tenham sido
depositadas pelo vento”. Porém muitos autores preferem usar este termo para
designar apenas areias eólicas cimentadas por calcita diagenética inicial (Foto 3.69).
Reeckmann & Gill (1981, apud Pye & Tsoar, 1990) estimam que levou
100.000 anos para o desaparecimento da calcita com alto Mg e 600.000 anos para
desaparecimento da aragonita nos eolianitos de Vitória do Sul. Já Gavish &
Friedman (1969, apud Pye & Tsoar, 1990) relacionaram a perda total de calcita de
alto Mg nos eolianitos a um período de 10.000 anos e completa perda de aragonita
em 50.000 anos, no eolianitos de Israel.
109 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Pye & Tsoar (1990) consideram que o clima tenha um efeito importante na
diagênese dos eolianitos porque ele controla a disponibilidade de água meteórica e,
por isso, a intensidade e taxa da alteração do mineral carbonático. Segundo estes
autores, a precipitação de cimento carbonático na zona vadosa é catalisada pela
remoção da umidade do subsolo através da evapotranspiração. Durante o período
de déficit líquido da umidade, a água proveniente do subsolo é devolvida à
atmosfera através das raízes e folhas. Quaisquer íons dissolvidos que não sejam
removidos pelas plantas são então precipitados no solo à medida que a umidade
residual torna-se supersaturada. As cimentações em torno das raízes de plantas são
chamadas rizoconcreções (Kindle, 1923, apud Pye & Tsoar, 1990) e podem ter
vários metros de comprimento e dezenas de centímetros de diâmetro, mas podem
atingir calcificação de tubos com 15 μm de diâmetro que foram interpretados como
filamentos das raízes calcificados (Foto 3.70).
Foto 3.69 – Eolianitos localizados na porção oeste da praia da Baleia, município de Itapipoca.
Foto 3.70 – Rizoconcreções, estruturas originadas a partir de cimentações entorno das raízes
de plantas observadas nos eolianitos da praia de Almofala.
111 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Por causa das falésias que dominam o litoral leste do estado do Ceará, no
trecho entre Icapuí e Canoa Quebrada, os campos de dunas são raros e o que se
observa são dunas de topo de falésia (cliff-top dunes) (Foto 3.75) e dunas em
rampas ascendentes (Foto 3.76).
Foto 3.76 - Dunas em rampas ascendentes, sobre a Formação Barreiras e paleodunas na praia
de Uruaú, no município de Beberibe.
Foto 3.77 – Duna avançando sobre a Planície Fluvial do rio Jaguaribe na Canavieira, município
de Aracati.
117 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.78 – Duna do tipo barcana localizada nas imediações de Jericoacoara, município de
Jijoca de Jericoacoara, utilizada com freqüência pelos visitantes para observar o por do sol.
118 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.79 – Dunas do tipo Barcanóides que ocorre na localidade de Marinheiro, no município
de Itapipoca .
ventos; Estuários dominados por Marés e Estuários Dominados por Rios. Porém,
esta classificação está relacionada apenas às características físicas, sem levar em
conta a diversidade dos ecossistemas atuais e a importância das marés nas
misturas; os aportes esporádicos de água doce; a mistura costeira nas proximidades
dos grandes rios e estuários tropicais onde a evaporação possa influenciar a
circulação, a presença de organismos dispersos ou construindo arrecifes (corais e
ostras) ou terras úmidas (EPA, 2001). A Environmental Protection Agency dos
Estados Unidos define águas costeiras no manual “Nutrient criteria – Tecnical
guidance manual – Estuarine and coastal marine waters” (2001) “como sendo
aqueles sistemas marinhos que se distribuem entre o limite da maré alta média
(mean highwater) da linha de base da costa e a zona de quebra do gradiente
topográfico da plataforma, ou aproximadamente 20 milhas náuticas mar adentro
quando a plataforma continental é extensa”. Nos estuários encontram-se as
planícies flúvio-marinhas, com seus manguezais, salgados e apicuns (Foto3.80).
Os manguezais no mundo inteiro ocupam uma área total de 162.000 km2, dos
quais de 10.000 a 25.000 km2 somente no Brasil. Sua maior distribuição ocorre entre
os trópicos (23º27’N e 23º27’S), embora, em alguns casos, possam se estender até
os paralelos 32ºN e 39ºS. Nos climas rigorosos, eles não conseguem subsistir, por
isso, seu maior desenvolvimento se dá na região do Equador.
121 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Salinidade
Marés
Substrato
O contato do substrato com o oxigênio do ar faz com que haja uma oxidação
e geração do ácido sulfúrico, baixando o pH, através das seguintes reações:
Segundo Costa & Alcântara Filho (1987), quanto mais fina for a argila, maior o
teor de água na lama. Estes valores estão sempre entre 25 e 88%, enquanto que as
percentagens de C e N, de origem orgânica, que estão principalmente nas frações
finas, variam de 3,06 a 6,66%, no caso de C e, de 0,13 a 0,21%, com relação ao
nitrogênio. A relação C/N mantém-se entre os valores de 18,00 e 34,00.
Estes dois elementos concentram-se mais nas zonas alagadas, porque nas
faixas emersas têm menos matéria orgânica. A maior parte da matéria orgânica que
se concentra nos sedimentos dos manguezais é conseqüência da decomposição da
sua própria vegetação, constituída principalmente de fanerógamas arbóreas.
Foto 3.81 - Manguezal associado ao baixo curso do rio Cocó, que ocorre nas imediações da
avenida Sebastião Abreu, município de Fortaleza.
Foto 3.82 – Migração de duna sobre o mangue da margem direita do rio Jaguaribe, próximo à
foz, entre os municípios de Aracati e Fortim.
Foto 3.83 – Migração de duna sobre o leito do rio Choró na localidade de Barra Nova,
município de Cascavel.
127 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.84 – Assoreamento do leito do rio Juá, através da migração de duna, na localidade de
Tabuba, município de Caucaia.
Foto 3.85 – Estrangulamento do leito do Cauhipe pelo avanço de duna móvel, município de
Caucaia.
128 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.86 - Duna recobrindo o manguezal da margem esquerda do rio Curú, no município de
Paracurú.
129 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.87 – Duna do tipo barcana envolvendo o manguezal na margem esquerda do rio
Mundaú, no município de Trarí.
Foto 3.88 – Manguezal parcialmente coberto pelas Dunas Móveis na margem direita do rio
Aracatiaçu, na localidade de Moitas, no município de São Bento de Amontada.
130 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.89 – Manguezal soterrado pelas areias eólicas na margem direita do rio Aracatimirim,
em Cascudo, no município de Itarema.
Foto 3.90 – Ocorrência de mangue recoberto pelos sedimentos eólicos na margem esquerda
da foz rio Acaraú, no município de Acaraú.
131 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.91 – Migração de duna móvel sobre a vegetação da margem direita do rio Coreaú, em
frente à sede do município de Camocim.
Foto 3.92 - Manguezal envolvido pelas dunas do tipo barcana, na margem direita do rio
Palmeiras, próximo à foz, entre os municípios de Camocim e Barroquinha.
132 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.93 - Três gerações de mangue na barra rio Jaguaribe, em frente à sede do município de
Aracati.
A migração para oeste dos estuários dos rios costeiros cearenses, recobrindo
os manguezais, com os sedimentos da planície fluvial, é outro fator natural de
destruição de mangues e pode ser observado, principalmente na margem direita,
onde o rio recortou as antigas planícies fluvial e flúvio-marinha, exumando
paleomangues, que tinham sido soterrados anteriormente pela própria planície
fluvial, no deslocamento do rio para oeste, devido a dinâmica costeira. (Foto 3.94 e
3.95).
133 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.94 - Paleomangue recoberto pela Planície Fluvial, e depois exumado, pelo rio Jaguaribe,
no município de Aracati.
Foto 3.95 - Detalhe do recobrimento do Paleomangue pela Planície Fluvial do rio Choró, no
município de Cascavel.
134 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.96 - Salgado do rio Chapadas com manguezal ao fundo entre as sedes dos municípios
de Barroquinha e Bitupitá.
Foto 3.97 - Apicum (com carnaubeira), salgado (com capim ralo e sem vegetação) e manguezal
(vegetação de porte) no rio Ceará, município de Caucaia.
Foto 3.98 – Salgado em primeiro plano, manguezal à esquerda e Tabuleiro em segundo plano,
localizados no baixo curso do rio Chapadas, município de Barroquinha.
Foto 3.99 – Salgado formado a partir do soterramento do manguezal pelo aporte de areia de
duna. Praia do Balbino, município de Cascavel.
Foto 3.100 - Salgado revestido de pirrixio, com manguezal em segundo plano, localizado na
margem direita do rio Choró, município de Beberibe.
138 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.101 - Apicum (capim e carnaúba) envolvido pelo salgado (quase sem vegetação) e
manguezal (segundo plano) a norte da sede do município de Itarema.
Foto 3.102 - Planície Fluvial do rio Jaguaribe localizada acima do manguezal, município de
Aracati (?)
Foto 3.103 – Planície Fluvial do rio Remédios, onde se observa o domínio da vegetação do tipo
Junco, no município de Barroquinha.
o atalho.
Segundo a teoria de Yang (1971, apud Fisrwg 2000), o riacho, durante sua
evolução para atingir o perfil de equilíbrio, escolhe naturalmente seu curso de água
de tal maneira, que a relação de gasto de energia potencial por unidade de fluxo de
massa ao longo de seu curso seja mínima. Por outro lado, os canais fluviais e suas
planícies de inundação estão constantemente se ajustando ao suprimento de água e
sedimento pela bacia hidrográfica. Quando se propõe recuperar os cursos d’água
degradados, deve-se levar em conta estes conceitos e entender a história da bacia
hidrográfica, seja em termos de eventos naturais ou através de intervenções
antrópicas.
De acordo com Brandão (1998), as Planícies Fluviais são áreas que abrigam
melhores condições de solo e de disponibilidade hídrica, constituindo-se, portanto,
em zonas de diferenciação geambiental no contexto dos sertões semi-áridos. No
âmbito dos terrenos cristalinos, os cursos d’água formam depósitos aluvionares
estreitos, enquanto sobre a zona pré-litorânea, à medida em que entalham os
sedimentos da Formação Barreiras, a faixa de acumulação torna-se mais
expressiva. Na Região Metropolitana de Fortaleza – RMF destacam-se as planícies
fluviais dos rios Pacoti, Ceará e Cocó, como as mais expressivas.
As terras altas são áreas não inundadas, mesmo nas maiores enchentes,
embora elas tenham sido esculpidas, nas formas atuais, pelos cursos d´água.
As franjas de transição das terras altas podem ser planas, inclinadas, ou, em
alguns casos, quase verticais, podendo incorporar feições tais como encostas de
morros, alcantis, matas e tabuleiros, normalmente modificadas pelo uso da terra
(Figura 3.9). Como ponto em comum, elas se distinguem da paisagem circundante
por sua maior ligação com a planície de inundação e o curso d’água. Na passagem
das franjas de transição das terras altas para as planícies de inundação, ocorre
sempre a presença de um ou mais bancos subhorizontais, constituindo assim, os
145 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Figura 3.9 – Elementos de um Corredor Fluvial. O rio Jaguaribe é o próprio canal, a planície de
inundação compreende as planícies flúvio-marinha e fluvial com ilhas, barras, meandros
abandonados e gamboas e os Tabuleiros Pré-litorâneos de Fortim formam a transição das
Terras Altas. (Modificado de Leal, 2003).
McGee (1897 apud Suguio & Bigarella 1979) definiu terraço como um plano
horizontal, ou a superfície, de menor ou maior extensão, limitado de um lado por um
terreno mais elevado e, do outro, por uma escarpa. Para Leopold et al. (1964, apud
Fisrwg 2000), um terraço nada mais é que uma planície de inundação abandonada.
146 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Figura 3.10 – Terraços nos riachos não incisos (A) e incisos (B e C)(Modificado de Federal
Interagency Stream Restoration Working Group, 2000).
Figura 3.11 - Imagem de Radar onde se observa o litoral do estado do Ceará desde a fronteira
com o estado do Rio Grande do Norte até o vale do rio Timonha.
A unidade que aparece nos fundos dos vales dos rios mais largos e continua
se estendendo para o interior, corresponde à Depressão Sertaneja, somente
interrompida pelos Maciços Residuais, na região mais central do litoral cearense. O
limite da Chapada do Apodi, no extremo leste da imagem, não é muito nítido, mas o
Planalto da Ibiapaba se destaca por sua altitude e forma plana, na fronteira do Ceará
com o Piauí, até quase o litoral.
Figura 3.13 - Imagem mostrando o antigo vale do rio Jaguaribe e a Chapada do Apodi.
151 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.106 – Tabuleiro Pré-litorâneo da margem esquerda do rio Jaguaribe com cotas
oscilando entre 25 e 32 metros. Município de Fortim.
Foto 3.109 – Tabuleiro Pré-litorâneo, com cobertura vegetal densa, localizado, também, entre a
estrada Pindoretama-Caponga e a praia do Balbino. Município de Cascavel.
Foto 3.110 - Tabuleiro Pré-Litorâneo à retaguarda dos sedimentos eólicos que formam a duna
parabólica do Alto do Iguape, no município de Aquiraz.
159 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.113 - Tabuleiro Pré-Litorâneo recoberto por duna e recortado por ravinamentos, entre
Bitupitá e Praia Nova, no município de Barroquinha.
161 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.119 - Vale do rio Jaguaribe, em primeiro plano, e Chapada do Apodi em segundo plano,
observados da CE -123, próximo à entrada para a localidade de Itaiçaba.
166 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.121 - Brecha carbonática com dissolução e precipitação de calcita (branca) e argila
(ocre), em pedreira na Chapada do Apodi.
Foto 3.122 - Afloramentos do arenito da Formação Açu, constituindo falésia na praia de Ponta
Grossa, no município de Icapuí.
Foto 3.123 – Detalhe do modo de ocorrência do arenito da Formação Açu, na praia de Ponta
Grossa, no município de Icapuí.
169 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.124 - Falésia mostrando o contato do Arenito da Formação Açu (base) e a Formação
Barreiras (topo) na praia de Retirinho, no município de Aracati.
Foto 3.125 - Detalhe do contato do arenito da Formação Açu (base mais vermelha e variegada)
e a Formação Barreiras, entre as praias de Retirinho e Ponta Grossa, no município de Icapuí.
170 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.126 - Afloramentos do arenito da Formação Açu se estendendo da praia ao mar entre as
praias de Ponta Grossa e Redonda, no município de Icapuí.
Foto 3.127 - Calcário da Formação Jadaíra (branco) intercalado com arenito da Formação Açu,
na praia de Ponta Grossa, no município de Icapuí.
Foto 3.128 – Solo do tipo Cambissolo recobrindo o calcário da Formação Jandaíra que lhe deu
origem, na Chapada do Apodi.
Foto 3.129 – Vista Panorâmica do Planalto da Ibiapaba, em segundo plano, contrastando com a
Depressão Sertaneja em primeiro plano, observados da BR-222, próximo à localidade de
Penanduba.
Foto 3.133 - Maciço de Uruburetama no fundo da Depressão Sertaneja entre Umirim e Tururú.
176 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.136 - Pedreira no maciço residual na rodovia estruturante CE-085, no trecho entre o
acesso à lagoa do Banana e o lagamar do Cauhipe, no município de Caucaia.
178 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.137 – Boqueirão de Araras, em segundo plano, observado do trevo para o Pecém na
BR-222, no município de Caucaia.
179 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
As cotas mais elevadas estão ainda na serra de Maranguape com 827 metros
de altitude, fora da área do projeto. A serra da Conceição tem cotas de apenas 518
metros.
Na entrada de São Bento de Amontada aflora um granito cinza claro, fino com
fratura conchoidal, na margem da CE -085 (Foto 3.139).
180 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.139 – Granito com fratura conchoidal na CE - 85, entrada de São Bento de Amontada.
Foto 3.141 – Detalhe do granito Granja nas imediações da sede da cidade de Granja.
182 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.142 - Maciço Residual, localizado na margem da CE – 085, no trecho entre a entrada
para a sede do município de Acaraú e Morrinhos.
183 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.144 - Maciço Residual de quartzito, localizado nas imediações da sede do distrito de
Jericoacoara, no município de Jijoca de Jericoacoara.
Este quartzito, que aflora na praia e se estende para o mar, é um dos cartões
postais de uma das mais belas praias do mundo (Fotos 3.145 e 3.146).
Foto 3.147 –Vista parcial de migmatito que aflora no mar, entre as localidade de Preá e
Jericoacoara, no município de Jijoca de Jericoacoara.
Foto 3.148 – Granito Granja aflorando no leito do rio Coreaú entre os municípios de Camocim e
Granja.
187 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.149 – Em primeiro plano observa-se ocorrência de Mangue na margem esquerda do rio
Timonha. Em segundo plano, os granitóides formando os Maciços Residuais, nas imediações
da sede do município de Chaval.
Foto 3.150 - Fonolito do Morro do Cararu, localizado na margem direita da rodovia CE-085, que
dá acesso à localidade de Porto das Dunas, no município de Fortaleza.
Foto 3.151 – Maciço Residual de quartzito, representado pela serra Mataquiri, localizada a
sudoeste da sede do município de Cascavel.
Foto 3.152 – Maciço Residual representado pela serra do Félix, próximo à localidade de
Boqueirão de Cesário, no município de Beberibe.
Souza (1988) considera que a altura média desta superfície fica entre 130 e
150 metros e recorta rochas dos Complexos Migmatitico-Granítico e Gnáisso-
Migmatítico, além do Grupo Ceará.
Foto 3.155 - Depressão Sertaneja no domínio dos paragnaisses da Unidade Canindé, no trecho
entre o Boqueirão de Câmara e o rio Cauhipe, no município de Caucaia.
193 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.157 - Depressão Sertaneja no domínio das rochas do Complexo Ceará, no trecho entre a
sede do município de Itapipoca e a localidade de Barrento.
194 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.159 - Depressão Sertaneja sobre os ortognaisses do Complexo Granja, no trecho entre
as sedes dos municípios de Morrinhos e Santana do Acaraú.
Foto 3.160 - Depressão Sertaneja ondulada entre as sedes dos municípios de Granja e
Martinópolis.
196 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
Foto 3.164 - Depressão Sertaneja observada da rodovia BR – 304, restrita ao sopé da serra do
Félix, na localidade Boqueirão de Cesário, no município de Beberibe
199 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
A cada uma das quatro zonas foram atribuídas duas características, uma de
peculiaridade e outra de impacto: Zona de Proteção Prioritária (ZP1); Zona de
Proteção Especial (ZP2); Zona de Conservação Prioritária (ZC1); e Zona de
Conservação Especial (ZC2).
Pelos mesmos motivos e, com muito mais razão, pela sensibilidade da área, a
ocupação da planície de deflação tem de ser controlada, evitando aprovação de
loteamentos com lotes pequenos e exigindo baixa taxa de ocupação. Estas áreas
por serem baixas e planas têm problemas sérios de abastecimento de água e
esgotamento sanitário. Se forem construídas cacimbas e fossas sépticas em pouco
tempo de ocupação intensiva estaria transformada numa verdadeira cloaca.
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
As Terras Altas são o ambiente mais estável dos três, do ponto de vista de
capacidade de suporte para ocupação, porém com menores atrativos para uso e
ocupação do solo.
seu uso e ocupação e estes mapas gerados sirvam de base para tomada de decisão
não só por parte da Superintendência de Meio Ambiente – SEMACE, mas também
pela Secretaria de Turismo para estabelecimento de prioridade nos projetos
turísticos e indicação de áreas interditadas a edificações por serem APP. A
Secretaria de Infra-estrutura poderá se basear neste trabalho para estabelecer
critérios de prioridade das obras estruturantes que tanto ajudam a desenvolver o
Estado do ponto de vista socioeconômico.
221 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DA ZONA COSTEIRA – CEARÁ
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA