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Introdugao 1.1 AINDUSTRIA ELETROELETRONICA recente surto de tecnologias em Wall Street é uma evidéncia clara de que a indiistria letroetetronica teré um efeito extremamente amplo sobre os avangos futuros da maior parte das areas do conhecimento que afetam nosso modo de vida, satide e educagio profissional. Voc® seria capaz de imaginar um campo de atuagao, hoje em dia, mesmo Aaqueles onde as pessoas tentam reduzir ao minimo 0 uso de tecnologia, que nao procu- ra alargar seus horizontes através do uso de inovagdes técnicas tais como gravadores, copiadoras, computadores e instrumentos de andlise de dados? Todos os aspectos das nossas vidas parecem ser influenciados por avancos tecnol6gicos que surgem a uma taxa cada vez maior. Para um leigo, 0 aperfeigoamento ais ébvio dos tltimos anos foi a redugo do tamanho dos sistemas eletroeletrénicos. Hoje em dia, existem televisdes pequenas 0 suficiente para serem transportadas com facilidade, com um sistema de alimentago que as torna ainda mais portdteis. Compu- tadores com uma meméria razoavel podem ser agora menores do que este livro. A dni- ca limitagdo no processo de redugd0 no tamanho dos rédios € imposta pela necessidade ddo usudtio de ler os nimeros no mostrador. Os aparelhos para surdez sao praticamente invisiveis, ¢ os marcapassos sio atualmente muito menores e mais confidveis. Toda esta redugdo em tamanho é devida essencialmente a uma inovagdo espetacular que apare- ‘ceu nas titimas décadas —o circuito integrado (C1). O CI, que apareceu na década de 1950, alcangou agora um estigio em que pode ser subdividido em linhas de 0,5 micré- ‘metro de largura. Em uma polegada (= 2,5 em) podemos acomodar cerca de 50,000 destas linhas. Tente visualizar a divisio de uma faixa de uma polegada de largura em 100 subdivisies e considere entdo 1.000 ou 25.000 divisoes — é realmente uma faga~ nha inerfvel. O circuito integrado da Fig. 1.1 possui cerca de 1,2 milhdo de componen- tes e no entanto sua largura é de apenas cerea de meia polegada (= 1,25 em). E natural, quando consideramos as mudangas ocorridas nestas iltimas décadas, que desejemos saber quais os limites desta tendéncia. Em vez de seguir uma curva monéto- na que tornaria possiveis algumas previsdes, o desenvolvimento industrial esté sujeito a turbuléncias que revolucionam os avangos importantes no campo em questao. Atual- ‘mente a evidéncia é de que a miniaturizagio continvar, mas a uma taxa moderada. O interesse dirige-se agora para o aumento da qualidade e do rendimento (percentagem de circuitos integrados de boa qualidade obtidos no processo de produs0). ‘A hist6ria nos mostra que t8m havido maximos e minimos no crescimento industrial ‘mas os lucros continuam a crescer constantemente ¢ os fundos destinados a pesquisa e desenvolvimento constituem uma parte cada vez maior dos orgamentos. Estas mudan- ‘¢as répidas implicam a necessidade de uma reciclagem constante dos empregados, de: de 0s iniciantes até os diretores. Muitas empresas instituiram seus prOprios programas de treinamento e encorajam universidades préximas a desenvolver programas que as- segurem que 0s conceitos e procedimentos mais atwalizados sejam ensinados a seus n 2 I INTRODUGAO_ Fig. 1.1 Circuito integrado, (Cortesia de Motorola Semicondutor Products.) cempregados. Um periodo de relaxamento pode ser desastroso para ‘uma companhia que atua em um campo tao competitive quanto este. ‘Noentanto, por maiores que sejam as presses sobre alguém que trabalha neste campo para que se mantenha em dia com os iltimos avangos, existe uma vantagem que logo se tomnaré Gbvia: uma vez {que um conceito ou um procedimento tena sido clara ¢ comreta- mente compreendido, cle dara frutos durante toda a carreira do in- dividuo, em qualquer nfvel. Por exemplo, uma vez.que uma rela- ‘¢40 fundamental como a lei de Ohm (Cap. 4) seja compreendida, cla nunca serd substituéda por outra equagao & medida que consi- derarmos teorias mais avancadas. Esta lei é uma relagio entre quan- tidades fundamentais, que pode ser aplicada em qualquer nfvel.* ‘Além disso, uma vez que um procedimento ou um método de ané- lise seja claramente compreendido, ele pode, em geral, se aplica- «do auma grande (se nao infinita) variedade de problemas, fazendo ‘com que seja desnecessério aprender uma técnica diferente para cada ppequena variagdo no sistema. O contetido deste livro é tal que cada fragmento de informagao terd aplicagdes em cursos mais avanga- dos. Ele nio seri substituido por um conjunto de equagoes e de procedimentos diferentes, a ndo ser que isto seja uma necessidade de uma drea especifica de aplicagdo. Mesmo quando isto aconte- cer, os novos procedimentos serio quase sempre uma Versio ex- ppandida dos conceitos ja apresentados no texto. Deste modo, é extremamente importante que o material apre- sentado neste curso introdut6rio seja entendido com clareza e preciso, Ele ¢ fundamental para se obter um bom desempenho nos cursos seguintes, e vocé o aplicaré no seu dia-a-dia como profissional deste campo sempre em desenvolvimento. 1.2 UM POUCO DE HISTORIA ‘Uma vez que uma hipstese cientfica tenha sido testada e se tor- ne consensual entre os profissionais de uma determinada rea, cla se torna um dos fundamentos desta rea, permitindo que se realizem investigagées adicionais e que se obtenham novos re- sultados. E claro que quanto mais pecas de um quebra-cabeca estiverem disponiveis, mais fécil serd a sua solugio. De fato, a hist6ria demonstra que as vezes um pequeno avanco isolado pode ser a chave para levar a cincia a um novo nivel de compreen- so, aumentando também o seu impacto sobre a sociedade, “Desde que os materiisenvolvidos obedegam lei de Ohm, o que nem sempre éverdade. (N.S > Se tiver oportunidade, Ieia alguma das muitas publicagées sobre a histéria do assunto tratado neste livro. Aqui, por causa das limitagdes de espaco, s6 poderemos apresentar um pequeno resumo. O ntimero de pessoas que contribuiram é muito maior do que aquele que podemos mencionar, e seus esforgos resulta- ram com freqiiéncia em contribuigdes significativas para a solu- ‘do de problemas importantes, ‘Como ja mencionamos anteriormente, existem periodos ca- racterizados pelo que parece ser uma explosio de interesse e de desenvolvimento em certas éreas particulares. Mais adiante ve- remos que no final do século XVIII e no comeco do século XIX invengdes, descobertas ¢ teorias apareciam répida e furiosamen- te, Cada novo conceito aumentava o niimero de possiveis éreas de aplicagao, até que se tomou quase impossfvel rastrear a ori- ‘gem de um certo desenvolvimento, a ndo ser que fosse escothida ‘uma firea de interesse particular. Quando vocé estiver lendo mais, adiante acerca do desenvolvimento do rédio, da televisdo e do computador, nao se esqueca de que a mesmo tempo estavam ‘ocorrendo avangos semelhantes nas dreas da telegrafia, tlef nia, geragao de energia elétrica, gravacio de dudio, eletrodomés ticos e assim por diante, ‘Quando lemos alguma coisa sobre os grandes cientistas, in- ventores ¢ inovadores, existe uma tendéncia para acreditar que suas contribuigées foram resultado de um esforgo completamente individual. Em muitos casos, no entanto, isso nao é verdadeiro. De fato, muitos dos individuos que deram grandes contribuigdes, ceram amigos ou colaboradores e se apoiavam mutuamente em seus esforcos para investigar vérias teorias. Eles estavam, pelo ‘menos, cientes dos esforgos uns dos outros, até onde era possi- vel numa época em que uma carta era quase sempre @ melhor forma de comunicagio. Observe em particular como as datas importantes sio préximas entre si durante perfodos de desenvol- vvimento répido. Um dos investigadores parecia estimular 0s es- forgos dos outros ou as vezes fornecia o avango fundamental necessério a0 desenvolvimento de uma certa érea de interesse, ‘As pessoas que deram contribuigdes durante os estégios ini ciais neste campo niio eram engenheiros eletricistas,eletrOnicos ‘ou de computacao tais como os conhecemos hoje. Na maioria dos casos, eram fisicos, qutmicos, mateméticos ou até mesmos fil6- sofos. Além disso, ndo pertenciam a apenas um ou dois paises do Velho Mundo. Quando nos referimos as pessoas que deram grandes contribuigdes citamos, na maior parte dos casos, 0 pais, de origem para mostrar que quase todas as comunidades com um. razodvel grau de organizagio tiveram algum impacto sobre a aquisigio de conhecimento sobre as leis fundamentais dos celts elétricos. A medida que voce for lendo os outros capitulos deste livro, pperceberd que muitas unidades de medida receberam o nome de Ccientistas importantes nestas reas — 0 Conde Alessandro Vol- ta teve seu nome associado A unidade de d.d.p, 0 volt, o ampere homenageia André Ampére, o om homenageia Georg Ohm, € assim por diante — em reconhecimento & importincia de suas contribuigdes para este grande campo do conhecimento, ‘Na Fig. 1.2. mostramos gréficos temporais onde indicamos um certo niimero de avangos notaveis, com a intengo principal de ‘dentificar periodos especificos de desenvolvimento répido ¢ tam- bém ressaltar os avangos das iiltimas décadas. O “estado da arte atual &, em esséncia, o resultado de esforgos que tiveram inicio hd aproximadamente 250 anos, endo o progresso nos itimos 100 anos sido quase exponencial A medida que voc€ for lendo o breve hist6rico que se segue, tente sentir o interesse crescente, o entusiasmo ¢ 0 alvorogo que UM POUCO DE HISTORIA iil 3 Desenvolvimento i Gitbert oN ° Tob Too ak Ta) oo Fanny ® — ae 1600 1700 1300 i300 rs © Fig. 1.2 Gréficos temporais: (a) de longo alcance; (b) expandido. devem ter acompanhado cada nova revelagio. Alguns dos ter- ‘mos utilizados serdo novos e poder, portanto, ndo ser ainda bem compreendidos; nos capitulos seguintes, porém, todos terao seus, significados esclarecidos O Comego fendmeno da eletricidade estética era conhecido desde a anti- ‘guidade, sendo naquela época encarado quase sempre como uma brincadeira, Os grezos denominavam elektron a resina fossil usada freqiientemente em demonstragdes dos efeitos da eletrici- dade estética, mas nenhum estudo sistematico foi feito até que William Gilbert retomou a pesquisa sobre o assunto em 1600. A eletrostética foi continuamente investigada nos anos seguintes por pesquisadores como Otto von Guericke, que construiu o primei- ro gerador eletrostitico capaz de gerar uma quantidade aprecis- vel de carga, e Stephen Gray, que conseguit transmitir cargas elétricas a grandes distdncias utilizando fios de seda. Charles, DuFay demonstrou que existem cargas que se atraem e que se repelem, o que o levou a acreditar que existem dois tipos de car- ‘ga — teoria aceita até hoje; as duas espécies de carga stio deno- minadas positiva e negativa ‘Muitos historiadores defendem o ponto de vista de que 0 comeco da era da eletricidade deve ser associado as pesquisas, de Pieter van Musschenbroek e Benjamin Franklin, Em 1745, van Musschenbroek apresentou a garrafa de Leyden, destina- daa armazenar carga elétrica (0 primeiro capacitor), e demons- trou os efeitos do choque elétrico (e assim 0 poder desta nova forma de energia). Aproximadamente sete anos depois, Frank- lin utilizou a garrafa de Leyden para demonstrar que 0 relém- pago é simplesmente uma descarga elétrica ¢ também para aper- feigoar varias outras teorias importantes, incluindo a denomi- nagio de positiva e negativa para os dois tipos de cargas. A partir deste ponto, 3 medida que crescia o nfimero de pesquisadores, nesta rea, novas teorias e descobertas comegaram a aparecer ‘com rapidez crescente. Em 1784, Charles Coulomb demonstrou em Paris que a forga centre duas distribuigbes de carga esfericamente simétricas € inver- samente proporcional &distncia entre seus centros. Em 1791, Luigi Galvani, professor de anatomia na Universidade de Bolonha, Ité- lia reaizou experiéncias que mostravam que exist eletricidade no corpo de qualquer animal. A primeira bateria, apaz de produzir cletricidade a partir da reago quimica de um metal com um écido, foi desenvolvida por outro italiano, Alessandro Volta, em 1799, A febre de descobertas continuou no comego do século XIX com Hans Christian Oersted, um professor de fisica sueco que descobriu em 1820 uma relagao entre magnetismo c eletricidade fundamental para a teoria do eletromagnetismo tal como € co- nhecida atualmente. No mesmo ano, um fisico francés, André Ampére, demonstrou que condutores percorridos por correntes se atraem e repelem do mesmo modo que imais permanentes. No perfodo de 1826 a 1827, Georg Ohm, um fisico alemfo, apre- sentou uma importante relacdo entre diferenga de potencial, cor- rente e resisténcia, conhecida atualmente como lei de Ohm. Em 1831, o fisico inglés Michael Faraday descobriu a indugdo ele- tromagnética, observando que uma variaco de corrente em uma bobina pode induzir uma corrente variavel em outra bobina, ‘mesmo que a segunda nio esteja eletricamente conectada & pri- meira. O professor Faraday trabalhou também extensamente no aperfeigoamento de um componente destinado a armazenar car- gaelétrica, a que ele denominou condensador e conhecido atual- mente como capacitor. Ede Faraday a idéia de introduzir um dielétrico entre as placas de um capacitor para aumentar a capa- cidade de armazenamento (Cap. 10). James Clerk Maxwell, um professor de filosofia natural escocés,* realizou uma anilise ‘matemitica exaustiva que desembocow num conjunto de equa- ‘ees conhecidas atualmente como equagdes de Maxwell, coro- ando 0s esforgos de Faraday para relacionar os efeitos elétricos « magnéticos. Como conseqiiéncia de suas equagées, Maxwell "Filosofia natural era6 nome dado naquelsépoce a conjunto da isc, qui cae biologia. (NT) 4 il INTRODUGAO também desenvolveu, em 1862, a teoria eletromagnética da luz, segundo a qual todas as ondas eletromagnéticas se propagam no vacuo a velocidade da luz (3 X 10" metros por segundo). As pre- visGes das equagSes de Maxwell foram testadas com sucesso em 1888 pelo fisico alemio Heinrich Rudolph Hertz, que realizou cexperiéneias com ondas eletromagnéticas de freqliéncia menor do que a da luz (conhecidas atualmente como microondas). Em meados da década de 1800, 0 professor Gustav Robert Kirchhoff introduziu um conjunto de leis sobre tenses e correntes em cir- ‘cuitos que encontram aplicagao em todas as éreas ¢ niveis deste campo (Caps. 5 ¢ 6). Em 1895, outro fisico alemao, Wilhelm Rainigen, descobriu ondas eletromagnéticas de alta freqéncia, que foram por ele chamadas de raios X, denominagao usada até hoje. No final do século XIX, jé estava estabelecido um grande mimero de equagbes, leis e relagées, ¢ vérias dreas de estudo, incluindo a eletronica, a gerago de energia elétrica ea constru- slo de mAquinas de calcular, comegaram a se desenvolver como Campos de pesquisa respeitaveis A Era da Eletrénica Radio A determinagio precisa da época em que a era eletrd- nica verdadeiramente se iniciou considerada uma questo em aberto, sendo algumas vezes associada aos primeiros trabalhos nos quais cientistas aplicaram diferencas de potencial a eletro- dos implantados em invélucros de vidro onde se tinha feito vé- v0, Muitos, no entanto, preferem associar este infcio a Thomas Edison, que inseriu um eletrodo metalico no bulbo de uma lam- pada de filamento e descobriu que, quando a Kimpada estava acesa € uma tensio positiva era aplicada ao eletrodo, aparecia uma corrente elétrica no circuito. Este fendmeno, observado em 1883, ficou conhecido como efeito Edison. No perfodo que se segui, foi dada grande atengao a transmissd0 de ondas de radio c 20 desenvolvimento de aparelhos transmissores ¢ receptores. Hein- rich Hertz, em 1887, durante suas tentativas de verificar os efei- tos previstos pelas equacdes de Maxwell, efetuou em seu labo- ratério a primeira transmissio de ondas de rédio. Em 1896, um cientista italiano, Guglielmo Marconi (freqlentemente denot nado o pai do rédio) demonstrou, utilizando uma antena aterra- da, que sinais telegréficos podiam ser enviados sem a utilizagao de fios através de distincias razoaveis (2,5 km). No mesmo ano, ‘Aleksandr Popov enviou o que pode ter sido a primeira mensa- gem radiofénica através de uma distincia de aproximadamente 300 metros. Ele transmitiu as palavras “Heinrich Hertz”, home- nageando as contribuigdes pioneiras de Hertz. Em 1901, Marco- ni conseguiu estabelecer comunicagdes de radio através do Atan- tico.* ‘Em 1904, John Ambrose Fleming aproveitou as idéias de Edi- son para desenvolver o primeiro diodo, conhecido usualmente ‘Em 1893, ts anos antes a primeira experitncia de Marcon, 0 cientista bra sili Roberto Landell de Moura wansmltiysinals e sons musicals através de ‘uma dstncia de oto qulémetros na cidade de Sio Palo, etre a Avenida Pau- listae o Alto de Santana. Em 1901, Landell de Moura patenteou no Servigo de Patenes dos Estados Unidos, sob os nimeros 771.917, 75.337 e 775.846, és invenos originals: um “ransmissor de ondas", um “tlégrafo sem ios” € um modelo de “elefone sem 0". "Além disso, os esquemas constantes de pedidos de patentes demonstra Claramente que fot Landell de Moura o verdadeiro inventor da valvula todo. Tnformagies adicionas sobre Landellde Moura podem ser obtidas, por exer plo, no enderego Internet tp:/vvww. virtual com-bricone/cartashim, (NT) ‘como veilula de Fleming — na realidade primeiro dos compo- rnentes eletrénicos.* Este componente teve um profundo impacto sobre o projeto de circuitos para receptores de rédio. Em 1906, Lee De Forest adicionou um terceiro elewodo a valvula de Fleming ecriou © primeiro amplificador, 0 triodo. Logo depois, em 1912, Edwin Armstrong construiu o primeiro circuito regenerativo para melho- rara qualidade dos receptores, tendo depois utilizado estes mesmos circuitos para desenvolver o primeiro oscilador néo-mecfinico. Em 1915, sinais de rédio j4 eram transmitidos através dos Estados Uni: dos, ¢ em 1918 Armstrong solictou a patente do circuito super- heterédino, um circuito empregado em praticamente todos os apa- relhos de dio etelevisto para permitraamplificagdo somente numa banda estreita de freqifncia, em vez de em toda a faixa de sinas. Com isto, quase todos os componentes dos réidios modems esta- ‘vam disponiveis, eas vendas de receptores cresceram de uns pou- cos milhges de délares no comego da década de 1920 para cerca de 1 bilhao de délares na década de 1930. Esta hima década compre endeu os assim chamados anos dourados do rédio, durante os quais| havia uma enorme quantidade de opgdes para os ouvintes. Televisio A radattelevisio também comegou para valer na década de 1930. O desenvolvimento do tubo de imagem, no en- tanto, foi inicindo bem antes por Paul Nipkow com seu felescd- pio elétrico, em 1884. John Baird conseguiu em 1927 transmitit imagens de televisio através de linhas telefnicas ¢ em 1928 re- alizou o mesmo feito utilizando ondas de radio. Além disso, em 1930, realizou uma transmissdo simultanea de sons e imagens. ‘A primeira antena de televisdo comercial do mundo foi instala- daem 1932 pela NBC no topo do Empire State Building, em Nova York. Em 1939, a RCA iniciou as primeiras transmissOes regu- lares. A Segunda Guerra Mundial refreou um pouco este desen- volvimento, mas por volta de 1946 o nimero de aparelhos de televisio domésticos havia aumentado de alguns milhares para alguns milhdes. A televisio em cores tomou-se popular no co- rego da década de 1960. Computadores _ E costume associar o nome de Blaise Pas- cal 4 primeira calculadora mecdnica, construfda por ele em 1642 para adicionar e subtrair nimeros. Em 1673, Gottfried Wilhelm ‘yon Leibniz inventou a roda de Leibniz, um aperfeigoamento da ‘méquina de Pascal que permitia também realizar multiplicagdes e divisdes. Charles Babbage desenvolveu, por volta de 1823, 0 projeto do calculador diferencial, que permitia calcular senos, co-senos, logaritmos e vérias outras fungdes. Apesar dos aper- feicoamentos que se seguiram, todas as méquinas de calcular per- ‘maneceram essencialmente mecanicas até a década de 1930, quan- do foram introduzidos os primeiros sistemas eletromecanicos, que utilizavam relés. Os sistemas totalmente eletrénicos 86 comega- ram a ser utilizados na década de 1940. £ interessante notar que ‘embora a IBM tenha sido fundada em 1924, ela s6 entrou na in- dtstria dos computadores em 1937. Em 1946, um sistema total- mente eletrOnico conhecido como Eniac foi construido na Univer- sidade da Pennsylvania, Ele utilizava 18,000 vélvulas e pesava 30 “Na ealidade, parece mais justo atiburainvengo do diodo a Edison, primeirs tempos do rio ea frequente a ulizago das assim chamadas “im- Pidas de efeito Edison” para substtuir valvlas dio, com resultados plenamente ‘atsfatrios. Este cours ats interessantes sobre Edison esto relatos no livr0 “Incandescent Genius, de. B. Wal, Appeton-Ceatury-Crofts Ine, Nova York, 1959, Uma edigio condensada em portugus deste livro foi public em 1958, ha niologia Os 20 Melhores Livros de Selecdes, Eaitora Ypiranga S.A, Rio de Janeio-Sto Paulo. (N.7)

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