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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS:

Antecedentes, Marcos Regulatórios,


Conceituação

2013
Políticas Sociais e o Estado Brasileiro
Uma abordagem histórica revela que as
modificações do papel do estado brasileiro nas
políticas sociais se deram em consonância com o
papel assumido frente ao projeto de instauração do
capitalismo moderno em suas diferentes fases de
desenvolvimento.
ü As Questões sociais estão, sempre, relacionadas
com a formação e a reprodução da força de
trabalho para o capital.
ü Precocemente o Estado brasileiro é convocado a
atuar como Estado Nacional – organismo regulador
e provedor
Antecedentes do SUS

üA Saúde no período colonial e imperial não se


expressa enquanto política de Estado;

ü Saúde emerge como questão social na primeira


década do século XX – “Higiene e Saúde”: Criação
Instituto Soroterápico Federal (1900) -> Fundação
Oswaldo Cruz (1970) e, Instituto Butantan;

ü Moldes da “Polícia Médica”: Campanha de


vacinação obrigatória (1904)
Segunda década século XX
Política de Saúde de caráter Nacional:
q Setor de Saúde Pública
q Setor de Saúde Previdenciária

Contextualização:
• Crise econômica pós I guerra mundial
• Greves de 1917 e 1919
• Tenentismo – 1922
• Tratado de Versalhes – compromisso
internacional com questões trabalhistas

• Lei Eloy Chaves – 1923 – Início da Previdência


Social Brasileira.
Institucionalização da Saúde
ü 1923 – Caixa de Aposentadoria e Pensões -
abrangente, gerida pelos trabalhadores, Depto
Nacional de Saúde Pública;

ü 1930 – Questão social assume caráter nacional –


Criação dos Ministérios do Trabalho , Saúde e
Educação, Institutos de Aposentadoria e Pensões -
estrutura previdenciária é transportada da
sociedade civil para o interior do Estado (autarquia),
financiamento tripartite, mecanismo poderoso de
capitalização > Seguro Social,
ü 1945/1964 –Final da II Guerra – socialismo x
fascismo > Populismo Influências das teses de
“Seguridade Social” – expansão dos IAPS e
ampliação de acesso e cobertura beneficiária, LOPS
– 47/60, Crise financeira, extensão aos
trabalhadores rurais não operacionalizada;

ü1964 – Golpe militar – Crescente papel do Estado


Regulador da sociedade

ü1966 - Criação do INPS - Unificação dos IAPS


Racionalidade/ expansão/privatizações
ü 1974 a 1979 – Crises econômicas e políticas,
Crises e Reformas da Previdência
MPAS – 1974
DATAPREV – 1974
SINPAS- INAMPS/INPS/IAPAS
Sistema Nacional de Saúde- 75

ü Década de 80 – Redemocratização do país


REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA
Democratização/Movimento Sanitário ( dec.70/80) -
-à REFORMA SANITÁRIA (doutrina)

MARCOS:
• 1976 - revista “Saúde e Debate“ - produção de
propostas alternativas e consolidação do
“movimento sanitário“ progressista.

• 1979 - o CEBES (Centro Brasileiro de Estudos


de Saúde) apresenta, no I Simpósio de Política
Nacional de Saúde, promovido pela Comissão
de Saúde da Câmara dos Deputados, o
documento “A Questão Democrática na Saúde“
que propõe a reestruturação do Sistema de
Saúde.
A Reforma Sanitária era concebida em torno de três
eixos principais:
1. O conceitual e doutrinário - a saúde é expressão
da qualidade de vida e sua conquista se dá por
via de políticas econômicas e sociais;
2. O político - saúde é direito de cidadania, e,
assim, direito de todos e dever do Estado;
3. O estratégico-operacional - proposta de
reorganização do sistema de atenção à saúde
em torno do modelo de Sistema Único de Saúde
(SUS), integrado, com comando único em cada
esfera de governo, descentralizado, organizado
em rede regionalizada e hierarquizada, sob
controle social.
MARCOS:

Ações Integradas de Saúde - AIS (1984):


empoderamento dos municípios/ convênios
VIII Conferência Nacional de Saúde (1986): mais de 4
mil participantes, documento produzido serviu de
base para assembléia nacional constituinte – Novo
Conceito de Saúde como resultante de condições
socio-econômicas
Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde –
SUDS (1987): Transição para o SUS/ estadualização
Constituição Federal (1988) – Saúde como Direito e
criação do SUS
Lei Orgânica do SUS (8080) e lei 8142 – 1990
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS:
Antecedentes, Marcos Regulatórios,
Conceituação

2013
RECAPITULANDO....
De suas origens e até o final da década de 80, o Sistema de
Saúde Brasileiro se caracterizava pela dualidade e seletividade de
clientela: de um lado o Ministério da Saúde desenvolvendo ações
de saúde pública, de caráter universal e, do outro lado o Instituto
Nacional de Previdência e Assistência à Saúde (INAMPS)
desenvolvendo ações assistenciais, por meio de redes de serviços
ambulatoriais e hospitalares, próprios e privados, com acesso
seletivo para os previdenciários (Arretche, 1998, Fleury, 1985,
Araújo, 1994).

Os não previdenciários eram atendidos por serviços de saúde


beneficentes, por serviços municipais e ou estaduais. As
secretarias tinham relação formal com o Ministério da Saúde,
porém, financiavam com recursos fiscais suas próprias ações,
com independência e, mesmo, desconexão com o INAMPS e o
Ministério da Saúde. (Arretche, 1998).
Marcos regulatórios legais do SUS
• Constituição Federal – 1988

Na nova Constituição o conceito de saúde foi


ampliado, incorporando o aspecto da qualidade
de vida. A saúde passou a ser compreendida
como direito social universal, direito de
cidadania e as ações e serviços de saúde foram
caracterizados como de relevância pública. Este
direito social (direito à saúde) deve ser
assegurado pelo Estado.
Marcos regulatórios legais do SUS

A partir da nova Constituição da República, foram diversas as


iniciativas institucionais e legais voltadas para criar as
condições de viabilização plena do direito a saúde, destacando-
se, no âmbito jurídico institucional, as chamadas Leis Orgânicas
da Saúde (Nº. 8.080/90 e 8.142/90) e as Normas Operacionais
Básicas (NOB). As leis orgânicas regulamentaram o Sistema
Único de Saúde - SUS, agregando todos os serviços estatais -
federal, estadual e municipal - e os serviços privados
contratados/conveniados. As normas operacionais básicas
foram instrumentos de regulamentação que progressivamente
aprofundaram o processo de descentralização da gestão do
sistema de saúde, definido as relações entre as três esferas de
governo.
Marcos regulatórios legais do SUS
Constituição Federal – 1988
• Seguridade Social - Previdência Social, Assistência
Social e Saúde como direitos,
• Saúde como bem de relevância pública –
responsabilidade também dos Ministérios Públicos
Federal e Estaduais,
• Criação do SUS.

Lei Orgânica da Saúde 8080 e Lei nº 8142 - 1990


• Definição de responsabilidades dos 03 gestores do
SUS,
• Nova política de financiamento,
• Mecanismos de Controle Social.
Sistema de Saúde Brasileiro
• Sistema de saúde formado pelo SUS - publicamente
financiado e de caráter universal – 76% população ( tem
acesso, somente, ao SUS)

• Sistema de Seguros e Planos de Saúde - de caráter


liberal, contratualmente adquirido – 24% da população
• Sistema de desembolso direto - restrito a uma parcela
da população de maior poder aquisitivo, com capacidade
de escolha e de compra de serviço
A Lei Orgânica da Saúde - 8080/90
Atribuições comuns da União, dos Estados, do DF e dos
Municípios na gestão do SUS:
• a definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação
e de fiscalização das ações e serviços de saúde;
• a elaboração e execução orçamentária e financeira do SUS;
• o acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde
da população e das condições ambientais;
• a coordenação do sistema de informação em saúde;
• a elaboração de normas técnicas e estabelecimento de
padrões de qualidade e parâmetros de custos;
• a participação na formulação da política e na execução das
ações de saneamento básico e colaboração na proteção e
recuperação do meio ambiente;
• a elaboração e atualização do plano de saúde;
A Lei Orgânica da Saúde - 8080/90
• a participação na formulação e na execução da política de
formação e desenvolvimento de recursos humanos;
• a elaboração de normas para regular as atividades de
serviços privados;
• o atendimento de necessidades coletivas, urgentes e
transitórias, decorrentes de situações de perigo eminente, de
calamidade pública ou irrupção de epidemias;
• a implementação do Sistema Nacional de Sangue,
Componentes e Derivados;
• a articulação com os órgãos de fiscalização do exercício
profissional e outras entidades representativas da sociedade
civil para a definição e controle dos padrões éticos para a
pesquisa, ações e serviços de saúde;
• a realização de pesquisas e estudos na área de saúde; entre
outras.
Em Síntese.....
COMPETÊNCIAS:

Gestor Federal: Formular, Normatizar e Avaliar a


implementação da Política Nacional de Saúde e
cooperar técnica e financeiramente com todos estados e
municípios

Gestor Estadual: Formular, Coordenar e Avaliar a


execução da Política Estadual de Saúde e cooperar
técnica e financeiramente com todos municípios

Gestor Municipal: Formular, Avaliar e Executar técnica e


financeiramente a Política Municipal de Saúde
Sistema Único de Saúde – SUS

Maior Programa Público de Imunização;

Mais de 130 milhões de brasileiros cobertos pelo SAMU ;

Mais de 95 milhões de usuários no Brasil sorridente;

Mais de 3,7 bilhões de procedimentos ambulatoriais/ano;


;

Dados 2012/DATASUS
Sistema Único de Saúde – SUS

Mais de 500 milhões de consultas médicas/ano;


Mais de 10 milhões de internações/ano;
Mais de 900 mil internações por neoplasia/ano;
97% procedimentos de quimioterapia em leitos SUS;
Mais de 20 mil transplantes de órgãos – 75% do total
realizado no Brasil;
Mais de 12 milhões de sessões de TRS - 97% do total
realizado no Brasil.

Dados 2012/DATASUS
Sistema Único de Saúde – SUS
Princípios:
1. FINALÍSTICOS:
• Universalidade
• Integralidade
• Eqüidade
• Participação Social
• ORGANIZATIVOS
• Descentralização
• Regionalização
• Hierarquização
Sistema Único de Saúde – SUS

Uma construção compartilhada


• Instâncias de controle social e gestão do
SUS
– Conselhos de Saúde
– Conselhos Gestores de Serviços
• Instâncias colegiadas de pactuação
– CIB – Comissão Intergestores Bipartite
– CIT – Comissão Intergestores Tripartite
Sistema Único de Saúde – SUS
Dificuldades para o cumprimento dessas competências
•Relação paradoxal entre as unidades federadas –
coexistência entre autonomia federativa e práticas
político-administrativas centralizadoras

•Pactos federativos de gestão não têm caráter jurídico-


legal, se constituindo em meros instrumentos
burocráticos

•Os pactos se realizam entre gestores com baixa


permeabilidade ao controle social

•Pouca responsabilização dos gestores pelo


cumprimento das metas pactuadas
Sistema Único de Saúde – SUS
Complexidade do Contexto
•Dimensão geográfica do país (8,5 milhões Km²)
•Estrutura econômica-social heterogênea

•Convivência de doenças típicas do


subdesenvolvimento, com demandas crescentes por
serviços de alta complexidade

•Conformação do próprio Sistema de Saúde Brasileiro:


Universalidade X Equidade
Sistema Único de Saúde – SUS

• PROBLEMAS

• Recursos financeiros insuficientes e fracionados


• Desvios de recursos / ineficiência de gestão
• Deficiência de recursos humanos
• Precarização das relações de trabalho
• Resolutividade insuficiente
• Limitações no acesso aos serviços
Sugestões de leitura:

1 Sistema Único de Saúde. Coleção Progestores.


1. Entender a Gestão do SUS. Brasília, 2007 – 1º
edição

2. Legislação Estruturante do SUS.Coleção Para


Entender a Gestão do SUS,13.Brasília, 2011 – 1º
edição.
O Processo de Implantação do SUS: As normas
Operacionais Básicas e o Pacto pela Saúde.

2013
As Normas Operacionais
A construção do SUS passou por um processo de normatização muito
intenso.

Além das leis 8080 e 8142, de 1990, as normas operacionais foram


instrumentos normativos de regulamentação que, progressivamente, vieram
aprofundando o processo de descentralização da gestão do sistema de
saúde e definindo as relações entre as três esferas de governo.

As quatro Normas Operacionais Básicas que foram editadas na década de


90, as NOB 01/91, 01/92, 01/93 e 01/96 e a Norma de Organização da
Assistência à Saúde - NOAS (2001 e 2002) tiveram um papel fundamental
para tornar realidade a diretriz da descentralização, ao regularem aspectos
determinantes da “divisão de responsabilidades, relações entre os gestores e
critérios de transferência de recursos federais para estados e municípios”
(LEVCOVITZ, 2001).
As Normas Operacionais Básicas

A primeira Norma Operacional Básica - NOB 01/91 foi editada, ainda,


pela presidência do INAMPS e teve como característica principal: o início
do processo de transferência de recursos federais, orientada pela lógica
de oferta/produção de serviços do setor privado, para estados e
municípios. O meio adotado para pagamento dos serviços produzidos foi
o instrumento convenial, tratando os entes federativos como simples
prestadores de serviços.

Chame-se a atenção para o fato do nível federal passar a ter uma relação
administrativa, diretamente, com os municípios, reduzindo a participação
dos estados na gestão do sistema, observada no período anterior
(SUDS).
A NOB/SUS - 01/93 criou três alternativas de gestão – incipiente, parcial e semi-
plena, sendo todas alternativas de gestão para os municípios e, somente, as
duas últimas formas de gestão para os estados, expressando graus crescentes
de descentralização. Nas formas incipiente e parcial, os níveis municipais e
estaduais continuavam apenas como prestadores de serviços ao SUS,
recebendo recursos financeiros por produção, enquanto que, na forma de
gestão semi-plena, pela primeira vez, alguns municípios passaram
efetivamente a receber recursos financeiros transferidos do Fundo Nacional de
Saúde aos Fundos Municipais de Saúde e a assumir a responsabilidade pela
gestão do sistema de saúde.
Observa-se que, nesse período de implantação da NOB-01/93, a ênfase na
descentralização ocorreu no campo da atenção ambulatorial, hospitalar e na
forma de municipalização da saúde

A NOB – 01/93 estabeleceu, ainda, o funcionamento de instâncias


colegiadas de gestão do SUS: as Comissões Intergestores Tripartite
(nacional) e Bipartites (estaduais), instituindo a prática da negociação na
implantação do SUS.
Destaque legal: A lei nº 8.689, de 27 de julho de 1993 foi um marco
importante pois , extinguiu o INAMPS , transferindo para estados e
municípios atribuições, pessoal, equipamentos e imóveis, criando o
Sistema Nacional de Auditoria e estabelecendo que “os recursos de
custeio dos serviços transferidos ao município, estado ou Distrito Federal
integrarão o montante dos recursos que o Fundo Nacional de Saúde
transfere, regular e automaticamente, ao fundo estadual e municipal de
saúde, de acordo com os arts. 35 e 36 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro
de 1990, e art. 4º da Lei nº 8.142, de 25 de dezembro de 1990”.

Em 1994, o decreto presidencial nº 1232 autorizou o repasse financeiro


direto do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos de Saúde Estaduais,
Municipais e do Distrito Federal, viabilizando o mecanismo necessário para
operacionalizar a descentralização por meio da gestão semi-plena, iniciada
em 24 municípios.
A NOB 01/96 se diferencia das anteriores, em vários aspectos:

• Institui o conceito de responsabilização de cada gestor em seu respectivo


nível de governo;
• amplia o foco do modelo de atenção para além da assistência, incluindo
ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde;
• introduz o conceito de vínculo entre população e agentes dos sistemas de
saúde;
• cria o instrumento de Programação Pactuada e Integrada - PPI com a
conseqüente, definição dos Tetos Financeiros Globais, por estado e por
município e faz, pela primeira vez, referência à área de epidemiologia e
controle de doenças, que aparece na proposta de instrumento de
negociação intergestores (PPI) e como componente do Teto Financeiro
Global – “Teto Financeiro da ECD”.
Essa norma (NOB-01/06) teve como um dos avanços indiscutíveis a
criação do Piso Assistencial Básico (PAB), que instituiu o repasse
automático fundo a fundo para os municípios habilitados, encerrando o
financiamento orientado pela lógica da produção de serviços na atenção
básica, passando a fazê-lo por critérios populacionais, no valor de R$10,00
por habitante/ano, criando uma faixa nacional entre 10 e 18 reais per
capita. Além disso, foram criados incentivos variáveis para implantação e
funcionamento de algumas políticas e ações prioritárias, como o incentivo
do Programa Saúde da Família, o incentivo da Vigilância Nutricional, entre
outros .
A Norma de Organização da Assistência – NOAS, publicada em 2001 e
reeditada em 2002, trata da reorganização dos sistemas de saúde por meio
da regionalização, busca fortalecer o papel coordenador/negociador dos
estados e garantir a integralidade da assistência consolidando a atenção
básica como a porta de entrada do sistema.

Segundo Mendes (2001) a NOAS parece tentar compensar a NOB -01/


96 e radicalização da municipalização com características de autônoma,
ou seja, cada município tentando responder por si a um conjunto de
demandas advindas com o SUS.

Esse formato de descentralização provocou distorções como a perda de


escala na oferta e organização de serviços de maior densidade e
complexidade tecnológica, iniqüidade no acesso a serviços de saúde,
baixa articulação entre gestores municipais e desses com os gestores
estaduais, relação direta entre a União e os municípios,
O Pacto de Gestão
Representou a saída do processo de habilitação por adesão para um modelo
de contratualização entre os gestores (federal, estadual e municipal), com a
responsabilização efetiva deixando de ser uma decisão do gestor local com a
concordância dos demais, passando a ser assumida de modo negociado com
a criação de capacidade progressiva de gestão através de efetiva cooperação
técnica e financeira e, negociação de metas (assistenciais e de gestão) e
compromissos entre as três esferas de governo sobre o SUS em determinado
território.

PORTARIAS
nº 399/GM de 22 de fevereiro de 2006 e nº 699/GM de 30 de março de 2006.

03 DIMENSÕES:

•Pacto pela Vida

•Pacto em Defesa do SUS

•Pacto de Gestão
Pacto pela Vida:

• Saúde do Idoso
• Controle do Câncer de Colo do Útero e de Mama
• Redução da Mortalidade Infantil e Materna
• Fortalecimento da Capacidade de Resposta às Doenças emergentes e
Endemias, com ênfase na dengue, Hanseníase, Tuberculose, Malária e
Influenza
• Promoção da Saúde
• Fortalecimento da Atenção Básica
Pacto em Defesa do SUS:
• Repolitização da Saúde;
• Promoção de Cidadania;
• Garantia de Financiamento – regulamentar EC29;
• Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de
gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas.

Pacto de Gestão:

• Diretrizes do SUS – descentralização, regionalização, financiamento,


planejamento, PPI, regulação, participação e controle social,gestão do trabalho
e educação em saúde
• Responsabilidade Sanitária de cada instância
Mudanças Significativas trazidas pelo Pacto de Gestão

üHabilitação X adesão solidária aos Termos de Compromisso de Gestão;

üRegionalização solidária como eixo estruturante da descentralização;

üIntegração de várias formas de repasse de recursos financeiros;

üExplicitação dos recursos de custeio próprios das esferas municipal e


estadua;

üUnificação dos processos de pactuação de indicadores em 2007.


Financiamento no Pacto

Diretrizes:

• Responsabilidade das três Esferas;


• Promoção de Equidade;
• Repasse Fundo a Fundo.

Blocos de Financiamento:

1. Atenção Básica
2. Atenção da Média e Alta Complexidade
3. Vigilância em Saúde
4. Assistência Farmacêutica
5. Gestão do SUS
Problemas

ü Monitoramento e Avaliação dos Pactos;

üBaixa Permeabilidade dos pactos ao Controle Social;

üCaráter Cartorial e Adesão Voluntária;

ü“Todo poder as CIB;

üDeclaração da CIB de Comando Único do Sistema pelo Gestor Municipal –


unidades por pactuação podem continuar sob gestão estadual;

üAusência de Lei de Responsabilidade Sanitária


Decreto 7508, de 28/06/11 :
regulamenta a Lei 8080/90

2013
•DECRETO 7.508, de 28 de junho de 2011

Regulamenta a Lei nº 8.080, para dispor sobre a organização do


SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a
articulação interfederativa, e dá outras providências.

CAPITULOS:
I – Disposição preliminares ( Art. 1ºe Art. 2º)
II – Organização do SUS( Art. 3º ao Art. 14º)
III – Planejamento da Saúde ( Art. 15º ao Art. 19º)
IV – Assistência à Saúde ( Art. 20ºe Art. 29º)
V – Articulação Interfederativa ( Art. 30 ao Art. 41º)
VI – Disposições finais( Art. 42 ao Art. 45º)
CAPITULO I – Disposições Preliminares ( Art. 1º e Art. 2º)

• I - Região de Saúde: espaço geográfico contínuo constituído


por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir
de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados,
com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a
execução de ações e serviços de saúde;
REGIÕES DE SAÚDE

SERVIÇOS QUE SERÃO

CONFORMAÇÃO DOS
RESPONSABILIDADES
USUÁRIA DAS AÇÕES

ROL DE AÇÕES E

ACESSIBILIDADE
A POPULAÇÃO
GEOGRÁFICOS

ESCALA PARA
RESPECTIVAS

CRITÉRIOS DE
OFERTADOS
E SERVIÇOS

SERVIÇOS
LIMITES

IDENTIDADE CULTURAL, SOCIAL, POLÍTICA, COSTUMES, INFRA-ESTRUTURA,


DETERMINANTES SOCIAIS

Atenção primária, Urgência e Emergência, Atenção


psicossocial, Atenção ambulatorial especializada e
hospitalar e Vigilância em Saúde
CAPITULO I – Disposições Preliminares ( Art. 1º e Art. 2º)

• II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde: acordo de


colaboração visando organizar e integrar as ações e serviços de
saúde, com definição de responsabilidades, indicadores e
metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho,
recursos financeiros, forma de controle e fiscalização e demais
elementos necessários à implementação integrada das ações e
serviços de saúde;
CAPITULO I – Disposições Preliminares ( Art. 1º e Art. 2º)

• III - Portas de Entrada: serviços de atendimento inicial à


saúde do usuário no SUS;

• IV - Comissões Intergestores: instâncias de pactuação


consensual entre os entes para a definição das regras da
gestão compartilhada do SUS;
CAPITULO I – Disposições Preliminares ( Art. 1º e Art. 2º)

• V - Mapa da Saúde: descrição geográfica da distribuição


de recursos humanos e das ações e serviços de saúde
ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada,
considerando-se a capacidade instalada existente, os
investimentos e o desempenho aferido a partir dos
indicadores de saúde do sistema;
MAPA DA SAÚDE DO BRASIL

Ø Permite visualizar e acompanhar as ações e serviços de


saúde existentes, contribuindo para:

§ identificar vazios assistenciais;


§ orientar investimentos e expansão dos serviços;
§ acompanhar a evolução do SUS nos territórios quanto
ao acesso e aos resultados produzidos.
CAPITULO I - Disposição Preliminares

• VI - Rede de Atenção à Saúde – conjunto de ações e serviços de


saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a
finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde; e
• VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto – serviço de saúde
específico para o atendimento da pessoa que, em razão do agravo
ou de situação laboral, necessita de atendimento especial.
• VIII – Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica – documento que
estabelece: critérios para o diagnóstico da doença e do agravo à
saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais
produtos apropriados quando couber; as posologias
recomendadas; os medicamentos de controle clínico; e o
acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a
serem seguidos pelo gestores do SUS.
CAPITULO II – Organização do SUS ( Art. 3º ao Art. 14º)
Art. 3º O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção,
proteção e recuperação da saúde executados pelos entes federativos, de forma
direta ou indireta, mediante a participação complementar da iniciativa privada,
sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada

Seção I – Das regiões de Saúde

Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em articulação com os


Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores
Tripartite – CIT.

§ 1º Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compostas por


Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em articulação
com os Municípios.

§ 2º A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de fronteira com outros


países deverá respeitar as normas que regem as relações internacionais.
CAPITULO II – Organização do SUS ( Art. 3º ao Art. 14º)

Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo,


ações e serviços de:
I - atenção primária;
II - urgência e emergência;
III - atenção psicossocial;
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
V - vigilância em saúde.
Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará cronograma pactuado
nas Comissões Intergestores.

Art. 6º As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de


recursos entre os entes federativos.
CAPITULO II – Organização do SUS ( Art. 3º ao Art. 14º)

Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito


de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com
diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores.

Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes


elementos em relação às Regiões de Saúde:
I - seus limites geográficos;
II - população usuária das ações e serviços;
III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala
para conformação dos serviços.
CAPITULO II – Organização do SUS ( Art. 3º ao Art. 14º)

Seção II – Da Hierarquização

Art. 8º O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia


pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada,
de acordo com a complexidade do serviço.

Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à
Saúde os serviços:
I - de atenção primária;
II - de atenção de urgência e emergência;
III - de atenção psicossocial; e
IV - especiais de acesso aberto.

Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com o pactuado nas


Comissões Intergestores, os entes federativos poderão criar novas Portas de Entrada
às ações e serviços de saúde, considerando as características da Região de Saúde.
CAPITULO II – Organização do SUS ( Art. 3º ao Art. 14º)

Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais


especializados, entre outros de maior complexidade e densidade
tecnológica, serão referenciados pelas Portas de Entrada de que trata o
art. 9º

Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde


será ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação da
gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológico,
observadas as especificidades previstas para pessoas com proteção
especial, conforme legislação vigente.

Parágrafo único. A população indígena contará com regramentos


diferenciados de acesso, compatíveis com suas especificidades e com a
necessidade de assistência integral à sua saúde, de acordo com
disposições do Ministério da Saúde.
CAPITULO II – Organização do SUS

Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do


cuidado, em todas as suas modalidades, nos serviços,
hospitais e em outras unidades integrantes da rede de
atenção da respectiva região.

Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão as


regras de continuidade do acesso às ações e aos serviços de
saúde na respectiva área de atuação.
CAPITULO II – Organização do SUS

Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso às ações e


serviços, caberá aos entes, além de outras atribuições:
I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade no
acesso às ações e aos serviços;
II - orientar e ordenar os fluxos;
III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e
IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde.

Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios,


diretrizes, procedimentos e demais medidas que auxiliem os
entes federativos no cumprimento das atribuições previstas
no art. 13.
CAPITULO III – Planejamento da Saúde ( Art. 15º ao Art. 19º)
Art. 15. O processo de planejamento será ascendente e
integrado, ouvidos os respectivos Conselhos,
compatibilizando-se as necessidades das políticas de saúde
com a disponibilidade de recursos financeiros.
§ 1º O planejamento da saúde é obrigatório e será indutor
de políticas para a iniciativa privada.
§ 3º O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de
saúde.

Art. 16. Devem ser considerados os serviços e as ações


prestados pela iniciativa privada, de forma complementar ou
não ao SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde
regional, estadual e nacional.
CAPITULO III – Planejamento da Saúde

Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das


necessidades de saúde e orientará o planejamento integrado,
contribuindo para o estabelecimento de metas de saúde.

Art. 18. O planejamento em âmbito estadual deve ser


realizado de maneira regionalizada, a partir das necessidades
dos Municípios, considerando o estabelecimento de metas de
saúde.

Art. 19. Compete à CIB pactuar as etapas do processo e os


prazos do planejamento municipal em consonância com os
planejamentos estadual e nacional.
CAPITULO IV – Assistência à Saúde ( Art. 20º ao Art. 29º)
Art. 20. A integralidade da assistência se inicia e se completa na
Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário
na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas
Comissões Intergestores.

Seção I
Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde – RENASES

Art. 21. A RENASES compreende todas as ações e serviços que o


SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da
assistência à saúde.
Art. 22. O MS disporá sobre a RENASES em âmbito nacional,
observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.
Parágrafo único. A cada dois anos, o MS consolidará e publicará as
atualizações da RENASES.
CAPITULO IV – Assistência à Saúde ( Art. 20º ao Art. 29º)

Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


pactuarão nas respectivas Comissões Intergestores as suas
responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços
constantes da RENASES.

Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderão adotar relações específicas e complementares de
ações e serviços de saúde, em consonância com a RENASES,
respeitadas as responsabilidades dos entes pelo seu
financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões
Intergestores.
CAPITULO IV – Assistência à Saúde ( Art. 20º ao Art. 29º)

Seção II
Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME
Art. 25. A RENAME compreende a seleção e a padronização
de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou
de agravos no âmbito do SUS.

Art. 26. O MS é o órgão competente para dispor sobre a


RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em
âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.
Parágrafo único. A cada dois anos, o MS consolidará e
publicará as atualizações da RENAME, do respectivo FTN e
dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.
CAPITULO IV – Assistência à Saúde ( Art. 20º ao Art. 29º)

Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar


relações específicas e complementares de medicamentos, em
consonância com a RENAME, respeitadas as responsabilidades dos
entes pelo financiamento de medicamentos, de acordo com o pactuado
nas Comissões Intergestores.

Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica


pressupõe, cumulativamente:
I - estar o usuário assistido por ações e serviços do SUS;
II - ter o medicamento sido prescrito por profissional, no exercício
regular de suas funções no SUS;
III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos
Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica
complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do
SUS.
CAPITULO IV – Assistência à Saúde ( Art. 20º ao Art. 29º)

§ 1º Os entes federativos poderão ampliar o acesso do


usuário à assistência farmacêutica, desde que questões de
saúde pública o justifiquem.
§ 2º O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras
diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter
especializado.

Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar


estadual, distrital ou municipal de medicamentos somente
poderão conter produtos com registro na ANVISA.
CAPITULO V – Da Articulação Interfederativa

Seção I - Das Comissões Intergestores


Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a organização e
o funcionamento das ações e serviços de saúde integrados
em redes de atenção à saúde, sendo:
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da
Saúde para efeitos administrativos e operacionais;
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual
de Saúde para efeitos administrativos e operacionais; e
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito
regional, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para
efeitos administrativos e operacionais, devendo observar as
diretrizes da CIB.
CAPITULO V – Da Articulação Interfederativa
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores da saúde poderão ser
representados pelo CONASS, pelo CONASEMS e pelo COSEMS.

Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão:

I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão


compartilhada do SUS, aprovados pelos respectivos conselhos de saúde;

II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de limites geográficos,


referência e contrarreferência e demais aspectos;

III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e interestadual, a respeito


da organização das redes de atenção à saúde, principalmente no tocante à
gestão institucional e à integração das ações e serviços dos entes federativos;
CAPITULO V – Da Articulação Interfederativa

IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de Atenção à


Saúde; e
V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais de atenção
à saúde para o atendimento da integralidade da assistência.

Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a pactuação:


I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES;
II - dos critérios para o planejamento integrado das ações e serviços
de saúde da Região de Saúde, em razão do compartilhamento da
gestão; e
III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das questões
operacionais das Regiões de Saúde situadas em fronteiras com outros
países, respeitadas, em todos os casos, as normas que regem as
relações internacionais.
CAPITULO V – Da Articulação Interfederativa

Seção II - Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde

Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federativos para


a organização da rede interfederativa de atenção à saúde.

Art. 34. O objeto do COAP é a organização e a integração das ações


e dos serviços, em uma Região de Saúde, com a finalidade de
garantir a integralidade da assistência aos usuários.

Parágrafo único. O COAP resultará da integração dos planos de saúde


dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo como
fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT.

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