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UM COMENTÁRIO DA CONFISSÃO DE FÉ

BATISTA DE 1689, POR GARY MARBLE

CAPÍTULO 4, SOBRE
A CRIAÇÃO
Traduzido do original em Inglês
A Layman’s Commentary of the 1689/1677 Second London Baptist Confession of Faith
By Gary Marble

Este volume é composto do Capítulo 4, Sobre a Criação, da obra supracitada

Tradução e Capa por William Teixeira


Revisão por Camila Almeida

2ª Edição: Outubro de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a graciosa


permissão do autor, Gary Marble (1689Commentary.org), sob a licença Creative Commons
Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

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Um Comentário Da Confissão De Fé Batista De 1689
Por Gary Marble

Capítulo 4*, Sobre a Criação

1. No princípio aprouve a Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo1, para a manifestação


da glória do Seu eterno poder2, sabedoria e bondade, criar ou fazer o mundo, e todas as
coisas nele, sejam visíveis ou invisíveis, no espaço de seis dias, e tudo muito bom.3 (1
João 1:2-3; Hebreus 1:2; Jó 26:13 • 2 Romanos 1:20 • 3 Colossenses 1:16; Gênesis 1:31).

Este Capítulo é teologicamente ligado ao decreto de Deus, porque a criação foi o primeiro
dos decretos de Deus a ser executado 1. O Catecismo Batista serve como um resumo da
Confissão. A pergunta 10 deste Catecismo define os decretos de Deus da seguinte manei-
ra: “Os decretos de Deus são o Seu eterno propósito, conforme o conselho da Sua vontade,
segundo os quais, para a Sua própria glória, Ele preordenou tudo o que acontece”. Logica-
mente a seguinte pergunta 11 indaga: “Como Deus executa os Seus decretos?”. A resposta
é: “Deus executa os Seus decretos nas obras da criação e da providência”. E assim vemos
que o Catecismo simplesmente reflete a ordem lógica da Confissão: o Capítulo 3 é sobre
os decretos de Deus, e Capítulo 4 e 5 são sobre a execução desses decretos, assim, pois,
os Capítulos 3, 4 e 5 essencialmente lidam com o decreto de Deus; este Capítulo inteiro é
dedicado à obra da criação.

Na Confissão, lemos: No princípio aprouve a Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A


única razão pela qual Deus faz alguma coisa é porque a Ele apraz. Observe a ênfase
Trinitária na obra da criação. Vemos essa ênfase Trinitária logo no início do Gênesis: “E a
terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus

__________
* Para ler o Primeiro Capitulo e a Introdução deste Comentário acesse oEstandarteDeCristo.com.
[1] Após a conclusão da Confissão de Fé de Westminster, os teólogos de Westminster, escreveram o Breve
Catecismo de Westminster para uso na instrução privada e familiar; ele possui um formato de pergunta e
resposta (semelhante às perguntas mais frequentes (Frequently Asked Questions — FAQ formato
popularmente usado hoje). É um Catecismo mais curto, pois é um resumo da Confissão de Westminster. O
Catecismo Batista, que eu uso em todo este comentário, é uma adaptação do Breve Catecismo de
Westminster, e tem a mesma finalidade: resumir a Confissão Batista de 1689. William Collins, um dos autores
da Confissão de 1689, adaptou o Breve Catecismo de Westminster. Consulte “Forward to Baptist Catechism”
[Avançando para o Catecismo Batista], por James Renihan, The Baptist Confession of Faith & The Baptist
Catechism [A Confissão de Fé Batista & O Catecismo Batista] (Birmingham, Al.: Solid Ground Christian Books,
and Carlisle, Pa.: Reformed Baptist Publications, 2010), 89-91.

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se movia sobre a face das águas” (Gênesis 1:2). E em Gênesis 1:26, observe o pronome
no plural oculto “Nós”: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nos-
sa semelhança”2. Além disso, o Novo Testamento explicitamente fala do Filho executando
a criação: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele
estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que
foi feito se fez” (João 1:1-3). E outra vez: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes,
e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo
Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo” (Hebreus 1:1-2).
Ao olhar para a totalidade das Escrituras entendemos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo
estiveram envolvidos na obra da criação. Esta obra da criação é a primeira coisa que Deus
fez, e isto aconteceu no princípio como a Escritura diz: “No princípio, Deus criou os céus
e a terra” (Gênesis 1:1).

Aprouve a Deus criar para a manifestação da glória do Seu eterno poder, sabedoria e
bondade, criar ou fazer o mundo. De fato, a obra da criação de Deus manifesta a glória
destes três atributos. No Capítulo 1, parágrafo 1, a Confissão nos disse que as obras da
criação manifestam “a bondade, a sabedoria e o poder de Deus”. Agora que nós chegamos
no Capítulo designado para tratar das obras da criação esta declaração é reiterada. Roma-
nos 1:20 diz: “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu
eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que
estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis”. Assim, por Deus criar o mundo, Ele reve-
la atributos invisíveis para todos. Nem todos os Seus atributos são vistos na criação, os
outros só são conhecidos através de revelação especial encontrada somente nas Escritu-
ras. Para ver a manifestação da Sua glória, e, especificamente, esses três atributos, tudo o
que temos a fazer é sair e ver a Sua criação. Enquanto Deus criou porque Lhe aprouve,
parte de Seu prazer era Se manifestar às Suas criaturas por meio da criação.

A Confissão continua: e todas as coisas nele, sejam visíveis ou invisíveis. Não há nada
neste mundo que não vem de Deus. Isso é exatamente o que a Bíblia diz: “Porque nele
foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos,
sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para
ele” (Colossenses 1:16). Além disso, como já referido: “Todas as coisas foram feitas por
ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:1-3). Deus é o criador de tudo o que é
visível e invisível — e há muita coisa na criação que é invisível. Mesmo as coisas invisíveis

__________
[2] João Calvino comenta sobre Gênesis 1:26 e sobre o plural “Nós”: “Os Cristãos, portanto, corretamente
afirmam, a partir deste testemunho, que existe uma pluralidade de Pessoas na Divindade”. João Calvino.
Commentaries on The First Book of Moses called Genesis [Comentários Sobre O Primeiro Livro de Moisés,
Chamado Gênesis]. Traduzido do original em latim, e comparado com a edição francesa, pelo Rev. John King,
MA, vol. 1 (Grand Rapids: Baker Books, 2009), 92.

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— uma vez descobertas ou conhecidas — manifestam a Sua glória. Tanto seres angelicais,
ou coisas que a nossa era moderna descobriu, como átomos e outras formas de vida mi-
croscópica. Essas coisas também manifestam a glória e caráter de Deus. A descoberta de
coisas anteriormente desconhecidos de tempos passados detém o homem moderno que
fica muito mais responsável a reconhecer seu Criador. O fato de que mais provas a respeito
de Deus não traz mais reconhecimento e adoração a Deus só mostrará que quando o ho-
mem não-regenerado conhece mais de Deus, mais arduamente ele trabalha para suprimir
o conhecimento daquele Deus que tem abençoado o homem moderno com mais conheci-
mento de Sua glória, de modo que eles têm muito mais motivos para se arrependerem: “Ou
desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que
a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?” (Romanos 2:4).

A Confissão continua: no espaço de seis dias. Se interpretarmos a Confissão em seu con-


texto histórico, há pouca dúvida de que os autores tinham em mente que Gênesis estava
se referindo a seis dias, literais, de vinte e quatro horas 3. A Confissão foi escrita antes de
teorias modernas sobre a idade da Terra. Enquanto todos os crentes devem rejeitar a teoria
da evolução, a qual nega a Deus como Criador, há crentes fiéis que não pensam que a
Bíblia refere-se literalmente a seis dias, consistindo em um período de vinte e quatro horas.
Devemos sempre ser fiéis à Escritura antes de à ciência, mas é possível que um crente
sustente que esses seis dias não são literais, antes representam períodos de tempo. Temos
que mostrar a graça neste ponto. Eu acredito que a Bíblia realmente refere-se a seis dias,
literais, consistindo em um período de vinte e quatro horas, mas não romperei a comunhão
devido esta questão.

A Confissão conclui afirmando: e tudo muito bom. A cada dia após Deus haver terminado
o Seu trabalho, “viu Deus que era bom”. Mas observe o que é dito do último dia da criação:
“E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia
sexto” (Gênesis 1:31). No final do sexto dia, Deus observa a conclusão de tudo, e Deus viu
que isso era muito bom. Deus é perfeito e todas as Suas obras são perfeitas. Vemos em
Deuteronômio 32:4a: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita”. O próprio Deus pronunciou a
perfeição da criação enquanto inspecionava o todo dela. A obra de cada dia foi perfeita, e
a totalidade da criação foi feita perfeita em sua existência, função e harmonia.

É importante que reconheçamos que a criação que vemos agora é uma criação pós-Queda;

__________
[3] João Calvino diz sobre um dos seis dias: “A criação do mundo foi distribuída ao longo de seis dias, por
nossa causa, a fim de que nossas mentes possam mais facilmente se ocuparem na meditação das obras de
Deus”. João Calvino. Commentaries on The First Book of Moses called Genesis [Comentários Sobre O
Primeiro Livro de Moisés, Chamado Gênesis]. Traduzido do original em latim, e comparado com a edição
francesa, pelo Rev. John King, MA, vol. 1 (Grand Rapids: Baker Books, 2009), 92.

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sem dúvida esta ainda é muito boa, mas reconhecemos que a Queda contaminou a criação,
particularmente a humanidade. Quando o homem busca contestar a Deus sobre o mal devi-
do a imperfeição e maldade que o homem vê na criação, ele deixa de reconhecer que é o
pecado que trouxe o mal e a imperfeição à criação, e não Deus. Não é que a imperfeição e
o mal estão fora do decreto ou providência de Deus, mas Deus não é o autor do pecado e
da corrupção que vemos na criação. Nosso ponto de partida para compreender a realidade
deve ser que Deus é bom, e um Deus bom decretou fazer uma boa criação e, portanto, em
cumprir este decreto, Deus o cumpriu muito bem. As obras de Deus são um reflexo de
quem Ele é, e, portanto, devemos entender que a criação foi criada originalmente perfeita
e muito boa.

2. Após Deus haver feito todas as outras criaturas, Ele criou o homem, macho e fêmea4,
com almas racionais e imortais5, e os adequou perfeitamente à vida para Deus, para o
que eles foram criados, tendo sido feitos segundo a imagem de Deus, em conhecimento,
retidão e verdadeira santidade6; tendo a lei de Deus escrita em seus corações7, e poder
para cumpri-la; e ainda assim, estavam sob a possibilidade de transgressão, sendo
deixados à liberdade da sua própria vontade, que era sujeita à mudança.8 (4 Gênesis
1:27 • 5 Gênesis 2:7 • 6 Eclesiastes 7:29; Gênesis 1:26 • 7 Romanos 2:14-15 • 8 Gênesis
3:6).

Neste parágrafo a Confissão aborda a criação do homem no sexto dia, e a natureza dessa
criatura. Aqui se fala estritamente sobre do homem antes da Queda. A Confissão lidará com
a Queda do homem no Capítulo 6. A Confissão começa assim: Após Deus haver feito
todas as outras criaturas. Como veremos no parágrafo 3, o homem foi feito depois das
outras criaturas para governá-las; Deus guardou o melhor para a última criatura; o homem
foi a coroa de toda a criação. Deus criou o homem (ou seja, a humanidade) macho e
fêmea. A Escritura afirma: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1:27). Deus criou o homem em duas categorias
distintas: masculino e feminino. Cada gênero é único e vem com suas próprias bênçãos
únicas. Ser mulher é ter bênçãos únicas que não são dadas a um homem, e assim também,
ser um homem implica em certas bênçãos que não são dadas à uma mulher. Isto, natural-
mente, não nega que homem e mulher também têm muito em comum em termos de bên-
ção, mas, nos dias que vivemos, parece necessário salientar que as diferenças de gênero
são muito reais e não devem ser minimizadas. Contudo, nenhum sexo é melhor ou tem
mais bênção do que o outro sexo; a maior evidência disso é que ambos são feitos à imagem
de Deus, a maior bênção que ambos compartilham. É importante reconhecer que, ainda
que um macho e uma fêmea jamais venham a unir-se em matrimônio ou alguma vez tenham
filhos, ser homem ou ser mulher é uma grande bênção dada por Deus. Vamos deixar o

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assunto do casamento entre um homem e uma mulher para o Capítulo 25, Sobre o Matri-
mônio. Deus fez os seres humanos do sexo masculino e feminino, e negar que esta singula-
ridade existe, finalmente, resulta em negar a Deus a glória que Lhe é devida e rejeitar as
bênçãos que Ele nos concedeu nessas diferenças. É interessante notar que, mesmo nas
fervorosas questões modernas relacionadas ao gênero, sexualidade e casamento, a Con-
fissão fornece os parâmetros bíblicos relevantes para nos ajudar a entender e expressar a
ordem e a bênção de Deus para um mundo perdido, e em alguns casos, para comunicar
isto para uma igreja apóstata. Este crédito, no entanto, não é devido à Confissão, tanto
quanto é para a relevância das Escrituras.

A Confissão afirma que homem e mulher foram criados com almas racionais e imortais.
Deus fez o homem com uma alma racional, ou seja, com a capacidade de pensar (ou seja,
a razão). Os animais parecem ter um certo grau de inteligência, mas sua inteligência está
relacionada ao instinto mais do que à razão. Alguns anos atrás, eu assisti um treinador de
tigres demonstrar como ele não estava em perigo de ataque, enquanto ele estava de frente
para o tigre, mas se ele virasse as costas para o animal este poderia atacá-lo, o que poderia
resultar em morte. O treinador não poderia argumentar com o tigre sobre este ponto. O trei-
namento de animais não é feito por arrazoar com os animais, mas por instintos condiciona-
dos. A humanidade pode aprender, fazer deduções e decisões baseadas na razão, e isso
a distingue das outras criaturas da terra.

Outra característica distintiva da humanidade é que ela foi criada com uma alma imortal.
A fim de considerar a imortalidade da alma, precisamos pensar um pouco sobre a criação
de uma alma. Houve várias posições defendidas em toda a história da igreja a respeito de
quando Deus cria uma alma. As três opções viáveis são: 1) que esta tem seu princípio na
concepção ou 2) após a concepção, mas antes do nascimento, ou 3) no momento do nasci-
mento. É evidente que a alma não é criada antes da concepção visto que pré-existência da
alma não é um ensinamento bíblico, e da mesma forma, a alma não é eterna no sentido de
haver existido eternamente antes do nascimento. O que temos certeza é de que uma alma
tem sua existência iniciada na concepção ou no momento do nascimento. A Escritura não
é clara neste particular, mas parece razoável acreditar que ambos, o corpo e a alma, têm o
princípio de sua existência na concepção. Este ponto de vista promoveria um mais elevado
conceito sobre a vida, e pode haver algum indício disso quando olhamos para passagens
como Salmo 139:13-16. Um determinado momento do tempo uma alma foi criada por Deus,
porém, ela nunca deixa de existir a partir desse ponto em diante; é nesse sentido que a
alma é imortal. A natureza dessa alma é que ela nunca deixará de existir, é imortal. A
afirmação da Confissão sobre a natureza da alma, como imortal, implica uma negação da
doutrina do Aniquilacionismo. O Aniquilacionismo defende o fim da existência da alma. Exis-
tem variações deste ponto de vista. A visão naturalista e ateia acerca do Aniquilacionismo

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é que todas as almas humanas, se é que existe tal coisa, deixam de existir no momento da
morte. Outra variação, que pretende ser Cristã, ensina que o julgamento do pecador répro-
bo diante Deus não é eterno, antes é um julgamento de aniquilação e a alma réproba é ani-
quilada, não mais existirá. Para um aniquilacionista as almas dos réprobos são almas mor-
tais. Enquanto isso possui um certo encanto, o fato é que o julgamento eterno é claramente
ensinado nas Escrituras. O próprio Jesus fez declarações explícitas acerca do caráter eter-
no do Inferno e, portanto, todas as almas são imortais; a questão é sobre onde essa alma
imortal passar a eternidade — no Céu ou no Inferno. A doutrina da imortalidade da alma
acrescenta importância ao evangelismo, e deve conduzir-nos à pregação do Evangelho.
Por sabermos que a alma é imortal deve nos levar a valorizar grandemente cada alma, e
deste grande valor advém a cada alma uma grande responsabilidade de cuidar de si mesma
e das outras.

A Confissão de 1689 continua: e os adequou perfeitamente à vida para Deus, para o


que eles foram criados. Este homem e mulher possuidores de almas racionais e imortais
foram dotados (ou seja, equipados, ou adequados) para desfrutar das bênçãos do Jardim
(ou seja, a vida para Deus). Esta adequação se deu pelo fato deles haverem sido feitos
segundo a imagem de Deus4, em conhecimento, retidão e verdadeira santidade; ten-
do a lei de Deus escrita em seus corações, e poder para cumpri-la. Eles foram adequa-
dos por haverem sido feitos à imagem de Deus. Haver sido feito à imagem de Deus
significa que há coisas sobre a humanidade que refletem algo sobre o que Deus é. Eu digo
“refletir” pois estas coisas não são aquilo que elas refletem em si, isto é, a Divindade; mas
eles foram feitos segundo o molde ou de forma semelhante a este Ser Divino. Como discur-
samos no Capítulo 2, os atributos de Deus que Ele comunicou ou concedeu à humanidade
são chamados de os atributos comunicáveis de Deus. A humanidade, em seu estado antes
da Queda, refletia os atributos comunicáveis de Deus. Vemos alguns desses atributos
transmissíveis enumerados na próxima frase da Confissão: conhecimento, justiça e santi-
dade. Assim, em parte, o que estava sendo adequado à vida para Deus estava sendo feito
à imagem de Deus. As plantas e os animais não foram adequados à vida para Deus; unica-
mente a humanidade foi feita à imagem de Deus; só eles foram feitos próprios para a comu-
nhão com Deus. Outrossim, por empregar a expressão “adequou perfeitamente à vida para
Deus”, a Confissão está estritamente falando da humanidade antes da Queda; depois va-
mos ver os efeitos da Queda sobre a humanidade. Sobre a humanidade caída, João Calvino
diz: “Mas agora, embora alguns traços obscuros dessa imagem ainda sejam encontrados
remanescentes em nós; contudo estes são tão corrompidos e mutilados, a ponto de poder

___________
[4] A Confissão de 1689 adicionou “e os adequou perfeitamente à vida para Deus, para o que eles foram
criados”, à redação da Declaração de Savoy e da Confissão de Westminster. Esta declaração bem completa
o parágrafo em relação às duas Confissões anteriores.

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realmente ser dito que foi destruída” 5. A glória do Evangelho é que por ele esta imagem
destruída é restaurada por Deus nos eleitos: “E vos vestistes do novo, que se renova para
o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Colossenses 3:10).

Deus criou nossos primeiros pais em conhecimento, retidão e verdadeira santidade.


Esta frase foi retirada diretamente de Colossenses 3:10 (citado acima) e Efésios 4:24: “E
vos vestistes do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santida-
de” (KJV). Ambas as passagens falam da imagem Deus como sendo “no conhecimento”
(Colossenses 3:10) e “em verdadeira justiça e santidade” (Efésios 4:24 — KJV). Posto que
de Deus não muda, por conseguinte, Sua imagem não muda, e, portanto, a imagem de
Deus que é renovada e criada nos eleitos é a mesma imagem que existiu uma vez em nos-
sos primeiros pais, antes da Queda. Eles tinham conhecimento de tudo o que Deus exigia
deles e de tudo o que precisavam saber. Eles não conheciam tudo, não eram oniscientes
como Deus o é, mas simplesmente refletiam a imagem de Deus em seu conhecimento.
Eles foram colocados no Jardim com um conhecimento 'adequado' à sua própria posição
(ou seja, situação ou circunstância). Eles entenderam sua situação, sua relação com Deus
e com o restante da criação. A frase em retidão significa que os nossos primeiros pais
eram perfeitamente justos — inerente e realmente justos, completamente. Este estado
original de justiça será posteriormente referido como retidão original (1689 6:2). Verdadeira
santidade significa santidade real. Não é que eles eram apenas justos em um estado
forense ou posicional diante de Deus, mas eles também eram inerentemente justos e real-
mente praticantes da justiça, assim, eles foram verdadeiramente (ou realmente) santos em
pensamento, palavra e ação. Quando pensamos na imagem de Deus em relação à verda-
deira santidade, nós pensamos na ordem de Deus em Levítico 11:44a: “sereis santos,
porque eu sou santo”.

Nós não podemos falar de justiça e santidade, sem a lei estar por perto. Baseado em que
algo é santo ou justo? Deve ser em relação ao e comparado com a lei (o padrão). A Confis-
são indica que, além da imagem de Deus, a justiça e a verdadeira santidade, eles também
foram adequados para à vida para Deus, porque eles tinham a lei de Deus escrita em
seus corações. A frase “escrita em seus corações” é, naturalmente, uma linguagem meta-
fórica. Deus não escreveu fisicamente a Sua lei no coração físico de Adão e Eva. Mas Deus,
literalmente, colocou na própria natureza de Adão e Eva Sua lei moral (ou seja, os padrões
de Deus acerca do que é certo e errado). Este assunto será desenvolvido no Capítulo 19,
Sobre a Lei de Deus.

__________
[5] João Calvino. Commentaries on The First Book of Moses called Genesis [Comentários Sobre O Primeiro
Livro de Moisés, Chamado Gênesis]. Traduzido do original em latim, e comparado com a edição francesa,
pelo Rev. John King, MA, vol. 1 (Grand Rapids: Baker Books, 2009), 94.

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Como sabemos que a lei moral estava no coração dos nossos primeiros pais? Há passa-
gens bíblicas que falam da lei universal estar presente no coração de toda a humanidade
após a Queda. E se esta lei moral universal está presente após a Queda, certamente estava
presente em nosso primeiro pai antes da mesma. Aqui estão algumas dessas passagens:
Romanos 1:32: “Os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que
tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem”.
“Os quais” nesta passagem refere-se a todas as nações, e, portanto, todas as nações
conhecem o decreto ou lei de Deus. Como as nações adquirem o conhecimento deste de-
creto ou lei de Deus? Isto está escrito em seus corações. Romanos 2:14-16 esclarece bem
isso: “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são
da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em
seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer
acusando-os, quer defendendo-os; no dia em que Deus há de julgar os segredos dos ho-
mens, por Jesus Cristo”. Paulo indica explicitamente que a lei moral está em todos os cora-
ções, até mesmo naqueles que não possuem a Lei Mosaica. E assim, com base nas
passagens acima, podemos sugerir que a lei de Deus também foi escrita no coração dos
nossos primeiros pais. Visto que nossos primeiros pais foram criados em verdadeira justiça
e santidade (Efésios 4:24; 1689 4:2), isto implica que uma lei ou norma do que constituía
justiça e santidade já existia antes da Queda.

Junto com esta lei em seu coração, Adão e Eva tinham poder para cumpri-la. Nós sabe-
mos muito bem que há uma diferença entre conhecer a lei de Deus e cumpri-la. A lei foi
escrita em seus corações; eles sabiam disso, eles amavam isso e possuíam a capacidade
de cumpri-la e guardá-la perfeitamente. Após a Queda, os nossos primeiros pais perderam
essa capacidade de cumprir a lei de Deus; para seu dano, toda a sua posteridade também
perdeu essa capacidade. Isso será discutido mais no Capítulo 6, mas temos de reconhecer
que quando Deus criou a Sua “muito boa” criação, Ele criou suas criaturas humanas “boas”
também. Em outras palavras, Ele criou sua natureza para funcionarem em perfeita harmo-
nia com o estado em que foram colocados no jardim. Deus fez o Pacto de Obras com eles,
e deu-lhes a capacidade de cumprir esse pacto; a eles foi concedida total aptidão à vida
para Deus; eles não tinham falta de nada.

Mas mesmo que não tivessem esse poder ou capacidade de cumpri-la, e ainda assim,
estavam sob a possibilidade de transgressão, sendo deixados à liberdade da sua
própria vontade, que era sujeita à mudança. Aqui vemos a realidade da situação dos
nossos primeiros pais, talvez esta não tenha sido tão ideal como nós tendemos a pensar.
No entanto, nós não queremos pensar que Deus os predispôs ao fracasso, pois de fato o
ponto desta parte da Confissão é que Deus os adequou para o êxito. Mas a possibilidade
de transgressão indica que nossos primeiros pais estavam sendo testados, e o fracasso

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teria consequências trágicas. Enquanto esse período de testes durou, nossos pais poderi-
am desobedecer a ordem de Deus. A possibilidade de transgressão existiu porque eles
foram deixados à liberdade da sua própria vontade. Outrossim, Deus havia lhes conferi-
do poderes para cumprir Seu mandamento, o que significa que, então, a sua vontade não
estava em escravidão ao pecado como acontece com os seus descendentes após a Queda;
eles eram verdadeiramente capazes de plena e perfeitamente obedecerem a Deus. O
Capítulo 9, Sobre o Livre-Arbítrio, tratará da condição do livre-arbítrio do homem em quatro
estados: a vontade na inocência (antes da Queda), a vontade depois da Queda, a vontade
do regenerado, e a vontade do regenerado na glória. Nós não prosseguiremos mais na
questão do livre-arbítrio aqui, esperemos até o Capítulo 9. Na passagem que estamos ago-
ra tratando, a Confissão fala da vontade do homem na inocência. A liberdade de obedecer
a Deus também implica a liberdade de desobedecer e, portanto, a Confissão afirma que
sua vontade era sujeita à mudança.

Uma das dificuldades principais na teologia é procurar entender como a despeito do estado
de inocência e do poder dos nossos primeiros pais de obedecer a Deus, eles foram tentados
e desobedeceram a Deus. É difícil, porque sabemos que Deus não criou a humanidade
nem mesmo com uma sugestão do pecado neles; nós sabemos que Deus não os induziu
à tentação, nem de modo algum os tentou; nem despertou neles o pecado da rebelião
contra a lei. Então, por que eles pecam? A Escritura não parece nos dar uma resposta explí-
cita. O que sabemos é que, finalmente, isto era parte do plano de Deus para um bem maior.
O Puritano Stephen Charnock tem algumas coisas a dizer ao longo destas linhas:

Deus nunca desejou o pecado por Sua vontade preceptiva. O pecado nunca foi
fundado sobre ou produzido por qualquer palavra Sua, como a criação foi [feita por
Sua palavra]. Ele nunca disse: “Haja pecado debaixo dos céus”, como Ele disse: “Haja
uma expansão no meio das águas”. Nem Ele quis o pecado através da infusão de
qualquer hábito, ou incitando as inclinações a ele; não, “Deus a ninguém tenta” (Tiago
1:13). Nem Ele deseja o pecado por Sua vontade aprovativa; o pecado é detestável
para Ele, nem alguma vez Ele pode ser de outra mente. [Ainda assim] a vontade de
Deus é de algum tipo simultâneo com o pecado. Ele não propriamente o deseja, mas
Ele não desejou impedi-lo. Desejar o pecado como o pecado seria uma incontestável
blasfêmia a Deus. Mas, desejar permiti-lo para o bem é a glória da Sua sabedoria. [O
pecado] nunca teria erguido a sua cabeça, a menos que tivesse havido algum decreto
de Deus ao seu respeito. E não haveria nenhum decreto relativo a ele se Deus não
pretendesse trazer o bem e glória a partir dele. Deus deseja a permissão do pecado.
Ele, positivamente, não deseja o pecado, mas Ele, positivamente, deseja permiti-lo. E
embora Ele não aprove o pecado, ainda assim, Ele aprova esse ato de Sua vontade
pelo qual Ele o permite. Embora Deus odiou o pecado, como sendo contra a Sua

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santidade, ainda assim Ele não odiou a permissão do pecado, como sendo subser-
viente à imensidão da Sua sabedoria para a Sua própria glória. 6

Estas palavras podem não nos dar a resposta final que estamos procurando, mas nos
fazem lembrar que 1) a Queda não aconteceu porque Deus é o autor do pecado, ou tem
comunhão com algo nisso e 2) a razão para que isto acontecesse foi porque Deus quis
permitir isso. A Escritura não resolve totalmente o mistério da origem do pecado, mas nos
dá revelação suficiente para entender que Deus continua a ser o único que preordena tudo
o que vier a acontecer, e o pecado não está excluído desse decreto, mesmo que seja por
decreto passivo Deus7. Em última análise, sabemos que a Queda aconteceu somente com
vistas à obtenção de um bem maior; isto é referido como o argumento do “bem maior”.
Gregg Allison afirma: “Helm também abordou o problema do mal, embora propondo que
‘Deus poderia ter criado homens e mulheres que livremente (em um sentido compatível
com o determinismo) fariam somente o que fosse moralmente correto’. Deus não fez isso
por uma razão importante: ‘para que do mal um bem maior viesse, um bem que não poderia
ter vindo, ou não poderia ter sido tão grande, se não tivesse havido o mal’”. 8

3. Além dessa lei escrita em seus corações, eles receberam a ordem de não comer da
árvore do conhecimento do bem e do mal 9; de forma que enquanto eles obedeceram a
este preceito foram felizes em sua comunhão com Deus e tiveram domínio sobre as
criaturas.10 (9 Gênesis 2:17 • 10 Gênesis 1:26, 28).

A Confissão afirma: Além dessa lei escrita em seus corações, eles receberam a ordem
de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Nós já discutimos a lei es-
crita em seu coração, e além da lei moral, os nossos primeiros pais receberam o manda-
mento de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. A. A. Hodge resume
esta parte da Confissão da seguinte forma: “Deus dotou Adão com conhecimento suficiente
para sua orientação — uma lei escrita em seu coração e uma revelação externa e especial
de Sua vontade”9. A Lei escrita no coração de nossos primeiros pais era uma lei interna,
porém o comando de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal era

__________
[6] Stephen Charnock, The Existence and Attributes of God [A Existência e Atributos de Deus] (1853;
reimpressão, Grand Rapids: Baker Book House, 1986), os parênteses são meus.
[7] Veja o meu comentário do Capítulo 3, Parágrafo 3.
[8] Gregg R. Allison, Historical Theology: An Introduction to Christian Doctrine [Teologia Histórica: Uma
Introdução à Doutrina Cristã] (Grand Rapids: Zondervan, 2011), 295. Allison cita Paul Helm, The Providence
of God, Contours of Christian Theology [A Providência de Deus, Contornos de Teologia Cristã] (Downers
Grove Il.: InterVarsity, 1993), 67.
[9] A. A. Hodge, A Confissão de Westminster: Um Comentário (1869; reimpresso, Carlisle, Pa .: Banner of
Truth Trust, 2002), 85.

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uma lei externa, uma lei particular e específica. Não há dúvida de que a proibição de Deus
contra comer o fruto foi muito claramente entendida pelos nossos primeiros pais. As pró-
prias palavras de Eva para a Serpente confirmam esta clareza: “E disse a mulher à serpen-
te: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do
jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais” (Gênesis
3:2-3). Esta revelação especial da vontade de Deus também incluiu uma revelação das
consequências em caso de desobediência. Assim, o julgamento de morte dado a nossos
primeiros pais, e toda a sua posteridade, foi perfeitamente justo.

A Confissão de 1689 declara: de forma que enquanto eles obedeceram a este preceito
foram felizes em sua comunhão com Deus e tiveram domínio sobre as criaturas. Nes-
se estado pré-Queda eles foram felizes, para ser mais preciso, eles foram felizes em sua
comunhão com Deus. A única felicidade verdadeira para os nossos primeiros pais — e para
sua posteridade — foi e continua sendo a comunhão com Deus. Isso nos aponta para o
ideal para a raça de Adão: comunhão com Deus. Quando refletimos sobre sua situação an-
tes da Queda, nos entristecemos pelo fato de que tal Paraíso tenha sido perdido. Mas, co-
mo é encorajador saber que, em Cristo, recuperamos o Paraíso novamente. Pense nas
palavras de Jesus ao ladrão na cruz: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
Paraíso” [Lucas 23:43]. Em que este Paraíso consiste? Jesus não o descreveu para o
ladrão, mas tudo o que o ladrão precisava saber era que Jesus estaria lá com ele. Toda a
Escritura aponta para o futuro Paraíso como um lugar onde Deus habita com o Seu povo
— que pela obra de Cristo e pelo poder transformador do Espírito os eleitos de Deus são
adequados à vida para Deus ali. Como é maravilhoso perceber que Deus através de Cristo
recupera para Seus eleitos o que se havia perdido na Queda — a comunhão com Deus.
Nós ficaremos bem colocados, não novamente no Jardim, mas na Nova Jerusalém, onde
Deus habitará conosco. Ali a comunhão com Deus não será limitada à “viração do dia”, mas
continuamente; pois Deus habitará ali naquela cidade de luz, o Cordeiro é a sua luz! E
atualmente, através de Cristo, a comunhão com Deus é uma realidade pelo Espírito que é
o nosso penhor da vida vindoura.

O Capítulo termina afirmando que os nossos primeiros pais tiveram domínio sobre as
criaturas. Gênesis nos diz que Deus deu à humanidade o domínio sobre todas as outras
criaturas. “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e
mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei
a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre
todo o animal que se move sobre a terra” (Gênesis 1:27-28). O Salmo 8 alude ao relato de
Gênesis: “...Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste.
Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de
seus pés: todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, as aves dos céus, e

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os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares” (Salmo 8:5-8). Vemos
Adão cumprindo este papel ao dar um nome para cada animal (Gênesis 2:20a). A posteri-
dade de Adão também deveria dominar a terra, e até hoje vemos que a humanidade está
cumprindo esse papel — às vezes bem e às vezes não tão bem.

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Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!

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— Sola Scriptura • Sola Gratia • Sola Fide • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está
4
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
6
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
7
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 10
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
11
se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
12 13
nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
14
por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
15
também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
16
Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
17
interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
18
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo

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