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Sumário

1.FATORES QUE INFLUENCIAM A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO ........................ 1


1.1 APLICAÇÃO DE CARGA ESTÁTICA, DINÂMICA, DE CURTA OU LONGA DURAÇÃO ............... 2
1.2 IDADE DO CONCRETO E CONDIÇÕES DE CURA ................................................................... 3
1.3 FORMA E DIMENSÕES DOS CORPOS DE PROVA ................................................................. 4
REFERÊNCIAS: ................................................................................................................................ 5

1.FATORES QUE INFLUENCIAM A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO


CONCRETO
1.1 APLICAÇÃO DE CARGA ESTÁTICA, DINÂMICA, DE CURTA OU LONGA DURAÇÃO

A resistência média à compressão do concreto e as demais propriedades


mecânicas geralmente são obtidas através de ensaios estáticos, com baixa velocidade de
carga ou de deformação. Experimentalmente, verifica-se que essas propriedades
mecânicas dependem da velocidade com que o ensaio é realizado. Como referência,
temos as tensões de compressão sejam incrementadas a uma taxa de aproximadamente
1,0 MPa/s.
Como exemplo, ao consultar a Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) Norma Brasileira (NBR) 5739 do ano de 2007, que condiciona o ensaio de
compressão de corpos de provas cilíndricos, nele deve-se aplicar o carregamento,
continuamente e sem choques, sobre o corpo de prova, na velocidade de carregamento
igual a 0,45±0,15 MPa/s. Essa velocidade precisa ser mantida, durante todo o ensaio.
No ensaio convencional para a determinação da resistência à compressão, o
concreto é levado à ruína em pouco tempo após o início do carregamento (ensaio rápido).
Se a velocidade de aplicação da carga for reduzida, resultando em ensaio de maior
duração, ocorre uma diminuição da resistência, situação conhecida como efeito Rüsch.
Esse efeito, ocorre devido à progressiva microfissuração sob cargas mantidas
constantes, na qual o concreto romperá a uma tensão menor do que a induzida por
carregamento instantâneo ou rápido, normalmente utilizado em laboratório. Como
observado na figura 1.

Figura 1-Relação entre as resistências sob carregamento rápido e lento.


É importante observar que a queda de resistência é compensada em parte pelo
endurecimento posterior do concreto(efeito do envelhecimento). Conforme será visto a
seguir.
1.2 IDADE DO CONCRETO E CONDIÇÕES DE CURA
A resistência à tração e à compressão variam ao longo do tempo, devido as reações
químicas de hidratação do cimento. Fenômeno esse conhecido como: envelhecimento. E
que ocorre durante toda a vida útil da estrutura.
Não só a resistência à compressão, como também outras propriedades do concreto
em um determinado tempo dependem do tipo de cimento e das condições de cura
(temperatura e umidade). A cura do concreto é o conjunto de medidas que devem ser
aplicadas para evitar a evaporação da água de amassamento utilizada no concreto.
A água usada na mistura do concreto não é, geralmente, totalmente empregada nas
reações químicas, mas parte dela serve para controlar o calor gerado na reação
(exotérmica) de hidratação. Em princípio, Temperaturas de cura inferiores retardam o
endurecimento, enquanto que temperaturas maiores o aceleram, o que é benéfico para o
ganho de resistência.
No caso de dias muito quentes, o que ocorre é que o calor de hidratação é muito
elevado, o que acaba aumentando a evaporação da água, retraindo o concreto e,
consequentemente, gerando algumas fissuras e, portanto, queda de resistência. Já em
temperaturas inferiores a 5°C não é recomendável a concretagem, sendo necessária
medidas que permitam a condição adequada.
Segundo o Comité Euro-International du Béton (CEB/90), para uma temperatura
média de 20°C, a resistência média à compressão do concreto, fcm(t), em t dias pode ser
descrita pela equação 1:

28 1/2
𝑓𝑐𝑚(𝑡) = 𝑒𝑥𝑝 {𝑠 [1 − ( ) ] } ∗ 𝑓𝑐𝑚
𝑡

Onde:
fcm(t): é a resistência média aos 28 dias de idade
s: coeficiente que depende do tipo de cimento empregado
Observe na figura 2. O valor de s = 0,38, para cimento de alto forno (CP III) e
cimento pozolânico (CP IV).

A exemplo, Na figura 2, nos pontos obtidos através ensaios, é possível observar


um crescimento acentuado da resistência nos primeiros dias, e que a expressão(equação
1) representa razoavelmente a evolução da resistência à compressão.
Figura 2-Variação da resistência à compressão com a idade.

1.3 FORMA E DIMENSÕES DOS CORPOS DE PROVA


Diversas são as formas e dimensões de corpos-de-prova (cilíndrico 10x20cm;
cilíndrico 5x10cm; prismático; cúbico, etc.) que são utilizadas por diferentes países na
obtenção da resistência do concreto à compressão.
No entanto, a Norma Brasileira e a maioria das normas internacionais
recomendam a adoção de corpos de prova cilíndricos com dimensões de 15 cm de
diâmetro de base por 30 cm de altura. Sendo que, no Brasil, é também muito utilizado a
altura de 10 cm e 20 cm, e caso a relação altura/diâmetro do corpo de prova seja inferior
a 1,94 deve-se multiplicar a força pelo fator de correção estipulada pela NBR 5739.
Vale salientar que a altura não pode ser excessivamente baixa para evitar um
impedimento da deformação transversal, devido ao atrito das faces extremas com os
pratos da prensa de ensaio. E que os resultados também são afetados pelo estado da
superfície de contato com os pratos da máquina de ensaio.
A Figura 3 mostra a influência da variação da razão altura/diâmetro na resistência
do concreto.
Figura 3- Influência da variação da razão altura/diâmetro na resistência do concreto
(MEHTA e MONTEIRO (2008)).
O que se pode concluir através da literatura, é que existe a influência do formato
geométrico e o índice de esbeltes do corpo de prova na obtenção dos resultados de
resistência à compressão do concreto.

REFERÊNCIAS:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739: Ensaio de
compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro. 2007.
PEREIRA, Renan. Controle de qualidade em concreto endurecido: Ensaios
Mecânicos. Disponível em: <http://www.ufjf.br/engenhariacivil/files/2012/10/TFC-
FIM.pdf>. Acesso em: 18 março 2018.
MILTON, José. Estruturas de Concreto: A resistência à compressão e critérios de
ruptura para o concreto. Disponível em:
<www.editoradunas.com.br/dunas/Numero_01.pdf>. Acesso em: 18 março 2018.
MILTON, José. Curso de Concreto Armado. 3. ed. Rio Grande: Dunas, 2010. v.1.
CHUST, Roberto; RODRIGUES, Jasson. Cálculo e Detalhamento de Estruturas de
Concreto Armado. 4. ed. São Carlos: EdUFSCar, 2014.

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