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EPIDEMIOLOGIA

3A ETAPA

AULA 1  RISCO
 Risco epidemiológico = estratégia de calcular probabilidades sobre os eventos de saúde
 Epidemiologia estuda associações entre exposição e doença, ou seja, as probabilidades de
adoecimento, de sobrevida, de morte ou de cura
 Investiga os coletivos humanos para saber o que aumenta e o que reduz os riscos
 Aborda o risco de morte (fatores de risco) e o risco de cura (fatores de proteção)
 Significados da palavra risco: é fazer um traço, marcar um objeto, separar um lado de outro.
Um exemplo é quando uma criança faz um risco com o giz, dizendo que a pessoa não pode
passar daquela marca. Ou seja, risco é algo que separa
 Risco também pode ser uma palavra com o intuito de indicar algum tipo de perigo
 RISCO NA LINGUAGEM COMUM = É MARCAR, DELIMITAR, É UM PERIGO OCULTO
 RISCO NA LINGUAGEM EPIDEMIOLÓGICA = PROBABILIDADE NA MATEMÁTICA

RISCO = DESFECHOS
CLÍNICO/POPULAÇÃO EXPOSTA
(num determinado período de tempo)

 R = D/P (t)  lembrar sempre do código básico RDP!!!


 Risco é a probabilidade do desfecho clínico sob a população exposta  nessa probabilidade, a
parte de cima é a contagem dos casos referentes ao desfecho clínico de interesse  toda a
população (P) que pode desenvolver o desfecho clínico (D) deve ser avaliada
 Desfechos finais = doenças e mortes
 Desfechos intermediários = hipertensão, variações de peso...
 Em resumo:
 Risco é a frequência relativa entre os desfechos clínicos e população durante um certo
período de tempo
OU

 Risco é a probabilidade de um desfecho clinico numa determinada população em um


certo período de tempo
 O risco é uma interferência sobre uma população
 Podemos comparar o risco de uma população (R1) com o risco de outra população (R2)
 R1/R2 = RISCO RELATIVO  É uma fração ou relação entre dois riscos, geralmente o risco
dos expostos sobre o risco dos não expostos
 Caracteriza a magnitude da diferença, ou seja, o “peso de um fato”, ou quantas vezes um
fator interfere no desfecho clinico de interesse
 RR = 2  2 vezes mais risco em R1 que R2
 RR = ½  metade do risco em R1 em relação à R2
 R1 – R2 = RISCO ATRIBUÍVEL  É uma diferença de riscos e estabelece a participação do
fator no número de casos que terão o desfecho clinico de interesse. Pode ser um numero
positivo ou negativo, podendo aumentar ou reduzir o número de casos
 RA = +1/1000  a cada 1000 pessoas, um caso a mais de desfecho clinico relacionado à
população exposta é esperado
 RA = -1/1000  a cada 1000 pessoas, um caso a menos de desfecho clinico relacionado
à população exposta é esperado
 Fatores de risco = determinam aumento dos desfechos clínicos desfavoráveis. A magnitude do
fator de risco é calculada pelo risco relativo. Já o numero de casos adicionais ao fator de risco é
calculado pelo risco atribuível
 Fatores de proteção = determinam a redução dos desfechos clínicos desfavoráveis. Magnitude
é calculada pelo risco relativo e o numero de casos evitados pelo risco atribuível.

AULA 2  ESTRATÉGIAS DE MEDIDAS DE OCORRÊNCIA


 Usamos a epidemiologia para conhecer melhor certos atributos sob uma população  permite
prever eventos para que possamos desenvolver intervenções e melhorar as condições de saúde
da população
 Muitas vezes, o indicador usado para caracterizar o risco traz uma informação aproximada do
risco  dependendo do processo que utilizamos para estimar o risco, nomeamos de uma
forma diferente o indicador epidemiológico
 Coeficiente de infectividade, coeficiente de patogenicidade, taxa de mortalidade 
diferem em relação ao desfecho clinico abordado
 Por exemplo: nem todos expostos pelo bacilo Koch são infectados, nem todos os
infectados tem tuberculose e nem todo mundo com tuberculose morre. Portanto, existe
um risco para infecção, outro para adoecimento e outro para morte
 um sinônimo do indicador de risco é a incidência
 os indicadores epidemiológicos medem a ocorrência de doença e de eventos de interesse,
sejam eles eventos negativos (incapacidade e anos de vida perdidos) ou positivos (cura e
qualidade de vida)
 existem duas formas de avaliarmos a morbidade:
 incidência  conta cada caso novo que aparece

 prevalência  considera previamente todos os casos existentes da doença dando


sequencia à contagem de novos casos

 quando inserimos uma exposição:


 na incidência  não existe sobreposição entre a caracterização da exposição e a
contagem de casos novos. Por isso, ele permite caracterizar a população exposta com os
novos casos. Portanto, há um calculo de risco para a população exposta e outro para a
população não exposta
 na prevalência  não permite caracterizar a população exposta, pois os casos antigos
de doença não foram agrupados previamente conforme o tipo de exposição. Portanto,
como existe sobreposição entre a população exposta e não exposta, não é possível fazer
a caracterização do risco.

indicadores compostos:
 fornecem informações sobre o impacto de uma doença ou de uma intervenção de saúde
 permitem comparações entre diferentes cenários
 APVP = ANOS POTENCIAL DE VIDA PERDIDOS  (idade da morte – idade esperada para o
grupo populacional da pessoa afetada) X número de casos (mortes)
 QALY = QUALITY-ADJUSTED LIFE YEARS  mensura anos de vida sem desconforto ou
incapacidade. Portanto é uma medida positiva de saúde, mas de caráter subjetivo
 DALY = DISABILITY-ADJUSTED LIFE YEARS  mensura o impacto da carga global de doenças,
caracterizando o tempo vivido com incapacidade e perdido pela mortalidade. Portanto é uma
medida passível de comparação internacional

VOCABULÁRIO:
 Risco = desfecho clínico/população
 Incidência = casos novos/população exposta  indicador de risco utilizando a população total
 Prevalência = casos acumulados/população exposta  não dá para qualificar informação sobre
a exposição, pois há uma sobreposição entre exposição e adoecimento. Assim, prevalência não
equivale ao indicador de risco
 Mortalidade = casos de morte/população total  é um indicador de risco utilizando a
população total
 Mortalidade populacional = mortes pela doença A/mortes em uma população  dois desfechos
clínicos, sem referencia à população. Portanto, não é um indicador de risco
 Letalidade = mortes por uma determinada doença entre pessoas que apresentam sintomas da
doença. A população exposta são os doentes. Portanto não aborda uma população total, mas
sim uma subpopulação  é um indicador de risco entre as pessoas adoecidas

Macro indicadores: população total exposta  TAXA


Micro indicadores: subpopulação exposta  COEFICIENTE

AULA 3  PROCEDIMENTOS USADOS NA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA


 A contagem de desfechos clínicos envolve a mensuração de uma variável  variável de
desfecho
 Existe uma associação entre a variação dos desfechos e uma condição prévia de exposição?
 A variável de exposição (VE) tem associação com a variável de desfecho (VD)?
 VE  VD (lê-se: existe no estudo em questão associação entre VE e VD)
 Variável é qualquer característica ou atributo que possa ter valores diferentes quando se
observam diferentes indivíduos
 Um “dado” é o valor assumido por uma variável quando se examina um individuo
 Variável de confusão pode estar associada ao resultado do desfecho e, caso não seja
controlada, compromete a interpretação das informações gerado por VEVD
 Exposição = variável explicativa

ED
H1 = VE está associada à VD
H2 = VE não está associada à VD

 Constante: característica ou atributo compartilhada entre indivíduos de conjunto ou


população. Por exemplo: ser brasileiro, ser homem, ser mulher
 risco de fratura óssea associado à densidade mineral óssea. Porém, observou-se que pessoas
densitometria mineral óssea normal também podem manifestar fratura óssea
 preditor = densidade mineral óssea
 preditor não foi eficaz
 parâmetros = indicadores baseados no sistema de informação com base populacional,
fornecem informação sobre o processo saúde-doença-cuidado no universo populacional
 estatística = informações geradas em estudos amostrais. Alguns estudos utilizam amostras
populacionais, selecionando alguns sujeitos de uma população.
 Inferencial: técnicas estatísticas para transpormos os resultados de uma pesquisa
amostral para uma população. Testar as variações explicativas e de desfecho, inferindo
se existe o mesmo comportamento entre ambas.
 Descritiva: caracterização dos sujeitos de uma amostra. Ou seja, descrição das
características ou variáveis que constituem os sujeitos que fazem parte da amostra
(numero de mulheres e homens, idade média, anos de escolaridade...)
 Resumindo: a incidência de um problema numa população é um parâmetro populacional, já a
incidência de um problema numa amostra é uma estatística
 Sobre as amostras:
 Amostras muito pequenas são pouco representativas da população; amostras muito
grandes podem inviabilizar a pesquisa (tempo e custo)
 Amostra = redução de sujeitos de uma população a um grupo menor para que suas
características sejam estudadas com maior profundidade
 Amostragem deve considerar dois requisitos:
 Imparcialidade  todos os dados da população devem ter a mesma oportunidade de
serem selecionados. Desse jeito, todos os individuo tem a mesma probabilidade de
integrar a amostra. Deve-se investigar se houve algum processo de seleção aleatória
(amostragem probabilística) dos sujeitos que vão compor a amostra
 Seleção aleatória simples considera a mesma probabilidade de seleção para a
população total
 Seleção aleatória estratificada ocorre se houver antes do sorteio uma
separação da população em segmentos (por exemplo em homens e mulheres)
 Representatividade  a amostra deve obter a mesma proporção de características da
população, ou seja, as características amostrais são semelhantes a população
 Amostra sistemática (amostragem semi probabilística)  organizando os atendimentos em
uma ordem cronológica, dividindo-os em 25 blocos de 10 atendimentos e sorteando um
numero de 1-10, por exemplo 3, será selecionado de forma sistemática 25 atendimentos
posicionados no numero 3 de cada subconjuntos
 Amostra por conglomerado
 Técnica de quotas (amostragem não probabilística)  seleção e composição da amostra são
definidas previamente. Por exemplo: decidir entrevistar 30 homens e 70 mulheres; 5 crianças e
10 adolescentes...
 Amostra de conveniência  quando há seleção de pacientes para pesquisas de ultima hora

 Generalização  fazer inferência populacional a partir dos dados amostrais. Requer


amostragem probabilística, pois precisa ter uma alta representatividade.

 Randomização  exige uma nova estratégia de sorteio especifica, chamada de alocação


aleatória  garante imparcialidade
 Visa comparabilidade entre o grupo controle e o grupo de intervenção, dando a
possibilidade de associar o conceito de causalidade (ou efeito) ao procedimento

 Tendência = diferença entre a estatística e o parâmetro  amostras não representativas.


Os resultados ocorrem na amostra, mas não há garantia que ocorrem na população

“Não há fórmulas de matemática ou estatística para dizer se a amostra é tendenciosa ou representativa


da população. Você terá de ter bom senso e conhecimento na área. São, portanto, necessários muitos
cuidados, porque os erros de amostragem podem ser sérios”
AULA 4  TRATAMENTO ANALÍTICO NAS VARIÁVEIS DOS ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS

Dados e variáveis
 Podem ser qualitativos ou quantitativos
 Qualitativa ou categorizada  seus valores são distribuídos em categorias mutuamente
exclusivas, sendo descritos por proporções e porcentagens (apresentados na maioria das vezes
em gráficos). Podem ser classificadas em dois tipos:
 Nominal  valores distribuídos em qualquer ordem. Por exemplo: sexo pode ser
dividido em 2 categorias que podem ser nomeadas em qualquer ordem, ou seja,
masculino e feminino ou feminino e masculino
 Binominal – mais simples, enquadra cada unidade da amostra em apenas uma ou
duas categorias. Por exemplo: um teste de gravidez só pode dar positivo ou
negativos, portanto é um teste binominal
 Multinominal – enquadram cada unidade de uma amostra em mais de duas
categorias mutuamente exclusivas. Por exemplo: teste para saber o tipo
sanguíneo, que são 4 (AB, A, B e O)
 Ordinal – dados distribuídos em categorias mutuamente exclusivas que possuem
ordem. Por exemplo, a escolaridade de alguém (analfabeto, ensino fundamental, médio
e superior)
 Quantitativa ou numérica  expressa por números que tem significado em uma escala
numérica. São classificadas em dois tipos:
 Discreta – só pode assumir alguns valores em um dado intervalo. Por exemplo: número
de batimentos cardíacos
 Contínua – variável pode assumir qualquer valor em um dado intervalo de tempo. Por
exemplo: peso, temperatura corporal

Porcentagens e taxas
 São estatísticas, pois resultam de cálculos feitos com os dados
 Porcentagem é expressa como uma proporção de 100  é preciso obter a proporção antes 
dividir o numero de unidades com as características de interesse pelo total de unidades
examinadas
 Taxa ou coeficiente é o quociente entre o numero de indivíduos que apresentam ou
apresentaram uma condição pelo numero total de indivíduos da população. Podem ser dadas
em porcentagens, mas é mais comum que sejam dadas por 1000 ou 10000 individuos.

Dados discrepantes, perdidos, censurados


 DADOS DISCREPANTES  Valores aparentemente incompatíveis com os demais
 É necessário verificar se houve falha no processo de registro ou de coleta dos dados 
justifica o descarte destes dados
 Estratégia: analisar os dados incluindo e depois excluindo os dados discrepantes. Se os
resultados forem praticamente iguais, use a análise que inclui os dados discrepantes. Se
os resultados mudarem muito com a inclusão dos dados discrepantes, procure outro
método para fazer a análise dos dados
 DADOS PERDIDOS  A perda de dados é esperada quando as amostras são grandes
 Pode ocorrer ao acaso
 ATENÇÃO: a falta de dados pode estar associada à natureza da pesquisa
 DADOS CENSURADOS  não sabemos exatamente o valor do dado, mesmo sabendo que ele
esta além de certo limite

Distribuição normal
 É bem definida quando são dados dois parâmetros: a média (representado pela letra grega mi
μ) e o desvio padrão (representado pela letra grega sigma σ)
 as características de distribuição normal são:
 a média, mediana e moda coincidem e estão no centro da distribuição
 o gráfico é uma curva em forma de sino simétrica em torno da média  ou seja, 50%
dos valores são iguais ou maiores do que a média e 50% dos valores são iguais ou
menores do que a média
 a vantagem de pressupor que uma variável tem distribuição normal, é o fato de ser possível
calcular as probabilidades relacionadas à essa variável  dadas pela área sob a curva 
relações entre a área sob a curva e o desvio padrão:
 34,13% da área está entre a média e um ponto a mais de desvio padrão (mi + sigma)
 34,13% da área está entre a média e um ponto a menos de desvio padrão (mi – sigma)
 68,16% está entre um desvio padra a menos (mi-sigma) e um desvio padrão a mais (mi
+ sigma)

AULA 5  TIPOS DE DESENHO DE ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO

Medidas de associação
 diferença entre a estrutura temporal dos indicadores de incidência e prevalência
 pesquisa longitudinal: engloba uma faixa de tempo contínua. É caracterizada a
exposição e posteriormente avalia-se o desfecho clinico. Ou seja, a caracterização de VE
antecede a mensuração da VD  mais presente no estudo de incidência
 pesquisa transversal: avalia-se simultaneamente a exposição e o desfecho.
 É uma pesquisa descontinua, não acompanha os processos temporalmente.
 Não tem como saber se a exposição antecede o desfecho.
 Não é possível calcular o risco, pois ele depende da caracterização da exposição
antes da avaliação do desfecho clinico
 as pesquisas podem ter um pesquisador passivo (observacional) ou ativo (experimental)
 observacional: a exposição já é um fator presente na população estudada
 experimental: pesquisador introduz uma intervenção na população sob estudo. Essa
intervenção, nada mais é do que uma exposição controlada pelo pesquisador
 grupo sob intervenção é comparado à um grupo não exposto que é chamado de
grupo de controle
 o cálculo da incidência ou do risco pode ser feito a partir de informações individuais das
pessoas presentes nos grupos expostos (ou de intervenção) e não expostos (ou de controle)

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