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- Teorias inatistas
- Teorias de aprendizado
Teorias Inatistas:
São teorias que acreditam que todas as pessoas sofrem o mesmo
“impacto psicológico” de cada cor. Geralmente se acredita que as
pessoas já apresentam esse padrão ao nascer, provavelmente devido a
impactos positivos sobre a seleção natural da espécie (ex: as pessoas
fugiriam do vermelho porque era sinal de sangue nos tempos das
cavernas, se acalmariam com o verde porque era sinal de folhas que
servem para comer, etc.)
Na maioria das teorias inatistas, os “impactos psicológicos” seriam os
mesmos mas não as reações. (P. ex. o violeta seria associado à conflito
emocional e introversão, assim pessoas que se auto-reprimem teriam
mais simpatia pela cor).
Teorias de Aprendizado:
São teorias que acreditam que no decorrer de sua história-de-vida, cada
pessoa vai associando cada a cor a uma emoção e a um padrão de
comportamento. Assim, se uma pessoa foi exposta repetidamente a
ambientes verdes bons (e. ex. sítio da vovó), vai gostar de verde e ficar
inclinada a fazer as coisas que fazia no sítio. Se a pessoa teve uma
infância terrível numa casa amarela, vai detestar amarelo e vai evitar
produtos amarelos.
Essas teorias acreditam que muitas vezes, a maioria das pessoas pode
reagir de maneira parecida a determinada cor, por terem compartilhado
experiências parecidas. P ex. o calor dos dias ensolarados vai levar as
pessoas a associar amarelo e animação, atividade, etc. Quando as
afirmações da teoria assumem esse nível de generalidade (isto é, de
afirmar que quase todas as pessoas reagem igualmente a determinada
cor), então não as distinguimos facilmente das inatistas. Em níveis de
menor generalidade as teorias de aprendizado distinguem-se
marcadamente das inatista. Isto é, quando afirmam que pessoas de uma
determinada classe ou grupo social têm experiências parecidas, as
teorias ficam bem diferentes das inatistas que afirmam que todos sofrem
os mesmos impactos.
Obs: Reparem que Spinalt apresenta sua teoria inatista mas na p 173
relativiza sua própria teoria a partir de estudos promovidos por teóricos
do aprendizado. Depois, mistura as teorias nas pp 174-175.
Teorias do aprendizado:
Vai dizer que não existem regras gerais, que depende dos países, dos
grupos sociais e das pessoas.
Por exemplo, para pessoas do campo, o verde lembra chuva, colheita,
trabalho. Para executivo, lembra o dólar. Para ambos, o verde
significaria sucesso (dólar ou colheita), mas para o executivo significaria
por exemplo pressa, para o camponês nem tanto. Para joalheiros ou
aristocratas, seria o amarelo ouro que lembra riqueza. Para o operário, o
verde lembra descanso.
Para pessoas que estão acostumadas com frutas, o vermelho
significaria doçura, sorte. Para enfermeiras, significa sangue sofrimento
e trabalho.
Para as Teorias do Aprendizado, as pessoas associariam amarelo com
“atenção!” porque estão acostumadas aos semáforos de trânsito.
Teorias inatistas diriam que a CET escolheu o amarelo porque as
pessoas já nascem associando o amarelo com perigo. As teorias do
aprendizado seriam totalmente contra essa versão.
Para os brasileiros, o verde e o amarelo são associados a valores
nacionalistas. Existem países onde o preto simboliza tristeza pois é a
cor do luto; em outros países o luto é branco. Após uma guerra,
produtos de cores mais vivas entram em moda.
Uma teoria interessante (feita pela esposa deste professor, um gênio da
Psicologia) fala sobre porque o amarelo e vermelho do McDonald’s foi
um sucesso: pelo fato do catchup e da mostarda serem vermelho e
amarela respectivamente. No começo, as pessoas pensavam ou viam o
McDonald’s e lembravam do catchup e da mostarda. Com o tempo,
cada vez que alguém vê catchup e mostarda em outro lugar, lembra
imediatamente do McDonald’s!!! O McDonald’s passa ser o dono mental
de todos os catchups e mostardas do mundo.
RECOMENDAÇÕES PARA ESCOLHER E/OU ANALISAR CORES EM
PROPAGANDA
Assim como faz Spinalt nas últimas páginas de seu capítulo sobre cores,
pensem tanto levando em conta teorias inatistas como as do
aprendizado. Eu recomendo prestar mais atenção às do aprendizado do
que às inatistas.
Pensem que outros produtos ou coisas do cotidiano são de cada cor,
lembrem que cor têm os produtos ou fenômenos que vocês querem
associar com sua marca, pensem em que coisas ou fenômenos
possuem a cor do que seu texto está implicando.
Fiquem atentos a diferenças nacionais, sociais, regionais e ideológicas.
Uma escolha adequada de cores para um país pode não ser adequada
para outro. Comunistas vão gostar mais do vermelho, brasileiros mais
do verde.
Pensem em qual combinação de cores seria mais adequada em
anúncios com mensagem para o “PAI”, para o “ADULTO” e para a
“CRIANÇA”.
Profissionais de grande porte, antes de definir uma campanha
publicitária, devem sempre fazer uma pesquisa de mercado para saber
o que as pessoas esperam do produto, escolher o público-alvo, etc. para
a partir daí desenhar protótipos dos anúncios, fazer pesquisas com
pessoas do público para ver o impacto dos anúncios, escolher entre
diversos protótipos, aprimorá-los, testar novamente e só depois lançar
no mercado. Profissionais de menor porte devem fazer pesquisas mais
limitadas, mas devem procurar testar seus anúncios, nem que seja entre
amigos e familiares, antes de lançá-los.
E claro, pensem no contraste, não adianta nada escolher duas cores
que ninguém conseguirá distinguir com facilidade.