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Teoria prática da Usinagem

Janaina Fracaro de Souza


2017

/1
O Contexto Produtivo
da Ferramentaria
Contexto

•A tarefa de uma ferramentaria é fornecer recursos de


produção para as fábricas;

•Um molde ou uma matriz é um recurso sempre


adaptado para uma tarefa específica e sua produção é
unitária;

•Devido a complexidade intrínseca destes produtos,


torna-se uma tarefa difícil para a Ferramentaria manter-
se no mercado;
Contexto

•Dependendo da área do setor de produção


considerada, os custos com ferramentas (moldes
ou matrizes) podem representar até 30% do custo
total de produção;

•Um dos fatores decisivos de sucesso para um


produto é o tempo de lançamento no mercado.

•Atrasar o tempo de lançamento pode representar


uma perda de 25% a 60% do retorno esperado;
Caso da indústria automobilística ...
Caso da indústria automobilística ...

•No setor automotivo, por exemplo, algumas empresas


planejam 24 meses como meta, desde a aceitação da
concepção do produto até o lançamento;

•Um estudo do WZL (Laboratorium für Werkzeugmaschinen


und Betriebslehre–RWTH/Aachen) indicou um tempo de
entrega de uma matriz (capô de automóvel) superior a 18
meses (1997).

•O tempo total de lançamento poderá ser diminuído, se a


eficiência na fabricação de moldes e matrizes for otimizada
A indústria automobilística é a principal cliente do setor de
moldes e matrizes;
Processos usados na produção convencional de moldes
e matrizes

1. projeto do molde/matriz, incluindo transferência e modificações da


geometria;

2. geração da trajetória da ferramenta;

3. usinagem de desbaste do molde ou de um eletrodo para EDM;

4. usinagem de acabamento, incluindo pré-acabamento quando


necessário e EDM;

5. acabamento manual, incluindo polimento manual e automatizado;

6. teste da ferramenta (try-out).


Fluxo de Trabalho para Fabricação de uma Matriz

Recebimento CAM Usinagem 3D

Conclusão

Usinagem 2D Polimento

Modelagem

Embarque
Esquadrejamento
Tryout
Custo total de uma ferramenta

Ct  Cconst.  Cmat .  Cfab.  Cpd.  Cmont .  Cteste


Cconst.= custo de projeto (CAE/CAD);
Cmat.= custo de material e tratamentos térmicos empregados;
Cfab.= custo de fabricação (depende diretamente da
complexidade da superfície e do
material da peça);
Cpd.= custo com elementos padronizados;
Cmont.= custo de montagem e ajustagem;
Cteste= custo de teste de ferramenta.
Custo total de uma ferramenta

Torna-se fundamental a otimização de:

•Parâmetros de usinagem;
•Ferramentas de corte;
•Dispositivos de fixação e máquinas-ferramentas;
•Introdução de novos materiais com melhor
usinabilidade.
Tempo de fabricação de uma ferramenta

A indústria de moldes americana


constatou um consumo:

8 a 16% do tempo para o desbaste


27 a 39% para o pré-acabamento
13 a 23% para o acabamento

Estima-se que no Brasil, o tempo de acabamento manual costuma ser


de 40 a 50% do tempo total de usinagem
O aumento da eficiência de fabricação está
diretamente relacionado:

•ao aumento da velocidade individual de cada processo;

•à otimização dos tempos secundários; e

•à racionalização da seqüência do processo.


MATERIAL DA PEÇA
fixação
Material da
ferramenta
PEÇA FERRAMENTA
manuseio
Geometria da
Características ferramenta
especiais

TECNOLOGIA DE
USINAGEM
Segurança controle CNC controle

CAD/CAM Fuso de alta Construção


PROCESSO frequência MÁQUINA- de baixo peso
Estratégia
FERRAMENTA
Fixação dos
Controle e suportes da Sistema de fluido
monitoramento ferramenta refrigerante
Motores Base da máquina
Teoria de fresamento

O fresamento é o corte de metais com uma ferramenta rotativa


de múltiplas arestas de corte que executa movimentos
programados sobre uma peça em quase todos os sentidos
Operações de fresamento
Acabamento/perfilamento
Desbaste de aços
de aços

Desbaste de Alumínio
Principais tipos de fresamento

1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14
Principais tipos de fresamento

Faceamento Fresamento de Cantos à 90° Fresamento de Perfis

Fresamento de cavidades Fresamento de canais Tornofresamento


Principais tipos de fresamento

Fresamento de roscas Cortes Fresamento com altos avanços

Fresamento de mergulho Fresamento em rampa Interpolação Helicoidal


Principais tipos de fresamento

Interpolação Circular Fresamento trocoidal


Principais tipos de fresamento

Fresamento trocoidal
Definições de fresamento

n = Velocidade do fuso, rpm


(rotações por minuto)
n
 Este é um valor específico da
ferramenta

n. .Dc
vc = Velocidade de corte Vc 
(m/min) 1000
 Este é um valor específico da
máquina. Indica a velocidade vc (m/min)
superficial na qual a aresta trabalha
na peça.

n (rpm)
Dc = Diâmetro da fresa
(mm)
Definições de fresamento
z= 6
fz = Avanço por dente
(mm/dente) fz
 É a distância linear percorrida pela ferramenta
enquanto um determinado dente está em
processo de corte.
n
z = Número de dentes
 É o número de dentes da fresa, que varia
bastante e serve para determinar o avanço da mesa

zc = Número efetivo de dentes


 É o número de dentes da fresa, que realmente
executa a operação.
Definições de fresamento

fn = Avanço por rotação = ( fz x z)


(mm/rotação) fn
 É uma valor auxiliar que indica o quanto
a ferramenta se desloca durante a rotação

Vf = Avanço da mesa n
(mm /min)
 É a velocidade de avanço da ferramenta
em relação a peça em unidade de dsitância
por tempo em função do avanço por dente e
do número de dentes da fresa

Vf = fz x z x n = fn x n
Definições de fresamento
ae = profundidade de corte radial (mm)
(largura fresada)
 É a largura da peça que está sob a ação do
diâmetro da ferramenta

ap = profundidade de corte axial (mm)


 É a distância que a ferramenta penetra na
superfície não usinada
Definições de fresamento

hex = espessura máxima do cavaco –


valor recomendado pelo fabricante fz
(mm)
 É o mais importante indicador de limitação de hex
uma ferramenta.

ae
hm = espessura média do cavaco –
(mm)
 É um valor importante para determinar a força hm
de corte específica e depois para os cálculos de
potência.
Definições de fresamento

Q = taxa de remoção a p .ae .V f


(cm3/min)
 É o volume de material removido em um certo período
Q
de tempo. 1000
lm
tc 
tc = tempo de corte
(min)
 É o comprimento de usinagem dividido pelo avanço da
mesa.
vf
Material kc (N/mm2)
kc = força de corte específica
(N/mm2) Aço baixa 2000
É um fator de cálculo de potência lenvando-se em liga
conta o material em questão e relacionada a uma
determinada espessura de corte. Aço 2500
Inoxidável
Ferro 1100
Fundido
Definições de fresamento

Pc = potência e eficiência η
(kW)
 São valores específicos de uma máquina-ferramenta em que a
potência útil pode ser calculada para garantir que a máquina
possa trabalhar com a fresa em questão.

 Se a potência for nominal e a máquina for nova, considere uma


perda de 15%. Se a potência for a efetiva então considere a
fornecida.

Fc .Vc
Pc 
60000 .
Definições de fresamento

kr = ângulo de posição
(graus)
 Ângulo principal da aresta de corte da fresa, é o mais
importante fator de influência na direção da força de
corte e espessura do cavaco.

< 90°

90° 45°
A seleção da geometria da pastilha foi reduzida a três
áreas práticas de diferentes efeitos na operação de corte

Aplicação Leve Aplicação Média Aplicação Pesada

 Aresta de corte positiva  Geometria de uso geral  Aresta de corte reforçada


 Usinagem leve  Faixas de avanço médias  Usinagem pesada
 Baixas forças de corte  Operações de usinagem  Alta segurança da aresta
 Baixa potência da máquina média ao desbaste leve  Faixas de avanço elevadas
 Faixas de avanço baixas
Definições de fresamento

u = passo da fresa

 É a distância entre um ponto da aresta de corte para o mesmo


ponto da aresta seguinte.

Os diferentes passos influenciam na estabilidade da


operação, consumo de potência e adequação do material da
peça;
Definições de fresamento
Um passo diferencial significa um espaçamento desigual
entre os dentes da fresa.
Trata-se de um meio bastante eficaz de se opor às
tendências de vibração
Fatores que influenciam na escolha do número
de dentes da fresa

✓Material da peça: materiais de cavacos longos exigem um


espaço maior entre dentes;

✓Tamanho da peça: é bom sempre manter no mínimo dois


dentes simultâneamente no corte;

✓Estabilidade do sistema máquina-fresa-dispositivo de


fixação-peça;
Fatores que influenciam na escolha do número
de dentes da fresa
✓Acabamento superficial desejado:

quanto menor o avanço por dente e,


consequentemente, quanto maior o número de dentes para um
determinado avanço por volta,
melhor o acabamento superficial da peça.

2
f
fn = fz x z R z
8r
As fresas geralmente são classificadas em:

Passo largo Passo Médio Passo fino


Características do passo largo (poucos dente)

 Número reduzido de pastilhas.

 .Em geral tem passo diferencial para


melhor produtividade quando a
estabilidade e potência forem limitadas

 Máquinas pequenas / potência (HP)


limitada.
✓Usada para desbaste pesado de materiais que formam cavacos longos,
principalmente aço, devido ao grande bolsão de armazenamento de cavaco na
frente de cada dente;
✓O grande volume de cavaco encontrará espaço à frente do dente até que o dente
saia da peça em cada rotação;
✓Como a frequência de entrada dos dentes na peça não é constante, consegue-se
evitar o fenômeno da ressonância.
✓Consomem menor potência para mesma taxa de remoção de material.
Características do passo fino (número grande de dentes)

 Alto número de pastilhas para produtividade


máxima sob condições estáveis.

 Materiais com cavacos curtos

 Materiais resistentes ao calor.

✓Usada para o acabamento de aços ou materiais que formam cavacos


longos;
✓Como o volume de cavaco gerado por dente é pequeno não de tem
problema com o alojamento de cavaco no bolsão à frente do dente;
✓Para se conseguir bom acabamento na peça é necessário que se utilize
um pequeno avanço por dente (fz). Então, para que a Vf não seja muito
pequena e o tempo de corte muito alto, é interessante que se tenha muitos
dentes na fresa.
Características do passo fino (número grande de dentes)

✓A usinagem de FoFo, uma fresa com


muitos dentes pode ser utilizada mesmo
no desbaste médio, já que não se tem
dificuldades em armazenar cavaco no
bolsão à frente dos dentes;
✓Adequado para o fresamento de
n. .Dc
materiais em que a velocidade de corte Vc 
tenha que ser mantida em baixos níveis, 1000
como é o caso das ligas de titânio.
✓O número alto de dentes compensa a
V f  f z .n.z
baixa rotação da fresa e, assim, pode-se
ter uma velocidade de avanço não muito
pequena.
Características do passo médio (número intermediário de
dentes)
 Objetivos gerais.

 Adequada para produção combinada.

 Máquinas pequenas a médias.

 Geralmente a primeira escolha.

✓Usada em desbaste médio de aços ou materiais que formam


cavacos longos e no desbaste pesado de ferro fundido.
Escolha de condições de usinagem
Avanço
Para a escolha do avanço em uma operação de fresamento,
vários fatores devem ser levados em consideração:

•Tipo de fresa
•Material da ferramenta
•Acabamento da superfície
•Potência da máquina
•Etc.
Escolha de condições de usinagem
Avanço por dente
O avanço não é diretamente proporcional a potência
consumida.

(1 mc)
Fc  kc .b.h
(1 mc)
Fc  kc .a p . f
Cálculo da força de corte (Fc)

b= largura de corte [mm]


b= ap [mm]
(1 mc)
Fc  kc1.1.a p . f
h= espessura de corte [mm]
h= f [mm] kc = força específica de corte
fz
Para ângulo de posição = (90º)
kr = 90°
h ap
ap senc 2 
senc1  f
b

Em que:
Para kr = 90°:
b= ap [mm] b= largura de corte [mm]
ap= profundidade de corte axial [mm]
h= f [mm] kr = c= ângulo de posição do gume [°]
h= espessura de corte [mm]
(1 mc)
Fc  kc1.1.a p . f
Escolha de condições de usinagem
Avanço por dente

O aumento do avanço por dente (fz) aumenta a espessura do


cavaco (h).

360
hm   fz  ae
s    D
Mantendo-se o mesmo volume de cavaco removido na unidade
do tempo (Q), o aumento do (fz) e redução da (ap) acarreta um
decréscimo da potência consumida

ae  ap  vf
a p .ae . f z .n.z
Q V f  f z .n.z Q 
1000 1000
EXERCÍCIO: Potência de corte despendida pela máquina no
desbaste de um aço 1020 com uma fresa de 20 mm, z = 2 e n =
4000 rpm
(1mc)Pc 
F .
V a p .ae . f z .n.z
 kc1.1.b.h Q
c c
Fc 60000 . 1000

b (ap) h (fz) Fc Vc Pc
Kc1.1 (mm) (mm/dente) 1-mc (N) (m/min) (kW) Q (cm3/min)

1800 4 0,25 0,83

1800 2 0,5 0,83

Para Q=constante aumenta o (fz) e reduz o ap, o qual influencia


mais na potência
Potência de corte despendida pela máquina no desbaste de um aço
1020 com uma fresa de 20 mm, z = 2, ae = 12 mm e n = 4000 rpm

Fc  kc1.1.b.h(1mc) P  Fc .Vc a p .ae . f z .n.z


Q
60000 .
c
1000
V f  f z .n.z

b (ap) h (fz) Fc Vc Pc
kc (mm) (mm/dente) 1-mc (N) (m/min) (kW) Q (cm3/min)

1800 4 0,25 0,83 2278 250 9,5 96


1800 2 0,5 0,83 2025 250 8,5 96

Para Q=constante aumenta o (fz) e reduz o ap, o qual influencia


mais na potência.
z = constante e Vf dobra com o aumento do fz
Conclusão

É preferível a realização de um maior número de passes, com


alta velocidade de avanço (vf), do que o aumento da
profundidade de corte axial (ap).

Essa estratégia vem de encontro com a otimização da


superfície para as etapas de pré-acabamento e acabamento,
respectivamente.

Com uma menor profundidade de corte axial (ap), a altura dos


degraus é menor, provocando menores oscilações da força de
corte (Fc) e desvios da haste da ferramenta.
Cálculo de zC - É o número efetivo de dentes da fresa, que realmente
executa a operação

Qual é o valor de Zc?

Em que:
Zc = 1,44
fs = ângulo de penetração no corte
z = número de dentes da fresa
Cálculo de zC

✓A força de corte depende do número de dentes


em contato com a peça.
✓Se zc não for um número inteiro, significa que,
enquanto a fresa gira, o número de dentes em
contato oscila entre dois valores inteiros.
✓Assim a força de corte também oscila.
✓O ângulo de penetração no corte (fs) é função da relação de
sobreposição da profundidade de corte radial com o diâmetro
da ferramenta de corte (ae/D)

Cálculo do ângulo de penetração no corte (fs ) para fresamento frontal


✓O ângulo de penetração no corte (fs) é função da relação de
sobreposição da profundidade de corte radial com o diâmetro
da ferramenta de corte (ae/D)

Cálculo do ângulo de penetração (fs ) no fresamento periférico


Escolha de condições de usinagem
Avanço por dente

Assim, mantendo-se Vf e n constantes, uma fresa com poucos


dentes consome menos potência que uma fresa muitos
dentes, já que utiliza um avanço por dente maior.

V f  f z .n.z Reduz o número de dentes


Aumenta o avanço por dente
Seleção de passos de fresa

L H
M

kW

Ferros Ligas
fundidos resistentes
ao calor
Sentido do Fresamento
Concordante e Discordante

 No fresamento concordante,  No fresamento discordante


as pastilhas começam seu (fresamento convencional), a
corte com uma espessura de espessura do cavaco começa em
cavaco grande. zero e aumenta.
Sentido do Fresamento
Concordante e Discordante

 No fresamento discordante temos grandes forças de corte que


tendem a afastar a fresa e a peça uma da outra. As forças tendem
a levantar a peça da mesa.
 A pastilha tem que penetrar e entrar em contato com uma
superfície encruada causada pela pastilha anterior por
deformação plástica.
 No fresamento concordante é mínima a possibilidade de
encruamento por deformação plástica. A grande espessura de
cavaco é vantajosa e as forças de corte tendem a empurrar a
peça contra a fresa, mantendo a pastilha no corte.
Sentido do Fresamento
Concordante e Discordante

 O fresamento concordante tem certas exigências no caso em


que as forças tendem a empurrar a fresa enquanto seguram a
peça.
 Isso exige que a máquina resolva o problema de variação do
avanço da mesa, através da eliminação da folga.
 Quando a fresa penetra na peça o avanço aumenta sem querer,
o que pode resultar em uma espessura excessiva do cavaco e
quebra da aresta de corte.
 Nesses casos, deve-se optar pelo fresamento discordante.
Direção do fresamento

O fresamento concordante é preferível sempre que a máquina-


ferramenta, dispositivo de fixação e a peça permitirem
Avanço por dente (fz) e espessura
máxima de cavaco (hex)

fz fz = avanço por dente – valor da


máquina
hex (mm/dente)
hex = espessura de cavaco máxima –
ae valor da pastilha
(mm/dente)

hm
Avaliação da espessura máxima do cavaco

fz 0.18 hex 0.18

ae = 50% Dc
Tomada de decisão

ae
ae

E se ae for menor do que 1/2 do diâmetro da fresa?


Avaliação da espessura máxima do cavaco

fz 0.18

ae = 3.0 mm ou 12%Dc
A decisão

ae > 50% x Dc
fz = hex espessura do cavaco

ae < 50% x Dc
fz > hex espessura do cavaco
Diâmetro e posição da fresa
A seleção do diâmetro da fresa normalmente é feita em função
da largura da peça, levando-se também em conta a
potência disponível na máquina.

Existem 3 tipos básicos de situações envolvendo a relação


fresa/peça:

1) Largura da peça é igual ao diâmetro da fresa: resultando


em cavacos finos na entrada e saída;
2) Diâmetro da fresa é um pouco superior a largura da peça;
3) Diâmetro é bem maior que a largura do corte, com o eixo
da fresa bem fora da largura da fresa.
Diâmetro e posição da fresa
A seleção do diâmetro da fresa normalmente é feita em função
da largura da peça, levando-se também em conta a potência
disponível na máquina

100

Recomenda-se o diâmetro da
fresa ser 20% a 50% maior do
que a largura de peça

regra de 2/3 (p. ex.: fresa de 150


mm)
– 2/3 em corte (100 mm)
– 1/3 fora do corte (50 mm)
Posição da fresa

Mova a fresa ligeiramente para fora do centro a fim de evitar


vibrações

No meio da peça a fresa gera uma espessura de cavaco única


com força de corte alta na entrada e na saída, causando
vibração.
Posição da fresa
As forças radiais de igual magnitude terão variações
de sentido na medida em que as arestas de corte
entrar e saem do corte.

O fuso da máquina pode vibrar e se danificar, as


pastilhas podem quebrar e o acabamento superficial
pode ser prejudicado.
Considerações sobre a entrada e a saída
Sempre que uma das pastilhas da fresa entra em um corte, a aresta de
corte é submetida a uma carga-choque, que depende da seção transversal
do cavaco, do material da peça e do tipo de corte.

 A linha de centro da fresa  A linha de centro da  A linha de centro da fresa


está fora da largura da fresa está alinhada está dentro da largura da
peça. com a aresta da peça. peça.
Considerações sobre a entrada e a saída

A linha de centro da fresa está fora da


largura da peça e o impacto na entrada
é absorvido pela ponta mais externa da
pastilha, significando que a carga-
choque inicial é absorvida pela parte
mais sensível da ferramenta.

A fresa também sai do corte com esta


ponta por último, significando que as
forças de corte estão agindo na
extremidade mais externa até a pastilha
sair de repente da peça.
Considerações sobre a entrada e a saída

A linha de centro da fresa está


alinhada com a aresta da peça.

A pastilha sai do corte quando a


espessura do cavaco está no máximo,
com carga-choque alta na entrada e
saida.
Considerações sobre a entrada e a saída

A linha de centro da fresa está dentro da


largura da peça.

O impacto inicial na entrada do corte é


depois absorvido ao longo da aresta de
corte, longe da extremidade sensível
Considerações sobre a entrada e a saída

Um força de tração momentânea


é criada ao longo da parte frontal
da pastilha, enquanto o cavaco
sai, quase sempre dando origem
a uma rebarba na peça.

Esta força de tração coloca em


risco a segurança da aresta de
corte.
Considerações sobre a entrada e a saída

No caso em que a fresa tem seu centro fora da largura da


peça o corte começa com a parte mais extrema da
pastilha tocando a peça (ângulo de entrada positivo), o
que pode causar a quebra da aresta.

Se o centro da fresa está dentro da largura da peça, o


contato inicial é feito com a parte interior da pastilha,
onde a seção para resistir ao choque é maior (ângulo de
entrada negativo)
Considerações sobre a entrada e a saída
Ângulo de posição (kr)

É o ângulo entre a aresta de corte principal da pastilha e o


corpo da fresa.

A espessura do cavaco, as forças de corte e a vida útil da


ferramenta são afetadas especialmente pelo ângulo de
posição.
45°

30°
Ângulo de posição
Diminuindo-se o ângulo de posição, reduz-se a espessura do cavaco
para uma determinada faixa de avanço e essa redução na espessura do
cavaco aumenta a quantidade de material em uma parte maior da aresta.

sin k r .180 .ae . f z


hm 
 ae 
 .Dc . arcsin  
Kr = 45° Kr = < 90°
 Dc 
Kr = 90°
Para:
ae
 0,1
Dc
Ângulo de posição
Um ângulo de posição menor também resulta em uma
entrada/saída mais gradual no corte, reduzindo a pressão
radial e protegendo a aresta de corte.

Entretanto, as força axiais maiores aumentam a pressão na


peça.
Forças de corte e ângulo de posição
Ângulo de posição 90 Ângulo de posição 45 Fresas com pastilhas
redondas
Ângulo de posição

É recomendável usar uma fresa com ângulo de posição


menor, devido as seguintes razões:

1. A saída dos cavacos se torna mais difícel;


2. A grande força radial em relação à pequena força axial
resulta num esforço desfavorável do eixo eixo-árvore da
fresadora, significando maior tendência à vibrações.
O eixo árvore de uma fresadora tem sua maior
resistência no sentido axial.
Forças de corte

90° 10°

Para maiores balanços recomenda-se ângulos de posição


menores.
Ângulo de posição de 90° é indicado para máquinas com
fusos fracos
Ângulo de posição

3. As pontas das arestas cortantes são mais fracas do que


as pontas com ângulos de posição menores.

Ângulo de ponta da fresa tem que ser menor que 90°, a


fim de evitar o atrito excessivo da aresta secundária com
a peça.
Forças de corte

90° 45° < 90°

Ângulos de posição a 90° são recomendados para peças


com pouca rigidez no sentido axial. Exemplo de paredes
finas.
Peças frágeis
Ângulo de posição = (90º)

fz
 Peças de paredes finas

 Peças com dispositivos de


fixação fracos

 Cantos a 90 graus

 fz = hex (ae > 50% x Dc )


Ângulo de posição = (45º)

fz  Melhor divisão dos esforços

hex  Primeira escolha para uso geral

 Vibrações reduzidas em ferramenta com


balanço longo

 Efeito de cavacos mais finos permite o


Dap aumento da produtividade

 fz = 1.41 x hex
( Compensação para ângulo de posição )

=> Espessura mais fina


Ângulo de posição = (Circular)

45°

30°  Aresta de corte mais robusta com


indexações múltiplas

100% da carga de  Fresa para uso geral


cavaco
 Aumento do efeito de afinamento
75%
50%
dos cavacos para ligas
25% resistentes ao calor
 hex = Depende de ap

Em pastilhas redondas, a carga de cavaco e o ângulo de posição


variam com a profundidade de corte
Aproximação da compensação do ângulo de posição para
fresas com pastilhas redondas

iC 45°

30°

100% de apmax → Kr =45° hex


75% de apmax → Kr =38°
fz 
50% de apmax → Kr =30° sin k r
25% de apmax → Kr =45°

iC é o tamanho da pastilha
Compensação do ângulo de posição

0 grau = fz = hex x 1.0

45 graus = fz = hex x 1.41

Redonda = Depende do ap
Largura fresada e velocidade de corte

Largura fresada pequena - tempo Largura fresada grande - tempo


longo para resfriamento curto para resfriamento

~30°
180°
Escolha da ferramenta para fresamento
Estabilidade da
Baixo operação Alto
Passo da fresa

Passo largo Passo extra fino

Usinagem Leve Usinagem Pesada

Resistência ao Condições de Tenacidade


desgaste usinagem/classes

Condições boas Condições difíceis


Seleção das classes de pastilha e condições de
usinagem

Boas condições Condições difíceis

 Profundidade de corte 25% ou  Profundidade de corte 50% ou


menos que apmax mais que apmax
 Balanço abaixo de duas vezes o  Balanço acima de três vezes o
diâmetro da fresa diâmetro da fresa
 Cortes contínuos  Cortes interrompidos
 Usinagem com ou sem refrigeração  Usinagem com ou sem
refrigeração
Tipo de aplicação

ap > 75%
apmax

25% <ap < 75% apmax

ap < 25%
apmax
Cálculo dos dados de corte

Necessário Fornecido
n (rpm) vc (Velocidade de corte)
Cálculo dos dados de corte
Exemplo no faceamento de aço HB 180

Fornecido Necessário
vc = 225 m/min n (rpm)
fz = 0,21mm vf (mm/min)
Faceamento
zn = 5
Dc = 125 mm 4

ap = 4 mm
ae = 85 mm 85

kr = 45° Classe da pastilha: P


Cálculo dos dados de corte
rpm a partir da velocidade de corte

vc fornecida = 225 m/min

vc x 1000
n=
 x Dc

225 x 1000
n=
3,14 x 125

= 575 rpm
Cálculo dos dados de corte

Fornecido Necessário
vc = 225 m/min 575 rpm
fz = 0,21 mm vf (mm/min)
zn = 5
Dc = 125 mm
ap = 4 mm
ae = 85 mm
Cálculo dos dados de corte

Fornecido Necessário
n (rpm) vc (Velocidade de corte)
vf (Mesa de avanço) fz (Avanço por Dente)
Cálculo dos dados de corte
Mesa de avanço

vf = n x fz x zn

vf = 575 x 0.21 x 5 = 600 mm/min


Cálculo dos dados de corte

Fornecido Necessário
n (rpm) vc (Velocidade de corte)
vf (Mesa de avanço) fz (Avanço por Dente)
Q (cm3/min) vf (Mesa de avanço)
Cálculo da taxa de remoção

ap x a e x vf
Q= cm3/min
1000

Q = 4 x 85 x 600 = 204 cm3/min


1000
Cálculo dos dados de corte

Fornecido Calculado
vc = 225 m/min 574 rpm
fz = 0,21 mm 600 mm/min
zc = 5 204 cm3/min
Dc = 125 mm
ap = 4 mm
ae = 85 mm
Cálculo do consumo de potência líquida
faceamento 45º de aços

Fornecido
Dc = 125 mm
ap = 4 mm
ae = 85 mm
vf = 600 mm
fz = 0,21 mm/dente

Qual a necessidade de potência (kW)?


Cálculo do consumo de potência em kW

ae .a p .V f .K ae/Dc = 85/125 = 0,7

Pc  Para uma penetração de 70%


K = 6.4
100000
Cálculo do consumo de potência

Pc = ap x ae x vf x K
100 000

Pc = 4 x 85 x 600 x 6.4
100 000

= 13.0 kW
Calcule o avanço da mesa, vf
Exercício:
Fresamento de cantos a 90 graus com o ângulo de posição de 90°.
Calcule o avanço da mesa.

Fornecido
Material: aço
Dc = 63 mm
Vc = 250m/min
zn = 5
fz = 0,15

Vc .1000 250.1000
n n  1263 rpm
 .Dc  .63
 V f  1263 .0,15.5  947 mm / min
Calcule o avanço da mesa, vf
Exercício:
Faceamento com pastilhas redondas. Calcule o avanço da mesa.

16 Fornecido
45°

30°
Material: aço
Dc = 109 mm
100% de apmax → Kr =45° Vc = 283 m/min
ae = 85 mm
75% de apmax → Kr =38°
ap = 4 mm
50% de apmax → Kr =30°
25% de apmax → Kr =45° zn = 6
hex = 0,17 mm

De  Dc  iC 2  (iC  2a p ) 2
De é o diâmetro de corte máximo para uma profundidade de
De corte específica
Calcule o avanço da mesa, vf
Exercício:
Faceamento com pastilhas redondas. Calcule o avanço da mesa.

16 45°
De  109  16 2  (16  2.4) 2  123mm
30°

283.1000
n  732 rpm
100% de apmax → Kr =45°
 .123
75% de apmax → Kr =38°
50% de apmax → Kr =30° 0.17
25% de apmax → Kr =45° fz   0.34mm / dente
sin 30

 V f  732.0.34.6  1493mm / min


Exercício:
Para a operação de fresamento faceamento geral determine:

Fornecido Qual é o diâmetro recomendado?


Material: 1045 Seria ideal usar uma fresa com passo
Kc1.1=2000N/mm2 fino?
Peça: 60 x 100 x 30 (l x c x h)
Máquina nova: 16 kW
Qual é a condição deste fresamento?
ap = 4 mm
Leve, médio ou pesado?
Qual o avanço da mesa?
Dados de catálogo
A máquina suporta essa operação de
apmax= 6 mm usinagem?
zn = 6
fz = 0,21
Vc = 250 m/min
kr = 90°
Exercício:
Para a operação de fresamento faceamento geral determine:

Qual é o diâmetro recomendado?


O diâmetro é escolhido com base na largura da peça.
–2/3 em corte (60 mm)
–1/3 fora do corte (30 mm)
O diâmetro recomendado é 90 mm

Qual é a condição deste fresamento? Leve, médio ou pesado?


Médio, porque ap<75% do apmax.

Seria ideal usar uma fresa com passo fino?


Não é recomendado porque o cavaco do aço não é curto e, além disso, por
tratá-se de desbaste, é necessário ter espaço entre os dentes para o
cavaco não acumular na ponta da ferramenta.
Exercício:
Para a operação de fresamento faceamento geral determine:

Qual é o avanço da mesa?

250.1000
Para Dc  90mm  n   884 rpm
 .90

 V f  884.0,21.6  1114 mm / min


A máquina suporta essa operação de usinagem?

Fc = ?
Fc .Vc
Pc  Vc = 250m/min
60000 .
η = 85%

kc1.1 = 2000
(1mc)
Fc  kc1.1.b.h b = ap= 4mm
h = fz= 0,21mm
(1-mc)=0,83

Fc  2000 .4.0,21 0,83


 2190 N
2190 .250
Pc   11kW ✓SIM
60000 .0,85

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