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• Hipótese psicodinâmica
• Manejo clínico
Nos fundamentos de forma geral segue-se a perspectiva da terapia “standard “ com diferenças
em alguns procedimentos.
a) O analista deve estar atento a conduzir o discurso do paciente dentro dos limites do foco
pré acordado entre ambos na entrevista inicial. Na terapia standard o discurso poderá receber
contribuições da técnica ativa, aqui na TPOP praticamente deve-se utilizar a técnica para garantir
o foco e buscar informações que agilizem o processo. A livre associação é permitida dentro do
foco.
b) Quanto às interpretações (utilizadas com cuidado), devem ser dadas aquelas que têm a ver
com o foco , buscadas na transferência e na extra-transferência. Autores, como Braier (2000)
afirmam que o recurso da extra-transferência serve de suporte na garantia da interpretação,
porém quanto mais a interpretação for direcionada à transferência maior eficácia
proporcionará . Destaca-se também que o analista deve ter a capacidade de compreender o
paciente e ter segurança na sua interpretação, bem como capacidade de organizar um plano
terapêutico circunscrito.
c) A base teórica do analista, na TBOP, exige capacidade de raciocínio mais rápido visto que não
há tanto tempo disponível para inferir a transferência e fazer a interpretação . Aconselha-se
que o analista iniciante na TBOP se utilize da base teórica Freudiana ,isto é que “ os problemas
psicológicos do paciente e os conflitos subjacentes, que devem ser resolvidos ao longo da
psicoterapia, devem ser de natureza edipiana ou triangular. Isso implica que as dificuldades
encontradas pelo paciente tenham surgido durante a sua infância e comportem um amor pelo
genitor do mesmo sexo, que o impede de entrar em competição com ele, na busca do afeto do
genitor de sexo oposto. As queixas que disso resultam são apresentadas, pelo paciente, como
dificuldades interpessoais bem delimitadas, ou como sintomas bem específicos"
(LOWENKRON,2006).
d) Outra diferença entre as duas terapias é que na TPOP o “insight” se dá na terapia mas a
“elaboração “ acontece fora da terapia podendo se alongar por dois a três anos .Por que
teoricamente o “insight” é um instante em que surge uma compreensão onde “tudo muda”,
ou “a perspectiva muda”, ou “tudo se re-encaixa”. Já a “elaboração” é o tempo que o psiquismo
precisa para se “readaptar” e pode demorar horas, dias ou anos, independente se está ou não
ainda no processo de análise.
e) Alexandre Escaples postula que a terapia é breve mas o acolhimento não ! Isto quer indicar
que empatia , compaixão , dedicação devem estar presentes com a mesma intensidade que
na terapia tradicional . Em ambas o paciente precisa se sentir acolhido, respeitado e ouvido na
sua condição de sofredor como se a sua frente houvesse uma testemunha das experiências de
sofrimento que vem enfrentando.
As entrevistas
Após este primeiro contato o analista procura investigar o que não foi dito
espontaneamente e que precisa saber, sem todavia submeter o paciente a questões invasivas e
constrangedoras logo na primeira sessão.
. A devolução diagnóstico-prognóstica;
Crise
O sujeito em crise questiona seus valores, suas relações afetivas, seus hábitos. Para
saber se há crise, é preciso conhecer o estilo de vida do paciente e, para tanto, perguntas sobre
sua maneira de viver são necessárias: como é seu cotidiano, seu trabalho e sua vida conjugal,
quem são seus amigos e quais são seus interesses, suas leituras e suas preferências musicais, o
que vê no cinema e na televisão, por exemplo. Na crise21, muitos desses itens são questionados
porque seu sentido de vida se modifica.
O sujeito em crise vai exigir uma PB mais longa, que o auxilie em sua travessia. Uma PB
de um ano, nesses casos, pode ser indicada. Considerando que a maioria das psicoterapias não
chega a um ano de vida, este espaço de tempo parecer razoável.
Gillieron (2004) nos orienta que embora a formulação precoce do foco, feita já nas
primeiras entrevistas, seja decisiva na psicoterapia breve, a formulação interior é
constantemente completada, tornando-se precisa e ampliada durante o tratamento. Aspectos
menos claros no começo ganham importância posteriormente.
HIPÓTESES PSICODINÂMICAS
- chegar a uma hipótese psicodinâmica, com base nos sinais percebidos na história do paciente
durante as entrevistas que explique a natureza do problema psicológico;
- esboçar, para cada paciente, os critérios que permitam atingir um resultado satisfatório do
tratamento;
- terminar precocemente a terapia, logo após a obtenção de sinais claros de resolução atual do
problema psicológico inicialmente definido (Depende de cada caso)
A Avaliação
A avaliação dos resultados terapêuticos nas terapias breves tem por finalidade
primordial verificar se estão sendo cumpridos os objetivos fixados. (BRAIER, 2000).
É mediante a avaliação dos resultados que será possível recolocar a situação do paciente
e determinar os passos a serem seguidos a partir desse momento.
O término
“Apesar de tristes por terminarem um processo que lhes deu segurança e uma relação
com alguém que lhes é querido, eles invariavelmente chegam a um ponto onde a conclusão
lógica é a de que pouco mais resta a fazer.”(GILLIERON , 2004).
Existem duas atitudes relativas ao fim de uma terapia breve: ou se estabelece desde o
princípio um número definido de sessões, ou se deixa em aberto desde o início a duração do
tratamento sem determinar um final para o mesmo. No final da terapia, autores aconselham
fazer, conforme citado anteriormente, com o paciente, um balanço do que foi e do que não foi
conseguido. Em geral, é útil para o paciente chamar-lhe a atenção para a possibilidade de
recaídas depois da terapia. Em que em toda evolução existem fases regressivas. A cura é um
movimento de idas e vindas em que existem fases com características próprias de dificuldades
de superação, situações mais difíceis de serem enfrentadas, aparentando comportamentos
desorganizados ou de piora. É como se o paciente, nessas regressões, se refugiasse em períodos
anteriores onde se sentia mais seguro e confortável (MALDONADO ,2002).