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1º Técnico em Administração – Subsequente - 2º Bimestre

1- MERCADO FINANCEIRO
O significado original da palavra mercado é o local onde as pessoas se encontram
para comprar,vender ou trocar mercadorias. Um mercado existe quando compradores que
pretendem trocar dinheiro por bens e serviços estão em contato com vendedores desses mesmos
bens e serviços. Com o passar do tempo, o termo mercado foi evoluindo para um conceito de
conjunto onde as pessoa compram e vendem determinada mercadoria.
O mercado financeiro também tem o seu produto. Ele é o uso do dinheiro no tempo.
Mercado financeiro, portanto, é o conjunto de mecanismos voltados para a transferência de recursos
entre os agentes econômicos. O uso do dinheiro no tempo é a transferência temporária da
capacidade de consumo, ou seja, do poder de compra que a posse do dinheiro proporciona.
Como qualquer mercado, o financeiro também tem suas figuras básicas que são os
compradores(tomadores de empréstimos), vendedores (poupadores) e os intermediários
(instituiçõesfinanceiras).
Dessa forma, a intermediação que é o papel fundamental das instituições financeiras ocorre com o
repasse dos recursos dos agentes superavitários (poupadores) para os agentes
deficitários(tomadores).
Exemplo: um poupador aplica seus recursos num CDB de um banco para ganhar juros. O Banco,
como intermediador, repassa os recursos para um cliente que precisa de dinheiro para manter suas
atividades ou fazer algum investimento etc.
Com o passar do tempo, as atividades bancarias se desenvolveram tanto, que a essa
intermediação financeira juntaram-se outras atividades e serviços de forma a atender melhor as
demandas dos clientes.

2 - SEGMENTAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO


A intermediação financeira se desenvolve em quatro grandes mercados:
1) Mercado Monetário - Visa o controle da liquidez monetária da economia. Os papéis
negociadostem como parâmetro a taxa básica de juros da economia e caracterizam-se pelos
reduzidos prazos de resgate e alta liquidez.
Exemplo: Títulos públicos Tesouro Nacional, pelos Estados e Municípios e os CDI.

2) Mercado de Crédito - Objetiva o suprimento das necessidades de caixa de curto e médio prazo
dos vários agentes econômicos, através de empréstimos e financiamentos a empresas e concessão
de crédito a pessoas físicas. Essas operações são realizadas por instituições financeiras bancárias.

3) Mercado de Capitais - Desempenha papel importante no processo de desenvolvimento da


economia de um país. É nesse mercado que se efetua a ligação entre os que têm capacidade de
poupar (investidores) e aqueles carentes de recursos (tomadores) para o longo prazo. Procura
suprir as necessidades de financiamento por meio de operações de emissão de ações, debêntures
e commercial papers.

4) Mercado Cambial - É nesse mercado que ocorrem as operações de compra e venda de moedas
internacionais conversíveis e reúne agentes econômicos que realizam transações com o exterior. A
demanda por moeda estrangeira está presente nos importadores, devedores com compromissos
externos, investidores internacionais etc. No grupo de vendedores estão os exportadores, turistas,
tomadores de empréstimos, entre outros. As principais moedas são: Dólar, Euro, Libra e Yen.

Profª Heloísa
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3- INDEXADORES
Indexador econômico é um índice percentual para reajuste. A sua função básica é correção
de discrepâncias de um valor no tempo, ou seja, corrigir a desvalorização da moeda. Assim,
os indexadores são taxas de reajustes.
Basicamente, eles são utilizados para três finalidades:
 acompanhar a atividade econômica,
 corrigir preços e
 evitar volatilidade.

Volatilidade, na área financeira, é uma medida de dispersão dos retornos


de um título ou índice de mercado. Quanto mais o preço de uma ação
varia num período curto de tempo, maior o risco de se ganhar ou perder
dinheiro negociando esta ação, e, por isso, a volatilidade é uma medida
de risco.

Nos investimentos em renda fixa, os indexadores financeiros são utilizados na taxa de


rentabilidade. Então, é importante conhecer sobre cada um, pois eles determinam os ganhos de
uma aplicação.
Os ativos financeiros podem ser:
1) Prefixados: Nessa modalidade a rentabilidade do seu título é acordada no momento da emissão.
Seu rendimento será de uma taxa de juros combinada antecipadamente e você saberá o rendimento
a receber ao final do período ainda na hora da compra.
2) Pós-fixados: No caso da modalidade pós-fixada a rentabilidade do título está atrelada a um
indexador, como o CDI ou a Taxa SELIC, por isso você não sabe previamente como o indexador
irá progredir no mercado e saberá o rendimento apenas no vencimento ou resgate do seu título.
3) Híbridos: A modalidade híbrida é como uma união do prefixado e do pós-fixado. Ou seja, você
recebe uma taxa de juros combinada acrescida de um percentual de um indexador como o IPCA.
Neste caso a rentabilidade também possui oscilação e você só saberá quanto irá receber ao final
do período estipulado para o seu investimento.

Os indexadores são muito utilizados nas análises da economia. Os mais conhecidos são o IPCA e
a taxa Selic. Além deles, há diversos outros índices que são mais focados para certas áreas, como
é o caso do IGPM.

3.1 - IPCA
O IPCA significa Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é considerado o índice oficial da
inflação do país. O IBGE faz a pesquisa mensal, segundo uma cesta de produtos do POF (Pesquisa
de Orçamentos Familiares).A coleta é baseada nas famílias com renda entre um e quarenta salários
mínimos que residem nas áreas metropolitanas das principais regiões do Brasil.Todos os produtos
são separados por categoria e peso conforme a tabela abaixo:

Composição do cálculo do IPCA - Fonte: IBGE

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Com todos os dados, o IBGE faz o cálculo da média das variações dos preços de todos
os produtos e serviços da cesta em relação ao mês anterior. Assim, obtém-se a inflação do período
atual.

3.2Taxa Selic
Selic significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Ela é o programa de
computador utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar as emissões e operações relacionadas
aos títulos federais.
A média diária dos juros associados a estes papéis representa a taxa Selic overnight, que é a base
para o CDI.
O valor mais conhecido é a taxa Selic Meta que é controlada pelo Copom (Comitê de
Política Monetária). Ela representa o percentual de juros adequado para controlar a inflação e
precificar o crédito.
Este indexador serve como referência para as demais tarifas relacionadas ao
empréstimo de dinheiro no Brasil. Por isso, é considerado como a taxa básica de juros da economia.
É a Selic que dá a medida das outras taxas de juros usadas no país: do cheque
especial, do crediário, dos cartões de crédito, da poupança. É a partir dela que os bancos calculam
quanto cobrarão de juros para conceder um empréstimo. Quanto menor a Selic, mais "barato" fica
para o consumidor fazer um empréstimo ou comprar a prazo.

Mas essa relação não é direta. Quando o Banco Central reduz a Selic, essa queda
demora a chegar ao consumidor. Isso acontece porque os bancos também cobram, em forma de
juros, impostos (IOF), inadimplência, seus custos e seu lucro. Essa diferença entre o que o banco
paga ao tomar um empréstimo e o que ele cobra ao conceder um empréstimo é o chamado "spread
bancário".

3.3. CDI
O CDI é o Certificado de Depósito Interbancário. Ele representa a média das taxas de juros
praticadas nos empréstimos feitos apenas entre os bancos. O Banco Central impõe que todas as
instituições financeiras têm que fechar o caixa com saldo positivo no final do dia. Então, quem está
com mais dinheiro, empresta para quem tem menos.
Estas operações são válidas no curtíssimo prazo e o Certificado de Depósito Interbancário é o
título de garantia firmado entre as partes com lastro no Tesouro Nacional. Então, o CDI varia
diariamente com valor muito próximo à taxa Selic. Isso é feito para não gerar ganhos e desbalancear
o mercado financeiro.

3.4 IGPM
IGPM significa Índice Geral de Preços do Mercado. Ele também é uma medida da
variação dos preços de produtos e serviços. Ou seja, é semelhante ao IPCA.
A FGV (Fundação Getúlio Vargas) faz o acompanhamento deste indicador a partir do
dia 21 do mês atual até 20 do próximo. A divulgação ocorre a cada dia 10.
A metodologia de cálculo do IGPM é composta por
60% do IPA-M (Índice de Preços por Atacado),
30% do IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor) e
10% do INCC-M (Índice Nacional do Custo da Construção).
A partir das variações deste indicadores, são gerados diversos resultados importantes para a
economia, como aumento dos preços dos aluguéis, correção do salário mínimo e produção
industrial do ano.
Com estas informações, os responsáveis pelos setores podem tomar decisões que impactam
diretamente na sua vida. Por exemplo, para aumentar o consumo, a taxa Selic sofreu cortes.
Os preços dos produtos e serviços também são influenciados pelos indexadores, como é o caso do
IPCA. De acordo com ele, os valores do que consumimos podem subir ou cair durante o ano.

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4- Tipos de aplicação financeira disponíveis no mercado.


A aplicação financeira equivale a compra de um ativo ou título de uma empresa ou instituição com
a intenção de conseguir uma boa remuneração em um determinado período de tempo. Entre os
principais tipos de aplicações estão aquelas que possuem rendimento fixo e rendimento variável.
A Bolsa de Valores é um mercado onde ocorre o encontro entre investidores e as empresas.
Neste ambiente os investidores podem comprar ou vender:
 ações,
 títulos de renda fixa,
 títulos públicos federais,
 moedas,
 commodities,
 diversos tipos de derivados financeiros.
Uma das principais dúvidas que o investidor tem ao investir na Bolsa de Valores é entender qual o
prazo ideal para manter as ações em sua carteira

4.1Aplicações financeiras mais rentáveis a curto prazo


A Bolsa de Valores permite que o investidor alcancem bons resultados rapidamente. Existem duas
modalidades para se investir dessa forma:
 O Day Trade - isto é, operações que começam e terminam no mesmo dia - possui um
grande potencial de retorno, principalmente se o investidor possui muita disciplina e
estudo. Nela, investidores aproveitam a volatilidade dos preços dos ativos e realizam
compras e vendas em questão de minutos

 O curto prazo - Esses investimentos são conhecidos no mercado como aqueles que
possuem uma boa rentabilidade e liquidez. A sua duração pode variar entre mais de 1
dia até 2 semanas e é um ótimo investimento para quem possui pouco tempo, mas
não abre mão dos investimentos em ações.

Uma grande vantagem para quem decide investir em ações em daytrade prazo é a possibilidade de
investir um valor até 8 vezes maior do que possui em conta. Esta técnica conhecida
como alavancagem é utilizada quando o investidor efetua compra e venda ações no mesmo dia,
não é preciso pagar e receber o valor total do contrato, será cobrado apenas a oscilação dessas
operações.

4.2Aplicações financeiras mais rentáveis a longo prazo


O investidor que não possui muito tempo para dedicar ao mercado de ações vai preferir investir o
seu dinheiro em operações que durem mais tempo. A partir das perspectivas fundamentalistas -
análise que busca prever o desempenho da ação com base nos resultados da empresa - será
possível identificar ações que se valorizem no longo prazo.
Os investimentos em ações a longo prazo também estão sujeitos às oscilações, mas em
determinadas situações, é possível que as perdas sejam recuperadas ao longo do tempo. Então,
antes de comprar ações a longo prazo, é interessante que o investidor escolha empresas sólidas e
com um bom histórico no mercado de ações.
Existe uma série de empresas que as ações não sofrem muita alteração no seu valor. Então, para
atrair e até mesmo reter investidores, elas oferecem como forma de recompensa uma porcentagem
dos seus lucros. Conhecido como dividendos, este "dinheiro extra" contribui para o aumento do
patrimônio de muitos acionistas que escolhem investir por um prazo mais extenso

4.2.1TÍTULOS PÚBLICOS ( Tesouro Direto)


Os títulos públicos são ativos de renda fixa, ou seja, seu rendimento pode ser dimensionado
no momento do investimento, ao contrário dos ativos de renda variável (como ações), cujo retorno
não pode ser estimado no instante da aplicação. Dada a menor volatilidade dos ativos de renda
fixa frente aos ativos de renda variável, este tipo de investimento é considerado mais conservador,
ou seja,

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de menor risco.
Ao comprar um título público, você empresta dinheiro para o governo brasileiro em troca
do direito de receber no futuro uma remuneração por este empréstimo, ou seja, você receberá o
que emprestou mais os juros sobre esse empréstimo. Dessa maneira, com o Tesouro Direto, você
não somente se beneficia de uma alternativa de aplicação financeira segura e rentável, como
também ajuda o país a promover seus investimentos em saúde, educação, infraestrutura, entre
outros, indispensáveis ao desenvolvimento do Brasil.
Cabe ressaltar que os títulos públicos são negociados apenas escrituralmente, isto é, não
existe um documento físico que representa o título. Você terá a garantia da aplicação por meio do
número de protocolo gerado a cada operação e o título adquirido ficará registrado no seu CPF,
podendo ser consultado a qualquer tempo por meio do seu extrato no site do Tesouro Direto.
Ao investir no Tesouro Direto, você opta pelo tipo de investimento de menor risco da
economia, pois os títulos públicos são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional.
Este título é extremamente acessível porque aceita investimentos a partir de R$30 reais.
Entretando, é preciso ficar atento porque não são todos os títulos que podem ser obtidos por este
valor.
O Tesouro Direto possui 3 tipos de títulos: prefixado, pós-fixado e o atrelados à inflação.

 Prefixado:
Este título possui a rentabilidade definida no momento da compra. Ou seja, o
investidor sabe o valor que irá receber se permanecer com este título até a data de
vencimento.
Existem dois tipos de títulos prefixados: o Tesouro Prefixado e o Tesouro
Prefixado com Juros Semestrais. Para os investidores que decidem utilizar todo o
valor adquirido depois do vencimento, o ideal é utilizar o Tesouro Prefixado. Mas
caso a intenção seja complementar a renda, o Tesouro Prefixado com Juros
Semestrais é uma ótima opção porque este título paga juros a cada seis meses.

 Pós-Fixado:
Este título é conhecido como Tesouro Selic e o seu valor é corrigido pela
movimentação da Taxa Selic. Ou seja, quanto maior a Selic maior será o seu ganho.
Além disso, o investidor não precisa aguardar a data de vencimento para retirar o
dinheiro. Em caso de emergência, é possivel realizar o resgate. Neste caso a
rentabilidade é calculada proporcionalmente ao tempo do investimento
.
 Híbrido:
A rentabilidade do título híbrido é determinada por uma taxa prefixada acrescida da
variação da inflação, conhecida como IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo).O investidor que deseja utilizar constantemente o rendimento da aplicação, o
título Tesouro IPCA com Juros Semestrais é a opção ideal porque ele paga juros
semestralmente. Porém, se a intenção é resgatar todo o valor depois do vencimento,
o ideal é o Tesouro IPCA, que paga os juros acumulados.

É importante entender que, caso o investidor realize a venda do seu título antes da data de
vencimento, o valor recebido será referente ao preço de mercado, no qual possui variação
diariamente. Portanto, é garantido a rentabilidade contratada apenas para investidores que ficam
com o título até o seu vencimento.
Para finalizar, o Tesouro Direto é indicado para investidores que gostam de simplicidade, segurança
e uma rentabilidade acima da poupança.

Leilões de Títulos Públicos pelo Tesouro Nacional


Os leiloes de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional tem a finalidade de rolagem do déficit
público, também chamado de déficit primário, definido como o desequilíbrio das contas públicas, ou
seja, as despesas são maiores do que as receitas. Quando o saldo do déficit público inclui os juros
da dívida pública tem-se o chamado déficit nominal. O governo tem duas formas principais de

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financiar este déficit: por meio da emissão de papel-moeda, que repercute de forma direta no
processo inflacionarário, ou, via mercado mobiliário, vendendo títulos públicos.
Os principais títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional são:
 LFT - Letras Financeiras do Tesouro - papeis com rendimentos pós-fixados - indexados
pela SELIC + taxa de juros ao ano;
 LTN - Letras do Tesouro Nacional - papeis com rendimentos prefixados;
 NTN-D - Notas do Tesouro Nacional serie D - papéis pós-fixados com rendimentos
atrelados ao dólar, também utilizados pelo governo para atender às demandas do
mercado por dólar -indexados ao dólar + taxa de juros ao ano;
 NTN-C - Notas do Tesouro Nacional serie C - papéis pós-fixados com rendimentos
atrelados ao IGPM + taxa de juros ao ano;
 NTN-B - Notas do Tesouro Nacional serie B - papéis pós-fixados com rendimentos
atrelados ao IPCA + taxa de juros ao ano;
 NTN-F - Notas do Tesouro Nacional serie F - papéis de longo prazo - vencimento em
2008 – com rentabilidade prefixada.
Todos esses títulos, alem de outros papéis, costumam compor as carteiras dos diferentes
fundos de investimento disponíveis no mercado. Além disso podem ser adquiridos
diretamente pelos investidores pessoas físicas na Internet por meio do Tesouro Direto.
Os títulos públicos são movimentados via SELIC – Sistema Especial de Liquidação e
Custódia.Este sistema foi criado em 1980, sob a responsabilidade do Banco Central e da
Associação Nacional das Instituições dos Mercados Abertos – ANDIMA. O Selic é um grande
sistema computadorizado on line, real time, ao qual têm acesso apenas as instituições
credenciadas no Mercado Financeiro.
Através do SELIC, os negócios têm liquidação imediata. Após acertarem os negócios
envolvendo Títulos Públicos, as instituições envolvidas, transferem estas operações, via
terminal, ao SELIC, do banco vendedor ao banco comprador.
Apenas títulos públicos federais, quer sejam emitidos pelo Tesouro ou pelo Banco
Central, e os títulos públicos estaduais e/ou municipais , emitidos até janeiro de 1992, são
registrados no SELIC.
Os títulos estaduais e municipais posteriores a esta data são registrados na Central de
Custódia e Liquidação de Títulos – CETIP.
A CETIP é o local onde se custodiam, registram e liquidam financeiramente as operações
feitas com todos os papéis privados e os títulos públicos estaduais e municipais que ficaram
fora das regras de rolagem.

4.2.2- CDB
O CDB (certificado de depósito bancário) é um título que os bancos emitem para se
capitalizar - ou seja, conseguir dinheiro para financiar suas atividades de crédito. Portanto, ao
adquirir um CDB, o investidor está efetuando uma espécie de “empréstimo” para a instituição
bancária em troca de uma rentabilidade diária.
Existem três tipos principais de CDB: o prefixado, o pós-fixado e os que pagam juros mais um índice
de inflação. No primeiro, o investidor negocia com o banco uma taxa predefinida e, durante a
vigência daquele título, receberá sempre a remuneração que foi acordada.
Outro tipo de CDB é aquele cuja remuneração varia de acordo com um índice de
inflação (principalmente o IPCA) e uma taxa de juros prefixada. Então o investidor pode ganhar, por
exemplo, IPCA mais 5% ao ano para comprar e segurar o papel.
O tipo mais comum de CDB, no entanto, é o pós-fixado. Neste caso, a rentabilidade
do investimento é baseada em alguma taxa de referência. A principal delas é o CDI (certificado de
depósito interbancário), que está sempre muito próxima da Selic (taxa básica de juros).
Isso quer dizer que, ao comprar um CDB pós-fixado, você terá uma rentabilidade parecida com a
Selic. Mas é preciso se atentar ao seguinte: o percentual que será pago do CDI não é fixo e pode
variar de banco para banco, dependendo do valor investido e da negociação efetuada. Existem

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instituições que oferecem uma rentabilidade de 70% do CDI enquanto outras chegam a pagar 115%,
por exemplo. Por isso, a dica é pesquisar antes de decidir por uma ou outra aplicação.
Outro ponto importante e que deve ser levado em consideração na hora de optar por um CDB
é o fato de esta aplicação ser garantida pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) até o limite de R$
250 mil. Caso o banco emissor do CDB quebre, o investidor tem a segurança de ter até este valor
garantido pelo fundo. Mas atenção: caso você tenha mais dinheiro, o ideal é dividir os recursos entre
diferentes instituições financeiras de forma que nunca tenha mais de R$ 250 mil aplicados em
papéis de um mesmo banco
O CDB também possui 3 tipos de títulos: prefixado, pós-fixado e o atrelados à inflação.
 Prefixado: para esses títulos, você sabe qual será a remuneração porque é
estabelecido no momento da compra.

 Pós-Fixado: os títulos pós-fixados possuem a sua remuneração atrelada a um


indexado. o CDI é o indexador mais utilizado no CDB.

 Híbrido: esses títulos possuem percentual fixo, acrescida a variação de um


indexador.

4.2.3. LETRAS DE CRÉDITO


A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos
de renda fixa emitidos por bancos ou corretoras. O investidor que adquire títulos LCI ou LCA, estão
emprestando dinheiro para a instituição financeira utilizar em financiamentos no ramo de imóveis
ou no o ramo agropecuário.
Essas aplicações financeiras, mesmo possuindo a mesma lógica que os CDBs, estão
conseguindo uma atenção maior porque possuem isenção no Imposto de Renda para pessoas
físicas. Entretanto, não aconselhamos utilizar somente este diferencial como critério decisório para
a escolha do investimento. Nem sempre a isenção torna a aplicação financeira mais atraente e com
melhor remuneração.
A rentabilidade de uma Letra de Crédito também possui as mesmas características e divisões dos
CDBs: prefixada, pós-fixada e híbridas.
O LCI e LCA também são aplicações financeiras protegidas pelo FGC (Fundo
Garantidor de Crédito), ou seja, caso a instituição financeira pronuncie a sua falência, o investidor
terá o seu dinheiro de volta, respeitando o limite de 250 mil reais por CPF e por instituição financeira.

4.2.4 Caderneta de Poupança


Muitas pessoas utilizam a caderneta de poupança como aplicação financeira, porém é
nítido a insatisfação perante o seu rendimento.
Devido a alta da inflação, a poupança não demonstrar uma boa rentabilidade e esta situação faz
com que o seu dinheiro perca o potencial de compra. É como se o seu dinheiro estivesse se
desvalorizando ao invés de crescendo.
Desde 4 de maio de 2012, a rentabilidade da poupança depende da taxa básica de
juros, a Selic. A remuneração da poupança é de 0,5% ao mês e 6,17% ao ano, mais a variação da
Taxa Referencial (TR), taxa de juros atualizada diariamente pelo Banco Central para servir de base
para a rentabilidade de diversos investimentos.
Todos os valores que são depositados em uma caderneta de poupança são
remunerados com base na TR mais juros de 0,5% ao mês.A Taxa Referencial usada é a do dia do
depósito. Se a Selic estiver em 8,5% ao ano ou menos do que isso, a caderneta de poupança irá
render 70% da Selic mais a TR. Já no caso da Selic ficar acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade é
composta pela TR mais 0,5% ao mês.

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5- POSIÇÃO DE CAIXA DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS


O fluxo de caixa das instituições financeiras.
O fluxo de caixa de uma instituição financeira é bastante dinâmico, estando sujeito a
sofrerconstantes desequilibrios/descasamentos. Os principais descasamentos passíveis de ocorrer
são: descasamento monetário, descasamento de moeda e descasamento de prazo. Descasamento
é a saída de recursos aconteceu antes do recebimento
a) Descasamento Monetário - envolve o repasse (empréstimo) de recursos inexistentes no
momento da efetivação da operação, ou então, a tomada de recursos (captação) sem a imediata
aplicação. Exemplificando a questão: se uma instituição financeira capta um recurso via CDB a
uma taxa de 17% ao ano e em um prazo de 30 dias, ela está se comprometendo junto ao agente
superavitário a devolver o recurso principal acrescido taxa pactuada dentro do prazo
determinado. Logo, se a instituição não aplicar de imediato em algo que renda uma taxa acima
de 17% ao ano corre o risco de, em uma eventual oscilação da taxa de juros (queda), tornar
impraticável a aplicação acima de 17% ao ano, transformando esta operação em deficitária.

b) Descasamento de Moeda - A instituição financeira deve procurar emprestar o recurso levando


em consideração a moeda utilizada na captação do mesmo, ou seja, se uma instituição capta
um montante de recursos no mercado externo - em dólares - o ideal é que o repasse deste seja
feito através de uma linha indexada à moeda americana, por exemplo, o Leasing-Cambial, caso
contrario ocorrerá o Descasamento de moeda, podendo gerar perdas ou ganhos, cujo risco será
da instituição financeira.

c) Descasamento de Prazo - ocorre quando não há coincidência de prazos entre o capital captado
e o capital aplicado (emprestado). Estes desequilíbrios/descasamentos podem representar tanto
ótimas oportunidades de ganhos, como também de perdas. A atuação das instituições
financeiras provocando um maior ou meno desequilíbrio/descasamento no seu fluxo de caixa
caracteriza uma gestão de caixa mais ou menos agressiva. Os bancos podem recorrer a
diversas formas para fugir desses descasamentos, buscando a zeragem dos seus caixas.

6 - FORMAS DE BUSCAR A ZERAGEM DO CAIXA


Existem três formas das instituições financeiras buscarem a zeragem dos seus caixas:
a) Rede de Agências - a instituição financeira pode buscar a zeragem de seu descasamento de
caixa junto a rede de agências existente, elevando a taxa média de remuneração para alguns papeis
por um determinado tempo, uma vez que existem mecanismos para acompanhar o fluxo de entrada
destes recursos. Entretanto, nem sempre é possível à recomposição do caixa através deste
mecanismo, continuando a faltar parte do valor necessário para promover a zeragem.
Exemplo: Geralmente, quando uma instituição financeira paga em um CDB juros muito superiores
às taxas praticadas pelo mercado, pode ser um sinal de que ela esteja necessitando muito de
dinheiro no seu caixa.

b) Mercado Interfinanceiro - outra forma de financiamento utilizada pelas instituições é o


mercado interfinanceiro, que consiste na troca de dinheiro entre as tesourarias dos bancos,
operação que ocorre normalmente por um dia e várias vezes ao dia, com valores e taxas (custo)
diferenciados, de forma bastante dinâmica por meio dos Certificados de Depósitos Interbancários -
CDI. As trocas de recursos são registradas de forma eletrônica no sistema CETIP (Central de
Custodia e Liquidação Financeira de Títulos).
O CDI é um dos principais balizadores da taxa de juros do mercado financeiro e reflete o custo da
troca de dinheiro entre os bancos, ou seja, qualquer modificação no mercado interno/externo será
sentida rapidamente neste mercado. As instituições financeiras utilizam o CDI como parâmetro para
estabelecer os ganhos nas operações de captação e aplicação, uma vez que, em uma situação de
descasamento mais expressivo, o mercado interfinanceiro é um importante mecanismo de zeragem,
principalmente nos casos de emergências. No caso de um empréstimo será atribuída uma

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sobretaxa na projeção do CDI, de maneira que os custos e o risco de inadimplência sejam cobertos
e a instituição venha a ter um ganho na operação. Entretanto, numa situação em que a instituição
não consiga repassar o capital via operação de credito normal, irá repassá-lo para o mercado
interfinanceiro, garantindo um ganho mínimo através do CDI. Este fato faz do CDI a variável
principal para estabelecer o custo da oportunidade de uma instituição financeira.

d) Linha de Redesconto - outra forma de financiamento/zeragem é a linha de redesconto


mantida pelo Bacen. Redesconto Bancário, no qual o Banco Central concede “empréstimos”
aos bancos comerciais a taxas acima das praticadas no mercado. No entanto, a utilização
desta linha tem um caráter punitivo pois sinaliza uma situação de desequilíbrio da instituição
financeira tomadora (deficitária), e sendo assim, possui um custo mais elevado. O Bacen
monitora o acesso a esta linha de financiamento. Se determinada instituição financeira
acessá-la uma, duas, três ou mais vezes, o Bacen a interpelará. Com a entrada em operação
do novo Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB), estas operações podem ser realizadas,
inclusive, intradia e várias vezes durante o dia.

7 – AS PRINCIPAIS TAXAS DE JUROS


As principais taxas de juros do Mercado Financeiro:
a) TMS - Taxa Média Selic - é a taxa média praticada nas operações diárias com títulos
públicos federais, registrados no Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custodia). A sua
finalidade é definir a remuneração dos títulos públicos. A apuração é pela taxa média de
todas as operações efetuadas com títulos públicos federais em um dia, registradas no Selic.

b) CDI - Certificado de Deposito Interfinanceiro - é a taxa média praticada nas operações


diárias interbancárias. A sua finalidade é instrumentalizar as trocas financeiras entre bancos.
A apuração é feita pela Cetip (Central de Custodia e Liquidação Financeira de Títulos) por
meio da média das operações financeiras realizadas entre os bancos.

c) TBF - Taxa Básica Financeira - é uma taxa utilizada exclusivamente como base de
remuneração de operações realizadas no mercado financeiro, de prazo de duração igual ou
superior a 60 dias. A finalidade é alongar o perfil das aplicações oferecendo remuneração
superior à TR. A apuração é feita pela taxa média mensal ponderada dos RDB/CDB prefixados
de 30 a 35 dias das 30 maiores instituições financeiras, desconsiderando as duas maiores e
as duas menores taxas.

d)TR - Taxa Referencial - é uma taxa básica referencial dos juros a serem praticados no mês
vigente. A taxa é divulgada pelo Banco Central e é usada para a correção das aplicações da
caderneta de poupança e das prestações dos empréstimos do Sistema Financeiro da
Habitação. A finalidade é servir como referência de taxas de juros básica para o sistema
econômico. A apuração tem como base a TBF e aplica-se um redutor R com o objetivo de
extrair as parcelas referentes à taxa de juros real e à tributação incidente sobre os CDB/RDB.

e) TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo - é a taxa que espelha o custo básico dos
financiamentos concedidos pelo BNDES. A finalidade é balizar o financiamento da compra de
bens de capital, estimulando a atualização tecnológica, bem como a ampliação da capacidade
produtiva das empresas.
A apuração é calculada tendo por base a expectativa de inflação brasileira para o período de
um ano, mais o chamado Risco Brasil (prêmio de risco), ou seja, a remuneração sobre o
capital que um investidor exigiria para deixar seu dinheiro aqui aplicado.

Profª Heloísa
Administração Financeira e Orçamentária

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