Professional Documents
Culture Documents
Seu jejum foi prolongado para o que é hoje considerado o maior jejum
recordado (Guinness Book of Records, 1971), Os clínicos escreveram em 1973,
em um relato de caso, afirmando que A.B. sofreu pouco ou nenhum efeito
desagradável em sua saúde. No final de seus 382 dias de abstinência
alimentar, durante a qual ele ingeriu apenas suplementos de vitamina,
fermento, e fluidos não-calóricos, A.B. perdeu 125 kgs. Quando os doutores
verificaram novamente A.B. cinco anos depois, o paciente relatou ter ganhado
de volta apenas 7 kgs.
Essas oscilações entre banquete e fome podem até ter servido como uma
pressão seletiva, ajustando a fisiologia humana para funcionar de maneira
otimizada em um ambiente onde os recursos são imprevisíveis. “Indivíduos
cujo cérebro, corpo e performance física eram otimizados em um estado de
jejum seriam mais prováveis de obter comida e competir com outros seres que
não funcionavam tão bem nesse nível,” diz Mark Mattson, um neurocientista
que estuda regimes de jejum no Instituto Nacional do Envelhecimento. “Então,
a suposição é que nós evoluímos provavelmente a maioria de nossos órgãos
para serem capazes de funcionar de forma otimizada em condições
intermitentes de jejum”
O sinal de jejum
Ao procurar entender como um corpo reage a uma escassez de calorias
recebidas, faz sentido começar pelo fígado, um órgão crucial para o
processamento de nutrientes fluindo pela máquina metabólica do corpo. Panda
documentou alterações profundas na expressão gênica nas células do fígado de
animais submetidos a condições de jejum. Em 2009 num estudo procedido
pela Academia Nacional de Ciências, ele e seus colegas descobriram que
quando eles retiraram comida de ratos por 24 horas, 90 por cento dos genes
expressados de forma cíclica e circadiana por meio de células do fígado
deixaram de oscilar. “Isso significa que a maior parte do ciclo vem dessas
instruções de alimentos,” ele comenta.
Por outro lado, o laboratório de Panda mais tarde mostrou que ratos
alimentados em uma dieta alta em gordura, com comida acessível 24 horas
por dia quebra os relógios circadianos no fígado, resultando uma propensão
aumentada para a obesidade e suas doenças relacionadas. Mas fazer essa
mesma dieta rica em gordura – e o mesmo número de calorias – acessível aos
animais por apenas oito horas por dia durante os ciclos normais de vigília
protegeu os ratos do desenvolvimento de uma série de doenças metabólicas.
Sistema Imunológico
Coração
Cérebro
Câncer