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Projeto de Tutoria

I. Enquadramento / Justificação
No âmbito da ação SER propõe-se o desenvolvimento de um projeto
de tutoria que, simultaneamente, responda às orientações legais (em
conformidade com Despacho-normativo 1-F de 2016) e às necessidades
específicas do agrupamento no âmbito da promoção de comportamentos
e competências.
A tutoria apresenta-se como uma modalidade privilegiada de
promoção do sucesso educativo. De acordo com a legislação em vigor, as
escolas pode propor a implementação de tutorias, “visando o
acompanhamento com vista à melhoria das aprendizagens e ao
desenvolvimento de competências pessoais e sociais dos alunos”
(Despacho-normativo 1-F de 2016).
A tutoria pode definir-se como uma ação sistemática e específica,
concretizada num determinado momento e espaço, durante a qual o
aluno recebe uma atenção particular, podendo ser individual ou em grupo
(Álvarez & Bisquerra, 1996). Mais especificamente, o acompanhamento
tutorial pode concretizar-se mediante uma intenção pedagógica e uma
atenção cuidada que segue uma orientação sistemática, feita a partir de
um programa, surgido de um diagnóstico sobre a problemática a atender
(Almeida, 2013). Com efeito, apesar das variantes existentes, a ação
tutorial tem algumas especificidades, distinguindo-se de outras práticas e
relações de âmbito escolar (por exemplo, apoio educativo/pedagógico,
direção de turma).
A literatura identifica diferentes áreas no domínio de atuação.
Podemos, por exemplo, distinguir a tutoria psicossocial e a tutoria
instrumental. A tutoria psicossocial tem o foco principal na relação entre
tutor e o aluno, como forma de promover o desenvolvimento do jovem
(i.e., social, emocional, académico). A tutoria instrumental tem o foco
principal na aprendizagem de competências e na realização de objetivos
específicos (e.g., desenvolver competências académicas; diminuir os
comportamentos de risco).
Também existem diferentes modalidades de tutoria como por
exemplo a tutoria individual, a tutoria de grupo e a co-tutoria. A tutoria
individual baseia-se na ação do professor-tutor com o aluno, tendo em
consideração o sucesso/insucesso, a maneira de ser e de atuar do
professor. A tutoria de grupo reporta-se à atuação do tutor num grupo de
alunos, por exemplo no grupo-turma. A co-tutoria exige a presença de
outro professor, que ajuda o tutor principal na realização das diversas
tarefas (Arnaíz, 1999).
Independentemente da modalidade e área de atuação, destaca-se a
importância da relação entre o professor tutor e o aluno. Esta deverá ser
uma relação privilegiada, de confiança e de apoio.
Procuramos, pois, com este projeto responder a necessidades
específicas dos alunos, sejam elas de âmbito académico, pessoal ou social,
com recurso a diferentes modalidades de tutoria, privilegiando-se o
estabelecimento de relações de referência e de apoio.

II. Projeto de tutoria


i. Objetivos
Os objetivos gerais da tutoria são (a) melhoria das aprendizagens,
(b) prevenção do abandono e absentismo escolar e (c) redução de
problemas disciplinares. Os objetivos específicos são (a) promoção de
competências pessoais e sociais, (b) promoção de competências de
autorregulação da aprendizagem (hábitos de estudo, rotinas de trabalho)
e (c) promoção do sentido de pertença e envolvimento na escola.

ii. Equipa
O projeto de tutoria deverá ter afeta uma equipa, constituída por
um grupo de docentes, preferencialmente voluntários e disponíveis para a
função.
Aos professores tutores competem as seguintes atribuições:
a) Reunir com os alunos que acompanha;
b) Acompanhar e apoiar o processo educativo de cada aluno do
grupo tutorial;
c) Facilitar a integração do aluno na turma e na escola;
d) Apoiar o aluno no processo de aprendizagem, nomeadamente na
criação de hábitos de estudo e de rotinas de trabalho;
e) Proporcionar ao aluno uma orientação educativa adequada a
nível pessoal, escolar e profissional, de acordo com as aptidões,
necessidades e interesses que manifeste;
f) Promover um ambiente de aprendizagem que permita o
desenvolvimento de competências pessoais e sociais;
g) Envolver a família no processo educativo do aluno;
h) Reunir com os docentes do conselho de turma para analisar as
dificuldades e os planos de trabalho destes alunos.
A equipa deverá ser coordenada por um docente que, para além das
competências de tutor, tem as seguintes atribuições:
a) Atribuir alunos aos diferentes tutores;
b) Apoiar e acompanhar os tutores que constituem a equipa;
c) Articular com a SaCE e Equipa Multidisciplinar;
d) Monitorizar o projeto e as atividades inerentes ao mesmo.

iii. Modalidades de tutoria


O acompanhamento tutorial pode assumir a modalidade individual
ou em grupo, dependendo do definido no Plano de Ação Tutorial de cada
aluno.

iv. Metodologia/Organização
Os procedimentos inerentes ao funcionamento do projeto de
tutoria organizam-se em 5 fases distintas mas interrelacionadas, a saber:
(1) Encaminhamento/ Sinalização; (2) Recolha de informação; (3)
Elaboração do Plano de Ação Tutorial (PAT); (4) Implementação do Plano
de Ação Tutorial (PAT) e; (5) Monitorização/Avaliação do Plano de Ação
Tutorial (PAT).

Encaminhamento / Sinalização
O encaminhamento/sinalização de alunos poderá ser realizada pelo
DT/CT ou por qualquer outra pessoa, desde que tenha em conta os
critérios definidos para o efeito, através do preenchimento de uma Ficha
de Sinalização. O encaminhamento para o acompanhamento tutorial
deverá ter em conta a legislação em vigor bem como outros critérios
definidos pela escola. Seguem os critérios ordenados:
a) 2 ou mais retenções ao longo do percurso escolar;
b) 3 ou mais ocorrências disciplinares;
c) Inexistência de outras medidas de promoção do sucesso
educativo capazes de responder às necessidades do aluno;
d) Outras condições devidamente justificadas e avaliadas pelo
coordenador do projeto;
Com base nos critérios definidos, e considerando o perfil e horário
do tutor, o coordenador designa o tutor responsável por cada aluno/grupo
de alunos.
A cada tutor poderão ser atribuídos o limite máximo de 10 alunos,
dependendo a modalidade de tutoria e o respetivo n.º de horas a
implementar com cada aluno variar em função do respetivo PAT.

Recolha de informação
O tutor deverá recolher informação acerca do aluno junto do
mesmo bem como junto do DT/CT. Poderá, ainda, recorrer a outras fontes
que julgue apropriadas. A informação recolhida deverá orientar a
definição dos objetivos e atividades do Plano de Ação Tutorial (PAT).

Elaboração do Plano de Ação Tutorial (PAT) – Anexo 1


O Plano de Ação Tutorial (PAT) consiste num documento síntese da
informação relativa ao aluno, objetivos definidos para o acompanhamento
tutorial e atividades previstas para a sua concretização. Para cada aluno
deverá ser elaborado um Plano de Ação Tutorial (PAT), conforme modelo
definido para o efeito. O PAT deverá ser elaborado pelo tutor em conjunto
com o aluno e de forma articulada com o DT e com o EE.

Implementação do Plano de Ação Tutorial (PAT)


O tutor implementará as atividades previstas em conformidade com
o definido no PAT.

Monitorização/Avaliação do Plano de Ação Tutorial (PAT)


O PAT deverá ser alvo de monitorização/avaliação (a definir).

v. Mecanismos de monitorização/avaliação do projeto


O projeto deverá ser alvo de monitorização/avaliação (a definir).

vi. Articulação/Colaboração
O coordenador do projeto deverá articular/colaborar com os
coordenadores da Equipa Multidisciplinar e da SaCE através da realização
de reunião semanal e deverá integrar a Equipa Multidisciplinar Alargada.
Os tutores deverão articular de forma estreita com os Diretores de
Turma dos alunos que acompanham e, sempre que necessário, com o
respetivo Conselho de Turma.
Não obstante ao papel do tutor de acompanhamento do aluno, o
conselho de turma e o diretor de turma, em particular, desempenham
uma ação preponderante que se pretende seja suficiente. O recurso ao
tutor será a exceção, para as situações em que seja imprescindível um
acompanhamento mais próximo e personalizado.
III. Condições de concretização/implementação
A implementação do projeto deve acautelar alguns aspetos,
nomeadamente, elaboração do projeto de tutoria, constituição e
formação da equipa de tutores, definição de mecanismos de
sinalização/encaminhamento, construção de instrumentos/materiais de
apoio à ação tutorial e organização de outras condições (recursos físicos,
materiais, outros).

IV. Documentação de apoio


Deverá ser construída documentação de apoio à implementação do
projeto e ao acompanhamento tutorial.

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