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Paisagens agrárias

O espaço rural ocupa uma parte significativa do território português e nele se desenvolvem as
actividades agrícolas, mas também outras, como o artesanato, o turismo e a produção de
energias renováveis que, actualmente, têm cada vez maior expressão.

No espaço rural, destaca-se o espaço agrário - áreas ocupadas com a produção agrícola
(vegetal e animal), pastagens e florestas, habitações dos agricultores e, ainda, infra-estruturas e
equipamentos associados à actividade agrícola (caminhos, canais de rega, estábulos, etc). No
espaço agrário, individualizam-se:

O espaço agrícola - área utilizada para a produção vegetal e/ ou animal;


A superfície agrícola utilizada (SAU) - área do espaço agrícola ocupada com culturas.
- Inclui: terras aráveis, horta familiar, culturas permanentes e pastagens permanentes.

No espaço rural, as diferentes culturas, a forma e o arranjo dos campos, a malha dos caminhos e
o tipo de povoamento dão origem a diferentes paisagens agrárias.
Os sistemas de cultura - conjunto de plantas cultivadas, forma como estas se associam e
técnicas utilizadas no seu cultivo - são diferentes de região para região, devido, essencialmente,
a factores relacionados com o relevo, o clima e os solos.

Nos sistemas intensivos, o solo é total e continuamente ocupado e, nos tradicionais, é comum a
policultura - mistura de culturas no mesmo campo e colheitas que se sucedem umas às outras.
São sistemas utilizados em áreas de solos férteis e de abundância de água, mesmo no Verão, e
de mão-de-obra agrícola numerosa. Por isso, predominam as culturas de regadio - que precisam
de rega regular.

Estes sistemas dominam, sobretudo, nas regiões agrárias do Litoral Norte, na Madeira e em
algumas ilhas dos Açores.

Nos sistemas extensivos, tradicionalmente dominantes em Trás-os-Montes e no Alentejo, não


há uma ocupação permanente e contínua do solo. Pratica-se, habitualmente, a rotação de
culturas - a superfície agrícola é dividida em folhas (sectores) que, rotativamente, são, em cada
ano, ocupadas com culturas diferentes, alternando os cultivos principais com espécies que
permitem melhorar a qualidade do solo. Por vezes, utiliza-se o pousio - uma folha permanece
em descanso sem qualquer cultivo. Este sistema tradicional é praticado em áreas de solos mais
pobres e secos no Verão, associando-se à monocultura - cultivo de um só produto no mesmo
campo - e às culturas de sequeiro - com pouca necessidade de água.

Actualmente, os sistemas extensivos (sem pousio) associam-se a uma agricultura mecanizada e


voltada para o mercado, sobretudo nas regiões do Alentejo e do Ribatejo e Oeste.

As paisagens agrárias são também caracterizadas pela morfologia - aspecto dos campos no que
respeita à forma e dimensão das parcelas e à rede de caminhos.

Nas regiões de Entre Douro e Minho, Beira Litoral, Algarve, Madeira e em algumas ilhas dos
Açores, predominam as explorações de pequena dimensão, constituídas por várias parcelas de
forma irregular e quase sempre vedadas - campos fechados - com muros ou renques de árvores
e arbustos, que delimitam a propriedade e protegem as culturas do vento e da invasão do gado.

No Alentejo e no Ribatejo e Oeste, predominam as explorações de média e grande dimensão e


vastas parcelas de forma regular que, embora actualmente se encontrem, na sua maioria,
delimitadas por sebes metálicas, eram tradicionalmente campos abertos - sem qualquer
vedação.

A diversidade das paisagens agrárias resulta também das diferentes,


que variam desde a aglomeração total à pura dispersão fig. 3.

Fonte: Geografia A – Rodrigues, Arinda (et tal), Texto Editora

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