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SALMOS
Uma Vista Panorâmica dos Salmos (por Brent Lewis)
Os Salmos Penitenciais (por Ralph Walker)
Os Salmos Imprecativos (por David Holder)
Os Salmos dos Degraus ou das Subidas (por David Posey)
Os Salmos de Aleluia (por Melvin D. Curry)
Os Salmos de História (por C. G. "Colly" Caldwell)
Os Salmos Acrósticos (por Thaxter Dickey)
Os Salmos Messiânicos 1 (por L. A. Stauffer)
Os Salmos Messiânicos 2 (por L. A. Stauffer)
Os Salmos "Oni" (por Don Truex)
Os Salmos da Criação (por Dan Petty)
Os Salmos da Família (por Gary Ogden)
Os Salmos sobre a Palavra de Deus 1 (por Earl Kimbrough)
Os Salmos sobre a Palavra de Deus 2 (por Earl Kimbrough)
Os Salmos da Busca de Deus (por Rod Amonett)
Os Salmos de Libertação (por Warren Berkley)
O Salmo "Ah Se . . ." (por Bill Moseley)
O Salmo "Até Quando?" (por Harold Tabor)
O Salmo de "Por Quê?" (por John M. Kilgore)
O Salmo da "Loucura das Riquezas" (por Harry E. Payne, Sr.)
Os Salmos e os Perversos (por Mark White)
O Salmo do Grande Pastor (por Ron Edwards)
Os Salmos de Supremo Louvor (por Mike Schmidt)
O Salmo do Homem Fiel (por Jim Ward)
O Salmo de Deus Pai e de Deus Filho (por Robert F. Turner)
O Salmo da Unidade (por Barry Hudson)
Vamos dar maior atenção aos Salmos. Neles, nos esperam ricos
tesouros do grande depósito de Deus. Leia os artigos que se seguem
e veja se você não está estimulado a uma maior apreciação desta
parte da revelação inspirada de Deus, e as várias mensagens nela
contidas.
Os Salmos Penitenciais
(Salmos 6, 37, 38, 51, 143)
por Ralph Walker
Lendo (para esta tarefa) os escritos no diário de Davi, que descrevem suas
lutas com o pecado, descobri duas coisas. Primeiro, senti uma atitude diante do
pecado que não me é familiar. Segundo, vi um padrão de pensamento emergir
dos vários textos (Salmos 6, 37, 38, 51, 143).
O padrão da penitência
Ainda que todos os passos que eu discuto aqui não sejam encontrados em
cada salmo examinado, vejo repetição suficiente para chamar a isto um
padrão.
Quando releio a descrição de seu pecado, por Davi, dou-me conta que
realmente não conheço esta profundidade de sentimento. Não me recordo de
ser tão esmagado em espírito como foi Davi, quando ele pecou. Não posso
desculpar isso baseado em que não fiz nada para merecer um esmagamento
semelhante. Pecado é pecado, e meus pecados são tão mortais para minha
alma como os dele foram para ele. Ah, se eu pudesse ver o pecado como Davi
e Deus o vêem! Se Deus me ajudar, verei.
Não somente Davi confessa sua pecaminosidade, mas confessa também dois
fatos sobre Deus. Primeiro, ele admite que Deus é justo. Ainda que Davi
esteja sofrendo tremendamente nas mãos deste Deus, ele reconhece que isso
é merecido. Deus, como Juiz e Carcereiro, é justo, e Davi não é alguém
encarcerado indevidamente, como ele o vê. Quando o salmista roga pela
libertação da punição e da dor, é na base da justiça de Deus; ele pagou o
preço, aprendeu suas lições e pede absolvição. Ele até se vale da justiça de
Deus como o apoio de que precisa para recuperar seu favor.
Segundo, Davi confessa a amorosa bondade de Deus. Parece estranho que
um homem, sendo assim esmagado por Deus, esteja elogiando seu amor.
Ainda que pais freqüentemente falem de amor e punição na mesma frase
("Porque eu te amo, estou te batendo"), nenhuma criança sob o castigo
associaria estas palavras uma a outra como Davi o faz. Davi sabe que Deus o
ama. Este é o único raio de esperança em toda sua escuridão. Como o Salmo
130:3 o mostra, se Deus não amar, quem permanecerá?
Selah.
Os Salmos Imprecativos
(Vários, Veja Abaixo)
por David Holder
Oramos para que os ímpios possam conhecer Jesus e seu amor; oramos para
que eles procurem seu perdão e justiça. Ao mesmo tempo, oramos por justiça,
honra e verdade. Oramos para que o mal seja diminuído e vencido (Apocalipse
6:12-17; 14:9-12; 16:4-7; 18:1-19:7), para que cada joelho se dobre diante de
Jesus e cada língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus
Pai (Filipenses 3:9-11).
Estes quinze Salmos amplificam o tema dos peregrinos saudosos dos pátios de
Deus. Há um desejo intenso por parte dos "sem lar" de estarem "na Casa do
Senhor" (134:1), porque é onde mora o Senhor (132:14). Portanto, o salmista
está alegre "quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor" (122:1). Mas,
antes que pudessem permanecer na casa de Deus, eles tinham que fazer uma
viagem, uma viagem cheia de perigos e armadilhas. Esta viagem ficava
deprimente, às vezes: "A nossa alma está saturada do escárnio dos que estão
à sua vontade e do desprezo dos soberbos" (123:4). Mas continuavam
caminhando, sabendo que: "O nosso socorro está em o nome do Senhor,
criador do céu e da terra" (124:8).
Cerca do ano 125 d.C., Aristides escreveu numa carta a um amigo, "Se
qualquer homem justo entre os cristãos passa deste mundo, eles se regozijam
e oferecem graças a Deus, e acompanham o seu corpo com cânticos de
agradecimento, como se ele estivesse partindo de um lugar para outro
próximo." Mas precisamos fazer peregrinação antes de ficarmos
permanentemente na casa do Senhor. Nós, também, precisamos acampar "em
Meseque" e habitar "nas tendas de Quedar"! (120:5). Ficamos desiludidos com
este mundo e repetimos as palavras daqueles que estão cansados dos lábios
mentirosos e da língua enganadora (120:2), fartos de morar tanto tempo com
aqueles que odeiam a paz (120:6), enjoados das atitudes arrogantes daqueles
que são demasiadamente orgulhosos para confiar em Deus (123:4); exaustos
de "sendas tortuosas" (125:5).
Os Salmos de Aleluia
(Salmos 113-118)
por Melvin D. Curry
Os Salmos 113-118 são salmos "órfãos;" eles não têm autor indicado. Muitos
salmos têm cabeçalhos que dão informações sobre autoria, ambiente histórico,
melodia, função, etc., mas estes não. Portanto, quando não há cabeçalho,
deve-se depender do contexto do salmo para revelar tais assuntos. Para citar
um exemplo, o ambiente histórico do Salmo 114 é o êxodo: "quando saiu Israel
do Egito, e a casa de Jacó, do meio de um povo de língua estranha, Judá se
tornou o seu santuário, e Israel, o seu domínio" (114:1-2).
Os Salmos de História
por C.G. "Colly" Caldwell
A História envolve experiência. O que eu fiz, aonde fui, o que os outros fizeram
comigo, para mim e contra mim, tudo está alojado em minha mente. É parte da
minha vida. A História envolve educação. O que cheguei a saber sobre o
passado de meus antecessores, nas escolas que freqüentei e na escola da
observação é também significativo para meu entendimento e para o que faço
agora. A História é avaliação. O que cheguei a discernir a meu respeito e de
outros, entre todos aqueles eventos que confiei à memória, é parte de como eu
raciocino. É, portanto, importante com respeito a quem eu sou.
Deus usou a História, e a memória de Israel desta História, para motivar seu
povo a louvá-lo e viver justamente. Ele fez com que Moisés e Josué
recordassem os grandes feitos que ele tinha realizado. As crônicas de seus
reis identificaram os pecados de seus dirigentes e a degradação do povo, que
se seguiu. Mais tarde, ele trouxe o seu passado à memória, na pregação de
Pedro e Estêvão.
Nos Salmos, grandes relatórios extensos das obras de Deus são apresentados
nos capítulos 78, 105, 106, 135 e 136. Outra informação histórica é registrada
em capítulos como 77, 89, 132 e numerosos outros que às vezes elaboram um
único acontecimento.
Deus tinha dado uma lei a Israel. Essa lei não era só para uma geração.
Aqueles que a receberam deveriam passá-la adiante para seus filhos, que a
passariam aos seus netos que ainda iriam nascer.
Contudo, saber e esperar não é o bastante. Temos que ser fiéis a Deus e
guardar seus mandamentos (Mateus 7:21). Temos que aprender, não somente
com Deus, mas com as gerações obstinadas e rebeldes do passado, cujos
corações não foram corrigidos "e cujo espírito não foi fiel a Deus".
Os Salmos Acrósticos
por Thaxter Dickey
SALMO
119 A bondade da lei de Deus não é exprimida totalmente apesar do fato que o
salmista usa cada letra oito vezes antes de passar à seguinte.
145 O amor de Deus é um tema para todos os homens (versículo 4), e para
todas as letras do alfabeto, também.
Talvez a explica-ção mais razoável para os salmos acrósticos seja que a forma
é uma parte da men-sagem. Usar o alfabeto inteiro é uma forma de dizer: Aqui
está um tema grande; é preciso o alfabeto inteiro para dizê-lo. Tal é
certamente o caso do salmo acróstico mais familiar, o Salmo 119, que está
escrito para louvar a maravilhosa lei de Deus. Este também parece ser o
motivo do uso da forma em acróstico nas Lamentações, capítulos 1 a 4, que a
desgraça do povo de Deus é completa. No livro de Provérbios, os versículos
em louvor da mulher digna também são em forma de acróstico alfabético, como
se para dizer que nem todas as letras do alfabeto podem esgotar seu louvor.
Deus nos abençoou com o maravilhoso dom da linguagem. Que melhor uso
podemos fazer dela do que louvando-o e ensinando outros sobre ele? Mas,
mesmo com o quase ilimitado poder e flexibilidade da linguagem, jamais
esgotaremos seu louvor.
"Messias" corresponde ao hebraico ou aramaico para "Cristo", que por sua vez
se traduz do grego como "o ungido". Alguma forma da palavra é usada várias
vezes nos Salmos para descrever a natureza do futuro guia de Israel. Os
salmistas, no papel de profetas, retratam o futuro Messias tão vividamente
como quaisquer outros escritores do Velho Testamento, com a possível
exceção de Isaías. Eles cantam sua eterna existência, linhagem e
humanidade, vida de adversidade, e morte, ressurreição, coroação e domínio à
direita de Deus.
Pré-existência
Dois salmistas aludem à eterna existência e divindade do futuro rei. Davi abre
o Salmo 110: "Disse o Senhor ao meu senhor: Assenta-te à minha
direita" (110:1). Em confronto com os fariseus, Jesus, o próprio Messias, apela
para este salmo para provar sua natureza eterna. Ele é mais do que um
descendente de Davi, porque neste Salmo Davi o chamou: "Senhor". Como
Jesus argumenta: "Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu
filho?" (Mateus 22:42-46). Muito antes que ele se tornasse filho de Davi na
carne, o Messias, como Deus, era o Senhor de Davi. Ele é especialmente
identificado como Deus pelos filhos de Coré, que cantam sobre sua unção por
Jeová: "O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre" (Salmo 45:6; Hebreus 1:8).
Encarnação
Entretanto o Ungido se tornou carne. Jeová, que ungiu e exaltou o príncipe que
viria, tinha feito uma aliança com Davi: "Para sempre estabelecerei a tua
posteridade e firmarei o teu trono de geração em geração" e "um rebento da
tua carne farei subir para o teu trono" (Salmo 89:3-4; 132:11; Atos 2:30).
"O Senhor", "Ó Deus" o Messias seria também o filho de Davi; Ele habitaria
temporariamente na carne, seria nascido de uma mulher, tornaria-se um
participante de carne e sangue com os cidadãos do reino (veja João 1:14;
Gálatas 4:4; Hebreus 2:14).
Vida
Morte
Esperança e Ressurreição
Os salmistas também viram o Ungido rejeitado por seus pares, como uma
pedra inadequada, rejeitada pelos construtores; entretanto, uma pedra que se
tornou a principal pedra angular uma fundação para a casa espiritual de Deus
e uma rocha de ofensa que esmaga até o pó os desobedientes (Salmo 118:22-
23; Mateus 21:42, 44; 1 Pedro 2:4-7).
Ascensão e Reinado
Sacerdote e Intercessão
Davi, o doce cantor de Israel, prevê, como o faz o profeta Zacarias, o rei como
um sacerdote em seu trono: "O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és
sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" (Salmo 110:4;
veja Zacarias 6:12-13)
Os Salmos "Oni"
(Salmos 139, 147)
por Don Truex
Fiquei aliviado ao saber que minha tarefa era descrever as características "Oni"
de Deus, e não explicá-las. Neste assunto, tenho que concordar com Davi, que
confessou que "Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é
sobremodo elevado, não o posso atingir" (Salmo 139:6). De fato, o
conhecimento destes detalhes não somente ultrapassa nossa compreensão,
mas nossa imaginação também. Além do mais, não temos padrão humano pelo
qual medir suas divinas características. Mas, agora, a descrição é algo que
Davi faz lindamente.
A maioria de nós temos que confessar francamente que é raro nos vermos
honestamente. Mas Deus vê. Ele nos conhece completamente. Ele é o
primeiro a dizer "Bom dia", quando nos levantamos e o primeiro a perscrutar
nossa atividade durante o dia: "Sabes quando me assento e quando me
levanto . . . Esquadrinhas o meu andar . . . e conheces todos os meus
caminhos" (139:2,3). Ele sabe o que pretendemos dizer, o que de fato
dizemos, o que desejaríamos ter dito, e o que pensamos sobre dizer: "Ainda a
palavra me não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda" (139:4). E
note como o salmista torna pessoal esta doutrina: "Sabes quando me assento e
quando me levanto . . . todos os meus caminhos". A criação é o mais grandioso
experimento de Deus e a humanidade sua maior obra. Como um criador e
sustentador bondoso e justo, ele tem conhecimento do mais minucioso
pormenor de nossas vidas.
Não é simplesmente que Deus nos conheça, mas ele é sempre nosso
companheiro e benfeitor. Sua presença não é para ser evitada (e por que os
homens justos quereriam isso?), "pois nele vivemos, e nos movemos, e
existimos" (Atos 17:28). Altura, profundidade, velocidade, trevas, luz; nenhuma
é suficiente para nos esconder da presença de Deus. Isto não é para retratar o
Pai como um policial cósmico, observando cada movimento de cada criatura,
ansioso para saltar com prazer sobre nossas faltas. Sua presença é
principalmente para nosso bem. Que maravilhosa segurança é para seus filhos,
que, não importa o tempo ou o lugar, aí "me haverá de guiar a tua mão, e a tua
destra me susterá" (139:10).
Talvez seja isto o que faz do pecado o crime hediondo que é. Ele não é
cometido no segredo que ingenuamente pensamos que a escuridão oferece. O
pecado é uma afronta ao Todo-poderoso e à sua face. É traição da mais alta
ordem, cometida aos próprios pés de seu trono. E assim, ele
pergunta: "Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, que eu não o veja diz o
Senhor; porventura, não encho eu os céus e a terra?" (Jeremias 23:24).
Os Salmos da Criação
(Salmos 8, 33)
por Dan Petty
Este hino triunfante abre com um chamado aos santos do Senhor para dar
louvor a ele pela sua palavra e obra (33:1-4). Eles devem usar todos os meios
de expressão possíveis e adorá-lo com júbilo (33:3). De tal adoração é digno
alguém que é retratado por tais qualidades morais como, "fidelidade", "retidão",
"justiça" e "bondade" (33:4-5).
Saber que tudo o que existe veio a ser criado do nada pela ordem de Deus é
ser confrontado com a pura criação, e só por isso que Deus merece todo o
louvor (Salmo 148:5; Hebreus 11:3). Em linguagem figurada, o salmista
descreve a obra criadora de Deus fazendo os oceanos, tão sem esforço como
alguém encheria um jarro com água ou um depósito de água num
"reservatório" (33:7; Gênesis 1:9-10). Ele simplesmente "falou, e tudo se
fez" (33:9). Portanto, todos os habitantes da terra deveriam estar cheios de
reverência e temor de sua poderosa força (33:8).
Deus é mais para sua criação do que seu Criador. Ele também é o rei
soberano, dominando todos os negócios dos homens. Povos e nações e sua
sabedoria ou servem os propósitos imutáveis de Deus ou acabam em nada
(33:10-12; veja Isaías 44:25-28; 45:4-13). Mas ele abençoa a nação que o
serve.
Esta verdade é baseada no fato que Deus vê toda a atividade humana e, sendo
o Criador dos homens, entende todos os planos e motivos humanos (33:13-
15). Tal percepção deveria lembrar-nos de que, como Deus é nosso Criador,
ele também é aquele que julga até "os pensamentos e propósitos do
coração" (Hebreus 4:12-13).
"Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!"
Assim começa e termina o Salmo 8, o cântico de Davi em louvor a Jeová. Esta
declaração de abertura e fechamento é o tema principal do salmo, e Davi vê a
evidência da majestade de Deus manifestada em sua criação tanto do
universo como do homem. É uma verdade refletida por outros salmos de Davi
(19:1), pelos escritores do Novo Testamento (Romanos 1:20), e por muitas
pessoas ponderadas e prudentes que consideraram os céus e a terra a
evidência do propósito, poder e sabedoria neles refletida (Jó 12:7-9; Jeremias
5:21-25).
Entretanto, a pergunta já aponta para sua resposta, pois qual outro ser em toda
a criação de Deus tem o conhecimento até para fazer tal pergunta? Na
verdade, o homem não se encontra embaixo do resto da criação, mas acima
dela. Criado à imagem de Deus (Gênesis 1:26), o homem foi feito um pouco
abaixo de Deus e, assim, é a coroa de glória da grande criação de Deus (8:5).
Os Salmos da Família
(Salmos 127, 128)
por Gary Ogden
Há muita coisa dita na Bíblia sobre as boas relações familiares. Os Salmos 127
e 128 são, de fato, gêmeos, abordando o assunto da família de ângulos
diferentes. Vamos recolocar em nossos lares os princípios afirmados nestes
dois Salmos.
Note a idéia destes trechos: Em vão levantam cedo e ficam até tarde penando
pelo alimento pois ele concede o sono àqueles que ama (127:2); quando
comerem do trabalho das tuas mãos, serão felizes, e tudo estará bem com
vocês (128:2). Hoje em dia o trabalho pode ser um teste real de perseverança
e de manutenção das coisas dentro da perspectiva correta. De alguma
maneira o filho de Deus tem que encontrar um modo de ocupar-se nos seus
negócios, fazer um bom trabalho para o chefe, usar seu pagamento
prudentemente e deixar o resto com Deus. Uma disposição irritável,
apreensiva, causa grande estrago na família. Uma falta de contentamento é
freqüentemente a causa. Para certas famílias, não faz diferença quanto
dinheiro se ganha; nunca é suficiente. Maus hábitos de gasto de dinheiro
criam tensão, preocupação e discórdia.
Uma das atitudes que prevaleceram entre os antigos era que os filhos eram
uma dádiva de Deus. Eles suplicavam a Deus por filhos e consideravam ter
uma grande família como um benefício. Muitas pessoas vêem os filhos como
uma maldição e uma praga a ser erradicada. Por que temos tantos filhos
indesejados hoje em dia? Muito simples, as pessoas não temem o Senhor e
não andam em seus caminhos.
Se você tiver uma boa esposa e uma casa cheia de filhos bem comportados,
você é verdadeiramente um homem abençoado. Os bons filhos olham pelo
bem-estar dos pais nos dias de enfermidade e da velhice; eles abraçam as
causas de seus pais quando precisam de um defensor; eles produzem netos
que se tornam a "coroa dos velhos" (Provérbios 17:6).
Ainda não sou avô, contudo já estou apto, por motivo da idade e da prudência.
Tenho um bom número de amigos que declaram que ter netos é uma grande
recompensa. Se os filhos são como ter "oliveira, à roda da tua mesa" (Salmo
128:3), os netos são como ter bolo de chocolate durante o dia todo. A melhor
coisa com os netos é que eles lhe dão ainda uma nova oportunidade de
preparar uma alma para a eternidade. Ajudemo-los a temer a Deus e andar
nos seus caminhos.
O salmista conclui com uma oração: "O Senhor te abençoe desde Sião, para
que vejas a prosperidade de Jerusalém durante os dias de tua vida, vejas os
filhos de teus filhos. Paz sobre Israel!" (128:5-6). Precisamos estar orando por
nossas famílias. Espero e oro para que você e os seus façam do Senhor o
centro de seu lar, que você o tema e ande nos seus caminhos, que você trate
sua família como uma dádiva preciosa de Deus e que a paz no coração e a
prosperidade prevaleçam em seu lar.
A descrição da Palavra
Os títulos da palavra de Deus incluem toda sua revelação ao seu povo. "A
lei" não é um livro de preceitos sem vida, mas a expressão viva da vontade de
Deus. É o "testemunho do Senhor", em que testemunha seu sentimento e sua
natureza. O testemunho consiste nos "preceitos do Senhor", as regras
definitivas para o homem, claramente demarcadas na lei. São mais ainda
descritas como "o mandamento do Senhor". A lei é a prescrição de Deus do
dever do homem. O mandamento é também visto como "o temor do Senhor".
Isto descreve sua relação com seu propósito. Seu alvo é criar a reverência
pela pessoa e vontade de Deus. "O temor do Senhor" compreende seus juízos.
Ele descreve a sabedoria pela qual Deus rege seu povo na execução de sua
vontade.
O caráter da Palavra
O efeito da Palavra
Estes versículos contam o que a lei faz pelo povo de Deus. Ela converte
(restaura) "a alma". A revelação sozinha traz o homem decaído a Deus e faz
dele o que Deus pretendia desde o começo. Ela transforma "o simples" num
homem de sabedoria. Pela revelação, o filho de Deus conhece coisas que os
homens mais sábios não podem saber sem ela (1 Coríntios 1:20-25). "Ensina
aos mansos o seu caminho" (Salmo 25:9). A lei leva alegria ao "coração",
dando uma consciência limpa àqueles que a guardam. Há alegria em
submeter-se à vontade de Deus, não somente porque é justa, mas porque,
sendo justa, ela própria é a fonte da alegria. O mandamento "ilumina os olhos".
É uma luz que guia aqueles que andam nela (Salmo 119:105). Os últimos
efeitos são implícitos pelos traços declarados: durável, verdadeiro e justo. A lei
é a fonte da qual flui tudo o que é permanente, autêntico e virtuoso neste
mundo.
O valor da Palavra
O valor da palavra excede qualquer coisa que a criação tenha guardado. Davi
viu as qualidades da lei de Deus como mais desejáveis do que a riqueza e
mais agradável do que os melhores deleites da terra (19:10). É observando
estas qualidades duradouras da revelação que o servo de Deus é admoestado
(19:11). Aqui está o valor culminante da lei. Ela dá bênçãos, mas estas não
vêm sem compromisso (19:11). Assim, a admoestação é essencial. Contudo, o
galardão prometido não somente vem depois de guardar os mandamentos de
Deus, mas vem enquanto estão sendo guardados. Ela traz bênçãos agora e
na eternidade.
O Salmo termina com uma oração por auxílio para guardar a palavra de Deus
(19:12-14).
Os Salmos da Palavra de Deus (2)
(Salmo 119)
por Earl Kimbrough
"Teus testemunhos"
Mais geral do que lei, "testemunhos" sugerem que a lei de Deus é seu
testemunho de sua vontade e pessoa. O uso de "testemunhos" mostra que o
salmista encarava a lei, não como um conjunto impessoal de legislação, mas
como as vibrantes declarações de Deus sobre si mesmo, seu pensamento e
sua relação como seu povo. Ele exprime a mesma devoção
aos"testemunhos" de Deus que ele tem para com a "lei" de Deus. A confiança
de Davi na palavra de Deus é tão segura que ele diz: "Também falarei dos teus
testemunhos na presença dos reis e não me envergonharei" (119:46).
"Teus caminhos"
"Teus preceitos"
"Teus decretos"
Estes são decretos de Deus como Divino Legislador. Quatro palavras (ou seus
sinônimos) mostram repetidamente a devoção de Davi à palavra de Deus sob
seus vários conceitos: "ensinar", "amar", "meditar" e "guardar". "Ensina-me os
teus preceitos" (119:12). "Terei prazer nos teus decretos" (119:16). "Meditarei
nos teus decretos" (119:46). "Induzo o coração aguardar os teus
decretos" (119:112). A incomensurável reverência pela palavra de Deus é
lindamente expressada nas palavras: "Teus decretos são motivo dos meus
cânticos, na casa da minha peregrinação" (119:54).
"Teus mandamentos"
"Teus juízos"
"Tua palavra"
"Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus,
suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo" (Salmo
42:1,2). Com poucas palavras simples os Filhos de Coré descrevem uma cena
da vida cotidiana que nos ajuda a entender o desesperado anseio do homem
justo por Deus.
Tais gritos pela assistência de Deus são com confiança, sabendo que Deus
cuida de nós e agirá em nosso favor: "Por que estás abatida, ó minha alma?
Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a
ele, meu auxílio e Deus meu" (Salmo 42:5).
Davi ansiava pelo tempo quando ele ofereceria em sua tenda "sacrifício de
júbilo; cantarei e salmodiarei ao Senhor" (Salmo 27:6).
Os Salmos de Libertação
(Salmo 31)
por Warren Berkley
A provação de Davi. Ele foi apanhado "no laço", ou seja, na armadilha dos
seus inimigos (31:4) e cercado pela idolatria (31:6). Ele estava sofrendo aflição
e angústia da alma (31:7) nas mãos de seus inimigos (31:8). Ele estava sendo
caluniado e conspiravam contra ele (31:13). Ele disse: "Compadece-te de mim,
Senhor, porque me sinto atribulado; de tristeza os meus olhos se consomem, e
a minha alma e o meu corpo. Gasta-se a minha vida na tristeza, e os meus
anos, em gemidos; debilita-se a minha força, por causa da minha iniqüidade, e
os meus ossos se consomem. Tornei-me opróbrio para todos os meus
adversários, espanto para os meus vizinhos e horror para os meus conhecidos;
os que me vêem na rua fogem de mim"(31:9-11).
A reação de Davi a esta provação foi procurar refúgio no senhor. "Em ti,
Senhor, me refugio; não seja eu jamais envergonhado; livra-me por tua justiça.
Inclina-me os ouvidos, livra-me depressa; sê o meu castelo forte, cidadela
fortíssima que me salve. Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; por
causa do teu nome, tu me conduzirás e me guiarás. Tirar-me-ás do laço que,
às ocultas, me armaram, pois tu és a minha fortaleza. Nas tuas mãos entrego
o meu espírito; tu me remiste, Senhor, Deus da verdade" (31:1-5). Por causa
de sua predisposição de confiança no Senhor, esta foi a reação de Davi: pregar
(31:23-24), louvar (31:19-21) e chorar ao Senhor seu Deus (31:22).
Lutero disse que este Salmo "é falado na pessoa de Cristo e seus santos, que
são afligidos toda a sua vida, internamente pelo tremor e o alarme,
externamente pela perseguição, a calúnia e o desprezo, por amor da palavra
de Deus, e mesmo assim são livrados por Deus de todos eles e confortados."
Isto parece ter alguma base boa, desde que o Salvador crucificado usou
palavras que começam no versículo 5, no momento de sua morte (veja Lucas
23:46; também, a messiânica interpretação do versículo 10 seria Cristo
suportando os pecados do mundo).
Quantas vezes muitos de nós têm dito: "Ah se..." seguido por "o que poderia
ter sido!" O Salmo 81, demonstra este conceito, lidando com "o que poderia ter
sido" para Israel "se" eles tivessem feito certas coisas. A nação nunca
percebeu o potencial que Deus tinha para ela em muitas áreas. Ah se ela
tivesse se submetido aos justos estatutos e julgamentos de Deus, como teriam-
se conduzido de modo diferente, até mesmo quando Cristo veio ao mundo.
Deus tem sempre desejado que seu povo o louve, como é visto nos versículos
de abertura do Salmo. Deus é "nossa força", e como tal deveríamos "cantar
alto" a ele. Uma base para esta adoração são os benefícios antes concedidos
à nação. No versículo 6, notamos que Deus removeu a carga do Egito, e como
isto ficou firmemente gravado nas mentes de Israel. Sua escravidão tinha sido
levantada de seus ombros, quando foram libertados "dos cestos." No tempo da
sua aflição, Deus livrou-os (81:7). Quando eles clamaram a Deus, ele
respondeu no tempo da aflição. Em seguida, ele provou-os em Meribá.
Então Deus os assegura de que ele na verdade é seu Deus, que os tirou do
Egito (81:10). Eles têm que abrir "bem a tua boca", e a promessa é que "ta
encherei". "Abrir as bocas" indica uma necessidade de bênçãos de Deus;
estas pessoas foram os recipientes onde Deus colocaria sua bondade.
Entretanto, eles se recusavam a ouvir seu Deus (81:12), e então, como ele
freqüentemente fez, Deus "abandonou-os", deixando que andassem conforme
seus próprios caminhos.
Então nos aproximamos do trecho "Ah se . . ." do Salmo, no versículo 13. Ali
Deus clama: "Ah! Se o meu povo me escutasse, se Israel andasse nos meus
caminhos!" Ou, como poderíamos dizê-lo: "Ah se . . . eles tivessem feito estas
coisas!" O que então viria em seguida?
Primeiro, Deus lhes diz que ele teria subjugado seus inimigos. Em vez disso,
por causa da recusa deles a ouvir a Deus, ele freqüentemente usou aqueles
inimigos como instrumentos de destruição entre eles. Como isto é claramente
visto em acontecimentos tais como quando foram arrastados ao cativeiro na
Babilônia! Isto não precisava ter acontecido; ah se eles tivessem voltado suas
costas à sua idolatria, revertido sua conduta e retornado a Deus. A destruição
de seus inimigos dependia deles ouvirem a Deus e andarem em seus
caminhos.
A primeira parte deste salmo mostra-nos como o povo deveria ter-se conduzido
diante de Deus. Ah se . . . ele tivesse feito isto, a última parte demonstra o que
Deus poderia ter feito por eles.
Podemos fazer uma aplicação disto em nossas vidas, como povo de Deus de
hoje? Este escritor está persuadido de que podemos! Quando chegamos a
ficar diante de Deus em julgamento, e é nossa sina ouvi-lo dizer: "Apartai-vos
de mim, nunca vos conheci", pode escapar-nos o pensamento que ah se eu
tivesse servido fielmente a Deus o que "poderia ter sido"! Os Salmos são
independentes do tempo; suas lições são valiosas, pois no final das contas,
nós não somos, como povo de Deus, hoje, muito diferentes daqueles que
originalmente receberam estes maravilhosos escritos?
Ao mestre de canto,
Salmo de Davi
Entretanto Jeová não "esquece" seu povo. Ele nunca deixa de amar seus
filhos. Jeová não vai esquecer nem abandonar seu povo. Ele pode "esconder"
sua face de seu povo e permitir que sofrimento físico e emocional aconteçam,
como é ilustrado na vida de Jó. Mas Jeová está tentando ensinar uma lição,
que não podemos fazer nada em nós mesmos. Precisamos aprender fé,
oração e esperança. Estas lições nos ensinarão sobre a fonte de força e
felicidade nesta vida. Tudo isto é para ensinar-nos a dependência que temos
em Jeová. Não podemos fazer nada em nós mesmos e de nós mesmos.
O pronome pessoal no início do verso cinco pode ser expressivo. "Eu, até
mesmo eu, tenho confiado" traduz uma palavra significando confiar em,
depender de, ter confiança em. A palavra hebraica "misericórdia" (hesed) inclui
o sentido mais geral de benevolência ou boa vontade.
"Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração
limpo!" (73:1) e "Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as
mãos na inocência. Pois de contínuo sou afligido, e cada manhã,
castigado" (73:13-14). Entre estas duas declarações de Asafe, ambas
introduzidas por "com efeito", encontra-se um caminho penoso, ligando o vale
da desilusão e da dúvida ao topo da montanha da confiança e da certeza. A
jornada foi necessária pela realidade do mundo de Asafe, onde ele observava a
prosperidade e a proteção dos ímpios (73:3) e as dores e aflições dos justos
(73:13-14), e perguntava "Por quê?" Por que um bom Deus permite esta
injustiça? É ele realmente bom para Israel, o puro de coração? Para Asafe,
esta não era meramente uma questão interessante para ser debatida na
academia, pois ele era aquele que sofria, até o ponto de ser invejoso dos
arrogantes ímpios (73:3) e de questionar o valor de manter puro seu coração
(73:13). Se Asafe ia manter sua fé na bondade de Deus, ele tinha que ter uma
resposta (73:2).
A interrogação a Deus é como uma espada de dois gumes. Ela pode cortar
com ambos os fios: um para a descrença e o outro para a fé. No caso dos
judeus com Jesus, suas perguntas marcavam sua descida para a cova do ódio
e do homicídio. Numa ocasião, Jesus até caracterizou o interrogatório deles
como indicação de uma geração má e adúltera (Mateus 12:39). Mas no caso
de Asafe, e de todos os discípulos verdadeiramente devotos, ele é essencial
para subir ao topo da confiança na bondade e justiça de Deus. Perguntar a
Deus "por quê" é arriscado, mas necessário.
Quando a dor é usada como o megafone de Deus para chamar nossa atenção,
nossos "por quês?" podem produzir uma fé mais profunda, pois agora estamos
prontos para ouvir a Deus. Entramos no santuário de Deus para sermos
guiados por sua revelação.
Este tipo de interrogação nos capacita a ver de novo o Deus da História, o que
ele tem feito, e onde ele (História) está indo (73:15-17). Agora podemos ver o
fim a partir do princípio e saber o que subsistirá (73:18-20). Ouvindo-o,
podemos ver que, quando estamos amargurados intimamente, somos como
um animal ignorante sem sentimentos (73:21-22), mas quando estamos dentro
do alcance de sua mão, estamos destinados à glória (73:23-24). Este tipo de
"por quê?" nos levou ao Deus de nosso maior bem para fazer dele nosso
refúgio. Proclamaremos "todos os seus feitos" (73:28).
Nosso Deus não é tão fraco que não possa enfrentar nossas perguntas, nem
tão fraco que precise acomodar nosso orgulho.
O Salmo da "Loucura das Riquezas"
(Salmo 49)
por Harry E. Payne, Sr
Nos Salmos a perversidade e os homens perversos são expostos pelo que eles
realmente são. Seu estado final é revelado, e os homens justos, lendo estes
salmos serão encorajados por eles. Estas passagens são imprecativas em tom,
porque o escritor brada a Deus por justiça. O Salmo 10 é um exemplo. Os
versículos um e dois registram um grito de protesto contra o que parece ser a
indiferença de Deus pelas injustiças dos perversos contra os pobres. "Por que,
Senhor, te conservas longe? E te escondes nas horas de tribulação? Com
arrogância, os ímpios perseguem o pobre; sejam presas das tramas que
urdiram." E, entretanto, Deus é inculpável. Pode parecer que os perversos
escapem da punição. De fato, este Salmo sugere que os próprios perversos
pensam que podem fazer tudo o que lhes agradar! O versículo 6 tem o homem
perverso dizendo: "Jamais serei abalado; de geração em geração nenhum mal
me sobrevirá". O versículo 11 diz: "Deus se esqueceu, virou o rosto e não
verá isto nunca". E, no versículo 13, o homem perverso renuncia a Deus
dizendo: "Deus não se importa". Ele realmente se convenceu de que pode
pecar com impunidade. Com efeito, ele está dizendo: "Deus não me vê. Não
serei apanhado. Mesmo que Deus de fato me veja, ele nunca me julgará!"
Mas o caso não é esse. Deus vê a aflição que seu povo experimenta nas
mãos dos perversos. Ele leva mesmo tais opressões e maus tratos em conta.
Ele sente o pesar de seu povo e ajuda-os bem do modo certo, bem no
momento justo. O salmista regozija-se porque Deus "o tens visto, porque
atentas aos trabalhos e à dor, para que os possas tomar em tuas mãos"
(10:14). Ele então ora a Deus: "Quebranta o braço do perverso e do malvado;
esquadrinha-lhes a maldade, até nada mais achares" (10:15). Pode parecer
estranho, na verdade, que o justo se regozije com a calamidade dos perversos.
Mas antes de ver tal exultação como uma vingança pessoal, deveremos
reconhecer que isto é uma parte da contínua luta entre o bem e o mal. Deus
derrotará totalmente os injustos e os perversos.
Pode ser que pensadores modernos não classifiquem tão nitidamente toda a
humanidade como perversos e justos, mas Deus o faz. Os Salmos falam deste
assunto freqüentemente. Para o salmista, não havia "meio termo". Ou um
homem é perverso (porque rejeita o domínio soberano de Deus em sua vida)
ou é justo. Salmo 14:1 é uma passagem familiar para aqueles que ouviram
bastante pregação e ensinamento. Uma lição sobre as evidências cristãs mais
cedo ou mais tarde inclui a escritura: "Diz o insensato no seu coração: Não há
Deus". Mas este salmo é, de fato, um contraste entre os ímpios e os justos.
Os justos são pessoas que confiaram no Senhor e buscam a ele e a sua
vontade (Salmo 24:5-6). Os Salmos definem os perversos como aqueles que
na prática são ateus. Deus não está nos seus corações. Um homem pode
realmente professar conhecimento acadêmico de Deus, mas se sua vida ignora
o Criador, ele é tão perverso como o próprio ateu. Se desobedecemos a Deus
e maltratamos aqueles que foram feitos a sua imagem, somos corruptos, e
portanto fazemos coisas corruptas, abomináveis (Salmo 14:1).
Tragicamente, enquanto tudo isso que foi dito sobre o Pastor seja verdadeiro,
se ele não for meu Pastor, então estarei sempre em falta. Por isso é que ele
não é chamado um pastor, nemo Pastor, mas antes meu Pastor. É tão
lamentável que haja tantos que conhecem o salmista, muitos mais que podem
recitar o salmo, mas poucos que conhecem o Pastor pessoalmente. Você o
conhece? Se sim, nada lhe falta. Se não, você nada tem.
Os Salmos de Supremo Louvor
(Salmos 100, 103)
Por Mike Schmidt
Ou, você alguma vez leu o relato de Davi dançando quando a arca era levada
para Jerusalém, e instintivamente teve a mesma reação que Mical? (Veja 2
Samuel 6).
Neste Salmo, quatro grandes bênçãos são enumeradas para você considerar:
Deus perdoa nossas iniqüidades, redime nossa vida da ruína, coroa-nos com
misericórdia e benevolência, e satisfaz nossos desejos com boas coisas
enquanto passamos pela vida. Que mais você quer? Como Tiago diz: "toda
boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto" (Tiago 1:17).
Não é assim o zombador; ele escarnece a lei de Deus, mas está condenado à
frustração e à morte. Ele ridiculariza a palavra de Deus, mas não pode destruí-
la. Ele a desobedece, mas não pode fugir dela. Ele não "prevalecerá no juízo"
(1:5). Como o homem de Amós 5:19, ele foge de um leão, somente para ser
apanhado por um urso; ele se refugia em sua casa somente para ser mordido
por uma serpente. Não há como escapar de Deus. Jonas aprendeu bem esta
lição.
Não ha maior desafio ou mais doce privilégio do que andar com Deus, como o
fez Enoque. Oh, ser justo e fazer Deus "conhecer" nosso caminho, estar em
sua amável companhia. Oh, ser abençoado, e ser uma bênção!
Então, quinto, o próprio Filho fala do decreto: "Ele me disse: Tu és meu Filho,
eu, hoje, te gerei" acrescentando mais promessas de que o Filho reinará sobre
as nações, com poder para destruir seus inimigos. O Salmo conclui, sexto,
com o poeta exortando os reis e juízes da terra: "Servi ao Senhor com temor" ,
e "Beijai o Filho para que não se irrite, e não pereçais no caminho" (veja Salmo
110).
O Israel físico era chamado "filho" de Deus e "primogênito" (Êxodo 4:22), como
o era Efraim (Jeremias 31:9). Neste caso, os termos implicavam "o favorecido"
ou "o exaltado," sem referência à genética. Os leitores da Bíblia sabem que a
"semente" de Davi seria chamada filho de Deus, e que reinaria para sempre (2
Samuel 7:11) encontrou seu cumprimento no reino espiritual de Jesus Cristo
(Atos 2:29-30). Ele era, na verdade, "segundo a carne . . . da descendência de
Davi" mas "designado Filho de Deus com poder . . . pela ressurreição dos
mortos"(Romanos 1:3-4).
O Deus único da Bíblia é trino por natureza, cada um tendo papéis distintos e
traços pessoais, entretanto sendo uno em propósito. Davi era guiado por
Deus, o Espírito Santo (Atos 5:34; Marcos 12:36) para escrever o Salmo 2
(Atos 4:25) a respeito de Deus Pai e de Deus Filho. É tolice pensar que o
homem pode sondar e "explicar" a divindade. Precisamos esforçar-nos para
entender a terminologia das Escrituras, aceitar o que ali está revelado, e
preparar-nos para o dia quando Deus receber os fiéis e manifestar todas as
coisas adicionais que ele deseja que conheçamos.
O Salmo da Unidade
(Salmo 133)
Por Barry Hudson
Você já esteve em férias e visitou uma igreja onde a unidade fosse uma
realidade profundamente enraizada? Esta harmonia foi claramente vista pelo
interesse sincero, entusiasmo e felicidade entre os membros. Ou a igreja
estava com tantos atritos que você percebeu imediatamente? A unidade entre
os cristãos é, às vezes como dois porcos-espinhos friorentos encostados um
ao outro; eles precisam um do outro, mas se espinham um no outro!
O Salmo 133 nos dá o lado positivo da unidade. É um cântico de ascensão
que significa que quando os peregrinos subiam ao Monte Sião cantavam este
Salmo juntos. Uma das razões pelas quais Deus escolheu um lugar para
adoração foi preservar a unidade da nação. O pecado de Jeroboão na
adoração do bezerro quebrou a unidade que aquela adoração em Jerusalém
preservava.
Note também que este óleo era derramado na cabeça, escorria pela barba
abaixo e ia até os pés. Isto nos diz como era completa esta unção. Assim
deveria ser nossa unidade: total, sem levar em conta a proeminência nem o
poder das pessoas, mas amando todos os que são cristãos, não importa qual
possa ser sua posição na vida.
Davi pode estar dizendo que quando os irmãos israelitas do norte se unem com
aos irmãos do sul em Jerusalém, para adorar a Deus juntos, é como este
processo climático natural. É o que mantinha os israelitas nutridos
espiritualmente quando eles se encorajavam uns aos outros nas coisas de
Deus.
Unidade real. Não pode ser conseguida por esforço pessoal. Não vem com o
entusiasmo da torcida. Não se pode fazer com que venha, mas quando todas
as condições são bem apropriadas, a unidade já vem. Todos estes anos temos
estado tentando produzir ou buscar unidade, mas a unidade não é algo que se
possa adquirir pela procura. Ela vem por sermos um certo tipo de pessoas
cristãos e então ela é apenas um sub produto do caráter que estabelecemos
em nossas vidas com outros cristãos de uma mesma fé.
Teriam os cristãos de hoje em dia atingido este ideal bíblico de unidade? Que
cada um de nós se pergunte: "Será que minha relação com outros cristãos
oferece a fragrância do ungüento e do orvalho refrescante e sustentador da
vida? Se não, o que precisa mudar?"