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Disciplina: Estruturas em Concreto Armado.

Identificação da tarefa: Tarefa 4. Unidade 4. Envio de arquivo.


Pontuação: 15 pontos.

Tarefa 4

1) Responda as questões a seguir sobre efeitos de 2ª ordem.

a) O que são efeitos de 2ª ordem e qual sua origem? (Máximo 6 linhas)

Os efeitos de 2ª ordem se originam dos deslocamentos horizontais que alteram uma


estrutura, quando analisada a partir do equilíbrio na condição de configuração deformada.
Esses deslocamentos ocorrem em face da existência de cargas laterais ou assimétricas
geométricas atuantes na estrutura. Os efeitos de 2ª ordem são os momentos fletores
incrementais que acontecem devido a esses deslocamentos. A flambagem também é um
efeito de 2ª ordem.

b) Explique como a não linearidade física influi nos efeitos de 2ª ordem. (Máximo 6
linhas)

A não linearidade física é importante porque demarca o fim do regime elástico, qual seja,
o regime sujeito à Lei de Hooke. Demarca, também, o início do regime plástico, aquele
sob o maior esforço que uma seção pode suportar, que é o esforço de plastificação. Nesse
regime, as deformações são permanentes e, na fronteira do regime temos a tensão de
escoamento, que é a carga que produz a menor deformação permanente possível.

2) Por que em um pilar dimensionado à compressão centrada, a deformação máxima


permitida é de 2%, se o concreto, segundo seu diagrama tensão x deformação, consegue
se deformar até 3,5%? (Máximo 6 linhas)

A resistência de uma peça de concreto armado deve ser verificada quanto à fissuração e à
ruptura. Na ruptura verifica-se o escoamento da armadura à tração e o esmagamento do
concreto. No caso de um pilar sujeito somente à compressão axial, a deformação vais ser
definida não só pelo concreto, mas pelo aço também. Neste último, a deformação
permanente é limitada a 0,2 %. Ainda que o concreto resista a uma tensão definida pela
deformação de 0,35 %, a peça fica restrita a resistência à compressão do aço para uma
deformação permanente de 0,2 % (NBR 6118:2014, 8.3.6).

3) Um pilar interno, com seção 30x40 cm é restringido na direção horizontal em suas


extremidades por duas vigas com 60 cm de altura, vão de 6 m e distância entre eixos (das
vigas) de 3,00m. Dimensione e detalhe este pilar considerando uma carga axial
característica de 1.200 KN. Utilize a menor área de aço possível.

Dados:
• Agressividade Classe II
• fck = 25 MPa = 2,5 KN/cm2
• Aço CA – 50: fyk = 500 MPa = 50 KN/cm2
• γf = 1,4
• γc = 1,4
• γs = 1,15
Outros dados necessários:
Nk = carga axial = 1200 KN
Figura 1 - Seção transversal
𝑓𝑐𝑘 2,5 2
𝑓𝑐𝑑 = = 1,4 = 1,7857 𝑘𝑁/𝑐𝑚
1,4
𝑓
𝑦𝑘 50
𝑓𝑦𝑑 = 1,15 = 1,15 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚2

𝐴𝑐 = ℎ𝑥 . ℎ𝑦 = 30.40 = 1200 𝑐𝑚2

SOLUÇÃO:

a) Propriedades diversas:

- Conceito de pilar Figura 2- seção do pilar

hy ≤ 5.hx
Figura 3- seção do pilar
30 ≤ 5.40=200: OK!
Figura 2 - Comprimento equivalente
Verificado; não é um pilar-parede
- Área mínima: A ≥ 360 cm2
𝐴𝑐 = 30.40 = 1200 𝑐𝑚2 > 360 𝑐𝑚2 ∶
OK! Verificado

- Comprimento equivalente ou comprimento de flambagem (le):

𝑙 +ℎ
𝑙𝑒 ≤ { 𝑜 , calculados para as direções x e y.
𝑙
𝑙𝑜 = 3 − 0,6 = 2,40 𝑚 ; ℎ𝑥 = 30 𝑐𝑚 ;
ℎ𝑦 = 40 𝑐𝑚; 𝑙 = 3,0 𝑚

2,4 + 0,3 = 2,70 𝑚


𝑙𝑒𝑥 ≤ { ; => 𝑙𝑒𝑥 = 2,70 𝑚
3,0 𝑚
2,4 + 0,4 = 2,80 𝑚
𝑙𝑒𝑦 ≤ { => 𝑙𝑒𝑦 = 2,80 𝑚
3,0 𝑚

Figura 3- fonte: Bastos


- Raio de giração (ix): Para seções retangulares, 𝑖𝑥 = 12𝑥 ;

- Índice de esbeltez (NBR 6118, 15.8.2) para seções retangulares:


Bastos (2017), diferente de considerações adotadas em outras disciplinas, considerou as
direções das faces x e y do pilar para o cálculo do índice de esbeltez.

• Direção x:
𝑙𝑒𝑥 .√12 2,7.√12
𝜆𝑥 = = => 𝜆𝑥 = 31,17
ℎ𝑥 0,3

• Direção y:
𝑙𝑒𝑦 .√12 2,8.√12
𝜆𝑦 = = => 𝜆𝑦 = 24,24
ℎ𝑦 0,4

𝜆𝑚𝑎𝑥 = 𝜆𝑥 = 31,17 < 35 => o pilar é do tipo curto.

Figura 4 - lex
Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), item 15.8.2, pode-se desprezar a verificação dos
esforços locais de 2ª ordem em elementos isolados, quando o índice de esbeltez for menor
que o valor-limite (λl).
35 ≤ 𝜆𝑙 ≤ 90
Como 𝜆𝑚𝑎𝑥 = 31,17 ≤ 35
Então, a verificação é dispensada.

- Agressividade do ambiente (NBR 6118:2014, 6.4.1):


Para classe II, conforme definido no projeto, o cobrimento nominal (𝐶𝑛𝑜𝑚 ) é de 30 mm
(Tabela 7.2 da NBR).
𝐶𝑛𝑜𝑚 = 30 𝑚𝑚

Daí, tem-se o valor de d’=4cm (estimado)

b) Cálculo da armadura (As)

𝜔. 𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑

- Esforços solicitantes:

Nk = 1200 KN
𝑁𝑑 = 𝛾𝑛 . 𝛾𝑓 . 𝑁𝑘
𝛾𝑛 = 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑒𝑚 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙
𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 (𝑁𝐵𝑅, 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 13.1) = 1,0
𝛾𝑓 = 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑎çõ𝑒𝑠 𝑛𝑜 𝐸𝐿𝑈 (𝑁𝐵𝑅, 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 11.1) = 1,4
{𝑁𝑘 = 1200 𝐾𝑁
𝑁𝑑 = 1,0.1,4.1200 = 1680 𝐾𝑁

- Momento fletor mínimo: 𝑀𝑙𝑑𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑 . 𝑒1

• Direção x: hx = 30 cm
𝑒1𝑑𝑚𝑖𝑛𝑥 = 1,5 + 0,03. ℎ𝑥 = 1,5 + 0,03.30 = 2,4
𝑀𝑙𝑑𝑚𝑖𝑛𝑥 = 1680.2,4
𝑀𝑙𝑑𝑚𝑖𝑛𝑥 = 4032 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
• Direção y: hy = 40 cm
𝑒1𝑑𝑚𝑖𝑛𝑦 = 1,5 + 0,03. ℎ𝑦 = 1,5 + 0,03.40 = 2,7
𝑀𝑙𝑑𝑚𝑖𝑛𝑦 = 1680.2,7
𝑀𝑙𝑑𝑚𝑖𝑛𝑦 = 4536 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

𝑒
25+12,5. 𝑙

- Esbeltez limite (λl): 𝜆𝑙 = ; para 35 ≤ 𝜆𝑙 ≤ 90
𝛼𝑏

Para pilares intermediários, Ma = Mb = 0 e el = 0; não ocorrem


Digite a equação aqui.momentos nem excentricidades de 1ª ordem.
𝛼𝑏 = 1 (NBR 6118, 15.8.2)
𝑒
25+12,5. 𝑙 25+0

𝜆𝑙 = = = 25
𝛼𝑏 1

𝜆𝑙𝑥 = 𝜆𝑙𝑦 = 25 ; mas 𝜆𝑙𝑚𝑖𝑛 = 35, então:


𝜆𝑙𝑥 = 𝜆𝑙𝑦 = 35
.
𝜆𝑥 = 31,17 < 35, e 𝜆𝑦 = 24,24 < 35: não se
consideram os efeitos de 2ª ordem em ambas as direções

b1) Método do pilar padrão com curvatura aproximada.


𝑁𝑑
• Cálculo da força normal adimensional ou índice de resistência: 𝜈 =
𝐴𝑐. 𝑓𝑐𝑑

Ac = 30.40 = 1200 cm2


Nd = 1680 KN
𝑓𝑐𝑘 25
fcd = = 1,4 = 17,857 𝑀𝑃𝑎 = 1,7857 𝐾𝑁/𝑐𝑚2
1,4
𝑁𝑑 1680
𝜈= =
𝐴𝑐 𝑓𝑐𝑑 1200.1,7857

𝜈 = 0,784

𝑀
• Cálculo da curvatura: 𝜇 =
𝐴𝑐 .ℎ.𝑓𝑐𝑑

- Direção x; hx = 30 cm; Mx = 4032 KN.cm


𝑀𝑥 4032
𝜇𝑥 = =
𝐴𝑐 .ℎ𝑥 .𝑓𝑐𝑑 1200.30.1,7857
μx = 0,063

- Direção y: hy = 40 cm; My = 4536 KN.cm


𝑀𝑦 4536
𝜇𝑦 = =
𝐴𝑐 .ℎ𝑦 .𝑓𝑐𝑑 1200.40.1,7857

μy = 0,053

• Relação d’/ h:
- Direção x:
𝑑′𝑥 4
= 30 = 0,13 ≅ 0,15
ℎ𝑥

- Direção y:
𝑑′𝑦 4
= 40 = 0,10
ℎ𝑦
Figura 4 - Linhas de distribuição da
armadura x

• Ábacos de Venturini para flexão reta.

- Direção x:
ν = 0,784
μx = 0,063
Mx = 4032 kN.cm
d'x/hx = 0,15 => Ábaco A-3

Do ábaco A-3 tem-se:


ωx = 0,10
0,10.1200.1,7857
𝐴𝑠𝑥 =
43,48

Figura 5 - Ábaco A-3 (Venturini)


Asx = 4,93 cm2

- Direção y:
μy = 0,053
My = 4536 kN.cm
d’y/hy = 0,10 => Ábaco A-25

Do ábaco A-25 tem-se:


ωx = 0,10
0,10.1200.1,7857
𝐴𝑠𝑦 =
43,48

Figura 6 - Distribuição da
Asy = 4,93 cm2 ferragem Asx

c) Cálculo da armadura mínima.

𝑁 1680
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 0,15. 𝑓 𝑑 = 0,15. 43,48
𝑦𝑑

Asmin = 5,80 cm2, ou:


𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 0,004. 𝐴𝑐 = 0,004.1200
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 4,8 𝑐𝑚2
Adota-se o maior valor para a armadura mínima, ou seja: Figura 7 - Ábaco A-25
Venturini
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 5,80 𝑐𝑚2
Asmin > Asx = Asy
Então, a armadura a ser utilizada no dimensionamento do pilar será:

As = 5,80 cm2 : 8 Ø 10 mm (6,40 cm2)

Figura 8 - Detalhe da armadura do pilar


Referências.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de
estruturas de concreto. ABNT. Rio de Janeiro, 2014.
BASTOS, P.S.S. Pilares de concreto armado. Bauru/SP, Unesp - Departamento de
Engenharia Civil, Notas de aula, Maio/2017, 100 p., disponível em:
http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto2/Pilares.pdf.
CARVALHO, Roberto Chust. FIGUEIREDO FILHO, Jasson R. - Pilares de concreto
armado - estabilidade global das estruturas. Disponível em <
http://www.gdace.uem.br/romel/MDidatico/EstruturasConcretoII/Pilarnovissimo-
estabilidade%20global.pdf>
CLÍMACO, João Carlos Teatini de Souza. Estruturas de concreto armado:
fundamentos de projeto, dimensionamento e verificação. 2. ed. revisada. Brasília: Editora
Universidade de Brasília: Finatec, 2008.
TATIANA, C. M. B. Estrutura de concreto armado – Apostila. Des - Unyleya.
VENTURINI, W.S. Dimensionamento de peças retangulares de concreto armado
solicitadas à flexão reta. São Carlos, Departamento de Engenharia de Estruturas, Escola
de Engenharia de São Carlos – USP, 1987.

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