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FACULDADE DE OLINDA

Dayvson de Melo Barbosa

Orçamento Público – PPA, LDO e LOA

Recife
2018
Dayvson de Melo Barbosa

Orçamento Público – PPA, LDO e LOA

Trabalho apresentado à cadeira de


Contabilidade Pública, do curso de
Ciências contábeis, da Faculdade de
Olinda, como requisito para obtenção da
nota da primeira unidade do 5º período.

Professor: Gilvan Torres

Recife
2018
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
1. PLANO PLURI ANUAL – PPA .......................................................................................... 2
1.1 Definição .......................................................................................................................... 2
1.2 Objetivos........................................................................................................................... 2
1.3 Estrutura ........................................................................................................................... 3
1.4 Base Legal ........................................................................................................................ 3
1.5 Conteúdo........................................................................................................................... 3
1.6 Etapas de elaboração ........................................................................................................ 4
1.7 Prazo de vigência .............................................................................................................. 4
2. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS .................................................................... 5
2.1 Definição .......................................................................................................................... 5
2.2 Objetivos........................................................................................................................... 5
2.3 Anexos de metas fiscais.................................................................................................... 5
2.4 Avaliação do Cumprimento das Metas Fiscais; ............................................................... 8
2.5 Anexo de riscos fiscais ..................................................................................................... 8
2.6 Prazo de vigência ............................................................................................................ 10
3. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL ..................................................................................... 11
3.1 Definição ........................................................................................................................ 11
3.2 Fundamentos ................................................................................................................... 11
3.3 Base Legal ...................................................................................................................... 11
3.4 Objetivos......................................................................................................................... 12
3.5 Evolução ......................................................................................................................... 12
3.6 Funções ........................................................................................................................... 12
3.7 Tipos ............................................................................................................................... 13
3.8 Princípios ........................................................................................................................ 13
3.9 Aspectos ......................................................................................................................... 14
3.10 Vigência ........................................................................................................................ 14
3.11 Ciclo orçamentário ....................................................................................................... 14
3.12 Conteúdo....................................................................................................................... 15
CONCLUSÃO..................................................................................................................... 17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 17
1

INTRODUÇÃO

O planejamento pode ser entendido como a escolha consciente de ações que aumentem
as chances de obter no futuro algo desejado no presente. É uma atividade que orienta
possibilidades, arranjos institucionais e políticos. Planejar é um processo, enquanto o plano é
um registro momentâneo deste processo e o planejador é seu facilitador15

O Estado, considerado em seu sentido amplo (União, Estados-membros, DF e


Municípios), tem por objetivo alcançar o bem comum, isto é, satisfazer as necessidades do
povo.14

E para que o Estado possa cumprir o papel definido na Constituição é indispensável que
se organize e desenvolva atividades financeiras, obtendo recursos, administrando-os e
empregando-os no suprimento das necessidades coletivas.14

O Estado decide antecipadamente o que deve ser feito para alterar as condições
insatisfatórias do presente e também o que é necessário para evitar que as situações satisfatórias
do presente estejam deterioradas no futuro. O planejamento identifica os problemas e
prioridades que exigem intervenção, e permite determinar como e quem irá executar as ações
necessárias.14

O Plano Plurianual (PPA), com vigência de quatro anos, tem como função estabelecer
as diretrizes, objetivos e metas de médio prazo da administração pública. Cabe à Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO), anualmente, enunciar as políticas públicas e respectivas
prioridades para o exercício seguinte. Já a Lei Orçamentária Anual (LOA) tem como principais
objetivos estimar a receita e fixar a programação das despesas para o exercício financeiro.
Assim, a LDO ao identificar no PPA as ações que receberão prioridade no exercício seguinte
torna-se o elo entre o PPA, que funciona como um plano de médio-prazo do governo, e a LOA,
que é o instrumento que viabiliza a execução do plano de trabalho do exercício a que se refere.6

Todas as leis orçamentárias são de iniciativa do Poder Executivo que as envia, sob a
forma de proposta, para apreciação e aprovação do Poder Legislativo. Cabe ao Chefe do Poder
Executivo sancioná-las e executá-las. Compete ao Poder Legislativo acompanhar e fiscalizar
sua execução.6

O presente trabalho, visa explica como funciona a elaboração, discussão, aprovação e


publicação das Leis Orçamentárias.
2

1. PLANO PLURI ANUAL – PPA

1.1 Definição

O PPA é um instrumento previsto no art. 165 da Constituição Federal destinado a


organizar e viabilizar a ação pública, com vistas a cumprir os fundamentos e os objetivos da
República. Por meio dele, é declarado o conjunto das políticas públicas do governo para um
período de 4 anos e os caminhos trilhados para viabilizar as metas previstas. 1

É o PPA que define as grandes prioridades nacionais e regionais com metas para cada
área de atuação (saúde, educação, saneamento, transporte energia, etc.). Podemos dizer que o
PPA é a grande lei de planejamento do país. É ele quem faz o vínculo entre o plano estratégico
do governo e os orçamentos de cada ano.

1.2 Objetivos

 Definir com clareza as metas e prioridades do governo, bem como os resultados


esperados. Organizar, em programas, as ações que resultem em incremento de bens ou
serviços que atendam demandas da sociedade.

 Estabelecer a necessária relação entre as ações a serem desenvolvidas e a orientação


estratégica de governo.

 Possibilitar que a alocação de recursos nos orçamentos anuais seja coerente com as
diretrizes e metas do Plano.

 Explicitar a distribuição regional das metas e gastos do governo. Dar transparência à


aplicação dos recursos e aos resultados obtidos.2
3

1.3 Estrutura

 Dimensão Estratégica: precede e orienta a elaboração dos Programas Temáticos. É


composta por uma Visão de Futuro, Eixos e Diretrizes Estratégicas.

 Dimensão Tática: define caminhos exequíveis para as transformações da realidade que


estão anunciadas nas Diretrizes Estratégicas, considerando as variáveis inerentes à
política pública e reforçando a apropriação, pelo PPA, das principais agendas de
governo e dos planos setoriais para os próximos quatro anos. A Dimensão Tática do
PPA 2016-2019 é expressa nos Programas Temáticos e nos Programas de Gestão,
Manutenção e Serviços ao Estado. Esta dimensão aborda as entregas de bens e serviços
pelo Estado à sociedade.

 Dimensão Operacional: relaciona-se com a otimização na aplicação dos recursos


disponíveis e a qualidade dos produtos entregues, sendo especialmente tratada no
Orçamento.3

1.4 Base Legal

 O Art. 165 institui o PPA LDO e LOA, o PPA deve indicar de forma regionalizada
diretrizes objetivos e metas e que todos os outros planos e programas devem ser
compatíveis com o PPA.

 O Art. 166 da Constituição Federal, § 3º, Inciso I, prevê que as demandas ao orçamento
anual (LOA) ou em projetos que modifiquem o orçamento devem ser compatíveis com
o PPA e com a LDO;

 O Art. 167 da Constituição Federal, § 1º, veda o início de investimentos cuja execução
ultrapasse um exercício financeiro, sem que tenha sido incluído no PPA ou previsto por
lei específica.4

1.5 Conteúdo

Conforme a legislação já citada, o PPA deve conter Diretrizes, Objetivos e Metas.

As metas são referentes às despesas de capital e delas decorrentes, e às despesas relativas


aos programas de duração continuada.
4

Diretrizes: é um conjunto de instruções ou indicações para se tratar e levar a termo um


plano, uma ação, um negócio. Exemplos: Universalização dos serviços de saneamento básico;
Redução das desigualdades sociais; etc.

Objetivos: são alvos que se pretende atingir, mediante a execução de uma ou mais ações.
Exemplos: Duplicação do número de passageiros transportados pelo sistema metroviário, até o
final da década; Redução de 70% dos casos de dengue nos próximos três anos; etc.

Metas: Pode ser sinônimo de objetivo, porém, no processo de planejamento, a meta é


geralmente definida como a quantificação daquilo que se pretende realizar. Exemplos:
Duplicação de 150 km de rodovias; Construção de 300 salas de aula; Fornecimento de livros
didáticos para 250 mil alunos do ensino fundamental, etc.

Despesas de capital: são os gastos com investimentos do governo, como por exemplo,
as obras em geral e a aquisição de equipamentos para a saúde e qualquer outra finalidade.

Despesas decorrentes das despesas de capital: são as despesas destinadas a manter e


conservar os investimentos. Por exemplo: a construção de um hospital dá origem às despesas
com a sua manutenção e funcionamento.

Programas de duração continuada: são as despesas que não se interrompem no tempo,


como é o caso das despesas com Ensino Fundamental, coleta de lixo, etc.13

1.6 Etapas de elaboração

Os diversos ministérios e órgãos dos poderes executivo, legislativo e judiciário planejam


suas propostas a partir de demandas que recebem dos estados e municípios. O ministério do
planejamento reúne e organiza as propostas e as envia para a Casa Civil de Presidência da
República em forma de projeto de Lei. Só então o presidente da República envia para o
congresso nacional o Plano Plurianual.

O envio do PPA deve acontecer até 31 de agosto do primeiro ano do mandato. No


congresso, o projeto do é encaminhado para a comissão mista do orçamento, onde é discutido
e alterado pelos parlamentares. Segue então para o plenário do congresso, onde é votado até o
dia 22 de dezembro. A sociedade pode participar desse processo por meio de sugestões aos
Deputados e senadores e também por meio de audiências públicas. Depois de aprovado, o
projeto volta ao executivo para sanção do presidente e publicação como lei.

1.7 Prazo de vigência

O PPA fica em vigor a partir do segundo ano do mandato atual até o primeiro ano do
mandato seguinte, quando o governo prepara um novo PPA para ser discutido no congresso. A cada
5

ano, é feita uma avaliação do PPA e elaborados relatórios que ficam disponíveis para consulta
pública na internet.

2. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

2.1 Definição

Compreende as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as


despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política
de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.5

Além de orientar a elaboração e a execução do orçamento, a LDO tem outras


importantes funções, como fixar o montante de recursos que o governo pretende economizar;
traçar regras, vedações e limites para as despesas dos Poderes; autorizar o aumento das despesas
com pessoal; regulamentar as transferências a entes públicos e privados; disciplinar o equilíbrio
entre as receitas e as despesas; indicar prioridades para os financiamentos pelos bancos
públicos, entre outras.6

2.2 Objetivos

 Estabelecer as diretrizes, prioridades e metas da administração, orientando a elaboração


da proposta orçamentária de cada exercício financeiro, formado pelos orçamentos fiscal,
de investimento das empresas e da seguridade social, compatibilizando as políticas,
objetivos e metas estabelecidos no Plano Plurianual e as ações previstas nos orçamentos
para a sua consecução, promovendo, em prazo compatível, um debate sobre a ligação e
a adequação entre receitas e despesas públicas e as prioridades orçamentárias.7

2.3 Anexos de metas fiscais

Os §1 e §2 do art. 1º da Lei nº 101/2000 assim estabelecem:

§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas,
resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem
e para os dois seguintes.
6

§ 2º O Anexo conterá, ainda:

I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que
justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios
anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política
econômica nacional;

III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem
e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

IV - avaliação da situação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de
Amparo ao Trabalhador;

b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão


das despesas obrigatórias de caráter continuado.
7
8

2.4 Avaliação do Cumprimento das Metas Fiscais;

O §4 do art. 9º da Lei nº 101/2000 assim estabelece:

§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e
avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na
comissão referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas
estaduais e municipais.

O art. 137º da Lei nº 13.408/2017 assim estabelece:

Art. 137. Para fins de realização da audiência pública prevista no § 4o do art. 9o da Lei de
Responsabilidade Fiscal, o Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional, até três dias
antes da audiência ou até o último dia dos meses de maio, setembro e fevereiro, o que ocorrer
primeiro, relatórios de avaliação do cumprimento da meta de superávit primário, com as
justificativas de eventuais desvios e indicação das medidas corretivas adotadas.

2.5 Anexo de riscos fiscais

O §3 do art. 4º da Lei nº 101/2000 assim estabelece:

§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados
os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as
providências a serem tomadas, caso se concretizem.
9

Os riscos decorrentes de passivos contingentes podem ser classificados conforme a


natureza dos fatores que lhes dão origem, bem como órgãos responsáveis pela sua gestão,
conforme se segue:

- Demandas judiciais contra a administração direta da união – PGU.

- Demandas judiciais de natureza tributária – PGFN.

- Demandas judiciais contra as autarquias e fundações – PGF.

- Demandas judiciais das empresas estatais.

- Demandas judiciais contra o Banco Central – PGBC.

- Dívidas da união em processo de reconhecimento pelo Tesouro Nacional.

- Operações de aval e garantias prestadas pela união e outros riscos, sob responsabilidade do
Tesouro Nacional.

- Outros passivos da União.8

RISCO DE PASSIVO CONTINGENTE (Demanda Judicial contra administração direta da


união – PGU)

Ação contra a União no âmbito do STJ

Tema: CSSL e IRPJ sobre ganhos de entidades fechadas de previdência complementar.

Réu: União.

Passivo contingente

Risco: Possível, Art. 3º, II, "d", cumulado com o Art. 3º, §2º

Objeto: Julgar-se-á a legitimidade da incidência da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido


(CSLL) e do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) sobre os ganhos das entidades
fechadas de previdência complementar - equiparadas por lei a instituições financeiras - a partir
de mandado de 17 segurança coletivo impetrado por associação que representa diversas dessas
entidades. As contribuintes entendem não existir fato gerador quanto à CSLL e ao IRPJ, por
supostamente serem proibidas de auferir lucros'. O julgamento ainda não foi iniciado.

Instância atual: STJ

Estimativa de impacto: R$ 19,98 bilhões (Período de 5 anos - 2010 a 2014) e R$ 3,96 bilhões
(2014) segundo dados fornecidos pela RFB.8
10

No caso supracitado, extraído do anexo de riscos da LDO de 2017, tem-se uma das
várias previsões de risco de perda por conta de demanda judicial contra a administração direta.

Na tabela a seguir, também extraída do anexo de riscos da LDO de 2017, são listadas as
empresas estatais com risco de perda referente a demandas judicias.

2.6 Prazo de vigência

Cada LDO incide sobre um único projeto de Lei Orçamentária Anual e sobre uma única
LOA. O período de vigência de duas LDO´s será entre julho, após a sua aprovação pelo Poder
Legislativo, e dezembro.9

Para exemplificar, a lógica é a seguinte: A LDO aprovada no ano de 2014 vai ter
vigência entre os meses de julho e dezembro de 2015 sobre a LOA aprovada em 2014. A LOA
aprovada em 2014 terá vigência durante todo o ano de 2015. A LDO aprovada em 2015 também
terá vigência entre os meses de julho e dezembro de 2015, mas sobre o projeto de Lei
Orçamentária Anual de 2015. O projeto de Lei Orçamentária Anual de 2015 deve ser aprovado
até o final do ano de 2015 para tornar-se a LOA de 2016.9
11

3. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL

3.1 Definição

É no Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) que o governo define as prioridades


contidas no PPA e as metas que deverão ser atingidas naquele ano. A LOA disciplina todas as
ações do Governo Federal. Nenhuma despesa pública pode ser executada fora do Orçamento,
mas nem tudo é feito pelo Governo Federal. As ações dos governos estaduais e municipais
devem estar registradas nas leis orçamentárias dos Estados e Municípios. No Congresso,
deputados e senadores discutem, na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e
Fiscalização (CMO), a proposta enviada pelo Executivo, fazem as modificações que julgam
necessárias por meio das emendas e votam o projeto. Depois de aprovado, o projeto é
sancionado pelo Presidente da República e se transforma em Lei.10

3.2 Fundamentos

A Lei de diretrizes orçamentárias se fundamenta primeiramente na previsão


constitucional que determina a necessidade da sua elaboração em seu art. 165, inciso III.

Em segundo lugar, a LOA fundamenta-se no artigo 5º da lei 101/2000, que estabelece as regras
de elaboração do projeto de lei e os aspectos mais importantes desta.

3.3 Base Legal

O Art. 165 institui o PPA LDO e LOA, o PPA deve indicar de forma regionalizada diretrizes
objetivos e metas e que todos os outros planos e programas devem ser compatíveis com o PPA.

O §5 do art. 165º da CF/88 assim estabelece:

5o A lei orçamentária anual compreenderá:

I– O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II– O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III– O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público.
12

3.4 Objetivos

O principal objetivo da Lei Orçamentária Anual é gerenciar as receitas (fazendo a


estimativa das receitas para o exercício e também fazendo a devida classificação destas) e
despesas públicas (fixando as despesas exatamente no mesmo valor do total das receitas) em
cada exercício financeiro. A LOA visa concretizar os objetivos e metas propostas no Plano
Plurianual (PPA), segundo as diretrizes estabelecidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO). Também é objetivo da Lei Orçamentária Anual definir as fontes de financiamento para
o exercício anual.

3.5 Evolução

3.6 Funções

Existem três funções do orçamento público (funções fiscais) principais: alocativa, distributiva
e estabilizadora. De forma objetiva, é o seguinte:

A função alocativa diz respeito a promover ajustamentos na alocação de recursos, justifica-se


quando o funcionamento do mecanismo de mercado (sistema de ação privada) não garante a
necessária eficiência na utilização desses recursos. Portanto, a utilização desse instrumento de
atuação se efetiva em situações de “falha de mercado”, como, por exemplo, na presença de
externalidades ou de bens públicos.11
13

A função distributiva, por sua vez, diz respeito a promover ajustamentos na distribuição de
renda. Justifica-se seu emprego nos casos em que o resultado distributivo do mecanismo de
ação privada não for considerado socialmente justificável ou desejado. Mais uma vez a
justificativa está ligada à correção das falhas de mercado.11

A função estabilizadora, por fim, está associada à manutenção da estabilidade econômica,


justificada como meio de atenuar o impacto social e econômico na presença de inflação ou
depressão. Portanto, seu emprego gera estabilidade dos níveis de preço (combate às pressões
inflacionárias), diminui os potenciais efeitos da depressão e mantém o nível de emprego
(combate ao desemprego).11

3.7 Tipos

Orçamento Fiscal: refere-se aos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e órgãos de
administração pública direta e indireta.

Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Federais: empresas em que o Estado


detém a maioria do capital social com direito a voto.

Orçamento da Seguridade Social: entidades a ela vinculadas, fundos e fundações mantidas


pelo poder público.

3.8 Princípios

 Princípio da Unidade: A Lei Orçamentária deve ser uma só e indivisível, contendo os


orçamentos fiscal, de investimentos das empresas, e o de seguridade social, para um
dado exercício financeiro.

 Princípio da Anualidade: A Lei Orçamentária deve ser elaborada com a vigência de um


ano, normalmente igualando-se com o ano civil (1 de janeiro a 31 de dezembro).

 Princípio da Universalidade: A Lei Orçamentária deverá conter todas as receitas e


despesas de todos os seus órgãos tanto da Administração direta e indireta, como também
as fundações. O referido princípio está contido nos Artigos 2,3 e 4 da mencionada Lei.

 Princípio do Equilíbrio: a Lei Orçamentária deve consagrar a relação de igualdade entre


a receita e despesa, ou seja, o total das receitas seja igual ao total das despesas previstos
para o exercício financeiro.
14

 Princípio da publicidade: obrigatoriedade de publicação através dos órgãos oficiais de


comunicação/divulgação, para o conhecimento de toda sociedade, com clareza e
responsabilidade de uma forma transparente à ação governamental.

 Princípio da Legalidade de Tributação: a Lei Orçamentária limita o Estado o seu poder


de tributar, sem que seja autorizado por lei a referida medida.

3.9 Aspectos

A Lei Orçamentária Anual estima as receitas e fixa as despesas do Governo para ano
subsequente. Se durante o exercício financeiro houver necessidade de realização de despesas
acima do limite que está previsto na Lei, o Poder Executivo emite medida provisória,
submetendo-a a aprovação do Congresso Nacional solicitando crédito especiais ou
suplementares, ou nos casos especiais, como: guerra, calamidade, comoção internas, dentre
outros, emite créditos extraordinários, sem autorização prévia do legislativo, apenas anuência
posterior. No caso dos créditos suplementares, estes podem ser solicitados através da própria
LOA.11

3.10 Vigência

A Lei Orçamentária Anual tem vigência para o exercício para o qual foi elaborada. Por exemplo,
a LOA de 2016 teve vigência para o exercício de 2016.

3.11 Ciclo orçamentário

É o conjunto de fases que compreendem atividades típicas do orçamento público, desde


sua elaboração até etapas posteriores a sua execução. É formado pelas fases de elaboração,
aprovação, execução e controle (avaliação).
15

Assim como na elaboração do PPA, na LOA, os diversos ministérios e órgãos dos


poderes executivo, legislativo e judiciário planejam suas propostas a partir de demandas que
recebem dos estados e municípios e as envia para a Casa Civil da Presidência da República em
forma de projeto de lei. Após essa etapa, o presidente envia para o Congresso Nacional o projeto
da lei orçamentária. Esse processo deve acontecer até 31 de agosto de cada ano. No congresso,
o projeto é encaminhado para a comissão mista de orçamento, onde é discutido e alterado pelos
parlamentares por meio de emendas. Segue então para o plenário do Congresso Nacional, onde
é votado até o dia 22 de dezembro. A sociedade pode participar desse processo por meio de
sugestões aos Deputados e senadores e também por meio de audiências públicas.

Aprovada a LOA, o Congresso Nacional devolve o texto ao poder executivo para sanção
(feita pelo presidente) e publicação da lei. Depois de publicada, a lei começa a ser executada.

3.12 Conteúdo

O §5 do art. 165º da CF/88 assim estabelece:

Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano
plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
16

I - Conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos


com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1o do art. 4o;

II - Será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 165 da Constituição,


bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas
obrigatórias de caráter continuado;

III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com
base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada
ao:

a) (VETADO)

b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

§ 1o Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas


que as atenderão, constarão da lei orçamentária anual.

§ 2o O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e


nas de crédito adicional.

§ 3o A atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá


superar a variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em
legislação específica.

§ 4o É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com


dotação ilimitada.

§ 5o A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior
a um exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a
sua inclusão, conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição.

§ 6o Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei orçamentária, as do Banco


Central do Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os
destinados a benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos

Sendo assim, a LOA deverá conter:

 Orçamento fiscal: compreende basicamente as receitas e as despesas da Administração


direta e indireta.

 Orçamento de investimento das empresas controladas: empresas nas quais a União


detenha a maior parte do capital social com direito a voto.
17

CONCLUSÃO

Após o que foi exposto, percebe-se uma estrutura muito bem organizada e com
competências bem definidas. Dada a importância do planejamento orçamentário, tanto no
ambiente familiar, que na maioria das vezes possui uma estrutura mais simples, quanto no
Governo, que opera com vultosas receitas e despesas, necessitando assim, de um sistema bem
elaborado, tem-se que o planejamento é de fundamental importância para a condução da
máquina pública. Com a devida fiscalização das contas públicas e também com um alinhamento
harmonioso entre os poderes, é possível atender com assertividade as demandas da sociedade,
bem como manter uma devida prestação de contas para com o povo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BRASIL. Ministério do Planejamento e Gestão. O que é PPA? Brasília, DF, mai. 2015
disponível em: <http://www.planejamento.gov.br/servicos/faq/planejamento-
governamental/plano-plurianual-ppa/o-que-eacute-o-ppa>. Acesso em 25 mai. 2018.

2. PARÁ. Secretaria de Planejamento. Plano Plurianual – PPA. Pará, abr. 2018.


disponível em : <http://seplan.pa.gov.br/plano-plurianual-ppa>. Acesso em 25 mai. 2018.

3. BRASIL. Ministério do Planejamento e Gestão. Orientações para elaboração do


plano plurianual 2016 – 2019. Brasília, DF, 2015. Disponível em <
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/ppa-
2016/orientacoes_elaboracao_ppa_2016_2019_02.pdf>. Acesso em 25 mai. 2018.

4. BRASIL. Secretaria Especial de Portos. PPA e LOA – Noções Gerais. Brasília, DF,
2018. Disponível em
<http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/dest/curso_gestao_projetos/cur
so_gestao_ppa_loa_nocoes_gerais.pdf/@@download/file/curso_gestao_ppa_loa_nocoes_gera
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5. BRASIL. Projeto de Lei nº 02/2016-CN, de 26 de dezembro de 2016. Lei de diretrizes


orçamentárias. Brasília, DF, abr. 2018. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/orca-
mento-da-uniao/leis-orcamentarias/ldo/2017>. Acesso em: 14 abr. 2018.

6. GONTIJO. Instrumento de planejamento orçamentário. Câmara dos Deputados.


Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/cidadao/entenda/cur-
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