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tanto em relação à linguagem quanto relativamente ao conteúdo. Página 1
Prefácio
Fabiano Barros
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APRESENTAÇÃO
Jesus Cristo.
Mas, assim como na parábola do semeador, é provável que nem todos estejam
preparados para as palavras que eu aqui escrevo. Se houve quem rejeitasse os
ensinamentos do Mestre, quanto mais os meus. Mas também não tenho dúvidas que este
livro impactará a muitos, significando um renovo de esperanças e de forças em suas vidas.
Pessoas que, assim como eu, há alguns anos, podem não estar conseguindo enxergar
com clareza todas as suas potencialidades e também as oportunidades que os concursos
proporcionam. Concurseiros que não sabem que caminho seguir e o quê devem fazer para
alcançar a meta de uma vida melhor, para conquistar seus objetivos e realizar seus
sonhos. Pessoas que talvez estejam por um fio de deixar de acreditar que é possível.
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Ninguém vai encontrar aqui uma fórmula mágica. Mas acharão um caminho
seguro que ajudará conquistar o sucesso em concursos públicos e na vida. Não tenho
dúvidas de que ninguém sairá deste livro da mesma forma que entrou.
Tais experiências, aliadas à maneira como eu fui criado, fizeram com que eu
viesse a ter um carinho especial pelos estudos e, mais especificamente, pelos concursos
públicos. Foi aqui que eu me encontrei profissionalmente, não apenas obtendo um
emprego decente, mas podendo literalmente escolher onde eu queria trabalhar e que tipo
de atividade eu gostaria de exercer.
Nunca quis entregar aos meus ilustres leitores apenas mais um livro, que só
sirva de entretenimento ou que somente seja um texto a mais em suas vidas. Minha meta
é que esse livro não apenas sirva de ajuda ou de um empurrãozinho em matéria de
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concursos, mas que seja verdadeiramente revolucionário em suas vidas, capaz de
possibilitar verdadeira transformação de pensamento e de atitude rumo a um futuro melhor.
Procurei abarcar aquilo que eu entendo ser mais relevante para o sucesso em
concursos, bem como responder às principais dúvidas e medos dos concurseiros. Algumas
partes vão falar profundamente ao seu coração, outras nem tanto. Tudo dependerá da sua
necessidade e experiência de vida. Por isso, não se preocupe em seguir tudo ao pé da
letra, como se fosse uma regra sagrada, mas procure adaptar cada lição à sua realidade,
extraindo sempre o seu núcleo essencial de cada ensinamento e sua finalidade.
Na época, ele estava tentando passar no seu primeiro concurso para conseguir
um emprego e eu, que já havia passado em alguns concursos, era escriturário no Banco
do Brasil. Certa vez ele desabafou comigo que ora batia na trave, ora passava, e não era
chamado. E eu, que já conhecia o seu nível de conhecimentos e já havia percebido o seu
grau de seu comprometimento com os estudos, fiz uma pequena profecia sobre seu futuro
nos concursos. Eu disse a ele que, continuando com aquela determinação, logo ele seria
chamado em tantos cargos que teria dificuldades de fazer a escolha. Ele sorriu.
Alguns anos depois, fiquei sabendo que ele havia sido aprovado e teve de optar
entre os cargos de procurador, defensor e promotor de justiça, todos no Distrito Federal, e
pude, então, relembrar com ele aquela nossa conversa lá do início da faculdade. O meu
desejo não é apenas que você passe em um concurso público. Mas ajudá-lo a construir
uma mentalidade vencedora, assumindo as rédeas do seu sucesso profissional. E perceba
que tem o direito de ousar ser quem você quiser, quebrando paradigmas e rejeitando a
mentalidade muitas vezes medíocre da maioria. Ao fim, não tenho dúvidas de que estará
enxergando os concursos de forma completamente diferente. Daí, terá dois caminhos
possíveis. Se entender que essa carreira é para você, poderá ir atrás do seu objetivo com
muito mais clareza e determinação, sem medo de ser forçado a desistir lá na frente.
Se, porém, notar que sua vocação é outra, terá adquirido uma nova forma de
encarar os desafios que te ajudará em qualquer jornada. O que realmente importa é que
cada um de vocês encontre o caminho da sua felicidade e realização pessoal, seja no
serviço público ou não.
Durante a leitura, você perceberá que eu selecionei pequenas frases curtas que
sintetizam profundos saberes a respeito de concursos públicos. São mensagens diretas
que você inclusive deve buscar memorizar aquelas que mais te pareçam importantes, pois
podem te ajudar nos momentos mais difíceis e de incertezas. As frases do topo, de fundo
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laranja na parte de cima do livro, no início de cada capítulo ou título, selecionei dentre
aquelas ditas por pessoas que obtiveram reconhecido sucesso em suas áreas, em
diferentes épocas, e que entendo se aplicaram ao ramo dos concursos. Já na parte de
baixo, na cor verde, no final de cada título ou capítulo, trago frases de minha autoria, que
são resumos daquilo que eu aprendi com minha própria experiência de vida,
especialmente nos concursos públicos.
Boa leitura!
1 – Do Fracasso ao Sucesso
"Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, passaria seis afiando meu
machado." Abraham Lincoln
O lenhador precisa gastar energia para derrubar uma árvore, mas é pouco
produtivo lançar nela um machado sem corte. Assim, o tempo investido na afiação do
machado não é tempo desperdiçado, mas, ao contrário, é capaz aumentar a velocidade do
resultado desejado. O grande presidente americano sabia que duas horas é mais que
suficiente para cortar uma árvore se você tem um bom machado, mas oito horas de serviço
podem ser pouco tempo se seu machado não está a contento e o profissional não se
atenta à necessidade de amolá-lo.
Com tanta matéria para estudar, porque eu iria ler um guia sobre concursos?
Tal ocorre porque concursos, no Brasil, há muito tempo deixou de ser um mero
mecanismo de seleção daqueles que possuíssem mais conhecimento em determinada
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área. Hoje, o concurso mais se parece com um jogo. Não um jogo de azar – longe disso –,
mas um jogo para o qual as pessoas se preparam especificamente e profissionalmente.
Essa realidade não é exclusiva dos concursos públicos, mas de qualquer atividade
humana que desperte grande interesse. Veja o caso das Olimpíadas. Quando os jogos da
era moderna começaram a ser disputados, pelos idos de 1896, na Grécia, os atletas eram
pessoas comuns, que tinham diferentes ofícios no dia-dia, tais quais agricultores,
comerciantes e militares. Hoje, os vencedores são atletas profissionais em todas as
categorias, devido ao grande interesse social e aos patrocínios públicos e privados. De
igual modo, há alguns anos, era comum se ter notícias de alguém aprovado em um
concurso público utilizando-se unicamente dos conhecimentos que aprendeu em seus
estudos regulares, seja em nível básico, médio ou superior. Atualmente, tal é cada vez
mais difícil, especialmente em se tratando dos melhores cargos.
Quando fiz meu primeiro concurso público aos 19 anos, em 1999, eu não sabia
exatamente o que estafa fazendo. A internet era incipiente e eu não tinha acesso às
informações e estratégias sobre preparação para concursos. Ao analisar o edital, percebi
que havia matérias com pesos distintos. Notei também que determinados conteúdos eram
muito extensos e outros não. Foi fácil perceber que estudar muito não era suficiente, seria
preciso estudar certo. Isso, para mim, significava ter o melhor material, resumido e
direcionado o suficiente, e focar naquilo que me garantisse mais pontos pois, no final, era
apenas isso que importava. Nesse concurso do IBGE, para um trabalho temporário de sete
meses no Censo 2000, fiquei em 5º lugar dentre milhares de candidatos – estando muito
longe de estar entre os mais qualificados – com uma única estratégia simples.
Naquela época, eu havia recém concluído o segundo grau (hoje ensino médio)
em escola pública estadual de péssima qualidade. Exceto apenas o fato de que eu já
gostava de ler (o que me ajudou muito em toda minha carreira nos concursos) eu estava
mal em praticamente todas as áreas do conhecimento. Desempregado, analisei
minuciosamente o edital para definir a melhor estratégia que eu poderia adotar no intuito
de tentar vencer aqueles milhares de candidatos que eu tinha certeza serem melhor
preparados que eu.
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conhecimentos específicos tinham peso 2, valendo portanto 60 pontos no total, ao passo
que as questões de conhecimento geral possuíam peso 1, totalizando 40 pontos. E bingo!
Ora, tudo o que eu tinha que fazer era dedicar a maior parte do meu tempo a estudar
aquela pequena apostila, pois isso compensaria minha provável deficiência nas outras
matérias. Embora fosse algo tão óbvio, o fato é que a esmagadora maioria das pessoas
não o fez.
Não errei uma única questão dentre as 30 específicas e, com disse, fiquei na 5ª
colocação no concurso. Nele, os 15 primeiros assumiriam a função de gerente de posto de
coleta, e os outros aprovados até 150º a de supervisor. Não foi surpresa para mim que, ao
assumir o meu posto, vários dos meus subordinados, e que haviam feito a mesma prova
que eu, tinham formação de nível superior.
Essa experiência me fez aprender uma coisa muito simples: não é o título que
você possui, nem o quanto você quer, e nem mesmo quanto você sabe, é a nota que você
tira na prova. Assim, em cada concurso que fazia, eu procurava ser o mais objetivo
possível, me dedicando em fazer aquilo que fosse me levar a atingir a maior nota possível,
dentro do tempo que eu tinha para estudar... De tal modo, acabei desenvolvendo,
testando, aplicando e aprimorando diversas táticas e estratégias para acertar mais
questões. Meu aprendizado foi um mosaico de experiências pessoais e conversas com
outros candidatos em todos esses anos, pois sempre procurei estar de ouvidos abertos
àquilo que eu poderia aprender também com a experiência dos outros.
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No capítulo III eu trago um passo a passo em detalhes para a preparação ideal
em concursos: escolha do cargo, análise do edital, escolha do material e o estudo
propriamente dito, com foco na maior eficácia. O capítulo IV é onde eu aponto os 10
principais erros cometidos por concurseiros, e o que fazer para se desviar de cada um
deles. Chegamos então ao capítulo V, em que eu apresento um resumo da preparação e
da experiência em cada um dos dez concursos em que fui aprovado, com destaque para o
principal aprendizado em cada um deles. Por fim, no capítulo VI, faço um convite ao
trabalho, a pôr as mãos na massa.
Não existem vagas para todos. Esta é uma dura realidade quando se trata de
concursos públicos, pois é inegável que sempre haverá mais candidatos que vagas, já que
estamos tratando de excelentes colocações profissionais, com salários e benefícios muito
acima do mercado privado, capazes de alçar uma pessoa da classe “C” ou “D” para a
classe média alta quase que instantaneamente. Nesse contexto de escassez de vagas, é
certo que deve prevalecer dois princípios inerentes aos concursos públicos: a isonomia e o
mérito. Mas, para que eles existam de fato, substancialmente e não apenas formalmente, é
preciso que as pessoas tenham acesso ao conhecimento. Para mim, esse acesso deve
abarcar não apenas o conteúdo do programa de estudos do edital, mas também o
conhecimento acerca das estratégias e táticas que alavancam os resultados em
concursos. Meu intuito com a distribuição desse material não é ajudar a este ou àquele
grupo específico de pessoas, mas ajudar a estabelecer a paridade de armas na hora da
luta. A oportunidade está lançada àqueles que realmente querem pagar o preço pelo
sucesso.
Para tais, há um alento. Muito embora, como eu disse acima, não existam e
nunca existirão vagas para todos, eu não tenho dúvidas em dizer que a decisão pela
carreira dos concursos é uma opção segura. Parece contraditório, mas não é. Na
realidade, não difere em muito do que acontece em outras áreas profissionais. Pense em
uma carreira qualquer que não envolva concursos. Pensou? Tenho certeza que nesse
mercado que você pensou existem desde aqueles profissionais que ganham apenas o
suficiente para ter uma vida simples até aqueles que moram em condomínios de luxo e
fazem compras em Nova York todos os anos. As diferenças entre uns e outros dependem
de uma combinação de inúmeros fatores, mas que podem ser explicadas de modo um
tanto simplista por uma equação que envolve duas grandezas: oportunidades e interesses.
Oportunidade é tudo aquilo que se tem acesso, disponibilizado pela família, governo,
mercado... Interesses dizem respeito à disposição que a pessoa tem de pagar determinado
preço de sacrifício para se chegar em algum lugar porque ela quer muito aquilo.
A verdade é que essa equação vale para qualquer carreira, inclusive concursos
públicos. A aparente diferença está no modo de acesso. Enquanto nas outras carreiras,
seja no campo empresarial, profissional liberal ou empregado, os mecanismos de acesso
aos melhores lugares são variados e difusos, na carreira pública é único – embora existam
algumas exceções, como os cargos comissionados, quinto constitucional... Para mim, que
não tinha acesso aos mecanismos sociais de facilitação de emprego, como pais, amigos e
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parentes donos de empresas ou políticos, o concurso foi um mecanismo facilitador, que me
abriu as portas das grandes oportunidades.
O grande problema é que o leigo – e você está lendo esse livro para deixar
definitivamente de ser leigo, passando a pensar e agir como um concurseiro profissional –
tende a ver o concurso mais como uma loteria que como uma seleção dos mais bem
preparados. No entanto, do ponto de vista estatístico, é mais fácil uma pessoa ganhar na
Mega-Sena dez vezes em dez semanas consecutivas jogando uma única cartela por vez
que acertar 70% de uma prova de múltipla escolha chutando aleatoriamente. Por outro
lado, para efeito de comparação, nos últimos dez concursos de nível superior que eu fiz,
Procurador de Goiás, Procurador da Assembleia de Goiás, Procurador da Fazenda
Nacional, Advogado da União, Defensor De Goiás duas vezes, Delegado do Distrito
Federal e Delegado de Polícia, eu obtive aprovação em todos eles na prova objetiva,
embora tenha desistido de alguns e reprovado em outros nas fases seguintes.
Falando assim, alguém pode pensar, mas não seria você um gênio? Será que
comigo também é assim? Bem, não tenho dúvidas de que somos absolutamente iguais.
Mas à frente, no capítulo X, falo da minha trajetória nos concursos. Lá você verá que antes
de obter aprovações, eu também colecionei derrotas.
Àqueles que possuem dúvidas se irão ser aprovados em um concurso, que têm
medo de perder tempo na vida, eu tenho uma receita simples e muito eficiente. Faça o
concurso mais fácil que você tiver notícia, de nível fundamental de preferência, para
trabalhar na cozinha de alguma escola pública por exemplo, ainda que você não pretenda
assumir o cargo. Quando você for aprovado em um concurso desses, seu cérebro
receberá a seguinte mensagem poderosa e impactante, no nível do subconsciente e não
apenas da consciência: eu passei nesse concurso porque o meu nível de conhecimentos,
tanto em termos de conteúdo quanto de táticas de estudo e provas, foi suficiente. A partir
de então, toda vez que você for reprovado em um concurso, saberá exatamente o motivo.
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fora desse parâmetro. Para alguns, vai parecer um caminho demorado até chegar onde
quer, mas garanto que é um caminho bem realista. Claro que existem exceções, tanto de
pessoas que, por algum motivo, podem optar por outra estratégia, quanto de algumas
oportunidades excepcionais que não podem ser desperdiçadas.
Assim, se por um lado, é possível dizer que não há mais – se é que um dia
houve – espaço para aventureiros na seara dos concursos, por outro, não tenho dúvidas
de que, àqueles que querem pagar o preço, a oportunidade está à porta. Concurso público
não é espaço de privilegiados, mas exatamente o contrário. É lugar de igualdade de
condições e de jogo limpo. Conhecer o que está nesse livro é a certeza de saber não
apenas as regras do jogo mas, especialmente, saber daquilo que funciona e que não
funciona para se chegar à vitória.
Leia o livro todo. De capa à capa. Ele foi escrito para ser lido assim. Para quem
gosta de apenas pinçar aqueles pontos que entende ser “essenciais’ ou “mais
interessantes”, eu digo duas coisas: 1 – se você não vencer a preguiça de ler, esqueça os
concursos públicos e, de resto, se desiluda de ter sucesso em qualquer área profissional. 2
– se você realmente tivesse a capacidade de escolher os pontos principais desse livro,
antes mesmo de lê-lo por completo, você não precisaria de nada do que está escrito aqui.
A distância entre o que uma pessoa precisa e aquilo que ela pensa que precisa é a mesma
medida da incapacidade que ela possui de fazer essa análise. Por isso, para aprender de
verdade, é preciso ter humildade e confiar em quem ensina.
Este livro foi escrito para atender a pessoas que estão em três diferentes
momentos de sua trajetória nos concursos: quem está começando do zero, e precisa de
uma orientação inicial que lhe possibilite trilhar um caminho seguro; aqueles que já fazem
concursos, mas ainda não estão conseguindo passar, e que necessitam de fazer alguns
ajustes para alcançar este objetivo e, por fim, àqueles que já passaram em concursos, mas
que almejam cargos maiores, e, por isso, precisam aprender a jogar no nível de cima. Meu
projeto é que este livro se torne algo colaborativo. Para isso quero obter a opinião dos
leitores sobre os necessários aprimoramentos futuros. Todo ano pretendo trazer uma nova
edição corrigida e atualizada. Minha intenção é que, com a ajuda de vocês, este livro se
torne o mais relevante guia para concurseiros do Brasil.
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Por mais que possa, em princípio, parecer repetitivo, aconselho que você leia
esse livro pelo menos uma vez por ano, principalmente antes de iniciar um novo projeto de
preparação para algum concurso. Tal ocorre porque a repetição, nesse caso, embora
possa trazer certa monotonia, já que não haverá muitas novidades, é um mecanismo de
consolidação da sua nova mentalidade, no nível do subconsciente. A cada vez que você
ler, certamente você aprenderá mais. É como pintar uma parede. Por melhor que seja a
tinta, nunca uma demão sozinha é suficiente para que se cubra de maneira satisfatória. A
cada nova leitura, devido à experiência acumulada, você estará em novo patamar mental,
de modo que o aprendizado adquirido também mudará.
Ao fim das contas, passar no concurso dos seus sonhos é uma tarefa – e um
conquista – tão somente sua, resultado do seu desejo profundo e de seu trabalho. Mas eu
te asseguro – e qualquer um pode me cobrar isso – que este livro será capaz de ajuda-lo
de maneira substancial nesse projeto, seja qual for o cargo que queira, do menor ao maior
e mais concorrido do Brasil. Qualquer um pode passar em um concurso sem ler esse livro,
mas o escrevi com a intenção de fazer com que aqueles que o lerem tenham uma jornada
mais rápida, mais segura e mais feliz.
Estratégia
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Há mais de 16 anos, quando fiz meu primeiro concurso, eu já havia percebido
que parte da estratégia de estudos era abrir mão de algumas coisas. Não apenas no
campo da vida pessoal, para ter tempo para estudar – vamos tratar melhor disso mais à
frente – mas também em termos de oportunidades e material de estudos, dentre outras
coisas. Em se tratando de material, o que existia de mais voltado para concursos na época
eram apostilas. Eu decidi que iria estudar com a melhor do mercado, independentemente
do preço, e abrir mão de todas as outras. E quando falo “todas as outras”, estou tratando
de outras duas ou três marcas existentes à época.
Hoje isso mudou muito. Em vez de duas ou três, existem dezenas ou até
centenas de opções de cursos e materiais voltados para concursos públicos.
Convencionou-se chamar de Big Data a grande quantidade de informações contidas na
internet, muitas delas sem organização inteligente. Eu creio que já estamos vivendo um big
data dos concursos, e que tende a piorar. Existe um sem número de especialistas,
coachings, professores, todos prontos a ensinar métodos “infalíveis” para a aprovação,
nem todos merecedores de credibilidade. No campo do conteúdo não é diferente. Uma
busca no Google é suficiente para se encontrar conteúdo para estudos de qualquer
matéria, livros, vídeos... No YouTube, são milhões de horas de vídeos apenas sobre
concursos públicos, sem falar nos blogs e sites especializados. Nem em um milhão de
anos seria possível assistir e ler tudo.
A quem pretende construir uma casa, não é aconselhável que vá direto à loja de
materiais de construção e comece a amontoar tijolos e cimento com as próprias mãos.
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Antes, deve cuidar do projeto, da autorização da prefeitura, de contratar profissionais, fazer
o levantamento dos custos financeiros, do tempo que precisará dedicar à supervisão da
obra, dentre outras coisas. É imprescindível que se enxergue o projeto como um todo
antes de assentar o primeiro tijolo, ou certamente terá problemas. Com concursos não é
diferente.
O método enxuto
Eu criei essa expressão concurseiro enxuto inspirado no livro de Eric Ries, cujo
título é “The Lean Sturtup”, traduzido no Brasil como “A Sturtup Enxuta”. Eric é um
empreendedor de grande sucesso do Vale do Silício, local pioneiro e de destaque mundial
em inovação tecnológica, localizado em São Francisco, Califórnia. O movimento “lean
sturtup”, criado por ele com base em suas experiências e de outros empreendedores que
ele observou, ensina empreendedores a alocar melhor os seus recursos de tempo e
dinheiro na construção de negócios.
A ideia aqui, tal qual nos negócios, é fazer com que o concurseiro trilhe um
caminho seguro, calcado na realidade e na experiência, para que não tenha de caçar no
escuro, alimentando ilusões e projetos que, cedo ou tarde, podem se tornar uma grande
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decepção. A minha longa experiência nesse mercado me permite dizer que é
perfeitamente possível fazer concursos de modo previsível e seguro. E é exatamente isso
que eu ensino neste livro, pois eu sei que quem assim age pode confiar na sua aprovação.
Assim, todo este livro se estrutura sobre este conceito de que existem três
fundamentos básicos para o sucesso em concursos: conhecer a ti mesmo, saber o que é
concurso público e trabalhar com profissionalismo.
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O ser humano possui uma capacidade de realização de coisas que, se não é
ilimitada, ao menos certamente é incalculável. Contudo, paradoxalmente, nós também
possuímos inúmeras limitações. E é exatamente o conhecimento das capacidades e das
limitações humanas que possibilitam a realização de proezas pela humanidade. Por
exemplo. Nenhum homem na face da terra é capaz de levantar sozinho um peso de duas
toneladas. Mas, sabendo-se dessa limitação, foram criadas e aperfeiçoadas ao longo da
história ferramentas e tecnologias que possibilitam ao homem erguer até mesmo centenas
de milhares de toneladas de qualquer coisa.
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Trabalhar com profissionalismo. Eu uso a palavra trabalho aqui de maneira
proposital, pois estudar para concurso é trabalhar para si próprio. E não se trata de um
trabalho qualquer, mas do tipo que possui a mesma natureza do empreendedorismo, em
que os resultados dependem inexoravelmente da sua disposição e coragem.
(se você trabalha duro para os outros, porque não pode fazê-lo para você
mesmo?)
Fazer inscrição e prova de concurso, qualquer um faz. Ainda hoje não são
poucos os que se arriscam – na cabeça deles – a conquistar um cargo público, tal qual se
joga um bilhete da Mega-Sena. Contudo, aqueles que enxergam na carreira de concursos
públicos uma verdadeira oportunidade de se desenvolver, pessoal e profissionalmente,
para fazer por merecer o cargo almejado devem encarar a jornada como se estivessem
abrindo uma empresa. Sim, uma empresa chamada Você.
Tal qual um negócio próprio, você precisará de capital a ser investido, embora
não seja o mais importante – a exemplo das empresas – e de muita dedicação e
entusiasmo, mesmo trabalhando no vermelho. É como abrir as portas da sua loja todos os
dias, limpar o chão e tirar a poeira dos móveis e, ao fechar, não ter faturado um único
centavo. Alguém poderia dizer que também é semelhante a um empregado que trabalha
sem salário, mas não é. Não é porque o empregado tradicional só realiza suas tarefas
porque está sob o comando e a fiscalização de alguém. E nos concursos não pode ser
assim, porque a única pessoa que terá controle sobre suas atividades é você mesmo.
Ciclo PDCA
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Do, C – Check, A – Action. Durante a primeira fase P, deve haver o planejamento
detalhado do projeto, visualizando do início ao fim o que será feito e como será feito. A
segunda fase é a da execução, onde se executa o quanto possível exatamente aquilo que
se planejou fazer. Na fase de checagem, a terceira, se analisa a empreitada, identificando
aquilo que foi bom e deve continuar e aquilo que não foi tão bom e precisa de mudanças,
detalhando tais alterações necessárias para um próximo projeto. Por fim, a quarta fase,
ação, significa o reinício do ciclo, com a realização de novo planejamento agora com as
alterações advindas da experiência anterior.
Nos concursos públicos, é comum pessoas estudarem por meses ou até anos
sem saber exatamente o que estão fazendo. Por não perceberem claramente onde estão
seus erros e acertos, acabam vendo seu ânimo para os estudos ir se dissipando, até
desaparecer completamente. Não há nada mais natural e humano nisso. A pessoa se
cobra, pois sabe que precisa fazer alguma coisa para mudar aquela realidade, mas ao
mesmo tempo se sente impotente e desamparada por não saber o que fazer. Isso é
resultado do estudo por esperança. Todo mundo que já jogou na loteria pela primeira vez
tem uma nítida sensação de que tem grandes chances de ganhar. Além disso, não é
incomum que esta animação seja traduzida em lúdicos planos de como se gastará todo
aquele dinheiro. Por outro lado, pessoas que jogam há vários anos já perderam esta
inocência. Tragado pela dura realidade estatística, jogar torna-se quase que uma
obrigação, algo mecânico. Joga-se mais por medo – de perder caso não tenha jogado –
que por esperança de ganhar.
Planejamento – Aprenderá tudo o que precisa saber para fazer a escolha do seu
cargo, e de eventuais cargos intermediários para chegar até lá. Na sequência, ainda dentro
da fase de planejamento, irá aprender a criar Projeto Enxuto, definindo todos os detalhes
do processo, como horários e locais de estudos e até de lazer. Irá aprender também a
preparar um Edital Enxuto, estabelecendo as principais matérias a serem estudadas com
foco no seu cargo e descartando aquelas que não costumam ser cobradas. Ainda, irá fazer
um Cronograma Enxuto, com estudos, resumos, questões e revisões até a data da prova.
Por fim, aprenderá ainda a identificar e adquirir um Material Enxuto, de modo a aprender o
máximo possível no menor período de tempo.
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planejado, deixando as mudanças para o próximo ciclo do projeto, até porque aquilo que
lhe pareça uma boa segunda opção, pode dar lugar a uma terceira, quarta...
A execução deve começar tão logo o planejamento esteja pronto, pois potencial
sem execução é frustração. De nada adianta ler livros e fazer cursos sem colocar a mão na
massa. A melhor teoria é a que se aprende na prática.
Ação – Nesta etapa você irá fazer as devidas correções no seu Projeto Enxuto,
e recomeçar um novo ciclo PDCA.
Durante todo o processo de estudos até a prova, e a cada novo ciclo PDCA,
você aprenderá a medir sua evolução e aprendizado, identificando claramente o caminho
percorrido rumo ao seu objetivo. Isto lhe trará a confiança necessária para continuar.
Cora Coralina
Jovem desempregado
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Minha história nos concursos começa em 1999, aos 19 anos, quando me
inscrevi para o concurso do Banco do Brasil. Na ocasião, estava há mais de ano tentando
ganhar dinheiro como distribuidor independente da de uma marca de produtos pra
emagrecer. Não ganhei dinheiro e, ainda, por má gestão minha do negócio, contraí uma
considerável dívida, algo em torno de vinte e cinco salários mínimos da época. Para piorar,
a maior parte da dívida era no cartão de crédito, utilizado para a compra dos produtos que
eu revendia, cujas taxas de juros não eram muito diferentes de hoje.
Como eu já estava percebendo que o meu negócio não ia tão bem das pernas,
passei a analisar a me preocupar em conseguir um emprego. Na época, era comum que
as bancas de revista afixassem os classificados de emprego do lado de fora. Muitos eram
os que, como eu, consultavam o jornal ali mesmo, sem precisar comprar um exemplar. Já
desanimado com as vendas dos produtos, consultar os classificados do jornal O Popular
se tornou um hábito sempre que eu estava pelo Centro de Goiânia. Aliás, quando estava
por ali, também não deixava de dar uma passada no escritório da minha supervisora e
também de almoçar no “come em pé” que era o apelido carinhoso para um restaurante
baixo-custo que existia ali perto da Av. Goiás, atrás do Bradesco. Ninguém comia em pé,
mas tinha tanta gente que, não raro, era preciso esperar alguém liberar uma cadeira para
almoçar.
Respondi a vários anúncios de emprego, mas não estava tendo maior sucesso
que nas vendas. Egresso de ensino médio em escola pública e tendo como registro na
carteira profissional apenas três anos de office-boy pelo Cesam – Centro Salesiano do
Menor –, instituição intermediadora de mão de obra adolescente, na Associação de
Combate ao Câncer em Goiás, conseguir emprego para ganhar um salário mínimo, que na
época era R$ 136,00, parecia algo distante pra mim, que, naquela ocasião, devia R$
3500,00.
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inimaginável, onde meu fraco currículo e meu nenhum networking profissional não eram
empecilhos.
“Banco do Brasil, 2500 vagas, salário 900 reais, escriturário, apenas nível
médio”, dizia a manchete. Aquilo fez brilhar meus olhos. Eu acreditei. Tudo o que eu
precisava fazer era estudar o suficiente e tirar uma boa nota. Eu não sabia exatamente
como iria fazer aquilo, mas, por algum motivo, eu tive a certeza de que aquele era o meu
caminho, e me apeguei nele como uma tábua de salvação.
Fiz a prova, mas não senti que havia me saído bem. Já naquela minha primeira
experiência com concursos, fiquei com a impressão de que muita coisa que eu havia
estudado e aprendido, não consegui desenvolver bem na prova. Eu simplesmente não me
lembrei de muita coisa, embora tenha aprendido no curso. Apesar das virtudes, e de me
ensinarem muito conteúdo, hoje sei que aqueles professores, por não saberem, não
haviam me passado um método, com cronograma, um modo de repetição, exercícios e
resumos que fizessem com que meu conhecimento fosse máximo no dia da prova. Mais à
frente tratarei disso em detalhes.
As vitórias
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logo percebi que, para ir além na carreira dos concursos, eu precisava de um diploma de
nível superior. Em 2002, entrei no curso de Engenharia Civil na Universidade Estadual de
Goiás, mas abandonei no primeiro semestre devido a algumas questões pessoais que
explicitarei mais à frente. No ano seguinte, entrei para Direito na Universidade Federal de
Goiás e, durante o curso, passei na Polícia Rodoviária Federal.
As derrotas
Minha primeira grande decepção nos concursos foi no certame para o cargo de
escrevente do Tribunal de Justiça de Goiás, de nível médio, cujo edital fora lançado
quando eu estava prestes a concluir o trabalho temporário no IBGE. Passei na primeira
fase, objetiva, e saí confiante da segunda etapa, com provas discursivas e redação, onde
eu teria de tirar cinco pontos em cada matéria e na redação, bem como atingir média geral
de no mínimo 6,0. Foi grande a minha surpresa quando minha redação obteve nota 4,95.
Assim, embora a minha média final tenha sido acima de 6,0, eu estava
eliminado. Eu fiquei inconformado. Fui até o tribunal e, no dia designado, tive vistas da
correção da minha redação, já que eu achava ser impossível aquela nota. Ali aprendi uma
nova e importante lição, pois embora a nota de largada da minha redação tenha sido bem
alta, o critério de correção previa o desconto de determinado número de pontos por cada
erro gramatical, sem limites. O examinador encontrou inúmeros erros, alguns certamente
por minha limitação no português mas, muitos outros, por falhas cometidas por pura
desatenção, como não cortar o “t’, pingar o ‘i’, ou separar corretamente as sílabas no final
da linha, sem falar na incompreensão de alguns trechos pelo examinador em virtude da
minha terrível letra. Fiz um recurso que restou improvido. Mais uma vez, meu parco
resultado me ensinou um pouco mais sobre a importância de ter a visão certa e a
estratégia correta na hora da prova.
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Memória x raciocínio
Tomei um banho, jantei e, algum tempo depois, me deitei para dormir. Mas não
consegui cochilar um minuto sequer durante a noite. A mente acelerada ficava repassando
as matérias estudadas durante o dia, em um processo natural de memorização e
consolidação do conhecimento que deveria acontecer durante o sono, mas que, por ter
passado do ponto, eu estava assistindo em tempo real em vez de pegar no sono. Mas foi
uma tortura que durou pouco, pois logo decidi me levantar e tomar outro banho, pois já
estava quase na hora da prova.
Por um lado, quanto mais você estudar, e quanto mais próximo da prova fizer
isso, mais conteúdo fresco colocará na sua memória o que, em tese, aumenta suas
chances de acertar mais questões. Contudo, por outro lado, quando você estuda nas
últimas horas antes da prova, ainda que consiga dormir, estará cansando o seu cérebro,
esse motor que é responsável por fazer a análise de cada problema da prova e também de
recuperar na memória cada uma das respostas paras as questões. Assim, hoje entendo
que, por mais que ainda existam nas últimas horas conteúdos importantes a serem
estudados – e sempre haverá – é preferível resguardar a energia cerebral para a hora da
prova, pois são maiores as chances de você ser beneficiado por um raciocínio ágil que por
alguns conteúdos a mias na memória. Aconselho que, ao menos no último dia, você não
estude nada. Se teimar e for estudar, que seja pouco e pare bem mais cedo.
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comum nas reprovações em concursos, de que acabara de perder uma grande e rara
oportunidade para os meus padrões na época, pois ia trabalhar em Goiânia, em um cargo
efetivo e com uma boa remuneração. Tive de recolher os cacos e voltar aos estudos, pois,
apesar da reprovação, estava cada vez mais certo de que não havia outro caminho para
mim que não fossem os concursos públicos.
Saí da prova com a nítida sensação de que dessa vez não daria para mim mas,
para minha surpresa, fui classificado. Passar na PRF significava uma grande evolução na
minha carreira de concurseiro, especialmente em termo salariais, pois era cerca de três
vezes maior que o que meu salário de então. As fases seguintes foram uma verdadeira
maratona. Passei na prova física, exames médicos, investigação social, bem como
apresentei toda a documentação exigida. Já estava me sentido praticamente um policial
federal... mas reprovei no exame psicotécnico, por cometer um erro de principiante.
No meu vídeo no YouTube de número 060 eu conto melhor essa história e qual
a lição aprendida. Sofri menos que da outra reprovação, possivelmente por já estar
empregado e com a casca mais grossa, mas foi duro. Difícil ser reprovado e mais difícil
ainda explicar isso para as outras pessoas, já que muitos confundem exame psicotécnico
com exame de sanidade mental.
Dois anos depois abriu novo concurso para PRF, dessa vez com 2200 vagas,
também feito pelo Cespe/UNB. Mas, surpreendentemente, dessa vez optaram por trazer
uma prova bem mais simples. Passei em todas as fases – inclusive no psicotécnico – e fui
convocado na primeira turma para fazer o curso de formação. Trabalhei por diversos anos
na PRF.
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A experiência que tive nesse concurso porém, em 2014, me fez aprender uma
lição formidável que eu jamais esquecerei. Em resumo, aprendi que jamais eu devo me
limitar, imaginando que existe um tempo mínimo de preparação para aprovação para
qualquer que seja o cargo. Peço licença mais uma vez para pedir pra você assistir ao
relato que fiz dessa experiência no meu vídeo de número 087 no meu canal do YouTube.
Entre meio às minhas aprovações, tive diversas outras reprovações. Citei aqui
apenas aquelas as quais julgo terem sido as mais marcantes, inclusive para que você
perceba que a derrota é natural e até parte do caminho do sucesso. Se eu falasse aqui
apenas de minhas aprovações, poderia passara falsa ideia de que ser reprovado não faz
parte do jogo.
Acomodação
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Muitas coisas eu aprendi com outros concurseiros, em conversas e pedidos de
dicas que eu fazia quando precisava. Mas também muito aprendi com minhas próprias
experiências. Eu sei que muitas pessoas, por um motivo ou por outro, não tiveram a
oportunidade de trilhar o caminho que eu trilhei, e também sei que muitas outras obtiveram
conquistas muito superiores às minhas, e, por tais motivos, não me julgo melhor que
ninguém. A minha intenção com este livro é poder ajudar àqueles que precisam de uma
mão amiga que lhes mostre um caminho na escuridão, como eu pude enxergar no
momento que mais precisei. Não quero mostrar que é fácil – pois não é – mas que é
possível. E não apenas mostrar, mas indicar o caminho a ser seguido.
A grande vantagem de quem lê e saiba dar o devido valor nesse livro é poder
aprender em poucos dias ou horas aquilo que eu levei mais de uma década para aprender,
adquirindo em pouquíssimo tempo um conhecimento que o tire do patamar de amador ou
povão em concursos públicos para um nível que lhe permita, em termos de método, se
tornar um especialista e jogar no nível dos melhores concurseiros do Brasil.
Servidor público, em sentido amplo, é qualquer pessoa que exerce uma função
em nome do Estado, seja a qual título for, com ou sem vínculo, remunerada ou não. O
Estado, por sua vez, é uma entidade cujo único sentido de existir é a busca pelo interesse
público, que é aquele que visa ao atendimento das necessidades da sociedade como um
todo.
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No Brasil, via de regra, são acessíveis por eleição os cargos de natureza
política, que são aqueles onde se tomam as principais decisões na seara pública, a
exemplo da criação de leis e definição de políticas públicas. Os principais são os cargos de
vereador, deputado estadual, deputado federal, senador, prefeito, governador e Presidente
da República. Em tais cargos, existe elevado grau de carga decisória, de opções e
definições que podem variar muito a depender da linha de pensamento e visão de mundo
que se adota.
Como se pode notar, a própria definição de o quê deve ou não ser considerado
como interesse público pode variar muito. Como não se trata apenas de uma decisão
técnica ou burocrática, mas de verdadeira escolha discricionária, é preciso que as pessoas
a ocupar tais cargos recebam a legitimação direta da comunidade, que as escolhe através
do voto popular. De outro lado, como os interesses e prioridades da comunidade podem
variar com o tempo, é preciso também que os cargos eletivos tenham prazo de duração,
para que sejam renovados de tempos em tempos, de modo que seus ocupantes se
mantenham sempre com a mentalidade representativa da vontade popular.
Os cargos acessíveis por concurso, por sua vez, possuem natureza técnica,
com pouca carga decisória, cujas competências e finalidades já vêm previamente definidas
por lei. Para ocupá-los, exige-se determinado nível de conhecimento e especialização em
determinada área específica. Tal ocorre tanto em carreiras típicas do Estado, como fiscais,
policiais e juízes, quanto em que existem de maneira concomitante com as do mercado
privado, em órgãos públicos ou empresas controladas pelo poder público, a exemplo de
auxiliares administrativos, médicos, professores e engenheiros. Em tais casos, a maneira
que melhor atende ao interesse público para a escolha de quais pessoas irão ocupar os
cargos é a realização do concurso público.
Marco legal
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Como havia grande número de servidores já ocupando cargos efetivos sem que
tivessem feito concurso, optou-se por criar uma regra de transição, de modo a considerar
estáveis no serviço público todos os que, mesmo sem concurso, já estivessem exercendo
cargo público efetivo há pelo menos cinco anos na data da promulgação da Constituição.
Mercado gigantesco
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O modo como você reúne, administra e usa a informação determina se vencerá
ou perderá.
Bill Gates
No que se refere a carreiras típicas de Estado, que são aquelas que inexistem
correspondente no mercado privado, existentes justamente para exercer funções que só
podem ser exercidas pelo Poder Público, o cargo comissionado é absolutamente
incompatível, de modo que seria um escândalo se falar de alguém ocupar uma carreira
dessas hoje em dia sem concurso. São exemplos as carreiras policiais, de fiscalização e
arrecadação tributária, juízes, ministério público, defensorias, procuradorias, dentre várias
outras.
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em pessoal em todas as esferas e áreas envolvidas, inclusive por parte da União, que
possui uma dívida de décadas de descaso nessa seara. O país que a sociedade quer, com
serviços públicos de qualidade, voltados para atender aos verdadeiros interesses da
população, de maneira honesta e competente passe necessariamente por mais concursos
públicos.
Por tudo isso, é cada vez mais pujante o mercado brasileiro dos concursos, cujo
interesse da população só aumenta a cada ano. De fato, ainda que o número de servidores
não seja aumentado, o sempre existirá uma forte demanda por novos concursos ao menos
no que tange às reposições de servidores exonerados, demitidos e aposentados. São
milhares de servidores saem todos os anos deixando os cargos vagos em absolutamente
todas as áreas. É bem verdade que, em momentos de crise, acaba-se retardando um
pouco as contratações para ter certo alívio no caixa dos entes públicos. Mas tão logo a
economia comece a crescer novamente – e vemos que isso já está ocorrendo – os
concursos irão voltar com grande força.
Frederick Douglass
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Os órgãos responsáveis pelo controle de tais desmandos, ainda tem agido de
maneira muito tímida e até constrangedora a esse respeito, sendo a evolução ainda
bastante lenta, infelizmente.
O fato é que essa desordem afeta a qualidade dos serviços públicos, e onera o
chamado custo Brasil... A evolução da sociedade rumo a um regime verdadeiramente
republicano, no qual o Estado existe pelo povo e para o povo não é algo que se consiga
apenas com a decretação e uma norma jurídica. Muitas são as interpretações e artimanhas
utilizadas para se burlar tais regras com uma visão patrimonialista. É uma evolução lenta,
na luta para fazer com que a Constituição seja de fato cumprida nessa seara, a qual, é
bom que se diga, também já se obteve muitas vitórias, como a proibição do nepotismo e a
exigência de concursos para cartórios.
Meu objetivo em abordar esses problemas nesse livro é porque acredito que é
exatamente a disseminação dessas informações e ideias que irão mudar essa realidade.
Mas, é importante que se diga, as irregularidades nos cargos comissionados não são
motivos para que ninguém desanime dos concursos, até porque eles representam apenas
um pequeno percentual em relação aos cargos gerais. Além disso, há vários anos não se
admite a presença de servidores comissionados nas carreiras típicas de Estado.
No próximo capítulo, vou tratar um pouco de algo que foi fundamental na minha
carreira e tenho certeza que fará toda a diferença na sua, que é a mentalidade.
Diferentemente do que muitos pensam, passar em concursos não depende apenas de
fatores externos, sejam eles horas de estudos, bons materiais ou professores. Em grande
medida – e na minha opinião, na maior medida – o que faz toda a diferença é aquilo que
está dentro do subconsciente de cada um, e isso é perfeitamente passível de ser moldado.
Por isso, é indispensável nos debruçarmos sobre tal realidade antes de entrarmos mais
especificamente na parte mais técnica do livro. Pois o fato é que a consciência é apenas a
ponta do iceberg, sendo o subconsciente o responsável pela maioria das decisões e
impulsionamentos que te levarão à aprovação em um concurso. Negligenciar isso é o
caminho certeiro para o fracasso.
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Mindset – a sua mentalidade define você e seus limites
Quer você acredite que consiga fazer uma coisa ou não, você está certo.
Henry Ford
Tal base funciona como um sistema operacional que é quem irá gerenciar cada
um dos mecanismos envolvidos no processo, dando suporte à necessária energia e
disposição indispensáveis para se estudar para concursos. Muitos não sabem de onde
vem tanto sono, tanta preguiça e vontade de largar os estudos pra fazer qualquer outra
coisa, mas a resposta principal pra isso é a seguinte: o seu cérebro não acredita nisso que
você está pretendendo fazer. A criação ou o aperfeiçoamento desse sistema é o que
garantirá o resultado final desejado.
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Creio eu que a produção do programa decidiu contar a história de Esaú porque
ela iria gerar grande surpresa e interesse nas pessoas e também porque era uma maneira
de homenagear o esforço daquele jovem que conseguiu tão grande feito. Esse tipo de
quadro costuma fazer muito sucesso porque inúmeras pessoas se reconhecem naquele
personagem, devido ao fato de que eles mesmos possuem muitas das mesmas angústias
e sofrimentos dele. A ideia geral é: se ele conseguiu, eu também consigo, basta me
esforçar. Mas, com a experiência que eu já possuía, me atentei para as entrelinhas da
reportagem, dando atenção e valor naquilo que penso que a esmagadora maioria dos
telespectadores sequer enxergou que existia. O esforço do jovem foi muito importante,
mas, antes dele – ou para que ele existisse – foi necessário que algo tivesse sido gestado
em sua mente.
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O fato é que a constante sensação, que muitas pessoas possuem, de estar
sendo vítima de injustiças e de que alguém irá vir ao seu socorro, torna-se um prato cheio
para as redes de TV que gostam de investir no ramo de negócios do sensacionalismo de
bondades. Sai feliz o escolhido para representar os milhões de telespectadores, que, por
vezes, ganha variados prêmios e benesses – com o providencial reforço emocional do
apresentador no intuito de arrancar algumas lágrimas: sua hora chegou! Você merece! Já
sofreu demais! Saem alegres também os telespectadores, se não na expectativa de um dia
também serem agraciados pelas bondades do programa, ao menos pela sensação de ver
no próximo, de algum modo, também sua redenção pessoal dessa vida de misérias e
injustiças. E sai satisfeita a emissora, que vende tanto os espaços para os “doadores”
mostrarem suas marcas quando a publicidade nos intervalos das programações.
Embora em seu formato aquele quadro do Faustão, com o jovem Esaú, fosse
um tanto diferente, pois o programa, em verdade, não estava lhe dando nada, seja
diretamente ou através de patrocinadores, não se pode negar que ele visava a mexer com
o imaginário das pessoas de maneira bem parecida. Embora raros na TV quadros que, de
algum modo, deem relevo à educação, a ideia ali presente também era a de prender a
atenção do telespectador para algo que lhe mostre que sim, ele também pode chegar lá!
Não é só o rico, não é só quem estuda em escola particular, não é só quem mora na
cidade grande!
Como eu disse, minha atenção naquele programa ficou mais voltada ao que foi
revelado nas entrelinhas que em todo o espetáculo emocional ali realizado em torno do
suposto inexplicável sucesso do garoto. É fato que Esaú é um ponto fora da curva na
educação brasileira. É exceção que uma pessoa pobre passa em um dos cursos mais
concorridos das universidades federais.
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tenha uma mentalidade voltada pra isso – a é aqui que mora o gargalo, pois a maioria não
possui.
É por isso que Esaú, ao passar em primeiro lugar no curso mais concorrido da
Universidade Federal de Pernambuco, pode nos trazer uma lição preciosa se, em vez de
olharmos para ele com o sentimento da síndrome da autocomiseração, analisarmos o
fundamento principal de seu sucesso: o seu mindset. Antes de qualquer esforço ou mesmo
da oportunidade de estudar ou se matricular em um vestibular para medicina, o fator
fundamental da vitória de Esaú foi a mentalidade que ele possuía, a respeito da
importância da educação em sua vida. Mas não apenas uma convicção ou entendimento
racional, que muitos possuem e, mesmo assim, não é suficiente para que vençam a
inércia, mas a mais profunda e arraigada certeza no seu subconsciente de que estudar era
a coisa mais importante, urgente e necessária em sua vida. Aqui surge naturalmente
alguns questionamentos por parte dos leitores: Fabiano, como você notou isso no
programa, e de que forma ele adquiriu esta visão diferenciada?
Em uma passagem rápida no programa sua mãe revela que deixava até de
comprar comida para investir nos livros do garoto. Em vez de reclamar da sorte ou do
governo, e em vez de apenas falar para o menino estudar, como milhões de pais fazem,
por algum motivo, ela deu ao garoto um exemplo prático que transformaria sua vida. A
mensagem no seu subconsciente era: se até do alimento, que é escasso e necessário para
a manutenção da vida, minha mãe abre mão para que eu leia esse livro, o que mais eu vou
fazer?
Assim, o mesmo fator que difere Esaú de milhões de brasileiro pobres, que
marcham em passos largos para a miséria, o iguala a outros milhões que caminham para o
sucesso: a mentalidade voltada para a importância dos estudos. Notem que a grande
diferença não está no governo ou no dinheiro... Mas simplesmente na mentalidade
subconsciente, profundamente arraigada e voltada para os estudos. Esses outros milhões
que caminham para o sucesso, grande parte advindos de famílias com recursos
financeiros, recebem de seus pais, amigos e familiares algo muito mais importante que o
dinheiro, que é o exemplo do sucesso através dos estudos. Isso, por si só,
independentemente de outros incentivos, já é fator suficiente para a formação do mindset
vencedor. Mas não basta falar, é preciso ver o exemplo. Palavras se vão como o vento,
mas os exemplos são capazes de transformar vidas.
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sucesso obtido através dos estudos; mas a ela, embora seja dada toda instrução e
exemplos da importância de se estudar, jamais é dado um único centavo, privilégio, ou
pago qualquer coisa relativa a seus estudos. A outra criança, diferentemente, é criada em
uma família pobre, cujos exemplos próximos não lhe permitem conviver com nenhuma
pessoa que obteve qualquer benefício com os estudos, mas, ainda assim, seus pais lhe
dão uma pensão mensal vitalícia de R$ 1.000,00 para gastar com o que quiser desde
muito cedo.
Qual dessas duas crianças tem a maior probabilidade de ter sucesso na vida
através dos estudos? A mim não restam dúvidas de que aquele para quem foi dada a
condição e desenvolver um mindset de sucesso nos estudos estará milhões de anos luz à
frente do outro, pois o dinheiro será algo, se não dispensável, irrisório para o seu sucesso.
Se estudar em escola pública, será o melhor aluno do colégio, se destacando e tendo
inúmeras portas abertas por isso, tais como bolsas e oportunidades. Jamais lhe faltará um
livro para ler, seja de onde vier. Quando mais velho, se preciso, poderá trabalhar para
pagar seus estudos, o que também não se tornará um obstáculo. Não tenho dúvidas de
que será absolutamente quem quiser ser através dos estudos, seja no Brasil ou no
exterior.
E quanto ao outro, que possui apenas o dinheiro? Este, ainda que o dinheiro
não lhe corrompa, pois sequer saberá dar valor a algo que lhe venha à mão facilmente,
acredito que não será com educação que ele irá gastá-lo, tornando-se um adulto
dependente da pensão que lhe acostumaram a pagar e provavelmente ficará revoltado,
sentindo-se injustiçado se um dia ela vier a lhe ser retirada.
Esaú não tinha em sua família o exemplo de sucesso nos estudos. Não tinha um
pai médico, dono de uma clínica, com um carrão importado... Mas houve de garimpar, no
exemplo de sua mãe, essa energia para estudar o quanto fosse necessário.
A maneira com que a pessoa encara os estudos fará toda a diferença na sua
história como estudante. Enquanto para alguns, estudar é um sacrifício inútil – inclusive por
falha nos processos pedagógicos por deixar aproximar o que se estuda da realidade
prática e da relação com o sucesso profissional – para outros, a educação é o seu maior
investimento, pois com ela ele está construindo o seu futuro. A compreensão, no nível do
subconsciente, advinda de exemplos e da crença de sua importância é o primeiro passo
para o sucesso na educação e também nos concursos públicos.
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Este livro é voltado especialmente para aqueles que não tiveram tal benesse na
vida. Ao lê-lo, você estará se permitindo uma profunda transformação no seu mindset, de
forma a passar a ter uma visão superior em termos de estudos para concursos. Assim,
poderá, de fato, disputar uma vaga em qualquer concurso público do país, não apenas do
ponto de vista formal, mas com efetivas chances de passar. Não se preocupe se você não
teve o exemplo dos seus pais, amigos e familiares na educação e nos concursos públicos.
Esaú encontrou seu caminho no exemplo e na orientação de sua mãe. Espero que você
encontre o complemento de que eventualmente ainda precise nessas singelas palavras
aqui escritas. Pois o que importa não é de onde vem a transformação, mas que ela
aconteça.
Além disso, embora exista em nosso país uma quantidade centenas de vezes
maior de profissionais de grande sucesso nas áreas com maior afinidade com educação,
tais quais os médicos, engenheiros, juízes, advogados e empresários, em comparação
àquelas mais ligadas aos espetáculos televisivos, são nesses últimos que a TV investe.
Todos os dias há espaço para algum esportista, cantor ou artista que tenha saído do nada
e atingido o auge.
Existem muitos empresários do nosso país que são dezenas de vezes mais
ricos e bem sucedidos que Eduardo Costa ou Neymar, muitos dos quais saíram até
mesmo de favelas e construíram fortunas do zero. Mas porque a Globo ou a Record nunca
tratam do assunto? O motivo é porque a televisão só tem interesse em divulgar o mundo
artístico e esportivo, pois é dali que eles tiram toda a sua programação e,
consequentemente, sua renda. Basta observar a grade de programação, programas de
auditório e esportivos são utilizados para retroalimentar o interesse dos espectadores em
outros programas como transmissões de futebol e novelas. São raros os programas de TV,
em especial da TV aberta, que não dependam de jogadores de futebol, cantores, modelos,
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atores e demais celebridades. Eles precisam manter tais pessoas em destaque, mostrando
ao público o quanto são talentosas bem sucedidas para que o público mantenha o
interesse na programação.
Mas Fabiano, não é verdade que o Neymar era pobre e se tornou um milionário
reconhecido internacionalmente, ou que outros conseguem sucesso no mundo artístico?
Sim. Mas não há espaço no mercado para muitos Neymares ou cantores sertanejos. Se
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olharmos para o mercado do futebol brasileiro, por exemplo, ainda que incluamos os
jogadores transferidos para o futebol estrangeiro, é certo que não cheguem a mil pessoas
no total, as quais verdadeiramente conseguiram vencer na vida através do futebol. Todas
as outras dezenas de milhões de crianças, jovens e adolescentes que foram incentivados a
dedicar suas vidas na tentativa de se transformarem em um jogador de futebol terão de se
contentar em passar o resto da vida em algum tipo de subemprego. Isso é uma tragédia
social.
Eu me lembro que quando comecei a estudar, uma das coisas que me fizeram
dar mais valor aos concursos foi a sensação que tive de ter descoberto uma área
profissional onde eu não precisasse passar pelas humilhações de pedir um emprego.
Pouco tempo antes de passar no meu primeiro concurso, eu cheguei a responder a
diversos anúncios, deixar currículos, e participar de entrevistas sem sucesso. Bater na
porta de uma empresa, então, e perguntar se estavam precisando de alguém pra trabalhar
era algo que estava totalmente fora de cogitação, devido à minha vergonha e timidez.
Onde mais se pode conseguir um trabalho de qualidade, sem depender dos outros e
ficando recluso no seu quarto?
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Além disso, é bom dizer que a recepção e a adaptação dos novatos no serviço
público é, em regra, muito melhor que nas empresas privadas. Enquanto no mercado
privado o novo empregado precisa se adaptar a tudo e a todos, começando quase sempre
de baixo; quando se obtém um cargo público o status que a pessoa chega no órgão é bem
diferente, e depende primordialmente do cargo para o qual fora aprovado. Em primeiro
lugar, porque não há nada para provar a ninguém. E em segundo, porque o agente público
se vincula muito mais à lei e normas formais que a eventuais culturas ou políticas
empresariais. Assim, é possível exercer seu cargo tranquilamente independentemente de
se amoldar ou não à opinião e ao comportamento dos outros servidores, havendo um nível
de independência e autonomia bem superiores, embora não seja absoluto, pois sempre
haverá algum grau de hierarquia e sempre se estará convivendo com pessoas.
Sêneca
Tem muita gente que pensa que quer ser aprovado em um concurso e nomeado
para exercer determinado cargo público, de policial, fiscal, promotor... Mas não é bem isso
que acontece. Na verdade, grande parte dessas pessoas não quer de verdade o cargo –
pelo menos não com o sentido que eu dou aqui para a palavra querer –, mas apenas o
aceita em suas vidas, pois, de algum modo, sentem-se merecedoras dele. Para início de
conversa, eu penso que ninguém é merecedor de um cargo até que seja aprovado para
exercê-lo. Nem porque já sofreu demais na vida, nem porque já estudou muito, nem por ter
determinado interesse de ajudar o país ou tampouco porque já o visa e sonha com ele há
bastante tempo. Trata-se de uma atitude passiva. O querer é algo diferente, uma vontade,
um desejo ativo de alcançar algo, de chegar a algum lugar.
Há um ditado popular que querer é poder. Sim, muito poder. Tal ocorre porque o
querer age tanto no cérebro da pessoa que quer, turbinando seu inconsciente e fazendo
com que todas as suas ações e pensamentos se voltem para este objetivo, quanto age nos
cérebros das outras pessoas. O ser humano é essencialmente solidário com o próximo. E
a solidariedade humana é tão maior quanto mais se percebe que a outra pessoa quer
muito alguma coisa. Quem pede demais ajuda aos outros se torna chato e inconveniente,
mas quem demonstra de maneira natural, através de atitudes, fazendo o que pode, com o
que tem e onde está, desperta nos outros o desejo de ajudar.
Por isso, quem quer realmente muito algo, seja lá o que for, tem um poder que
age tanto sobre sua própria mente quanto sobre a mente das pessoas ao seu redor,
fazendo com que todas as portas, conhecidas e desconhecidas comecem a ser
descobertas e abertas. Quando você quer algo de maneira genuína e forte, nada no
Atenção – este livro está em construção e contém erros. Ainda serão feitas correções,
tanto em relação à linguagem quanto relativamente ao conteúdo. Página 43
mundo pode te parar. Tudo e todos passam a agir em conformidade com o seu querer,
consciente ou inconscientemente, e o mundo passa a se mover ao seu favor.
Isso não significa, contudo, que não haverá resistências também. Tais podem
surgir tanto na forma de sabotagem, por pessoas pequenas que acham que seu
crescimento significa o rebaixamento delas – mas na verdade é o contrário, pois qualquer
pessoa próxima de alguém que cresce faz com que ela também cresça um pouco mais –
quanto por pessoas que querem te proteger, acreditando que você irá sofrer com a
exposição e o fracasso na sua empreitada.
Quando Jesus começou a realizar seus milagres, por ocasião do início do seu
ministério, logo notou que, nas proximidades de sua casa, onde fora criado, era bem
menor tal ocorrência sobrenatural. Não que ele agisse diferentemente, mas a falta fé das
pessoas impediam as curas. Elas diziam: “mas não é este o filho de José, o carpinteiro”.
As pessoas que já o conheciam e estavam acostumadas a ver o garoto Jesus como uma
pessoa comum, não aceitavam aquela mudança. Não aceitavam que ele agora realizava
façanhas em nome de Deus. Diferentemente, quando ele ia para locais longínquos, onde
ninguém o conhecia, os milagres se multiplicavam.
Por isso, nunca espere e nunca meça o seu querer genuíno e a sua fé nos seus
próprios sonhos pelas pessoas que estão próximas de você, independentemente do
quanto elas te amam ou te odeiam. Para desenvolver e alimentar seu querer genuíno e
poderoso, descubra uma maneira de romper a barreira dos parentes, amigos e familiares
próximos. Especialmente em relação àqueles que não possuem o patamar que você
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pretende alcançar. Você verá que, após a conquista, eles aceitarão bem seu novo status e
a maioria até se regozijará contigo. Mas, antes da conquista, é preciso tomar cuidado para
que não roubem o seu sonho.
É fato que nós somos seres fundamentalmente movidos pela fé, ainda que não
percebamos isso no nosso quotidiano. Sem fé de que o chão seja firme, você não daria
sequer o próximo passo. Se duvida, experimente andar sobre uma ponte de vidro. Ainda
que sua superfície seja mil vezes mais dura que o ferro, muitas pessoas não conseguirão
dar um único passo sobre ela por lhes faltar a fé. Sua falta de fé fará com que fiquem
congeladas de medo. O problema ao lidar com pessoas negativas é que verdadeiramente
a negatividade deles pode nos afetar, porque a fé se transmite e se alimenta também de
uma pessoa para outra. Se você está em dúvidas em relação a algo, você se sentirá muito
mais confiante se outra pessoa te disser que sim, mesmo que tal pessoa saiba menos do
assunto que você – e a recíproca também é verdadeira.
Benção e maldição
Desde sempre, quando se diz a alguém que ele pode ou não pode ser ou fazer
alguma coisa, se está não apenas dando uma inocente opinião, mas verdadeiramente
ajudando a moldar o cérebro de tal indivíduo. E, quanto mais autoridade aquele que fala
possui sobre aquele que ouve, mais relevante é a palavra lançada em sua vida. Por
exemplo, se um pai ou uma mãe diz a um filho ou filha que algum deles não serve para
nada na vida ou que certamente se envolverá com crimes ou prostituição, tais maldições,
embora não determinem, certamente terão o poder de influenciar em muito o futuro de tais
pessoas, o mesmo ocorrendo com as bênçãos, pois influirão na crença que a pessoa
possui sobre ela mesma.
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Além do mais, já existiram diversos experimentos no campo da psicologia que
demonstraram que a crença é fruto da ação do inconsciente. Assim, por mais que uma
pessoa saiba conscientemente que voar de avião é, estatisticamente, centenas de vezes
mais seguro que o transporte terrestre, é possível que ela venha a desenvolver um trauma
que lhe impeça de permanecer em um voo. Outro exemplo interessante diz respeito aos
efeitos dos medicamentos chamados de placebo em alguns tipos de fármacos. Tais são
remédios que, em vez de serem feitos com os princípios ativos, são produzidos com
farinha. De tal sorte, para se saber a verdadeira eficácia de determinado remédio é preciso
que sejam feitos testes, de modo que parte das pessoas, sem saber, tomem o
medicamento verdadeiro e outra parte tome o placebo.
Tudo isso serve para mostrar o quão grande é o poder do nosso cérebro sobre
tudo o que acontece conosco. Talvez você possa ter tido experiências ruins a este
respeito, de pessoas que passaram a vida inteira lhe dizendo que você é uma pessoa
limitada em qualquer sentido. Primeiramente, saiba que eu só estou escrevendo este livro
porque acredito que você – que o está lendo neste momento, independentemente de onde
veio e quais experiências teve – é sim capaz de alcançar o cargo público que bem quiser,
e, mais que isso, de atingir qualquer outro tipo de objetivo que desejar e estiver disposto a
pagar o preço necessário. Eu acredito em você.
Para reforçar cada vez mais a sua crença na sua capacidade de alcançar seus
objetivos, é muito importante que você se afaste das pessoas negativas e se aproxime
daquelas que você sabe que irão te servir de incentivo. Uma excelente maneira de fazer
isso é tendo contato com pessoas que já obtiveram sua aprovação em concursos e com
aquelas que estão na luta, estudando para tanto. Seja pessoalmente ou pela internet,
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quanto mais você tiver contanto com esse tipo de pessoa, mais forte estará para romper os
obstáculos e alcançar sua vitória.
O subconsciente
E não apenas isso. Além de limitar a sua decisão, o seu subconsciente tem um
papel extraordinário de te lembrar, no momento exato, qual das opções é melhor, segundo
seu próprio histórico. Se a maça verde te lembra a sua vó, o gosto e o cheiro de passeios
de infância, será forte o incentivo para que você escolha essa. Além disso, se você for
realmente uma pessoa apaixonada por maçã verde, do tipo que não consegue viver sem,
seu subconsciente te fará o favor de fazer você se lembrar dela o dia inteiro, seja enquanto
trabalha, dirige, dorme...
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Mudar dói - a construção do querer
Como eu disse, o mais fantástico de tudo isso é que nós mesmo podemos
direcionar nosso subconsciente para fazer as escolhas e nos lembrar todo o tempo daquilo
que entendemos ser realmente importante para nós, através de uma decisão consciente.
Notem que eu criei este raciocínio hipotético, e que acontece todos os dias no
nosso país, a partir de uma decisão que eu chamei de consciente, informando ainda que a
pessoa era saudável e livre de vícios. Mas imagine agora uma situação distinta. Que esta
mesma pessoa estivesse em depressão por um motivo qualquer não relacionado com
drogas, ou ainda que tal personagem vivesse em um núcleo familiar e social onde o uso de
drogas fosse incentivado e tido por sinal de liberdade e força. Não é difícil notar que,
embora a decisão inicial de usar drogas ainda fosse uma decisão consciente, o nível de
liberdade nessa escolha estaria reduzido, quando observado por alguém de fora em
comparação com outrem que não passasse por tais circunstâncias. Ela mesma, contudo,
ao tomar a decisão ou não de iniciar o uso de drogas, tem a ilusão de que sua capacidade
de escolha é total.
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subconsciente sobre a consciência e o arbítrio pode variar de um grau mínimo, uma
influência, até um grau máximo, o total controle.
O mesmo raciocínio vale para tudo na vida de uma pessoa. É muito comum que
filhos de médicos se tornem médicos. Tal não se trata, necessariamente, de uma
imposição dos pais, mas de uma mescla de facilidades materiais com incentivos vindos do
subconsciente. Tais circunstâncias fazem nascer no jovem o querer genuíno, a vontade
natural de seguir os passos dos pais, tendo o mesmo sucesso, conforto e facilidades na
vida que eles possuem. Quiçá ter uma clínica igual a deles e fazer as viagens anuais que
eles faze ao exterior...
Qualquer pessoa pode ser o que quiser. Sim, mas como esperar que um jovem
de periferia, que não possui nenhuma convivência com profissionais bem sucedidos,
desenvolva naturalmente um querer genuíno por alguma carreira de alto nível, capaz de
fazê-lo romper as barreiras e colocar o mundo para conspirar a seu favor, para chegar até
lá? O fato é que, muito além – e antes – de todas as dificuldades materiais, a maior
barreira está no próprio subconsciente.
O querer genuíno tem uma relação muito próxima com a fé. Para querer, ainda
que não se tenha a explicação de como irá conseguir, é preciso que você acredite que é
possível. Quando a pessoa convive com outras iguais a ela que já alcançaram aquele
objetivo, essa fé se desenvolve naturalmente. É bastante improvável que o hipotético
jovem de periferia que nunca conviveu com médicos bem sucedidos adquira um querer
genuíno por esta profissão, pois falta-lhe tanto o interesse quanto a fé de que aquilo é algo
possível a ele. Nesse caso, ainda que alguém o ensine, quando criança, a dizer que será
médico quando crescer, o mais provável é que logo mais adiante já abandone este
discurso, que não possui raízes profundas no seu cérebro, atendo-se àquilo que seu
subconsciente o ensina diariamente que é sua realidade.
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Como? Você não precisa esperar pelo acaso, pelas influências de ninguém, você mesmo
pode moldar seu subconsciente para que este direcione a sua mente ao seu objetivo.
Escolha do cargo
Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em
sua vida.
Confúcio
Ainda que, no momento em que você lê estas palavras, você já acredite já saber
exatamente o cargo no qual pretende trabalhar pro resto da vida, eu aconselho que você
preste bastante atenção no que vou dizer a seguir, pois tanto pode acontecer de você
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reforçar sua convicção, e neste caso terá uma ideia mais bem acabada de tudo o que esta
decisão envolve, ou você pode mudar completamente de caminho, ao deparar com
aspectos que nunca havia considerado.
Minha escolha
Durante minha trajetória nos concursos, eu mudei muito minha visão sobre qual
cargo eu gostaria de ocupar, a respeito de qual seria a carreira mais adequada para mim.
E, no meu caso, isso não aconteceu por eu ser uma pessoa volúvel em termos
profissionais, mas simplesmente por não ter um conhecimento amplo das opções que eu
tinha. À medida que eu fui descobrindo as carreiras e suas respectivas funções no serviço
público, no decorrer dos anos em que eu já era servidor, eu fui descobrindo que, se eu
quisesse, poderia direcionar meus estudos para aquele cargo. Contudo, como eu sempre
pegava o bonde andando, qualquer mudança de rumo era sempre mais custosa em
diversos aspectos.
Meio e visão
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Um importante aspecto a ser considerado, na linha do desenvolvimento do seu
querer, tratado no capítulo X, é que é absolutamente impossível almejar pertencer a uma
carreira que não se sabe se existe. E não basta saber superficialmente, nós só temos a
possibilidade de nos interessar pelos cargos dos quais temos um mínimo de
conhecimento, como a respeito da função desempenhada e dos benefícios recebidos. De
tal sorte, se você hoje deseja profundamente apenas ser policial ou delegado de polícia, ou
qualquer outra carreira, a primeira coisa a fazer é uma autoanálise profunda e honesta
para identificar se você não escolheu esta carreira apenas porque não conhece
suficientemente outras.
Eu usei estes dois cargos de maneira proposital. Como todos sabem, o nosso
país passa por um gravíssimo problema na área da segurança pública. Os noticiários
televisivos retratam a tragédia diariamente porque o público é ávido por este tipo de
notícia, o que faz com que haja uma grande exposição midiática de policiais e delegados
de polícia.
Com isso, não estou dizendo, evidentemente, que as pessoas não devem optar
pelas carreiras policiais, mas desejo que, os que fizerem isso, o façam por convicção e não
por não conhecer as outras. Quem possui um círculo de relacionamentos com pessoas
ocupantes de cargos públicos, seja no trabalho, faculdade, família ou amigos, acaba tendo
maior facilidade quanto a isso. Mas para pessoas, como eu, quando iniciei, que não tem
nada disso, é preciso dar seus pulos o quanto antes. Quanto mais informação se tem,
maior a chance de fazer a escolha correta e segura para o seu futuro.
Oportunidade e direito
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conjunto de cursos ou de qualquer formação superior, havendo ainda casos em que se
exige experiência.
Esta decisão, como já deve ter ficado claro, fará toda a diferença para o seu
futuro como concurseiro. Pois, a depender da formação, você já estará abrindo algumas
portas e fechando outras. É bem verdade que existem concursos para todos os cursos
superiores, mas, a depender do escolhido, as diferenças em termos de número de
concursos, de cargos e de remuneração podem ser gritantes. Antes de chegar à escolha
final, aconselho que você faça pesquisas na internet e, principalmente, converse com as
pessoas que já se formaram em tal área do conhecimento e com aquelas que já ocupam o
cargo que você deseja. As pessoas normalmente são bem receptivas a esse tipo de
curiosidade e costumam ser bem sinceras.
A prova foi difícil? Esta é outra pergunta clássica, mas bem menos inteligente.
Preocupação com o nível de dificuldade da prova é coisa de estudante do currículo normal
e não de concurseiro. Quando se está no ensino fundamental, médio ou faculdade, todos
se preocupam com o nível de dificuldade da prova, pois, quanto mais fácil, melhor. Se a
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prova for muito fácil, todos da sala passam de ano e fazem a festa. E com concursos não é
assim? Claro que não.
A dificuldade que interessa aqui, essa sim relevante, é a do nível do cargo que
se pretende ocupar. Por exemplo, vamos supor, hipoteticamente, que um concurseiro
formado em direito e que possua três anos de atividade jurídica como advogado, se
inscreva em dois concursos simultaneamente, um para técnico judiciário, com salário inicial
de R$ 4.000,00 e outro para juiz federal, com subsídio inicial de R$ 27.000,00.
Suponhamos ainda que, para cada um dos dois concursos, o total de inscritos tenha sido o
mesmo, de cinco mil candidatos. Imaginemos ainda, por fim, que a banca o tipo de prova
sejam os mesmos e que o conteúdo programático, em ambos os editais, seja
rigorosamente idêntico.
Nesse caso, qual será o concurso mais difícil, que exigirá maior grau de
conhecimento para que nosso amigo concurseiro seja aprovado? É intuitivo que será bem
mais difícil ser aprovado para o concurso de juiz nesse caso. O motivo é muito simples, o
fator preponderante na determinação do nível de dificuldade de um concurso não é a
banca, nem o nível de dificuldade da prova, nem o tipo de prova, mas os benefícios do
cargo. Pois são estes que irão atrair os melhores candidatos. É bem possível que grande
parte dos candidatos ao citado cargo de juiz federal já sejam detentores de cargos de
técnico judiciário, analista judiciário ou outro semelhante. O jogo ali está em outro nível.
Barcelona x Real Madrid. Digo mais, ainda que a prova aplicada nesses dois exemplos
seja exatamente a mesma, o raciocínio não muda. Se, nesse caso, o ponto de corte para o
cargo de analista for 60%, o de juiz será de 80%, hipoteticamente.
Concorrência
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que um concurseiro atinge o nível do concurso que ele deseja, ele passa. Nesse momento,
ele sai do mercado da concorrência, tornando-a irrelevante.
A melhor atitude que eu conheço para trilhar um caminho seguro nos concursos
é usar a estratégia da escadinha. Nela, embora você deva definir, o quanto antes, qual
cargo pretende ocupar de maneira definitiva, e seguir carreira até se aposentar; você
estabelece um caminho até chegar nele, passando por outros cargos no meio do trajeto.
Não que você vá utilizar estes cargos como trampolim, como se eles em próprios não
fossem importantes, pois todos são. Mas o fato é que você precisa amadurecer seu
conhecimento e sua experiência até chegar onde você quer, mas sem perder o foco
daquele cargo que você realmente deseja, e sem permitir-se acomodar. Vários cargos,
inclusive, como é o caso de juiz, promotor e defensor, exigem três anos de atividade
jurídica para a posse. Ademais, via de regra, quem tenta logo de cara alcançar um objetivo
muito distante acaba desanimando.
Hoje penso que quanto mais jovem a pessoa inicie uma carreira de concursos, e
quanto mais cedo ela saiba exatamente o que quer, melhor. Não que ter um pouco mais de
idade atrapalhe a ser aprovado em concursos, mas quando se é mais novo a disposição
para se desbravar novas carreiras e assumir cargos em outros estados é maior. Vários
amigos com os quais já conversei, e que já possuem alguns anos no serviço público,
passaram a considerar que não vale a pena o sacrifício de assumir um novo cargo longo
de casa. Por outro lado, para quem já tem planos de mudança de cidade, e quer ir morar
no interior, por exemplo, – e especialmente se o cônjuge ou namorado (a) estiver disposto
a ir junto raciocínio pode ser o oposto.
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Realização pessoal, autonomia e horários
Além disso, é importante ter em conta o grau de realização pessoal que se tem
naquele cargo. O trabalho não deve e nem precisa ser um sacrifício. Ao contrário, pode ser
um local de alegria e aprendizado. Procure identificar o tipo de trabalho que mais te atrai,
onde você irá se sentir mais útil, capaz de dar sua contribuição mais significativa à
sociedade. Embora todos os cargos públicos busquem atingir esta finalidade, de um modo
ou de outro, sempre haverá aqueles que te inspiram mais a dar o melhor de si.
Família e amigos
Cynthia Kersey
Se você já tentou estudar para concursos perto de outras pessoas, já deve ter
tido a desagradável experiência de ficarem puxando conversa com você, como se
estivessem tentando te impedir de estudar.
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Tal ocorre porque na maioria das outras atividades profissionais, com as quais
as pessoas estão acostumadas, quando se quer arrumar um emprego, a pessoa
simplesmente elabora um currículo e se candidata à vaga. Quando muito, faz algum curso
de qualificação, o qual costuma ser mais voltado para o recebimento do certificado que
para qualificação em si. São formalidades com as quais todos estão aculturados.
Por mais que concursos públicos hoje seja uma atividade relativamente popular,
para muitas pessoas, que não são desse meio, mas apenas observadores, fazer concurso
ainda significa pagar por uma inscrição e sair de casa em um domingo para fazer uma
prova para ver se dá certo. Além disso, mesmo aquelas que concordam conscientemente
que para fazer concurso com seriedade é necessário estudar, tais não sabem exatamente
do quê estão falando, não tendo a real noção do que realmente isto significa no dia-dia de
uma pessoa.
As pessoas próximas são muito importantes para nós, seja suas presenças ou
suas opiniões, e disso não há como fugir, pois é inerente ao ser humano. Tentar resolver o
problema de forma estúpida e agressiva não é o melhor caminho. É preciso antes tentar
formas mais civilizadas e cordiais, que podem funcionar muito bem se você tiver um pouco
de paciência.
Que você vai precisar da ajuda das pessoas próximas na sua caminhada nos
concursos, isso é certo. O que pode variar é o tipo de apoio. Pode ser que tudo o que você
precise é de uma ajuda passiva como, por exemplo, de não ser perturbado nos seus
períodos de estudo, com barulhos ou conversas, ou que se abstenham de lhe pedir
intermináveis favores como se fosse o office-boy da família. Mas, para muitos, a depender
de sua situação pessoal, será também necessário um pouco mais, como ajuda financeira
ou na realização de alguma tarefa.
Além disso, não se pode ignorar, sob pena de isso também refletir
negativamente nos concursos, que todos nós precisamos de mementos de diversão,
compreensão, carinho e aconchego que só os amigos, namorados, cônjuges e familiares
podem nos dar. Embora para iniciar uma carreira de concursos seja necessárias algumas
mudanças de rotina, procure não perder os contatos completamente, marcando dias e
horários possíveis para colocar as coisas em dia. Àqueles que não compreenderem,
paciência. Ninguém pode agradar a dois senhores. Ou você segue seus objetivos ou os
deles.
Por tudo isso, essa é uma guerra que precisa ser vencida através da diplomacia
e não das bombas. Antes de iniciar a batalha, é preciso ter em mente que quem está
mudando os termos do contrato é você e não eles. Assim, antes de pedir que alguém
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desligue a TV ou o rádio para que não atrapalhem o seu estudo, é preciso admitir que é
mais sensato que você saia e procure outro ambiente para estudar, se isso for possível.
Sim, embora estudar possa ser considerado um propósito mais nobre que ouvir música,
por exemplo, tal não te dá o direito de exigir nada dos outros. Antes de exigir alguma coisa,
é preciso saber respeitar o espaço dos outros.
Assim, a primeira tentativa deve ser de fazer o seu trabalho sem exigir
mudanças nas rotinas alheias. Pode ser no fundo do quintal, em outro cômodo da casa ou
mesmo fora de casa, em uma biblioteca por exemplo. Mas nem sempre isso é possível.
Nesse caso, deve-se partir para a estratégia do falar e fazer.
Muitas vezes, nós dizemos que vamos mudar algum comportamento mas, por
um motivo ou por outro, não conseguimos. Pode ser uma dieta, exercícios físicos, discutir
menos com os outros... Às vezes até começamos, mas logo vamos nos esmorecendo e
acabamos por abandonar ou mesmo esquecer daquele propósito. Assim, não espere que,
ao simplesmente dizer às pessoas que você decidiu mudar sua rotina e virar um estudante
dedicado, elas sejam obrigadas a acreditar nisso. Na maioria dos casos, vão duvidar até
que você mostre isso a elas por um período de tempo razoável.
Estar presente
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O maior segredo para fazer alguma coisa bem feita é estar presente enquanto
se faz. Isso vale tanto para os estudos quanto para os momentos de lazer e convívio com
as outras pessoas. Não se deve estar em um local e com a mente em outro, com uma
pessoa e pensando em outra, executando uma atividade mas com a cabeça em outra. Isso
reduz drasticamente a eficiência e te rouba a verdadeira utilidade e felicidade do momento.
A cada dia o seu próprio mal. A cada momento, seu prazer ou sua angústia deve ser vivida
com intensidade. Separe bem as coisas e verá como isto faz grande diferença. Quando for
ao cinema, curta o cinema. Se estiver conversando com um amigo, dê atenção a ele, e
deixe os outros amigos que, eventualmente estejam te solicitando pelas redes sociais e de
comunicação para outros momentos. Se desligue completamente dos estudos nos
momentos de lazer, pois somente assim você irá recarregar suas baterias. E se desligue
de todas as possíveis distrações nos momentos de estudos.
O concurso passa. Algumas pessoas ficam, outras vão e novas vêm. Essa é
uma realidade de nossa vida seja qual for o caminho que escolhemos. Por inúmeros
motivos, apenas algumas pessoas mais chegadas e afinadas continuarão conosco no
decorrer da vida. A estas, precisamos dar o devido valor. Às outras, que sigam seus
caminhos e sejam felizes. É preciso estar aberto a se desapegar de pessoas que se
tornem incompatíveis com nossos novos objetivos e também cientes de que, a cada nova
jornada, novos companheiros se apresentam. Em muitos casos, se o vocalista pretende ir
mais longe do que ele sabe que a banda pode chegar, terá que seguir carreira solo, ou
montar outra banda.
Por outro lado, quando estiver na glória, é preciso saber honrar as pessoas que
te apoiaram nos momentos de batalha. Seja namorada, marido, amigos ou familiares. Vale
um presente, um agradecimento particular ou público, ou a simplesmente a sua presença
em sua vida, agora com maior intensidade.
Dinheiro
Benjamin Franklin
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Quando eu passei na PRF, mesmo após alguns anos da aprovação, algumas
pessoas ainda me pediam emprestado os livros ou apostilas que eu havia utilizado para
estudar pro concurso. Eu custava acreditar naquilo que estava ouvindo, já que eu só
estudava em material atualizado. Daí eu explicava para a pessoa que ela precisava investir
em um material atualizado, já que aquele que serviu para eu passar, hoje não prestava
mais nem para segurar a porta. Hoje eu entendo que as pessoas me perguntavam isso
não era só por economia, mas principalmente porque imaginavam que a razão da minha
aprovação era o fato de eu ter encontrado o material certo, como um mapa do tesouro,
pois muitos possuem a cultura da varinha de condão e não do trabalho duro.
Uma lição básica que todo concurseiro precisa aprender é a confiar nas
instituições. Afinal, se você faz concursos, é porque pretende fazer parte delas. Ora,
pessoas que pensam que todo o serviço público é corrompido e sem moral deve procurar
outra coisa para fazer ou procurar urgentemente mudar de mentalidade. Caso contrário,
estará dando murro em ponta de faca. Pois o seu próprio subconsciente, que sempre irá
buscar te livrar de ambientes prejudiciais aos seus próprios desígnios, tratará de boicotar
sua tentativa de passar em um concurso, pois buscará a todo custo evitar que você passe
a fazer parte de ambiente tão desqualificado. Faça a sua parte e confie que as outras
pessoas farão as delas. Garanto que, apesar de todos os problemas que de fato temos no
serviço público brasileiro, você terá boas surpresas.
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Este mesmo raciocínio vale para o investimento em materiais de estudo. Ou
você acredita que o que está dispondo dos seus suados recursos é um investimento que
lhe possibilitará um retorno muitas vezes maior no futuro, quando enfim for aprovado e
passar a receber um salário, ou é melhor mudar de ramo.
Nesse caso, se você for uma pessoa bastante cuidadosa e atenta, também
conseguirá produzir para você um conteúdo de boa qualidade. Mas, será que se pode
dizer que isso foi gratuito? Na maioria das vezes não, pois você deve considerar também
que o seu próprio tempo poderia estar sendo investido em outra atividade, na qual,
possivelmente, você seria melhor remunerado. Além disso, é preciso admitir que nem
todos os concurseiros possuem a expertise necessária para reunir o melhor material.
Nada impede que um médico cirurgião produza sua própria roupa e sua comida,
ou mesmo que tente construir um carro. Mas a sociedade capitalista se desenvolveu com
uma mentalidade essencialmente oposta, a da especialização e valorização do trabalho
alheio.
Muitas vezes, é melhor ir direto aos estudos, após comprar o material de alguém
confiável que gastou seu tempo para prepara-lo, que gastar um precioso tempo tentando
formular seu próprio material. Assim, o dinheiro na verdade lhe trará uma economia de
tempo e trabalho, além de garantir a qualidade daquilo que você estuda. Ainda mais
considerando que concursos não possuem uma regularidade. Perder um concurso pode,
em muitos casos, significar ter que aguardar vários anos até o próximo no mesmo órgão. É
o famoso barato que sai caro.
E como gerenciar o seu dinheiro? Só existe uma maneira eficaz. Pague primeiro
a você mesmo. Priorize você, seu projeto de futuro. E, administre e viva da melhor maneira
possível com o restante. Defina um valor e retire-o em primeiro lugar. Guarde, e não mexa
nele. Ter uma reserva para emergências também ajuda. Fugir dos juros e viver o padrão
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de vida compatível com a sua renda também são atitudes essenciais. Em seguida, pague o
que conseguir, coma o que puder, saia se der.
Investir em você mesmo tem a ver com você plantar para colher. Plantar
principalmente tempo e dinheiro, que são dois bens extremamente relevantes e
extremamente escassos.
O fato é que quando você toma a decisão – e é preciso tomar essa decisão de
maneira firme, para sair da inércia – você está na verdade abrindo uma empresa. Mas não
uma empresa com CNPJ e prédio, mas uma empresa que é você mesmo. Assim como
toda empresa, é necessário aplicar capital, trabalhar duro, sabendo que o lucro só virá no
futuro. A sua mentalidade precisa ser empreendedora.
Investimento de Capital
Com exceção apenas das pessoas que vivem na linha da miséria, toda as
outras têm condição de possuir capital. Mesmo aquelas que trabalham, ainda que ganhem
um salário mínimo. Obviamente que a facilidade e a quantidade variará muito de uma
pessoa para outra. Umas tem facilidades, podem ser financiados pelos pais... Mas para
quem não tem isso, e só depende de se próprio, o mais o mais importante é a mentalidade.
De fato, para ter algum capital, a primeira coisa que a pessoa deve fazer é
gastar menos que ganha. Para isso, precisa viver de acordo com o padrão de sua
realidade, e não de sua vontade, ou vaidade...
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Fato é que mais de 70% dos brasileiros não apenas gastam tudo o que ganham,
mas se endividam – gastando mais do que ganham – a juros que chegam a 500% ao ano,
os mais altos do mundo. Pega um real e paga seis. Há pessoas que se comportam como
se o crédito disponibilizado no cartão ou o cheque especial fosse um complemento de sua
renda, sem perceber que, na realidade, é o banco que leva todos os meses uma fatia
significativa do seu salário, através dos juros e taxas. Muitos enterram sua carreira nos
concursos pela falta de recursos. Matam a galinha dos ovos de ouro e passam a vida
reclamando.
Sem capital não tem como fazer concurso público. Conquistar seu sonho, mudar
de vida demanda um investimento que só você possui interesse em fazer. Infelizmente,
vejo muitas pessoas reclamando, o tempo e a vida passando enquanto esperam que
alguém venha lhe dar dinheiro ou lhe apresentar alguma oportunidade. É a síndrome do
coitadinho. Cada um tem seus problemas e prioridades. Não espere que alguém vá eleger
você como prioridade dele se nem você tem coragem de fazer isso por si próprio. Você
precisa ter a mente de um empreendedor e investir no seu negócio de concursos, sabendo
que se você não entender que vale a pena fazer isso, ninguém mais o fará.
O ideal é que quem decide fazer concursos com seriedade, junte dinheiro para
investir em um computador ou tablet, material atualizado, direcionado e de qualidade,
internet, dinheiro para inscrição e até para viagens. Poucos têm condições de comprar
tudo isso em um mês ou dois, mas qualquer um pode guardar 20% do seu salário, o que
em pouco tempo garantirá os recursos necessários.
Investimento de Tempo
O tempo é tão essencial quanto o dinheiro, só que ainda mais escasso. Você
pode decidir por gastá-lo ou investir para o futuro.
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sensata a que podemos chegar é que João já está satisfeito com o estilo de vida que tem.
Ele não se importa em passar o resto da vida ganhando o que ganha e fazendo o que faz.
Ao contrário, Marcos não está satisfeito, ele quer galgar novos patamares de salário e de
estilo de vida.
E como gerenciar o seu tempo? Cada um tem uma realidade. Uns podem se dar
ao luxo até de se demitir para estudar para concursos. Outros podem, ao menos, trocar de
emprego, para um que te tome menos tempo e também menos energia, ainda que com
salário menor – que é importantíssimo. Outros precisarão estudar onde e quando der.
Mas, uma vez definindo qual é o tempo que você possui que não estará
trabalhando ou realizando alguma outra atividade prioritária, é preciso identificar em quê
está gastando o restante do tempo. Se atendendo a demandas suas ou de outras
pessoas? Corte bruscamente o tempo gasto com interesses alheios. Quanto às suas
demandas, veja o que é essencial e o que pode ser cortado. É certo que um pouco de
descanso e lazer é primordial. Mas, o mais importante aqui é definir horários, uma agenda.
Se não fizer isso, você acaba ficando o dia inteiro por conta de Whatsaap, internet,
videogame, novelas, notícias, filmes, séries... Passa o dia, a semana e o mês e você não
produziu nada de útil com seu tempo livre. A mídia diz: “Você não pode perder a nossa
programação”. Pode sim! Quem não quer te perder são eles! Defina horários, separa um
tempo para o estudo e se desligue de tudo durante esse período. Ainda que seja apenas
uma hora. O ideal é que seja de 3 a 5 horas. Organize-se.
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“Nossa! Como você sofreu na vida! Você é alguém muito especial! Não merecia passar por
tudo isso, mas, ao contrário, merece tudo de bom que a vida tem a lhe dar! Venha cá, vou
lhe fazer o cheque!”.
A notícia dura é que isso nunca vai acontecer nem com você e nem com
ninguém. E o motivo é muito simples. Apesar de você ser sim uma pessoa muito, muito
especial e que de fato seja merecedora de desfrutar do bom e do melhor nessa vida, você
não é melhor que ninguém. Absolutamente todas as pessoas na face da terra são iguais a
você. E, provavelmente, existem pessoas em situação bem pior que a sua. Basta pensar o
seguinte: se você não anda por aí procurando pelos problemas de pessoas em situação
pior que a sua para que você possa ajudá-los, porque alguém faria isso por ti?
É como diz o ditado: se quer bem feito, faça! Mas nem tudo é individualismo.
Logo depois de cuidar de você mesmo, é provável que existam algumas pessoas na face
da terra – poucas – que têm você como alguém verdadeiramente especial. O mais comum
é que tais pessoas estejam no seu núcleo familiar, devido aos laços de sangue e da
convivência próxima por vários anos, tais como pais, filhos, irmãos, marido, namorada...
Outros, mais raros, podem estar entre os amigos, colegas de trabalho ou escola e
companheiros de alguma atividade em comum. E só. Para todas as outras sete bilhões de
pessoas do planeta, você é apenas um ser humano desconhecido, que não merece mais
que o respeito e a consideração geral que se deve dar a todas as outras pessoas.
Agora imagine o seguinte. Quantas pessoas será que o seu antigo colega tinha
de relacionamentos semelhantes ao que mantinha com você. Trabalho, família, escola,
vizinhança, e outras tantas atividades na vida, pessoas que, por algum motivo, estejam
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figurando em algum grupo de whatsaap, facebook, instagram... É bem possível que esse
número ultrapasse mil pessoas. Eu já ouvi de diversas pessoas o quanto é difícil fechar
uma lista de convidados para um evento restrito com apenas 200 ou 300 convidados,
mesmo quando pensamos apenas naquelas pessoas que não poderiam faltar na festa...
Pois bem, você acha razoável que esse seu antigo colega tentasse ajudar a todas essas
pessoas?
Alguma vez na vida você já deve ter ouvido a seguinte pergunta: “o que você
faria se ganhasse na loteria e ficasse rico da noite para o dia?”. A resposta para essa
pergunta evidentemente varia bastante, mas é possível notar algo em comum na resposta
para esta pergunta na maioria das pessoas, e que, possivelmente, pode povoar também o
seu pensamento: “ajudaria muitas pessoas.”. A verdade é que a quase totalidade das
pessoas, após ganharem, não ajudam a praticamente ninguém. E as pouquíssimas que
realmente decidem cumprir tal desiderato de ajudar quem quer que seja que esteja fora
daquele núcleo seletíssimo de pessoas muito próximas e queridas, acabam ficando sem
nada e se arrependendo. E a explicação é muito simples.
Bill Gattes é o homem mais rico dos Estados Unidos e o mais rico do mundo (86
bilhões de dólares - 2017 Forbes). Trata-se de uma fortuna imensa. Mas se ele resolvesse
dividir seu dinheiro com todas as pessoas do mundo (7,2 bilhões de pessoas – ONU 2017),
dava apenas 13 dólares para cada, algo em torno de 41 reais. Ainda que ele dividisse
apenas com os norte-americanos (325 milhões de pessoas – Country Meters 2017)
chegaria apenas 264 dólares em cada bolso. É por isso que pessoas como Gattes, em vez
de saírem por aí distribuindo dinheiro para ajudar pessoas desconhecidas, preferem
investir em uma causa significativa, pois, nesses casos, está doando muito mais que o
dinheiro, mas o seu tempo, seu nome e sua disposição de ajudar pessoas em situações
terríveis mundo afora, o que acaba chamando também a atenção de diversas outras
pessoas e autoridades, como tem feito a Fundação Bill e Melinda Gattes.
Mas, apesar disso, não é essa a verdadeira explicação para que as pessoas
digam que, caso se tornem ricas, irão ajudar muitas pessoas. O verdadeiro motivo é
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porque elas, lá no fundo, têm esperança ou pelo menos gostariam de ser ajudadas por
alguém rico. Trata-se de uma espécie de reciprocidade de papéis invertidos.
Esse tipo de coisa, quando acontece, normalmente gera nos outros, que
continuam pobre, um sentimento de traição, de mesquinharia ou egoísmo, mas não se
trata bem disso. Para se libertar desse tipo de pensamento é preciso entender que o ser
humano é o que é. Na realidade, a mudança de atitude que a pessoa tem é relativa à sua
mudança de ambiente, de relações, de interesses, de possibilidades e não
necessariamente revela uma mudança interior, um mal caráter. Em outras palavras, não se
trata de a pessoa ter mudado por dentro. Seus sentimentos e convicções podem continuar
sendo exatamente os mesmos. O que mudou foi apenas a perspectiva, e isso é
absolutamente natural.
Você realmente deseja ser alguém bem sucedido na vida? Ter uma casa boa,
um carro bacana, dinheiro no banco e condições de fazer viagens? A resposta para essa
pergunta pode parecer óbvia, e de um ponto de vista superficial, eu concordo que sim,
todos parecem desejar isso. Mas a verdade é que nem todas as pessoas convivem bem
com a ideia da riqueza e da prosperidade. Eu diria até que algumas delas foram vacinadas
contra tais confortos e, caso não tomem o antídoto, estão condenadas à pobreza e miséria
para o resto da vida. Vou explicar melhor.
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orientem a fazer o que é certo, agradável e bonito. E, por outro lado, uma marcação que as
orientem a não fazer o que é errado, desagradável e feio.
E o que isso tem a ver com riqueza? Pois bem. Como eu falei, algumas
pessoas, sem perceber e sem querer, acabaram sendo vacinadas contra a prosperidade
no decorrer da sua vida. Tal ocorre porque deixaram que implantassem em sua mente a
ideia nociva de que os ricos são pessoas ruins, mesquinhas, corruptas e aproveitadoras ao
passo que os pobres são pessoas boas e honestas. Não existem mentiras maiores que
estas! Aqueles que possuem essa programação no subconsciente acabam por travar uma
guerra inglória quando tentam melhorar de vida, já que, como seu subconsciente não quer
permitir que a pessoa se transforme em alguém tão deplorável, não irá direcionar a sua
vida para o conforto e prosperidade, pois essas ideias vão de encontro a sentimentos
muito superiores e mais arraigados de bondade e honestidade, que garantem a sua paz
interior.
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curta e não há tempo para esperar por mudanças que tornem o estado de coisas ideais,
para, depois, se mover do lugar onde você está.
Se você tem saúde suficiente para respirar, andar e pensar. Se você tem onde
encontrar água para beber e pão para comer; em vez de reclamar, experimente agradecer
diariamente a Deus por cada um desses milagres absolutamente maravilhosos na sua
vida. Isso te levará a olhar as coisas de maneira muito mais positiva e te levará a perceber
que, apensar de não ser fácil, você pode sim conquistar qualquer coisa que queira nessa
vida, pois o mais importante já te foi dado. O resto são detalhes.
Integridade
A verdade é que você pode ser uma pessoa próspera, bem sucedida e até
famosa se quiser, e se manter sendo exatamente a mesma pessoa que você é. Mas, por
dever de honestidade, eu preciso refazer melhor essa última frase. A bem da verdade,
muito provavelmente, para chegar a ser uma pessoa próspera e bem sucedida, quiçá rica,
você precisará se tornar, durante o trajeto, uma pessoa muito melhor que você é hoje, em
termos de integridade, confiabilidade, honestidade, preocupação com o próximo,
sociabilidade, etc.
Em relação aos que ganharam na loteria ou algo assim, embora nós saibamos
que tais casos existem, eu costumo pensar que não vale a pena contar com a sorte por um
motivo muito simples. Segundo a Caixa, a probabilidade de uma pessoa acertar os 6
números da Mega-Sena jogando apenas uma cartela simples é de 1 em 50 milhões. De
outra parte, dados estatísticos do INPE revelam que a probabilidade de uma pessoa
qualquer ser atingida por um raio no Brasil é de aproximadamente 1 em 1 milhão. Assim,
ainda que você tenha o hábito de jogar, a chance é dezenas de vezes maior que você seja
atingido por um raio do que ganhe na loteria. Se é para contar com a sorte, é melhor gastar
as suas fichas no sentido de não ser atingido por raios.
O segundo motivo é porque, via de regra, um dia a casa cai. Há muitos casos de
criminosos que entesouraram dinheiro por anos a fio, seja políticos, traficantes,
empresários, assaltantes... E, de um dia pro outro, quando vem a fatura, perdem tudo,
inclusive a liberdade e até mesmo a vida. E porque eu estou falando sobre isso em um
livro sobre concursos? Bem, na verdade eu tenho absoluta certeza que se você está lendo
esse livro, não existe a menor chance de você sequer imaginar se envolver no mundo do
crime com a intenção de prosperar na vida. O motivo é outro.
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personagens dessa cena, muitas pessoas acabam por se desiludir das virtudes e,
erroneamente, a proclamar as ilicitudes como se fossem algo bom, em uma verdadeira
inversão de valores.
E é preciso reconhecer que tudo isso só foi possível porque, além do apoio
popular e do alto grau de independência e profissionalismo das instituições nacionais,
existe um exército de servidores públicos: policiais, delegados, juízes, promotores... que
honram seus cargos e os seus salários, fazendo um trabalho digno de orgulho a todos nós
brasileiros, cujo representante mais notório e verdadeiro ícone é o juiz Sérgio Moro.
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É crescente o número de pessoas que se juntam a cada ano àqueles que fazem
parte dos grupos sociais mais favorecidos, as chamadas classes A e B, e até mesmo do
seleto grupo dos milionários – que anda cada vez menos seleto, devido ao grande número
de pessoas. Para se ter uma ideia, em 2016, o site da revista Veja publicou texto com o
seguinte título: “Em meio à crise, número de milionários cresce no Brasil”. Segundo a
revista, em apenas um ano o país ganhou incríveis 10.000 (dez mil) novos milionários, que
são pessoas cujo patrimônio é superior a um milhão de dólares (R$ 3,2 milhões). Nos
Estados Unidos, país de destaque mundial no que há de mais refinado no capitalismo
moderno, em termos de tecnologia, educação, inovação e empreendedorismo, a
quantidade de novos milionários que surgem é algo absolutamente espantoso. Segundo
publicação do site Uol de 2016, citando como fonte a revista Bloomberg, de 2010 a 2015,
surgiram 2,4 milhões de milionários naquele país. Segundo estimativas, outros 3,1 milhões
surgirão até 2020, a um ritmo de inacreditáveis 1.700 novos milionários americanos por
dia.
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E mesmo em se tratando apenas de juízes e promotores, estamos falando de
um exército de quase 30 mil servidores públicos em todo o país. Além disso, existem
outras várias carreiras que possuem graus de salários e prerrogativas, se não similar,
muito próximos, como procuradores, defensores, auditores, diplomatas, consultores,
delegados, dentre vários outros.
Se tivesse 18 anos, viveria com apenas 50% do que eu ganhasse para ampliar
meu capital de giro. Flávio Augusto da Silva – bilionário brasileiro.
O fato é que, de regra, pessoas bem sucedidas não desperdiçam dinheiro, mas
ao contrário, quanto mais comprometida uma pessoa está em ser realmente bem sucedida
na vida, menos dinheiro ela irá jogar fora, e mais ela controlará seus gastos.
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premissa básica, inerente à absoluta totalidade das pessoas bem sucedidas com as quais
eu já tive qualquer tipo de convívio ou mesmo através de leituras. Todos eles procuram
deixar como principais heranças para seus filhos a sabedoria, as relações familiares, a
formação acadêmica, cultural, social, moral, religiosa, bem como um círculo de amizades e
relacionamentos. Tudo isso vale imensamente mais que qualquer conta bancária
recheada. Em verdade, quem deixa de herança para os filhos tão somente um grande
saldo bancário, os deixa pobres e miseráveis.
Nesse sentido, além de dar um alto valor nos estudos formais, é praxe dentre as
famílias abastadas fazer com que seus jovens filhos aprendam desde cedo o valor do
dinheiro e a importância das responsabilidades, através de rigorosos limites de gastos e
também colocando-os para trabalhar desde cedo, ainda que seja em suas próprias
empresas. Assim, ainda que o pai viesse a perder tudo, a falir completamente nas
finanças, ele tem a segurança de que, assentado na formação integral que ele lhe
proporcionou, seu filho terá uma vida próspera, abundante e independente dele.
Metas
"Pessoas com metas triunfam porque sabem para onde vão. É tão simples como
isso."
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Earl Nightingale
Há quem diga que quando a pessoa quer muito uma coisa, a ponto de identificar
exatamente o que quer, como quer e quando quer, o universo conspira em seu favor. Essa
afirmação tem um fundo de verdade, mas é uma maneira romântica de encarar as coisas,
com a qual sempre tive uma certa resistência. Sou do tipo mais racional e realista, e
procuro sempre entender as coisas como realmente funcionam, em especial como tais
situações são processadas no nosso cérebro.
É inegável que, quando se tem uma meta clara e precisa, as coisas mudam
completamente em sua vida de maneira até surpreendente. Isso já aconteceu comigo e
tenho certeza que também com você, basta prestar atenção. Aparentemente do nada,
começam a aparecer pessoas que podem de algum modo te ajudar no caminho para sua
meta. Você de repente vê na televisão, no rádio, ou na internet pessoas falando
justamente sobre aquilo, aparecem oportunidades para ganhar o dinheiro necessário, para
sobrar o tempo necessário... Tudo começa a conspirar para que você cumpra o seu
propósito de vida... Parece algo mágico.
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encontrar um gato na rua. Em outras palavras, a linguagem do subconsciente é diferente
da linguagem racional, da consciência.
Quando se cria uma meta, não se usa uma grande marreta, mas uma marreta
de tamanho médio apenas. Porque diferentemente de um trauma, quando uma pessoa cai
em um ninho de cobras por exemplo, a meta não tem capacidade de fazer um buraco tão
grande assim na parede do seu subconsciente. Mas, experimente bater, mesmo com uma
pequena marreta, todos os dias no mesmo lugar. O resultado será que o buraco, que
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começou bem pequeno, vai crescendo a cada dia, vai se consolidando, se tornando mais
importante e, consequentemente, fazendo com que sua atenção, energias e seu radar
passe a dar cada vez mais importância nele. E é exatamente por isso que a meta precisa
ser alimentada diariamente. Até porque, diferentemente de uma parede convencional, a
parede do subconsciente se cura sozinha, se regenera com o passar dos dias, ainda que
de modo bastante lento. Certamente você já teve inúmeras experiências, de raiva, de
paixão, de medo... que, naquele momento, parecia que iria durar para sempre, porque a
parede do seu subconsciente estava com um buraco bem grande. Mas, com o passar do
tempo, sem alimentar aquele sentimento, ele foi se esvaindo até que tenha se tornado
irrelevante.
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certamente já teve uma experiência parecida, onde de um momento para outro, algo que
até então passava despercebido, passa a ser o centro do seu radar, orientando sua
atenção e sua ação. O que eu aprendi com essa experiência a respeito do funcionamento
do subconsciente é que, para ele, não existe diferença entre encontrar pacotes de cigarro
vazios na rua e passar em um concurso. Tudo depende de qual dessas duas coisas é a
sua meta.
Por tais motivos, não basta que você fixe uma meta e depois se esqueça dela.
Se fizer isso, a meta de passar em um concurso para promotor será tida por seu
subconsciente como tão importante quanto a meta de tomar um sorvete no domingo à
tarde, ou menos, a depender do quanto você goste de sorvete. Metas precisam ser
alimentadas diariamente. Existem diversas maneiras de se fazer isso e você pode
encontrar aquela que melhor se adeque ao seu estilo. Uma maneira simples e eficaz é
reescrever a meta, em uma folha simples de um caderno, todos os dias, logo após acordar
e antes de dormir. Esse processo de repetição faz com que sua meta seja tida pelo seu
subconsciente como mais importante a cada dia. Isso fará com que seu corpo e sua mente
não apenas esteja atenta a todas as oportunidades que você sequer pode imaginar que
existem para te levar ao seu objetivo como produzirá uma quantidade de energia vital
direcionada a esse objetivo incalculável.
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Eu sempre aconselho às pessoas a determinarem metas substancialmente altas
para si próprios, pois só o indivíduo pode limitar a si mesmo. Uma meta pequena, assim,
pode acabar representando uma um resultado muito aquém do seu potencial e do seu
sonho. É preciso se lançar na vida, correr os riscos que estão aí para serem
experimentados, se expor se preciso, enfrentar os fantasmas e ser feliz por completo pois
a vida é uma só. Ao chegar no final da vida, acredito que o pior sentimento a respeito de si
próprio é de que deveria ter tido a coragem e a disposição de ter ido mais longe.
Contudo, metas muito grandes precisam ser trabalhadas por etapas, onde cada
fase represente um degrau na escada do sucesso. Pois é bem mais difícil, senão
impossível, saltar vários degraus de uma só vez em uma escada.
Estilo de vida.
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Esse tipo de comportamento parece estranho se você olhar apenas para o
dinheiro, os bens materiais que o sucesso proporciona, pois, evidentemente, para quem já
tem dinheiro em quantidade que jamais conseguirá gastar em vida, mesmo com a ajuda de
filhos e netos, não faz muito sentido juntar mais. É, como diz o ditado, chover no molhado.
Mas o motivo pelo qual estas pessoas mantém toda sua energia, entusiasmo e vigor em
suas carreiras e não queiram nem ouvir falar em aposentadoria se explica pelo fato de que,
para eles, não se trata essencialmente de trabalho, no sentido que a maioria das pessoas
está acostumada, mas de um estilo de vida, onde se faz o que ama. Difícil, na verdade, é
largar aquele modo de viver, que lhes proporciona tanto prazer e realização pessoal e faz
com que o dinheiro se torne secundário e até irrelevante.
A boa notícia é que é possível atingir esse life style – onde se faz não por
obrigação mas por prazer, onde o sacrifício não é praticar a atividade mas deixar de fazê-la
– em absolutamente qualquer atividade humana, seja ela profissional ou referente a
qualquer outro aspecto da vida. Enquanto comida saldável para alguns é sofrimento, para
outros é life style. Exercícios físicos podem representar uma tortura para alguns, mas para
outros é life style.
É bom que se diga, para não parecer hipocrisia, que não se trata de afirmar que
necessariamente a pessoa prefira uma salada de alfaces a um churrasco de picanha, ou
que tenha mais prazer em correr 8 km a assistir um bom filme esparramado no sofá
comendo alguma besteira – embora muitos prefiram de fato tais opções –, mas entender
que a pessoa reconhece que, em bloco, sopesando-se, privações e benefícios, vale muito
a pena a decisão tomada de ter um estilo de vida mais saldável ou atlético.
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está investindo longas horas de leitura com vistas a melhorar de vida através dos estudos,
o que já te coloca à frente de uma infinidade de pessoas que, apesar de quererem
bastante uma vida melhor, são incapazes de realizar qualquer ação efetiva nesse sentido.
Tal ocorre por dois motivos. O primeiro deles é porque vivemos a era da
informação. Nunca uma informação precisa e oportuna valeu tanto e nunca um diploma ou
anos de experiência em alguma atividade valeram tão pouco. Há apenas algumas
décadas, um médico, por exemplo, que obtivesse um título de especialista em dada área,
tal qual a cardiologia, oftalmologia ou neurologia não teria maiores problemas em nunca
mais pegar em um livro ou sentar em um banco para se atualizar. Seus diplomas, somados
à sua experiência em consultório, já seriam suficientes para que ele se sustentasse como
um médico de renome. Hoje não. Atualmente, a velocidade das mudanças, novas
tecnologias, métodos de tratamento e diagnóstico são tão intensas, que um único ano sem
se atualizar já é suficiente para que um médico se torne obsoleto. Não que ele tenha de
parar de exercer a medicina, obviamente, mas não terá mais espaço entre os melhores. A
verdade é que não existe uma única profissão atualmente em que se possa afirmar que
seja possível parar de estudar e manter um alto padrão de desempenho e competitividade
no mercado. As atualizações chegam a ser diárias em determinadas áreas, como o direito.
O segundo motivo pelo qual as pessoas que não param de estudar nunca e que
sentem prazer na leitura e no aprendizado são muito mais bem sucedidas é porque
passam a ter Prazer em aprender, se atualizar e até em ensinar, repassando aos outros o
que aprendem. O fato é que, em absolutamente qualquer atividade humana, quando se faz
com Prazer se obtém resultados muito melhores.
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Hábitos
É muito bom estar inspirado para fazer alguma coisa, o corpo reage melhor, a
mente fica mais atenta e o entusiasmo faz com que os minutos e as horas passem num
piscar de olhos. Assim, antes de começar a fazer qualquer coisa é preciso esperar que a
inspiração apareça, te arrebate e faça a coisa acontecer. Certo? Quanto a esta última
afirmação, nada mais enganoso e destruidor de futuros.
O grande problema é que concurseiro não possui patrão, pelo menos não o tem
em relação aos concursos. Daí, de regra, não haverá ninguém te cobrando para que você
faça o seu trabalho, tudo irá depender essencialmente de você mesmo, da sua atitude e
responsabilidade com seu próprio futuro.
O grande barato de tudo isso é que, da mesma forma que, pós muito esforço, o
satélite alcança a órbita e passa a trabalhar com um gasto mínimo de energia – o mesmo
acontece na vida do concurseiro. E o responsável mais uma vez por essa maravilha –
calma, não é a terceira lei de Newton – mas o nosso querido e adorável subconsciente,
através dos hábitos.
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Em um estado natural, onde hipoteticamente a pessoa não possua nenhum
hábito, nosso subconsciente só leva o corpo a realizar as tarefas previamente
programadas no nosso DNA, tais como o batimento cardíaco, o movimento dos pulmões...
Essas funções não podem ser alteradas no nosso corpo, já que formam uma memória
permanente, a exemplo da memória Rom dos sistemas operacionais dos computadores.
Em relação ao funcionamento dessa memória, nosso corpo é levado basicamente a se
alimentar e economizar energia o quanto possível, pois isso é algo vital. Assim, em relação
a ela, qualquer esforço, não sendo estritamente necessário, é considerado dispensável e
logo combatido pelo subconsciente. A concentração e os estudos gastam muita energia e
é por isso que, quando você começa a estudar, seu subconsciente logo se encarrega de te
mostrar que há algo mais importante para você fazer, como tirar um cochilo, atacar a
geladeira ou pegar o celular. Lembre-se: nossa memória Rom só se interessa em adquirir
e economizar energia, e nada mais. Trata-se de uma relação de proteção intrínseca da
vida e do corpo somente. E é isso que o nosso subconsciente te incentiva a fazer o tempo
todo no estado puramente natural. Mas, você já deve ter percebido que nesse tal de
estado natural você não vai muito longe na vida social, não é mesmo?
Por isso, existe também uma memória Ram, esta sim voltada justamente para
as relações ambientais, externas ao corpo, aí incluídas as suas relações sociais e
profissionais, a qual trabalha basicamente através da criação de hábitos. Assim, um hábito
é como um aplicativo que você pode baixar na memória Ram do seu smartphone ou
computador e excluir quando não mais se interessar por ele. A diferença é que o processo
de construção e desconstrução de hábitos, evidentemente, não atende a um simples
comando seu, mas, diferentemente, é moldado, como tudo no subconsciente, através da
marcação e da repetição – a mesma historinha da parede branca e da marreta.
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chegue a forçar a mente mais que o adequado, intercalando momentos de descanso para
que o cérebro recarregue as energias. Tal ocorre porque, aqui, o comprometimento do seu
subconsciente pode atingir níveis tão elevados, que, em muitos casos, o cansaço sequer é
facilmente percebido, de modo que o estudante passe até dez horas ou mais lendo, vendo
vídeos e fazendo resumos sem que se dê conta de que já está na hora de parar por hoje.
Eu sempre ensino que a quantidade ideal de estudos é aquela em que, após uma noite de
sono, você esteja pronto para repeti-la. Se, ao contrário, isso não ocorrer, é porque você
está estudando demais e acumulando cansaço, o que certamente redundará em algum
tipo de efeito colateral futuro, como por exemplo uma estafa mental.
Jim Rohn
O caminho para se atingir o estágio de estilo de vida nos estudos e criar o hábito
de estudar é através da disciplina. A disciplina funciona ao mesmo tempo como um
instrumento criador e regulador do hábito. Quanto mais fraco for seu hábito, mais disciplina
você irá precisar para executar determinada atividade, e vice versa. Por exemplo, quem
tem o hábito de acordar todos os dias às 06 da manhã há vários anos, sabe que não
precisa de um despertador pois, quando der esse horário, irá pular da cama como se nela
tivessem espinhos. Mas, quem não tem esse hábito, sabe que sem o despertador irá
facilmente perder o horário.
A essa altura já deve ter ficado claro que se você não tem o hábito de estudar
todos os dias, lendo ou assistindo a vídeos por exemplo, por várias horas a única forma
para que você alcance esse estágio é através da disciplina, se forçando a fazê-lo, por mais
desgastante que isso seja no início. Caso contrário, se ficar esperando que a inspiração e
o entusiasmo pelos estudos se aposse do seu corpo como um espirito de luz vindo dos
céus, é melhor começar a entregar currículos por aí e esquecer os concursos públicos.
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Mas existe uma forma de fazer isso, de maneira gradual, sem precisar sofrer
demais. Ainda que você planeje estudar 6 ou 8 horas por dia, se está começando agora
nessa caminhada, pode e deve começar com períodos menores, de modo que seu cérebro
possa ir se acostumando gradualmente com sua nova atividade. Caso você não tenha
nenhum hábito de leitura e estudos, eu recomendo que você comece com 1 hora ou 2 por
dia apenas, e mantenha por um período, até que você esteja habituado com esta nova
atividade em sua vida, o que pode levar cerca de um mês, mais ou menos. Logo depois, vá
aumentando a dose de estudos, até que atinja seu nível máximo. Em um primeiro olhar,
essa técnica pode até parecer um desperdício de tempo, mas eu tenho certeza que é a
maneira mais rápida de se desenvolver esse hábito com segurança e sem retrocessos. É
como diz o nosso ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a respeito da queda nos juros e
na inflação: “de vagar, porque eu tenho pressa.”.
Antes de falar do lado bom de se fazer parte de um grupo, vou falar do aspecto
ruim. Estudar para concursos é uma atividade solitária por definição. E não há nenhum
problema nisso, pois trata-se de uma solidão momentânea e controlada, pois é necessária
à maior eficácia do aprendizado. Muitas pessoas estão tão acostumadas a fazer tudo
acompanhados que têm receio e fogem de qualquer atividade que precise fazer sozinho.
Tal, pode se tornar verdadeiro obstáculo que prejudica sua vida plena quando ela não
consegue com facilidade as companhias que deseja para tais atividades, como uma
viagem por exemplo. Em se tratando de estudar para concursos a situação é um pouco
pior para esse tipo de gente pois não se trata tão somente de encontrar ou não algum
amigo ou conhecido que esteja disposto a seguir essa jornada com ela, mas do fato de que
a companhia nesse caso – embora possa ser um alívio psicológico – será um estorvo ao
seu crescimento na carreira dos concursos.
Para passar, não basta gastar tempo envolvido com estudos para concursos e,
mais que isso, não é suficiente apenas estudar. É preciso, acima de tudo, estudar com
eficiência, aproveitando bem o pouco tempo que se tem para aprender o máximo possível.
Por isso, na hora de estudar, quanto mais isolado e concentrado você estiver, melhor será
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o seu aproveitamento e mais você estará evoluindo o seu nível de aprendizado até chegar
no patamar que você precisa para aprovação. Em apenas uma palavra: produtividade.
Quem nunca teve uma experiência de estudar em grupo. Salvo raras exceções,
na esmagadora maioria dos casos, faz-se qualquer coisa menos estudar. Trabalhos em
grupo então, um único aluno do grupo faz e os outros apenas colocam o nome. No caso
dos concursos, seria talvez um exagero afirmar que você não aprenderá nada caso tente
estudar em grupo ou seguir grudado em outra ou outras pessoas, mas não tenho sombra
de dúvidas em afirmar que a qualidade e a quantidade de aprendizado ficará em muito
prejudicada e, por isso mesmo, tal intento deve ser rigorosamente evitado. É como nadar
abraçado com alguém. Não chega a ser impossível, mas complica bastante.
Mas como eu disse, existe um lado muito proveitoso e eu diria até mesmo
formidável de estar conectado a outras pessoas que seguem a mesma trilha dos
concursos. Através desse contato, se troca informações relevantes sobre possíveis
concursos, dicas de material, estratégias de estudo e, principalmente, dá a você
concurseiro uma energia, um gás, uma chama especial de saber que não está sozinho,
que faz parte de um grupo maior de pessoas que pensam como você, acreditam nas
mesmas coisas que você e estão pagando o preço para ter um futuro melhor. Essa
convivência desperta no subconsciente uma crença de que você está no caminho correto e
uma energia tão poderosa para estudar e correr atrás dos seus sonhos que não encontra
paralelo algum.
Esses encontros podem se dar com uma única pessoa, que esteja tão
comprometida quanto você, ou com várias pessoas, seja pessoalmente ou virtualmente,
tanto em dias e horários pré-agendados com o grupo ou esporadicamente. O importante é
manter esse contato, um verdadeiro ganha-ganha onde um concurseiro ajuda o outro,
compartilhando suas vivências, expectativas e experiências. O que mais importa aqui é
que não se permita – em nenhuma hipótese – que o convívio acabe por prejudicar os
estudos. A questão aqui, como já deve ter ficado claro, é saber diferenciar as coisas, o
momento. Você pode morar em uma casa com 10 pessoas, mas na hora de ir ao banheiro,
convém que você esteja sozinho.
Além disso, o menos aqui é mais. É mais salutar participar de poucos grupos
com poucas pessoas. Tal acaba por criar uma maior proximidade e confiança entre os
participantes, possibilitando maiores aprofundamentos nos assuntos, o que raramente se
verifica em grupos grandes. Além disso, em grupos menores e mais adensados é sempre
mais fácil identificar e extirpar – aquilo que, embora raro, existe – pessoas que agem
deliberadamente para prejudicar os outros candidatos, plantando informações falsas e
tentando desestimular candidatos. Caso participe de um grupo de whatsaap, facebook, ou
qualquer outra forma de encontro virtual, defina horários específicos para a interação, o
que irá assegurar que você não esteja sabotando os próprios estudos.
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TV, celular...
Nos dias atuais o tempo é sempre curto. Há pessoas que chegam a dizer,
sinceramente, que precisariam de um dia com mais de 24 horas para poder realizar todas
as suas atividades. Quando consideramos então a quantidade de atrativos de mídia
existentes tentando chamar a nossa atenção para consumir algo, seja pago ou gratuito,
podemos fazer uma clara diferenciação entre duas formas de se utilizar o tempo:
produzindo ou desfrutando.
Eu chamo de produzir todo o tempo que a pessoa gasta fazendo alguma coisa
que lhe renderá algum benefício extra, que vá além do simples deleite, que é aquele que o
indivíduo se utiliza para algum tipo de lazer, ou descanso. É a mesma diferença que se
pode estabelecer entre o dinheiro gasto consumindo bens não duráveis e dinheiro
investido em bens duráveis ou mesmo em algum tipo de aplicação financeira.
O fato é que a imensa maioria das pessoas gasta todo o seu tempo disponível
com o melhor tipo de deleite que estiver a seu alcance. E isso é algo terrível. Para estes,
só não estarão gastando todo o seu tempo com o gozo em uma única hipótese: quando
são obrigados, como quando alguém está lhe vigiando no trabalho. Em todos os outros
casos, estará sempre procurando a forma mais Prazerosa possível de gastar o seu tempo,
dentro de suas possibilidades financeiras.
Existe alguma coisa de errado com esse tipo de atitude? Depende. Para quem
já está satisfeito com seu estilo de vida atual, sua profissão, sua renda, seu físico, sua
saúde, seus relacionamentos... não há problema algum, exceto o fato de que mesmo o que
ela já tem pode ser piorado, caso não se esforce o suficiente ao menos para manter. Já
para aqueles que sonham com um futuro melhor, não apenas existe algo muito errado,
como não faz o menor sentido lógico um sujeito agir dessa maneira e imaginar que, de
algum lugar, seja através do governo, do patrão, dos amigos, da sorte, algum dia sua
condição atual irá melhorar. Não vai.
O seu tempo, assim, é um capital que você possui, e que na verdade pode ser
mais limitado que o próprio dinheiro, já que não há como conseguir mais, os dias de todas
as pessoas possuem 24 horas. Tem em conta essa diferenciação – entre a parte do seu
tempo que você consome se deleitando da vida e a parte que você produz algo, investindo
em melhorias – é essencial para entender que o tempo e a atenção das pessoas é
disputado por inúmeras fontes de conteúdo, pois, quanto enquanto uns estão produzindo
outros estão consumindo. Trata-se de uma disputa de mercado por esse ativo – o tempo
das pessoas – que é invisível aos olhos de muitos, mas que representa cada dia mais a
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realidade moderna. Quando você está assistindo à televisão, ouvindo o rádio, usando o
computador, vídeo game ou celular, está não apenas se deleitando do seu tempo, mas
também dispondo dele para alguém que o disputa no mercado.
Alguns podem me perguntar, mas o quê alguém pode estar ganhando pelo
simples fato de que eu disponha do meu tempo para assistir a um programa de TV ou
utilizar algum aplicativo de celular? O tempo, em si mesmo, não pode evidentemente ser
monetizado, mas o mercado atual da tecnologia, nas suas mais variadas formas, já
descobriu que o tempo gasto pelas pessoas acessando e utilizando-se dos seus
conteúdos, ainda que gratuitos, estará diretamente e necessariamente ligado ao seu
faturamento em dinheiro. em outras palavras, quanto mais as pessoas utilizarem
determinado programa de computador, assistirem a algum programa de TV ou entrarem
em dado site na internet, isso de algum modo será canalizado futuramente em termos de
faturamento, pois tudo isso está agregando valor, dando-lhes audiência e possibilitando
inúmeras formas de ganhos financeiros, tais quais a publicidade e a venda de diversos
produtos.
Assim, é importante que você entenda que, por mais interessantes e até
“imperdíveis” que pareçam os atrativos que te chamam o tempo todo a consumi-los,
quando você o faz, ainda que esteja pensando tão somente em você, no seu deleite, na
verdade você está correspondendo a uma estratégia de marketing de alguém que está
produzindo algo. Evidentemente que, de modo geral, não há nada de errado nisso, trata-se
de uma realidade do mercado. O que importa aqui é apenas que você faça o que tiver de
fazer com consciência, dividindo racionalmente o seu tempo entre deleite e produção.
Motivação
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O entusiasmo é a maior força da alma. Conserva-o e nunca te faltará poder para
conseguires o que desejas.
Napoleon Hill
Eu costumo dizer que é vital que as pessoas diferenciem muito bem o que são
seus motivos e sua motivação. Os motivos que cada pessoa tem para passar em um
concurso variam bastante, podendo estar relacionados à carreira, como a estabilidade, a
realização profissional, a possibilidade de contribuir com a sociedade, status,
relacionamentos no ambiente de trabalho, ou mais diretamente ligados aos benefícios que
o salário podem oferecer, como comprar uma casa boa, um carro novo, fazer viagens,
cuidar melhor dos filhos... A pergunta que fica é: se todas as pessoas têm esse tipo de
sonho, porque apenas umas poucas correm atrás com afinco? A resposta é a motivação.
Nesse estágio, seus motivos só são recobrados por você de tempos em tempos
e logo esquecidos novamente. Muitas vezes essas lembranças vêm com grande pesar, um
remorso pela falta de atitude em coloca-los em prática, pelas oportunidades que estão
sendo perdidas. E, logo depois, esquecidos novamente. Às vezes passam meses e até
anos sem que a pessoa pare para pensar seriamente na realização daquele desejo, mas
ela sabe que ele continua lá, aguardando uma suposta oportunidade da vida. A atitude
necessária é justamente abrir a gaveta da memória onde ele está, retirar a poeira e trazer
o seu sonho para a luz, diariamente.
Uma vez havendo caído o cisco dos seus olhos e reconhecendo que a
oportunidade já está à sua porta, é preciso então trazer todos os seus motivos à tona,
pensar neles diariamente, para que eles te motivem a realizar o trabalho duro que é
preciso para a aprovação em um concurso público. Para fazer isso, existem várias
maneiras. Você pode fazer colagens na parede, pode gravar um áudio ou um vídeo e ouvi-
lo diariamente, pode escrever e reescrever seus motivos em um papel diariamente... O que
importa é que você descubra uma maneira de manter seus motivos sempre à tona no seu
subconsciente, lembrando-se deles todos os dias. Isso te dará uma energia mental
formidável para realizar grandes coisas.
Acreditar
Como eu disse, é imprescindível que você pense todos os dias nos seus
motivos. Porém, é preciso dizer que o elixir que verdadeiramente transforma um motivo em
uma motivação para agir é a fé. É preciso acreditar que é possível e que você é capaz.
Para falar da crença em passar em concursos, mais uma vez vamos fazer menção ao
nosso super-herói – o subconsciente.
Basta você olhar para sua própria vida para notar que aquilo em que você
acredita o não está muito ligado às suas experiências pessoais, principalmente em relação
à sua convivência com outras pessoas. Evidentemente que isso não se trata de algo
matemático, até porque a complexidade humana, e em especial no que tange ao
funcionamento do cérebro, possui nuances das quais nem mesmo os maiores
especialistas do mundo têm a menor noção.
Mas, de modo geral, é fácil perceber que a grande maioria das pessoas possui
crenças que são obtidas nos seus relacionamentos mais próximo, através do contato com
os pais, amigos e familiares. Assim, por exemplo, se você vem de uma família que não tem
tradição em concursos, a tendência natural é que você não possua no seu subconsciente
uma marcação suficientemente forte que te indique que esse caminho é para você.
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Paralelamente, quem vem de um meio familiar onde suas pessoas mais próximas são
servidores públicos, esse gatilho estará presente de maneira intensa no seu
subconsciente.
Mas existem ainda várias outras formas de manter um convívio diário com
pessoas e experiências que reforcem a sua fé. Quanto mais contato você tiver com
pessoas que estão hoje onde você quer estar, mais rápido será essa evolução. Mas é
preciso que seja um contato de qualidade. O office-boy da empresa tende a nunca
despertar o interesse e a crença de que ele pode vir a ser um executivo ou mesmo um
empresário se a ele não for dada convivência qualificada com essas pessoas na empresa,
quando ele passar o dia inteiro tirando xerox e indo a bancos, por exemplo. Do contrário,
caso seja a ele dada a oportunidade de vivenciar experiências reais dentro daquilo que é o
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núcleo da atividade da empresa, logo ele perceberá que ele também pode estar ali
realizando aquelas tarefas, pois tais reações são inerentes à natureza humana.
Contudo, mesmo antes da primeira aprovação é possível fazer crescer a sua fé,
através da observação de pequenos saltos no seu aprendizado, seja quando você evolui
na compreensão dos temas, na melhora nos índices de acerto em questões. Toda e
qualquer evolução deve ser valorizada e comemorada, pois ela indica e pavimenta o
caminho que te leva ao seu sonho maior.
Ansiedade
Toda a preocupação do mundo não te dará um dia a mais de vida. Jesus Cristo
Se tem uma coisa que eu aprendi na vida, seja através da minha experiência
nos concursos públicos ou mesmo em outras áreas, é que as coisas boas, relevantes e
verdadeiramente valiosas na vida são, todas elas resultado de uma construção no longo
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Prazo. Tal ocorre nos relacionamentos, empreendimentos empresariais, trabalho, estudo,
etc. Nesse aspecto, a carreira pública não difere em nada da área privada. E aqui reside
uma grande dificuldade quando pensamos no mundo atual, que é o fato de que essa
geração está acostumada a querer tudo muito rápido em suas mãos. No mercado privado,
por exemplo, é comum ouvirmos dos especialistas que os jovens de hoje querem assumir
cargos que lhes permitam um crescimento excepcionalmente rápido nas empresas, o que
nem sempre é possível, o que acaba gerando frustração.
É fato que, tais características específicas de seleção, fazem com que, em certa
medida, alguns conteúdos específicos de qualificação possam receber uma carga maior ou
menor de valor, possibilitando também o direcionamento do preparo do candidato à vaga
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para se amoldar a determinado perfil, mas, em hipótese alguma isso chega a
descaracterizar o processo seletivo como que ele realmente é – a seleção dos mais
qualificados. A título de exemplo, não restam dúvidas de que o caminho da preparação a
ser seguido por um médico que queira ser contratado por um grande hospital particular é
possui algumas diferenças daquele que deve seguir o médico que deseja passar em um
concurso público. Enquanto aquele cuidará mais de ter experiências, cursos e títulos para
mostrar, este ficará mais atento aos detalhes do conhecimento teórico. Mas,
evidentemente, como eu mencionei, tanto o hospital particular quanto o examinador do
concurso possui mecanismos de aferição de uns e de outros conhecimentos o que faz com
que, ao fim e ao cabo, em ambos os casos, os profissionais contratados tendam sempre a
ser os melhores disponíveis no mercado que se interessem pela vaga.
Ter isso em mente é importante para que o concurseiro esteja sempre presente
para o fato de que o concurso público não é um atalho para que pessoas sem qualificação
profissional alcancem cargos públicos de altos salários. Não é. Afastar esse tipo de mítica
é fundamental para que você compreenda que, quanto maior o cargo o nível do cargo que
você pleiteie, quanto maiores os salários e benefícios, mais você terá de se qualificar
genuinamente para poder obtê-lo. A carreira dos concursos, assim, deve ser uma carreira
de crescimento pessoal e profissional verdadeira, embora tenha, como dito, um foco um
pouco distinto da carreira privada.
Eu sempre digo que qualquer pessoa pode ter o cargo que quiser,
independentemente de onde ela esteja nesse exato momento em termos de qualificação.
Mas é necessário que ela esteja disposta a pagar o preço e maneira contínua pelo tempo
necessário. Tal preço, diga-se irá variar de pessoa para pessoa, a depender da distância
que ela se encontrar do seu objetivo. Enquanto para uma pessoa, alcançar determinado
cargo pode significar 3 meses de preparação, para outra, podem ser 3 anos. Mas, apesar
do número, o que vai determinar ou não o sucesso é a garra e perseverança de cada um,
pois, a depender disso, 3 anos podem ser como um piscar de olhos e 3 meses uma
eternidade.
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E como saber em qual nível se está? É preciso conhecer a si próprio, e para
isso tem de jogar o jogo. Pois, quem apenas fica olhando de fora, tanto você corre o risco
de estar se subestimando quanto de estar se superestimando. O simples fato de ter muitos
ou poucos anos que parou de estudar, por exemplo, não é um dado seguro para essa
análise. Muitos pensam de maneira equivocada que, por terem parado de estudar há
vários anos, possuem poucas chances de aprovação em dado concurso. Essa visão
decorre da ideia errada a respeito do funcionamento da memoria e dos processos de
aprendizagem. Por exemplo, uma pessoa que, em determinada época, domine certo
conteúdo, sendo capaz de raciocinar, interpretar e aplicar tal conhecimento no mundo real
e, somado a isso, mantenha um excelente hábito de leitura, mesmo após 20 anos
precisaria de apenas alguns meses para se preparar para um concurso em que tal
conteúdo fosse cobrado. Falo isso baseado em estudos de neurociência e processos
educacionais, além de minha própria experiência e daquela que já verifiquei em pessoas
próximas.
Embora não tivesse como eu saber se seria ou não aprovado, eu sabia que a
única chance que eu tinha era se, desde o primeiro dia de estudos, eu me preparasse
acreditando na aprovação, inclusive na segunda fase. Na época, não existia nenhum tipo
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de quota e era bem raro haver estudantes egressos de escolas públicas nos cursos mais
concorridos, como era e ainda é o curso de direito. Fosse eu deixar me levar pelo senso
comum, não teria nem tentado. Essa experiência, bem como outras de concursos, me
levou a entender que só conhecemos verdadeiramente nosso próprio potencial quando o
colocamos à prova.
Assim, em primeiro lugar, penso que cada um deve ser ousado, visando e
tentando logo o cargo que almeja, desde que, evidentemente, tenha ao menos a
qualificação formal exigida. Após o resultado, caso perceba que a distância para a
aprovação está ainda muito grande, convém voltar um ou alguns níveis e obter primeiro
aprovação em um cargo mais fácil, sem, contudo, perder de vista seu objetivo maior.
Heráclito
Estado
O Estado é um ente que já foi objeto de inúmeras teorias para tentar justificar e
explicar sua origem e finalidade. A mais conhecida é a formulação de Thomas Hobbes,
para o qual o Estado nada mais é que um contrato realizado entre todas as pessoas de
dada sociedade, as quais abrem mão de parte de seus direitos e liberdades individuais em
favor de um ente central, que representando o grupo, agiria no interesse de todos,
reduzindo e evitando conflitos individuais de modo a trazer mais segurança às pessoas e
possibilitando maior qualidade de vida a todos. Embora saibamos que esse suposto
contrato social teorizado por Hobbes não seja literal, pois nenhum de nós assinou contrato
algum e, na maioria dos países, nem mesmo os antepassados o fizeram, esta visão traz
uma verdade incontestável, de que, onde existe um grupo humano, deve haver regras que
limitem a ação individual em favor do interesse geral. E, quanto mais tais regras são
inteligentes, justas e efetivas, maior desenvolvimento e qualidade de vida possibilitará para
aquela comunidade.
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análise, tais quais fatores históricos, geográficos e de recursos naturais, é possível notar
que os países que possuem regras mais justas e efetivas para o relacionamento entre
seus cidadãos e também entre estes e a comunidade internacional, são os mais prósperos
e seguros. Tal ocorre porque, na linha da teoria de Hobbes, onde não há segurança e
igualdade, as pessoas tendem a se retrair, se proteger, o que impede o desenvolvimento
tecnológico, social, cultural e econômico. E, ao contrário, nas sociedades onde tais
fundamentos existem de fato, as pessoas tendem a se lançar, ousar, criar, gerando
riquezas e prosperidade.
Assim, podemos dizer que a finalidade única que justifica a existência do Estado
é propiciar a melhor condição possível para que todos os seus cidadãos tenham uma vida
o mais plena possível e desejável. Mas sendo um ser invisível, o Estado só pode existir e
agir através de pessoas que ocupem as funções necessárias a consecução de suas
finalidades. A essas pessoas, então, são distribuídos deveres e correspondentes poderes
para que cumpram o seu mister. E são justamente esses deveres e poderes que
chamamos de cargos públicos.
Estado é um ente permanente, estável, e, como tal, devem possuir regras com
certo grau de estabilidade, pois sem isso não há como haver a segurança almejada. Mas
todos nós sabemos que os interesses, visões e prioridades em uma sociedade podem
mudar com o passar dos anos. Por isso, nos países democráticos, como o Brasil,
desenvolveu-se uma dinâmica em que se distingue Estado de Governo. Entender isso é
muito importante para quem quer ser servidor público, pois o servidor público concursado é
uma pessoa que faz parte do Estado e não do governo.
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É através do voto que a sociedade demonstra quais são as suas prioridades,
tendências e visões em dado momento histórico, elegendo pessoas e partidos
comprometidos com elas.
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colocação de pessoas chave nos postos de mais alto escalão, em cargos de chefia,
direção e assessoramento, para que possam ajudar na condução do novo governo. Assim,
são distribuídas funções gratificadas a servidores estáveis e já pertencentes ao Estado,
que, segundo a livre apreciação do novo gestor, posam melhor ajuda-lo a realizar seus
intentos, e também contratados alguns servidores novos, sem a necessidade de concurso,
para que o novo administrador possa colocar pessoas de sua estrita confiança também em
funções fundamentais do alto escalão do serviço publico, como chefes, diretores e
assessores.
O problema é quando tais cargos são utilizados com outros propósitos que não
o atendimento do interesse público. Bases de parlamentares. Partidos. Familiares e
amigos. Comparação com outros países. Inchaço pouca qualificação e muita obediência.
Retira recursos de um lado e prejudica o serviço de outro.
Patrimonialismo
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àquela herança histórica e cultural, o patrimonialismo permeou toda a nossa história e,
ainda hoje, é comum haver pessoas, servidores públicos ou não, que tratam o poder
conferido através do cargo público como se fosse algo pessoal, um patrimônio que ele
pudesse usar como bem entender. Na verdade, juridicamente, já não é faz tempo. A nossa
constituição e inúmeras leis, são extremamente rigorosos com esse tipo de
comportamento, embora se deva reconhecer que entre a previsão abstrata e a realidade
prática ainda haja uma considerável distância. E a efetivação de uma sociedade mais
republicana depende da atitude de cada cidadão e, muito especialmente, de cada servidor
público.
Eu tenho como missão de vida ajudar pessoas a vencer na vida através dos
concursos, se preparando e conquistando sua vaga no serviço público. E tenho certeza de
que milhares dos que estão lendo esse livro em pouco tempo estarão ocupando diversos
cargos e funções no Estado. Por isso, desde já, quero que entrem com a mentalidade
correta, sadia, para que possamos construir um país cada vez melhor. Apesar de saber
que ainda temos sérios problemas nessa área, a minha experiência, nos diversos órgãos
em que passei, e também a minha observação dos noticiários, me mostraram que
caminhamos a passos largos para um país mais sério, honesto e eficiente, onde desvios
de poder tendem a ser cada vez mais uma exceção.
E não apenas isso. Uma vez no poder, os políticos precisam garantir que haja
retorno para os investidores nas campanhas, para que as torneiras não fechem no futuro.
Para tanto, tratam de se apoderar de postos estratégicos no governo. Assim, disputam
entre si o comando dos ministérios e secretarias para, colocando as pessoas certas na
direção de cada pasta e nos cargos comissionados, possam garantir que o interesse dos
empresários investidores sejam atendidos.
Além disso, em muitos casos, o dinheiro sequer sai das empresas, que apenas
se comprometem a devolver certo percentual de comissão em cima de cada contrato pago
pelo governo através do superfaturamento de obras e serviços públicos.
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Segundo dados da Controladoria Geral da União, apenas em termos de
servidores federais efetivos – que não incluem as empresas públicas e sociedades de
economia mista – de 2003 a 2016 foram demitidos 5043 servidores e outros 467 tiveram
suas aposentadorias cassadas. Uma vez demitido, a depender do motivo, o servidor pode
ficar até 10 anos proibido de acessar qualquer cargo público. Daí, o que era um orgulho
pessoal e para a família, acaba se tornando um pesadelo.
Porém, esta última exceção – que permite sejam definidos em lei quais são os
cargos de livre nomeação e exoneração – acabou sendo utilizada como uma grande
brecha para a criação de inúmeros cargos comissionados sem concurso, nas mais
variadas carreiras, especialmente em momentos nos quais vigorou por aqui regimes de
exceção.
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realidade por detrás dos concursos públicos acaba fazendo com que muita gente com
bastante potencial acabe se desanimando dos estudos.
A crise e os concursos
Não é segredo para ninguém que o Brasil atravessa uma severa crise
econômica em grande parte alimentada por uma crise política de igual proporção. Durante
o governo Dilma, saímos de um superávit nas contas públicas – quando o Estado gasta
menos que arrecada em impostos – para um déficit que cresce ano a ano. Do ponto de
vista econômico, a crise doméstica foi gerada por uma tentativa do governo Dilma de se
acelerar o crescimento econômico e fugir da crise internacional que se avizinhava através
do aumento de gastos públicos. A ideia, basicamente, era de que os cofres públicos, uma
vez sendo escancarados para obras e financiamentos de toda sorte, principalmente de
grandes empresas, a economia se manteria aquecida e pujante pelo tempo suficiente até
que a crise internacional passasse e a economia nacional pudesse novamente andar com
as próprias pernas. Deu muito errado. O excesso de gastos públicos levou o país ao maior
nível de endividamento da história, tendo como resultados o aumento da inflação, dos juros
e do desemprego, além da queda da confiança nacional e internacional em relação ao
país. A crise internacional há muito foi embora e o Brasil é hoje o país com a maior
recessão de todo o planeta.
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Até que ponto este cenário compromete os servidores públicos e novos
concursos? Com menos recursos, o Estado tende a reduzir as contratações de novos
servidores com vistas a reequilibrar suas contas, já que o gasto com pessoal representa
parte significativa do seu orçamento. Assim, até que se retome o crescimento econômico,
e com isso os entes públicos voltem a arrecadar mais com tributos, devemos continuar
observando uma significativa queda no número de novos certames. Mas isso tem alguns
limites. Tal ocorre porque os atuais servidores também não param de vagar os cargos, seja
por aposentadorias ou outros motivos, de modo que alguns setores cuja falta de servidores
já é dramática poderia entrar em colapso sem concursos.
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situação atual do efetivo é de verdadeira calamidade pública. Apesar de sua reconhecida
importância, muitos postos, responsáveis por centenas de quilômetros de rodovias
federais, possuem apenas três ou quatro policiais. Outras centenas de barreiras foram
fechadas nos últimos anos por falta de efetivo que desse segurança mínima para o
trabalho, mesmo diante do crescente número de acidentes e da precária situação da
segurança pública. Em 2006, levantamento do Tribunal de Contas da União afirmou que
seriam necessários pelo menos 20.000 policiais para cobrir todo o território nacional. De lá
para cá, o efetivo, que era de cerca de 9.000 policiais, só caiu, ao contrário do número de
veículos, acidentes e criminalidade, havendo atualmente um total de policiais na pista
inferior ao que havia em 1970, quando o fusca era a sensação dos automóveis, de cerca
de 7.000 homens e mulheres no serviço operacional, além dos administrativos.
Contudo, dizer apenas isso é falar apenas meia verdade. E eu não gosto de
meias verdades, pois acredito que quanto mais o candidato sabe da realidade, quanto
mais profundamente ele percebe onde está pisando, maiores são as condições de que ele
faça uma preparação adequada e seja aprovado o quanto antes no cargo que pretende. A
verdade é libertadora e um estímulo ao sucesso em concursos.
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Por isso, a concorrência, embora exista de fato, precisa ser reconhecida de
maneira adequada pois, uma visão superficial ou deturpada do que ela realmente
representa – ou de quem é seu concorrente – pode em muito prejudicar a carreira de um
estudante. É preciso encarar a questão do concorrente, da competição existente nos
concursos de maneira objetiva e matemática, ou seja, entender o grau de relevância que
determinadas situações ou pontos de vista podem ou não influenciar na sua aprovação.
Assim, antes de identificar quem é o seu concorrente é preciso dizer quem não
é seu concorrente: todas as pessoas que você tiver contato, seja fisicamente ou
remotamente não são seus concorrentes. Tal ocorre por uma questão puramente
estatística. Tendo em conta a quantidade de candidatos e de vagas de dado concurso, a
probabilidade de que alguém que você tenha tido contato lhe cause algum prejuízo em
relação à aprovação ou colocação no concurso é desprezível. Mas a recíproca não é
verdadeira. Pois, por outro lado, a probabilidade de que alguma pessoa que você tenha
contato lhe beneficie no concurso, dando alguma dica que efetivamente venha a te ajudar
na prova é bastante grande.
É muito simples entender o porquê isso ocorre. Uma dica que um conhecido que
está fazendo o concurso – ou de um grupo de que você participe – que lhe renda uma
questão a mais na prova pode ser a diferença entre passar ou não passar para você, ou
seja a chance de uma única questão te beneficiar é grande. O mesmo, evidentemente
ocorre com a chance de uma dica sua beneficiá-lo, vez que é bem grande o número de
candidatos que ficam no limiar da aprovação, batem na trave. Já aconteceu comigo mais
de uma vez. Mas esse hipotético ponto que você concedeu ao seu colega – ou que ele
concedeu a você – não tem o condão de prejudicar quem faz a boa ação. A única chance
de isso acontecer seria se em dado concurso, a pessoa que você ajudou, por exemplo,
ficar ao mesmo tempo na última posição dentro das vagas nomeáveis e você ficar na
posição seguinte. Matematicamente isso é extremamente improvável. Em todas as outras
hipóteses, não fará a mínima diferença.
Pois bem. Se a pessoa próxima não é seu concorrente, mas, ao contrário, é seu
aliado, quem então é o adversário, além de você mesmo, é claro? O adversário não é essa
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ou aquela pessoa em especial, não é o número de pessoas que fazem o concurso e
tampouco a relação candidato-vaga. Esses dados servem apenas como um parâmetro
geral e devem ser analisados em um contexto muito mais amplo.
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potenciais aprovados que a quantidade de vagas no concurso. Tal ocorre porque a nota
final do concurso não depende unicamente do nível do candidato, mas também de
algumas variáveis que acontecem na hora da prova e que são inerentes ao ser humano,
como a concentração, tranquilidade, rapidez e estratégia de prova – trataremos de cada
um desses temas adiante.
Para saber se você já atingiu tal nível de chance, basta responder provas
anteriores, comparando o seu desempenho com o ponto de corte necessário para a
aprovação no concurso paradigma. Se, na média, você estiver acertando ao menos
próximo do ponto de corte, isso significa que você já tem chance de passar naquele tipo de
concurso. Lembrando que quanto maior a amostra de provas, mais confiável é o resultado.
Winston Churchill
Atenção – este livro está em construção e contém erros. Ainda serão feitas correções,
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“Não se faz concurso para passar, mas até passar”. Esse é um jargão
conhecido e repetido na seara da preparação para concursos. Ele até passa uma
mensagem verdadeira, mas contém em si um simplismo perigoso que pode até mesmo se
tornar uma armadilha e uma prisão para muita gente. A mensagem é verdadeira porque
traz a ideia da persistência e da necessária evolução do concurseiro rumo à sua meta a
cada concurso que ele faz, ainda que seja reprovado.
Mas é também simplista porque exigir que alguém tenha disposição e energia
para continuar tentando a mesma coisa indefinidamente é ignorar a condição humana, pois
mesmo a pessoa persistente possui limites psicológicos, familiares, financeiros... Por isso
eu prefiro tratar do assunto de maneira mais transparente, pois entendo que esse modo de
enxergar as coisas proporciona muito mais forças e ferramentas ao concurseiro para
atingir o seu sucesso que simplesmente dizer a ele que ele não pode desistir nunca, como
se fosse uma máquina.
Esse modo de enxergar a carreira me foi dado, de início, pela minha própria
experiência nos concursos e posteriormente analisando também a carreira de outras
pessoas no serviço público. Quando comecei, eu não tinha grandes pretensões, não por
falta de ousadia, mas por absoluta ausência de referências. Como já mencionei, eu estava
procurando um emprego para ganhar um salário mínimo quando deparei com as
oportunidades advindas dos concursos. Assim, minhas primeiras aprovações se deram em
concursos menos disputados e, como eu continuei estudando e visando outras carreiras,
ainda que com alguns intervalos sem estudar, à medida que eu ia enxergando novas
oportunidades e possibilidades, eu também ia amadurecendo e me aprimorando
tecnicamente. Fui galgando novos postos de nível médio, cada vez melhores, até que
entrei na faculdade. Após formado, pude então fazer concursos de nível superior.
Contudo, hoje a realidade dos concursos é bem distinta da época que comecei.
A quantidade de informações disponíveis fez com que se popularizasse esse meio de
empregabilidade, de modo que Praticamente todo mundo se interessa ou já ouviu falar em
concursos. São muitos os que entram na faculdade já pensando em entrar no serviço
público e se formam com este propósito, vindo, apenas depois, a fazer as primeiras
provas. Além disso, diferentemente do que aconteceu comigo, muitos candidatos já iniciam
sua carreira de concurseiro já sabendo exatamente o cargo que querem, seja por ter
alguém que lhe tenha servido de referência seja apenas por ter reunido informações que
lhe fizessem tomar esta decisão.
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tanto em relação à linguagem quanto relativamente ao conteúdo. Página 111
Esse tipo de concurseiro pode ser comparado a um jovem que é filho de um
grande empresário e faz toda a sua faculdade sem se preocupar em se inteirar das rotinas
na empresa familiar. E, após pegar o canudo de bacharel em administração de empresas,
postula junto ao pai se tornar o presidente da companhia. Em um caso como este, caso o
pai lhe passe o bastão, não é difícil entender o porquê a chance de que este jovem afunde
a empresa é muito grande. Pois a falta de experiência prática e de maturidade lhe
acarretarão dificuldades em um nível tão alto, que são grandes as chances de que, antes
que possa realmente saber o que está fazendo, o negócio já tenha ido para o buraco.
Eu nunca pensei em desistir de fazer concursos. Mas nem por isso eu não
entendo aqueles que desanimam. No meu caso, hoje eu compreendo que desistir nunca
passou pela minha cabeça basicamente por dois motivos. O primeiro deles é que eu não
tinha nada, nenhuma oportunidade ou perspectiva de trabalho. Quando comecei, para o
mercado privado de trabalho eu era um desempregado de 19 anos com ensino médio feito
em escola pública e cujas experiências profissionais eram de badeco de oficina e office-
boy. Assim, eu agarrei aquela oportunidade que se abriu para mim como um faminto
agarra um pedaço de pão. O segundo motivo é porque eu passei.
Quando uma pessoa é aprovada em um concurso público, por menor que seja,
seu subconsciente produz o anticorpo contra o medo de nunca não ser aprovado, que é o
principal agente patógeno responsável pelas desistências. A fé é o principal fator na
carreira de um concurseiro e ela é aumentada e solidificada a cada aprovação.
Evidentemente que eu sei que existem casos de pessoas que, logo de primeira, passam
para o cargo que almejam, mas isso está longe de ser uma regra. A grande maioria das
pessoas que hoje ocupam os principais cargos públicos, especialmente de uns anos para
cá, são servidores que fizeram uma escadinha, galgando postos cada vez melhores até
chegar onde realmente querem, como também ocorre nas empresas privadas.
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sido aprovado e exercido outros cargos públicos antes de fazer aquele cargo dos seus
sonhos, de maior nível, tem o condão de, a um só tempo, te empoderar psicologicamente e
te trazer conhecimento técnico que será cobrado nas provas.
Assim, a melhor estratégia para não pensar em desistir – ou para não falir a
empresa da família – é começar por baixo. Para isso é preciso planejamento de vida e,
principalmente, pulso firme e humildade diante das outras pessoas. Não é porque você é
filho do dono da empresa que não pode começar como um mero auxiliar em algum
departamento da empresa. Do mesmo modo, não é demérito para ninguém, ainda que já
formado, fazer concursos de nível médio, por exemplo, ou postular cargos aquém daqueles
que seus pais, colegas de faculdade ou amigos já conseguiram.
Mas tudo depende do nível em que você já está, da efetiva distância entre quem
você já é hoje nos concursos e o grau exigido pelo cargo que você quer. Pois, caso você já
esteja bem próximo, é possível que valha mais a pena continuar na mesma estratégia de
antes. Contudo, caso ainda esteja muito aquém, é extremamente recomendável que desça
um nível ou dois, dando um passo atrás para pegar impulso na sua jornada.
Com isso não estou dizendo que você não tem o direito de desistir
completamente da carreira de concursos. Claro que tem. O serviço público é apenas uma
das muitas oportunidades que a vida nos traz para trabalharmos, sermos felizes e
ganharmos dinheiro. O que eu quero evitar é que você desista por um erro de
interpretação da realidade, pensando erroneamente que não é talhado para concursos,
que não é capaz de passar. Sim, você é capaz de galgar absolutamente qualquer cargo
efetivo que quiser, sem exceção. Mas, para isso, precisa lidar de maneira inteligente, pois
quem tenta subir vários degraus de uma escada de uma vez só tem muito mais chances
de se esborrachar no chão que de atingir sua meta.
Intenção sem ação é ilusão. Ouse fazer, e o poder lhe será dado.
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Lair Ribeiro
O segundo motivo pelo qual o raciocínio de olhar para trás pode ser traiçoeiro é
porque, depois que passa, ele se torna puramente abstrato e matemático, vindo a parecer
ter uma facilidade que na verdade não possui. Se você tivesse poupado 20% dos seus
ganhos nos últimos anos, teria possivelmente teria hoje uma boa grana. Parece fácil
olhando dessa maneira. Mas, no momento que a vida acontece, não é tão fácil deixar de
comprar aquela roupa, cancelar a TV a cabo, dispensar aquele barzinho com os amigos no
final de semana. O grau do sacrifício só pode ser verdadeiramente concebido no momento
em que a coisa acontece, e essa batalha quase nunca é fácil de ser vencida.
É claro que existem algumas coisas que nos puxam pela inércia do movimento.
Por exemplo, o simples fato de tomar uma atitude de entrar em uma faculdade de direito –
e desde que você não se deixe levar pelo canto da sereia de trancar algum semestre na
primeira dificuldade – provavelmente te levará à colação de grau como bacharel cinco anos
depois, vez que essa é a regra. Outras atividades, porém, possuem natureza bem distinta.
O simples fato de eu ter começado a escrever esse livro não faz com que ele se conclua
nem em meses nem em anos, porque não existe um mecanismo social organizado e
tendente a um desfecho que me leve, pela inércia, à sua conclusão. Para ter um livro
pronto, é preciso sim tomar a decisão de começar, mas também é necessário sentar na
cadeira e ligar o computador incontáveis vezes, pensar em cada um dos temas, escrever,
reescrever e corrigir dia após dia.
Tal é bem parecido com estudar para concursos. Não basta começar. Aliás,
acredito que muitos dos que estão lendo estas páginas já começaram a estudar em outras
oportunidades e vieram a parar por algum motivo. Por isso, antes de falar da importância
de começar, eu preciso deixar claro que isso não é tudo. Embora uma grande jornada
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comece com o primeiro passo, é preciso dar cada um dos outros passos com firmeza e
obstinação até chegar ao final.
Por outro lado, é também verdade que a maioria das pessoas não chegam
sequer a começar. Analisando do ponto de vista da matemática, é bem possível que o
simples fato de você tomar a decisão e efetivamente iniciar os seus estudos para
concursos já multiplica em várias vezes suas chances de vir a ocupar o cargo que deseja,
pois você terá saído do grande grupo dos que só falam em estudar para concursos mas
nunca têm coragem de agir.
Por isso, se você chegou até aqui na leitura desse livro – e eu não tenho
dúvidas de que, infelizmente, muitos que iniciaram a leitura já terão ficado pelo caminho,
pois esta é a lei da vida, e o início da seleção dos melhores – é porque sua hora de
começar ou recomeçar a estudar é agora. O dia D é hoje.
As águas passadas não movem moinhos. O importante é não perder nem mais
um minuto. Desse ponto em diante do livro, mudaremos um pouco a abordagem. A partir
de agora, passo a ensinar em detalhes as técnicas, estratégias e táticas que eu aprendi ao
longo desses últimos 15 anos e que me levaram a 10 (dez) aprovações em concursos
públicos, incluindo alguns dos cargos mais concorridos do Brasil. Mas esse não é o tipo de
conhecimento que você deve guardar somente. Chegou a hora de você colocar a mão na
massa e iniciar – ou retomar – seus estudos com afinco, tomando as rédeas da sua vida e
construindo o seu futuro.
Conforme fiz menção lá atrás (confirmar e citar) não se preocupe se você não é
o tipo de pessoa que tinha experiência em estudar. Na verdade a maioria não tem. Nosso
sistema de estudo é campeão em formar uma cultura de desleixo com a educação, leitura
e dedicação ao aprendizado, no qual tudo o que se visa é obter notas, aprovações e
títulos, desconectados da realidade do mercado de trabalho. Agora que você já sabe disso,
tudo o que você precisa para trilhar um novo caminho é agir. Comece. Os obstáculos
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internos e externos vão sim aparecer, mas, ao se manter firme, vai ficando cada vez
menos difícil estudar e aprender, e depois fica fácil, até chegar um ponto em que estudar,
aprender e fazer provas de concursos se torna um Prazer na sua vida. Pode acreditar.
Você não deve perder mais nem um dia. À medida que for lendo as páginas
seguintes, comece a anotar os insights que você tiver de como você irá colocar em prática
cada um dos ensinamentos, adaptando-os à sua realidade. Para isso, vamos falar sobre
cada um dos aspectos mais relevantes da caminhada do concurseiro, do início ao fim,
iniciando pela escolha do cargo, passando pela seleção do material de estudos,
cronograma de estudos, resumos, estudo com questões, a reta final de preparação até
chegar à prova, onde eu falo das técnicas para ter mais eficiência e aumentar o número de
acertos. Agora é hora de trabalhar. Pegue uma caneta e papel, e inicie desde já!
No capítulo “X” falamos sobre a escolha do cargo dos seus sonhos. De como
você pode ser ousado e escolher absolutamente qualquer cargo público para ser aprovado
em um concurso. Do mesmo modo, tratamos no capítulo “X” da importância de você não
deixar que o seu passado, família ou seu meio atual condicionem sua mente de modo a
limitar seu futuro. A verdade límpida e pura é que – se estiver disposto a pagar o preço –
você pode ser o que quiser!
Antes de dizer o que um concurseiro enxuto faz, vou falar o que não se deve
fazer – que é o que a grande maioria das pessoas interessadas em concursos pratica.
Como dizia Raul Seixas, a pessoa está ali, na dela, com a boca escancarada cheia de
dentes esperando a morte chegar, quando recebe por Whatsaap uma mensagem dizendo
que estão abertas as inscrições para determinado concurso. O sujeito então faz uma
pesquisa na internet encontra o edital, olha o salário, as matérias... E começa a pensar
onde conseguir o material de estudos... Esse é o tipo de concurseiro que não sabe onde
está pisando. Se fosse uma guerra, seria aquele soldado que caiu de paraquedas no meio
do terreno do inimigo. São poucas as chances de sobrevivência.
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Na verdade, este tipo de concurseiro não escolhe cargo algum, mas apenas
tenta passar de maneira amadora naqueles concursos que caem na sua cabeça. O
concurseiro enxuto se antecipa ao edital, escolhe o cargo que quer fazer e começa a
estudar muito antes e é capaz inclusive de abrir mão de tentar determinados concursos
que não estão na sua linha de estratégia.
Passo 01 – Previsão.
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banca examinadora. Com relação às informações prestadas por tais serviços na internet,
existem dois detalhes importantes.
Passo 02 – requisitos.
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trabalhoso, sempre haverá alguma possibilidade de obtenção da prática, não havendo
motivos para ficar parado. Dentre as principais, está o trabalho voluntário como conciliador,
por 16 horas mensais; o magistério superior; a transferência, dentro do seu órgão, para
setor que exerça atividade essencialmente jurídica, como corregedoria ou licitações – para
a obtenção de futura declaração do órgão nesse sentido –, bem como, para o Ministério
Público, a obtenção de título de pós-graduação, conforme regulamentado na citada
resolução.
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Passo 03 – Local de prova e de nomeação.
Como regra, as capitais dos estados são sempre onde há o maior número de
servidores, mas o tempo necessário para se chegar a uma capital, através de remoções,
varia bastante a depender do cargo e do órgão. Como exemplo, o Ministério Público
Federal possui concurso unificado nacionalmente para procuradores da república e
regionalizado por estado para analistas e técnicos. Assim, a pessoa nomeada para o cargo
de procurador da república, deverá escolher sua lotação dentre as opções possíveis em
todo o país. Como é de se imaginar, as vagas disponíveis, de regra, acabam surgindo nas
localidades mais isoladas atendidas pelo órgão. Por outro lado, existem também órgão
cujos cargos são todos em capitais, a exemplo das assembleias legislativas e tribunais de
contas.
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públicos podem ser inclusive uma agradável maneira de se descobrir o Brasil. Além do
mais, é sempre possível fazer ao menos uma viagem de volta de vez em quando, nas
férias ou feriados, para visitar os amigos e parentes que ficam.
Passo 04 - Matérias em comum. Neste ponto nós faremos a última peneira para
enfim decidir qual conteúdo estudar pré-edital. Após ter selecionado alguns cargos do seu
interesse, é preciso fazer um último arranjo para selecionar apenas aqueles que possuem
razoável número de matérias em comum. Obviamente, quanto maior identidade houver
entre as matérias, mais rapidamente você atingirá o nível de aprendizado necessário para
aprovação. Para quem está iniciando nos concursos, aconselho que faça apenas
concursos cuja identidade de matérias seja de pelo menos 60%, considerando-se a
pontuação atinente às matérias em questão. Isso evitará que se abra demais o leque de
estudos, para que o candidato não esteja sempre a enfrentar matérias novas, com as quais
ele não possui familiaridade, o que dificulta sobremaneira atingir o grau de conhecimentos
necessários para aprovação.
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Além disso, outro fator relevante é que quanto mais especializado e concorrido
for o cargo, mas ele tenderá a exigir uma especialização específica para aprovação mais
rápida. Nesses casos, para aqueles que não pretendem viajar o país inteiro atrás de um
único cargo, mas preferem buscar concursos apenas mais próximos de suas região,
recomenda-se o foco pelo menos em carreiras que, embora concorridas, possuam
bastante coisa em comum, a exemplo das carreiras de juiz, promotor e defensor estadual;
ou de juiz do trabalho e procurador do trabalho; ou para juiz federal e procurador da
república; ou delegado estadual e federal; ou, por fim, para as procuradorias estaduais,
municipais e federais.
Quem se utiliza desses dos critérios trazidos nesse capítulo na hora de escolher
para qual concurso estudar e quais matérias estudar, perceberá de maneira muito clara e
rápida sua evolução, de um concurso para o outro, até a aprovação.
Henry Ford
Fazer um plano de estudos é fazer com que os estudos passem a fazer parte da
sua rotina diária. Mais do que apenas inserir períodos de estudos em seus horários
atualmente vagos, é preciso adaptar sua atual rotina de modo que os estudos para
concurso passem a representar uma prioridade em sua vida. Quem não trata os estudos
para concurso como prioridade tem poucas chances de êxito.
Com isso não estou dizendo que você precisa abandonar sua família, amigos ou
o emprego. No caso da família e amigos, conforme já tratado no capítulo X, será preciso
todo um jogo de cintura para que a coisa aconteça sem maiores traumas. Você não deve
simplesmente desejar que, como em um passe de mágica, as pessoas mais próximas
passem a ser compreensivos com sua nova vida de estudos, pois isso não vai acontecer.
Ao contrário, como a maioria das pessoas no nosso país não possuem uma cultura de
estudos, a tendência é que pensem que você enlouqueceu ou, na melhor das hipóteses,
que está inventando alguma moda passageira.
Evite brigas e discussões, afinal, é você quem agora resolveu nadar contra a
maré e não eles. Evite também tentar doutriná-los, pois ninguém será convencido por você
que estudar para concursos é uma boa coisa até que você passe em um. A melhor atitude
aqui é fazer mais que falar e dar tempo ao tempo. Seja resiliente e vença todos pelo
cansaço.
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Com relação ao trabalho, é certo que a maioria das pessoas não podem se dar
ao luxo de abandonar o emprego para estudar. Nesse quesito, remeto vocês a assistirem
os vídeos x e y do YouTube.
Não seja otimista demais com o seu tempo, pois isso pode ser um tanto
frustrante. É melhor estabelecer um plano mais acanhado que você consiga cumprir, e
tenha uma sensação de dever cumprido e de realização pessoal, passando para o seu
subconsciente uma mensagem de que está no caminho certo, que criar um plano
mirabolante que nunca sairá do papel. Mas, à medida que estiver conseguindo cumprir
com certo grau de tranquilidade o seu plano, isso indica que já é hora de aumentar um
pouco mais a carga de trabalho.
Não se esqueça de manter algum horário para lazer e para a família, mas
lembre-se de que os finais de semana de um concurseiro não são iguais aos finais de
semana e feriados de uma pessoa normal. E eu usei aqui a palavra normal de propósito,
porque o normal é ter uma vida comum, trivial. E se você quer ter algo diferente, trate de
fazer coisas diferentes também.
Após estabelecer quais são exatamente seus horários livres e onde são os
locais onde irá estudar, é hora de contabilizar a quantidade de horas disponíveis que você
possui para distribuí-las em um cronograma de estudos. Nele, você irá definir quais
matérias irá estudar em cada dia e horário. Logo após criar o cronograma, será a hora de
escolher o material de estudos. Contudo, essa ordem não é absoluta.
É possível também que primeiro você escolha qual material irá estudar para
apenas depois organizar o seu cronograma. Contudo, preferível sempre definir primeiro a
quantidade de horas que estará disponível para cada matéria para, só depois, escolher o
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material de estudos. Tal acontece porque, quando o concurseiro escolhe primeiro o
material, é muito comum que não encontre tempo suficiente para estudá-lo, se perdendo
no eu planejamento de estudos.
Na sequência, desde que reste ao menos dois jogadores na mão, são descidas
novas cartas, primeiro o flop (três cartas que são abertas de uma vez), depois o flop (uma
carta) e por último o river (uma carta). Caso os apostadores decidam se enfrentar, abre-se
as cartas para que se verifique ao final quem teve a mão vencedora. Assim, nesse tipo de
jogo existe uma mescla entre sorte e estratégia. Mas os especialistas são unanimes em
afirmar que a estratégia é o aspecto que realmente importa. E tal é difícil de entender o
motivo. Como cada rodada é decidida essencialmente em função da atitude de cada
jogador, e não necessariamente de suas cartas, para se dar bem no poker, além de
conhecer as regras do jogo e saber calcular minimamente as probabilidades de vitória de
cada mão, é necessário ter bastante força psicológica, seja para blefar no momentos
certos, seja para fazer a leitura dos outros jogadores.
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Como a distribuição de cartas é aleatória, e como são inúmeras rodadas de
distribuição – podendo chegar às centenas – tal acaba por quase anular o fator sorte
quando se analisa um jogo inteiro. Este é um efeito natural da probabilidade. Se você jogar
um dado uma única vez, não há como dizer que número irá cair, sendo o fator sorte
bastante presente. Mas se você jogar um dado 1000 vezes, é possível afirmar que a
quantidade de vezes que a face 6 (seis), ou qualquer outra, cairá para cima será algo bem
próximo de 166 (1/6 de 1000). Por isso, quem acompanha os campeonatos de poker pode
notar que os grandes campeões estão sempre entre os melhores, nas mesas finais, como
ocorre no campeonato mundial WSOP, transmitido pelas TVs a cabo, sendo comum que
um mesmo especialista de conquiste vários campeonatos, comprovando que não tem nada
a ver com sorte.
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acertar 50% ou 60% da prova e ser aprovado no concurso é menor que a probabilidade de
se ganhar várias vezes seguidas na Mega-Sena jogando-se apenas uma cartela em cada.
Além disso, o mesmo raciocínio podemos fazer para a escolha de o quê estudar
para prova. Fossem as questões escolhidas pela banca de maneira aleatória, entre as
dezenas de milhares de leis, doutrinas e decisões jurisprudenciais existentes no Brasil,
pouco importaria o quê você estivesse lendo ou quais vídeos estivesse assistindo. Nesse
caso hipotético, bastaria que você pegasse qualquer material de estudo e estudasse pelo
maior tempo possível, pois a probabilidade de se estar estudando o conteúdo que seria
cobrado na prova seria a mesma. Mas não é.
São dois os principais fatores que devem ser levados em conta na hora de
estabelecer a carga horária menor ou maior, dentro do tempo total disponível que você
possui, para cada matéria:
1 – pontuação da matéria. Quanto mais pontos valem uma matéria na nota total,
incluindo eventuais pesos, mais tempo você precisará dedicar a ela.
Quem não se atenta para esses dois parâmetros de maneira objetiva acaba
gastando mais tempo com as matérias mais extensas e com aquelas que se possui mais
familiaridade, e que portanto sabe mais.
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1 – Na primeira coluna, coloque as matérias. Na segunda, os pontos totais; na
terceira coluna, coloque 4 para aquelas matérias que você não sabe quase nada, 3 se
você sabe apenas o básico, 2 se você sabe razoavelmente e 1 se você tem bom domínio
da matéria. Não há problemas em repetir os mesmos números para mais de uma matéria.
Na quarta coluna você irá colocar o Produto da multiplicação entre a segunda e a terceira
coluna. A quinta coluna ficará reservada para a colocação do Fator, que será a divisão
entre o total de horas disponíveis e a soma dos Produtos. Na Sexta coluna ficará o
resultado final, ou seja, a quantidade de horas que você irá estudar cada matéria.
3 – Para se chegar ao total de horas que você deverá estudar para cada
matéria, basta dividir o total de horas que você possui pela soma da coluna produto (360) e
multiplicar por cada um dos produtos relacionados às matérias.
Y 40 3 (básico) 120 60
Z 60 2 (razoável) 120 60
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Quantas matérias estudar no mesmo dia?
Muitas pessoas tem essa dúvida. Seria mais produtivo estudar uma única
matéria em um dia ou mais de uma. Depende. Se você não tem dificuldade para estudar
nenhuma matéria, é preferível que estude uma única matéria em um dia. Contudo, caso
exista alguma matéria que você sofre mais para aprender, convém não estudar ela sozinha
o dia inteiro, pois se sentirá mais cansado e desestimulado. Nesse caso, agregue ao
mesmo dia de estudos duas matérias.
Tanto o plano quanto o cronograma devem estar abertos para adaptação. Afinal,
como já dizia Moltke, nenhum plano sobrevive ao campo de batalha. Assim, ao perceber
que não está conseguindo cumprir o planejado, nada de começar a se lamentar ou pensar
em desistir. Trate apenas de agir rápido na sua reformulação, adaptando-o da melhor
maneira possível à sua nova realidade – e volte ao trabalho.
Aristóteles
Agora que sabe o tempo que tem para estudar cada matéria é natural que você
tome um susto. Pois perceberá que o tempo é quase sempre muito pequeno diante da
quantidade de material que se pretende estudar. Daí, podemos chegar facilmente a três
conclusões:
1 – não vai dar para ler tudo. Os editais de concurso público costumam trazer
como regra um conteúdo programático bastante extenso, de modo que na maioria dos
casos não é possível estudar tudo.
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2 – material resumido. Para não deixar muita coisa de fora, é preciso ter acesso
a material resumido, principalmente naquelas matérias de que se dispõe de menos tempo;
3 – evitar furo no cronograma. Evite furar seu cronograma de estudos, pois isso
complicará ainda mais a situação futura, exigindo que você refaça-o de maneira ainda mais
apertada a cada nova adaptação.
Toda a preparação para concursos deve visar uma única coisa – acertar a maior
pontuação possível na prova. Assim, embora possa parecer estranho à primeira vista, você
não deve estudar para concurso visando crescer como pessoa ou ser um profissional
melhor na sua área. Também não deve estudar com intuito de conhecer as melhores
doutrinas, os melhores especialistas... Tudo isso vai acabar acontecendo por via reflexa,
mas ter tais objetivos como foco é uma grande perda de tempo que te afasta do seu
objetivo. O motivo é muito simples, nem sempre aquele tipo de conteúdo estará ou fará a
diferença na prova. De nada adianta conhecer a doutrina do mais renomado
constitucionalista da face da terra se na sua prova de direito constitucional ele não estará
presente, de que sua preparação te leve a acertar poucas questões.
3 – rapidez.
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mesma quantidade de questões, o candidato A foi 25% mais eficiente na realização da
prova que o candidato B. Nesse caso hipotético, também podemos dizer, em uma visão
probabilística, que se o candidato A tivesse gastado esta uma hora de diferença para
analisar um pouco mais sua prova, esmerando-se mais nas respostas, teria acertado mais
algumas questões, passando à frente do candidato B.
Tal ocorre porque o tempo necessário para se fazer uma questão revela muito
mais sobre um candidato que se imagina. Tende a responder mais rápido, como regra
quem: tem mais certeza da resposta; quem decide mais rápido; quem tem melhor nível de
leitura e de raciocínio linguístico; quem é mais organizado; quem é mais objetivo, etc. Por
outro lado, o candidato que aproveita bem todo o seu tempo de prova, sem ir embora antes
do tempo, também demonstra vontade e resiliência. Ou seja, são inúmeras as habilidades
e até mesmo critérios da personalidade que as bancas podem favorecer apenas no que
concerne ao tempo de prova. Por tudo isso, as bancas sabem que o tempo total que o
candidato terá para fazer a prova é um dos critérios mais relevantes a serem definidos.
Assim, em vez de ficar reclamando que a banca deu um tempo insuficiente para
a realização da prova, compreenda que ela fez isso de propósito. É você quem precisa dar
um jeito de fazer a prova mais rápido.
1 – material direcionado
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Além disso, ainda que, eventualmente, dê tempo de ler tudo o que está previsto
no conteúdo programático, é preciso tem presente aquilo que é mais importante para dar
uma tenção especial, estudando mais de uma vez e, como se verá adiante, fazendo
resumo e relendo às vésperas da prova.
2 – material atualizado
3 – material resumido
Evidentemente que todo material resumido traz perdas. Mas é melhor deixar de
estudar certos conteúdos de maneira consciente e calculada que perder por falta de
planejamento. Quando se tem pouquíssimo tempo para estudar determinada matéria,
aconselho que se priorize na seguinte ordem:
Antes de falar da tática, importante fazer menção aos quatro elementos que
diferenciam a eficiência no aprendizado entre absolutamente quaisquer concurseiros em
absolutamente quaisquer concursos. São eles, a base de conhecimento prévia; o material
de estudos; a quantidade de horas de estudos; o nível de concentração nos estudos e a
ordem dos estudos. É a combinação desses elementos que informará o quanto um
candidato aprendeu, dando-lhe o seu nível de potencial de acertos na prova. Porém, é bom
que se diga, além da eficiência do aprendizado, é preciso também ter eficiência na
realização da prova, pois, como diz o ditado, treino é treino e jogo é jogo. De nada adianta
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um atleta olímpico de ginástica artística treinar muito bem por quatro anos se, na final da
sua prova, ele levar um tombo no tablado. Sobre eficiência em provas, falo no capítulo X.
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também estudar perto de pessoas que podem importuná-lo. Além disso, é necessário ter
uma estratégia eficiente com relação ao telefone celular e outros objetos de interesse que
você perceba que estão roubando a sua atenção. Além disso, quanto mais desligada
estiver a mente de outros problemas e afazeres mais renderá os estudos. É preciso estar
presente de corpo e alma, deixando as outras coisas, por importantes que sejam,paraoutro
momento. Para isso, uma agenda bem organizada e planejada pode ajudar bastante. Por
fim, é bom que se evite, o quanto possível, brigas, discussões e outros assuntos que
possam roubar a sua tranquilidade nos dias de estudos.
A repetição pode ser integral – quando se lê, ouve ou assiste novamente todo o
conteúdo já estudado – ou por resumos, quando se estuda material de menor tamanho
especialmente preparado para servir de link para o conteúdo previamente estudado,
reavivando na memória os principais pontos da matéria.
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A tática do funil
À primeira vista, parece o óbvio que todo estudo seja direcionado a acertar o
maior número de questões no dia da prova. Mas não é bem assim. Além dos outros quatro
elementos acima descritos, a ordem mais adequada de se estudar cada matéria aumenta
em muito a eficiência na prova. Para entender bem como funciona esta tática, vamos
imaginar situações hipotéticas. Tomemos que dois estudantes, clones idênticos, cujo
conhecimento prévio seja exatamente igual, estudam exatamente o mesmo número de
horas, com a mesma atenção, o mesmo material e as mesmas repetições. Como tais
hipotéticos concurseiros possuem os mesmos elementos de eficiência no aprendizado, era
de se esperar que alcançassem exatamente o mesmo resultado em termos de grau de
conhecimentos no dia da prova. Porém, tal também não ocorrerá caso a ordem dos
estudos a repetição seja diferente.
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Também no início da preparação é preferível que se estude os conteúdos mais
densos, que demandam maior nível de raciocínio e análise. É o tipo de conteúdo que se
precisa aprender realmente e não apenas decorar, entendendo suas origens e aplicações
práticas.
Por fim, nos últimos dias, é necessário dar atenção principalmente àqueles
conteúdos com maior grau de decoreba, como certas normas jurídicas, bem como à
revisão dos principais pontos estudados, de modo a reavivar na memória aquilo que já se
aprendeu lá atrás.
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primeiro concurso público, naquele momento a aprovação soou para mim como uma
reprovação, porque, na realidade, eu fiquei bastante frustrado com minha colocação na
classificação final do concurso, fora das vagas inicialmente previstas para convocação
imediata. E, como eu não sabia se seria ou não chamado, logo comecei a estudar para o
próximo concurso. Posteriormente acabei sendo convocado, tendo trabalhado por um ano
e meio no banco.
Embora egresso de escola pública e ciente de que minha base educacional não
era das melhores, desde o meu primeiro concurso eu fiz acreditando que tinha chances
reais de passar e estudei de fato para passar. Nunca fiz concurso apenas para ver no que
vai dar ou para servir de experiência, como alguns dizem. Até porque eu entendo que só
serve realmente de experiência o concurso que se faz com seriedade. Também já tinha em
mente naquela época que, para ser aprovado, eu precisaria ter acesso a material e
professores do mais alto nível. Pois, pensava eu e penso até hoje, “como serão
selecionados apenas os melhores, se meu material e professores não estiverem entre os
melhores eu já saio perdendo”.
O maior aprendizado que tive com esse concurso foi a respeito da necessidade
de se fazer uma boa revisão nos dias mais próximos da prova. Me recordo que, em relação
a muita coisa que caiu na minha prova, embora eu tivesse estudado e aprendido
satisfatoriamente, não me recordava o suficiente para acertar as questões. E isso me
custou muitos preciosos pontos.
Fui aprovado dentro das vagas, mas a empresa pública acabou demorando
muito para chamar. Quando convocou os aprovados para tomar posse, eu já havia
passado em outro e já estava trabalhando como fiscal temporário, motivo pelo qual preferi
dispensar, vez que já estava com trabalho garantido pelo menos por dois anos.
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de fato ocorreu e ocorre até hoje. Além disso, ao me especializar nas questões, acabei me
familiarizando com a maneira das bancas de cobrar o conteúdo, que nem sempre se
alinhava ao meu ponto de vista durante os estudos. Assim, eu pude calibrar o meu estudo
para encarar o conteúdo estudado de modo a já me preparar para o tipo de questão que
eu haveria de encontrar. E nunca mais parei de fazer isso.
A cada concurso que eu fazia, sentia mais confiança e percebia que havia
achado o caminho das pedras. Saí da condição de desempregado e sem perspectiva e já
estava obtendo aprovações em concursos e seleções. Apesar de saber que o nível
daqueles concursos para os quais eu estava sendo aprovado era relativamente baixo, eu
notei que fazer concursos era algo seguro, que eu podia confiar. Não tinha essa história de
passar e não ser chamado, como muitos falam e nem tinha nada a ver com sorte, fraudes
ou indicações políticas como muitos preferem até hoje acreditar.
Eu me sentia tão confiante que já estava me lamentando de não ter entrado logo
em uma faculdade para fazer concursos para os melhores cargos, de nível superior, pois
naquele momento, através daquela pequena experiência que eu já tivera, eu acreditava
sinceramente que poderia passar em qualquer concurso que fizesse.
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Enquanto eu ainda estava exercendo o cargo de fiscal temporário, foi aberto o
concurso para o mesmo cargo, só que efetivo, embora realizado por outra agência estatal
de Goiás. Assim, ao ser aprovado, pude continuar trabalhando no mesmo local, só que
agora em caráter efetivo.
Me recordo que foram abertas 30 vagas para nível médio, no cargo de fiscal, e
500 vagas para nível superior naquele concurso, para os cargos de gestores em diversas
áreas. E o pior, houve Praticamente o mesmo número de candidatos disputando as trinta
vagas e as quinhentas vagas, de modo que a relação candidato/vaga do meu concurso foi
assustadoramente grande, mais precisamente 530 candidatos por vaga, enquanto para os
cargos de nível superior foi, em média, 30 candidatos por vaga.
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TRT/GO – técnico judiciário - área judiciária
Os editais desses dois concursos saíram na mesma época, motivo pelo qual
decidi fazer os dois ao mesmo tempo. Na época, exigia-se apenas nível médio também
para PRF. Para isso, tive de organizar meu cronograma de estudos em função dos dois
concursos, além de também estar trabalhando e cursando faculdade. Me lembro que a
diferença entre as provas era, salvo engano, de pouco menos de um mês, o que me
possibilitou fazer uma boa revisão antes de cada prova.
Passei nos dois concursos, ambos dentro das vagas imediatas, e fui convocado
primeiro para curso de formação e em seguida nomeado na PRF, em Brasília. Com poucos
dias de exercício na polícia, fui nomeado no TRT, e acabei dispensando o tribunal e
preferindo permanecer como policial rodoviário federal. Confesso que estava deslumbrado
com a carreira de policial federal, além de o salário ser bem maior, na ocasião, que o de
técnico judiciário. Mas, profissionalmente, hoje vejo que não foi a melhor decisão.
O fato de não ter me dedicado da forma que deveria durante o curso, acabou
também me afastando por um tempo de retomar minha carreira de concursos, pois eu
tinha em mente que precisaria de estudar pelo menos uns dois anos seguidos antes de
passar em um concurso das carreiras mais visadas, a exemplo de juiz, promotor,
procurador ou defensor. No vídeo de número X do meu canal do Youtube eu falo sobre
como eu me livrei desse mito.
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fatalmente prejudicaria as minhas chances em ambos. Trata-se da aplicação óbvia do
princípio da divisão ou concentração de forças.
De fato, acredito que se tivesse feito apenas um dos dois concursos, minha
pontuação e consequente colocação certamente seria ainda maior. Mas o que me
possibilitou obter êxito nos dois ao mesmo tempo, embora tendo de me dividir, foi a
estratégia. Em vez de estudar todo o material de cada um dos concursos, escolhi apenas
as matérias mais importantes de cada, com maior potencial de cair e que valiam mais
pontos. Ao mesmo tempo, deixei para estudar nos dias finais, em cada um dos concursos,
o conteúdo que mais necessitava de ser decorado, além de questões e resumos que eu
havia preparado.
O principal aprendizado durante a curta preparação para esse concurso foi algo
inusitado. Minha nota na prova objetiva foi bastante alta, mas havia também uma redação.
Nela, eu tirei uma nota muito próxima da pontuação mínima exigida. Ou seja, quase fui
reprovado. Embora eu sempre tenha tido hábito de ler e, por isso, ter um bom nível de
leitura e escrita, fiz a prova com certo desleixo. Com o susto da minha nota, percebi que
precisava evoluir em questões técnicas exigidas em questões de concursos para obter
melhores notas em provas discursivas, já que, para os concursos que eu almejava, tinham
fases com questões escritas e peças práticas.
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Após retornar à PRF, em vez de voltar direto aos estudos, acabei embarcando
na ideia de investir em um negócio próprio. Perdi bastante tempo e dinheiro, pois eu não
podia me dedicar suficientemente ao negócio, seja por questões legais ou de falta de
tempo. Apenas em 2014, resolvi retornar com força máxima à minha carreira de
concurseiro, após o lançamento do edital do concurso para procurador do estado de Goiás,
mas caí na prova oral, em direito do trabalho, por apenas 0,25 pontos.
Enquanto eu ainda fazia esse concurso, saiu o edital pro cargo de defensor
público do estado de Goiás. Após a notícia da reprovação na prova oral, eu tinha cerca de
40 dias para primeira fase de defensor. Construí uma estratégia de estudos e passei.
Durante a preparação pro concurso de procurador, pesquisei e estudei a fundo técnicas de
questões e provas discursivas, em livros, cursinhos, provas, bancas... Chegando a criar
uma verdadeira teoria de como obter os melhores resultados possíveis em questões
discursivas e peças práticas.
Com isso, não tive dificuldades para ser aprovado também na segunda fase do
cargo de defensor público, concurso este que não teve prova oral.
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Como estava demorando muito para que eu fosse nomeado, e devido ao fato
de que eu já havia esgotado meu entusiasmo de trabalhar na polícia, resolvi encarar esse
novo concurso. A esta altura, meu nível de conhecimentos e de técnica para realização de
provas objetivas e discursivas já estava bastante alto. Durante estas fases, estudei
principalmente as matérias novas, voltadas par a atuação específica do órgão, mantendo
bom nível de resolução de questões e atualização.
Mas ainda estava preocupado com a prova oral, na qual eu havia reprovado em
minha primeira experiência, no concurso de procurador de Goiás. Para não correr riscos,
fui atrás de toda informação disponível na internet a respeito de provas orais, seja gratuitas
ou pagas. Mas não foi suficiente. Resolvi então investir R$ 4.000,00 em um curso
presencial fora do meu estado para complementar minha preparação. Deu certo.
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Ignorar o funcionamento do cérebro (fé, memória).
Exemplo maior disso é a base no português. Costumo dizer que quem não tem
uma boa base em leitura e interpretação de texto, um bom vocabulário e sabe as
aplicações práticas da gramática pode ir fazer concurso público no Japão. Pois, tanto aqui
quanto lá, não entenderá muita coisa, seja enquanto estuda, seja durante a prova. Não há
milagre que faça um candidato analfabeto funcional – e existem milhões deles no Brasil –
passar em um concurso de alto nível sem antes resolver esse gravíssimo defeito. De nada
adianta possuir diplomas e certificados. Como diz o dito popular, aqui é o preto no branco,
a hora que o filho chora e a mãe não vê.
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Nosso país possui um dos piores sistemas de educação do planeta. Jovens
saem até mesmo da faculdade sem compreender o básico. Mas, para quem quer de
verdade, para quem está disposto a mudar de trajetória, nunca é tarde para fazer a coisa
certa.
Embora em acredito que tenha deixado claro que não existe um passe de
mágica ou uma pílula da aprovação, sendo preciso trabalho duro e contínuo para passar
em concursos, também penso ter demonstrado que estudar de qualquer jeito e qualquer
material não resolve. Não é a quantidade de esforço apenas, mas para onde está
direcionado esse esforço. Boas estratégias de preparação funcionam como uma alavanca,
que multiplica a força produzida para se chegar mais facilmente ao resultado desejado.
A motivação não é um sentimento, mas uma condição mental que pode e deve
ser estimulada continuamente. Quem não faz o que deveria por não estar motivado, na
verdade deveria estar fazendo algo em prol da sua motivação, jamais ficando parado.
É preciso descobrir seus motivos, aquilo que te faz ter vontade de crescer na
vida e coloca-los diariamente na sua frente. Se aproximar de pessoas que já conquistaram
aquilo que você quer e que pensem como você, para que sirvam de esteio e referência na
sua vida. Ao mesmo tempo, se afastar de pessoas negativas que só te puxam para baixo.
Tomar a decisão de fazer concursos não é tão difícil. A diferença entre os que
fazem concurso com profissionalismo aqueles que são apenas a boiada é o compromisso
diário com seus estudos. Sem enrolação, sem desculpas, sem poréns.
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Perder o foco
Além disso, durante a sua preparação, muitas serão as pedras no caminho. Seja
por parte das crises ou do governo, da família e amigos, dinheiro e problemas pessoais ou
familiares os mais diversos podem fazer você pensar em desistir. Tal sentimento é natural
e humano. Mas é nesse momento em que é mais necessário estar centrado no seu
objetivo e manter o foco. A recompensa certamente virá.
Descuidar da saúde
Debaixo da terra, a saúde é o maior bem que qualquer pessoa pode ter, pois a
sua falta faz qualquer outra coisa perder importância. E eu não tenho dúvidas, e aqui
permitam-me filosofar um pouco, de que saúde é algo que se deve preservar, jamais
confiar que pode ser restaurada. Tudo o que dizem a respeito da suposta possibilidade de
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recuperação da saúde, no fim das contas não passa de marketing do mercado médico
farmacológico.
Hábitos como dormir bem, ter boa alimentação, fugir do açúcar, do cigarro, do
excesso de carboidratos, do excesso de álcool, praticar exercícios físicos, dentre outros,
podem inclusive ajudar na própria preparação pois, ao associar tais atitudes aos estudos,
além de ter maior disposição e energia, seu subconsciente estará recebendo a informação
de que você está verdadeiramente comprometido em ter um futuro diferente, te motivando
ainda mais a estudar.
Além disso, é preciso cuidar para não estudar demais. Nosso cérebro possui um
limite ideal de estudos, é preciso que você encontre o seu. A melhor receita para não
passar da conta é observar se, após um dia de estudos, a noite de sono foi suficiente para
recarregar as energias, de modo que no dia seguinte você esteja pronto para outro. Caso
perceba que o cansaço de um dia está se acumulando no outro, é sinal de que está indo
além da conta. O corpo pode até aguentar por um tempo, mas logo cobrará a fatura, que
pode ser bastante alta, podendo chegar até mesmo a causar doenças.
Ademais, é bom lembrar que a boa saúde física e mental e, em alguns casos,
até mesmo o teste físico, são requisitos obrigatórios para assumir qualquer cargo público
no Brasil.
Concurso é um jogo. Mas não um jogo de azar, mas do tipo que envolve um
misto de memória, inteligência e estratégia. Memória é a quantidade de conhecimento
armazenado. Inteligência é a capacidade de aplicar esse conhecimento com eficiência em
provas. E estratégia é a expertise de fazer essas duas outras coisas com a maior eficiência
possível.
No jogo de xadrez, por exemplo, não adianta o jogador tentar imaginar todas as
possíveis jogadas do adversário, pois são quase infinitas. Mas, por outro lado, se o jogador
levar em consideração apenas as possibilidades de um único movimento, sem pensar nos
próximos, não passará jamais de um jogador medíocre. O bom enxadrista observa o
padrão de jogo de seu oponente e, adivinhando seus possíveis movimentos, analisa
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diversas possibilidades de combinações futuras para aqueles movimentos específicos.
Quanto mais preciso e distante, melhor tenderá a se sair.
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cérebro humano. Hoje, sistemas como os do Google são projetados para intuir seus gostos
e interesses com base nos seus próprios comportamentos e de pessoas iguais a você.
Assim, para se dar bem no jogo dos concursos, é preciso compreender que,
embora, em tese, o examinador possa cobrar quaisquer conteúdos entre milhões de
possibilidades, podemos nos colocar no lugar dele e selecionar alguns conteúdos
principais, que, conforme os interesses próprios da contratação, tendem a serem cobrados.
Do mesmo modo, em vez de apenas armazenar conteúdos na memória, devemos prever e
nos qualificar em relação às possíveis estratégias a serem utilizadas pelos examinadores,
com base nos próprios históricos deles, para cobrar esses conteúdos de modo a selecionar
os melhores candidatos, em termos de linhas de raciocínio e aplicações práticas tendentes
a serem cobradas.
Há mais pessoas que desistem que pessoas que fracassam – Henri Ford.
Eu não sou do tipo dos que falam que desistir não é uma opção. É sim. O
problema é desistir pelos motivos errados. Acredito sinceramente que só deve desistir de
fazer concursos públicos aqueles que se sentirem mais realizados e felizes fazendo outra
coisa na vida que não seja ser servidor público, como ser um empresário, artista,
esportista, missionário, etc.
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Sim, porque o setor público também é um mercado. Em cada concurso, os
órgãos buscam contratar os melhores profissionais disponíveis, dentre aqueles que se
dispõem a se inscrever e fazer provas. A questão, é que, diferentemente de uma entrevista
de emprego comum, ir para prova com terno um terno alinhado e com a revista the
economist e possuir um MBA em Harvard não irão impressionar a banca.
Daí pode acontecer de existir atualmente uma discrepância entre o cargo que
você pretende ocupar e aquilo que você já é capaz de transferir de conhecimentos para um
gabarito. Nesse caso, é preciso ter humildade para aceitar, temporariamente, um cargo de
menor nível, mesmo que inferior à sua qualificação formal. O que importa aqui é sua
qualificação real e, mais que isso, sua qualificação especificamente voltada para a
aprovação no cargo que pretende ocupar.
A minha experiência nos concursos, assim como da maioria das pessoas que
conheço, foi de ir galgando cargos em nível um pouco maior, até chegar onde se sente
satisfeito. É claro que existem exceções, de pessoas que logo no primeiro ou segundo
concurso já obtém a tão sonhada colocação. Embora possível, essa não é uma estratégia
recomendada pois é imensamente mais difícil manter os níveis necessários de fé e
disposição por longos períodos de tempo em uma jornada única, que dividir o percurso em
algumas jornadas menores.
Existem pessoas que desistem até mesmo no meio de um concurso porque não
conseguiu fazer a preparação ideal. Isso é um grande equívoco. É preciso ir até o final, da
forma que der, ir para sala de provas e dar o melhor de si. Após, corrigir toda a prova,
analisar e corrigir sua estratégia e partir para próxima. Me diga o nome de uma pessoa
capaz de fazer isso continuamente que eu te falo o nome de alguém que não tem como
dar errado.
Seus filhos
Resolvi dedicar esse pequeno título não a você, mas aos seus filhos, presente e
futuros. É bem provável que, durante a leitura desse livro, você tenha notado que tudo teria
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sido mais fácil para você se o seu mindset em educação fosse diferente. Quanto a você,
cabe correr atrás do tempo perdido e batalhar pelo seu lugar ao sol, ainda que a luta seja
um tanto mais árdua agora.
Mas você pode revolucionar a vida dos seus filhos, tornando-a muito mais fácil e
promissora. O fator que mais irá impactar no futuro dos seus filhos é a mentalidade que os
pais conseguirem implantar neles. Isso vale desde a alimentação saudável, integridade,
ética e respeito ao próximo até à importância da educação. Mas não adianta falar. Quem
apenas fala e não pratica, comete o grande equívoco de pensar que os filhos são burros.
Não são. Ele copiarão o seu exemplo. Por isso a sua luta para conquistar um cargo público
não trará benefícios apenas para você, mas fará com que você se torne um modelo a ser
seguido.
Infelizmente, nosso país está longe de possuir uma cultura de educação. Basta
dizer que a União, detentora de 70% da arrecadação tributária, em vez de investir no
ensino básico, possibilitando transferência de renda e isonomia social pela educação,
investe tão somente no ensino superior, de modo a condenar o país ao atraso. Por isso,
tanto quanto possível, você deve investir na educação dos seus filhos logo nos primeiros
anos. Se possível, pagando uma boa escola particular. Mas, no mínimo, e
independentemente do lugar onde estudem, inculcando na cabeça deles a importância da
leitura e de buscar ser sempre o melhor na sua sala. Não para aparecer, mas com
humildade. Como forma de se testar continuamente e se exigir cada vez mais.
E não apenas mandando-o para a escola. Mas estudando com ele, lendo com
ele. Conversando e explicando como é a vida. Tendo a paciência de trata-lo desde
pequeno como um ser humano que precisa se comunicar e está ávido por aprender.
Quanto mais você fizer isso, e quanto mais tenra for a idade em que você começar, mais
tenderá a ser brilhante o futuro do seu filho.
Tudo o que falo nesse livro não é de ouvir dizer, nem de ler os supostos
especialistas em educação, mas da minha própria experiência. Meus pais Praticamente
não tiveram educação formal. Mal tinham dinheiro para comprar os cadernos e os lápis
para que eu pudesse ir para a escola. Mas isso não impediu que seu Francisco e dona
Terezinha me ensinassem desde pequeno, conversando, apontando exemplos em outras
pessoas, ensinando o que sabiam e acompanhando de perto o aprendizado e o
comportamento na escola.
Como exemplo disso, vou contar um fato sobre minha mãe e outro sobre meu
pai. No meu primário, minha mãe se virava para ganhar algum dinheiro vendendo bijuterias
Paras amigas e vizinhas, além de produtos de revistas. Nunca teve um carro ou bons
móveis em casa. Mas pagou escola particular para mim e para minhas irmãs até a 5ª série.
Não era uma das melhores escolas da cidade, daquelas frequentadas pelas pessoas de
classe média. Mas já era algo bem melhor que a escola pública, e isso fez grande
diferença. No primário, em uma escolinha chamada Educandário Evangélico Raios
Brilhantes, tive professoras das quais me lembro com carinho até hoje. Uma delas, Rita,
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dava pequenos prêmios aos melhores alunos da sala. Foi ali que eu comecei nos
concursos.
Meu pai, que perdi aos 14 anos, nunca teve uma profissão regular e tinha sérios
problemas com alcoolismo. Apesar disso, era quem mais me incentivava, desde nem sei
quantos anos, a manter o hábito da leitura. Apesar de nunca ter feito um concurso público
na vida, me lembro que ele me falava que concurso público era algo muito bom,
especialmente os concursos federais ele dizia. Embora ele não tenha sido um exemplo em
termos profissionais, sua integridade e o respeito que ele tinha de todos fazia com que eu
desse muito valor nas coisas que ele falava. Ele dizia que eu deveria começar pelos
gibisparair tomando gosto, e depois passar para os livros. Sempre repetia isso e eu
sempre lhe dava a mesma resposta: porque em vez de falar, você não me compra os gibis.
Bem, ele nunca comprou, mas logo que eu comecei a ganhar dinheiro, li muitos gibis. E
depois livros, e depois os concursos federais. E não parei mais.
Se você chegou até aqui, isso significa que é um grande vencedor. Como eu
disse lá no início, eu não espero que todos cheguem ao final desse livro e muitos menos
tenho a pretensão de agradar ou convencer a todos que as coisas que eu ensino são as
melhores. Mas se chegou até esta página é porque você se identifica em boa medida com
as coisas que eu falo.
Quero que você tenha aprendido não apenas que passar em concurso é algo
que pode se feito de forma técnica e segura, embora não sem esforço. Mas,
principalmente, meu objetivo é que você tenha a convicção da sua importância, do seu
valor, de que possui capacidade suficiente para alcançar qualquer patamar e ser quem
quiser nessa vida, sem se deixar abater ou rebaixar por quaisquer pessoas ou
circunstâncias.
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pessoa, funcionando como um combustível para que a felicidade floresça em todas as
áreas.
Me despeço dizendo que quero estar perto de você. Peço que me siga em
alguma das minhas redes sociais – meu canal do YouTube, Instagram, Facebook, abaixo
listados –. Neles trago informações sobre concursos, conteúdos motivacionais e insights
que sei que podem ajudar na sua aprovação. Prometo trazer novidades em breve, tanto
em termos de orientação especializada e até mesmo individualizada para preparação,
quanto em relação a conteúdos de estudo especificamente voltados para aprovação mais
rápida em concursos. Aguardem!
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(apenas versão final).
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