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PROPOSTA DE CORREÇÃO

Lenda de Maria Mantela (Chaves)

Morava Maria Mantela com seu marido, Fernão Gralho, numa casa da Rua da Misericórdia, nas
proximidades da Igreja Matriz. Era um casal abastado, que vivia dos rendimentos, podendo assim Fernão
Gralho entregar-se à caça de quando em vez, seu prazer favorito. Um dia, achando-se Maria Mantela
grávida, passeava com o marido nos arredores da vila, quando foi abordada por uma mulher pobre com
dois filhos gémeos abraçados ao peito, implorando, lacrimosa, uma esmola para minorar a sua miséria e a
das suas criancinhas. Dela se compadeceu o marido que generosamente a socorreu. A sua mulher, pelo
contrário, tratou-a duramente, colocando em dúvida a sua honestidade, por não compreender que, mulher
de um só homem, pudesse de uma só vez gerar mais que um filho. A mendiga, sentindo-se injuriada,
respondeu-lhe fazendo votos de que Maria Mantela não fosse castigada pelo que acabava de dizer, já que
também estava grávida. Esta mensagem ficou sempre no espírito de Maria Mantela e uma certa sensação
de remorso angustiava-a diariamente.
Quando Maria Mantela deu à luz, encontrava-se o marido ausente, numa das suas caçadas. E do
parto, para surpresa dela, nasceram sete gémeos, todos gerados ao mesmo tempo, apesar de ela ser fiel
ao marido. Ficou tão aflita, lembrando-se do que tinha pensado e dito à mãe dos gémeos, que não teve
coragem de apresentar ao marido os sete filhos, pelo que ele poderia pensar dela. No seu estado de aflição
e loucura, encarregou a ama da casa que lançasse ao rio Tâmega seis dos recém-nascidos, deixando ficar
somente o que lhe parecesse mais robusto e bem constituído. A ama saiu, ao cair da tarde, para cumprir a
missão, levando num cesto coberto os seis gémeos e preparava-se, a meio das Poldras, para lançar na
forte corrente do rio os pequenos inocentes, quando avistou o Fernão Gralho que a observava da margem
do rio. Veio ao seu encontro e inquiriu-a sobre o que fazia com aquele cesto, naquele local. A mulher
procurou uma desculpa dizendo que a cadela tivera sete cachorrinhos e que ela vinha afogar seis, ficando
em casa o de melhor raça. Porém, o Gralho pediu para os ver e então deparou com os seis meninos.
Fernão Gralho, como homem compassivo que era, compreendeu a loucura da esposa que estivera a ponto
de cometer um crime que a acompanharia toda a vida e perdoou-a desde logo. Tomou conta do cesto e
ordenou à criada que fosse para casa participar o cumprimento das ordens que a senhora lhe dera,
guardando segredo sobre a entrega dos recém-nascidos. De seguida, deslocou-se a seis aldeias do
concelho de Chaves a confiar a outras tantas amas a sua criação.
Passaram dez anos sem que Fernão Gralho desse a entender à esposa o segredo que guardava.
Para ela era uma tortura o crime que havia cometido com os seus filhos.
No dia de ano novo, desse ano que começava, decidiu o Gralho festejá-lo com um lauto banquete,
do que informou a mulher, pedindo-lhe que tratasse de tudo, pois tinha seis amigos como convidados. À
hora da refeição, quando Maria Mantela se dirigiu à mesa do banquete, ficou muda de espanto; é que
sentados, não estava só o filho, estavam sete rapazinhos todos iguais em feições e vestuário, de tal forma
que ela não sabia dizer qual era o que ela tinha criado. O marido então esclareceu todos os
acontecimentos, acalmando, enfim, o sofrimento daquela alma tão longamente angustiada.
Os sete gémeos, diz ainda a lenda, tornaram-se sete padres, paroquiando sete igrejas que
fundaram com a invocação de Santa Maria. São elas a Igreja de Santa Maria de Moreiras, Santa Leocádia,
Santa Maria de Calvão, o mosteiro de Oso, já desaparecido, e metade da Igreja Matriz de Chaves, Santa
Maria de Émeres, no concelho de Valpaços, e São Miguel de Vilar de Perdizes, do concelho de Montalegre.
Na Igreja de Santa Maria Maior de Chaves, junto ao altar-mor, em tempos passados existia um epitáfio,
testemunho real da fundamentação da lenda e que dizia: "Aqui jaz Maria Mantela, com seus filhos à roda
dela".

In http://chaves.blogs.sapo.pt/159092.html (cons. dia 01/07/2014), adaptado.


Grupo I

1-b; 2-c; 3-d; 4-a; 5-b; 6-d; 7-c; 8-a; 9-c; 10-b

Grupo II
1. Era uma vez um alfaiate que gostava de se fingir valente. Porquê?
O alfaiate gostava de se fingir valente, porque tinha medo de tudo. O
fingimento ajudava-o a esconder o que na verdade sentia – o medo.

2. “Eu cá mato sete de uma vez.”


2.1. Que circunstância deu origem a esta afirmação?
Ele começou a gabar-se com a afirmação referida, porque uma vez, de
uma pancada matou sete moscas.

2.2. E que consequência imediata teve?


Os que o ouviam foram contar ao rei e este lembrou-se que o alfaiate
era capaz de ocupar o posto de D.Caio.

3. O rei chamou o alfaiate à sua presença.


3.1. Menciona a missão que o rei lhe atribuiu.
O rei pediu-lhe que comandasse as suas tropas e dessa forma atacasse
os seus inimigos.

3.2. Explica o engano existente na conversa entre os dois.


O engano surgiu no facto do rei se referir a sete homens e o alfaiate
referir-se às moscas.

4. O alfaiate não era aquilo que o rei pensava. Transcreve as expressões que, no
sétimo parágrafo, indicam a sua falta de valentia.
As expressões que indicam a falta de valentia do alfaiate são:
«Ajudaram-no a subir para o cavalo» e «já estava a tremer como varas
verdes».

5. Qual foi o novo engano que se gerou quando o cavalo correu à desfilada?
O novo engano surgiu porque o alfaiate gritou «eu caio» e todos
pensaram que ele dizia que era o D.Caio.

6. Consideras o alfaiate um herói? Justifica.

Na minha opinião, o alfaiate não é um herói, porque não venceu os


obstáculos à custa da sua coragem e determinação, mas sim devido a
um conjunto de equívocos e coincidências.

Grupo III

1.1. c) Homónimas
1.2. d) Homógrafas
1.3. a) Homófonas
2.Assinala com um X na coluna adequada, de modo a identificares as frases simples e
as frases complexas:

Frase Simples Frase Complexa

2.1. O alfaiate trabalhava à porta da


rua.
X
2.2.Uma vez, ele viu muitas moscas
juntas e matou sete.
X
2.3. O rei andava muito preocupado,
porque lhe tinha morrido na guerra o
general Dom Caio. X

2.4. O rei deu-lhe uma recompensa. X

3.
3.1.
«inimigo» - nome comum contável
«o» - determinante artigo definido
«branco» - adjetivo
«eu» - pronome pessoal

3.2.
«conheceu» - 3ª pessoa do singular – pretérito perfeito do indicativo
«estava» - 3ª pessoa do singular – pretérito imperfeito do indicativo

Grupo IV- Resposta livre


Parâmetros a avaliar: TEMA E TIPOLOGIA - 5; COERÊNCIA E PERTINÊNCIA DA
INFORMAÇÃO - 5; ESTRUTURA E COESÃO - 5; MORFOLOGIA E SINTAXE - 5;
REPERTÓRIO VOCABULAR – 5; ORTOGRAFIA – 5.

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