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RESPIRAÇÃO PARA

O CANTO
A base para uma boa técnica vocal

by Ana Cascardo
“O cantor deve considerar que há
muito mais na respiração do que
apenas o ar inalado.”

NANCY ZI

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Introdução
SUMÁRIO 01

02 Tipos Respiratórios

03 Modos Respiratórios

04 Respiração Costo
Diafragmática Abdominal

05 Apoio Respiratório

06 Sugestões de Exercícios

07 Referências Bibliográficas

08 Sobre a autora
INTRODUÇÃO

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Nada como começar esse texto
com a velha premissa de que
“respirar é sinônimo de vida.”

Muito se fala sobre a necessidade de


uma boa respiração para salvaguardar a
saúde do corpo.

É através da respiração que geramos a


energia que o alimenta.

Supõe-se que um mau hábito


respiratório possa comprometer o
estado psicossomático do organismo humano
como um todo.

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TIPOS
RESPIRATÓRIOS

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Le Huche (1999)
distingue três
tipos respiratórios:

Torácico Superior,
com elevação e
abaixamento
do tórax;

Torácico Inferior,
com o alargamento e
estreitamente da
base do tórax;

E Abdominal, com o
avanço e recuo da
parede abdominal.

Estes tipos
respiratórios
corresponde a três
sistemas musculares
distintos.

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Ainda segundo Le Huche o ato respiratório
se dá de maneira variável de acordo com o
temperamento do sujeito e sua
disposição de movimento.

Se o espírito se encontra divagando


tranquilamente, a respiração é do
tipo torácico abdominal.

Se está ocupado com pensamentos


excitantes ou emocionantes, a respiração
evolui para o tipo torácico superior.

“Qualquer emoção pode elevar o tórax...”.


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MODOS
RESPIRATÓRIOS

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Pinho (2001) fala em três modos respiratórios
que equivalem à predominância respiratória
escolhida em situações de repouso vocal:

Modo Oral - não é recomendada para o canto


por propiciar o ressecamento laríngeo;

Modo Nasal - considerado ideal por


aquecer, umidificar e filtrar o ar inalado;

•Modo nasal/bucal – recomendada para o canto


e fala, pois além de tratar o ar inalado facilita
sua a tomada rápida.
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RESPIRAÇÃO COSTO
DIAFRAGMÁTICA
ABDOMINAL

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A instalação e automatização do padrão
respiratório Costodiafragmatico Abdominal é
recomendada para o condicionamento da
musculatura respiratória, além ser
considerado o melhor para o manejo do sopro
durante as variadas demandas vocais no
canto

Pinho (2001) considera benéfico o uso de


exercícios de “dissociação” respiratória
abdominal/costal para adaptação deste tipo
respiratório.

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Em minha prática como cantora e
professora tenho com base
respiratória os princípios da escola
italiana, considerada mais fisiológica por
muitos autores.

Contudo o que observo em alguns alunos


antes do aprendizado desta respiração é
a dificuldade, num primeiro
momento, em realizar a abertura
das costelas e uma correta
“anteriorização” do osso esterno sem a
elevação concomitante do tronco.

Por isso, em casos de alunos com uma


respiração visivelmente torácica, desenvolvo
primeiramente a respiração abdominal antes
do trabalho de abertura das costelas
propriamente dito.

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“Manter uma boa postura com o
peito aberto, sem rigidez e sem
elevação dos ombros pode facilitar
muito o processo de aprendizado
da respiração indicada para o
canto.”

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APOIO ABDOMINAL

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É preciso ter um certo cuidado com o uso do
apoio abdominal no momento do canto.

Nunca se deve pensar neste como


um “empuxo enérgico e/ou tenso” que contrai
a parede abdominal para dentro durante
a emissão de notas mais agudas ou longas.

Mas sim como um “leve retesamento” da


musculatura do abdômen sem gerar o seu
enrijecimento.

É preciso sempre manter o apoio flexível


e acionado segundo cada demanda vocal no
momento da nota, seja ela forte ou ”piano”,
aguda ou grave.

O bom uso do apoio abdominal ajuda no


maior controle do fluxo aéreo, na tonicidade
correta da voz e na sua boa afinação.

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SUGESTÕES DE
EXERCÍCIOS

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Para o trabalho da “Cinta Abdominal” (Apoio):

a. Solte o ar em ”fff...” faça pausa,


inspire enchendo a região
abdominal expandindo-a para
frente, faça pausa, solte em ”xxx...”

b. Solte o ar em ”fff..., faça pausa,


inspire enchendo a região
abdominal, faça pausa, solte o ar
com a consoante “s” em staccato (sons
curtos).

c. Solte o ar em ”fff..., faça pausa,


inspire e inicie uma contagem (1, 2,
3...) em voz média até onde conseguir
sem no entanto fazer o uso de ar residual,
ou seja no limite da expiração. Procure
fazer o controle desta saída de ar.

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Para o trabalho dos intercostais:

a. Solte o ar em “fff” faça pausa,


inspire enchendo a região das
costelas elevando os braços (em
forma de odalisca), faça pausa e
solte em “sss”. Observe se não há
tensão nos ombros. A região do
pescoço deve ficar relaxada e não
deve haver sensação de pressão
laríngea. Faça em frente ao espelho
pra observar a musculatura do pescoço.

b. De costas encoste o quadril na


parede e jogue o tronco para frente.
Coloque as mãos nas costelas e
inspire procurando alargar esta
região sem deixar o tronco elevar,
mantenha as costelas abertas,
depois expire em ”fff...”

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Dicas:

É possível realizar os
mesmos exercícios
sugeridos variando o
uso das fricativas surdas
“f”, “x” e “s”. Só cuide para
que na fricativa “s” o
controle de saída de ar não
sofra interferência da língua
que deve permanecer sem
tensão durante o exercício.

Outra sugestão é fazer os


sons “Psiu” ou “Puf”
contraindo o abdômen para
dentro no momento da
emissão, tentando manter
as costelas abertas. Isto
pode ajudar a trabalhar
a sensação do apoio
abdominal.

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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

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LE HUCHE, F.; Allali, A. A Voz:
Anatomia e Fisiologia dos Órgãos
da Voz e Fala Vol. I, Artemed,
Porto Alegre, 1999.

MILLER, RICHARD. National Schools


Of Singing: English, French, German,
And Italian Techniques Of Singing
Revisited. Lanham, Maryland:
Scarecrow Press, 2002.

PINHO, S.M.R. Fundamentos Em


Fonoaudiologia – Tratando Os
Distúrbios Da Voz. Ed. Guanabara
Koogan, Rio De Janeiro, 1998.

ZI, N. A Arte De Respirar: seis


lições para aprimorar o
desempenho, a saúde a o bem
estar. Ed. Pensamento, São Paulo, 1997.

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SOBRE A AUTORA

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ANA CASCARDO é

cantora, produtora e

professora de canto

popular. Autora do Blog

Voz Teoria e Prática.

Licenciada em Estudos

Sociais pela Univali,

graduada em

Musicoterapia pela

Faculdades de Artes do

Paraná e Coach Life pela

Sociedade Latino

Americana de Coaching ).

Atua como professora de

canto no Conservatório

de MPB de Curitiba desde

o ano de 2000. Lançou

dois CDs solos e publicou

o livro/DVD Guia Teórico

Prático da Voz.

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