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APLICAÇÃO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA NA CONSTRUÇÃO

CIVIL – PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DE OBRAS CIVIS

Francisco Viana de Mesquita Júnior 1

RESUMO: O tema deste artigo é “a Aplicação da matemática financeira na


construção civil – planejamento e orçamento de obras civis”. A relevância desse
tema se refere ao fato de que a utilização em conjunto do planejamento com a
matemática dentro da área de engenharia civil, coloca em padronização a obra e os
cálculos que são realizados para saber os custos e orçamento do material utilizado.
De que forma a aplicação da matemática financeira na construção civil pode
contribuir com o planejamento e orçamento de obras civis? O objetivo geral deste
estudo é abordar sobre a aplicação da matemática financeira na construção civil
direcionado para o planejamento e orçamento de obras civis. A metodologia que
usada neste estudo será feita através da pesquisa bibliográfica por meio de revisão
de literatura se fundamentando em textos, artigos de sites especializados, e PDFs
que abordem sobre o tema em questão, e delimitando-se entre os anos de 2000 até
2018.

PALAVRAS-CHAVE: Civil; Engenharia; Financeira; Matemática; Planejamento.

SUMMARY: The theme of this article is "The Application of Financial Mathematics in


Civil Construction - Planning and Budgeting of Civil Works". The relevance of this
theme refers to the fact that the joint use of planning with mathematics within the
area of civil engineering, puts in standardization the work and the calculations that
are carried out to know the costs and budget of the material used. How can the
application of financial mathematics in civil construction contribute to the planning
and budgeting of civil works? The general objective of this study is to address the
application of financial mathematics in civil construction directed to the planning and
budgeting of civil works. The methodology used in this study will be done through
bibliographic research through a literature review based on texts, articles from
specialized sites, and PDFs that address the subject in question, and delimiting
between the years 2000 and 2018.

KEY WORDS: Civil; Engineering; Financial; Mathematics; Planning.

1
Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Matemática Financeira e Estatística
Email do autor: francisco.crearj@gmail.com. Orientador: Prof.º Esp. Roger Abdala
1 INTRODUÇÃO

O tema deste artigo é “Aplicação da matemática financeira na construção civil


– planejamento e orçamento de obras civis” buscando esclarecer sobre o uso da
matemática através do cálculo de orçamento e valoração dos custos em obras.
O evento início do planejamento de uma obra envolve a análise e o preparo
de dados do respectivo projeto. Todas as divisões físicas principais da obra e etapas
lógicas do projeto deverão ser estudadas nesta fase, a fim de que se estabeleçam
os padrões de controle, as informações desejadas e a proposição da inter-relação
lógica dos principais subsistemas.
Assim, o planejamento integrado, contando com um sistema de informações
pelo qual os dados relevantes são classificados e documentados, proporciona maior
segurança e menor custo final. Na escolha dos instrumentos e montagem desta
estrutura de produção, cada empresa deverá, dentro de sua realidade, buscar
técnicas de gerenciamento e execução, que não dispensem as características de
realimentação de informações e auto-avaliação como meios eficientes de
aprimoramento dos resultados.
Orçar uma obra ou um empreendimento consiste em calcular o seu custo, da
forma mais detalhada possível, a fim de que o custo calculado seja o mais próximo
possível do real. A elaboração do orçamento dá suporte à criação de um cronograma
físico-financeiro para programação de recursos humanos e consequentemente de
suprimentos para abastecer a obra, evitando atrasos e desperdícios, além de facilitar
o acompanhamento da obra criando diretrizes e sistemática de trabalho, através do
controle de materiais e/ou serviços que têm grande participação no total da obra.
A relevância desse tema se refere ao fato de que a utilização em conjunto do
planejamento com a matemática dentro da área de engenharia civil, coloca em
padronização a obra e os cálculos que são realizados para saber os custos e
orçamento do material utilizado.
Diante dos entendimentos descritos acima se questiona: De que forma a
aplicação da matemática financeira na construção civil pode contribuir com o
planejamento e orçamento de obras civis?

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As empresas têm apresentado uma crescente preocupação em valorizar a
tarefa de orçamentação, não mais como um serviço burocrático, mas sim como um
instrumento de controle de custos e de integração entre os vários setores da
empresa. Tradicionalmente, as pequenas empresas efetuam seus orçamentos
utilizando índices e composições de publicações especializadas, que muitas vezes
podem não representar os seus custos reais de produção, gerando o descrédito da
atividade de orçamentação. Já as grandes empresas, utilizam seus próprios índices,
resultado de acompanhamentos realizados em diversas obras, alcançando
resultados mais reais.
No atual cenário da indústria da construção, cada vez mais competitivo, em
que a diversidade e a volatilidade de produtos associados à complexidade de
processos constituem as características das empresas de sucesso, em nível global,
constata-se a necessidade de um novo enfoque para os custos, principalmente nas
pequenas empresas. Este novo enfoque, de acompanhamento e controle, pode ser
transformado em ferramenta fundamental no processo de competitividade.
A escolha deste tema justifica-se pela necessidade em esclarecer que o
planejamento deve estar aliado aos cálculos através do uso da matemática
financeira para dessa forma reduzir os custos e orçamentos atribuídos as
construções.
O objetivo geral deste estudo é abordar sobre a aplicação da matemática
financeira na construção civil direcionado para o planejamento e orçamento de obras
civis.
E os objetivos específicos são: conceituar construção civil; esclarecer sobre o
planejamento e orçamento de obras civis; abordar sobre a criação de um
planejamento de operação.
A metodologia que usada neste estudo será feita através da pesquisa
bibliográfica por meio de revisão de literatura se fundamentando em textos, artigos
de sites especializados, e PDFs que abordem sobre o tema em questão, e
delimitando-se entre os anos de 2000 até 2018.

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Este tema se limitará em abordar sobre a aplicação da matemática financeira
na construção civil enfocando diretamente o planejamento e orçamento de obras
civis.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ORIGEM E CONCEITO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

A Construção Civil é reconhecida como uma das mais importantes atividades


para o desenvolvimento econômico e social, e, por outro lado, comporta-se, ainda,
como grande geradora de impactos ambientais, quer seja pelo consumo de recursos
naturais, pela modificação da paisagem ou pela geração de resíduos (SECONCI-
RIO, 2013).
Para se delinear um canteiro de obras, é preciso estabelecer inicialmente uma
listagem de todas as acomodações, bem como das áreas de estocagem de
materiais e de instalação e guarda de equipamentos. Entre as acomodações,
distinguir as de uso do planejamento, as destinadas a escritórios, as destinadas ao
acampamento de operários, as destinadas ao lazer e outras, auxiliares.
As diversas instalações necessárias à execução da obra dependerão do tipo
da mesma, da sua localização e da sequencia de sua execução. Algumas
instalações podem a priori ser definidas em função de sua área ou volume, como os
almoxarifados; outras só o podem ser em função de sua localização. Com isso quer
se dizer que a determinação do tamanho de cada instalação interage com a sua
localização, interação essa que cresce à medida que se desenvolve o arranjo do
canteiro. Fator importante a considerar na variabilidade da configuração do canteiro
é o cronograma de execução da obra, pelos métodos de construção e pela
mobilização e desmobilização de empreiteiros e subempreiteiros, com toda a
sequela de necessidade de espaço para abrigar materiais, equipamentos e mão de
obra que estes trazem consigo (QUARESMA, 2007).

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À medida que a obra atinge o seu pico de atividades, a área em torno dela se
toma mais congestionada, sendo grande a demanda pelo que se poderia chamar de
área nobre, ou seja, aquela área que circunda as frentes de trabalho e a elas é
adjacente. Isso resulta da necessidade de diminuir a distância de deslocamento dos
diferentes insumos até o local de sua aplicação, o que também conduz à maior
produtividade.
Aspecto importante a ser igualmente considerado é o da segurança de modo
que se possam realizar operações seguras e eficientes a cada etapa de execução
da obra. Além desse, é preciso considerar o aspecto elementar da minimização das
distâncias de transporte, quer seja de materiais, quer de equipamentos, tanto os
incorporados ao projeto quanto os utilizados na construção, quer de mão de obra
(QUARESMA, 2007).
Na implantação de um projeto, projeto entendido como empreendimento e
abrangendo as fases de engenharização, suprimentos e construção, o seu
proprietário se defronta com as opções de executá-lo ele mesmo ou então de
adjudicar a sua execução a terceiros (QUARESMA, 2007).
A primeira opção pressupõe ter o proprietário uma estruturação mínima
compatível com as atividades que terá que executar. Mas, mesmo que tenha uma
estrutura bastante ampla, sempre vai haver determinadas atividades que preferirá
contratar com terceiros, registrando-se, de forma apropriada, as condições de sua
execução.
Na segunda opção, a de delegar a implementação do projeto a terceiros, o
proprietário e o executor do projeto registrarão, sob forma mutuamente adequada,
as condições sob as quais este implementará o projeto daquele.
Ao longo da sua história pelo mundo, Engenharia Civil referindo-se as
construções prediais ou obras acumulou um bom desenvolvimento (BELLEI, 2000).
Até mesmo, quando aconteciam seus casuais erros tornaram-se notáveis, como é o
caso da Torre de Pisa, construída na Itália em solo não acessível e adequado,
incapaz de apoiar qualquer tipo de construção tornou-se uma construção de sucesso
(BELLEI, 2000).

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Atualmente, descrita em vários textos, a mencionada torre apresenta uma
inclinação de cinco metros em relação ao solo, e, graças aos numerosos recursos
tecnológicos modernos, ela ainda continua de pé, pois decerto já teria tombado
(BELLEI, 2000).
No Brasil, a Engenharia Civil deu seus primeiros passos, de maneira
metódica, ainda no período colonial, com a construção de fortificações e igrejas
(NEURFERT, 2002). Em 1549, durante o Governo Geral, foram construídos os
muros ao redor da cidade de Salvador, capital da época, pelo engenheiro civil Luiz
Dias, que ainda foi responsável pela construção do edifício da Alfândega e o
sobrado de pedra-e-cal da Casa da Câmara e Cadeia (NEURFERT, 2002).
Organizada em instituições, a Engenharia Civil ganhou estudos mais
sistematizados e as cidades passaram a crescer intensamente como nunca foi visto
antes (GONÇALEZ, 2008). Assim, vieram à construção dos altos edifícios, as pontes
quilométricas, o sistema de saneamento básico, as estradas pavimentadas, metrôs,
aeroportos.
Para construir obras tão grandiosas, a Engenharia precisou desenvolver
técnicas sofisticadas e adquirir conhecimentos profundos (GONÇALEZ, 2008). E
cada dia mais, o mercado apresenta técnicas cada vez mais eficazes, que permitem
a construção muita rápida de obras cada vez mais complexas. Hoje, é possível
construir uma laje por semana, algo que levava um maior tempo a alguns anos atrás
(GONÇALEZ, 2008).
Este crescimento só se deu em tamanhas proporções devido aos avanços na
Construção Civil (GONÇALEZ, 2008).
Na década de 40, a construção civil teve seu auge no governo do então
presidente do Brasil, Getúlio Vargas Dorneles, e este setor foi considerado uns dos
mais avançados da época (NEURFERT, 2002).
O Brasil era detentor importante da tecnologia do concreto armado. A partir da
década de 50 definiu-se a forma de trabalho por hierarquia. Na década de 70
durante o regime militar predominou grande financiamento no setor visando diminuir
o déficit de moradia. E as construtoras passaram somente a construir os prédios
(NEURFERT, 2002).

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Já na década de 80 começa a diminuir os financiamentos e as construtoras
voltam a comercializar suas unidades. Na década 90 observam a melhor qualidade
no produto final e as construtoras começam a qualificar a mão de obra e com isso o
produto final fica com uma qualidade melhor (NEURFERT, 2002).
Em 2000 é mais intensa a preocupação e preservar para com o meio
ambiente e temos maiores informações sobre os impactos causados pelo entulho da
construção civil e com isso várias empresas começam a se preocupar com políticas
públicas para reduzir este impacto o que é observado pela reciclagem destes
entulhos (NEURFERT, 2002).
O nome Construção Civil é usado até hoje, pois antigamente, a engenharia
era dividida em duas grandes áreas: Civil e militar (GONÇALEZ, 2008). Com o
tempo, tal divisão foi perdendo seu efeito, e hoje compreende-se por Construção
Civil tudo o que engloba a participação de engenheiros e arquitetos civis em
conjunto com profissionais de outras áreas de conhecimento (GONÇALEZ, 2008).
A Construção Civil é um dos fenômenos de maior representatividade no
Brasil, pois as cidades-polo estão cada vez absorvendo moradores das cidades
menores vizinhas, e a construção de novas estruturas urbanas é uma realidade pela
qual observa-se o crescimento constante dos municípios-polo do Brasil
(GONÇALEZ, 2008).
O papel da Construção Civil está diretamente ligado com o bem-estar da
população, abrangendo também princípios de cidadania como inclusão social e
divisão ente espaços particulares e públicos (GONÇALEZ, 2008).
O primeiro grande crescimento na Construção Civil brasileira aconteceu na
década de 1940, durante o governo de Getúlio Vargas (BELLEI, 2000). O forte
investimento estatal no desenvolvimento de estrutura para Construção Civil e militar
fez com que a década fosse considerada o auge da Construção Civil no Brasil. O
Brasil de então era um importante conhecedor de tecnologia de concreto, para a
atividade militar e Civil (BELLEI, 2000).
Oliveira (2012 apud JERRY, 2014) aponta que a dinâmica da indústria de
construção está na apropriação das práticas de investimento do setor que possui o

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intuito de gerir e propagar as mudanças e tendências de um setor que ajusta o
processo de crescimento econômico.
De acordo com Roberto (2012 apud DEVES, 2015) é indiscutível a
importância do setor da Construção Civil na economia do país, não só por
representar cerca de 7% do PIB, mas também por seu papel social, dando suporte a
todas as outras atividades industriais através da edificação se suas plantas
produtivas, da infraestrutura voltada para o desenvolvimento urbano do país, por
meio de construção a malha rodoviária, escolas, hospitais.
Dentre as vantagens das ações de controle, pode-se descrever a obtenção de
resultados rápidos. Esse benefício é particularmente observado quando ocorrem
anormalidades que precisam ser rapidamente corrigidas, como por exemplo, o
desvio de materiais da fábrica (TUBINO, 2014).
A exigência da cultura local que ocorre no caso dos funcionários de fábricas
localizadas em regiões de determinada ascendência como a alemã, por exemplo,
costumam se adaptar melhor ao trabalho sob disciplina, segundo métodos de
atuação detalhadamente organizados.
A construção civil é uma atividade econômica que representa uma parcela
importante do produto interno bruto de qualquer país e tem efeitos significativos na
empregabilidade de pessoal (UNIEMP, 2010). Tal segmento econômico é uma
atividade em que seu produto representa um grande investimento, tanto para as
empresas quanto para seus clientes.
Por esse motivo, o processo de orçar um empreendimento torna-se fator
crítico para empresas construtoras antes que a edificação seja projetada em
detalhes e que os contratos de venda e de fornecimento sejam firmados. Com uma
investigação em custos criteriosa, pode-se reduzir desvios que impactam na
lucratividade do empreendimento ou até mesmo desvios significantes, que poderiam
inviabilizar a continuidade da execução de uma obra (LOPES; LIBRELOTTO; AVILA,
2003; TAS; YAMAN, 2005).
Com o crescimento do setor da construção civil, dada a grande demanda
provida pelo mercado, as empresas passaram a dar maior importância às práticas
de gerenciamento de projetos para apoiar a tomada de decisão estratégica,

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melhorar a qualidade de suas obras e sua competitividade (WINTER; CHECKLAND,
2003).

2.2 PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DE OBRAS CIVIS

A função do Planejamento é a visualização do Macro, definindo o objetivo do


que se quer atingir, como o atingir, para quê, quais as atividades devem ser
executadas e quando essas atividades devem ser iniciadas ou concluídas. É
admissível a utilização de uma margem de erros, com base nas datas e caminhos
críticos, que são de suma importância, pois, quando atividades atrasam, há um
impacto direto na data final de um projeto.
Planejar é necessário, pois existem mudanças constantes do ambiente
(externo/interno); então, é fundamental saber onde se está, aonde se quer chegar e
como chegar (linha de ação); também, evitar imprevistos e minimizar riscos. O
planejamento é base para as funções de organização/direção/controle operarem
com menores custos e maior eficiência.
O planejamento consiste em um conjunto de técnicas e de conceitos
disponíveis para serem usados para desenvolver um empreendimento e alcançar os
seus objetivos. Segundo Xavier (2008, p. 7) o planejamento é o processo de tomada
de decisões interdependentes, visando uma situação futura desejada, ou seja, são
decisões tomadas no presente que resultam em implicações futuras.
O objetivo principal de um bom gerenciamento é o de se obter o melhor
desempenho e qualidade de obra, dentro do prazo determinado e custo estimado.
O planejamento é uma função de apoio à coordenação das várias atividades
de acordo com os planos de execuções, de modo que os programas
preestabelecidos possam ser atendidos com economia e eficiência (CARDOSO;
ERDMANN, 2001).
Dessa feita, o planejamento é a definição do momento em que cada atividade
deve ser concluída e o desenvolvimento de um plano de produção que mostre as
entregas das atividades conforme necessidade e ordem de execução. Além disso, o
mesmo é responsável em demonstrar o tipo de atividade a ser executada, quando

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executar, os sistemas construtivos e os recursos utilizados (CARDOSO; ERDMANN,
2001).
Qualquer operação produtiva requer planos e controle, mesmo que o grau de
formalidade e os detalhes possam variar. Algumas operações são mais difíceis de
planejar do que outras.
As que têm um alto nível de imprevisibilidade podem ser particularmente
difíceis de planejar. Algumas operações são mais difíceis de controlar do que outras.
As que têm um alto grau de contato com os consumidores podem ser difíceis de
controlar devido à natureza imediata de suas operações e à variabilidade que os
consumidores possam impor às mesmas.
As atividades de planejamento e controle proporcionam os sistemas,
procedimentos e decisões que conciliam essas duas entidades. Esse modelo de
planejamento e controle, como atividade conectora entre suprimento e demanda. Os
diferentes aspectos de suprimento e demanda, e as diferentes circunstâncias sob as
quais suprimento e demanda deve ser conciliada.
No entanto, em todo caso, o propósito é o mesmo, fazer a conexão entre os
dois, que vai disparar a produção no sentido de satisfazer a seus consumidores.
Os empreendimentos da construção civil possuem uma grande quantidade de
informações e necessitam de suporte para tomada de decisão em tempo real e de
uma melhor visibilidade dos processos (GONZÁLEZ et al., 2014).
O planejamento permite a racionalização do processo produtivo através de
um estudo sobre o tempo de execução de cada atividade, custo e utilização
otimizada de recursos, considerando que o planejamento abrange alta complexidade
por envolver diversos tipos de recursos simultâneos. Para que uma ferramenta de
planejamento ser eficaz, esta deve permitir o acompanhamento, controle e avaliação
e, principalmente, interagir com os níveis hierárquicos. Em vários setores ocorrem
muitas incertezas inerentes ao processo de realização e andamento das atividades,
sendo estas frequentemente negligenciadas pelos gerentes, sem ocorrência de
ações para reduzir estes efeitos nocivos (GONZÁLEZ et al., 2014).
O efetivo controle do planejamento permite eliminar ou reduzir as lacunas
identificadas no decorrer do planejamento, bem como monitorar as atribuições de

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cada atividade inserida no planejamento, ajustar as falhas para atender as
programações, acompanhar decisões de planejamento implantadas para
estabelecer se estão produzindo os resultados esperados e, se não, definir qual
ação corretiva deve ser tomada (LU, 2010; SACKS et al., 2010).

2.3 CRIAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO DE OPERAÇÃO

Nos últimos anos o mercado buscou desenvolver ferramentas de


planejamento que permitem planejar, acompanhar, rastrear, programar e estipular
prazos, facilitando a tarefa de planejar empreendimentos. Porém, acabaram
transformando-se em sofisticados editores de cronogramas e relatórios, de
excelente aspecto visual, quando poderiam aportar muito mais.
Alguns softwares como MS-Project, Primavera, SISPLO, Work Task,
WorkPlan, Edificação 4.0, DePlan e PM Web são utilizados para planejamento de
empreendimentos de construção, também existem algumas propostas de programas
computacionais apresentadas por Villas-Boas (2004) e Cho et al. (2009).
Porém, considerando software para planejamento de obras, os mais utilizados
no mercado para construção civil são o Primavera e o MS-Project, entretanto a falta
de detalhamento a curto prazo, que torna extenso o planejamento a longo prazo e a
dificuldade em visualizar itens detalhados de cada recurso utilizado individualmente
não facilitam a utilização desses softwares (AKKARI, 2003).
Ao criar um plano para a operação por meio de carregamento,
sequenciamento e programação, cada parte da operação precisa ser monitorada
para assegurar que as atividades planejadas estão de fato ocorrendo. Qualquer
desvio dos planos pode ser retificado por algum tipo de intervenção na operação,
que por si só provavelmente envolverá algum replanejamento.
O planejamento consiste na determinação dos valores que o estoque terá
com o correr do tempo, bem como na determinação das datas de entrada e saída
dos materiais do estoque e na determinação dos pontos de pedido de material. O

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controle consiste no registro dos dados reais, correspondentes aos planejados
mencionados.
No sistema puxado, as partes não podem naturalmente fluir para cima, de
modo que somente podem progredir se o estágio seguinte deliberadamente as
puxar. Sob essas circunstâncias, estoque não se acumula tão facilmente. Nas
atividades de planejamento e controle.
Operações que produzem alta variedade de produtos ou serviços em volume
relativamente baixo vão claramente ter consumidores que requerem um conjunto
diferente de fatores e usar processos que têm um conjunto diferente de
necessidades das operações que criam produtos ou serviços padronizados em
grande volume.
A alta variedade do arquiteto significa que seus serviços terão pouca ou
nenhuma padronização. Isso significa que eles não podem produzir seus projetos
com antecedência em relação à requisição pelos consumidores. Devido a isso, o
tempo que eles levam para responder aos requisitos dos consumidores será
relativamente grande (MARSHALL et al., 2010).
O planejamento é feito em termos de famílias de itens, isto é, os produtos a
serem produzidos não são definidos de forma a terem uma constituição individual e
completamente especificada, mas são agregados formando famílias de itens
semelhantes.
Com a popularização do uso da técnica de calculo de necessidades de
materiais e com mais pesquisas sendo feitas quando à aplicação prática dos
princípios de MRP a situações práticas de planejamento, não tardou que alguns
pesquisadores percebessem que a mesma lógica de cálculo de necessidades
poderia, com pouco esforço adicional, ser utilizada para o planejamento de outros
recursos como as necessidades de mão de obra e de equipamentos, além dos
materiais.
Os objetivos principais dos sistemas de calculo de necessidades são permitir
o cumprimento dos prazos dos pedidos dos clientes com mínima formação de
estoques, planejando as compras e a promoção de itens componentes para que

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ocorram apenas nos momentos e nas quantidades necessárias, nem mais, nem
menos, nem antes, nem depois.

A discussão dos principais objetivos do MRP II é importante neste ponto


porque, em geral, a bibliografia não os explicita, negligenciando a discussão em
torno da adequação estratégica dos sistemas à necessidade da empresa. É inegável
que, em geral, o cumprimento dos prazos e a redução dos estoques são desejáveis.
O controle tem como objetivo levantar e verificar os desvios apresentados na
execução com relação ao planejamento e, principalmente, indicando qual a melhor
forma para a correção da execução ou do planejamento. Nele deverão estar inclusos
“as atividades de levantamento de dados, compilação de dados, comparação com o
planejado, análise dos resultados e proposição de ações corretivas”. (MONTEIRO;
SANTOS, 2010, p. 47).

No processo de programação de uma obra, devem-se elaborar tabelas e ou


planilhas, para ajudar na programação das tarefas ao longo do período, bem como
visualizarmos as necessidades de materiais, mão de obra e locação de
equipamentos ao longo da execução da obra; além de efetuarmos análise crítica dos
tempos necessários e custos envolvidos na realização dos serviços previstos no
orçamento. (XAVIER, 2008, p. 57).

O Controle de Materiais tem como objetivo acompanhar a fabricação e


compra dos itens planejados, com a finalidade de garantir que os prazos
estabelecidos sejam cumpridos. A atividade de Controle de Materiais também
recolhe dados importantes como: quantidade trabalhadas, quantidade de refugos,
quantidade de material utilizado e as horas-máquina e/ou horas-homem gastas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Planejamento e controle são atividades essenciais em qualquer ramo de


atividade industrial. No contexto da construção civil, a execução de qualquer

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empreendimento exige uma combinação de recursos (materiais, mão de obra,
equipamentos e capital), os quais estão sujeitos a limites e restrições.
A alocação de recursos no devido tempo e o fornecimento de dados e fatos
para o controle somente são possíveis através de um eficiente sistema de
planejamento e programação. O controle, através do acompanhamento e da
avaliação, é a função que vai balizar a ação gerencial. Controlar é identificar e
quantificar os desvios relativos às previsões originais e adotar ações corretivas para
se obter os resultados desejados.
A atividade de planejamento é complexa em decorrência de sua própria
natureza, qual seja a de um processo contínuo de pensamento sobre o futuro,
desenvolvido mediante a determinação de estados futuros desejados e a avaliação
de cursos de ação alternativos a serem seguidos para que tais estados sejam
alcançados. E tudo isso implica um processo decisório permanente, acionado dentro
de um contexto ambiental interdependente e mutável.
Esse processo contínuo, composto de várias etapas, funciona de forma não
linear em decorrência de haver variabilidade nas empresas. Essa variabilidade é
devida às pressões ambientais que a empresa tem de suportar e que são
resultantes de forças externas, continuamente em alteração com diferentes níveis de
intensidade de influência, bem como das pressões internas, resultantes dos vários
fatores integrantes da empresa.
O processo de planejar envolve, portanto, um modo de pensar; e um salutar
modo de pensar envolve indagações; e indagações envolvem questionamentos
sobre o que fazer, corno, quando, quanto, para quem, por que, por quem e onde.
Toda atividade de planejamento nas empresas, por sua natureza, deverá resultar de
decisões presentes, tornadas a partir do exame do impacto das mesmas no futuro, o
que lhe proporciona urna dimensão temporal de alto significado.
Além disso, o fato de o planejamento ser um processo de estabelecimento de
um estado futuro desejado e um delineamento dos meios efetivos de torná-lo
realidade justifica que ele anteceda à decisão e à ação.
Outro aspecto a destacar, inerente ao processo decisório, é o grande número
de condicionantes organizacionais que afetam sua operacionalização, com a

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interveniência de inúmeras restrições de ordem prática, contribuindo para reforçar a
ideia de complexidade que lhe é característica.
Para que os objetivos de uma empresa sejam alcançados, dentro da máxima
eficiência, é indispensável que a empresa obtenha harmonia entre os recursos
físicos e financeiros, através do planejamento racional, para se obter uma definição
precisa dos recursos necessários, compatíveis com os prazos e custos. Vale
salientar que deficiências na administração da produção podem ocasionar falta ou
excesso de mão de obra e materiais, atrasos e interrupções na produção. As
análises comparativas, sobre alternativas do que e como fazer, e a definição do
ritmo mais econômico de produção são estudos pertinentes para a eficiência do
processo de tomada de decisões.

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